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Fármacos Adrenérgicos

O documento aborda a farmacologia aplicada à nutrição e interpretação de exames laboratoriais, focando nos fármacos adrenérgicos e seus mecanismos de ação. Ele detalha os tipos de receptores adrenérgicos, suas localizações e efeitos, além de discutir a importância dos fármacos simpaticomiméticos em condições cardiovasculares e respiratórias. O texto também explora a farmacocinética das catecolaminas e suas aplicações clínicas.

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Fármacos Adrenérgicos

O documento aborda a farmacologia aplicada à nutrição e interpretação de exames laboratoriais, focando nos fármacos adrenérgicos e seus mecanismos de ação. Ele detalha os tipos de receptores adrenérgicos, suas localizações e efeitos, além de discutir a importância dos fármacos simpaticomiméticos em condições cardiovasculares e respiratórias. O texto também explora a farmacocinética das catecolaminas e suas aplicações clínicas.

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FARMACOLOGIA

APLICADA A
NUTRIÇÃO E
INTERPRETAÇÃO
DE EXAMES
LABORATORIAIS

Letícia Hoerbe
Andrighetti

Lucimar Filot da
Silva Brum
A573f Andrighetti, Letícia Hoerbe.
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de
exames laboratoriais / Letícia Hoerbe Andrighetti, Lucimar
Filot da Silva Brum. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
347 p. : il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-058-0

1. Farmacologia. 2. Nutrição. 3. Exames laboratoriais –


Interpretação. I. Brum, Lucimar Filot da Silva. II. Título.

CDU 615:613.2

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Fármacos adrenérgicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os subtipos de receptores adrenérgicos nos diversos


órgãos-alvo.
„„ Caracterizar o mecanismo de ação, os efeitos farmacológicos e usos
terapêuticos da epinefrina/norepinefrina e fármacos adrenérgicos.
„„ Relacionar os efeitos adversos e contraindicações da epinefrina/ no-
repinefrina e fármacos adrenérgicos.
„„ Descrever o papel do nutricionista no manejo de reações alérgicas
induzidas por alimentos.

Introdução
As catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) são os neurotransmisso-
res nas sinapses neuroefetoras do sistema simpático. Os fármacos que
atuam na transmissão adrenérgica e mimetizam o efeito da epinefrina/
norepinefrina são denominados de simpaticomiméticos ou adrenérgicos.
Neste capítulo, você vai conhecer os mecanismos de ação, os efeitos
farmacológicos, os efeitos adversos e as contraindicações da norepine-
frina/epinefrina e dos fármacos adrenérgicos.

Transmissão adrenérgica e receptores


adrenérgicos
A síntese dos transmissores de catecolamina é mais complexa que a da acetil-
colina. Em grande parte dos neurônios simpáticos pós-ganglionares, a norepi-
nefrina (noradrenalina) constitui o produto final. Na medula suprarrenal e em
algumas áreas do cérebro, a norepinefrina é ainda convertida em epinefrina
(adrenalina). A síntese termina com a dopamina nos neurônios dopaminér-
gicos do sistema nervoso central (SNC). Vários processos importantes nessas
terminações nervosas constituem locais potenciais da ação dos fármacos.
Fármacos adrenérgicos 101

Os neurônios adrenérgicos transportam uma molécula precursora, a


tirosina, até a terminação nervosa. A seguir, sintetizam o transmissor de
catecolamina e o armazenam em vesículas delimitadas por membrana. Esse
processo pode ser observado na Figura 1. Várias substâncias químicas que
obtemos na dieta, como a tiramina, ou os fármacos (anfetaminas) são capazes
de liberar o transmissor armazenado das terminações nervosas noradrenérgi-
cas. Esses compostos são captados nas terminações nervosas noradrenérgicas
pré-sinápticas e têm capacidade de: deslocar a norepinefrina das vesículas de
armazenamento, inibir a enzima responsável pelo metabolismo e pela inati-
vação do neurotransmissor e exercer outros efeitos que resultam em aumento
da atividade da norepinefrina na sinapse.
O término da transmissão noradrenérgica resulta da simples difusão do
neurotransmissor para fora do local receptor, com metabolismo final no plasma
ou fígado, ou recaptação em locais pré-sinápticos ou pós-sinápticos (Figura 1).
O metabolismo da norepinefrina e da epinefrina pode ocorrer através de várias
enzimas, como a monoaminoxidase (MAO) na terminação pré-sináptica ou a
catecol-O-metiltransferase (COMT) em outros locais teciduais.
102 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

Figura 1. Diagrama esquemático de uma junção noradrenérgica generalizada com recepto-


res adrenérgicos (adrenorreceptores) na membrana pós-sináptica. A tirosina é transportada
até a terminação noradrenérgica; é convertida em dopamina, transportada até a vesícula
pelo transportador de monoamina vesicular (VMAT). O mesmo transportador efetua o
transporte da norepinefrina (NE) e de várias outras aminas para dentro dessas vesículas.
A dopamina é convertida em NE na vesícula. Ocorre a liberação do transmissor quando
um potencial de ação abre os canais de cálcio sensíveis à voltagem e aumenta o cálcio
intracelular. A fusão das vesículas com a membrana de superfície resulta na expulsão da
norepinefrina dentro da fenda sináptica. Após a sua liberação, a norepinefrina difunde-se
para fora do espaço da fenda ou é transportada no citoplasma da terminação pré-sináptica
pelo transportador de norepinefrina (NET) ou para o tecido pós-sináptico. O NET pode ser
inibido pela cocaína, resultando em aumento da atividade do transmissor na fenda sináptica.
Os autorreceptores e heterorreceptores ilustrados nas terminações pré-sinápticas regulam
a liberação adicional do neurotransmissor simpático quando estimulados.
Fonte: Panus et al. (p. 41, 2011).
Fármacos adrenérgicos 103

A transmissão noradrenérgica ocorre com a ação da norepinefrina/epine-


frina aos receptores adrenérgicos. Nas sinapses neuroefetoras, a norepinefrina/
epinefrina atua em receptores alfa (α1 e α2) e beta (β1, β2 e β3). A dopamina,
metabólito precursor imediato da norepinefrina, ocorre naturalmente no SNC e
nos gânglios basais, nos quais funciona como neurotransmissor, bem como na
suprarrenal. Ela pode ativar receptores alfa (α) e beta (β), mas tem receptores
específicos, que são os receptores dopaminérgicos (D1, D2, D3, D4 e D5).
Confira no Quadro 1 os subtipos e a localização dos receptores adrenér-
gicos e dopaminérgicos, assim como os resultados fisiológicos da interação
dos neurotransmissores aos respectivos receptores.

Quadro 1. Tipos de receptores adrenérgicos e dopaminérgicos, localização e ações fisio-


lógicas.

Nome do Localização(ções) Resultados da


receptor típica(s) estimulação do receptor

Adrenérgicos

α1 Células efetoras pós- Formação de segundos


sinápticas: particularmente mensageiros e aumento
do músculo liso do cálcio intracelular

α2 Terminações nervosas Inibição da adenililciclase


adrenérgicas pré-sinápticas,
plaquetas, adipócitos, músculo
liso, bem como neurônios pós-
sinápticos no tronco encefálico
e na medula espinhal

β1 Células efetoras pós-sinápticas: Estimulação da adenililciclase


coração, adipócitos, cérebro,
bem como terminações
nervosas adrenérgicas e
colinérgicas pré-sinápticas

β2 Células efetoras pós- Estimulação da adenililciclase


sinápticas: músculo liso e
cardíaco, fígado e pâncreas

β3 Células efetoras pós- Estimulação da adenililciclase


sinápticas: adipócitos

(Continua)
104 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

(Continuação)

Quadro 1. Tipos de receptores adrenérgicos e dopaminérgicos, localização e ações fisio-


lógicas.

Nome do Localização(ções) Resultados da


receptor típica(s) estimulação do receptor

D1 e D2 Cérebro e tecidos efetores: Estimulação da adenililciclase


músculo liso e vasculatura renal

D2 Cérebro e tecidos efetores: Inibição da adenililciclase


músculo liso e terminações e aumento da abertura
nervosas pré-sinápticas dos canais de K+

D3 Cérebro Inibição da adenililciclase

D4 Cérebro e sistema Inibição da adenililciclase


cardiovascular

Fonte: Panus et al. (p. 42, 2011).

Fármacos que atuam no sistema adrenérgico


Fármacos adrenérgicos ou fármacos simpaticomiméticos são as substâncias
cuja ligação se dá aos receptores adrenérgicos. Esses fármacos modulam ou
simulam a função do sistema nervoso simpático.

Fármacos simpaticomiméticos
Os fármacos simpaticomiméticos, também chamados de adrenomiméticos,
formam um importante grupo de agonistas. Sua utilização se dá em condições
cardiovasculares e respiratórias, entre outras. Esses fármacos são divididos
em subgrupos primários, com base na seletividade aos seus receptores (α e β).
Os receptores α e β são também subdivididos em subgrupos. A distribuição
desses receptores e a ação fisiológica são elementos apresentados no Quadro 2.
A epinefrina é o único protótipo com efeitos em todos os tipos de receptores
(α1, α2, β1, β2 e β3).
Fármacos adrenérgicos 105

Quadro 2. Tipos de receptor adrenérgico, alguns dos tecidos periféricos onde são encon-
trados e os principais efeitos de sua ativação.

Tipo Tecido Ação

α1 A maior parte da Contração (↑ resistência


musculatura lisa vascular vascular)

Músculo dilatador da pupila Contração midríase

Músculo liso pilomotor Contração (ereção dos pelos)

α2 Terminações nervosas Inibição da liberação


adrenérgicas e colinérgicas do transmissor

Plaquetas Estimulação da agregação

Alguns músculos lisos Contração


vasculares

Adipócitos Inibição da lipólise

Células β pancreáticas Inibição da liberação


de insulina

β1 Coração Estimulação da
frequência e da força

Células justaglomerulares Estimulação da


liberação de renina

β2 Músculos lisos respiratório, Relaxamento


uterino e vascular

Fígado (humano) Estimulação da glicogenólise

Células β pancreáticas Estimulação da


liberação de insulina

Terminações dos nervos Provoca tremores


motores somáticos

β3 (β1 e β2 Adipócitos Estimulação da lipólise


também
podem
contribuir)

(Continua)
106 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

(Continuação)

Quadro 2. Tipos de receptor adrenérgico, alguns dos tecidos periféricos onde são encon-
trados e os principais efeitos de sua ativação.

Tipo Tecido Ação

D1 Vasos sanguíneos renais e Dilatação (↓ resistência)


outros vasos esplâncnicos

D2 Terminações nervosas Inibição da adenililciclase

Fonte: Panus et al. (p. 44, 2011).

Os fármacos simpaticomiméticos podem ativar seus receptores adrenérgi-


cos ou atuar de maneira indireta, aumentando a concentração do transmissor
catecolamina na sinapse. Isso pode ocorrer a partir de (Figura 2):

a) estimulação da liberação (anfetaminas, por exemplo);


b) inibição da recaptação das catecolaminas pelas terminações nervo-
sas pré-sinápticas que as liberam e, portanto, aumentam a atividade
sináptica do transmissor liberado (p. ex., amitriptilina, da classe dos
antidepressivos tricíclicos);
c) bloqueio do metabolismo (ou seja, bloqueio da catecol-O-metiltransferase
[COMT] e da monoaminoxidase [MAO]), que exerce pouco efeito direto
sobre a atividade autônoma. Entretanto, a inibição da MAO aumenta
as reservas de catecolaminas nas vesículas sinápticas adrenérgicas,
podendo potencializar a ação de outros simpaticomiméticos de ação
indireta. Como exemplos de fármacos inibidores da MAO, podemos
citar os antidepressivos IMAO, isto é, fenelzina e tranilcipromina.
Fármacos adrenérgicos 107

Figura 2. Os fármacos simpaticomiméticos são facilmente divididos em subgrupos, com base


nos receptores que eles ativam: alfa, beta ou dopamina (não indicada). De modo alternativo,
esses fármacos são divididos em subgrupos, com base no seu modo de ação direto (nos
receptores pós-sinápticos) ou indireto (o que não ocorre nos receptores pós-sinápticos).
Fonte: Panus et al. (p. 66, 2011).

Química e farmacocinética

Catecolaminas é o nome dado aos agonistas endógenos dos receptores adre-


nérgicos (epinefrina, norepinefrina e dopamina). Elas são rapidamente meta-
bolizadas pela COMT e pela MAO. Como consequência disso, esses agonistas
dos receptores adrenérgicos são quase inativos quando administrados por via
oral. Os agonistas apresentam ação de curta duração. Quando ministrados
por via parenteral, não penetram no SNC em quantidades significativas. O
Quadro 3 apresenta a você as características farmacocinéticas e aplicações
clínicas de alguns fármacos simpaticomiméticos.
108 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

Quadro 3. Farmacocinética e aplicações clínicas de alguns simpaticomiméticos.

Atividade Duração
Fármaco oral de ação Aplicações clínicas

Catecolaminas

Epinefrina Não Minutos Para anafilaxia, glaucoma


e causar vasoconstrição

Norepinefrina Não Minutos Para causar vasoconstrição


na hipotensão

Isoproterenol Fraca Minutos Para a asma, bloqueio


atrioventricular (raramente)

Dopamina Não Minutos Para o choque, a


insuficiência cardíaca

Dobutamina Não Minutos Para o choque, a


insuficiência cardíaca

Outros simpaticomiméticos

Anfetaminas, Sim Horas Para narcolepsia,


femetrazina, obesidade, transtorno
outros de déficit de atenção

Efedrina Sim Horas Para incontinência urinária


e causar vasoconstrição
na hipotensão

Fenilefrina Fraca Horas Para causar sudorese,


vasoconstrição,
descongestão

Salbutamol, Moderada Horas Para asma


metaproterenol,
terbutalina

Oximetazolina, Sim Horas Pode causar descongestão


xilometazolina nasal (ação longa)

Cocaína Fraca Minutos Pode causar vasocontrição


e horas e anestesia local

Fonte: Panus et al. (p. 67, 2011).


Fármacos adrenérgicos 109

Mecanismos de ação

Efeitos nos receptores alfa

Os efeitos nos receptores alfa1 são mediados principalmente pela proteína de


acoplamento trimérica Gq. Quando a Gq é ativada, o componente alfa dessa
proteína ativa a cascata dos fosfoinositídios, provocando a liberação de inositol
1,4,5-trifosfato (IP3) e diacilglicerol (DAG) a partir dos lipídios da membrana.
O cálcio é subsequentemente liberado das reservas nas células musculares
lisas. Nessas células musculares lisas, a resposta celular a essa concentração
elevada de cálcio intracelular consiste em aumento da contração. Observe a
Figura 3 para entender melhor os efeitos nos receptores alfa.

Figura 3. A ativação das respostas α1. A estimulação dos receptores α1 pelas catecolami-
nas resulta na ativação de proteína de acoplamento Gq. A subunidade α ativada (α c2) de
proteína G ativa o efetor, fosfolipase C, que leva à liberação de IP3 (inositol 1,4,5-trifosfato)
e DAG (diacilglicerol) a partir do fosfatidilinositol 4,5-difosfato (Ptdlns 4,5-P2). O IP3 estimula
a liberação das reservas sequestradas de cálcio, levando a um aumento na concentração
citoplasmática de Ca2+. A seguir, o Ca2+ pode ativar proteinoquinases dependentes de
Ca2+, que, por sua vez, fosforilam seus substratos. O DAG ativa a proteinoquinase C (PKC).
Fonte: Panus et al. (p. 68, 2011).
110 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

Efeitos nos receptores beta

Os receptores beta (β1, β2, e β3) estimulam a adenililciclase através da proteína


de acoplamento Gs, fazendo com que a concentração de cAMP no interior da
célula aumente. O cAMP atua como segundo mensageiro, mediando a resposta
celular à estimulação dos receptores β (Figura 4).

Efeitos nos receptores de dopamina

Os receptores D1 ativam a adenililciclase nos neurônios e no músculo liso


vascular. Os receptores D2, embora sejam mais importantes no cérebro, também
desempenham um papel significativo como receptores pré-sinápticos nos nervos
periféricos. A função desses receptores é inibir a atividade da adenililciclase,
abrir os canais de potássio e diminuir o influxo de cálcio.
Fármacos adrenérgicos 111

Figura 4. Ativação e inibição de adenililciclase por agonistas que se ligam aos receptores
de catecolaminas. A ligação aos receptores β-adrenérgicos estimula a adenililciclase ao
ativar a proteína G estimuladora (Gs), levando à dissociação de sua subunidade α carregada
com trifosfato de guanosina (GTP). Essa subunidade αs ativa diretamente a adenililciclase,
resultando em aumento na velocidade de síntese do monofosfato de adenosina cíclico
(cAMP). Os ligantes dos receptores α2-adrenérgicos inibem a adenililciclase ao provocar a
dissociação da proteína G inibitória (Gi) em suas subunidades, isto é, uma subunidade α1,
carregada com GTP, e uma subunidade β-γ. O mecanismo pelo qual essas subunidades
inibem a adenililciclase permanece incerto. O cAMP liga-se a uma subunidade reguladora
(R) da proteinoquinase dependente de cAMP, com consequente liberação de subunidades
catalíticas (C) ativas que fosforilam substratos proteicos específicos e que modificam a sua
atividade. Essas unidades catalíticas também fosforilam a proteína de ligação de elementos
de resposta do cAMP, que modifica a expressão gênica (não indicada).
Fonte: Panus et al. (p. 69, 2011).

Efeitos farmacológicos

As catecolaminas não penetram efetivamente no SNC. Os fármacos simpati-


comiméticos que podem penetrar no SNC (como as anfetaminas) apresentam
um espectro de efeitos estimulantes, que começam com um leve estado de
alerta ou redução da fadiga e progredem para anorexia, euforia e insônia.
Doses muito altas oferecem risco de provocar ansiedade ou agressividade no
indivíduo, paranoia e, raramente, convulsões. Os agonistas α2 de ação direta,
112 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

como a clonidina, são muito diferentes, pois diminuem o efluxo neuronial


simpático e apresentam efeitos sedativos.

„„ Olho – o músculo dilatador da pupila responde à fenilefrina tópica


e agonistas α semelhantes com midríase. Os agonistas α2 seletivos
também reduzem a pressão intraocular, aparentemente ao diminuir a
síntese de humor aquoso.
„„ Trato gastrintestinal – é bem provido de receptores α e β que se localizam
na musculatura lisa e nos neurônios do sistema nervoso entérico. A
ativação dos receptores α ou β causa o relaxamento do músculo liso. Os
agonistas α2 podem diminuir a secreção de sal e de água no intestino.
„„ Trato geniturinário – contém receptores α no trígono da bexiga e na
área do esfíncter, sendo que tais receptores medeiam a contração do
esfíncter. Os simpaticomiméticos são utilizados para aumentar o tônus
do esfíncter, quando necessário. Os agonistas β2 podem causar relaxa-
mento uterino significativo em mulheres grávidas próximo ao termo.
No entanto, as doses necessárias provocam taquicardia significativa.
„„ Sistema vascular – os diferentes leitos vasculares respondem de maneira
distinta, conforme for o tipo de receptor dominante. Todos os receptores
α, β e D causam efeito sobre a vascularização. Os agonistas α1 (como
a fenilefrina) provocam constrição dos vasos sanguíneos da pele e
esplâncnicos, aumentando a resistência vascular periférica e a pressão
venosa. Como esses fármacos causam aumento da pressão arterial,
frequentemente induzem uma bradicardia reflexa compensatória. Os
agonistas α2 (como a clonidina) provocam vasoconstrição quando ad-
ministrados por via intravenosa ou na forma tópica (p. ex., spray nasal).
Os agonistas β2 (como a terbutalina) reduzem de modo significativo o
tônus arteriolar no leito vascular do músculo esquelético, o que pode
gerar redução da resistência vascular periférica e da pressão arterial. O
efeito dos agonistas β1 sobre os vasos sanguíneos é considerado pequeno.
„„ Coração – tem suprimento adequado de receptores β1 e β2, sendo que os
receptores β1 até predominam em algumas partes do coração. A ativa-
ção desses dois receptores causa respostas aumentadas das atividades
marca-passo normal e anormal (efeito cronotrópico), de contratilidade
(efeito inotrópico) e condução (efeito dromotrópico).

Os fármacos simpaticomiméticos com efeitos α e β1 (como a norepinefrina)


elevam a pressão arterial e provocam aumento da ativação dos barorreceptores
(reflexo barorreceptor). A pressão arterial diastólica é afetada pela resistência
Fármacos adrenérgicos 113

vascular periférica e pela frequência cardíaca. Os receptores adrenérgicos


cujos efeitos são maiores sobre a resistência vascular são os receptores α e
β2. A pressão arterial sistólica é a soma das pressões diastólica e do pulso.
A pressão do pulso é determinada, sobretudo, pelo volume sistólico (uma
função da força da contração cardíaca), que é influenciado pelos receptores β1.

„„ Brônquios – o músculo liso dos brônquios relaxa, o que é causado em


resposta aos agonistas β2. Esses agentes constituem os fármacos mais
eficazes e confiáveis disponíveis para reverter o broncospasmo na asma.
„„ Efeitos metabólicos e hormonais – os agonistas β1 aumentam a secreção
renal de renina. Os agonistas β2, por sua vez, aumentam a secreção
de insulina pelo pâncreas. Ambos elevam a glicogenólise no fígado e
permitem a liberação de glicose no sangue. A hiperglicemia resultante
é revertida pelos níveis aumentados de insulina. É possível que todos
os agonistas β estimulem a lipólise.

Usos clínicos e terapêuticos


Você pode observar as aplicações clínicas de fármacos simpaticomiméticos
selecionados conferindo o Quadro 3.

„„ SNC – a anfetamina tem uso muito amplo em virtude de seus efeitos


sobre o SNC. Podemos citar como indicações a narcolepsia, o transtorno
de déficit de atenção e a redução de peso, desde que realizando-se
controles apropriados.
„„ Olhos – os agonistas α, sobretudo a fenilefrina, têm ampla utilização
na forma tópica. Os objetivos do uso são produzir midríase e reduzir
o prurido e a congestão conjuntivais causados por irritação ou aler-
gia. Esses fármacos não provocam cicloplegia. A epinefrina e um
pró-fármaco, a dipivefrina, são substâncias com emprego tópico no
tratamento do glaucoma, doença para a qual a fenilefrina também tem
sido usada. A apraclonidina e a brimonidina são agonistas α2 mais
recentes, introduzidos para uso também no glaucoma.
„„ Aplicações cardiovasculares – as condições clínicas favoráveis ao au-
mento do fluxo sanguíneo são insuficiência cardíaca aguda e alguns
tipos de choque. Nessas situações clínicas, exige-se um aumento do
débito cardíaco e do fluxo sanguíneo para os tecidos. Os agonistas β1
podem ser úteis nesse caso, pois aumentam a contratilidade cardíaca e
114 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

reduzem (em certo grau) a pós-carga ao diminuir a impedância para a


ejeção ventricular através de um pequeno efeito β2.

Em contrapartida, as condições clínicas favoráveis à diminuição do fluxo


sanguíneo ou ao aumento da pressão arterial exigem vasoconstrição. Os
agonistas α1 são úteis quando a vasoconstrição é apropriada.

Os agonistas α costumam ser misturados com anestésicos locais para reduzir a perda do
anestésico da área de injeção para a circulação e melhorar a hemostasia. A hipotensão
ortostática crônica decorrente de tônus simpático inadequado pode ser tratada com
efedrina ou pela midodrina, um agonista α1 mais recente e ativo por via oral.

„„ Sistema respiratório superior e inferior – utilizam-se os agonistas α1 para


produzir vasoconstrição da vasculatura nasal e diminuir a congestão
dos seios. Os agonistas β2-seletivos de ação curta e de ação longa são
os fármacos de escolha no tratamento da asma. São contraindicados
na profilaxia os agonistas β2-seletivos de ação curta, mas são seguros
e efetivos e podem salvar a vida do paciente no tratamento da bronco-
constrição asmática aguda. Os agonistas β2-seletivos de ação longa
são recomendados para profilaxia.
„„ Trato geniturinário – os agonistas β2 (ritodrina e terbutalina, por
­exemplo) são usados para suprimir o trabalho de parto prematuro. O
efeito cardioestimulante que causam, porém, pode ser perigoso para
a mãe e para o bebê. Os fármacos simpaticomiméticos orais de ação
longa, como a efedrina, podem ser utilizados para melhorar a inconti-
nência urinária em crianças com enurese e no indivíduo idoso. Essa
ação é mediada por receptores α no trígono da bexiga e, nos homens,
no músculo liso da próstata.
„„ Anafilaxia – a epinefrina é o fármaco mais adequado para o tratamento
imediato do choque anafilático.
Fármacos adrenérgicos 115

O choque anafilático é a forma mais grave de reação de hipersensibilidade. É de-


sencadeado por diversos agentes, como medicamentos (penicilina, por exemplo),
alimentos e contrastes radiológicos. Os sinais e sintomas podem iniciar em segundos
após a exposição ao agente ou até uma hora depois.

A anafilaxia é considerada uma reação aguda imunomediada a um alér-


geno. Caracteriza-se por broncospasmo, sibilo, taquicardia e hipotensão. A
avaliação e o tratamento imediatos são fundamentais para evitar a morte. A
epinefrina é o fármaco utilizado no tratamento dessa condição, pois neutraliza
os processos fisiopatológicos que se sucedem à anafilaxia por meio da ativação
de adrenoceptores alfa e beta.
Sua ação alfa-adrenérgica gera os seguintes resultados: causa vasoconstri-
ção periférica, reduz a vasodilatação, o eritema, a urticária e o angioedema, age
sobre os receptores beta-adrenérgicos com a broncodilatação (no aumento da
frequência cardíaca e da contratilidade miocárdica) e impede a desgranulação
de mastócitos e basófilos. Conclui-se, portanto, que age com excelência na
redução das chances de colapso cardiovascular e de obstrução das vias aéreas,
duas das principais causas de óbito durante um evento anafilático.
A dose apropriada de epinefrina, conforme a faixa etária do indivíduo,
é a seguinte:

„„ em crianças, 0,01 mg/kg de massa corporal (preparação de 1 mg/mL)


ou uma dose máxima de 0,5 mg por via intramuscular, podendo ser
repetida a cada 5 a 25 minutos, conforme necessário;
„„ em adultos, 0,3 a 0,5 mg (preparação de 1 mg/mL).

A anafilaxia pode provocar edema da laringe, obstruindo as vias aéreas e


impedindo a entubação. Nessas circunstâncias, é necessária uma passagem
de ar de emergência, tal como uma cirurgia de cricotiroideostomia (com
a finalidade de criar uma abertura na pele através da cartilagem cricoide).
Pacientes hipotensos devem ser colocados em posição de Trendelenburg, de
cabeça para baixo e pernas elevadas, e a infusão de solução salina fisiológica
deve ser iniciada assim que for obtido o acesso venoso. Reverte-se a hipoten-
116 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

são refratária com o emprego de medicamentos vasoativos, como dopamina,


norepinefrina ou epinefrina.
Não fazer uso da epinefrina ou retardá-lo pode trazer grandes consequ-
ências ao paciente, sobretudo porque o curso da anafilaxia é imprevisível.
Durante o atendimento do paciente sofrendo uma reação anafilática, não há
contraindicação de uso mesmo com coronariopatia prévia (MUELLER, 2007).

Efeitos adversos

Há riscos de a epinefrina e a norepinefrina provocarem efeitos adversos no


SNC, tais como ansiedade, medo, tensão, cefaleia e tremores. Os efeitos ad-
versos observados na periferia são extensões de suas ações nos receptores α
ou β-farmacológicos, causando vasoconstrição excessiva, arritmias cardíacas,
infarto do miocárdio e edema ou hemorragia pulmonares.
Outros simpaticomiméticos, como as fenilisopropilaminas, podem provo-
car toxicidade de grau leve até grave do SNC, conforme a dose administrada.
Doses pequenas causam nervosismo, anorexia e insônia. Doses mais altas pro-
vocam ansiedade, agressividade ou comportamento paranoide. A hipertensão
ocorre em função do uso de agonistas α1, enquanto a taquicardia sinusal e as
arritmias graves são causadas pelos agonistas β1. Os agonistas β2 provocam
tremor do músculo esquelético e, em doses mais altas, arritmias cardíacas.
A estimulação dos receptores β1 e β2 pode aumentar os níveis de glicemia.

Alergia alimentar
Alergia alimentar é a forma como são chamadas as reações adversas a ali-
mentos. Tais reações são dependentes de mecanismos imunológicos e são a
principal causa de anafilaxia tratada em serviços de emergência nos Estados
Unidos, especialmente na população mais jovem. A alergia alimentar é mais
comum em crianças. Nessa faixa da vida, é comum que a alergia a leite de
vaca, ovo, trigo e soja desapareça. Já a alergia a amendoim, nozes e frutos do
mar pode ser mais duradoura – às vezes, por toda a vida – e está envolvida
com as reações graves e fatais.
De acordo com o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar, “as reações
adversas aos alimentos são representadas por qualquer reação anormal à
ingestão de alimentos ou aditivos alimentares. Elas podem ser classificadas
em tóxicas e não tóxicas. As reações tóxicas dependem mais da substância
ingerida (p. ex.: toxinas bacterianas presentes em alimentos contaminados)
Fármacos adrenérgicos 117

ou das propriedades farmacológicas de determinadas substâncias presentes


em alimentos (p. ex.: cafeína no café, tiramina em queijos maturados)”. (SO-
CIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE ALERGIA E IMUNOPATOLOGIA, 2007).
As reações não tóxicas dependem da suscetibilidade individual e podem
ser classificadas em:

„„ não imunomediadas, isto é, a intolerância alimentar; ou


„„ imunomediadas, isto é, a hipersensibilidade alimentar ou alergia
alimentar.

Por vezes, essas duas linhas de reações não tóxicas são confundidas, pois é
um tanto comum haver confusão entre as manifestações clínicas decorrentes
de intolerância – por exemplo, intolerância à lactose secundária à deficiência
primária ou secundária da lactase – com alergia alimentar.
A maioria dos alérgenos alimentares é representada por glicoproteínas
hidrossolúveis, com peso molecular entre 10 e 70 kDa, termoestáveis e resis-
tentes à ação de ácidos e proteases, capazes de estimular resposta imunológica
humoral (IgE) ou celular. A forma de indução da reação alérgica ao alimento
é o que define sua classificação, que pode ser:

„„ alérgeno de classe I (ingestão; proteínas ingeridas);


„„ alérgeno de classe II (proteínas inaladas pelo trato respiratório, pólens,
reatividade cruzada com epitopos homólogos de alimentos derivados
de plantas).

Os principais alérgenos responsáveis pela alergia alimentar em crianças são leite de


vaca, ovo, trigo, milho, amendoim, soja, peixes e frutos do mar.

Os fatores de risco para uma doença não são sua causa direta, mas podem
estar associados ao seu desenvolvimento de alguma forma. As doenças alérgicas
são complexas e multifatoriais. O aparecimento e a expressão clínica dependem
da interação entre fatores genéticos e ambientais. Entre os fatores ambientais,
a dieta da gestante e da nutriz, a idade da introdução de alimentos sólidos e de
118 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

alimentos alergênicos e a exposição aos aeroalérgenos, entre outros aspectos,


são alguns fatores ambientais investigados no desenvolvimento da alergia
alimentar. Todavia, os resultados são variáveis e eventualmente contraditórios.
Confira as manifestações clínicas de hipersensibilidade a alimentos mais
comuns:

„„ Manifestações cutâneas – urticária e angioedema, dermatite atópica,


dermatite herpetiforme.
„„ Manifestações gastrintestinais – náuseas, vômitos, dor abdominal e
diarreia. Tais sintomas aparecem em minutos ou até duas horas após a
ingestão do alérgeno alimentar.
„„ Manifestações respiratórias – reações alérgicas alimentares podem
ocorrer diretamente no local em que houve o contato, mas as principais
manifestações clínicas ocorrem em órgãos distantes. A inalação direta
do alérgeno alimentar pelo trato respiratório provoca asma ou rinite.
Apesar de os sintomas nasais e de a dispneia serem frequentes como
sintomas gerais na anafilaxia por alimentos, a asma e a rinite isoladas
raramente ocorrem como expressão localizada de alergia alimentar. Os
sintomas respiratórios, quando estão presentes em quadros de alergia
alimentar, indicam manifestação mais grave e fazem parte do quadro
clínico de anafilaxia. O diagnóstico de alergia alimentar como causa
de rinite alérgica ou asma crônica é de difícil conclusão.
„„ Manifestações sistêmicas – a anafilaxia induzida por alimentos é
uma forma de hipersensibilidade mediada por IgE. Há manifestações
súbitas de sintomas e o quadro é emergencial. Os sintomas se originam
a partir da ação de mediadores que atuam em alvos, como os sistemas
respiratório, gastrintestinal, cutâneo e nervoso. A maioria das reações
anafiláticas alimentares ocorre após a ingestão de camarão, peixe,
amendoim e nozes. Os principais sinais e sintomas de anafilaxia
são:
a) Pele: eritema, prurido, urticária, angioedema; exantema morbiliforme
e ereção de pelos (menos comum).
b) Sistema gastrintestinal: prurido e/ou edema dos lábios, língua e
palato, sabor metálico na boca, náuseas, vômitos, diarreia e dor
abdominal.
c) Sistema respiratório (principal órgão envolvido no choque anafilá-
tico): prurido e sensação de garganta “fechando”, disfonia, tosse seca
irritativa, edema de glote e de laringe, dispneia, sensação de aperto
Fármacos adrenérgicos 119

torácico, sibilos generalizados, crises de espirros, lacrimejamento


e congestão nasal intensa.
d) Sistema cardiovascular: síncope, dor torácica, arritmia, hipotensão
e choque.
e) Sistema nervoso: confusão metal, sonolência, convulsões, perda de
consciência e coma.

A única terapia cuja eficácia foi comprovada nos casos de alergia alimentar é a
exclusão dietética do alérgeno implicado nas manifestações clínicas. Os pacientes e
responsáveis devem ser educados e informados sobre como garantir a exclusão do
alérgeno alimentar (p. ex.: fazendo a leitura de rótulos), evitar situações de risco (como
a alimentação em aniversários, festas e buffets), reconhecer os sintomas e instituir o
tratamento precoce de possíveis reações anafiláticas.

A interrupção do alimento envolvido é a grande ação a ser realizada, mas


o tratamento deve estar voltado também para o alívio do sintoma desenca-
deado. Casos mais graves exigem observação contínua até que os sintomas
desapareçam; se isso não acontecer, o indivíduo deve ser hospitalizado. É
importante identificar o paciente que está evoluindo para reação mais grave,
como edema de glote e/ou choque anafilático.

Para maiores informações sobre alergias alimentares, faça a leitura do Consenso Bra-
sileiro sobre Alergia Alimentar, de 2007. O material encontra-se disponível neste link:
https://goo.gl/CLNDse
120 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

1. Os efeitos da epinefrina (adrenalina) estreptocócica do grupo A e tratada


e da norepinefrina (noradrenalina) com penicilina IM. Alguns minutos
são mediados pelas suas ações após a injeção, a paciente apresenta
sobre duas classes de receptores: os dispneia, taquicardia e hipotensão,
receptores α e β-adrenérgicos. Os e percebe-se que apresenta sibilo
receptores α são subdivididos em α1 ao exame, característico de reação
e α2, enquanto os receptores β são anafilática aguda. Epinefrina IM é
subdivididos em β1, β2 e β3. Assinale a administrada imediatamente para
alternativa correta. sua reação anafilática. Assinale
a) Os receptores α2 medeiam abaixo a afirmativa correta.
a contração do músculo a) O efeito da epinefrina no
liso nos vasos sanguíneos sistema pulmonar resultará na
e no trato geniturinário e constrição muscular brônquica.
aumentam a glicogenólise. b) A epinefrina é o fármaco de
b) Os receptores α2 medeiam o escolha utilizado para tratar
relaxamento do músculo liso essa condição, pois neutraliza
no trato gastrintestinal e a os processos fisiopatológicos
vasoconstrição de alguns vasos subjacentes à anafilaxia
sanguíneos, além de diminuírem por meio da ativação de
a secreção de insulina. adrenoceptores α e β.
c) Os receptores β1 medeiam c) A ação broncodilatadora
o aumento na frequência é resultante da ação da
e na força de contração do epinefrina em receptor β1.
miocárdio e inibem a lipólise d) A epinefrina promove
e a liberação de renina. ação vasodilatadora no
d) Os receptores β3 medeiam o sistema vascular através
relaxamento do músculo liso nos da ação em receptor α1.
brônquios, nos vasos sanguíneos, e) A epinefrina promove
no trato geniturinário e ação vasoconstritora no
no trato gastrintestinal. sistema vascular através da
e) Os receptores β1 aumentam a ação em receptor α2.
gliconeogênese e a glicogenólise 3. Marque a alternativa correta.
hepáticas, a glicogenólise a) Agonistas simpaticomiméticos
muscular e a liberação de do adrenoceptor α1 são usados
insulina e de glucagon. para reduzir a congestão da
2. Uma menina de 12 anos, com membrana mucosa nasal.
história médica pregressa comum, b) Agonistas do adrenoceptor
apresenta febre, dor de garganta α1 são utilizados para
e linfadenopatia cervical sensível. tratar broncospasmo.
É diagnosticada com faringite
Fármacos adrenérgicos 121

c) Agonistas do adrenoceptor a) Adrenoceptores β1.


β são usados para reduzir o b) Adrenoceptores α2.
sangramento cirúrgico. c) Adrenoceptores α1.
d) Agonistas do adrenoceptor d) Adrenoceptores β2.
β2 são utilizados para e) Adrenoceptores β3.
prolongar a anestesia local. 5. Um paciente de 16 anos está
e) Agonistas do adrenoceptor sofrendo uma crise de asma
β1 são utilizados para aguda. A epinefrina é administrada
tratar broncospasmo. por via SC. Por meio de qual
4. Uma mulher de 33 anos em dos seguintes adrenoceptores
choque séptico tem hipotensão a epinefrina atua para dilatar o
persistente, apesar da infusão músculo liso brônquico?
de dopamina IV. A paciente é a) Adrenoceptores α1.
tratada com uma infusão IV de b) Adrenoceptores α2.
epinefrina. Em qual adrenoceptor c) Adrenoceptores β1.
a epinefrina atua para contrair o d) Adrenoceptores β2.
músculo liso vascular? e) Adrenoceptores β3.
122 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais

MUELLER, U. R. Cardiovascular disease and anaphylaxis. Current Opinion in Allergy and


Clinical Immunology, v. 7, n. 4, p. 337-341, 2007.
PANUS, P. C. et al. Farmacologia para fisioterapeutas. Porto Alegre: AMGH, 2011.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMU-
NOPATOLOGIA. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Revista Brasileira de
Alergia e Imunopatologia, São Paulo, v. 31, n. 2, 2008, p. 64-89. Disponível em: <http://
www.funcionali.com/php/admin/ uploaddeartigos/Consenso%20Brasileiro%20
sobre%20Alergia%20 Alimentar.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2017.

Leituras recomendadas
AGONISTAS alfa-2 -Adrenérgicos: perspectiva atual. Revista Brasileira de Anestesiologia,
Rio de Janeiro, v. 51, n. 4, p. 271-272, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rba/v51n4/v51n4a01.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2017.
BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLLMANN, B. C. As bases farmacológicas da tera-
pêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
CLARK, M. A. et al. Farmacologia ilustrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
COUTO, M. et al. Indução de tolerância às proteínas do leite de vaca em adolescente
com anafilaxia. Acta Pediátrica Portuguesa, Porto, v. 43, n. 4, p. 172-175, 2012. Disponível
em: <http://actapediatrica.spp.pt/ article/viewFile/2353/1992>. Acesso em: 05 fev. 2017.
KATZUNG, B. G.; MASTERS, S. B.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 12. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2014.
QUADROS-COELHO, M. A. et al. Reações anafiláticas em serviço de urgência: trata-
mento farmacológico em 61 pacientes. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia,
São Paulo, v. 33, n. 5, p. 199-202, 2010. Disponível em: <http://www.sbai.org.br/revistas/
Vol335/reacoes_33_5.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2017.
TOY, E. C. et al. Casos clínicos em farmacologia. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. (Lange).
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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