Trocador ou permutador de calor é um equipamento utilizado para aquecer, resfriar,
vaporizar ou condensar fluídos de acordo com as necessidades do processo, utilizando-
se uma parede normalmente metálica para separação dos fluídos.
O permutador de calor é um equipamento onde dois fluidos, com temperaturas
diferentes, trocam calor através de uma interface metálica. No processamento de uma
Refinaria de Petróleo, o permutador de calor é empregue não só para economizar calor,
mas também para atender às necessidades de processo.
Quanto a Passagem de Fluídos
Em Corrente Paralela • São os tipos de trocadores nos quais os fluídos fazem a troca
térmica percorrendo o trocador no mesmo sentido.
A temperatura de saída do fluído quente T2 não poderá ser mais baixa que a temperatura
de saída do fluído frio t2, pois, quando as temperaturas dos fluídos se igualarem, cessa a
transferência de calor.
Corrente Paralela • O trocador com passagem em corrente paralela é usado quando se
deseja uma transferência de calor muito grande no início, com rápido resfriamento.
Corrente Contra-corrente
São os tipos de trocadores nos quais os fluídos percorrem o trocador em sentido
contrário. • A temperatura de saída do fluído quente T2 poderá ser mais baixa que a
temperatura de saída do fluído trio t2, porém, nunca menor que t1.
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De acordo com o fim a que se destina, este tipo de equipamento pode ser enquadrado
conforme a seguinte classificação geral:
a) Aquecimento
Aquecedor - Quando aquece o fluido do processo por meio de vapor de água ou
outro meio qualquer (Figura 1).
Refervedor: Quando vaporiza um líquido por meio de vapor d’água ou outro fluido
quente. Utilizado para prover calor às torres de destilação, vaporiza parte do produto de
fundo (Figura 2).
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Gerador de Vapor: Quando gera vapor d’água, aproveitando calor de um líquido quente
proveniente do processo (Figura 3)
b) Resfriamento
Resfriador- Quando resfria fluidos do processo através da utilização de água como
meio de resfriamento. O abaixamento de temperatura dos líquidos a serem
armazenados evita as perdas de produtos leves (Figura).
Condensador- Quando condensa um fluido pelo uso de água como fluido
refrigerante. Empregado para recuperação de vapores de colunas de destilação, bem
como para condensação do vapor exausto de turbinas, reduz a pressão de descarga
das mesmas (Figura 4).
Resfriador a ar- Quando resfria vapores ou líquidos, passando por feixes de tubos
tipo serpentina e usando corrente de ar impulsionada por pás movidas a motor
elétrico (Figura).
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Intercambiadores- Quando há troca de calor entre dois fluidos do processo. Executa
dupla função: aquece um fluido por meio do uso de outro mais quente que se resfria.
Não há perda de calor (Figura 5).
A Figura abaixo mostra um exemplo de permutador de espelhos fixos, cujas partes
essenciais são: Casco – parte externa central do permutador; Carretéis e tampas dos
carretéis – partes externas extremas do permutador; Feixe Tubular – constituído de
espelhos que mantêm os tubos na posição desejada. Neste tipo de permutador, os
espelhos são soldados ao casco e servem também como flanges aos quais os
carretéis são parafusados;
Chicanas • Para evitar que haja flexão dos tubos e também para prover um maior
tempo de residência do fluído do casco e uma maior turbulência, coloca-se no feixe,
de espaço em espaço placas de metal chamadas chicanas, observe-se que estas
chicanas podem ser de três tipos diferentes, a saber: • Chicanas de orifícios anulares;
• Chicanas do tipo disco e anel; Chicanas segmentadas.
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Chicanas – orientam o fluxo do casco, de forma a manter os tubos na posição
desejada e evitar que sofram esforços de reflexão; Espaçadores – mantêm o conjunto
de chicanas em posição.
1. Casco 2. Carretel 3. Tampa do Carretel 4. Espelho
5. Chicanas 6. Espaçador 7. Tubos 4. Espelho
Supondo um fluido quente passando pelo lado dos tubos e um fluido frio passando
pelo lado do casco (Figura abaixo-1). O fluido quente entra através de um carretel,
enquanto o fluido frio entra pelo bocal inferior do casco, percorre o caminho
determinado pelas chicanas e sai do permutador pelo bocal superior.
O fluido quente, ao percorrer os tubos, cede calor, através da interface metálica, ao
fluido frio que percorre o casco.
Considere T1 – temperatura de entrada do fluido quente;
T2 – temperatura de saída do fluido quente;
t1 – temperatura de entrada do fluido frio
t2 – temperatura de saída do fluido frio.
Tem-se que T1 T2 e t1 t2 em virtude do processo de troca de calor sensível, entre os
fluidos, ocorrido dentro do permutador
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A função das chicanas é acarretar turbulência no fluido que percorre o lado do casco
(Figura abaixo). Este estado de turbulência resulta em maior eficiência na troca de
calor.
Quando os dois fluidos percorrem o permutador na mesma direção, diz-se que estão
em paralelo; quando em direções opostas, como apresentado na figura , diz-se que
estão em contra-corrente Este último é o fluxo normalmente utilizado. A Figura
abaixo mostra os perfis de temperatura de dois fluidos em paralelo e em contra-
corrente ao longo do permutador. No fluxo em contra-corrente, a temperatura do
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fluido frio pode ultrapassar a menor temperatura do fluido quente, o que não pode
ocorrer no fluxo em paralelo.
O permutador da Figura é de uma passagem no casco, já que o fluido frio percorre o
mesmo uma só vez. Este tipo de casco é o mais comum em refinarias de petróleo,
embora sejam utilizados também os de duas passagens no casco, os de fluxo
divididos por defletores e os demais tipos apresentados nas Figuras abaixo.
Evidentemente, cada um deles apresenta aplicação e interesse específicos.
Permutador de tampa flutuante Este permutador, apresentado na Figura abaixo, é de
feixe removível. De um lado, o feixe tem espelho fixo parafusado entre os flanges
do carretel e do casco. Do outro lado, o espelho flutuante é fixado entre a tampa do
flutuante (que caracteriza o permutador) e o anel bipartido. O casco é fechado por
meio da tampa do casco. A remoção do carretel, da tampa do casco e da tampa
flutuante permite a retirada do feixe pelo lado do espelho fixo. Este tipo de
permutador permite limpeza mecânica e inspeção do lado externo dos tubos, já que
o feixe pode ser removido, além disso não apresenta dificuldades decorrentes de
dilatação diferencial entre o feixe tubular e o casco.
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Permutador de Tubos em “U” O permutador com tubos em “U”, mostrado na Figura
abaixo, possui um feixe constituído de tubos curvados em forma de “U” e
mandrilados ao espelho. Os tubos podem expandir-se livremente, o que elimina,
neste tipo de permutador, a necessidade de: espelho flutuante, tampa flutuante, um
dos flanges do casco e a tampa do casco. O menor raio de curvatura sem deformar o
diâmetro externo dos tubos determina a omissão de alguns tubos no centro do feixe.
Neste tipo de permutador, o feixe de tubos pode ser removido do casco para limpeza
e inspeção da área externa dos tubos. O fluido que escoa no lado dos tubos deve ser
limpo, para evitar com que estejam com sujidade excessiva.
Materiais Usados em Permutadores de Calor
A “Tubular Exchanger Manufactors Association” (TEMA) publica normas para
projeto e construção de permutadores de casco e tubo. Estas especificações servem
para três classes de permutadores:
Classe R- Para condições severas de processamento de petróleo e produtos
químicos, serviços rigorosos, em que se deseja obter segurança e durabilidade;
Classe C- Para condições moderadas de operação, tendo em vista a máxima
economia e o mínimo tamanho, condizentes com as necessidades de serviço; Classe
A- Para condições severas de temperatura e fluidos altamente corrosivos. Os
materiais especificados para tubos e cascos são:
a) Tubos
Podem ser lisos ou aletados. Os tubos lisos, padronizados em 4 diâmetros (3/4", 1",
1 1/4" e 1 1/2"), são mais comumente encontrados na indústria. Os tubos aletados
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aumentam a troca de calor devido ao aumento da área externa de troca, porém,
acarretam maior perda de pressão no lado do casco (Figura abaixo).
Os materiais utilizados obedecem às especificações mínimas para uma determinada
aplicação: aço carbono, normalmente utilizado para meios agressivos; aços ligas,
latões, bronzes, ligas de alumínio e duplex, utilizados em diversos meios corrosivos.
b) Casco
Pode ser construído a partir de tubos com até 24" de diâmetro nominal, ou, de
chapas calandradas e soldadas a partir de 13" de diâmetro. Fabricado normalmente
em aço carbono, no entanto também podem ser feitos em aço liga e ligas de
alumínio quando de tubo, e em aço liga, ligas de níquel e ligas de cobre quando de
chapa.
Escolha do Fluido
O permutador já está construído para receber determinados líquidos nos tubos e no
casco. Não há regras fixas que estabeleçam qual tipo de fluido deve passar pelos
tubos. Evidentemente, a escolha do fluido que passa pelos tubos ou pelo casco deve
atender às melhores condições para o processo, menor custo de construção e fácil
manutenção. De uma maneira geral, passam pelos tubos:
a) Fluidos mais sujos com depósitos, coque, sedimentos, catalisadores, etc. É mais
fácil remover a sujeira dos tubos do que do casco.
b) Fluidos mais corrosivos Além de ser mais econômico usar tubos resistentes à
corrosão do que um casco com a mesma propriedade, é mais fácil substituir tubos
furados do que casco.
c) Fluidos com maior pressão porque o casco tem menor resistência em virtude do
seu maior diâmetro.
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d) Fluidos menos viscosos A menos que a perda da pressão deva ser muito baixa. e)
Água de resfriamente por facilidade de limpeza.
f) Fluidos de menor vazão volumétrica, em vista do casco oferecer mais espaço.
Entre líquidos de propriedades semelhantes, devem passar pelos tubos aqueles de
maior pressão, maior temperatura e os mais corrosivos
Instrumentação do Permutador de Calor
A instrumentação varia com a finalidade do permutador no processo. Assim,
instrumentos medidores de temperatura, vazão e pressão podem ser encontrados nas
tubulações de entrada ou saída de um permutador, de acordo com as necessidades de
controle do processo. É regra geral que, num resfriador ou em um conjunto de
resfriadores, deve haver um indicador de temperatura (Thi).
Normas de Operação
a) Condições de Segurança- A temperatura e a pressão limites, em que devem
trabalhar os tubos e o casco, especificadas do permutador, não devem ser
ultrapassadas. Assim, nos resfriadores, a temperatura de saída da água não deve
exceder de um certo valor (50ºC) para evitar deposição de sais.
b) Aquecimento e resfriamento- Tanto na partida como na parada, os permutadores
de calor devem ser aquecidos ou resfriados lentamente. Isto é particularmente
importante quando as temperaturas de operação são elevadas. A rápida entrada de
um líquido à alta temperatura pode provocar desigualdades de expansão nos tubos,
causando vazamentos nos mesmos e deformação do feixe.
c) Partida e Parada -Na partida, entra primeiro o fluido mais frio. Se o fluido mais
frio está ligeiramente quente, deixa-se o mesmo, então, entrar lentamente. Quanto
mais quente o fluido, mais lenta deve ser a sua penetração no permutador de calor.
Na parada, bloqueia-se primeiramente a entrada do fluido mais quente. Se isto não
for observado, podem ocorrer vazamentos nos tubos.
d) Suprimento de água -Falhas no suprimento de água para um resfriador podem
trazer sérias consequências. Quando o fluido a resfriar é muito quente, a interrupção
da água provoca um grande aquecimento do equipamento. Se a água voltar, então, a
circular, haverá um resfriamento brusco do permutador. Esta mudança rápida de
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temperatura afrouxa parafusos e abre as juntas. É necessário, portanto, um fluxo
contínuo de água para um resfriador.
e) Condensado- Deve-se sempre drenar a água de um refervedor ou aquecedor para
evitar o fenômeno chamado martelo hidráulico, que ocorre conforme descrito a
seguir: Suponha água acumulada nos tubos do refervedor. Abrindose a válvula do
vapor d’água, este vai conduzir a água a uma grande velocidade até encontrar um
obstáculo, onde provoca um grande impacto severo, o martelo hidráulico, pode
causar ruptura do material.
Causas de Perda de Eficiência
a) O permutador está sujo e não há troca eficiente de calor.
b) A tubulação ligada ao permutador não dá a vazão para qual o aparelho foi
projetado.
c) As condições de operação diferem daquelas para as quais o permutador de calor
foi projetado.
Limpeza
A eficiência do permutador de calor depende da limpeza dos tubos. Durante a
operação, depósitos de sais, ferrugem, coque, areia, pó de coque, folhas, fibras
vegetais, camadas de graxa, corpo de micro-organismos, etc. acumulam-se dentro e
fora dos tubos, o que prejudica a troca de calor e também aumenta a queda de
pressão do fluido. O permutador de calor que durante a operação tem sua eficiência
reduzida deve ser limpo durante a parada da unidade seja limpo e inspecionado,
desde que não tenha flexibilidade de parar durante a campanha. Entre os vários
processos de limpeza do permutador de calor, podem ser citados os seguintes:
a) Limpeza por água em contra-corrente- É utilizada em condensadores e
resfriadores que utilizam água salgada não tratada como fluido refrigerante. O
processo consiste em inverter o fluxo d’água nos tubos, com o equipamento em
operação, possibilitando a remoção dos detritos frouxamente agregados aos tubos,
através de dreno apropriado.
b) Limpeza por vapor -Para limpeza por este processo, o permutador de calor é
retirado de operação, embora não precise ser desmontado. Passa-se vapor pelo casco
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e pelos tubos, de forma a entrar por um respirador e carregar a sujeira por um dreno.
Este método é eficiente para remover camadas de graxa ou depósitos agregados
frouxamente nos tubos e no casco do permutador (“Steam out”).
c) Limpeza química O processo de limpeza química consiste na circulação, em
circuito fechado, no lado dos tubos e no lado do casco, de uma solução ácida
adicionada de um inibidor de corrosão. A solução desagrega os resíduos, o que
permite a remoção dos mesmos, e o inibidor impede o ataque do metal pela solução.
Após a limpeza, é feita a neutralização mediante tratamento com uma solução
alcalina fraca, seguido de abundante circulação de água. Evidentemente, o
permutador de calor, não precisa ser desmontado.
d) Limpeza mecânica -Neste caso, o permutador precisa ser desmontado. O pessoal
de manutenção retira a tampa do carretel, a tampa do casco e a tampa flutuante.
Camadas de graxa, lama e sedimentos frouxos podem ser removidos dos tubos por
meio de arames, escovas ou jatos d’água. Se os sedimentos internamente aos tubos
estão muito agregados, entupindo-os, então são usadas máquinas perfuratrizes. Estas
constam, essencialmente, de um eixo metálico que, girando dentro dos tubos,
expulsa os detritos.
Testes de Pressão Após a parada para inspeção e manutenção dos permutadores de
calor, há necessidade de submetê-los a teste de pressão a fim de verificar a
resistência mecânica das juntas soldadas, da mandrilagem dos tubos e a
estanqueidade dos dispositivos de vedação. Os testes de pressão são efetuados com
água, porém, quando isto não for possível, poderá ser feito o teste pneumático. No
teste do casco, poderão, em geral, ser localizados os seguintes vazamentos: –
Mandrilagem dos tubos; – Junta entre casco e espelho fixo; – Tubos; – Casco e suas
conexões. O teste do feixe de tubos permite, geralmente, localizar vazamentos nos
seguintes pontos: – Junta da tampa do carretel; – Junta entre carretel e espelho fixo;
– Junta da tampa flutuante; – Carretel, sua tampa e conexões; – Tampa flutuante.
Componentes
01. Carretel; 02. Tubos em “U”; 03. Flange de Cabeça Fixa; 04. Tampa do Carretel;
05. Bocal; 06. Espelho Fixo; 07. Tubo; 08. Casco; 09. Tampa do Casco; 10.
Flange do Casco; 11. Tirante; 12. Bocal do Casco; 13. Flange da Tampa do
Casco; 14. Espelho Flutuante; 15. Tampa do Flutuante; 16. Flange do Flutuante;
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17. Anel Bipartido do Flutuante; 18. Conexão para Suspiro (vent); 19. Conexão
para Dreno; 20. Conexão para Instrumento; 21. Berço de Apoio; 22. Alça para
Suspensão; 23. Colarinho de Reforço; 24. Pescoço do Bocal; 25. Chicana
Transversal; 26. Chicana Longitudinal; 27. Defletor.
Fluido que passa nos tubos
Fluído mais sujo: • . É mais fácil remover a sujeira dos tubos do que a do casco.
Fluído mais corrosivo: • É mais fácil substituir tubos furados do que cascos.
Fluído com mais pressão: • Porque o casco tem menor resistência, por ser maior o seu
diâmetro.
Fluído menos viscoso: • A menos que a perda de carga deva ser muito baixa. • Água de
refrigeração: • Por facilidade de limpeza.
Fluído de menor vazão volumétrica • Em vista de o casco oferecer maior espaço, • Os
vapores condensáveis são geralmente colocados no casco.
CALOR SENSÍVEL -Quando o calor é utilizado pela substância apenas para variar sua
temperatura, sem troca de estado físico. (SEM MUDANÇA DE FASE)
CALOR LATENTE- Quando o calor trocado é utilizado pela substância para mudar de
estado físico, sob pressão constante, ele é chamado de calor latente. Não há variação de
temperatura. A quantidade de calor que precisa ser transferida por quantidade de massa
para que a substância mude de fase é quantificada pela constante chamada de calor latente
de transformação. (COM MUDANÇA DE FASE)
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Formas de transferência (propagação) de calor
1- Condução: ocorre de sólido para sólido do mais quente para o mais frio
Transferência de energia de partículas mais energéticas para partículas menos energéticas.
Necessita obrigatoriamente de meio material para se propagar. Característico dos sólidos.
2- Convecção: ocorre do sólido para um fluido (líquido ou gás) em movimento,
O transporte de energia térmica por convecção caracteriza-se pelo movimento de
partículas mais energéticas por entre partículas menos energéticas. É o transporte de calor
típico dos meios fluidos (entre o alumínio da panela e a água e entre o alumínio e o ar).
3- Radiação: é um fenômeno de superfície (o brilho é importante)
Não necessita de meio físico para ser transmitida pois a energia emitida é transportada
via ondas eletromagnéticas. Portanto, transporta-se energia calorífica pelo vácuo.
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