Robôs Substituem Juízes
Robôs Substituem Juízes
, 2022
Artigos
Resumo: O artigo evidencia o uso da inteligência artificial nos tribunais brasileiros, em especial, a
utilização de tecnologias que visam auxiliar magistrados no desenvolvimento de sua função e explora,
neste contexto, as diversas aplicações da inteligência artificial no Judiciário brasileiro, bem como as
problemáticas relacionadas à sua implementação. A metodologia de estudo utilizada para tanto é
bibliográfica e também empírica, consistindo na análise de artigos científicos, de notícias veiculadas pelos
sites oficiais dos tribunais brasileiros e em consultas e pedidos de informação direcionados às Ouvidorias
dos tribunais. Constatou-se que as informações institucionais veiculadas pelo Judiciário são esparsas, não
obstante, permite-se constatar que o Judiciário brasileiro está buscando implantar sistemas inteligentes
em suas tarefas. Conclui-se que a inteligência artificial tem auxiliado o Judiciário, basicamente, nos
procedimentos operacionais. A modernização da prática jurisdicional terá diversos desafios, dentre os
quais, está a necessidade de acesso a dados representativos e a capacidade de sistemas inteligentes
detectar e tratar possíveis vieses nos dados disponibilizados. Talvez a maior dificuldade a ser enfrentada
na implementação de sistemas inteligentes no Judiciário será a de se considerar nestes sistemas o
tratamento de questões que não podem ser resolvidas por simples aplicação de regras jurídicas, e que
dependem, primordialmente, da análise das circunstâncias fático-contextuais do caso concreto,
geralmente resolvidas por intermédio de princípios, os quais envolvem “elementos humanos”, tal como
o “bom senso” na ponderação de normas jurídicas.
Palavras-chave: Inteligência artificial. Poder Judiciário. Modernização. Hermenêutica jurídica.
1
Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da USP. Mestre em Direito pela PUCPR. Professor Adjunto no Departamento
de Direito de Estado (Graduação) e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas (Mestrado e
Doutorado) da UEPG. Director of the International Institute for Justice Excelence na Holanda e Líder do Projeto
MindTheGap Inovação em Direito. Juiz Federal junto ao TRF4.
2
Aluna especial no Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas da UEPG. Mestra em Direito
pela PUCPR. Graduada em Bacharelado em Direito na UEPG. Especialista em Direito Tributário pela Uniderp e em Direito
Público pela UniCesumar. Professora na ESMAFE. Assistente III de Juiz no TJPR.
3
Mestrando em Direito pela PUCPR. Especialista em Direito Tributário Empresarial e Processual Tributário pela PUCPR.
Bacharel em Direito pela UFPR. Advogado.
4
Doutor em Informática Aplicada pela PUCPR, com estágio de dois anos na École de Technologie Supérieure (ÉTS,
Montreal, Canadá). Pós-doutorado na ÉTS em 2013. Mestre em Engenharia Elétrica e Informática Industrial pelo CEFET-
PR. Professor Titular e pesquisador do Programa de Pós-Graduação (Mestrado/Doutorado) em Informática (PPGIa) da
PUCPR e Professor Associado e pesquisador na UEPG. Professor visitante no Centre for Pattern Recognition and Machine
Intelligence (CENPARMI – Concordia University, CA) no período de julho de 1998 a agosto de 2000. Avaliador
institucional do INEP/MEC. Bolsista de Produtividade em Pesquisa 1D do CNPq.
Artigo recebido em: 14 dez. 2021 – Artigo aprovado em: 18 fev. 2022.
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Abstract: This paper highlights the use of artificial intelligence in Brazilian courts, in particular, the use of
technologies that aim at assisting magistrates in the development of their typical function, as so, in this
context, the work explores the various applications of artificial intelligence in the Brazilian Judiciary, as
well as the problems related to its implementation. The study methodology used for this purpose is
bibliographic and empirical, consisting of the analysis of scientific articles, news published on the official
websites of the Brazilian courts and consultations, and requests for information directed to the
ombudsmen of the courts. It was found that the institutional information conveyed by the Judiciary is
sparse, however, it can be seen that the Brazilian Judiciary is seeking to implement intelligent systems in
its tasks. It is concluded that artificial intelligence aids the Judiciary mainly in its operational proceedings.
The modernization of jurisdictional practice will have several challenges, such as the need for meaningful
data, the ability of intelligent systems of depicting and handling potential biases in data. Perhaps the
greatest difficulty to be faced in the implementation of intelligent systems in the Judiciary will be to
consider in these systems the treatment of issues that cannot be resolved by simple application of legal
rules, and which depend, primarily, on the analysis of factual-contextual circumstances, often solved via
principles that involve human elements, such as the common sense in the weighting of judicial norms.
Keywords: Artificial intelligence. Judicial power. Modernization. Legal hermeneutics.
1 Introdução
A inteligência artificial – IA vem se tornando cada vez mais presente no nosso dia-
a-dia, ampliando nossa conectividade e agilizando nossas vidas. O uso de recurso
tecnológicos faz com a nossa produtividade aumente.
Estudos e pesquisas na área da IA não são novidades para o Direito, haja vista que
desde os anos 1960, com a informatização das Ciências Jurídicas e o desenvolvimento da
jurimetrics e da mechanical jurisprudence, este ramo do conhecimento tem sofrido
alterações e se desenvolvido (MAGALHÃES, 2005, p. 3).
A IA no Direito surge com o objetivo de melhorar a pesquisa jurídica. Como se verá
neste trabalho, alguns softwares são utilizados no mundo jurídico para identificar assuntos,
as partes e os pedidos do processo; outros, mais audaciosos, para sugerir decisões judiciais.
Nos últimos anos, a IA tem sido marcada por um gradual interesse pela questão da
argumentação jurídica enquanto processo dialético, negociação, problema da aceitabilidade
e comparação dos argumentos ou probabilística, sobretudo por influência de Habermas,
Apel, Günther e Alexy (MAGALHÃES, 2005, p. 15).
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como os tipos específicos de técnicas utilizadas, tais como agrupamento por k-médias,
agrupamento por densidade, modelos bayesianos, árvores de decisão, random forests,
XGBoost ou redes neurais convolucionais?”.
As máquinas podem pensar? Em 1950 esta pergunta foi feita por Alan Turing,
quando o matemático britânico e pai da IA publicou seu famoso artigo Computing
Machinery and Intelligence (TURING, 1995). Este evento marcava o início da IA, importante
ramo da Ciência da Computação, que tem viabilizado o desenvolvimento de soluções
tecnológicas inovadoras que permitem simular a capacidade humana de raciocinar e
resolver problemas de diferentes áreas do conhecimento.
Até o momento, a resposta para a pergunta de Turing é negativa, mesmo depois de
mais de meio século de pesquisas. Porém, durante a busca por uma resposta, os avanços da
IA têm sido surpreendentes. Robôs de conversação – chatbots, sistemas inteligentes para
planejamento de rotas e atividades, veículos autônomos, sistemas de controle de acesso
baseados em biometria, leitores automáticos de documentos – OCRs, sistemas de
recomendação e soluções de auxílio ao diagnóstico médico são apenas algumas das
soluções que já são realidade no cotidiano da sociedade moderna (RUSSEL & NORVIG,
2016).
A IA é considerada multidisciplinar e recentemente uma de suas disciplinas tem
recebido atenção especial – a Aprendizagem de Máquina – AM. Esta nos permite “ensinar”
a máquina a partir de exemplos do problema que se pretende resolver exigindo um mínimo
de programação (HAN et al., 2011).
As técnicas de indução utilizadas na AM tornam a máquina capaz de aprender a
partir de dados, gerando modelos cognitivos que sua vez podem ser preditivos ou
descritivos. Modelos preditivos são utilizados em tarefas de classificação e regressão. A
classificação, muito utilizada em nosso cotidiano, permite que a máquina realize a
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criação de máquinas que irão além da simples simulação do raciocínio, mas sim de máquinas
que terão consciência e a capacidade de pensar (SEARLE, 1980).
Conforme supracitado, os sistemas inteligentes atuais são projetados para
reconhecer padrões em dados e aplicados em cenários específicos, apresentando
performance muitas vezes superior a especialistas humanos do domínio de aplicação. Um
exemplo é o sistema AlphaZero (SILVER et al., 2017) desenvolvido pelo Google DeepMind
(DEEPMIND), inicialmente desenvolvido para aprender o jogo Go (denominado
primeiramente como AlphaGo) (SILVER et al., 2016), mas que atualmente é capaz de vencer
enxadristas profissionais e times profissionais de e-sports como o StarCraft II (Sistema
AlphaStar) (VINYALS et al., 2019).
Entretanto, o foco deste artigo está nas Ciências Jurídicas e parafraseando Turing, a
questão de pesquisa aqui seria: as máquinas podem colaborar com a justiça? Em outras
palavras: quais são as aplicações e as problemáticas relacionadas ao uso da IA no Poder
Judiciário brasileiro? Com isto em mente, faz-se uma revisão bibliográfica de quais
tecnologias vêm sendo utilizadas, implementadas ou desenvolvidas no Poder Judiciário
brasileiro. Mais que isto, discute-se as problemáticas relacionadas à IA no Judiciário,
relacionando as principais soluções inteligentes em uso nos tribunais brasileiros e
destacando algumas das dificuldades que impõe limitações ao uso de IA nas decisões do
Judiciário.
A IA vem sendo utilizada nos mais diversos meios. No Direito, está sendo empregada
com o objetivo de auxiliar os profissionais na área no desenvolvimento de suas atividades,
inclusive dentro do Poder Judiciário brasileiro.
Tal como relatado na fase introdutória deste artigo, a pesquisa desenvolvida
envolveu o método bibliográfico, consultando-se artigos científicos e notícias oficiais
veiculadas na Internet, bem como o método empírico. A fim de dar maior credibilidade ao
material colhido na web, utilizou-se os serviços de Ouvidoria disponibilizados pelos tribunais
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Além disto, deve-se ressaltar que em meados de 2017, com o objetivo de ampliar o
desenvolvimento de tecnologias voltadas à evolução da prestação jurisdicional, o Conselho
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O PJe, Processo Judicial Eletrônico, é um sistema de tramitação de processos judiciais. Para maiores informações,
consultar o site do Pje (PJE).
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edição e redação de acórdãos, com recursos de copiar e colar palavras e trechos. O objetivo
de sua implementação é dar celeridade à atividade jurisdicional, uma vez que servidores do
núcleo de repercussão geral levariam em torno de quarenta e quatro minutos para
conclusão do mesmo trabalho que Victor realiza em cinco segundos (NOTÍCIAS STF, 2018).
De acordo com o site oficial do STF, as funcionalidades de Victor irão além de seu objetivo
inicial de celeridade, mas o sistema não chegará a ocupar o lugar de juízes (NOTÍCIAS STF,
2019).
Os resultados esperados são velocidade (redução de tempo de tramitação de
processos) e aproveitamento de conteúdos, facilitando a localização de peças processuais,
bem como a identificação dos processos relacionados aos temas de repercussão geral
(TOFFOLI & GUSMÃO, 2019, p. 33). A tecnologia criada pelo Supremo em conjunto com a
UnB não decide ou julga e foi criada, em suma, para atuar na organização de processos
judiciais, aumentando a eficiência da atividade jurisdicional.
No Superior Tribunal de Justiça – STJ se encontra em desenvolvimento, pela
Assessoria de Inteligência Artificial da própria Corte, o sistema Sócrates, que tem como
objetivo o reconhecimento de texto das peças processuais, a classificação dos processos por
temática antes de sua distribuição no tribunal e a separação de casos com controvérsias
idênticas para fins de aplicação de precedentes (CONSULTOR JURÍDICO, 2018). Sócrates está
sendo construído com a capacidade de efetuar um exame automatizado do recurso e do
acórdão recorrido, de apresentar referências legislativas, listar casos semelhantes e sugerir
a decisão a ser tomada (MIGALHAS, 2019). Tal como Victor, Sócrates apenas busca auxiliar
a atividade jurisdicional, de modo que as tomada de decisões e os julgamentos continuarão
sendo funções do magistrado.
Já no Tribunal Superior do Trabalho – TST, o sistema Bem-te-Vi, lançado no ano de
2018, gerencia processos judiciais utilizando a IA analisando, automaticamente, a
tempestividade dos processos. O software tem código aberto e se integra ao eRecurso6, ao
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ERecursos era o sistema que permitia a interposição de recursos online em face de decisões do INSS. Hoje substituído
pelo E-Sisrec (ERECURSOS).
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PJe e ao DEJT7. Conforme notícia veiculada pelo site oficial do tribunal, a próxima fase do
Bem-te-Vi é incluir alertas a fim de indicar os impedimentos dos ministros do tribunal no
julgamento de processos. Inclusive, em seu primeiro módulo, o Bem-te-Vi:
conta com diversos filtros que permitem saber, por exemplo, quantos
processos estão relacionados a determinado tema, há quanto tempo essas
ações chegaram ao gabinete ou se o número de julgados está de acordo
com as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
(TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, 2019).
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DEJT é o Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT).
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seis, feitos pelas Turmas” e, finalmente, na terceira, “será realizada a leitura de dados e
identificação de modelos de minutas já consolidadas em cada gabinete de acordo com os
posicionamentos dos desembargadores” (ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – TRF1,
2020b).
Outrossim, em resposta encaminhada pela Ouvidoria do Tribunal Regional Federal
da 3ª Região – TRF3, relatou-se a utilização da IA nas seguintes situações: cadastro e
indicação de modelos de manifestações processuais de acordo com o padrão de ação e
entendimento do magistrado; classificação do processo judicial em relação à classe, ao
assunto e aos dados da parte, para otimizar e reduzir o tempo despendido pelo setor
competente; assim como, a utilização de uma rede neural artificial no controle de prevenção
do magistrado. Além disso, a Ouvidoria informou que implementaria a integração com o
sistema PJe, a fim de aprimorar a criação de modelos para decisões e despachos.
Por usa vez, o Tribunal Regional da 4ª Região – TRF4 informou, por meio de sua
Ouvidoria, a existência de quatro iniciativas para implementar a IA. A primeira iniciativa, que
está em produção, visa classificar os temas na Vice-Presidência e nas Turmas Recursais, a
fim de facilitar a identificação de temas repetitivos, caso destinado ao STJ, de repercussão
geral, se endereçado ao STF, de pedidos de uniformização de jurisprudência, se enviado à
Turma Nacional de Uniformização, de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e
Incidente de Assunção de Competência, ambos destinados ao próprio TRF4. Em todas estas
situações, apresenta-se uma ou mais sugestões de temas relacionados ao conteúdo do
recurso. Num segundo eixo, a IA, em produção para algumas varas apenas, será utilizada
para validar automaticamente o assunto informado pelo advogado ou pelo procurador com
base na análise do texto inicial. A terceira iniciativa deve identificar semelhanças entre a
petição inicial do novo processo com exemplos cadastrados previamente pela vara federal,
isto é, será realizada uma triagem automática de processos. Por ora, este instrumental se
restringe a um projeto piloto numa unidade judicial. A última e quarta iniciativa é a sugestão
de modelos de minutas à situação do processo, também em desenvolvimento.
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soap e rest (TOFFOLI & GUSMÃO, 2019, p. 36). Das informações prestadas pela Ouvidoria do
tribunal, foram citados como IA, além dos sistemas acima mencionados, o Canal Conciliar
(MLC, 2019), que utiliza como base de dados código da classe e código do assunto para
sugerir a natureza do processo, fazendo uso do algoritmo AdaBoost (SCHAPIRE, 1990).
No Tribunal de Justiça do Estado de Goiás – TJGO opera o sistema de IA
denominado BERNA – Busca Eletrônica em Registros usando Linguagem Natural, que
identifica e unifica, de maneira automática, volumes significativos de demandas judiciais em
trâmite que possuam o mesmo fato e tese jurídica esboçada na petição inicial. Com isto, o
software permite a realização de conexões de processos em tramitação, a verificação se
determinado grupo de processos se encaixa nos precedentes dos Tribunais Superiores e
análise da viabilidade de aplicação do Enunciado 73 do Fórum Nacional dos Juizados
Especiais. BERNA ainda facilita a identificação de processos para que as Turmas de
Uniformização criem súmulas (LEONARDO & LOPES, 2020).
No Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais – TJMG, há a plataforma Radar,
que permite aos magistrados a verificação de casos repetitivos, agrupando-os a fim de que
se permita um julgamento em conjunto a partir de um caso paradigma (ASSESSORIA DE
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL, 2018a). Por seu intermédio, os magistrados podem
efetuar buscas inteligentes por palavra-chave, conforme a necessidade, além da taquigrafia
digital, a qual permite a transcrição imediata dos áudios gravados durante o julgamento
(ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL, 2018b).
No Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – TJPR, desde 2019, o Departamento de
Tecnologia da Informação e Comunicação deu início a um estudo para desenvolver e
implantar o Projeto de Inteligência Artificial e Automação – PIAA. No site do tribunal vê-se
que a IA tem auxiliado servidores na utilização do sistema Bacenjud8, permitindo o acesso a
dados de forma automatizada e o bloqueio judicial de valores em contas bancárias, bem
como está sendo implementada para a identificação de prescrição com base em certidões
de dívida ativa – CDA (COMUNICAÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ, 2020). O
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Bacenjud é um sistema que interliga o Poder Judiciário ao Banco Central e às instituições financeiras (BACENJUD).
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No que diz respeito ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte – TJRN,
existem três sistemas de IA: Poti, Clara e Jerimum. O software Poti executa bloqueios e
desbloqueios de contas bancárias e emite certidões relacionadas ao Bacenjud,
automatizando processos repetitivos, contudo, sem uso comprovado de IA. Por outro lado,
Clara lê documentos e recomenda tarefas que serão aprovadas por um servidor, enquanto
Jerimum categoriza e rotula processos. Os dois últimos estão em fase de testes e detalhes
sobre as técnicas utilizadas não foram divulgados (ADVOGADO DIGITAL, 2020).
No Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS, a IA tem sido utilizada
nos processos de execução fiscal. Segundo informação do site oficial do tribunal, o sistema
de inteligência artificial tem como veículo o ePROC9, que:
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EPROC, tal como o Pje e o Projudi, é um sistema que permite a tramitação de processos eletronicamente. É utilizado,
por exemplo, pela Justiça Federal do Paraná (EPROC).
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UnB, o tribunal visa automatizar o processo de distribuição de mandados. SIJE, sigla para
“Sistema Inteligente da Justiça Especial”, permitirá a interligação entre Juizados Especiais e
cidadão. O SIJE concede ao interessado a possibilidade de escrever a petição e encaminhar
ao tribunal por meio de aplicativo de celular. O Scriba, também chamado de “Sistema de
Audiência Inteligente” pelo tribunal, foi desenvolvido junto à empresa Mconf e será usado
dentro do Projudi10 para audiências. Giulia é um aplicativo apresentado pela empresa Map
Innovation e que promete possibilitar que funcionários com deficiência auditiva atendam
pessoas, interpretando a linguagem de sinal e falando com seus operantes. Já o Chatbot é
um robô assistente que interage com as pessoas por meio de mensagens automatizadas,
possibilitando a automação de tarefas repetitivas e burocráticas. O site do tribunal elenca
como vantagens da utilização do Chatbot:
No TJRO, além da criação do sistema Sinapses junto ao CNJ relatada acima, existem
sistemas de automação e de apoio à decisão que realizam a classificação de petições iniciais
conforme temas previamente especificados (Triagem de Grande Massa que utiliza como
tecnologia o modelo de classificação com representação de bag of words); que sugere, de
acordo com a Tabela Processual Unificada do CNJ – TPU, qual a movimentação a ser aplicada
no ato do magistrado (Movimento Processual Inteligente que também utiliza representação
de bag of words e possui versões utilizando redes neurais convolucionais e de aprendizagem
por transferência – transfer learning da Wikipedia); que identifica a petição inicial (Verifica
Petição); que identifica a similaridade entre documentos varrendo as bases processuais
(Similaridade Processual utilizando a tecnologia de agrupamento de documentos similares);
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Projudi, sigla para Processo Judicial Digital, se trata de um software de processo eletrônico (PROJUDI).
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que lê, identifica e possibilita a extração de partes de acórdão (Acórdão Sessões que utiliza
modelo de classificação com representação de bag of words); que produz, de modo
automático, sugestões de textos com base no que já foi escrito (Gerador de Texto
Magistrado que tem por tecnologia o modelo probabilístico); e, que produz resumos
customizados de textos (Sumarizador) que tem por tecnologia o Gensim (REHUREK &
SOJKA, 2010). Além destas ferramentas, o tribunal desenvolveu junto ao CNJ e o Tribunal
Regional Federal 3a Região um sistema que varre bases processuais e identifica possíveis
casos de prevenção, conforme o Código de Processo Civil (Análise de Prevenção que,
novamente, utiliza técnicas de clustering para agrupar documentos similares) (TOFFOLI &
GUSMÃO, 2019, p. 29-32).
No que diz respeito ao Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso – TRE-MT, muito
embora em consulta à Ouvidoria se tenha resposta negativa quanto à aplicação da IA em
processos judiciais e administrativos (foi informado sobre a implantação do PJe e do Sistema
Eletrônico de Informações – SEI), em consulta à Internet é possível averiguar a existência de
notícia em que o tribunal está utilizando o software chamado Rybená, que se trata de IA.
Embora não diretamente vinculado aos processos administrativos e judiciais, interessante
ressaltar que Rybená é uma IA que promove a inclusão digital e social de pessoas com
deficiência auditiva ou visual, “com síndrome de Down, com baixo letramento, idosos e
disléxicos, entre outros, em todas as informações, notícias, e manifestações públicas
disponibilizadas por meio do portal.” A ferramenta é utilizada no site do tribunal e conta
com os padrões de acessibilidade adotados na administração pública (Modelo de
Acessibilidade em Governo Eletrônico – e-MAG) (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO
MATO GROSSO). O mesmo sistema também é utilizado pelo Tribunal Regional Eleitoral do
Rio Grande do Norte – TRE-RN (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO
NORTE).
Quanto ao Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região – TRT6, ainda que não haja
aplicação de IA na atualidade, a Ouvidoria prestou informação da criação da Seção de
Design e Inteligência Artificial, vinculada à Coordenadoria de Sistema COSIS da Secretaria
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Utiliza-se aqui uma significante ampla para o vocábulo “leis”, abrangendo todos diversos outros atos normativos
válidos, a exemplos dos previstos no art. 59 da Constituição Federal.
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da lei na maior parte das vezes12. Isto porque a primordial característica desses textos legais,
conhecidos por regras jurídicas, consiste em sua semântica fechada.
No caso das regras a previsão legal é aplicável a priori, não demandando análise do
caso concreto para a identificação de sua incidência normativa, a exemplos do tipo penal13
e da hipótese de incidência tributária14.
Havendo mais de uma regra potencialmente aplicável, são comumente utilizados
três critérios para a seleção da mais adequada: especialidade, temporal e hierárquico. A regra
especial prevalece sobre a geral; a regra mais nova prevalece sobre a antiga naquilo que lhe
for contrária e a regra superior prevalece sobre a inferior15. Note-se que são lógicas de tudo
ou nada: a mais especial em relação à genérica, a mais nova em relação à mais velha, a mais
importante em relação à menos importante.
Ocorre que o sistema jurídico brasileiro também é integrado por princípios, cuja
característica primordial consiste em sua semântica aberta, demandando espaço
interpretativo bastante amplo e abrindo considerável espaço hermenêutico para opções
valorativas do intérprete.
Não se sabe a priori o que significa boa-fé, sendo imprescindível a análise dos fatos,
do contexto do caso concreto, para se chegar a uma possível solução jurídica. Também não
há como compreender a priori se uma propriedade está ou não atingindo sua função social
sem o debruçar-se sobre os fatos inerentes ao contexto do caso. O mesmo se diga em
relação à função social do contrato e tantas outras previsões normativas com semântica
aberta. A identificação do âmbito de proteção normativa de um princípio não é identificável
a priori, sendo imprescindível a análise fática contextual.
Não há como conhecer as amplitudes de direitos quando previstos em forma de
princípios, a não ser a partir do momento em que eles colidem com direitos de outras
12
A alusão a Montesquieu em sua menção ao juiz como “la bouche qui prononce les paroles de la loi” é proposital
(MONTESQUIEU, 2008 p. 434).
13
“Matar alguém. Pena: reclusão, de seis a vinte anos” (Código Penal, art. 121, caput).
14
“O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, devido anualmente, tem como fato gerador a
propriedade de veículo automotor” (Lei 13.296/2008, art. 2º) (BRASIL, 2008).
15
Para Eros Roberto Grau “[...] a interpretação de qualquer texto de direito impõe ao intérprete, sempre, em qualquer
circunstância, o caminhar pelo percurso que se projeta a partir dele – do texto – até a Constituição. Um texto de direito
isolado, destacado, desprendido do sistema jurídico, não expressa significado normativo algum” (GRAU, 2003, p. 40).
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16
“A todos são garantidos o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à propriedade e à segurança” (Constituição Federal,
art. 5º, caput).
17
“Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV” (Constituição Federal, art.
220, § 1º).
18
“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação” (Constituição Federal, art. 5º, X).
19
“A hipótese da fundamentação moral do Direito significa que as decisões são proferidas com justificação não na lei,
mas em juízo próprio do julgador, na conformidade de sua formação, cultura e ideais humanos” (BEZERRA, 2010).
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Volte-se ao exemplo do IPVA: “O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, devido anualmente,
tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor” (Lei 13.296/2008, art. 2º). Os significados de fato gerador,
propriedade e veículo automotor demandam construção de sentido e significado.
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pela parte com base na análise da petição inicial, identificação de semelhanças entre a
petição inicial do novo processo com exemplos cadastrados previamente, identificação de
informações processuais repetitivas e sobre o apontamento de inconsistências entre os
dados dos documentos anexados à petição inicial de execução fiscal.
Segundo dados do Relatório Justiça em Números 2019 publicado pelo Conselho
Nacional de Justiça, o Sistema de Justiça brasileiro contava com 78.691.031 processos em
estoque, isto é, pendentes de julgamento ao final de 2018. Naquele ano ingressaram
28.052.965 casos novos e foram proferidas 32.399.651 sentenças (COORDENADORIA DE
IMPRENSA). Esse é o cenário a justificar a harmonia entre as diversas iniciativas no uso de IA
no Judiciário, porquanto aumento de produtividade e estímulo à eficiência são necessidades
primordiais no Sistema de Justiça brasileiro.
Essa harmonia é consistente inclusive em sistemas como: o Victor no STF, que faz
juízo sobre repercussão geral mediante a aplicação de teses já consagradas, com a
consequente devolução do recurso ao tribunal de origem; o Sócrates no STJ, que realiza o
exame automatizado do recurso e do acórdão recorrido, apresenta referências legislativas,
lista casos semelhantes e sugere a decisão a ser tomada; o Alei no TRF1, que sugere
propostas de minutas que terão por base os acórdãos já consolidados; o sistema no TRF3,
que indica modelos de manifestações processuais de acordo com o padrão de ação e o
entendimento do magistrado; a Clara no TJRN, que lê documentos e recomenda tarefas que
a ser aprovadas por um servidor; o Sinapses, oriundo de parceria entre o CNJ e o TJRO que
faz sugestões de textos e resumos customizados; a IANA no TRF5, que realiza busca em
legislação; e o Corpus 927, que agrupa decisões vinculantes, enunciados e orientações
referentes ao o art. 927 do Código de Processo Civil.
Isto porque se está essencialmente utilizando o universo de dados disponíveis no
sistema de justiça brasileiro,21 grande parte já estruturada, para o fornecimento de sugestões
baseadas em padrões documentais, processuais, legislativos ou até mesmo decisórios para
21
O relatório do CNJ também fornece informações sobre processos judiciais em meio eletrônico: “mais de 83% dos casos
novos de 2018 foram peticionados eletronicamente”, sendo que “[…] os processos físicos ficaram reduzidos a 16,2% do
total” (COORDENADORIA DE IMPRENSA).
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5 Considerações finais
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Justiça. Isto é, a IA tem sido implementada para auxiliar juízes e servidores em seu dia-a-dia
em tarefas operacionais.
Soluções inteligentes que possam contribuir na tomada de decisão jurisdicional
(seja auxiliando ou substituindo magistrados no julgamento de processos judiciais), ainda
são temas de pesquisa. Dentre os desafios para se chegar neste nível de sistemas
inteligentes, destacam-se a necessidade de dados representativos, da capacidade destes
sistemas de detectar e tratar possíveis vieses nos dados e a necessidade, em alguns casos,
do uso de “elementos humanos”, tal como o “bom senso” na ponderação de normas
jurídicas.
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