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As Políticas Educativas de Moçambique

O artigo analisa as políticas educativas em Moçambique, destacando a centralização do poder e a necessidade de descentralização na administração educacional. Apesar das reformas, a qualidade da educação permanece insatisfatória, com um sistema que prioriza a quantidade em detrimento da qualidade. A implementação de novas pedagogias e a adaptação ao contexto social e econômico do país são essenciais para melhorar o acesso e a eficácia do ensino.

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As Políticas Educativas de Moçambique

O artigo analisa as políticas educativas em Moçambique, destacando a centralização do poder e a necessidade de descentralização na administração educacional. Apesar das reformas, a qualidade da educação permanece insatisfatória, com um sistema que prioriza a quantidade em detrimento da qualidade. A implementação de novas pedagogias e a adaptação ao contexto social e econômico do país são essenciais para melhorar o acesso e a eficácia do ensino.

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AS POLÍTICAS EDUCATIVAS DE

MOÇAMBIQUE: UMA ANÁLISE


CRÍTICA
Publicado em 21 de February de 2013 por Ana Amalene Emila Victor Joao

SOBRE AS POLÍTICAS EDUCATIVAS DE MOÇAMBIQUE: UMA ANÁLISE


CRÍTICA

Ana Amalene E.V. João

Universidade Pedagógica de Moçambique

Delegação de Quelimane

Departamento de Ciências da Educação e

Psicologia

Notas Introdutórias

O presente artigo pretende analisar e interpretar a realidade política e educacional em


Moçambique, concretamente no que diz respeito a educação Primaria, Secundária e
Superior. Aborda também a questão da formação contínua do profissional de educação
no âmbito da sua própria administração, o balaço das competências e analise do alcance
dos objectivos traçados, bem como a necessidade de uma descentralização da
administrativa e dos processos de planificação da educação, criando estratégias de
comunicação que se adequam a cada realidade educativa da comunidade.

Políticas Educativas De Moçambique

Moçambique é um estado unitário e centralizado, e a maioria dos poderes e recursos


está concentrada no nível central. Contudo, isto está a mudar lentamente à medida que o
país descentraliza e desconcentra a administração pública – embora o caminho seja
ainda longo.Na educação, a descentralização inclui a adopção de um programa que
oferece fundos directamente às escolas (especialmente primárias), assim como a criação
dos conselhos de escola. Em ambos, o objectivo é garantir uma maior prestação de
contas, eficiência e efectividade no uso dos recursos por meio de decisões atempadas e
uma prestação eficaz de serviços públicos. Na Lei n° 6 da Lei n° 2/97, de 18 de
Fevereiro está plasmado que a educação constitui atribuição das autarquias locais, esta
lei ainda prevê as condições para transferências de competências dos órgãos do estado
para as autarquias locais e o princípio de cooperação entre os municípios e órgãos locais
do Estado; a lei 11/97, de 31 de Maio das Fianças Autárquicas, no domínio de educação
refere que compete as autarquias locais a construção e gestão dos equipamentos do
ensino pré-escolar, primário e educação de adultos.
Em Moçambique, apesar das políticas de globalização e actualização do ensino que têm
em conta as necessidades do mercado internacional , a “política de quase todos os países
do mundo”, a realidade da educação tende em manter uma pedagogia tradicional
baseada na exposição dos conhecimentos pelo professor, geralmente, exposição oral.
“Na pegdagogia tradicional o professor dirigi o educando para a sua formação
intelectual e moral, tendo em vista, no futuro, assumir a sua posição individual na
sociedade, de acordo com os ditames dessa sociedade.” (LUCKESI, 2007:154).

Tendo em conta as condições físicas e organizacionais das instituições educativas do


nosso país, como por exemplo, o excesso de alunos nas salas de aulas, impede ou
dificulta o dinamismo e interacção entre professor- alunos na sala de aulas, o que faz
com que os professores se limitem em expor os conteúdos e avaliá-los no fim de cada
periodo. Automaticamente, o aproveitamento pedagógico tende em decrescer ano após
ano.

As políticas educativas pré- estabelecidas pelo Estado moçambicano entram em


desarmonia com as próprias realidades económicas e sociais do país. Pretende-se
massificar o ensino de modo a minimizar significativamente o analfabetismo. O Estado
deve apresentar um elevendo índice de alfabetização para justificar a receita dos
Doadores como a organização internacional, a UNESCO, por se preocupar em analisar
as perspectivas da educação segundo o paradigma social apresentado nesse milênio que
se inicia.

Essa política faz-se peceber com o exemplo da introdução da Passagem Semi


Automática no 1ᵒ grau do ensino primário, mas, dificilmente se consegue implementar
com sucesso porque ao seguirmos essa teoria conseguir-se-a atingir apenas as metas
estatísticas ( quantidade) e um grande fracasso em termos de qualidade e eficiência no
processo de ensino e aprendizagem.

Em Moçambique, também se adopta a pedagogia tecnicista que é uma instrução


programada com o uso de pacotes de ensino ou módulos instrucionais, implicando em
aprender no mais curto espaço de tempo. Essa pedagogia é mais usada para o ensino
técnico e superior através de cursos de sistemas curriculares modulares e Sistema de
Ensino à Distância em Licenciaturas ou Mestrados.

O Sistema de Ensino à Distância é um sistema político implementado pelo Ministêrio da


Educação como forma de dinamizar o ensino, criar interacções entre instituições
escolares e dar possibilidade de formação aos indivíduos localizados em disrtitos que
não têm escolas de ensino técnico e superior. Em cumprimento das orientações saídas
do Terceiro Congresso foi criado, dentro do Instituto Nacional de Desenvolvimento da
Educação (INDE), um Departamento de Ensino à Distância (DED). Este Departamento
produziu um documento (Ministério de Educação e Cultura 1980) que é uma espécie de
estudo de viabilidade. O documento ampliou o conceito de ensino por correspondência
e introduziu no país o termo "ensino à distância". O estudo recomendou que os
professores primários fossem considerados o primeiro grupo alvo do ensino à distância.
Em 2001 a ministra do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia criou em
uma comissão interdisciplinar com a tarefa de desenhar uma estratégia para a introdução
da educação à distância no ensino superior em Moçambique Esse sistema representa
muita polémica e insatisfação no seio da sociedade, porque formam-se vários indivíduos
a curto espaço de tempo e em condições metodológicas que não apresentam
credibilidade e eficácia em termos de qualidade. Por exemplo, na Universidade
Pedagógica, um módulo de licenciatura tem apenas 90 minutos de contacto com o
docente. Dificilmente se pode considerar como tempo suficiente num processo de
ensino e aprendizagem. Considerando, que o nosso país ainda não está abalizado nas
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), como se explicaria a qualidade de
ensino em apenas 90 minutos?

Outro exemplo de política educativa moçambicana que causa discussão é a introdução


do sistema 10ᵒ + 1, pois os dois anos intermediário que constituem o pré-universitário
preparem o indivíduo para o ensino universitário. Se se tomar em conta as realidades de
Moçambique, dificilmente falar-se-a em qualidade através desse sistema.

Em relação ao ensino superior, o Estado moçambicano tende em seguir as teorias e


práticas de Escola Nova ( de elite). O Estado tem que elaborar políticas modernas e
democráticas, mas sem fugir as realidades económicas e sociais do país. Ao longo dos
anos o período de formação superior foi diminuindo de 5 anos para 4 a 3 anos de
formação. Segundo a Lei nᵒ 5/2003 do Ensino superior artigo 6 sobre autonomias
Científicas, as Instituições do Ensino Superior gozam de autonomia cientfica e
pedagógica que lhe confere a capacidade de definir métodos, escolher o processo de
avaliação e introduzir novas experiências pedagógicas. As universidades tem
autonomia para ter a sua política educativa, mas por vezes esquecem-se que se trata de
Moçambique, um país em vias de desenvolvimento, que carece de meios económicos
para custear as exigências do ensino superior, que carece de bibliografias nas
bibliotecas e ainda se observa a falta de cultura em relação as TICs. Se tomarmos em
consideração que maior parte dos docentes universitários em licenciatura são
licenciados, o que já é consideredo como errado e um dos objectivos do Estado
moçambicano é reverter a situação, apostando na formação do corpo docente. O que se
dirá da qualidade do ensino e da qualidade profissional se diminuirem os anos de
formação académica? O Estado, ao fazer o Plano Curricular deve harmonizar as
políticas educativas, tendo em conta as necessidades da sociedade. Moçambique não
tem condições de adaptar-se ao currículo europeu, porque o nível de formação é
diferente. O currículo de um Estado deve se enquadrar ao contexto social e ao nível
económico e não por uma questão de competitividade.

Notas Conclusivas

A qualidade da educação é uma das principais preocupações em relação ao sistema, uma


vez que as várias reformas introduzidas até o momento não parecem ter obtido um
efeito positivo significativo. O governo continua a lutar para encontrar soluções para
estes problemas. Entretanto, existem dúvidas sobre as razões pelas quais as políticas e
reformas adoptadas continuam a conduzir a resultados insatisfatórios. O acesso aos
níveis superiores do ensino primário, secundário e superior continua a ser restritivo. A
tentativa de implementar uma política educativa de descentralização, tem sido um dos
maiores desafios. Fazer com que cada Poder Local ou Autarquia tenha o poder de
elaborar as suas próprias polítivas e estratégias educativas, tendo em conta as
necessidades de sociedade local. As informações sobre a melhoria no acesso à educação
não demonstram como os pobres e outros grupos vulneráveis estão posicionados no
sistema. As actuais políticas pretendem reduzir dos problema da educação em
Moçambique, massificar o ensino e reduzir significativamente o analfabetismo.
Referências Bibliográrifas

Assembleia da República. Lei Base das Autarquias, lei número 2/97 de 28 de Maio e
Lei nº 11/97,31 de Maio.

Assembleia da República, Lei nᵒ 5/ 2003 de Ensino Superior.pdf (Protegido)-adobe


Reader 21 de Janeiro de 2003, 20-(77)

Assembleia da República, Lei nᵒ 6/92 de Sistema Nacional da Educação.pdf


(Protegido)-Adobe `104-(8)

DURKHEIM, Émilie. Educação e Sociologia. 1958-1917. São Paulo: Melhoramento


[Rio de Janeiro] Fundação Nacional de Material Escolar, 1978.

LEMMER, Eleonor, Educação Contemporânea – Questão e tendências blobais,


Maputo, Moçambique, 1ᵒ Edição, Texto Editores, 2006.

LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da Educação.Brasil. São Paulo. CORTEZ


EDITORA. 2007.

Boletim nº103 - ANMP - Boletins ANMP [Edição Electrónica]

www.anmp.pt/anmp/press/bol/2002/bol10302.html- acessado 27/06/2012

Plano Quinquenal do Governo. (2010-2014). Obtido no dia 21/04/11em


www.portaldogoverno.gov.mz

PDF] Educação e desenvolvimiento. Um olhar sobre o Plano Estratégico de educação


(2004-2008) de Moçambique -Martins - Revista Lusófona de Educação, 2004 -
redalyc.uaemex.mx – acessado em 8 de Janeiro de 2013

Revisado por Editor do Webartigos.com

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