2.
Tafonomia: importância para a aplicação dos métodos geoquímicos
em fósseis;
Desde a sua definição em 1940, a tafonomia revolucionou o estudo e a
interpretação de depósitos orgânicos em paleontologia, arqueologia e ciência
forense. O seu objetivo inicial era a detecção e quantificação dos
enviesamentos derivados dos processos de deposição e preservação, de modo
a melhorar as reconstruções e estimativas paleobiológicas. Mais tarde,
percebeu-se que a alteração tafonômica não resultava apenas em perdas de
informação; o próprio agente ou processo tafonômico era relevante, e a
alteração tafonômica resultava em ganhos de informação relativamente a
esses processos. Isto se torna especialmente relevante quando o ser humano
é um dos agentes tafonômicos envolvidos. A tafonomia é uma disciplina
multidisciplinar que recolhe informações de domínios tão diversos como a
geomorfologia, a sedimentologia, a estratigrafia, a geoquímica, a
bioquímica, a microbiologia, a ecologia, a zoologia, a botânica e a
antropologia. A tafonomia também inclui vários subcampos. A necrologia e a
bioestratinomia centram-se na origem do depósito, incluindo o modo e o
momento da deposição, enquanto a diagênese estuda a alteração pós-
soterramento. A tafonomia quantitativa produz estimativas numéricas de
parâmetros comunitários e populacionais.
A Tafonomia é dividida em duas subdivisões. A Bioestratinomia abrange o
estudo dos eventos decorridos da morte de um organismo até o momento em
que ele passa a sofrer as ações físicas e químicas que o levam à fossilização.
Em outras palavras, compreendem, nessa fase, a maior parte dos eventos que
levam à destruição dos esqueletos, conchas, carapaças, troncos, folhas e todo
tipo de resto orgânico. Esses incluem a sua fragmentação, seja pelo
transporte pela chuva ou por carniceiros, além do pisoteio por outros
organismos; a necrólise dos tecidos moles e a desarticulação de seus restos
esqueléticos, facilitada por condições de alta concentração de oxigênio e
dificultada em ambientes anóxicos ou muito áridos; a incrustação por
organismos que se valem de superfícies duras para se fixarem, entre outros.
Caso os restos sobrevivam ao período de residência na chamada “zona
tafonomicamente ativa”, as condições químicas e físicas do ambiente de
deposição passam a atuar, levando o resto orgânico à fossilização
propriamente dita. A esta segunda subdivisão dá-se o nome de
Fossildiagênese ou Diagênese dos Fósseis. É nessa fase em que muitos
vegetais perdem os compostos voláteis de seus tecidos, restando apenas um
filme de carbono, processo de fossilização conhecido como incarbonização ou
cabonificação; pode ocorrer também o preenchimento de estruturas porosas,
como ossos e troncos, comumente por sílica, a chamada permineralização;
conchas e demais estruturas formadas por câmaras são, por vezes,
preenchidas por sedimento, dando origem a moldes internos; quando é a
superfície externa que deixa sua marca preservada no sedimento, temos os
moldes externos e; quando forma-se a réplica do fóssil, geralmente a partir da
dissolução do esqueleto e preenchimento do espaço deixado por ele, temos o
contramolde; também pode ocorrer a formação de concreções minerais em
torno do corpo em fase inicial de decomposição, formando uma espécie de
sarcófago que o protege da compactação das camadas sobrejacentes. Em
casos mais raros há a preservação inclusive de tecido mole, como pele e
órgãos. A chamada preservação total ocorre em condições ambientais
específicas, isto é, em ambientes áridos, como mamutes, rinocerontes e outros
grandes mamíferos preservados por criopreservação, ou preservação em
locais muito frios; ou quando pequenos animais e vegetais são capturados pela
resina fresca de uma árvore, fossilizando-se em uma inclusão em âmbar.
Podem também serem preservadas estruturas vestigiais das atividades de um
organismo, tais como pegadas, túneis, galerias, cascas de ovos, fezes, os
chamados icnofósseis.
Após o soterramento, a compactação (peso do sedimento sobre os fósseis
iniciando a estratigrafia de camadas de sedimentos), cimentação (sedimento
depositado sobre o organismo e dentro dele, por meio de processos químicos
de pressão e temperatura, se solidifica e passe a formar uma rocha
sedimentar), e a litificação (onde a rocha sedimentar é formada envolta do
fóssil e este assimila todas as características da rocha sejam elas minerias,
física e químicas), são processos da diagênese. A avaliação destes processos
fossildiagenéticos ou diagênese dos fósseis são importantes na aplicação de
métodos geoquímicos, pois embora não contenham a estrutura física, química
e biológica do fóssil original, ou seja, mesmo com essas alterações há a
possibilidade em se estudar ou analisar ecossistemas passados e presentes e
suas condições, e até mesmo averiguar o grupo de espécies do animal
fossilizado por meio da detecção de sinais geoquímicos ou marcadores
geoquímicos orgânicos para esse fim. Na tentativa de buscar a assinatura
química original destes fósseis independente das condições de fossilização a
que foram submetidos. Como por exemplo, na geoquímica orgânica existem
métodos geoquímicos como a análise de moléculas orgânicas preservadas em
sedimentos, rochas, conchas, petróleo, etc. e que não sofreram alterações
significativas na sua estrutura básica original que apresentavam nos
organismos vivos.
Devido à eficiência da remineralização da matéria orgânica, poucas
moléculas conservam sua estrutura inteira intacta ou mesmo seu esqueleto
carbônico original. Assim compostos orgânicos que resistem à destruição
parcial das suas estruturas originais pelos processos biogeoquímicos foram
chamados de fósseis químicos por Eglinton (1967).
A geoquímica orgânica é o estudo dos impactos e processos que os
organismos tiveram sobre a Terra. Ela se concentra principalmente na
composição e origem da matéria orgânica em rochas e corpos d'água. Seu
estudo é atribuído ao trabalho de Alfred E. Treibs, "o pai da geoquímica
orgânica." Treibs foi o primeiro a isolar metaloporfirinas do petróleo. Essa
descoberta estabeleceu a origem biológica do petróleo, que até então era
pouco compreendida. As metaloporfirinas, em geral, são compostos orgânicos
altamente estáveis, e as estruturas detalhadas dos derivados extraídos
deixaram claro que elas se originaram da clorofila.
A aplicação da geoquímica orgânica pode ser utilizada em vários tipos de
estudo: na arqueologia (p.ex., artefatos cerâmicos para saber hábitos
alimentares de povos antigos devido a substâncias como resquícios de ácidos
graxos que indicam o tipo de alimento que estes consumiam); ciências
ambientais (rastrear problemas de contaminação não apenas de esgotos no
meio ambiente atual); Geomicrobiologia (em ambientes extremos para saber,
por exemplo, tipos de microrganismos presentes); Ecologia (verificar
mudanças nas condições dos ecossistemas); Paleoclimatologia (turfas em
perfis com mudanças hidrológicas, em que por ex., em tamanho das moléculas
de n-Alcanos onde menores são referenciados em tempos mais chuvosos e
maiores períodos mais secos, e também podem ser realizadas curvas de
temperaturas passadas); Ciências forenses (investigações criminais com uso
de isótopos e substância para saber a procedência da amostra).
A caracterização da origem do material orgânico é possível verificando-se o
n-alcanos da amostra. Por exemplo, C5 a C19 representam o limite de n-
alcanos que definem a presença de algas e bactérias nas amostras e C27-C35
a presença de plantas vasculares. Além disso, a definição de ambientes de
deposição oxidante ou redutor pode ser averiguada com a presença de
isopropenoides (clorofila) podendo assim ser montado o cenário passado.
Assim como também determinar o tipo de ambiente passado (marinho, lacustre
ou terrígeno) por meio dos compostos químicos de hidrocarbonetos
provenientes de fósseis químicos da amostra.
Fósseis de Bactérias e algas têm sido usadas para estudos
paleoclimáticos, usando-se a composição de suas moléculas como marcadores
químicos podem ser verificado a mudança ou não de temperatura no ambiente,
onde em suas moléculas a modificação é nítida e indica curvas oscilantes com
padrões de temperaturas positivas ou negativas. Cocolitoforídeos, por ex., são
as algas que apresentam modificações em seus compostos chamados de
alquenonas (acetonas) que indicam a temperaturas indiretamente da
superfície oceânica e produtividade primária (Muller et al. 1998; Martrat et al.
2004).
Em estudos mais recentes e com o tipo de compostos (ácidos graxos) como
traços de matéria orgânica de cada tipo de vegetação também é possível
identificar tanto o cenário passado por meio da poluição ou erosão nos rios e
lagos envolta (Froehner et al. 2019). Além disso, é possível com traços de HPA
(Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) identificar queimadas florestais em
sedimentos (fontes pirolíticas ou pirogênica) e daquilo que é vazamento pelo
uso de petróleo (fontes Petrogênicas).
Na geomicrobiologia também se faz uso de compostos moleculares da
microbiota fóssil em geolagoas salinas, por ex., para averiguar mudanças
paleoclimáticas que podem ter influenciado na composição desta microbiota ao
longo de um perfil associando estes biomarcadores com o DNA das bactérias
(n-alcanos) de períodos mais secos e chuvosos.
As aplicações de análises geoquímicas em fósseis são muitas, os
multiproxies geoquímicos podem ser usados para obtenção de uma assinatura
química original e assim montar o cenário paleoambiental passado. A
geoquímica orgânica tem contribuído neste quesito, especialmente como dito
anteriormente, nas diferentes fontes de energias como: 1) na origem do
petróleo em que estudos de sedimentos e rochas antigas fornecem
informações sobre as origens e fontes de óleo e petróleo, assim como os
antecedentes bioquímicos da vida, ou seja, além de fornecer informações
sobre os ecossistemas passados de onde se originaram o petróleo, podem ser
datadas as amostras de petróleo e rochas circundantes e as complicações nas
análises surgem quando a rocha fonte está próxima ou em uma fonte de água.
O petróleo também é estudado por meio de análise de isótopos de carbono.
Isótopos de carbono fornecem informações sobre o ciclo de carbono da Terra e
processos geológicos. Os geoquímicos conseguem discernir a composição dos
depósitos de petróleo ao examinar a proporção de isótopos de carbono e
compará-la a valores conhecidos para estruturas à base de carbono que
poderiam compor o petróleo (Stahl, W. J. 1979); 2) no Carvão, como material
vegetal que se transforma. Geoquímicos determinaram que a carbonificação
resulta de uma degradação seletiva de materiais vegetais, enquanto outros
materiais vegetais são preservados. Esta parte que se preserva são
biopolímeros de macromoléculas resistentes a degradação, encontrados em
algas, esporos e madeira. Os métodos analíticos de Carbono NMR e
cromatografia a gás com espectrometria de massa (GC-MS) combinados com
pirólise instantânea aprimoraram muito a capacidade dos geoquímicos
orgânicos de analisar as minúsculas unidades estruturais do carvão. Mais
conhecimento sobre a idade dos sedimentos de carvão foi obtido por meio de
datação isocrônica de urânio nas amostras carbonificadas. A análise da
proporção entre isótopos de urânio pai e filha levou à datação de amostras
específicas ao Período Cretáceo Tardio (Hatcher, & Clifford, 1997; Breger,
1974).
A geoquímica orgânica Ambiental moderna também vem sendo utilizada
para estudos de sedimentos recentes para entender o ciclo do carbono,
mudanças climáticas e processos oceânicos. A geoquímica orgânica também é
relevante para ambientes aquáticos. Poluentes, seus metabólitos e como
ambos entram em corpos de água são de particular importância na área. Essa
matéria orgânica também pode ser derivada de processos geológicos em ou
perto de corpos d'água, influenciando de maneira semelhante os organismos
próximos e a produção de proteínas. A espectroscopia de fluorescência foi
introduzida como técnica para examinar matéria orgânica em corpos d'água,
pois a matéria orgânica dissolvida costuma ser fluorescente. Isso pode ser
atribuído a estudo das microalgas marinhas, por exemplo, cocolitoforídeos e
diatomáceas.
Os proxies geoquímicos em fósseis também são aplicados de maneira a
definir curvas paleoclimáticas e além de datar as amostras no tempo geológico.
Isto é muito trabalhado também com os microfósseis, usando-se razões de
elementos químicos e isótopos como: δ 13C e δ 18O, B, Sr, Mg/Ca, Cd/Ca,
Ba/Ca, Zn/Ca, B/Ca, U/Ca, δ 11Nd e δ 26Mg. A formação da carapaça dos
foraminíferos, por exemplo, está intimamente ligada ao equilíbrio de carbonato
na água do mar. Logo, as razões isotópicas e o teor de elementos traço das
testas são proxies paleoceanográficos amplamente aplicados na reconstrução
de paleotemperatura, produtividade primária, salinidade entre outros, bem
como uso de conjuntos de microfósseis para reconstrução de parâmetros
paleoclimáticos (Rohling & Cooke, 1999, Schiebel & Helemben, 2017).
Os foraminíferos planctônicos secretam uma carapaça ao longo da vida,
composta de calcita; durante sua síntese são incorporados
elementos/assinaturas químicas presentes no ambiente, carregando consigo
sinais ambientais relacionados às mudanças climáticas, pH e salinidade. As
testas têm um excelente potencial de preservação no assoalho oceânico. O
uso desses microfósseis, encontrados no registro sedimentar, cria um leque de
possibilidades na obtenção de dados paleoceanográficos de várias zonas
oceânicas, como o uso em proxies geoquímicos (δ18O, razão Mg/Ca) e nas
funções de transferência. A aplicabilidade desses proxies, como também
fatores bióticos e abióticos que podem influenciar as estimativas finais, são
abordados na revisão.
O sinal isotópico de carbono registrado nas testas de foraminíferos reflete
principalmente o sinal isotópico de carbono da água do mar (δ 13Cdic), na qual o
foraminífero precipita sua testa. O sinal isotópico de carbono da agua do mar
(δ13Cdic) está relacionado ao ciclo do carbono do planeta, ou seja, aos
reservatórios de matéria orgânica e sedimentar. Assim, o valor de (δ13Cdic)
registrado nas testas de foraminíferos é utilizado principalmente como um
proxy da paleoprodutividade dos oceanos. No caso do fracionamento isotópico
de oxigênio que ocorre entre a água e a calcita é dependente da temperatura.
Deste modo, o sinal de δ18O registrado em testas de foraminíferos, além de um
proxy de volume do gelo e paleosalinidade, é também um proxy de
paleotemperaturas.
A razão isotópica de oxigênio é um proxy clássico para aferição de
paleosalinidade, paleotemperatura e volume de gelo. A otimização desta
técnica se deu em diversos estudos nas últimas décadas, avaliando os efeitos
bióticos e abióticos no registro de δ18O na carapaça dos foraminíferos
planctônicos e desenvolvendo maneiras de minimizar/ corrigir o impacto destes
efeitos. A dependência da absorção de Mg em relação à temperatura pela testa
é evidente e corroborada por vários trabalhos, sendo a razão Mg/ Ca uma das
mais confiáveis para reconstruções de paleotemperaturas, apesar da limitação
quando se recua na linha do tempo. Devem-se levar em conta os efeitos vitais
na hora de selecionar os espécimes para ambos os proxies.
Os foraminíferos planctônicos possuem grande potencial de fossilização e
alta significância biológica, ecológica, paleontológica e estratigráfica. Atu-
almente são um dos, se não o principal fornecedor de proxies
paleoceanográficos e há vários fatores que nos inclinam a crer que eles
continuarão sendo uma das principais fontes de dados sobre as condições
oceânicas e climáticas passadas. Diversas pesquisas desenvolvidas nas
últimas décadas elucidaram vários aspectos do ciclo de vida, da geoquímica e
ecologia dos foraminíferos, ao ponto em que os proxies utilizados hoje são
extremamente precisos e confiáveis. Entretanto, as pesquisas devem continuar
em busca de aprimoramento e ajustes das técnicas analíticas, além da busca e
desenvolvimento de novos proxies, a fim de aumentar o leque de opções nas
reconstruções paleoceanográficas.
Como dito anteriormente, análises químicas (total e isotópica) de fósseis
+ rochas encaixantes são realizadas, no intuito de identificar assinaturas
geoquímicas que permitam também reconhecer biozonas, mesmo na ausência
de fósseis. Resultados preliminares indicam que cada biozona, de fato, possui
uma composição distinta que as permite distingui-las das demais, embora
existam discrepâncias entre os valores obtidos dos ossos e os das matrizes. A
biozona de Hyperodapedon, por exemplo, exibe os maiores valores de Na, Mg,
Al e Ti, tanto nos sedimentos quanto nos ossos, enquanto a biozona de
Santacruzodon possui os maiores valores de Ca nos sedimentos, porém não
nos ossos. Nesse contexto, ainda se faz necessário verificar se as assinaturas
geoquímicas são constantes dentro de cada biozona (analisando mais
amostras) e buscar as condições ambientais que estariam por trás destas
diferenças entre as assinaturas das biozonas (QUEIROZ & SCHULTZ , 2018).
A diagênese dos fósseis ou fossildiagênese é um processo tafonômico
que interfere e seleciona, portanto, o melhor fóssil a ser analisado e técnica
geoquímica a ser aplicada. Isto está relacionada à composição mineral de cada
fóssil que medem algumas de suas propriedades físicas e químicas. As mais
importantes são: dureza, solubilidade em ácidos e cor do traço. A Dureza
corresponde à resistência ao risco ou desgaste mecânico. A dureza dos
minerais que compõem os fósseis são as seguintes: calcita/aragonita = 3;
quartzo (opala) = 7. Dessa maneira o quartzo risca a calcita, mas não é riscado
por ela. Solubilidade em ácidos é a reação dos minerais dos fósseis quanto
ao ataque de ácidos. A calcita/aragonita (CaCO 3) é solúvel em ácidos fracos,
por exemplo, HCl diluído em água a 5-10% (ou mesmo suco de limão e Coca-
Cola), enquanto o quartzo não o é. Uma gota de HCl sobre a calcita/aragonita
produz efervescência pela liberação de CO2. Traço é a marca deixada por um
mineral atritado sobre uma superfície mais dura, sob a forma de uma linha
colorida. Alguns minerais têm traço característico. A pirita (Fe 2S), que pode
ocorrer substituindo a parte dura de fósseis, deixa um traço preto sobre uma
superfície áspera.
O grau dos processos de fossilização e a composição física e química
dos fósseis irá definir qual amostra é a melhor na aplicação dos métodos
geoquímicos. Dessa forma, há categorias de fósseis conforme seu processo de
fossilização (Simões & Holz, 2000), bem como: restos fósseis de Partes
Duras e Moles SEM Alteração (CONSERVAÇÃO TOTAL) apresentam três
processos conhecido como: 1- Criopreservação (Mamutes no gelo); 2-
Dessecação (dinossauros mumificados); 3- Inclusão em Âmbar (Insetos no
âmbar). Os restos fósseis de Partes Duras SEM Alteração Química
(CONSERVAÇÃO PARCIAL): 1- Conservação de Parte Dura (conchas,
ossos); 2- Permineralização (lenhos, ossos); e 3- Incrustação (ossos e conchas
em cavernas). Partes Duras SEM Alteração Química e COM Estrutura
Alterada: 1- Recristalização (conchas). Partes Duras COM Alteração
Química: 1- Incarbonização ou destilação (restos vegetais); e 2 - Substituição
(Silicificação, Piritização, Limonitização, Carbonatização). Os vestígios
fósseis: de Moldagem (Contramolde, Molde interno e exteno) e de
atividade biogênica (Estruturas Biogênicas/Icnofósseis).
Contudo, a geoquímica aplicada à paleontologia, portanto, é uma área
que utiliza métodos geoquímicos para analisar fragmentos de ossos, dentes,
vegetais, e também microfósseis de épocas passadas. A análise química
desses fósseis é importante, pois pode fornecer informações sobre: 1)
Interações paleocológicas, como o tipo de alimento ingerido; 2) Condições
climáticas, como se o clima era seco, úmido, quente ou frio; 3) Posição relativa
dos organismos continentais em relação à linha de costa. Isso tudo é possível,
pois, ao longo do seu desenvolvimento, o ser vivo incorpora (em ossos e
dentes; restos de plantas, ou seja, partes duras) assinaturas ou marcadores
geoquímicas de seu ambiente, via ingestão de alimento e água.
REFERÊNCIAS
Anelli, L.E.; Leme, J.M.; Oliveira, P.E.; Fairchild, T,R. 2020. Paleontologia. Guia de aulas
práticas, uma introdução ao estudo dos fósseis. Universidade de São Paulo, Instituto de
Geociências, 8a ed., 104p.
Stahl, W. J. (1979). Jäger, Emilie; Hunziker, Johannes C., eds. «Carbon Isotopes in Petroleum
Geochemistry». Berlin, Heidelberg: Springer (em inglês): 274–282. ISBN 978-3-642-67161-
6. doi:10.1007/978-3-642-67161-6_23. Consultado em 28 de outubro de 2024
Hatcher, Patrick G; Clifford, David J (15 de novembro de 1997). «The organic geochemistry of
coal: from plant materials to coal». Organic Geochemistry (5): 251–274. ISSN 0146-
6380. doi:10.1016/S0146-6380(97)00051-X. Consultado em 28 de outubro de 2024
Breger, I.A. (1974). The role of organic matter in the accumulation of uranium: the organic
geochemistry of the coal-uranium association. International Atomic Energy Agency (IAEA):
IAEA.