INDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................2
MÉTODOS........................................................................................................................3
ORIGEM DA TEORIA DA BUROCRACIA...................................................................4
A BUROCRACIA NO ESTADO MODERNO................................................................4
FORMALIDADE NAS COMUNICAÇÕES....................................................................6
AS CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA..............................................................6
CATEGORIAS DAS CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA.................................7
FUNÇÄO ADMINISTRATIVA.......................................................................................9
CONCLUSÃO.................................................................................................................10
REFERÊNCIAS..............................................................................................................11
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1. INTRODUÇÃO
Este trabalho surgiu da nossa inquietação e análise do trabalho de administradores
influenciado pela teoria da burocracia na ciência administrativa, durante a Disciplina de
técnicas de organização de gestão do Curso de administração pública e autárquica do
instituto médio politécnico de chaimite. Segundo Maximiano (2007) as sociedades e as
organizações são sistemas de normas impessoais, ou seja, as leis que direccionam o
comportamento das pessoas.
Para Chiavenato (2007) a organização é um sistema de actividades conscientemente
coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação entre estas é essencial para a
existência da organização.
Maximiano (2007) não definiu as organizações nem estabeleceu padrões de
administração que estas devessem seguir. Para este as organizações burocráticas são
como máquinas totalmente impessoais que funcionam de acordo com as regras que ele
chamou de regras racionais que dependem de lógica e não de interesses pessoais.
Inserida nas organizações, a teoria da burocracia, iniciouse na década de XX, com
pesquisas do cientista alemão Max Weber, e formalizada em torno dos anos 40, partindo
da premissa de que o traço mais relevante da sociedade ocidental era o agrupamento
social em organizações, procurou fazer um mapeamento de como se estabelece o poder
nessas entidades. Construiu um modelo Teoria Burocrática, no qual as organizações são
caracterizadas por cargos formalmente bem definidos; caráter racional; regras e normas.
Com o presente trabalho objetiva-se arrazoar alguns conceitos da teoria burocrática e
analisar as influências desta no processo de trabalho dos servidores públicos.
1.1 MÉTODOS
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Esta pesquisa refere-se a um estudo bibliográfico baseado em artigos científicos
publicados nos últimos vinte e cinco anos e do acervo de administração de empresas da
Biblioteca da UNIVERSIDADE PUNGUÉ. A coleta se deu a partir de busca nos
bancos de dados da Biblioteca Regional de gestao (CIRENE), Literatura Latino-
Americana e de Informações em Ciências da administração e Scientific Eletronic
Library Online (SciELO).
Não havendo número considerável de artigos publicados, partimos para a análise no
Caderno de Pesquisas em Administração. No Caderno de Pesquisas em Administração
foi encontrado somente um artigo.
Devemos salientar a escassa quantidade de artigos publicados nesta área e a dificuldade
em encontrar estudos que versem sobre o assunto em questão.
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2. ORIGEM DA TEORIA DA BUROCRACIA
O termo burocracia, surgiu na segunda metade do século XVIII, inicialmente foi
empregado apenas para designar a estrutura administrativa estatal, formada pelos
funcionários públicos.
A palavra burocracia tem sua origem a partir do francês bureau (escritório) e do grego
kratia (poder).
De acordo com a análise de Max Weber, a burocracia é um sistema que busca
organizar, de forma estável e duradoura, a cooperação de um grande número de
indivíduos, cada qual detendo de uma função especializada. Ou
“Burocracia é um sistema de controle social baseado na racionalidade (adequação dos
meios para se alcançar os fins) tendo em vista a eficiência na obtenção dos resultados
esperados”
É uma tentativa de coordenar o comportamento humano por meio do exercício da
autoridade racional-legal para atingir os objectivos organizacionais gerais. Separa-se a
esfera pessoal, privada e familiar da esfera do trabalho, visto como esfera pública de
actuação do individuo. (MOTTA, VASCONCELOS; 2008).
A administração burocrática é a maneira mais racional de exercer a dominação. Pois
esta possibilita o exercício da autoridade e a obtenção da obediência com precisão,
continuidade, disciplina, rigor e confiança. Estabeleceu-se a estrutura, a estabilidade
e a ordem das organizações através de uma hierarquia integrada de actividades
especializadas, definidas por regras sistemáticas. As burocracias foram estabelecidas
para se obter o caminho mais eficiente para se obter o trabalho realizado.
2.1 A BUROCRACIA NO ESTADO MODERNO
A análise de Weber também aponta que a burocracia, da maneira como foi definida
acima, existiu em todas as formas de Estado, desde o antigo até o moderno. Contudo,
foi no contexto do Estado moderno e da ordem legal que a burocracia atingiu seu mais
alto grau de racionalidade.
Segundo Weber, as principais características de um sistema burocrático moderno são:
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Funcionários que ocupam cargos burocráticos são considerados servidores
públicos;
Funcionários são contratados em virtude de competência técnica e qualificações
específicas;
Funcionários cumprem tarefas que são determinadas por normas e regulamentos
escritos;
A remuneração é baseada em salários estipulados em dinheiro;
Funcionários estão sujeitos a regras hierárquicas e códigos disciplinares que
estabelecem as relações de autoridade.
Sistema eficiente
A divisão e distribuição de funções, a seleção de pessoal especializado, os regulamentos
e a disciplina hierárquica são factores que fazem da burocracia moderna o modo mais
eficiente de administração, tanto na esfera privada (numa empresa capitalista) quanto na
administração pública.
Em geral, costuma-se criticar o aparelho burocrático, devido à sua rigidez
administrativa, inadequação das normas e grande quantidade de regulamentos. Estes
aspectos produzem resultados contrários aos esperados, como, por exemplo, a lentidão
dos processos.
De facto, a crescente racionalidade do sistema burocrático tende a gerar efeitos
negativos, que podem diminuir drasticamente a eficiência de uma organização ou
sociedade. Em contrapartida, novos modelos de estruturas burocráticas, alternativos ao
modelo weberiano, têm sido experimentados.
Dominação legítima
Para Weber, a burocracia moderna não é apenas uma forma avançada de organização
administrativa, com base no método racional e científico, mas também uma forma de
dominação legítima.
Para Weber, a burocracia e a burocratização são processos inexoráveis, ou seja,
inevitáveis e crescentes, presentes em qualquer tipo de organização, seja ela de natureza
pública ou privada.
A organização burocrática é condição sine qua non ("sem o qual não pode existir") para
o desenvolvimento de uma nação, por ser indispensável ao funcionamento do Estado,
gestor dos serviços públicos, e de todas as actividades econômicas particulares.
2.2 FORMALIDADE NAS COMUNICAÇÕES
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Nas organizações burocráticas as comunicações devem ser essencialmente escritas.
Todas as regras e decisões devem constar em algum documento para que possam ter
validade formal.em razão disso, quando deparamo-nos com procedimentos tidos como
burocráticos são cobrados vários tipos de documentos e várias vias de papéis assinados.
Se não tiver documentado, não há validade.
2.3 AS CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA
A burocracia tem as seguintes características: divisão do trabalho, hierarquia de
autoridade, racionalidade, regras e padrões, compromisso profissional, registros e
escritos e a impessoalidade.
Burocracia e divisão de trabalho
Uma organização burocrática é essencialmente autoritária e hierarquizada. Há divisão
sistêmica do trabalho de forma que cada um possui cargos e funções específicas, de
competências e responsabilidades distintas. Cada membro do processo deve saber
exatamente qual posição ocupa e que trabalho realiza. Dessa maneira, as as atribuições
administrativas são altamente especializadas e distribuídas de acordo com os fins que
se pretende alcançar.
O sistema burocrático definido por Weber é um sistema impessoal, e funciona de acordo
com as normas e regras previamente estabelecidas, no qual as pessoas ficam em
segundo plano, ou desconsideradas (MIGOTT, GRZYBOVSKKI, SILVA, 2001).
Para tanto, foi realizado um estudo simplificado da teoria da burocracia, inserida no
actual contexto das práticas do (serviço público) nas organizações de públicas.
2.4 CATEGORIAS DAS CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA
Weber agrupa em três categorias as características da burocracia que compõem o seu
tipo ideal:
– formalidade;
– impessoalidade;
– profissionalismo.
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Formalidade
As burocracias são essencialmente sistemas de normas. A figura da autoridade é
definida pela lei, que tem como objetivo a racionalidade da coerência entre meios e fins.
Burocracia: a autoridade é definida pela lei
Organizações: constituídas em normas e regulamentos explícitos
Racionalidade das decisões
Critérios impessoais
Violar leis: passível de punição
Autoridades: responsáveis pelo cumprimento das leis
Todos são iguais perante a lei
Impessoalidade
Burocracia: As pessoas são ocupantes de cargos ou posições formais. Alguns dos cargos
são de figuras de autoridade. A obediência é devida aos cargos, não aos ocupantes,
todas as pessoas seguem a lei.
A obediência é determinada pelas leis;
O que conta é o cargo e não a pessoa.
A obediência é impessoal
As pessoas ocupam cargos ou posições formais
A obediência é devida aos cargos e não aos seus ocupantes
As pessoas obedecem ao direito e não à vontade de outras pessoas
Todas as pessoas seguem as leis
Profissionalismo
As burocracias são formadas por funcionários. Como fruto de sua participação, os
funcionários obtêm os meios para sua subsistência. As burocracias operam como
sistemas de subsistência para os funcionários.
Burocracias: formadas por funcionários
O trabalho realiza-se por meio de funcionários que ocupam cargos
Funcionários:
– são remunerados para sua subsistência;
– são contratados e remunerados, mas não são donos do cargo.
Cargos: – oferecem uma carreira profissional e um meio de vida; – são ocupados
segundo qualificação.
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A partir dos dados pesquisados e analisando os preceitos da teoria burocrática percebe-
se que esta se constitui através das normas, rotinas e o formalismo institucional das
organizações. Trata-se da projeção de organização eficiente por excelência. E para
conseguir essa eficiência, a burocracia precisa detalhar antecipadamente e
minuciosamente como as coisas deverão ser feitas. No entanto, Weber acaba não
abordando os aspectos variáveis que devem ser considerados: individuo inserido em
uma sociedade cultural, política, com conhecimento próprio, racional, reflexivo, que
deseja atenção individualizada.
Essas disfunções, basicamente, são: maior internalização das diretrizes as normas,
procedimentos e regras passam a se transformar de “meios” em “objetivos”; maior
despersonalização nos relacionamentos observa-se a impessoalidade sobre os cargos e
não nas pessoas; hierarquia como base do processo decisorial, isto é, quem toma
decisões será aquele mais alto na hierarquia, mesmo que não tenha conhecimento
específico sobre determinado cargo; formalismo e conformidade às rotinas existe a
necessidade de documentar e formalizar as comunicações e a extrema devoção a normas
e procedimentos, para garantir que seja feito aquilo que foi determinado (MIGOTT,
GRZYBOVSKKI, SILVA, 2001). Segundo Motta (2008) e Silva (2005) ocorrem
algumas conseqüências a partir dessas disfunções: a estrutura burocrática introduz
transformações na personalidade dos seus participantes que levam à rigidez, às
dificuldades no atendimento aos clientes e à ineficiência; divergência entre os interesses
pessoais dos indivíduos e os objetivos formais do sistema organizacional; emergem
conflitos quando ferramentas são utilizadas para supervisionar, monitorar e controlar a
conduta dos indivíduos e o resultado do trabalho.
Weber, citado em Chiavenato (1987), afirma que as disfunções da burocracia são apenas
conseqüências do fracasso de uma burocracia mal adequada. (MIGOTT,
GRZYBOVSKKI, SILVA, 2001).
Afirma que a Teoria da Burocracia trouxe contribuições para a ciência da administração
e, também para a saúde, policia e desefa. Porém, as disfunções mais comuns nessa área
são o formalismo exacerbado informações transmitidas aos clientes, apego as normas,
comportamento rígido, resistência à mudanças.
O mundo do trabalho sofre as influências das disfunções dessa teoria, ou seja, existem
servidores responsáveis pela assistência e administração do serviço, no entanto
preocupam-se em passar seu maior tempo realizando os “ritos burocráticos”
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(preenchimento de pedidos, devoluções, solicitações, encaminhamentos, fichários,
prontuários, etc.) (MIGOTT, GRZYBOVSKKI, SILVA, 2001).
2.5 FUNÇÄO ADMINISTRATIVA BUROCRATICA
Assim, os autores analisam a funçäo administrativa à luz das implicaçöes e das
imposições do processo organizacional focalizando a estrutura da teoria burocrática.
Para Max Weber a burocracia torna-se eficiente por excelência, pois parte do
pressuposto que as formalidades e normativas proporcionam alcançar os objectivos
organizacionais. E, para outros estudiosos, não é tão eficiente quanto Weber apresenta,
levando ao escesso de formalismo de documentação e de papelório, isso leva a baixa
eficiência.
Vantagem da burocrácia
1. Univocidade de interpretação,
2. Padronização de rotinas e procedimentos,
3. Redução de conflitos,
4. Confiabilidade nas regras do negócio,
5. Hierarquia formalizada,
6. Precisão na definição de cargos e operações.
Desvantagem da burocrácia
1. Internacionalização das regras e apego ais regulamentos,
2. Excesso de formalismo e de papeis, 3. Resistência as mudanças,
4. Despercionalização do relacionamento,
5. Super conformidade as rotinas e aos procedimentos,
6. Exibição de sinais de autoridade, 7. Dificuldades de atendimento a cliente e conflito
com o público.
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3. CONCLUSÃO
Diante do exposto e segundo os conceitos dos diversos autores podemos afirmar que,
actualmente, o processo de trabalho do servidor público é influenciado pela
historicidade da teoria da burocracia.
Percebe-se que esta se apresenta enraizada através das normas, rotinas e o formalismo
institucional das organizações.
A burocracia torna as actividades inerentes ao trabalho público extremamente lentas,
quando está aplicada de forma errônea, ocasionando prejuízos aos clientes que
necessitam, muitas vezes, de resultados imediatos no que concerne à assistência.
Os estudos apontam que a Teoria Burocrática nos serviços públicos é necessária, pois as
rotinas, papéis, relatórios fazem parte do mundo do trabalho.
No entanto, é preciso que os profissionais que actuam nesse meio, além de
desempenharem esse papel, também sejam humanamente compreensíveis com as
necessidades assistenciais de seus clientes, que muitas vezes, ficam negligenciadas.
Assim, para que haja uma administração/assistência eficiente, em relação à organização
do serviço e ao atendimento apropriado ao cliente, é imprescindível que o profissional
público não se detenha apenas aos formalismos institucionais e que o mesmo reflita
sobre sua competência técnica e não se torne inflexível e imutável, bem como formate
seu cérebro como se fosse máquina.
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4.REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Administração dos recursos humanos. 6ª Ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: McGraw
Hill, 1987.
MAXIMIANO, A. C. Introdução à administração.São Paulo: Atlas, 2007.
MOTTA, F. C. P; VASCONCELOS, I. F. G. T. Teoria geral da administração.
3ª Ed. São Paulo: Cengage Learning Edições Ltda. 2008.
KURCGANT, P; LEITE, M. M. J; GAIDZINSKI, R. R; PERES, H. H. C. O
significado da administração aplicada .Acesso em: 12 de Setembro de 2024
PINOTTI, J. A.; DREZETT, J.; RIBEIRO, R. M.; REZENDE, W. W.; FRAGA
F. J. R.; PASTENE, L. L. SILVA, R.O. Teorias da Administração. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2005.
SILVA, L A. A; GRZYBOVSKI, D; MIGOTT, A. A aplicação conceitual da
Teoria da. São Paulo: Caderno de Pesquisas em Administração, v.08, n0 1,
2001.
RENATO CANCIAN "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: gênese e actuação
política - 1972-1985".
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