2022 - Adamo, Márcio Xavier Basílio
2022 - Adamo, Márcio Xavier Basílio
FACULDADE DE ENGENHARIA
MESTRADO EM HIDRÁULICA E RECURSOS HÍDRICOS
Ao meu supervisor, Prof. Doutor Sebastião Famba pelos ensinamentos, disponibilidade, paciência
e alto nível de exigência na orientação deste trabalho;
Ao Prof. Doutor Mário Chilundo pelos questionamentos, alto nível de exigência e sugestões de
melhoria do trabalho na qualidade de arguente;
i
DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro que esta dissertação nunca foi apresentada para a obtenção de qualquer grau ou num outro
âmbito e que ele constitui o resultado do meu labor individual. Esta dissertação é apresentada em
cumprimento parcial dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Hidráulica e Recursos
Hídricos, da Universidade Eduardo Mondlane.
________________________________
(Márcio Xavier Basílio Adamo)
ii
APROVAÇÃO DO JURI
Esta dissertação foi julgada adequada como satisfazendo os requisitos parciais para a obtenção do
grau de Mestre em Hidráulica e Recursos Hídricos, aprovada na sua forma final pelos membros
do júri da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane, com classificação de
_________Valores.
________________________________
(Presidente)
_________________________________
(Arguente)
_________________________________
(Supervisor)
iii
RESUMO
A análise do desempenho dos sistemas de irrigação por aspersão tem vindo a assumir interesse
crescente devido às implicações económicas e ambientais que lhe estão associadas. Um sistema
eficiente de rega por aspersão apresenta uma elevada uniformidade de distribuição e boa eficiência
de aplicação. Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objectivo avaliar o desempenho de
um sistema de irrigação por aspersão sem bombagem, no regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi
sita na Província de Manica.
A pesquisa foi realizada entre os meses de Fevereiro à Maio de 2021 e a principal metodologia de
análise de dados foi a comparação com os padrões estabelecidos.
O coeficiente de uniformidade de distribuição da água na parcela 1 foi baixo, com valores entre
48,2% a 64,2%, na parcela 2 foi razoável, apresentando valores entre 55,1% a 76,4% e na parcela
3 foi satisfatório, apresentando valores entre 66,5% a 84,2%. Em geral, a uniformidade de
distribuição de água nas parcelas analisadas foi classificada como boa.
A eficiência geral do projecto de rega foi cerca de 40%, valor abaixo do recomendado para os
sistemas de irrigação por aspersão. Este valor foi basicamente influenciado pela baixa eficiência
de aplicação de água em resultado de perdas por arraste do vento, sendo que, se recomenda o uso
de quebra-ventos ou barreiras densas de árvores altas de modo a minimizar o impacto do vento
forte no processo de rega.
iv
ABSTRACT
.The analysis of irrigation systems through an analysis coming from a growing interest due to the
economic and environmental performance implications associated with them is. An efficient
sprinkler irrigation system has uniform distribution and good application efficiency. In this
perspective, the present study aimed to evaluate the performance of a sprinkler irrigation system
without pumping, in irrigated land 7 de Abril-1, Vanduzi District located in Manica Province.
Tests were carried out to determine the uniformity of water distribution, in three plots, and
equidistant from each other, randomly selected and corresponding to 10% of the farms, where the
Christiansen uniformity coefficients (CUC), distribution uniformity coefficient (CUD) and
coefficient of statistical uniformity (CUE). Likewise, a characterization of the hydraulic profile of
the system was made (flow, and hydraulic loads in the distribution and distribution lines) and the
water application efficiencies of the irrigation project were determined.
The survey was carried out between the months of February to May 2021 and the main data
analysis analysis comparison with the established standards.
The coefficient of uniformity of water distribution in plot 1 was, with values between 48.2% to
64.2%, in plot 2 it was reasonable, presenting values between 55.1% to 76.4% and in plot 3 it was
announcing , presenting values between 66.5% and 84.2%. In general, the uniformity of water
distribution in the plots was considered good.
The overall efficiency of the irrigation project was around 40%, which is below the recommended
value for sprinkler irrigation systems. This value was mainly influenced by the low efficiency of
water application as a result of wind drag losses, and the use of tall tree barriers is recommended
in order to minimize the use of tall tree barriers in order to minimize the impact of strong wind in
the watering reduction process.
v
LISTA DE ABREVIATURAS
AD Água Disponível
AFD Água Facilmente Disponível
AGRA Alliance for a Green Revolution in Africa
AUT Área da Unidade Terciária
CC Capacidade de Campo
CU Coeficiente de Uniformidade
CUC Coeficiente de Uniformidade de Christiansen
CUD Coeficiente de Uniformidade de Distribuição
CUE Coeficiente de Uniformidade Estatístico
DPAP Direcção Provincial de Agricultura e Pescas
Ea Eficiência de Aplicação da Água
Ec Eficiência de Condução da Agua
Ep Eficiência do Projecto de Rega
ETc Evapotranspiração da Cultura
ETo Evapotranspiração de Referência
FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations
In Necessidades Líquidas de Água de Rega
IIAM Instituto de Investigação Agrária de Moçambique
ITC Iniciativa para Terras Comunitárias
Kc Constante de Cultura
Lapl Lâmina aplicada
LLL Linha Lateral
mca Metros de Coluna de Água
M&A Monitoria e Avaliação
NAC Necessidades de Água da Cultura
Ps Pressão de Serviço
PVC Plolicloreto de Vinila
PROIRRI Projecto de Desenvolvimento de Irrigação Sustentável
SCS/USA Serviço de Conservação de Solos dos Estados Unidos
SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas
vi
UD Uniformidade de Distribuição
vii
ÍNDICE DO TEXTO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................. i
DECLARAÇÃO DE HONRA ................................................................................................................. ii
APROVAÇÃO DO JURI ....................................................................................................................... iii
RESUMO............................................................................................................................................... iv
ABSTRACT............................................................................................................................................ v
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................................... vi
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1
1.1. Problema e Justificativa ............................................................................................................ 2
1.2. Objectivos do Estudo ............................................................................................................... 3
1.2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 3
1.2.2. Objectivos Específicos...................................................................................................... 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................... 4
2.1. Sistema de Irrigação por Aspersão ............................................................................................ 4
2.2. Irrigação Sem Bombagem na Agricultura de Regadio ............................................................... 6
2.3. Programação da Rega ............................................................................................................... 8
2.4. Modelo CROPWAT 8.0 ......................................................................................................... 11
2.5. Considerações Hidráulicas para o Estudo de Adutoras ............................................................ 12
2.5.1. Adutoras por Gravidade em Conduto sob Pressão ........................................................... 12
2.5.2. Perdas de Carga Contínuas (Hc) ................................................................................... 13
2.5.3. Perdas de Carga Localizadas ........................................................................................... 16
2.6. Características Hidráulicas dos Aspersores ............................................................................. 17
2.7. Uniformidade de Distribuição da Água ................................................................................... 20
2.8. Eficiência de Irrigação............................................................................................................ 22
3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................... 27
3.1. Localização da Área de Estudo e suas Características ............................................................. 27
3.1.1. Clima ............................................................................................................................. 28
3.1.2. Solos .............................................................................................................................. 28
3.1.3. Relevo e Vegetação ........................................................................................................ 28
3.1.4. Descrição do Regadio 7 de Abri-1 .................................................................................. 28
3.2. Levantamento de Estrututuras Hidráulicas e Dados de Campo ................................................ 30
3.3. Determinação do Princípio Hidráulico de Operação do Sistema de Adução e Distribuição ...... 31
3.4. Determinação da Uniformidade de Distribuição da Água ........................................................ 33
3.5. Eficiência de Aplicação e Eficiência do Projecto de Rega ....................................................... 36
viii
3.6. Limitações do Estudo ............................................................................................................. 36
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................... 38
4.1. Programação da Rega das Culturas em Campo ....................................................................... 38
4.2. Operação do Sistema Adutor e de Distribuição ....................................................................... 43
4.3. Uniformidade de Distribuição de Água e Eficiência de Rega .................................................. 47
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................................................... 51
5.1. Conclusões ............................................................................................................................. 51
5.2. Recomendações ..................................................................................................................... 51
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 52
7. ANEXOS ...................................................................................................................................... 55
ANEXOS 1: Simulação do Balanço de Água no Solo pelo CropWat para a Prática actual e
Recomendada para as culturas na área de estudo ................................................................................ 55
Tabela 7.1: Balanço de água no solo para o feijão-verde na prática actual do produtor ........................ 55
Tabela 7.2: Balanço de água no solo para a cultura de milho na prática actual do produtor ............... 56
Tabela 7.3: Balanço de água no solo para a cultura de piri-piri na prática actual do produtor .............. 56
Tabela 7.4 : Balanço de água no solo recomendado para a cultura de feijão-verde .............................. 57
Tabela 7.5: Balanço de água no solo recomendado para a cultura de milho......................................... 58
Tabela 7.6: Balanço de água no solo recomendado para a cultura de piri-piri...................................... 59
ANEXOS 2: Determinação dos Coeficientes de Uniformidade nas Parcelas 1, 2 e 3 na Área de Estudo.
.......................................................................................................................................................... 61
Tabela 7.7: CUE nas parcelas 1, 2 e 3 ................................................................................................ 61
Tabela 7.8: CUC nas parcelas-1, 2 e 3 ................................................................................................ 63
Tabela 7.9: CUD nas parcelas 1, 2 e 3 ................................................................................................ 67
ANEXOS 3: Vista Parcial do Regadio: Represa, Hidrantes e Aspersores Utilizados. .......................... 68
Figura 7.1. Represa do regadio (a esquerda) e a queda de água da nascente (a direita). ....................... 68
Figura 7.2: Hidrante e um dos aspersores no sistema de distribuição .................................................. 68
Figura 7.3: Linha lateral de uma das parcelas ..................................................................................... 69
Figura 7.4: Fontes escritas da associação 7 de Abril-1. ....................................................................... 69
ix
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Condições, requisitos e constrangimentos dos esquemas de irrigação sem bombagem .............. 7
Tabela 2: Fórmulas para o cálculo de perdas de cargas unitárias ............................................................ 14
Tabela 3: Variação da viscosidade cinemática da água em relação a temperatura ................................... 15
Tabela 4: Valores de coeficiente de rugosidade de Hazen Williams (C), coeficiente de rugosidade de
Gauckler – Manning – Strickler (Ks) e rugosidade absoluta (K). ............................................................ 16
Tabela 5: Classificação dos valores do desempenho dos sistemas de irrigação por aspersão ................... 22
Tabela 6: Eficiências de aplicação óptimas para boa gestão dos sistemas de irrigação por aspersão ....... 25
Tabela 7: Características hidráulicas da linha de adução ........................................................................ 30
Tabela 8: Horas de realização do ensaio ................................................................................................ 34
Tabela 9: Informação sobre culturas e programação da rega na prática actual do agricultor ................... 38
Tabela 10: Resultados da simulação da programação da rega na prática actual do agricultor .................. 39
Tabela 11: Dotação, intervalo e tempo de rega na prática actual dos agricultores e valores recomendados
para as culturas estudadas. ..................................................................................................................... 41
Tabela 12: Vazão e pressão de serviço dos aspersores ........................................................................... 43
Tabela 13: Perdas de carga permissível corrigida na linha lateral e intensidade de precipitação ............. 44
Tabela 14: Perdas de carga lineares na linha lateral ............................................................................... 44
Tabela 15: Velocidade do escoamento, perdas de carga e número de Reynold para os trechos da linha de
adução ................................................................................................................................................... 46
Tabela 16: Precipitação dos aspersores (mm) ........................................................................................ 47
Tabela 17: Classificação dos coeficientes de uniformidade para os ensaios realizados. .......................... 47
Tabela 18: Correlação entre a velocidade do vento e a classificação dos coeficientes de uniformidade .. 48
Tabela 19: Valores de eficiência de aplicação da água nas parcelas 1, 2 e 3 ........................................... 49
Tabela 20: Classificação dos coeficientes de uniformidade e eficiência de aplicação para os ensaios
realizados, de acordo com Mantovani (2001). ........................................................................................ 49
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Sistema de irrigação por aspersão. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009). ................................... 4
Figura 2: Sistema de irrigação por aspersão portátil. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009)......................... 5
Figura 3: Sistema convencional permanente. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009) ................................... 6
Figura 4: Coeficiente de Cultivo (kc) ...................................................................................................... 9
Figura 5: Exemplo de dotação fixa e intervalo de rega fixo. Fonte: adaptado de FAO (2002)................. 10
Figura 6: Interface do modelo CropWat 8,0. Fonte: adaptado de FAO (2022)........................................ 11
Figura 7: Isoetas da precipitação de um aspersor em funcionamento adequado ...................................... 18
Figura 8: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento adequado (Gomes, 2013)
.............................................................................................................................................................. 19
Figura 9: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento com pressão inferior a
adequada (Gomes, 2013) ....................................................................................................................... 19
Figura 10: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento com pressão elevada
(Gomes, 2013)....................................................................................................................................... 19
Figura 11: Localização geográfica do Distrito de Vanduzi .................................................................... 27
Figura 12: Levantamento de dados da linha adutora .............................................................................. 31
Figura 13: Medição da vazão e pressão dos aspersores .......................................................................... 32
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
1. INTRODUÇÃO
Os sistemas de irrigação são utilizados em todo o mundo para a produção de alimentos, garantindo
a produtividade em épocas de escassez das chuvas e elevando a qualidade dos produtos agrícolas.
(Faria, Gomes, Alberto, & Nunes, 2017). De acordo com (Toromo et al., 2011), a expansão dos
sistemas de irrigação em muitos países deve ser acompanhada por uma pesquisa que aborde
diferentes maneiras e meios de conseguir uma utilização eficiente da água na irrigação.
A irrigação por aspersão é um método pelo qual a água é distribuida ao solo sob forma de chuva,
por meio de aparelhos chamados aspersores (Raposo, 1994). Este modelo constitui um dos
métodos de maior expansão nestes últimos tempos, isto devido a uniformidade de aplicação de
água, a boa eficiência do sistema, o fácil controlo do volume de água a ser aplicado em cada
irrigação, a possibilidade de aplicação de fertilizantes diluídos na água, a facilidade de
automatização, a possibilidade de eliminação dos perigos de erosão e a potencialidade de seu
emprego nas mais diversas topografias e tipos de solo (Pinto, 1987).
Segundo Pereira (2001), é importante ter presente que qualquer sistema de rega deve ser projectado
e gerido correctamente, de maneira a que a aplicação da água no solo seja eficiente, uniforme e em
quantidade adequada para permitir que as plantas fiquem em perfeito conforto hídrico, o qual
depende da especificidade de cada cultura, para além de assegurar a proteção e conservação do
meio ambiente.
Na irrigação por aspersão o sistema precisa ser avaliado após a implantação do projecto, visando
verificar se o seu desempenho está de acordo com o que foi preestabelecido possibilitando, se
necessário, a realização de ajustes necessários e, periodicamente, com o objectivo de avaliar a
qualidade da manutenção e do maneio do sistema (Rocha et al., 1999).
Até agora a disponibilidade de dados sobre as eficiências nos regadios em caso particular da
Província de Manica é exígua, razão pela qual se propôs o presente estudo, onde se avalia o
desempenho do sistema de irrigação por aspersão do regadio 7 de Abril-1, no Distrito de Vanduzi.
Os parâmetros a serem avaliados se referem basicamente à uniformidade de distribuição da água,
a eficiência de aplicação, além daqueles parâmetros que caracterizam as cargas hidráulicas desde
a captação, adução e distribuição da água.
1
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Quanto a natureza, esta é uma pesquisa empírica onde é realizada através da obtenção de dados
directos e observáveis. Do ponto de vista do tipo de dados a colher, a pesquisa é mista. Segundo
(Creswell, 2003), abordagem mista é quando dados qualitativos e quantitativos são colectados e
analisados para estudar um fenómeno num único trabalho. Quanto aos procedimentos técnicos
utilizados para o alcance dos objectivos propostos, trata-se de um estudo de caso, cujo objecto é
uma unidade que se analisa profundamente.
1.1.Problema e Justificativa
A utilização de água para fins de irrigação no regadio 7 de Abril-1 é partilhada com a associação
7 de abril anexa, localizada à montante e a disponibilidade dessa água não é uniforme durante o
ano, sendo que, se verifica maior disponibilidade deste recurso durante a época de verão
(Novembro a Março) e menor disponibilidade durante a época do inverno (Maio a Outubro).
Segundo um dos membro entrevistado (pessoa de contacto no regadio), em períodos de escassez é
decorrente o surgimento de conflitos de uso de água e o número de usuários do regadio tem vindo
a crescer, so para se ter uma ideia, em 2015 o número de membros da associação era de 40 e em
2021 este número aumentou para 48.
Como a gestão do regadio é feita pelos próprios membros da associação, em caso de reposição de
um material ou acessório hidráulico (aspersores, tripé, tubagem e uniões), recorrem a um material
diferente do que anteriormente foi concebido, ademais, após a reabilitação e ampliação do regadio
em 2014, apenas um grupo de produtores foi capacitado em matéria de uso do sistema de rega, na
qual os mesmos seriam responsáveis pela réplica dos conhecimentos adquiridos. Há um enorme
desafio em trabalhar com os produtores do regadio, sendo que, na sua maioria são pessoas com
um domínio limitado sobre o desempenho do sistema e maneio de irrigação.
O regadio 7 de Abril-1 funciona por meio de um sistema de irrigação por aspersão sem aparelho
de elevação de água, e, pouco ou quase nenhum estudo sobre o seu desempenho foi realizado e
2
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
3
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Sistema de Irrigação por Aspersão
A rega por aspersão é um método pelo qual a água é distribuida ao solo sob forma de chuva, por
meio de aparelhos chamados aspersores (Raposo, 1994). A passagem de água sob pressão através
de orifícios de pequena dimensão é o que causa o fracionamento do jacto. Com o auxílio, via de
regra, de um sistema de bombeamento, a água percorre um conjunto de tubulações chegando com
a pressão necessária para acionar os aspersores.
A irrigação por aspersão é um método que visa suprir a demanda hídrica da cultura pelo
fraccionamento de um jacto de água em gotas lançadas sobre a superfície do terreno, simulando
uma chuva intensa e uniforme (Silva, 2012), conforme demonstra a Figura 1.
Segundo (Raposo, 1994), entre as principais vantagens apresentadas por esse método de irrigação
destacam-se as facilidades de adaptação em diferentes tipos de terreno, seja em nível, aclive ou
declive, a disponibilidade de maior área cultivável (ao contrário da irrigação por superfície, não
há perda de área), o fato de não possuir restrição quanto ao horário de aplicação e não causar
problemas de erosão do solo. Segundo o mesmo autor, os inconvenientes e limitações mais
frequentemente apontados ao método de rega por aspersão tem haver com o custo das instalações
e despesas de funcionamento elevados, distribuição irregular da água por efeito do vento, favorecer
o desenvolvimento de algumas doenças das plantas e impossibilidade de utilizar águas com
elevado teores salinos
4
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
mecanizado tem o principal objectivo realizar a irrigação em grandes áreas (nas quais se tornaria
inviável técnica e economicamente a utilização de sistemas convencionais) e diminuir os custos
com mão-de-obra. Para que ocorra a movimentação, o aspersor (ou o conjunto de aspersores) é
montado sobre um sistema mecânico dotado de rodas. Ainda segundo este autor, os sistemas de
irrigação mecanizados podem ser divididos em linha lateral móvel ou barra irrigadora móvel, pivô
central e autopropelido.
Os sistemas de aspersão convencional podem ser fixos ou móvel, estes também designados por
portáteis.
Figura 2: Sistema de irrigação por aspersão portátil. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009)
5
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
área, e parcialmente permanente, no qual as canalizações são portáteis e cobrem toda a área
irrigada.
Como não há movimentação de tubulações de um local para outro, teoricamente seria mais fácil
irrigar toda a área de uma só vez. Porém, isso acarretaria na demanda de uma grande quantidade
de água em um determinado momento, o que pode não ser viável. Outro problema seria a
necessidade de tubulações de diâmetro muito elevado e bombas de maior capacidade, aumentando
o custo do sistema. Pode-se dividir então a área em parcelas, que serão irrigadas sequencialmente
de maneira a cobrir toda a área ao final do ciclo, para reduzir os diâmetros das tubulações (Biscaro,
2009).
O processo mais simples limita-se em aproveitar nascentes naturais, utilizando drenos constituídos
por tubos que permitem conduzir a água por gravidade. Às vezes a irrigação de desnível pode
fazer-se aproveitando mananciais grandes ou mesmo rios. Para isso é frequente construirem-se
açudes ou diques, que represam a água e obrigam a subir o seu nível de maneira a poder ser
utilizada sem aparelhos especiais. Segundo a FAO (2014), os modelos de irrigação com captação
e adução por gravidade são denominados de sistemas de irrigação comunitários e de pequena
escala.
6
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
maioritariamente por possuir baixa renda e um baixo avanço tecnológico, sobretudo no que tange
à componente de irrigação. Segundo (Dries, 2008), o método de irrigação por gravidade apresenta
a vantagem de não necessitar de custos de energia para o bombeamento da água e é mais fácil gerir
porque tem custos monetários mínimos e consequentemente melhor adaptado ao nível da
organização dos produtores e de sua maneira habitual de mobilização de recursos. Por outro lado,
segundo (Calheiros et al., 2004), a captação de água a partir de nascentes é ideal, pois,
potencialmente fornece água de boa qualidade, abundante e contínua, localizada próxima do local
de uso e de cota topográfica elevada, possibilitando sua distribuição por gravidade, sem gasto de
energia. Ainda segundo (Calheiros et al. 2004), as nascentes, cursos de água e represas, embora
distintos entre si por várias particularidades, quanto às estratégias de preservação, apresentam
como pontos básicos comuns o controlo da erosão do solo por meio de estruturas físicas e barreiras
vegetais de contenção, minimização de contaminação química e biológica e acções mitigadoras de
perdas de água por evaporação e consumo pelas plantas.
O sistema de irrigação de irrigação por gravidade são doptados do seu desenho específico e
características de funcionamento que são resumidas na Tabela 1.
7
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Necessidades de água da cultura são definidas como a quantidade de água necessária para
satisfazer as perdas por evapotranspiração duma cultura (ETc) e atingindo a produção potencial
máxima nas dadas condições ambientais (Bernardo et al., 2009). Nestas condições, segundo (FAO,
2002), 3 factores determinam as necessidades de água da cultura:
A relação ETc/ETo é chamada constante de cultura (kc). Sendo conhecido o valor de kc então
pode ser calculada a ETc como:
ETc = kc * ETo Equação (2.1)
Conforme ilustra a Figura 4, para uma dada cultura o valor de kc não é constante, depende
principalmente do estágio de crescimento da cultura. Segundo a FAO (2002), para todas as culturas
anuais o período de crescimento pode ser dividido em 4 estágios:
1- Fase inicial ou de estabelecimento - desde a germinação ao estabelecimento. Caracterizada por
um fraco aumento da cobertura vegetal (menor que 10%).
2 - Fase de desenvolvimento - desde o final da fase inicial até à cobertura total do terreno. Rápido
aumento da cobertura vegetal.
3 - Fase de cobertura máxima - caracterizada por uma cobertura aproximadamente constante, até
ao início da maturação.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
4 - Fase de maturação - desde o início da maturação até a colheita, folhas velhas transpirando
menos.
Programação da rega diz respeito à aplicação da quantidade apropriada da água na altura certa.
Segundo a FAO (2002), os seguintes conceitos devem ser conhecidos para uma boa programação
da rega:
Dotação - A quantidade de água requerida para rega pode ser calculada se conhecermos o clima
(ETo), a quantidade máxima de água disponível no solo (AD) e as características da cultura (Z=
profundidade radicular; kc; p = fracção da água disponível).
A rega deverá no máximo repor a humidade do solo até AD sendo que o excesso será perdido por
percolação profunda. A quantidade máxima de rega que poderá ser armazenada na zona radicular
será Z*AD, com Z= profundidade radicular; então a quantidade máxima de água a ser absorvida
por uma determinada cultura sem que esta sofra de falta de água é dada pela expressão 2.2:
AFD = p*Z*AD. Equação (2.2)
dn = p* Z* AD Equação (2.3)
dn = dotação líquida.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Intervalo de rega - o tempo entre duas aplicações sucessivas de água é chamado intervalo de rega
e é medido entre o começo duma rega e o término da outra rega. É normalmente expresso em dias.
Para um abastecimento optimal de água, a humidade do solo não deverá baixar para além da AFD.
Para In a média das necessidades líquidas sobre um determinado intervalo de tempo (dias), o
intervalo de rega é dada pela expressão 2.4:
𝑝∗𝐷∗𝐴𝐷 𝐴𝐹𝐷
𝑖= = Equação 2.4
𝐼𝑛 𝐼𝑛
Um dos métodos bastante utilizados, é o método de intervalos fixos e quantidades fixas. Nalguns
momentos a quantidade de rega a aplicar poderá não corresponder a condições optimal de
humidade no solo, isto é, poderá exceder ou faltar ligeiramente. Porém, para evitar a redução no
rendimento, a quantidade de água deverá ser suficientemente grande para prevenir a falta de água
nos estágios críticos de desenvolvimento da cultura. A Figura 5 mostra o exemplo de dotação fixa
e intervalo de rega fixo.
Figura 5: Exemplo de dotação fixa e intervalo de rega fixo. Fonte: adaptado de FAO (2002)
A Figura 5 indicam-nos os momentos e as quantidades que se deve regar. O eixo dos Y representa
o teor de água no solo em mm e o eixo dos X, os dias após a plantação. A linha de horizontal a
partir do ponto 0 representa a capacidade de campo, a linha intermediária representa a depleção
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Como ponto de partida, e apenas para ser usado quando os dados locais não estiverem disponíveis,
CropWat 8,0 inclui dados da cultura e solo padrão. Quando os dados locais estão disponíveis, esses
arquivos de dados podem ser facilmente modificados ou novos podem ser criados. Da mesma
forma, se os dados climáticos locais não estiverem disponíveis, eles podem ser obtidos para mais
de 5000 estações em todo o mundo no ClimWat 2,0, o banco de dados climático associado (fonte?).
O desenvolvimento de cronogramas de irrigação no CropWat 8,0 é baseado em um balanço diário
11
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
da água do solo usando várias opções definidas pelo usuário para o abastecimento de água e as
condições de gestão da irrigação (FAO, 2021).
Além de uma interface do usuário, o CropWat 8,0 para windows inclui uma série de recursos,
incluindo:
Onde:
v = velocidade média (m/s)
D = diâmetro (m)
J = perda de carga unitária (m/m)
C = coeficiente de rugosidade dependente da natureza das perdas da canalização (-).
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Onde:
Z – carga ou energia potencial de posição (m);
p/ – carga ou energia potencial de pressão (m);
U2 /2g – carga ou energia cinética por unidade de peso (m);
∆H = Perdas de carga total (m)
Equação de continuidade:
𝜋∗𝐷2
𝑄 = 𝑈1 ∗ 𝐴1 = 𝑈2 ∗ 𝐴2 = 𝑈 ∗ 𝐴 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒; 𝐴 = Equação (2.7)
4
Onde:
Q = caudal escoado (m³ /s);
U = velocidade média do escoamento (m/s);
A = área da secção de escoamento (m²);
D = diâmetro da tubagem (m).
As perdas de carga totais são compostas por perdas de carga contínuas e perdas de carga
localizadas, cujas expressões se apresentam a seguir:
Para o cálculo da perda de carga unitária, diversas são as fórmulas propostas, no entanto, pode
destacar-se a fórmula universal (ou de Darcy-Waisbach); e as fórmulas empíricas de Hazen-
Williams e de Gauckler – Manning – Strickler, conforme ilustrado na Tabela 2.
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Gauckler-Manning-Strickler Q
J=( )²
Ks ∗ A ∗ R2/3
Onde:
J = perda de carga unitária (m/m);
f = factor de resistência ou de Darcy-Weisbach ( - );
U = velocidade média do escoamento (m/s);
D = diâmetro da tubagem (m);
g = aceleração de gravidade (≈ 9,8 m/s);
Q = caudal escoado (m³/s);
C = coeficiente de rugosidade de Hazen Williams, e
Ks = coeficiente de rugosidade de Gauckler – Manning – Strickler ( 𝑚1/3 𝑠 −1 )
O valor de “f” varia em função do número de Reynolds (Re) e/ou da rugosidade relativa.
Rugosidade Absoluta – (K ou também ε, dada em mm) é dada pela medida das asperezas da
parede do tubo.
Rugosidade Relativa é o quociente da rugosidade absoluta pelo diâmetro da conduta ( K / D ).
A natureza de um escoamento, isto é, se laminar ou turbulento e sua posição relativa numa escala
de turbulência é indicada pelo número de Reynolds (Re). O número de Reynolds é a relação entre
as forças de inércia (Fi) e as forças viscosas (Fμ)
Onde:
Re = número de Reynolds;
U = velocidade média do escoamento (m/s);
D – Diâmetro da tubagem (m);
– densidade do fluído (kg/m3 );
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0 1,78 40 0,66
4 1,57 50 0,56
10 1,31 60 0,47
20 1,01 80 0,37
30 0,82 100 0,29
Fonte: Lencastre (1996)
Para escoamento em regime laminar o número de Reynold é menor que 2000 (Re < 2000). Importa
referenciar que nos escoamentos laminares as trajectórias são regulares, aproximadamente
rectilíneas e não interferem umas com as outras, enquanto que nos escoamentos turbulentos as
trajectórias são irregulares e interferem fortemente umas com as outras, aumentando a
homogeneidade do escoamento através da troca de quantidades de movimento entre partículas.
Segundo (Mantovani et al., 2009), o escoamento turbulento apresenta também as seguintes
características:
Irregularidade;
Difusividade;
Altos números de Reynolds;
Flutuações tridimensionais;
Dissipação de energia.
Segundo Netto et. al. (2002), o valor de “f” pode ser determinado pela expressão de Hagen-
Poiseuille (equação 2.10):
64
f = Re Equação (2.10)
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U2
∆HL = KL ∗ 2g Equação (2.11)
Onde:
HL – perda de carga localizada (m);
KL – coeficiente de perda de carga localizada, adimensional (depende do tipo de
singularidade, das características geométricas, da rugosidade e do número de Reynolds);
U – velocidade média do escoamento (m/s);
g – aceleração de gravidade (≈ 9,8 m/s).
Sá Marques e Sousa (2009) referem que as perdas de carga introduzidas por acessórios em
condutas relativamente longas, são geralmente desprezadas em face das perdas de carga contínuas.
Na prática, as perdas de carga localizadas podem ser desprezadas em tubagens de comprimento
superior a 4000 vezes o seu diâmetro (Sá Marques e Sousa, 2009). Por outro lado, é prática comum
considerar as perdas de carga localizadas como sendo 10% das perdas de carga contínuas (Kay,
2008).
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πd2
𝑞 = a ∗ v = Cd √2gh Equação (2.12)
4
Onde:
q = vazão do aspersor (m³/s)
a = área do bocal (m²)
v = velocidade de saída da água = √2gh (m/s)
Cd = coeficiente de descarga do bocal do aspersor (adimensional)
d = diâmetro do bocal (m)
h = pressão de funcionamento do aspersor (mca)
O coeficiente de descarga (Cd) é função da perda de carga e da contração do jato no bocal e, para
uma mesma pressão de funcionamento, quanto maior for seu valor, maior será a vazão do aspersor.
Portanto, o valor do coeficiente de descarga reflete a qualidade do aspersor e, para a maioria dos
aspersores disponíveis no mercado, seu valor varia de 0,65 a 0,95 (Gomes, 2013).
Pela expressão (2.11), observa-se que a vazão do aspersor é diretamente proporcional ao quadrado
do diâmetro do bocal ou bocais e à raiz quadrada da pressão de funcionamento.
Existe uma fórmula empírica que é praticamente aceita para a determinação do raio de alcance de
aspersores rotativos (equação 2.11), onde R e h se expressam em metros e o diâmetro do bocal (d)
em milímetros (Raposo, 1994).
Onde:
R= raio do aspersor (m)
d = diâmetro do bocal (m)
h = pressão de funcionamento do aspersor (mca)
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Segundo (Gomes, 2013) a distribuição da precipitação lançada por um aspersor depende de sua
pressão de funcionamento e das condições locais do vento. Para um aspersor que funciona com a
pressão adequada e sem a influência significativa de ventos, a distribuição da precipitação possui
uma forma bem definida. As alturas de precipitação medidas sobre o solo apresentam isoetas
circunscritas ao eixo do aspersor, com valores decrescentes em direção à periferia do círculo
molhado, conforme a Figura 7 . A Figura 8 representa o perfil transversal das isoetas da Figura 7.
Esse perfil transversal tem uma forma simétrica, aproximadamente triangular, representando a
distribuição da precipitação de um aspersor que funciona com a pressão adequada e sem a presença
considerável de ventos. Quando um aspersor trabalha com pressão insuficiente, o perfil transversal
apresenta o aspecto mostrado na Figura 9. Nele se observa uma concentração da precipitação
próxima ao eixo do aspersor e sobre uma coroa intermediária do círculo molhado. Quando a
pressão de funcionamento de um aspersor é alta, com relação a seu valor adequado, o perfil
transversal da precipitação apresenta a forma ilustrada na Figura 10. Observa-se, nessa figura, uma
concentração da chuva próxima ao eixo do aspersor, decorrente de uma pulverização excessiva do
jacto em gotas finas. O alcance correspondente é menor e as gotas são mais propícias a serem
arrastadas pelo vento, proporcionando, assim, uma precipitação pouco uniforme.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Outra característica significativa da precipitação na irrigação por aspersão é sua intensidade média
(I), que representa a lâmina de água aplicada ao terreno em um determinado intervalo de tempo.
Expressa-se, geralmente, em mm/h e pode ser obtida mediante a relação entre a vazão do aspersor
(q) e a área molhada (S) correspondente, onde S é igual a 𝜋𝑅², sendo R o raio de alcance do
aspersor (Equação 2.14).
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
q
I=S Equação (2.14)
Segundo Raposo (1994), a intensidade de precipitação média, ou seja, a média de chuva a distribuir
ao solo na unidade de tempo, não deve logicamente, exceder um certo limite, em função das
características do solo. De outro modo, provocar-se-ia o excessivo encharcamento do terreno e
correr-se-ia o risco de originar a erosão, a intensidade de precipitação média não deve exceder 5
a 6 mm/h nos solos argilosos e 8 a 12 mm/h nos solos francos. Nos solos arenosos são, em
princípio, perfeitamente aceitáveis precipitações superiores a 15 mm/h ou 30 mm/h, devido a sua
elevada permeabilidade. Portanto, se deve ter o maior cuidado a este respeito, particularmente nos
solos argilosos, em virtude da sua fraca permeabilidade natural. Algumas instalações de rega por
aspersão falham em solos mais compactos, precisamente por não se atender a este facto.
Através de uma análise completa do sistema, pode-se observar, se a irrigação está sendo realizada
de maneira eficaz, com o auxílio de uma vasta lista de coeficientes de uniformidade de distribuição
de água, os quais expressam a variabilidade de distribuição do sistema de irrigação. Para avaliar a
o sistema de irrigação, diversos parâmetros são determinados em campo, como a vazão, tempo de
irrigação e uniformidade de distribuição de água, constituindo os critérios básicos para tomada de
decisões em relação ao diagnóstico do sistema (Antunes, 2018).
Onde:
Xi = precipitação em cada colector;
x̅ = média das precipitações;
n = número de pluviómetro ou colectores
Onde:
x̅ = média das precipitações;
Xi = precipitação observada em cada pluviómetro
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Onde:
CUD = Coeficiente de uniformidade de distribuição;
lq = Média de 25% do total de pluviómetro com as menores precipitações;
Lm = Lâmina média de todas as observações (mm).
Tabela 5: Classificação dos valores do desempenho dos sistemas de irrigação por aspersão
Diferentes tipos de sistemas de irrigação têm diferentes níveis de eficiência. Quanto maior a
eficiência da irrigação, maior é a área que pode ser irrigada de uma dada fonte de água, e menor é
a lixiviação de nutrientes e danos para o solo. A água economizada pode ser usada para outros fins
produtivos (FAO, 2002).
A eficiência de rega é um indicador que permite fazer uma avaliação do “desempenho dos sistemas
de rega”. O principal objectivo na avaliação de sistemas de rega é de identificar os problemas e
discutir as diferentes alternativas que sejam ambas efectivas e práticas na melhoria do desempenho
dos respectivos sistemas. Podem-se obter elevados índices de eficiência empregando-se um
dimensionamento correcto do projecto, equipamentos adequados e um maneio racional da água
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
(Pitoro, 1998). Segundo (FAO, 2002), a eficiências de rega ocorre a diferentes níveis,
nomeadamente:
Onde:
Wc = Volume de água recebida no campo em m³
Wd = Volume de água retirada na fonte m³
Este indicador é influenciado principalmente pelo controlo da distribuição e pelo tamanho da
unidade terciária.
Eficiência de Aplicação
A precipitação lançada pelos aspersores ao terreno não é totalmente aproveitada pelas raízes das
plantas. Uma parte se perde devido à evaporação e ao arraste das gotas pelo vento, e outra parte se
perde por percolação profunda, devido a não uniformidade de distribuição a precipitação sobre o
terreno. As perdas produzidas pela evaporação e pelo vento dependem de muitos factores, que
podem variar constantemente durante o ciclo vegetativo da cultura. Para (Gomes, 2013) esses
factores são: temperatura, humidade do ar, radiação solar, velocidade do vento, cobertura vegetal
e tamanho das gotas assim sendo, quando uma determinada lâmina de irrigação é aplicada ao
terreno, e parte da área irrigada recebe mais água do que a quantidade necessária, o excesso
correspondente se perde por percolação ou escoamento, em detrimento de outras partes da
superfície irrigada que não recebem a dose de irrigação suficiente. Além do mais, no cômputo
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
geral, também devem ser consideradas as perdas de água que ocorrem ao se molhar as partes
vizinhas adjacentes à área da parcela cultivada. A relação entre a quantidade de água retida no
solo, à disposição das raízes das plantas, e a quantidade de água aplicada é definida como eficiência
de aplicação. Expressa-se em percentagem e indica o grau de efetividade com que se utiliza o
sistema de irrigação (Gomes, 2013).
A eficiência da aplicação em campo (Ea) é a razão entre água diretamente disponível para a cultura
e aquela recebida em a entrada de campo (FAO, 2002), ou seja:
Segundo (Raposo, 1994), após a determinação da quantidade de água recebida no campo, a água
armazenada na zona radicular é estimada através do balanço hidrológico do solo, obtendo-se
através da conjugação entre os respectivos valores da precipitação e da evapotranspiração, tendo
em conta a capacidade de armazenamento do solo. Ainda segundo este autor, os método que parece
mais correcto para a realização do balanço hídrico do solo é o Thornthwaite-Mather e o método
da FAO.
Em geral, a eficiência de aplicação (Ea) na rega por aspersão varia, durante o dia, entre 60%, em
zonas semi-áridas, a 75%, em zonas de clima moderado. No entanto, ao se irrigar durante a noite,
a eficiência pode chegar a alcançar valores próximos a 90%. A Tabela 6 demonstra os valores
indicativos da eficiência de aplicação dos sistemas de irrigação por aspersão em diferentes
condições do clima.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Tabela 6: 1Eficiências de aplicação óptimas para boa gestão dos sistemas de irrigação por aspersão
Definir sistemas com alta taxa de aplicação em climas desérticos com ventos fortes
ou baixas taxas de aplicação em outros climas com ventos fortes 0,70
1
Chave para definição dos sistemas:
Baixa taxa de aplicação: 2,5- 5,0 mm/h
Taxas de aplicação média:5,0- 10mm/h
Altas taxas de aplicaçào: > 10mm/h
25
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Segundo (FAO, 2002), a eficiência geral, também conhecida como eficiência do projecto de rega
(Ep), compreende a eficiência de transporte (Ec), eficiência do canal de campo (Eb) e eficiência
de aplicação em campo (Ea):
Ep = Ea ∗ Ed ∗ Ec Equação (2.21)
Onde:
Ep: Eficiência do projecto (%)
Ed: Eficiência de distribuição (%)
Ec: Eficiência de transporte (%)
Segundo Rudnick (2015), a eficiência geral de irrigação (Ep) representa a eficiência de todo o
sistema que fornece água de uma fonte para o campo e pode ser obtida através da expressão 2.22:
Onde:
Ep = Eficiência do projecto (%)
Ea = Eficiência de aplicação (%)
Ec = Eficiência de transporte (%)
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1.Localização da Área de Estudo e suas Características
A área de estudo compreende o regadio de 7 de
Abril-1, localizado no povoado de Belas-1, à 8
km da Vila Sede do Distrito de Vanduzi. O
Acesso a partir da Cidade de Chimoio é de cerca
de 40 km. Segundo a Figura 11, o Distrito de
Vanduzi localiza-se na região centro de
Moçambique e da Província de Manica, entre as
coordenadas 33º45ʹ e 19º26ʹ de Latitude Sul e a
33º45ʹ e 33º07ʹ de Longitude Este (Caliche,
2004). Foi criado com a elevação do Posto
Administrativo de Vanduzi (até então parte do
Distrito de Manica) à Distrito em 2013.
Chigodore
Limites
Norte: Distrito de Bárue, e Macossa, através do rio Púngue;
Sul: Distrito de Sussundenga e Macate, através do rio Revúe e Tembwé;
Este: Distritos de Chimoio e Gondola, através do rio Mudzingaze;
Oeste: Distrito de Manica, através do rio Nhacadung.
27
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
3.1.1. Clima
O Distrito de Vanduzi está inserido na região agro-ecológica R4, segundo a classificação climática
de Koppen o clima da região é do tipo tropical húmido quente. A temperatura média anual é de
21,8 ºC e a precipitação média anual é de 1215 mm, com duas estações, sendo uma chuvosa que
decorre entre Novembro a Março e outra seca que vai de Abril a Outubro. A evapotranspiração
média anual é cerca de 1220 mm a 1290 mm sendo relativamente superior ao valor da precipitação
média anual (IIAM, 2006).
3.1.2. Solos
Geologicamente, Vanduzi localiza-se na região de formação gnesiana a sul do rio Pùngué,
composta por rochas de origem metamórficas. Os solos são de formação gness acastanhados, que
vão de escuro moderado na superfície, arenosos e argilo-vermelhos profundos de boa
permeabilidade e fertilidade. Os solos mostram uma estreita relação com a geologia e o clima da
região e são localmente modificados pela topografia e o regime hídrico, sendo que, ao longo dos
rios os solos são aluvionares (Caliche, 2004).
Sendo basicamente solos argilosos vermelhos óxicos ou castanhos avermelhados, profundos, bem
drenados; nos declives superiores, cumes das montanhas e nos afloramentos rochosos os solos são
líticos, com textura franco arenosa, pouco profundos e drenagem excessiva.
Vanduzi é atravessado por diversos rios, alguns dos quais, Dikwe, Chihururu, Bue Maronga,
Vanduzi, Nharuhwerere, Bane e Nhamadembe, localizados na parte sul. .
28
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
de Tete, numa distância de 11,6 km até a sede do Distrito, eventualmente contornando à esquerda
da sede do Distrito, percorrendo mais 8 km de estrada terraplanada (PROIRRI, 2013).
O regadio 7 de Abril-1 têm um sistema de irrigação ligado na fonte de captação por gravidade. A
fonte de captação de água é a nascente do monte Nhaúmbwe (ver anexo 3), localizado a 800 m de
altitude, onde a água escorre até uma mini-represa de betão armado, dispondo de uma comporta
metálica movida por um volante de inércia que permite o fluxo do caudal ecológico (rio
Nhaúmbwe) e uma descarga de fundo composta por tubagem que permite a captação da água ao
sistema de adução do regadio (Autor, 2021).
Segundo (PROIRRI, 2013) a água na captação corre durante todo o ano e o fluxo disponível
no período seco (Outubro de 2011 e Setembro de 2012) foi estimado entre 30 e 40 l/s.
O tubo de adução da água está ligado ao fundo da represa na captação. Trata-se de uma conduta
amarrada na extremidade de montante, com variação de diâmetro e tipo de material ao longo do
seu trajecto (Tabela 7), enterrada após o trecho A-B, sendo que a tubagem nas parcelas de rega é
63 mm. O sistema apresenta 2 (duas) ventosas ao longo da conduta, das quais, uma no trecho A-
B e outra no trecho C-D. A distância da linha adutora é cerca de 1,3 km. A Tabela 7 indica os
trechos da linha adutora do regadio.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
A aplicação de água nas parcelas é realizado através de um sistema por aspersão semi-portátil na
qual os aspersores são movidos por pressão resultante da diferença de altura entre a fonte e o
campo. O sistema de aspersão apresenta espaçamento de 12*18 m, com altura (h) do tripé de 1,2
m. As linhas laterais são compostas por tubagem de diâmetro (Di) 2", de ferro fundido, com
redução de 2" para 1" e 1" para 3/4" para o suporte do tripé. As linhas secundárias (Di=63 mm)
são constituídas por hidrantes de recalque rotativos metálicos. Os aspersores são de ligação macho
de 3/4", de ferro galvanizado, modelo VYR 35 de fabrico espanhol. Seu eixo e molas são de aço
inoxidável, de rotação contínua, com um bico.
A vista parcial do regadio: represa, hidrantes e aspersores usados estão apresentados nos anexos 3
30
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
A medição da pressão de serviço dos aspersores foi realizada por meio de um manómetro analógico
da marca Netafim, fabrico israelense, inserindo no bocal do aspersor durante o seu funcionamento,
com leituras feitas em três repetições.
Onde:
QLL = vazão no início da linha lateral (m³/s);
J = perda de carga linear (m/m);
D = diâmetro interno da tubulação (m);
C = coeficiente de rugosidade (adimensional).
A pressão no inicio da linha lateral foi obtida pela equação 3.2:
Onde:
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Onde:
hf´ = perda de carga permitida corrigida (mca);
f = factor de correção.
O fator de correção foi determinado pela expressão 3.5:
Onde:
f = fator de correção (adimensional);
m = constante (1,85 para a equação de Hazen-Wiliams);
N = número de aspersores.
Tendo em conta o comprimento da linha lateral nas parcelas, as perdas de carga lineares foram
obtidas pela expressão 3.6:
33
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
A disposição dos coletores em relação aos aspersores foi configurada obedecendo a metodologia
proposta por Pinto (1987) na qual, em caso de um sistema permanente e semi-permanente os
recipientes devem ser dispostos na área entre 4 aspersores.
Findo período de 120 minutos, com auxílio de um colector graduado em mm foram medidas os
volumes colectados em cada parcela e relacionados com a precipitação dos aspersores.
A classificação dos coeficientes de uniformidade para o ensaio realizado foi procedida de acordo
com o proposto por Mantovani (2001). A Figura 15 mostra o layout das parcelas utilizadas nesta
pesquisa.
34
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Figura 15: Layout das parcelas utilizadas para o ensaio, adaptado de PROIRRI (2013)
Onde:
35
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
A eficiência de transporte foi considerada com valor um, visto que o equipamento ou conduto é
fechado e não apresentou fugas ao longo da linha adutora, conforme proposto por (Faria et al.,
2017).
A eficiência total do projecto de rega foi o resultado do produto das eficiências parciais,
nomeadamente, a eficiência de aplicação e a eficiência de condução da água, através da expressão
2.20, proposta por Rudnick (2015).
A classificação da eficiência de aplicação de água foi feita com base na comparação dos valores
propostos por Mantovani (2001) e (FAO, 2002). A classificação da eficiência do projecto de rega
foi feita na base da comparação com os valores indicados pela FAO (2002), entre 60 e 75% como
aceitável.
3.6.Limitações do Estudo
A velocidade do vento foi um dos factores que ditou o alcance dos baixos valores de coeficiente
de uniformidade na parcela 1, tendo em conta que o ensaio nesta parcela decorreu no período de
manhã, com a velocidade média do vento relativamente alta (7km/h), o que ditou maiores perdas
de água por arraste do vento.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Nos trechos da linha de adução os dados estimados de vazão tiveram como referência os resultados
do estudo do (PROIRRI, 2013).
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1.Programação da Rega das Culturas em Campo
As culturas estabelecidas em campo foram nomeadamente, milho na parcela 2, feijão-verde na
parcela 1 e piri-piri na parcela 3, numa área correspondente a 0,5 ha por parcela.
Na prática actual do produtor a produção de milho é feita em regadio com baixos insumos, irrigado
em intervalos de 6 dias com um tempo de rega diário de 2 h, em 4 posições por parcela. No tocante
a produção de feijão verde, esta é realizada em intervalos de rega de 3 dias, ou seja, duas vezes por
semana, com tempo de rega diário de 1 h e finalmente a cultura de piri-piri é irrigado uma vez por
semana (intervalos de 6 dias) com tempo diário de 1,5 h. A Tabela 9 apresenta a informação da
programação de rega na prática actual do agricultor.
A vazão dos aspersores obtida foi de 0,4 l/s na parcela 1 e 0,3 l/s nas parcelas 2 e 3, ou seja, 1,44
m³/h na parcela 1 e 1,08 m³/h nas parcelas 2 e 3, respectivamente. Esta diferença de vazão dos
aspersores nas parcelas resulta da desuniformidade de vazão ao longo dos trechos da linha
principal, conforme é descrito mais adiante.
Conforme demonstra a Tabela 9, o período de sementeira das culturas estudadas foi o mês de
Março, sendo que, para a cultura de milho nas duas horas de irrigação (parcela 2) a dotação
fornecida pelos aspersores foi de 10mm, no feijão-verde foi cerca de 7mm (parcela 1) e 8mm no
piri-piri (parcela 3).
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Conforme demonstrado na Tabela 10, considerando a eficiência de rega de 70% para os sistemas
de rega por aspersão, na prática actual do agricultor, o feijão verde com 7 mm de dotação em
intervalos de rega de 3 dias, tendo em conta a ETc média diária de 4,2 mm não se verifica redução
no seu rendimento, mas se considerar a média diária de ETc incluindo a precipitação efectiva
(38%) terá apenas um défict hídrico em cerca de 10 mm. A Figura 16 demonstra o diagrama da
programação de rega para a cultura de feijão-verde.
Para a cultura do milho com a dotação de 10 mm em intervalos de rega de 6 dias, mesmo com as
compensações da precipitação efectiva (46%) apresenta uma redução no seu rendimento, em cerca
de 5%. Similarmente, para a cultura de piri-piri com dotação fixa de 8 mm em intervalos de rega
de 6 dias, mesmo com as compensações feitas pela precipitação (48,4%), verifica-se uma redução
no seu rendimento em cerca de 3,3%.
Por outro lado, tendo como referência as necessidades hídricas totais para a produção do milho,
situada entre 450 a 700 mm, os resultados da programação de rega na prática actual dos
agricultores cujas lâminas líquidas totais de água aplicada em cerca 200 mm, somado a
precipitação efectiva de 107,4 mm (cerca de 307 mm), o valor situa-se abaixo do intervalo
estabelecido. O mesmo sucede com a cultura de piri-piri com a lâmina total aplicada de 200 mm
2
Eficiência de rega padrão do modelo CropWat 8,0 para os sistemas de irrigação por aspersão
39
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
acrescido à precipitação efectiva de 125,8 mm (cerca de 326 mm), o valor também situa-se aquém
dos intervalos das necessidades hídricas de água, que situam entre 500 a 800 mm.
Figura 16: Programação de rega para a cultura de feijão-verde na prática dos agricultores,
dotação aplicada de 7mm e intervalo de rega de 3 dias
Figura 17: Programação de rega para a cultura de milho na prática dos agricultores, dotação
aplicada de 10mm e intervalo de rega de 6 dias
Figura 18: Programação de rega para a cultura de piri-piri na prática dos agricultores, dotação de
8mm e intervalo de rega de 6 dias
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Tabela 11: Dotação, intervalo e tempo de rega na prática actual dos agricultores e valores
recomendados para as culturas estudadas.
Prática actual Valores recomendados
(CropWat) Ea
Cultura
T (h) (%)
I (dias) d (mm) T (h) I (dias) d (mm)
Milho 2 6 10 2 4 10 80,4
Piri-Piri 1,5 6 8 1 3 6 94
Segundo a Tabela 11, a programação de rega recomendado para a cultura de feijão-verde semeado
a 08 de Março com previsão de primeira colheita a 5 de Junho, considerando as condições edafo-
climáticas locais resulta numa dotação aplicada de 6 mm em intervalos de rega de 2 dias e tempo
de rega de 1 hora. Nestas condições de programação a eficiência de aplicação de água será cerca
de 87%.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Figura 19: Programação de rega recomendado para cultura de feijão-verde, dotação aplicada de 6mm e
intervalo de rega 2 dias
Figura 20: Programação de rega recomendado para cultura de milho, dotação aplicada de 10mm e
intervalo de rega 4 dias
Figura 21: Programação de rega recomendado para cultura de piri-piri, dotação aplicada de 6mm e
intervalo de rega 3 dias
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
T (s) P (kpa)
Parcela V Q
Rep. Rep. Méd.
Méd.
nº l 1 2 3 l/s m³/h 1 2 3 kpa mca
1 20 46,4 49,3 48,86 48,2 0,4 1,44 205 201 203 203 20,7
2 20 76 77 77 76.7 0,3 1,08 206 299 299 268 27,3
3 20 75 71 74 73.3 0,3 1,08 302 301 299 301 30,7
Os resultados de caudal e pressão de serviço dos aspersores indicam que se trata de aspersores de
média pressão, pelo que, segundo Bernardo et al. (2006), a pressão de funcionamento desses
aspersores variaram entre 20 a 40 mca. A pressão de serviço dos aspersores de 30,7 mca foi a
melhor, sendo que, influenciou para a boa uniformidade de distribuição de água observada na
parcela 3.
Sendo que a cota (Z₁) registada na captação foi de 746,9 m e cerca de 690 m nos campos de
irrigação (Z₂), a diferença de cotas (∆z) resultante entre a captação e a área de distribuição ou
campos de irrigação analisados foi de 55,6 m, traduzindo este valor em pressão, tendo em conta
que o sistema de adução é a gravidade com perdas de caga totais (Tabela 15), significa que a
pressão de água que chega na linha secundária das parcelas é cerca de 40 mca, porém, este valor
é classificado como sendo de transição entre média a alta pressão pois, segundo (Dries, 2008), os
valores de baixa pressão situam-se em intervalos até 15 mca, os valores de alta pressão situam-se
entre 15 a 25 mca e valores de alta pressão a partir de 50 mca.
Conforme a Tabela 13, a perda de carga permitida na linha lateral da parcela 1 é de 4,1 mca, 5,5
mca na parcela 2 e 6,1 mca na parcela 3.
43
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Tabela 13: Perdas de carga permissível corrigida na linha lateral e intensidade de precipitação
O caudal da linha lateral na parcela 1 foi de 8,6 m³/h, nas parcelas 2 e 3 foi de 6,5 m³/h, o
equivalente a 2,3 l/s e 1,81 l/s, respectivamente. As perdas de carga lineares na linha lateral das
parcelas são apresentadas na Tabela 14.
1 9,4 71 0,13
2 12,5 71 0,18
3 14 71 0,20
A altura dos aspersores na área do projecto foi de 1,20 m, sendo que a pressão inicial na linha
lateral foi de 23,3 mca na parcela 1, 30,7 mca na parcela 2 e 34,5 mca na parcela 3.
A velocidade do escoamento em cada secção ou trecho da linha adutora variou entre 0,85 m/s a
1,49 m/s, sendo valores descritos como aceitáveis, tendo em conta que velocidades do escoamento
acima de 3 m/s têm impactos negativos, dando origem a escoamentos turbulentos.
As perdas de caga localizadas variaram de 1,1 à 2,2 mca. A perda de carga considerando o início
e o fim da linha adutora foi cerca de 16 mca e o número de Reynold entre 89 a 202, considerando
cada trecho da referida linha. Igualmente, observa-se que o fluxo decresce com o aumento da
distância em relação à captação, ou seja, de 27 l/s no trecho A-B para 7,6 l/s no trecho M-N e 5,2
l/s no trecho N-P, conforme é demonstrado na Tabela 15.
44
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Tabela 15: Velocidade do escoamento, perdas de carga e número de Reynold para os trechos da linha de adução
Q D D A L C T r µ J ∆HL ∆Hc
Trech Q(m³/s) Mat. U (m/s) k Re
(l/s) (mm) (m) (m²) (m) (m3/8/s) ºC (kg/m3 ) (mPa.s) (m/m) (m/m) (m/m)
A-B 26.6 0.0266 200 0.2 0.031 48 F.Gal. 120 0.853451994 20 997 1.002 0.00 0.3 1.1 0.2 170
B-C 25.33 0.02533 160 0.16 0.020 96 PVC 140 1.270051957 20 997 1.002 0.01 0.2 1.6 0.9 202
C-D 24.06 0.02406 160 0.16 0.020 99 PVC 140 1.206435924 20 997 1.002 0.01 0.2 1.4 0.9 192
D-E 22.79 0.02279 140 0.14 0.015 96 PVC 140 1.492618464 20 997 1.002 0.02 0.2 2.2 1.4 208
E-F 21.52 0.02152 140 0.14 0.015 54 PVC 140 1.409521334 20 997 1.002 0.01 0.2 1.9 0.7 196
F-G 21.52 0.02152 140 0.14 0.015 138 PVC 140 1.409521334 20 997 1.002 0.01 0.2 1.9 1.9 196
G-H 21.52 0.02152 140 0.14 0.015 45 PVC 140 1.409521334 20 997 1.002 0.01 0.2 1.9 0.6 196
H-I 19.62 0.01962 140 0.14 0.015 96 PVC 140 1.285193537 20 997 1.002 0.01 0.2 1.6 1.1 179
I-J 17.72 0.01772 140 0.14 0.015 99 PVC 140 1.160853681 20 997 1.002 0.01 0.2 1.3 0.9 162
J-K 15.18 0.01518 140 0.14 0.015 96 PVC 140 0.994609788 20 997 1.002 0.01 0.2 1.0 0.7 139
K-L 12.64 0.01264 110 0.11 0.009 99 PVC 140 1.341705839 20 997 1.002 0.02 0.2 1.8 1.6 147
L-M 10.1 0.0101 110 0.11 0.009 96 PVC 140 1.07233143 20 997 1.002 0.01 0.2 1.1 1.0 117
M-N 7.56 0.00756 90 0.09 0.006 99 PVC 140 1.199328566 20 997 1.002 0.02 0.2 1.4 1.7 107
N-P 5.2 0.0052 75 0.075 0.004 96 PVC 140 1.18830767 20 997 1.002 0.02 0.2 1.4 2.0 89
Onde: Q = Caudal; D = diâmetro nominal; L = comprimento do trecho; C = coeficiente de Hazen-Williams; U = velocidade do escoamento; T = temperatura da
água; Re = número de Reynold; ∆HL= perda de carga localizada; ∆Hc = perda de carga contínua; J= perda de carga unitária; K = rugosidade absoluta;
r = densidade do fluido; = viscosidade dinâmica.
46
4.3.Uniformidade de Distribuição de Água e Eficiência de Rega
A Tabela 16 apresenta os dados brutos da precipitação coletada nos três ensaios realizados,
conforme a disposição no campo. A lâmina média colectada na parcela 1 foi de 16 mm, 17,3 mm
na parcela 2 e 19,5 mm na parcela 3.
Parcela 1
Coeficiente de Uniformidade CUC CUE CUD
Valores de uniformidade (%)3 64,2 59,5 48,0
Classificação Péssimo Péssimo Péssimo
Parcela 2
Coeficiente de Uniformidade CUC CUE CUD
Valores de uniformidade (%)4 76,4 71,9 55,1
Classificação Razoável Razoável Razoável
Parcela 3
Coeficiente de Uniformidade CUC CUE CUD
Valores de uniformidade (%)5 84,2 79,1 66,5
Classificação Bom Razoável Bom
3
Vide no anexo 2: Tabelas 7,8; 7,9 e 7,10
4
Vide no anexo 2: Tabelas 7,8; 7,9 e 7,10
5
Vide no anexo 2: Tabelas 7,8; 7,9 e 7,10
47
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Pela Tabela 17, note-se que a classificação dos coeficientes de uniformidade de distribuição da
água foi boa na parcela 3, razoável na parcela 2 e péssima na parcela 1. Geralmente, reduzidos
valores de uniformidade determinam maiores consumo de água, maiores perdas de nutrientes por
lixiviação e percolação profunda ao mesmo tempo em que podem apresentar plantas com déficit
hídrico, em proporção significativa da área irrigada.
A velocidade do vento registada foi de 7 km/h no período de manhã (parcela 1), 5,5 km/h no início
da tarde (parcela 2) e 4,5 km/h no período de tarde (parcela 3), sendo que a velocidade do vento
afectou a uniformidade de distribuição da água nas parcelas. Nota-se, no entanto, que a
uniformidade de distribuição da água melhorou na medida em que a velocidade do vento abrandou
(4,5 km/h), segundo a Tabela 18.
Tabela 18: Correlação entre a velocidade do vento e a classificação dos coeficientes de uniformidade
Outro factor que merece análise na uniformidade de distribuição da água é a pressão de serviço
dos aspersores, onde se nota que a uniformidade de distribuição foi boa com a pressão de serviço
dos aspersores entre 27,3 e 30,7 mca, nas parcelas 2 e 3 e baixa UD com pressão de serviço de
20,7 mca, na parcela 1. A Tabela 19 apresenta os valores de eficiência de aplicação da água nas
parcelas analisadas.
48
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Sendo a intensidade de precipitação (I) a pluviometria ou precipitação horária, nas duas horas de
acionamento do sistema, segundo a Tabela 18, a precipitação na parcela 1 foi cerca de 14 mm e
cerca de 10 mm nas parcelas 2 e 3, onde cerca de 3,2 mm foi o volume d água de escoamento
directo na parcela 1 e cerca de 2,6 mm correspondente ao volume de escoamento directo nas
parcelas 2 e 3. Considerando a evapotranspiração média de 4,2 mm, a quantidade de água que
esteve disponível para as culturas (∆R) na parcela 1 foi cerca de 6,2 mm e cerca de 3,2 mm nas
parcelas 2 e 3, sendo que em todas as parcelas analisadas o período com défice de água foi nulo.
Segundo as Tabelas 19 e 20, o valor da eficiência de aplicação de água na parcela 1 foi de 44,3
mm e 32,2 mm nas parcelas 2 e 3. Porém, estes valores situam-se abaixo do recomendado por
Bernardo et al. (2009) para sistemas de irrigação por aspersão, que varia de 75-85% como intervalo
aceitável, e também estão abaixo do intervalo estabelecido pela FAO, que varia de 60-85%.
49
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Em média, a eficiência de aplicação de água nas parcelas 1, 2 e 3 foi de 38%. Tendo em conta que
os trechos da linha de adução são composto por condutas fechadas, na qual não se verificam perdas
por evaporação, infiltração ou percolação, a eficiência transporte resultante é igualada a 1, o
correspondente a 100%. Aplicando a equação proposta por Rudnick (2015), conjugando as
eficiências de transporte e de aplicação da água, a eficiência do projecto de rega é cerca de 40%.
Este valor situa-se abaixo do recomendado pela (FAO, 2002), onde para os sistemas de irrigação
por aspersão a eficiência do sistema situa-se no intervalo de 60% a 75%.
50
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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusões
Com a programação da rega para as culturas de milho e piri-piri na prática actual dos agricultores
se verificam perdas no rendimento devido ao défict hídrico sobretudo nas fases de
desenvolvimento e final. Este cenário também é verificado na cultura de feijão-verde, embora sem
influência sobre a redução no seu rendimento.
5.2. Recomendações
Na prática actual dos produtores se recomenda a redução de intervalos de rega para a
cultura de milho, de 6 dias para 4 dias com tempo de rega de 2h. Para a cultura de piri-piri
se recomenda a redução de intervalos de rega de 6 para 3 dias com tempo de rega 1h;
Recomenda-se o treinamento dos produtores sobre os métodos de estimativa e controlo da
necessidade e aplicação de água, incluindo as práticas de maneio, a fim de evitar
desperdícios, contribuindo para uma irrigação eficiente, atendendo às necessidades
hídricas das culturas;
Aos autores do projecto do regadio que incluíssem equipamentos hidráulicos de medição
de vazão e/ou pressão ao longo dos trechos da linha adutora;
Se recomenda o uso de quebra-ventos ou barreiras densas de árvores altas de modo a
minimizar o impacto do vento forte no processo de rega.
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
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7. ANEXOS
ANEXOS 1: Simulação do Balanço de Água no Solo pelo CropWat para a Prática actual e
Recomendada para as culturas na área de estudo
Tabela 7.1: Balanço de água no solo para o feijão-verde na prática actual do produtor
Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
10-Mar 3 Init 0 1 100 17 7 8.2 0 10 0.39
13-Mar 6 Init 27.7 1 100 2 7 0 4.9 10 0.39
16-Mar 9 Init 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
19-Mar 12 Init 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
22-Mar 15 Init 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
25-Mar 18 Init 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
28-Mar 21 Dev 0 1 100 5 7 0 2.8 10 0.39
31-Mar 24 Dev 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
3-Apr 27 Dev 14 1 100 3 7 0 4.4 10 0.39
6-Apr 30 Dev 0 1 100 9 7 0.8 0 10 0.39
9-Apr 33 Dev 0 1 100 9 7 0.8 0 10 0.39
12-Apr 36 Dev 0 1 100 11 7 2.7 0 10 0.39
15-Apr 39 Dev 0 1 100 11 7 2.4 0 10 0.39
18-Apr 42 Dev 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
21-Apr 45 Dev 0 1 100 11 7 2.8 0 10 0.39
24-Apr 48 Dev 0 1 100 8 7 0.1 0 10 0.39
27-Apr 51 Mid 6.5 1 100 5 7 0 2.7 10 0.39
30-Apr 54 Mid 0 1 100 12 7 3.6 0 10 0.39
3-May 57 Mid 5.6 1 100 10 7 1.4 0 10 0.39
6-May 60 Mid 0 1 100 13 7 4.7 0 10 0.39
9-May 63 Mid 0 1 100 12 7 3.3 0 10 0.39
12-May 66 Mid 0 1 100 15 7 6.2 0 10 0.39
15-May 69 Mid 0 1 100 14 7 5.3 0 10 0.39
18-May 72 Mid 0 1 100 13 7 4.3 0 10 0.39
21-May 75 Mid 0 1 100 16 7 6.9 0 10 0.39
24-May 78 Mid 0 1 100 15 7 5.6 0 10 0.39
27-May 81 End 3.3 1 100 13 7 4.4 0 10 0.39
30-May 84 End 0 1 100 16 7 6.5 0 10 0.39
2-Jun 87 End 0 1 100 17 7 7.8 0 10 0.39
5-Jun End End 0 1 0 12
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Tabela 7.2: Balanço de água no solo para a cultura de milho na prática actual do produtor
Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
11-Mar 6 Init 0 1 100 7 10 0 3.6 14.3 0.28
17-Mar 12 Init 27.7 1 100 1 10 0 8.7 14.3 0.28
23-Mar 18 Init 21.6 1 100 2 10 0 8.6 14.3 0.28
29-Mar 24 Dev 0 1 100 5 10 0 5.8 14.3 0.28
4-Apr 30 Dev 0 1 100 5 10 0 5.4 14.3 0.28
10-Apr 36 Dev 0 1 100 11 10 0 0.9 14.3 0.28
16-Apr 42 Dev 0 1 100 14 10 2.5 0 14.3 0.28
22-Apr 48 Dev 0 1 100 23 10 10.1 0 14.3 0.28
28-Apr 54 Dev 0 1 100 23 10 10.2 0 14.3 0.28
4-May 60 Mid 0 1 100 32 10 18 0 14.3 0.28
10-May 66 Mid 0 1 100 41 10 26 0 14.3 0.28
16-May 72 Mid 0 1 100 51 10 34.5 0 14.3 0.28
22-May 78 Mid 0 0.97 99 60 10 42.6 0 14.3 0.28
28-May 84 Mid 0 0.86 96 65 10 46.2 0 14.3 0.28
3-Jun 90 Mid 3 0.74 85 70 10 50.7 0 14.3 0.28
9-Jun 96 End 0 0.67 79 73 10 53.5 0 14.3 0.28
15-Jun 102 End 0 0.72 80 74 10 54.3 0 14.3 0.28
21-Jun 108 End 0 0.77 90 75 10 55.5 0 14.3 0.28
27-Jun 114 End 2.6 1 100 71 10 51.8 0 14.3 0.28
3-Jul 120 End 2.8 1 100 67 10 48.4 0 14.3 0.28
8-Jul End End 0 1 0 58
Tabela 7.3: Balanço de água no solo para a cultura de piri-piri na prática actual do produtor
Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
6-Mar 6 Init 0 1 100 14 10 0.3 0 14.3 0.28
12-Mar 12 Init 0 1 100 20 10 5.4 0 14.3 0.28
18-Mar 18 Init 0 1 100 7 10 0 5 14.3 0.28
24-Mar 24 Init 0 1 100 6 10 0 5.1 14.3 0.28
30-Mar 30 Init 0 1 100 12 10 0 0.3 14.3 0.28
5-Apr 36 Dev 0 1 100 10 10 0 2.1 14.3 0.28
11-Apr 42 Dev 0 1 100 17 10 3.5 0 14.3 0.28
17-Apr 48 Dev 7.6 1 100 9 10 0 2.7 14.3 0.28
23-Apr 54 Dev 6.5 1 100 15 10 2.3 0 14.3 0.28
29-Apr 60 Dev 0 1 100 18 10 5.5 0 14.3 0.28
5-May 66 Mid 0 1 100 23 10 10.3 0 14.3 0.28
11-May 72 Mid 0 1 100 29 10 15.1 0 14.3 0.28
17-May 78 Mid 3.7 1 100 31 10 17.2 0 14.3 0.28
23-May 84 Mid 3.3 0.94 98 37 10 22.5 0 14.3 0.28
56
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
57
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
58
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
59
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
60
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Parcela 1
Xi ABS (Xi-
(mm) X (mm) X^2 Xi-X X) (Xi-X)^2
10 15.9583 254.668 -5.9583 5.9583333 35.50173611
18 15.9583 254.668 2.04167 2.0416667 4.168402778
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
5 15.9583 254.668 -10.958 10.958333 120.0850694
22 15.9583 254.668 6.04167 6.0416667 36.50173611
23 15.9583 254.668 7.04167 7.0416667 49.58506944
24 15.9583 254.668 8.04167 8.0416667 64.66840278
18 15.9583 254.668 2.04167 2.0416667 4.168402778
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
23 15.9583 254.668 7.04167 7.0416667 49.58506944
25 15.9583 254.668 9.04167 9.0416667 81.75173611
24 15.9583 254.668 8.04167 8.0416667 64.66840278
10 15.9583 254.668 -5.9583 5.9583333 35.50173611
9 15.9583 254.668 -6.9583 6.9583333 48.41840278
10 15.9583 254.668 -5.9583 5.9583333 35.50173611
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
20 15.9583 254.668 4.04167 4.0416667 16.33506944
10 15.9583 254.668 -5.9583 5.9583333 35.50173611
9 15.9583 254.668 -6.9583 6.9583333 48.41840278
8 15.9583 254.668 -7.9583 7.9583333 63.33506944
5 15.9583 254.668 -10.958 10.958333 120.0850694
15 15.9583 254.668 -0.9583 0.9583333 0.918402778
383 960.9583333
n-1
23
̅ )^2
(𝐱 254.668403
960.958333
∑(𝑿𝒊 − 𝑿)^𝟐
CUE 59.5 %
Parcela 2
61
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
Xi
(mm) X (mm)( X^2 Xi-X ABS (Xi-X) (Xi-X)^2
19 17.25 297.563 1.75 1.75 3.0625
20 17.25 297.563 2.75 2.75 7.5625
10 17.25 297.563 -7.25 7.25 52.5625
12 17.25 297.563 -5.25 5.25 27.5625
15 17.25 297.563 -2.25 2.25 5.0625
15 17.25 297.563 -2.25 2.25 5.0625
9 17.25 297.563 -8.25 8.25 68.0625
17 17.25 297.563 -0.25 0.25 0.0625
18 17.25 297.563 0.75 0.75 0.5625
10 17.25 297.563 -7.25 7.25 52.5625
13 17.25 297.563 -4.25 4.25 18.0625
19 17.25 297.563 1.75 1.75 3.0625
20 17.25 297.563 2.75 2.75 7.5625
21 17.25 297.563 3.75 3.75 14.0625
25 17.25 297.563 7.75 7.75 60.0625
20 17.25 297.563 2.75 2.75 7.5625
14 17.25 297.563 -3.25 3.25 10.5625
19 17.25 297.563 1.75 1.75 3.0625
23 17.25 297.563 5.75 5.75 33.0625
23 17.25 297.563 5.75 5.75 33.0625
11 17.25 297.563 -6.25 6.25 39.0625
15 17.25 297.563 -2.25 2.25 5.0625
20 17.25 297.563 2.75 2.75 7.5625
26 17.25 297.563 8.75 8.75 76.5625
∑(𝒙𝒊 − 𝒙)^𝟐 54
CUE 71.90 %
Parcela 3
Xi
(mm) X (mm) X^2 Xi-X ABS (Xi-X) (Xi-X)^2
22 19.5417 381.877 2.45833 2.458333 6.0434
18 19.5417 381.877 -1.5417 1.541667 2.37674
19 19.5417 381.877 -0.5417 0.541667 0.2934
18 19.5417 381.877 -1.5417 1.541667 2.37674
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
17 19.5417 381.877 -2.5417 2.541667 6.46007
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
28 19.5417 381.877 8.45833 8.458333 71.5434
62
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
𝐱̅^𝟐 381.88
∑(𝑿𝒊 − 𝑿)^𝟐
381.96
CUE 79.1 %
63
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
𝐱̅ 15.9583
̅|
∑|𝑿𝒊 − 𝒙 137.167
CUC = 64.2 %
Parcela 2
Xi (mm) X (mm) Xi-X ABS (Xi-X)
19 17.25 1.75 1.75
20 17.25 2.75 2.75
10 17.25 -7.25 7.25
12 17.25 -5.25 5.25
15 17.25 -2.25 2.25
15 17.25 -2.25 2.25
9 17.25 -8.25 8.25
17 17.25 -0.25 0.25
18 17.25 0.75 0.75
10 17.25 -7.25 7.25
13 17.25 -4.25 4.25
19 17.25 1.75 1.75
20 17.25 2.75 2.75
21 17.25 3.75 3.75
25 17.25 7.75 7.75
20 17.25 2.75 2.75
14 17.25 -3.25 3.25
19 17.25 1.75 1.75
23 17.25 5.75 5.75
64
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
𝐱̅ 17.25
̅|
∑|𝑿𝒊 − 𝒙
97.5
CUC= 76.4 %
Parcela 3
Xi
(mm) X (mm) Xi-X ABS (Xi-X)
22 19.5417 2.458333 2.4583333
18 19.5417 -1.54167 1.5416667
19 19.5417 -0.54167 0.5416667
18 19.5417 -1.54167 1.5416667
20 19.5417 0.458333 0.4583333
20 19.5417 0.458333 0.4583333
17 19.5417 -2.54167 2.5416667
20 19.5417 0.458333 0.4583333
20 19.5417 0.458333 0.4583333
28 19.5417 8.458333 8.4583333
25 19.5417 5.458333 5.4583333
20 19.5417 0.458333 0.4583333
15 19.5417 -4.54167 4.5416667
16 19.5417 -3.54167 3.5416667
26 19.5417 6.458333 6.4583333
26 19.5417 6.458333 6.4583333
16 19.5417 -3.54167 3.5416667
16 19.5417 -3.54167 3.5416667
20 19.5417 0.458333 0.4583333
20 19.5417 0.458333 0.4583333
65
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
̅|
∑|𝑿𝒊 − 𝒙
73.92
CUC= 84.2 %
66
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
CUD 48.0%
CUD 55.1% CUD 66.5%
67
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
68
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.
69