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2022 - Adamo, Márcio Xavier Basílio

Este estudo avalia o desempenho de um sistema de irrigação por aspersão sem bombagem no regadio 7 de Abril-1, no Distrito de Vanduzi. Os resultados mostraram que a eficiência geral do sistema foi de cerca de 40%, abaixo do recomendado, com coeficientes de uniformidade variando de baixo a satisfatório nas parcelas analisadas. Recomenda-se a implementação de quebra-ventos para melhorar a eficiência de aplicação de água, minimizando perdas devido ao vento.

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Jaime Bernardo
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2022 - Adamo, Márcio Xavier Basílio

Este estudo avalia o desempenho de um sistema de irrigação por aspersão sem bombagem no regadio 7 de Abril-1, no Distrito de Vanduzi. Os resultados mostraram que a eficiência geral do sistema foi de cerca de 40%, abaixo do recomendado, com coeficientes de uniformidade variando de baixo a satisfatório nas parcelas analisadas. Recomenda-se a implementação de quebra-ventos para melhorar a eficiência de aplicação de água, minimizando perdas devido ao vento.

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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA
MESTRADO EM HIDRÁULICA E RECURSOS HÍDRICOS

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UM SISTEMA DE


IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO SEM BOMBAGEM: CASO DO
REGADIO 7 DE ABRIL-1, DISTRITO DE VANDUZI.

Márcio Xavier Basílio Adamo

Maputo, Junho de 2022


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE ENGENHARIA
MESTRADO EM HIDRÁULICA E RECURSOS HÍDRICOS

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR


ASPERSÃO SEM BOMBAGEM: CASO DO REGADIO 7 DE ABRIL-1, DISTRITO DE
VANDUZI.

Márcio Xavier Basílio Adamo

Dissertação a ser submetida ao Departamento de


Pós-graduação da Faculdade de Engenharia, em
cumprimento de requisito parcial para obtenção do
grau acadêmico de mestre em Hidráulica e Recursos
Hídricos, especialidade de Gestão de Água e Obras
Hidráulicas.

Supervisor: Prof. Doutor Sebastião Famba

Maputo, Junho de 2022


AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida;

Ao meu supervisor, Prof. Doutor Sebastião Famba pelos ensinamentos, disponibilidade, paciência
e alto nível de exigência na orientação deste trabalho;

Ao Prof. Doutor Mário Chilundo pelos questionamentos, alto nível de exigência e sugestões de
melhoria do trabalho na qualidade de arguente;

À Equipa de Gestão de Projecto ZAMADZI (Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze


e TUDLF), pela bolsa de estudo e acompanhamento prestado ao longo do processo de ensino e
aprendizagem;

Aos docentes e colegas da 3ᵃ Edição do Curso de Mestrado em Hidráulica e Recursos Hídricos da


Universidade Eduardo Mondlane;

À Direcção do Instituto Superior Politécnico de Manica, pelo tempo dispensado;

Aos membros da Associação 7 de Abril-1 pela autorização e acompanhamento prestado durante a


recolha de dados para a materialização desta pesquisa.

i
DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro que esta dissertação nunca foi apresentada para a obtenção de qualquer grau ou num outro
âmbito e que ele constitui o resultado do meu labor individual. Esta dissertação é apresentada em
cumprimento parcial dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Hidráulica e Recursos
Hídricos, da Universidade Eduardo Mondlane.

Maputo, Junho de 2022

________________________________
(Márcio Xavier Basílio Adamo)

ii
APROVAÇÃO DO JURI
Esta dissertação foi julgada adequada como satisfazendo os requisitos parciais para a obtenção do
grau de Mestre em Hidráulica e Recursos Hídricos, aprovada na sua forma final pelos membros
do júri da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane, com classificação de
_________Valores.

________________________________
(Presidente)

_________________________________
(Arguente)

_________________________________
(Supervisor)

iii
RESUMO
A análise do desempenho dos sistemas de irrigação por aspersão tem vindo a assumir interesse
crescente devido às implicações económicas e ambientais que lhe estão associadas. Um sistema
eficiente de rega por aspersão apresenta uma elevada uniformidade de distribuição e boa eficiência
de aplicação. Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objectivo avaliar o desempenho de
um sistema de irrigação por aspersão sem bombagem, no regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi
sita na Província de Manica.

Foram realizados ensaios para a determinação da uniformidade de distribuição da água, em três


parcelas representativas, diferentes e equidistantes uma da outra, selecionadas aleatoriamente e
correspondendo a 10% das explorações, onde foram determinados os coeficientes de uniformidade
de Christiansen (CUC), coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) e coeficiente de
uniformidade estatístico (CUE). Igualmente, foi feita a caracterização do perfil hidráulico do
sistema (vazão, pressão e cargas hidráulicas nas linhas de adução e distribuição) e foram
determinadas as eficiências de aplicação de água do projecto de rega.

A pesquisa foi realizada entre os meses de Fevereiro à Maio de 2021 e a principal metodologia de
análise de dados foi a comparação com os padrões estabelecidos.

O coeficiente de uniformidade de distribuição da água na parcela 1 foi baixo, com valores entre
48,2% a 64,2%, na parcela 2 foi razoável, apresentando valores entre 55,1% a 76,4% e na parcela
3 foi satisfatório, apresentando valores entre 66,5% a 84,2%. Em geral, a uniformidade de
distribuição de água nas parcelas analisadas foi classificada como boa.

A eficiência geral do projecto de rega foi cerca de 40%, valor abaixo do recomendado para os
sistemas de irrigação por aspersão. Este valor foi basicamente influenciado pela baixa eficiência
de aplicação de água em resultado de perdas por arraste do vento, sendo que, se recomenda o uso
de quebra-ventos ou barreiras densas de árvores altas de modo a minimizar o impacto do vento
forte no processo de rega.

Palavras-Chave: Rega por Aspersão, Coeficientes de Uniformidade, Eficiência de Rega.

iv
ABSTRACT
.The analysis of irrigation systems through an analysis coming from a growing interest due to the
economic and environmental performance implications associated with them is. An efficient
sprinkler irrigation system has uniform distribution and good application efficiency. In this
perspective, the present study aimed to evaluate the performance of a sprinkler irrigation system
without pumping, in irrigated land 7 de Abril-1, Vanduzi District located in Manica Province.
Tests were carried out to determine the uniformity of water distribution, in three plots, and
equidistant from each other, randomly selected and corresponding to 10% of the farms, where the
Christiansen uniformity coefficients (CUC), distribution uniformity coefficient (CUD) and
coefficient of statistical uniformity (CUE). Likewise, a characterization of the hydraulic profile of
the system was made (flow, and hydraulic loads in the distribution and distribution lines) and the
water application efficiencies of the irrigation project were determined.
The survey was carried out between the months of February to May 2021 and the main data
analysis analysis comparison with the established standards.
The coefficient of uniformity of water distribution in plot 1 was, with values between 48.2% to
64.2%, in plot 2 it was reasonable, presenting values between 55.1% to 76.4% and in plot 3 it was
announcing , presenting values between 66.5% and 84.2%. In general, the uniformity of water
distribution in the plots was considered good.
The overall efficiency of the irrigation project was around 40%, which is below the recommended
value for sprinkler irrigation systems. This value was mainly influenced by the low efficiency of
water application as a result of wind drag losses, and the use of tall tree barriers is recommended
in order to minimize the use of tall tree barriers in order to minimize the impact of strong wind in
the watering reduction process.

Keywords: Sprinkler Irrigation, Uniformity Coefficients, Irrigation Efficiency.

v
LISTA DE ABREVIATURAS
AD Água Disponível
AFD Água Facilmente Disponível
AGRA Alliance for a Green Revolution in Africa
AUT Área da Unidade Terciária
CC Capacidade de Campo
CU Coeficiente de Uniformidade
CUC Coeficiente de Uniformidade de Christiansen
CUD Coeficiente de Uniformidade de Distribuição
CUE Coeficiente de Uniformidade Estatístico
DPAP Direcção Provincial de Agricultura e Pescas
Ea Eficiência de Aplicação da Água
Ec Eficiência de Condução da Agua
Ep Eficiência do Projecto de Rega
ETc Evapotranspiração da Cultura
ETo Evapotranspiração de Referência
FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations
In Necessidades Líquidas de Água de Rega
IIAM Instituto de Investigação Agrária de Moçambique
ITC Iniciativa para Terras Comunitárias
Kc Constante de Cultura
Lapl Lâmina aplicada
LLL Linha Lateral
mca Metros de Coluna de Água
M&A Monitoria e Avaliação
NAC Necessidades de Água da Cultura
Ps Pressão de Serviço
PVC Plolicloreto de Vinila
PROIRRI Projecto de Desenvolvimento de Irrigação Sustentável
SCS/USA Serviço de Conservação de Solos dos Estados Unidos
SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas

vi
UD Uniformidade de Distribuição

vii
ÍNDICE DO TEXTO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................. i
DECLARAÇÃO DE HONRA ................................................................................................................. ii
APROVAÇÃO DO JURI ....................................................................................................................... iii
RESUMO............................................................................................................................................... iv
ABSTRACT............................................................................................................................................ v
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................................... vi
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1
1.1. Problema e Justificativa ............................................................................................................ 2
1.2. Objectivos do Estudo ............................................................................................................... 3
1.2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 3
1.2.2. Objectivos Específicos...................................................................................................... 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................... 4
2.1. Sistema de Irrigação por Aspersão ............................................................................................ 4
2.2. Irrigação Sem Bombagem na Agricultura de Regadio ............................................................... 6
2.3. Programação da Rega ............................................................................................................... 8
2.4. Modelo CROPWAT 8.0 ......................................................................................................... 11
2.5. Considerações Hidráulicas para o Estudo de Adutoras ............................................................ 12
2.5.1. Adutoras por Gravidade em Conduto sob Pressão ........................................................... 12
2.5.2. Perdas de Carga Contínuas (Hc) ................................................................................... 13
2.5.3. Perdas de Carga Localizadas ........................................................................................... 16
2.6. Características Hidráulicas dos Aspersores ............................................................................. 17
2.7. Uniformidade de Distribuição da Água ................................................................................... 20
2.8. Eficiência de Irrigação............................................................................................................ 22
3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................... 27
3.1. Localização da Área de Estudo e suas Características ............................................................. 27
3.1.1. Clima ............................................................................................................................. 28
3.1.2. Solos .............................................................................................................................. 28
3.1.3. Relevo e Vegetação ........................................................................................................ 28
3.1.4. Descrição do Regadio 7 de Abri-1 .................................................................................. 28
3.2. Levantamento de Estrututuras Hidráulicas e Dados de Campo ................................................ 30
3.3. Determinação do Princípio Hidráulico de Operação do Sistema de Adução e Distribuição ...... 31
3.4. Determinação da Uniformidade de Distribuição da Água ........................................................ 33
3.5. Eficiência de Aplicação e Eficiência do Projecto de Rega ....................................................... 36

viii
3.6. Limitações do Estudo ............................................................................................................. 36
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................... 38
4.1. Programação da Rega das Culturas em Campo ....................................................................... 38
4.2. Operação do Sistema Adutor e de Distribuição ....................................................................... 43
4.3. Uniformidade de Distribuição de Água e Eficiência de Rega .................................................. 47
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................................................... 51
5.1. Conclusões ............................................................................................................................. 51
5.2. Recomendações ..................................................................................................................... 51
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 52
7. ANEXOS ...................................................................................................................................... 55
ANEXOS 1: Simulação do Balanço de Água no Solo pelo CropWat para a Prática actual e
Recomendada para as culturas na área de estudo ................................................................................ 55
Tabela 7.1: Balanço de água no solo para o feijão-verde na prática actual do produtor ........................ 55
Tabela 7.2: Balanço de água no solo para a cultura de milho na prática actual do produtor ............... 56
Tabela 7.3: Balanço de água no solo para a cultura de piri-piri na prática actual do produtor .............. 56
Tabela 7.4 : Balanço de água no solo recomendado para a cultura de feijão-verde .............................. 57
Tabela 7.5: Balanço de água no solo recomendado para a cultura de milho......................................... 58
Tabela 7.6: Balanço de água no solo recomendado para a cultura de piri-piri...................................... 59
ANEXOS 2: Determinação dos Coeficientes de Uniformidade nas Parcelas 1, 2 e 3 na Área de Estudo.
.......................................................................................................................................................... 61
Tabela 7.7: CUE nas parcelas 1, 2 e 3 ................................................................................................ 61
Tabela 7.8: CUC nas parcelas-1, 2 e 3 ................................................................................................ 63
Tabela 7.9: CUD nas parcelas 1, 2 e 3 ................................................................................................ 67
ANEXOS 3: Vista Parcial do Regadio: Represa, Hidrantes e Aspersores Utilizados. .......................... 68
Figura 7.1. Represa do regadio (a esquerda) e a queda de água da nascente (a direita). ....................... 68
Figura 7.2: Hidrante e um dos aspersores no sistema de distribuição .................................................. 68
Figura 7.3: Linha lateral de uma das parcelas ..................................................................................... 69
Figura 7.4: Fontes escritas da associação 7 de Abril-1. ....................................................................... 69

ix
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Condições, requisitos e constrangimentos dos esquemas de irrigação sem bombagem .............. 7
Tabela 2: Fórmulas para o cálculo de perdas de cargas unitárias ............................................................ 14
Tabela 3: Variação da viscosidade cinemática da água em relação a temperatura ................................... 15
Tabela 4: Valores de coeficiente de rugosidade de Hazen Williams (C), coeficiente de rugosidade de
Gauckler – Manning – Strickler (Ks) e rugosidade absoluta (K). ............................................................ 16
Tabela 5: Classificação dos valores do desempenho dos sistemas de irrigação por aspersão ................... 22
Tabela 6: Eficiências de aplicação óptimas para boa gestão dos sistemas de irrigação por aspersão ....... 25
Tabela 7: Características hidráulicas da linha de adução ........................................................................ 30
Tabela 8: Horas de realização do ensaio ................................................................................................ 34
Tabela 9: Informação sobre culturas e programação da rega na prática actual do agricultor ................... 38
Tabela 10: Resultados da simulação da programação da rega na prática actual do agricultor .................. 39
Tabela 11: Dotação, intervalo e tempo de rega na prática actual dos agricultores e valores recomendados
para as culturas estudadas. ..................................................................................................................... 41
Tabela 12: Vazão e pressão de serviço dos aspersores ........................................................................... 43
Tabela 13: Perdas de carga permissível corrigida na linha lateral e intensidade de precipitação ............. 44
Tabela 14: Perdas de carga lineares na linha lateral ............................................................................... 44
Tabela 15: Velocidade do escoamento, perdas de carga e número de Reynold para os trechos da linha de
adução ................................................................................................................................................... 46
Tabela 16: Precipitação dos aspersores (mm) ........................................................................................ 47
Tabela 17: Classificação dos coeficientes de uniformidade para os ensaios realizados. .......................... 47
Tabela 18: Correlação entre a velocidade do vento e a classificação dos coeficientes de uniformidade .. 48
Tabela 19: Valores de eficiência de aplicação da água nas parcelas 1, 2 e 3 ........................................... 49
Tabela 20: Classificação dos coeficientes de uniformidade e eficiência de aplicação para os ensaios
realizados, de acordo com Mantovani (2001). ........................................................................................ 49

LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Sistema de irrigação por aspersão. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009). ................................... 4
Figura 2: Sistema de irrigação por aspersão portátil. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009)......................... 5
Figura 3: Sistema convencional permanente. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009) ................................... 6
Figura 4: Coeficiente de Cultivo (kc) ...................................................................................................... 9
Figura 5: Exemplo de dotação fixa e intervalo de rega fixo. Fonte: adaptado de FAO (2002)................. 10
Figura 6: Interface do modelo CropWat 8,0. Fonte: adaptado de FAO (2022)........................................ 11
Figura 7: Isoetas da precipitação de um aspersor em funcionamento adequado ...................................... 18
Figura 8: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento adequado (Gomes, 2013)
.............................................................................................................................................................. 19
Figura 9: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento com pressão inferior a
adequada (Gomes, 2013) ....................................................................................................................... 19
Figura 10: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento com pressão elevada
(Gomes, 2013)....................................................................................................................................... 19
Figura 11: Localização geográfica do Distrito de Vanduzi .................................................................... 27
Figura 12: Levantamento de dados da linha adutora .............................................................................. 31
Figura 13: Medição da vazão e pressão dos aspersores .......................................................................... 32
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Figura 14: Parcela 1 com malha de coletores e aspersores em funcionamento ....................................... 34


Figura 15: Layout das parcelas utilizadas para o ensaio, adaptado de PROIRRI (2013) ......................... 35
Figura 16: Programação de rega para a cultura de feijão-verde na prática dos agricultores, dotação
aplicada de 7mm e intervalo de rega de 3 dias ........................................................................................ 40
Figura 17: Programação de rega para a cultura de milho na prática dos agricultores, dotação aplicada de
10mm e intervalo de rega de 6 dias ........................................................................................................ 40
Figura 18: Programação de rega para a cultura de piri-piri na prática dos agricultores, dotação de 8mm e
intervalo de rega de 6 dias ..................................................................................................................... 40
Figura 19: Programação de rega recomendado para cultura de feijão-verde, dotação aplicada de 6mm e
intervalo de rega 2 dias .......................................................................................................................... 42
Figura 20: Programação de rega recomendado para cultura de milho, dotação aplicada de 10mm e
intervalo de rega 4 dias .......................................................................................................................... 42
Figura 21: Programação de rega recomendado para cultura de piri-piri, dotação aplicada de 6mm e
intervalo de rega 3 dias .......................................................................................................................... 42
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

1. INTRODUÇÃO
Os sistemas de irrigação são utilizados em todo o mundo para a produção de alimentos, garantindo
a produtividade em épocas de escassez das chuvas e elevando a qualidade dos produtos agrícolas.
(Faria, Gomes, Alberto, & Nunes, 2017). De acordo com (Toromo et al., 2011), a expansão dos
sistemas de irrigação em muitos países deve ser acompanhada por uma pesquisa que aborde
diferentes maneiras e meios de conseguir uma utilização eficiente da água na irrigação.

A irrigação por aspersão é um método pelo qual a água é distribuida ao solo sob forma de chuva,
por meio de aparelhos chamados aspersores (Raposo, 1994). Este modelo constitui um dos
métodos de maior expansão nestes últimos tempos, isto devido a uniformidade de aplicação de
água, a boa eficiência do sistema, o fácil controlo do volume de água a ser aplicado em cada
irrigação, a possibilidade de aplicação de fertilizantes diluídos na água, a facilidade de
automatização, a possibilidade de eliminação dos perigos de erosão e a potencialidade de seu
emprego nas mais diversas topografias e tipos de solo (Pinto, 1987).

Segundo Pereira (2001), é importante ter presente que qualquer sistema de rega deve ser projectado
e gerido correctamente, de maneira a que a aplicação da água no solo seja eficiente, uniforme e em
quantidade adequada para permitir que as plantas fiquem em perfeito conforto hídrico, o qual
depende da especificidade de cada cultura, para além de assegurar a proteção e conservação do
meio ambiente.

Na irrigação por aspersão o sistema precisa ser avaliado após a implantação do projecto, visando
verificar se o seu desempenho está de acordo com o que foi preestabelecido possibilitando, se
necessário, a realização de ajustes necessários e, periodicamente, com o objectivo de avaliar a
qualidade da manutenção e do maneio do sistema (Rocha et al., 1999).

Até agora a disponibilidade de dados sobre as eficiências nos regadios em caso particular da
Província de Manica é exígua, razão pela qual se propôs o presente estudo, onde se avalia o
desempenho do sistema de irrigação por aspersão do regadio 7 de Abril-1, no Distrito de Vanduzi.
Os parâmetros a serem avaliados se referem basicamente à uniformidade de distribuição da água,
a eficiência de aplicação, além daqueles parâmetros que caracterizam as cargas hidráulicas desde
a captação, adução e distribuição da água.

Esta informação é de capital importância para o planeamento, operação e projecção de sistemas de


rega pois, o estudo traz uma radiografia sobre o actual funcionamento do sistema, permitindo

1
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

identificar as deficiências de concepção e de operação, e posteriormente recomendar aos


interessados “stakeholders” internos e externos sobre as alternativas conducentes à correcção e
melhoria das condições do seu funcionamento, caso se verifiquem falhas.

Quanto a natureza, esta é uma pesquisa empírica onde é realizada através da obtenção de dados
directos e observáveis. Do ponto de vista do tipo de dados a colher, a pesquisa é mista. Segundo
(Creswell, 2003), abordagem mista é quando dados qualitativos e quantitativos são colectados e
analisados para estudar um fenómeno num único trabalho. Quanto aos procedimentos técnicos
utilizados para o alcance dos objectivos propostos, trata-se de um estudo de caso, cujo objecto é
uma unidade que se analisa profundamente.

1.1.Problema e Justificativa
A utilização de água para fins de irrigação no regadio 7 de Abril-1 é partilhada com a associação
7 de abril anexa, localizada à montante e a disponibilidade dessa água não é uniforme durante o
ano, sendo que, se verifica maior disponibilidade deste recurso durante a época de verão
(Novembro a Março) e menor disponibilidade durante a época do inverno (Maio a Outubro).
Segundo um dos membro entrevistado (pessoa de contacto no regadio), em períodos de escassez é
decorrente o surgimento de conflitos de uso de água e o número de usuários do regadio tem vindo
a crescer, so para se ter uma ideia, em 2015 o número de membros da associação era de 40 e em
2021 este número aumentou para 48.

Como a gestão do regadio é feita pelos próprios membros da associação, em caso de reposição de
um material ou acessório hidráulico (aspersores, tripé, tubagem e uniões), recorrem a um material
diferente do que anteriormente foi concebido, ademais, após a reabilitação e ampliação do regadio
em 2014, apenas um grupo de produtores foi capacitado em matéria de uso do sistema de rega, na
qual os mesmos seriam responsáveis pela réplica dos conhecimentos adquiridos. Há um enorme
desafio em trabalhar com os produtores do regadio, sendo que, na sua maioria são pessoas com
um domínio limitado sobre o desempenho do sistema e maneio de irrigação.

Alguns pressupostos apresentados vem contribuindo substancialmente para alteração das


características iniciais do pré-dimensionamento e na obtenção de baixos rendimentos da produção
agrícola no regadio.

O regadio 7 de Abril-1 funciona por meio de um sistema de irrigação por aspersão sem aparelho
de elevação de água, e, pouco ou quase nenhum estudo sobre o seu desempenho foi realizado e

2
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

publicado. Pode-se admitir que em Moçambique existe um conhecimento limitado acerca da


dinâmica da agricultura de regadio e a sua influência na produção agrícola quando bem feita.

Segundo (Ascough, 2005), problemas ligados ao dimensionamento e maneio dos sistemas de


irrigação por aspersão têm contribuído significativamente para o uso ineficiente da água, sendo
que a avaliação do desempenho dos sistemas deve ser vista como uma prática contínua,
principalmente para aferir o estado do funcionamento do sistema. Por outro lado, a análise do
desempenho dos sistemas de rega, relativos quer à parcela, quer às redes de condução e distribuição
de água, tem vindo a receber atenção continuada com especial objectivo de se irrigar mais área
com a mesma quantidade de água.

Segundo (Pereira, 2001), os indicadores de desempenho foram inicialmente usados como


indicadores da qualidade de um projecto ou da qualidade da gestão de um sistema . Posteriormente,
no caso de sistemas colectivos de rega, foram considerados também como indicadores da
qualidade de serviço ou do funcionamento. Mais tarde, foram tomados ainda como indicadores
ambientais, embora de forma pouco precisa. Ainda segundo este autor, actualmente, dada a
capacidade oferecida pelos modelos computacionais para simular o funcionamento dos sistemas
de rega, os indicadores podem ser utilizados em projecto, para estabelecer critérios a que os
sistemas devem ser capazes de responder.

1.2. Objectivos do Estudo


1.2.1. Objectivo Geral
 Avaliar o Desempenho do Sistema de Irrigação por Aspersão do Regadio 7 de Abril-1.

1.2.2. Objectivos Específicos


 Estabelecer a Programação da Rega das Culturas em Campo;
 Descrever o Princípio Hidráulico da Operação da Linha Adutora e de Distribuição;
 Determinar a Uniformidade de Distribuição da Água;
 Determinar a Eficiência do Projecto de Rega.

3
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Sistema de Irrigação por Aspersão
A rega por aspersão é um método pelo qual a água é distribuida ao solo sob forma de chuva, por
meio de aparelhos chamados aspersores (Raposo, 1994). A passagem de água sob pressão através
de orifícios de pequena dimensão é o que causa o fracionamento do jacto. Com o auxílio, via de
regra, de um sistema de bombeamento, a água percorre um conjunto de tubulações chegando com
a pressão necessária para acionar os aspersores.

A irrigação por aspersão é um método que visa suprir a demanda hídrica da cultura pelo
fraccionamento de um jacto de água em gotas lançadas sobre a superfície do terreno, simulando
uma chuva intensa e uniforme (Silva, 2012), conforme demonstra a Figura 1.

Figura 1: Sistema de irrigação por aspersão. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009).

Segundo (Raposo, 1994), entre as principais vantagens apresentadas por esse método de irrigação
destacam-se as facilidades de adaptação em diferentes tipos de terreno, seja em nível, aclive ou
declive, a disponibilidade de maior área cultivável (ao contrário da irrigação por superfície, não
há perda de área), o fato de não possuir restrição quanto ao horário de aplicação e não causar
problemas de erosão do solo. Segundo o mesmo autor, os inconvenientes e limitações mais
frequentemente apontados ao método de rega por aspersão tem haver com o custo das instalações
e despesas de funcionamento elevados, distribuição irregular da água por efeito do vento, favorecer
o desenvolvimento de algumas doenças das plantas e impossibilidade de utilizar águas com
elevado teores salinos

Os sistemas de irrigação por aspersão subdividem-se em dois principais grupos, nomeadamente:


sistemas mecanizados e sistemas convencionais. Segundo (Biscaro, 2009), um sistema de aspersão

4
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

mecanizado tem o principal objectivo realizar a irrigação em grandes áreas (nas quais se tornaria
inviável técnica e economicamente a utilização de sistemas convencionais) e diminuir os custos
com mão-de-obra. Para que ocorra a movimentação, o aspersor (ou o conjunto de aspersores) é
montado sobre um sistema mecânico dotado de rodas. Ainda segundo este autor, os sistemas de
irrigação mecanizados podem ser divididos em linha lateral móvel ou barra irrigadora móvel, pivô
central e autopropelido.
Os sistemas de aspersão convencional podem ser fixos ou móvel, estes também designados por
portáteis.

a) Sistema Convencional Portátil


Um sistema portátil de aspersão (Figura 2) é caracterizado pela possibilidade de movimentar o
equipamento de um local para o outro, conforme a necessidade de irrigação, quando não há
tubulações, acessórios e aspersores em quantidade e extensão suficientes para abranger toda a área
irrigada.

Figura 2: Sistema de irrigação por aspersão portátil. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009)

Pode ser classificado em totalmente portátil e em semi-portátil. No primeiro, o sistema é totalmente


movido de um local para o outro. No segundo, pode-se dispor de uma linha principal enterrada
com hidrantes dispostos na superfície em cada ponto de mudança da linha lateral.

b) Sistema Convencional Permanente


Conforme a Figura 3, nestas instalações, a tubagem ocupa a totalidade do terreno, não havendo,
portanto, necessidade de efectuar qualquer deslocação de ramais móveis, após terminar o
funcionamento dos aspersores em cada posição. São instalações muito funcionais, necessitando
apenas limitadas quantidades de mão-de-obra (Raposo, 1994) e segundo este autor, estes sistemas
podem dividir-se em totalmente permanente, no qual as canalizações são enterradas e cobrem toda

5
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

área, e parcialmente permanente, no qual as canalizações são portáteis e cobrem toda a área
irrigada.

Figura 3: Sistema convencional permanente. Fonte: Adaptado de Biscaro (2009)

Como não há movimentação de tubulações de um local para outro, teoricamente seria mais fácil
irrigar toda a área de uma só vez. Porém, isso acarretaria na demanda de uma grande quantidade
de água em um determinado momento, o que pode não ser viável. Outro problema seria a
necessidade de tubulações de diâmetro muito elevado e bombas de maior capacidade, aumentando
o custo do sistema. Pode-se dividir então a área em parcelas, que serão irrigadas sequencialmente
de maneira a cobrir toda a área ao final do ciclo, para reduzir os diâmetros das tubulações (Biscaro,
2009).

2.2. Irrigação Sem Bombagem na Agricultura de Regadio


A rega nem sempre exige aparelhos de elevar a água. A irrigação sem bombagem pode ter origem
nas nascentes, minas ou na captação da água de superfície, estando estes pontos situados numa
cota mais elevada, por vezes a longas distâncias dos campos de produção. É sem dúvida uma das
formas mais antigas de regadio (Fernandes, 2013).

O processo mais simples limita-se em aproveitar nascentes naturais, utilizando drenos constituídos
por tubos que permitem conduzir a água por gravidade. Às vezes a irrigação de desnível pode
fazer-se aproveitando mananciais grandes ou mesmo rios. Para isso é frequente construirem-se
açudes ou diques, que represam a água e obrigam a subir o seu nível de maneira a poder ser
utilizada sem aparelhos especiais. Segundo a FAO (2014), os modelos de irrigação com captação
e adução por gravidade são denominados de sistemas de irrigação comunitários e de pequena
escala.

A Província de Manica é potencialmente agrícola, onde a produção agrária é gerada


essencialmente por pequenos produtores, sendo que estes produtores caracterizam-se

6
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

maioritariamente por possuir baixa renda e um baixo avanço tecnológico, sobretudo no que tange
à componente de irrigação. Segundo (Dries, 2008), o método de irrigação por gravidade apresenta
a vantagem de não necessitar de custos de energia para o bombeamento da água e é mais fácil gerir
porque tem custos monetários mínimos e consequentemente melhor adaptado ao nível da
organização dos produtores e de sua maneira habitual de mobilização de recursos. Por outro lado,
segundo (Calheiros et al., 2004), a captação de água a partir de nascentes é ideal, pois,
potencialmente fornece água de boa qualidade, abundante e contínua, localizada próxima do local
de uso e de cota topográfica elevada, possibilitando sua distribuição por gravidade, sem gasto de
energia. Ainda segundo (Calheiros et al. 2004), as nascentes, cursos de água e represas, embora
distintos entre si por várias particularidades, quanto às estratégias de preservação, apresentam
como pontos básicos comuns o controlo da erosão do solo por meio de estruturas físicas e barreiras
vegetais de contenção, minimização de contaminação química e biológica e acções mitigadoras de
perdas de água por evaporação e consumo pelas plantas.

Para (FAO, 2014), os resultados da implementação dos sistemas de irrigação comunitários e de


pequena escala nem sempre foram positivos devido a falta de apropriação e do envolvimento
adequado da comunidade na planificação. O seu funcionamento e manutenção colocam
importantes desafios e os custos de manutenção de equipamentos e/ou acessórios são por vezes
muito avultados e fora do alcance dos agricultores de pequena escala.

O sistema de irrigação de irrigação por gravidade são doptados do seu desenho específico e
características de funcionamento que são resumidas na Tabela 1.

Tabela 1: Condições, requisitos e constrangimentos dos esquemas de irrigação sem bombagem

Condições técnicas Principais requisitos Constrangimentos

 Abastecimento de água durante  Paisagem hidráulica montanhosa;  Investimento inicial


toda época do ano;  Existência de infraestrutura hidráulica para construção do sistema
 Distância razoável da Captação (açude); médio a alto;
(<2km);  Necessidade da configuração da rede de  Motivação dos membros da
 Existência de uma associação de rega na parcela associação para pagarem os
produtores ou utilizadores de custos de O & M;
água;  Adjudicação das obras de
construção;

Fonte: Adaptado de (FAO, 2014) e (Dries, 2008)

7
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

2.3. Programação da Rega


A determinação da quantidade de água necessária para irrigação é um dos principais parâmetros
para o correcto planeamento, dimensionamento, e maneio dos sistemas de irrigação, bem como
para avaliação dos recursos hídricos.

Necessidades de água da cultura são definidas como a quantidade de água necessária para
satisfazer as perdas por evapotranspiração duma cultura (ETc) e atingindo a produção potencial
máxima nas dadas condições ambientais (Bernardo et al., 2009). Nestas condições, segundo (FAO,
2002), 3 factores determinam as necessidades de água da cultura:

 Factor climático que vai determinar o nível da evapotranspiração de referência;


 Características da planta quanto à transpiração;
 Condições ambientais que afectam o abastecimento de água a planta, bem como a
capacidade de retenção de água do solo.

A relação ETc/ETo é chamada constante de cultura (kc). Sendo conhecido o valor de kc então
pode ser calculada a ETc como:
ETc = kc * ETo Equação (2.1)

A evapotranspiração de referência da cultura (ETo) é estimada pela evapotranspiração duma


cultura de referência nas condições padrão ou de referência. ETo é definida como a taxa de
evaporação duma superfície extensa de relva verde de altura uniforme 8 – 15 cm, crescendo
ativamente, cobrindo completamente a superfície do solo, crescendo sem deficiência de água.
(Bernardo et al., 2006)

Conforme ilustra a Figura 4, para uma dada cultura o valor de kc não é constante, depende
principalmente do estágio de crescimento da cultura. Segundo a FAO (2002), para todas as culturas
anuais o período de crescimento pode ser dividido em 4 estágios:
1- Fase inicial ou de estabelecimento - desde a germinação ao estabelecimento. Caracterizada por
um fraco aumento da cobertura vegetal (menor que 10%).
2 - Fase de desenvolvimento - desde o final da fase inicial até à cobertura total do terreno. Rápido
aumento da cobertura vegetal.

3 - Fase de cobertura máxima - caracterizada por uma cobertura aproximadamente constante, até
ao início da maturação.

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

4 - Fase de maturação - desde o início da maturação até a colheita, folhas velhas transpirando
menos.

Figura 4: Coeficiente de Cultivo (kc)


Fonte: Adaptado de FAO (2002)

Programação da rega diz respeito à aplicação da quantidade apropriada da água na altura certa.
Segundo a FAO (2002), os seguintes conceitos devem ser conhecidos para uma boa programação
da rega:

Dotação - A quantidade de água requerida para rega pode ser calculada se conhecermos o clima
(ETo), a quantidade máxima de água disponível no solo (AD) e as características da cultura (Z=
profundidade radicular; kc; p = fracção da água disponível).

A rega deverá no máximo repor a humidade do solo até AD sendo que o excesso será perdido por
percolação profunda. A quantidade máxima de rega que poderá ser armazenada na zona radicular
será Z*AD, com Z= profundidade radicular; então a quantidade máxima de água a ser absorvida
por uma determinada cultura sem que esta sofra de falta de água é dada pela expressão 2.2:
AFD = p*Z*AD. Equação (2.2)

p = fracção de água disponível


AFD = água facilmente disponível.

A rega deverá repor a quantidade de água absorvida:

dn = p* Z* AD Equação (2.3)
dn = dotação líquida.

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Intervalo de rega - o tempo entre duas aplicações sucessivas de água é chamado intervalo de rega
e é medido entre o começo duma rega e o término da outra rega. É normalmente expresso em dias.

Para um abastecimento optimal de água, a humidade do solo não deverá baixar para além da AFD.
Para In a média das necessidades líquidas sobre um determinado intervalo de tempo (dias), o
intervalo de rega é dada pela expressão 2.4:

𝑝∗𝐷∗𝐴𝐷 𝐴𝐹𝐷
𝑖= = Equação 2.4
𝐼𝑛 𝐼𝑛

Com In em mm/dia e i em dias.

Se a programação da rega se basear no balanço da água no solo, chegar-se-á a dotações variáveis


e intervalos de rega variáveis ao longo do ciclo vegetativo da cultura porque Z e In não são
constantes. Na prática esta situação criará um problema sendo que exigirá uma grande habilidade
dos agricultores para regar com picos de consumo de água nalguns momentos (FAO, 2002).

Um dos métodos bastante utilizados, é o método de intervalos fixos e quantidades fixas. Nalguns
momentos a quantidade de rega a aplicar poderá não corresponder a condições optimal de
humidade no solo, isto é, poderá exceder ou faltar ligeiramente. Porém, para evitar a redução no
rendimento, a quantidade de água deverá ser suficientemente grande para prevenir a falta de água
nos estágios críticos de desenvolvimento da cultura. A Figura 5 mostra o exemplo de dotação fixa
e intervalo de rega fixo.

Figura 5: Exemplo de dotação fixa e intervalo de rega fixo. Fonte: adaptado de FAO (2002)
A Figura 5 indicam-nos os momentos e as quantidades que se deve regar. O eixo dos Y representa
o teor de água no solo em mm e o eixo dos X, os dias após a plantação. A linha de horizontal a
partir do ponto 0 representa a capacidade de campo, a linha intermediária representa a depleção

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

máxima de água permitida e a baixo o coeficiente de emurchecimento. As barras (na vertical)


representam a evolução do teor de água no solo, teor este que deve ser sempre mantido entre CC
e a AFD. Sempre que o teor de água no solo atinge o limite da AFD, desencadeia-se uma rega na
quantidade de água necessária para repor o armazenamento na CC. Deste modo, a Figura 5 também
nos indica em que dias e com que intervalos se deveria regar. (Bettencourt, 2018).

2.4.Modelo CROPWAT 8.0


CropWat é uma ferramenta de apoio à decisão desenvolvida pela Divisão de Desenvolvimento de
Terras e Água da FAO. O modelo CropWat 8,0 para Windows é um programa computacional para
o cálculo das necessidades de água da cultura e de irrigação com base em dados de solo, clima e
cultura (Figura 6). Além disso, o programa permite o desenvolvimento de cronogramas de
irrigação para diferentes condições de maneio e o cálculo do abastecimento de água do esquema
para diversos padrões de cultivo. O CropWat 8,0 também pode ser usado para avaliar as práticas
de irrigação dos agricultores e para estimar o desempenho da cultura em condições de sequeiro e
irrigado (FAO, 2021).

Figura 6: Interface do modelo CropWat 8,0. Fonte: adaptado de FAO (2022)

Como ponto de partida, e apenas para ser usado quando os dados locais não estiverem disponíveis,
CropWat 8,0 inclui dados da cultura e solo padrão. Quando os dados locais estão disponíveis, esses
arquivos de dados podem ser facilmente modificados ou novos podem ser criados. Da mesma
forma, se os dados climáticos locais não estiverem disponíveis, eles podem ser obtidos para mais
de 5000 estações em todo o mundo no ClimWat 2,0, o banco de dados climático associado (fonte?).
O desenvolvimento de cronogramas de irrigação no CropWat 8,0 é baseado em um balanço diário

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da água do solo usando várias opções definidas pelo usuário para o abastecimento de água e as
condições de gestão da irrigação (FAO, 2021).

Além de uma interface do usuário, o CropWat 8,0 para windows inclui uma série de recursos,
incluindo:

 Entrada mensal, década e diária de dados climáticos para cálculo da evapotranspiração de


referência (ETo);
 Possibilidade de estimar dados climáticos na ausência de valores medidos;
 Cálculo diário e de década das necessidades de água da cultura com base em algoritmos de
cálculo actualizados, incluindo o ajuste dos valores do coeficiente da cultura
 Programações de irrigação ajustáveis pelo usuário interativo;
 Tabelas diárias de balanço hídrico do solo;
 Apresentações gráficas de dados de entrada, necessidades de água da cultura e cronogramas
de irrigação;
 Importação/exportação fácil de dados e gráficos por meio da área de transferência ou
arquivos de texto ASCII;
 Rotinas de impressão extensas, com suporte a todas as impressoras baseadas em Windows

2.5.Considerações Hidráulicas para o Estudo de Adutoras


2.5.1. Adutoras por Gravidade em Conduto sob Pressão
No dimensionamento das adutoras por gravidade, em conduto forçado formalmente, o cálculo é
idêntico ao das adutoras em conduto forçado livre. Neste caso, porém, a forma de secção
geralmente adoptada é circular e a equação de resistência geralmente empregada é a de Hazen-
Williams. E a grandeza i, declive do conduto livre é substituída pela grandeza j, perda de cargas
unitária no conduto forçado (Equação 2.5).
𝑉 = 0.355 ∗ 𝐶 ∗ 𝐷0,63 ∗ 𝐽0,54 Equação (2.5)

Onde:
v = velocidade média (m/s)
D = diâmetro (m)
J = perda de carga unitária (m/m)
C = coeficiente de rugosidade dependente da natureza das perdas da canalização (-).

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O estudo de adutoras é feito considerando, na generalidade, escoamento em regime permanente


uniforme, e as equações gerais do escoamento são baseadas na equação de energia ou de Bernoulli
e equação da continuidade, decorrente da lei de conservação de massa (Marques & Sousa, 2009).

Neste sentido, considerando duas secções do escoamento, a equação de energia e da continuidade


podem ser escritas pela equação 2.6 (Lencastre, 1996):
 Equação de energia:
𝑃1 𝑈₁2 𝑃2 𝑈₂2
H1 = H2 + ∆H ⟹ Z₁ + + = 𝑍₂ + + + ∆𝐻 Equação (2.6)
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔

Onde:
Z – carga ou energia potencial de posição (m);
p/ – carga ou energia potencial de pressão (m);
U2 /2g – carga ou energia cinética por unidade de peso (m);
∆H = Perdas de carga total (m)
 Equação de continuidade:
𝜋∗𝐷2
𝑄 = 𝑈1 ∗ 𝐴1 = 𝑈2 ∗ 𝐴2 = 𝑈 ∗ 𝐴 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒; 𝐴 = Equação (2.7)
4

Onde:
Q = caudal escoado (m³ /s);
U = velocidade média do escoamento (m/s);
A = área da secção de escoamento (m²);
D = diâmetro da tubagem (m).

As perdas de carga totais são compostas por perdas de carga contínuas e perdas de carga
localizadas, cujas expressões se apresentam a seguir:

2.5.2. Perdas de Carga Contínuas (Hc)


Estas são resultantes do atrito entre a veia líquida e as paredes internas da conduta, bem como em
fenómenos de origem viscosa e turbulenta. O seu cálculo é feito através do produto entre a perda
de carga unitária (J) e o comprimento da tubagem (L), conforme a equação 2.8:
∆Hc = J * L Equação (2.8)

Para o cálculo da perda de carga unitária, diversas são as fórmulas propostas, no entanto, pode
destacar-se a fórmula universal (ou de Darcy-Waisbach); e as fórmulas empíricas de Hazen-
Williams e de Gauckler – Manning – Strickler, conforme ilustrado na Tabela 2.

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Tabela 2: Fórmulas para o cálculo de perdas de cargas unitárias


Designação da fórmula Fórmula
Universal ou de Darcy- Waisbach f ∗ U2 8f
J= = ∗ Q2
D ∗ 2g g ∗ π2 ∗ D5
Hazen-Williams Q1.85
J = 10,643 ∗
C1.85 ∗ D4.87

Gauckler-Manning-Strickler Q
J=( )²
Ks ∗ A ∗ R2/3

Fonte: Marques & Sousa (2009)

Onde:
J = perda de carga unitária (m/m);
f = factor de resistência ou de Darcy-Weisbach ( - );
U = velocidade média do escoamento (m/s);
D = diâmetro da tubagem (m);
g = aceleração de gravidade (≈ 9,8 m/s);
Q = caudal escoado (m³/s);
C = coeficiente de rugosidade de Hazen Williams, e
Ks = coeficiente de rugosidade de Gauckler – Manning – Strickler ( 𝑚1/3 𝑠 −1 )

O valor de “f” varia em função do número de Reynolds (Re) e/ou da rugosidade relativa.
Rugosidade Absoluta – (K ou também ε, dada em mm) é dada pela medida das asperezas da
parede do tubo.
Rugosidade Relativa é o quociente da rugosidade absoluta pelo diâmetro da conduta ( K / D ).

A natureza de um escoamento, isto é, se laminar ou turbulento e sua posição relativa numa escala
de turbulência é indicada pelo número de Reynolds (Re). O número de Reynolds é a relação entre
as forças de inércia (Fi) e as forças viscosas (Fμ)

Para condutos de diâmetro D, o número de Reynolds é dado pela expressão 2.9:


U∗D∗ρ U∗D
Re = = Equação (2.9)
μ v

Onde:
Re = número de Reynolds;
U = velocidade média do escoamento (m/s);
D – Diâmetro da tubagem (m);
 – densidade do fluído (kg/m3 );

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 –viscosidade dinâmica do fluído (N.s/m ),


 – viscosidade cinemática do fluído (m²/s).
A viscosidade cinemática da água decresce com o aumento da temperatura, e os seus valores são
apresentados na Tabela 3.

Tabela 3: Variação da viscosidade cinemática da água em relação a temperatura

Temperatura Viscosidade Temperatura Viscosidade


(ºC) Cinemática (oC) cinemática
(x 𝟏𝟎−𝟔 𝒎𝟐/s (x 𝟏𝟎−𝟔 𝒎𝟐 /𝒔

0 1,78 40 0,66
4 1,57 50 0,56
10 1,31 60 0,47
20 1,01 80 0,37
30 0,82 100 0,29
Fonte: Lencastre (1996)

Para escoamento em regime laminar o número de Reynold é menor que 2000 (Re < 2000). Importa
referenciar que nos escoamentos laminares as trajectórias são regulares, aproximadamente
rectilíneas e não interferem umas com as outras, enquanto que nos escoamentos turbulentos as
trajectórias são irregulares e interferem fortemente umas com as outras, aumentando a
homogeneidade do escoamento através da troca de quantidades de movimento entre partículas.
Segundo (Mantovani et al., 2009), o escoamento turbulento apresenta também as seguintes
características:
 Irregularidade;
 Difusividade;
 Altos números de Reynolds;
 Flutuações tridimensionais;
 Dissipação de energia.

Segundo Netto et. al. (2002), o valor de “f” pode ser determinado pela expressão de Hagen-
Poiseuille (equação 2.10):
64
f = Re Equação (2.10)

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Tabela 4: Valores de coeficiente de rugosidade de Hazen Williams (C), coeficiente de rugosidade de


Gauckler – Manning – Strickler (Ks) e rugosidade absoluta (K).
𝟏
Material K (mm) C
Ks (𝒎𝟑 𝒔−𝟏 )
Fibrocimento 0,03 – 0,10 120 – 140 90
Ferro fundido sem revestimento 0,05 – 0,20 120 - 135 60
Ferro fundido com revestimento 0,06 – 0,10 70
Aço sem revestimento 0,10 – 0,35 110 65
Aço revestido 0,05 – 0,15 120 90
Betão liso 0,30 – 2,00 130 75
PVC 0,01 – 0,06 125 - 140 110
PEAD 0,003 125 - 140 125
Fonte: (Marques & Sousa, 2009)

2.5.3. Perdas de Carga Localizadas


As perdas de carga localizadas são ocasionadas pela existência de acessórios (singularidades) na
tubagem (por exemplo: válvulas, curvas, derivações, medidores de caudal ou conexões, bombas,
turbinas, entre outros), que introduzem turbulência ao escoamento, gerando deste modo a
dissipação de energia ou perda de carga. O seu cálculo é feito através da expressão 2.11:

U2
∆HL = KL ∗ 2g Equação (2.11)

Onde:
HL – perda de carga localizada (m);
KL – coeficiente de perda de carga localizada, adimensional (depende do tipo de
singularidade, das características geométricas, da rugosidade e do número de Reynolds);
U – velocidade média do escoamento (m/s);
g – aceleração de gravidade (≈ 9,8 m/s).
Sá Marques e Sousa (2009) referem que as perdas de carga introduzidas por acessórios em
condutas relativamente longas, são geralmente desprezadas em face das perdas de carga contínuas.
Na prática, as perdas de carga localizadas podem ser desprezadas em tubagens de comprimento
superior a 4000 vezes o seu diâmetro (Sá Marques e Sousa, 2009). Por outro lado, é prática comum
considerar as perdas de carga localizadas como sendo 10% das perdas de carga contínuas (Kay,
2008).

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2.6. Características Hidráulicas dos Aspersores


A água que é lançada sob pressão de um aspersor tem o mesmo comportamento hidráulico que a
saída de água através de um orifício ou bocal. A energia de pressão (h), que a água dispõe no
interior da tubulação, se transforma em energia cinética (v2/2g) na saída do aspersor, com uma
eficiência dada pelo coeficiente de descarga (Cd). A equação da continuidade, aplicada no bocal
de saída do aspersor, dá origem à equação 2.12 (Raposo, 1994):

πd2
𝑞 = a ∗ v = Cd √2gh Equação (2.12)
4

Onde:
q = vazão do aspersor (m³/s)
a = área do bocal (m²)
v = velocidade de saída da água = √2gh (m/s)
Cd = coeficiente de descarga do bocal do aspersor (adimensional)
d = diâmetro do bocal (m)
h = pressão de funcionamento do aspersor (mca)

O coeficiente de descarga (Cd) é função da perda de carga e da contração do jato no bocal e, para
uma mesma pressão de funcionamento, quanto maior for seu valor, maior será a vazão do aspersor.
Portanto, o valor do coeficiente de descarga reflete a qualidade do aspersor e, para a maioria dos
aspersores disponíveis no mercado, seu valor varia de 0,65 a 0,95 (Gomes, 2013).

Pela expressão (2.11), observa-se que a vazão do aspersor é diretamente proporcional ao quadrado
do diâmetro do bocal ou bocais e à raiz quadrada da pressão de funcionamento.

Existe uma fórmula empírica que é praticamente aceita para a determinação do raio de alcance de
aspersores rotativos (equação 2.11), onde R e h se expressam em metros e o diâmetro do bocal (d)
em milímetros (Raposo, 1994).

𝑅 = 1,35√d h Equação (2.13)

Onde:
R= raio do aspersor (m)
d = diâmetro do bocal (m)
h = pressão de funcionamento do aspersor (mca)

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Segundo (Gomes, 2013) a distribuição da precipitação lançada por um aspersor depende de sua
pressão de funcionamento e das condições locais do vento. Para um aspersor que funciona com a
pressão adequada e sem a influência significativa de ventos, a distribuição da precipitação possui
uma forma bem definida. As alturas de precipitação medidas sobre o solo apresentam isoetas
circunscritas ao eixo do aspersor, com valores decrescentes em direção à periferia do círculo
molhado, conforme a Figura 7 . A Figura 8 representa o perfil transversal das isoetas da Figura 7.
Esse perfil transversal tem uma forma simétrica, aproximadamente triangular, representando a
distribuição da precipitação de um aspersor que funciona com a pressão adequada e sem a presença
considerável de ventos. Quando um aspersor trabalha com pressão insuficiente, o perfil transversal
apresenta o aspecto mostrado na Figura 9. Nele se observa uma concentração da precipitação
próxima ao eixo do aspersor e sobre uma coroa intermediária do círculo molhado. Quando a
pressão de funcionamento de um aspersor é alta, com relação a seu valor adequado, o perfil
transversal da precipitação apresenta a forma ilustrada na Figura 10. Observa-se, nessa figura, uma
concentração da chuva próxima ao eixo do aspersor, decorrente de uma pulverização excessiva do
jacto em gotas finas. O alcance correspondente é menor e as gotas são mais propícias a serem
arrastadas pelo vento, proporcionando, assim, uma precipitação pouco uniforme.

Figura 7: Isoetas da precipitação de um aspersor em funcionamento adequado


(Gomes, 2013)

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Figura 8: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento adequado


(Gomes, 2013)

Figura 9: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento com pressão


inferior a adequada (Gomes, 2013)

Figura 10: Perfil transversal da precipitação de um aspersor em funcionamento com pressão


elevada (Gomes, 2013)

Outra característica significativa da precipitação na irrigação por aspersão é sua intensidade média
(I), que representa a lâmina de água aplicada ao terreno em um determinado intervalo de tempo.
Expressa-se, geralmente, em mm/h e pode ser obtida mediante a relação entre a vazão do aspersor
(q) e a área molhada (S) correspondente, onde S é igual a 𝜋𝑅², sendo R o raio de alcance do
aspersor (Equação 2.14).

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

q
I=S Equação (2.14)

Segundo Raposo (1994), a intensidade de precipitação média, ou seja, a média de chuva a distribuir
ao solo na unidade de tempo, não deve logicamente, exceder um certo limite, em função das
características do solo. De outro modo, provocar-se-ia o excessivo encharcamento do terreno e
correr-se-ia o risco de originar a erosão, a intensidade de precipitação média não deve exceder 5
a 6 mm/h nos solos argilosos e 8 a 12 mm/h nos solos francos. Nos solos arenosos são, em
princípio, perfeitamente aceitáveis precipitações superiores a 15 mm/h ou 30 mm/h, devido a sua
elevada permeabilidade. Portanto, se deve ter o maior cuidado a este respeito, particularmente nos
solos argilosos, em virtude da sua fraca permeabilidade natural. Algumas instalações de rega por
aspersão falham em solos mais compactos, precisamente por não se atender a este facto.

2.7.Uniformidade de Distribuição da Água


A alta demanda hídrica pela irrigação, embora esteja relacionada ao alto consumo das plantas,
muitas vezes também se deve à baixa de uniformidade de aplicação da água pelos sistemas de
irrigação, em decorrência do emprego incorreto dos métodos ou a falta de técnicas de maneio da
irrigação (Almeida, 2010). Para Mateos (1998), um dos diversos factores que afectam a
uniformidade da aplicação de água na superfície do solo é: características do aspersor; distribuição
do sistema, factores climáticos, e factores do maneio. Segundo (Heinemann et al., 1998), os
factores que interferem na uniformidade de distribuição da água podem ser classificados em
climáticos e não climáticos. Segundo este autor, os factores climáticos são: evaporação,
temperatura do ar, humidade relativa e condições locais do vento. Os fatores não climáticos são:
pressão de operação do emissor, velocidade e alinhamento da linha lateral do equipamento, e
altura do emissor.

A uniformidade de distribuição de água de um sistema de irrigação é um dos principais parâmetros


para o diagnóstico da situação de funcionamento do sistema (Mantovani et al., 2009). Outro
parâmetro, como a eficiência de aplicação de água pelo sistema de irrigação, também pode
colaborar para o uso racional dos recursos hídricos na agricultura. A falta de uniformidade de
distribuição de água pelos sistemas de irrigação ocasiona aplicações irregulares das lâminas de
água, provocando excesso de água em parte da área irrigada e déficit em outra. Com isso, o
irrigante aumenta o tempo de irrigação a fim de suprir a área em déficit, porém, ocasionando
excesso de água em outra parte da área. O excesso de aplicação de água poderá provocar lixiviação
20
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

e ocasionar erosão do solo. Consequentemente, o irrigante desconsidera o correcto maneio da


irrigação, onde o importante é determinar quando e quanto de água aplicar (Tagliaferre, 2006).

Através de uma análise completa do sistema, pode-se observar, se a irrigação está sendo realizada
de maneira eficaz, com o auxílio de uma vasta lista de coeficientes de uniformidade de distribuição
de água, os quais expressam a variabilidade de distribuição do sistema de irrigação. Para avaliar a
o sistema de irrigação, diversos parâmetros são determinados em campo, como a vazão, tempo de
irrigação e uniformidade de distribuição de água, constituindo os critérios básicos para tomada de
decisões em relação ao diagnóstico do sistema (Antunes, 2018).

Para realizar a avaliação da uniformidade de distribuição de água de um sistema de irrigação por


aspersão, foram desenvolvidos coeficientes para expressar a variabilidade de distribuição de água
na superfície do solo, sendo que, os mais utilizados, são: Coeficiente de Uniformidade de
Christiansen (CUC), aceitando valores superiores a 80% para boa e excelente uniformidade de
aplicação (Pinto, 1987). Adicionalmente, segundo (Antunes, 2018), em 1947 foi proposto por
Wilcox e Swailes o Coeficiente de Uniformidade Estatístico (CUE), com valor mínimo aceitável
de 80%. Cridlle em 1956 propôs outra medida de uniformidade, o Coeficiente de Uniformidade
de Distribuição (CUD), sendo valores considerados bons acima de 68%

 Coeficiente de Uniformidade de Christiansen, proposto por Christiansen 1942:


∑|Xi−x̅|
𝐶𝑈𝐶 = 100 ⌊1 − ⌋ Equação (2.15)
n∗ x̅

Onde:
Xi = precipitação em cada colector;
x̅ = média das precipitações;
n = número de pluviómetro ou colectores

 Coeficiente de Uniformidade Estatístico , proposto por Wilcox e Swailes em 1947:


∑(Xi−x̅)^2
𝐶𝑈𝐸 = 100 ⌈1,0 − √(n−1) ∗ x̅^2⌉ Equação (2.16)

Onde:
x̅ = média das precipitações;
Xi = precipitação observada em cada pluviómetro

21
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

 Coeficiente de Uniformidade de Distribuição, proposto por Criddle em 1956:


𝑙𝑞
𝐶𝑈𝐷 = 𝐿𝑚 ∗ 100 Equação (2.17)

Onde:
CUD = Coeficiente de uniformidade de distribuição;
lq = Média de 25% do total de pluviómetro com as menores precipitações;
Lm = Lâmina média de todas as observações (mm).

Tabela 5: Classificação dos valores do desempenho dos sistemas de irrigação por aspersão

Classificação CUC (%) CUD (%) CUE (%)


Excelente >90 >84 90-100
Bom 80-90 68-84 80-90
Razoável 70-80 52-68 70-80
Péssimo 60-70 36-52 60-70
Inaceitável <60 <36 <60

Fonte: (Mantovani, 2001)

2.8. Eficiência de Irrigação


No processo de aplicação da água de irrigação às plantas, ocorrem perdas de água, essas perdas
devem ser levadas em consideração ao calcular as necessidades brutas de água no processo da
rega. Isso pode ser feito com o uso de um factor de eficiência, que deve ser estimado na fase de
planeamento.

Diferentes tipos de sistemas de irrigação têm diferentes níveis de eficiência. Quanto maior a
eficiência da irrigação, maior é a área que pode ser irrigada de uma dada fonte de água, e menor é
a lixiviação de nutrientes e danos para o solo. A água economizada pode ser usada para outros fins
produtivos (FAO, 2002).

A eficiência de rega é um indicador que permite fazer uma avaliação do “desempenho dos sistemas
de rega”. O principal objectivo na avaliação de sistemas de rega é de identificar os problemas e
discutir as diferentes alternativas que sejam ambas efectivas e práticas na melhoria do desempenho
dos respectivos sistemas. Podem-se obter elevados índices de eficiência empregando-se um
dimensionamento correcto do projecto, equipamentos adequados e um maneio racional da água

22
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

(Pitoro, 1998). Segundo (FAO, 2002), a eficiências de rega ocorre a diferentes níveis,
nomeadamente:

 Eficiência do Canal do Campo (Eb)


Eficiência do canal de campo é a eficiência de transporte de água dentro do sector, bloco ou sub-
unidade, ou seja:
água recebida no campo (tomada de água do campo)
Eb =
água recebida no bloco (tomada de água do bloco)

 Eficiência de Transporte (Ec)


Eficiência de transporte é a eficiência no transporte da água no canal principal que leva a água
desde a fonte aos vários sectores ou blocos. A eficiência de transporte é considerada 100% ou 1
quando a conduta for fechada e não apresentar fugas ao longo da linha (Faria et al., 2017).

Segundo a FAO (2002), a eficiência de transporte é dada pela expressão 2.18:


Wd
Ec = ∗ 100 Equação (2.18)
Wc

Onde:
Wc = Volume de água recebida no campo em m³
Wd = Volume de água retirada na fonte m³
Este indicador é influenciado principalmente pelo controlo da distribuição e pelo tamanho da
unidade terciária.

 Eficiência de Aplicação
A precipitação lançada pelos aspersores ao terreno não é totalmente aproveitada pelas raízes das
plantas. Uma parte se perde devido à evaporação e ao arraste das gotas pelo vento, e outra parte se
perde por percolação profunda, devido a não uniformidade de distribuição a precipitação sobre o
terreno. As perdas produzidas pela evaporação e pelo vento dependem de muitos factores, que
podem variar constantemente durante o ciclo vegetativo da cultura. Para (Gomes, 2013) esses
factores são: temperatura, humidade do ar, radiação solar, velocidade do vento, cobertura vegetal
e tamanho das gotas assim sendo, quando uma determinada lâmina de irrigação é aplicada ao
terreno, e parte da área irrigada recebe mais água do que a quantidade necessária, o excesso
correspondente se perde por percolação ou escoamento, em detrimento de outras partes da
superfície irrigada que não recebem a dose de irrigação suficiente. Além do mais, no cômputo

23
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

geral, também devem ser consideradas as perdas de água que ocorrem ao se molhar as partes
vizinhas adjacentes à área da parcela cultivada. A relação entre a quantidade de água retida no
solo, à disposição das raízes das plantas, e a quantidade de água aplicada é definida como eficiência
de aplicação. Expressa-se em percentagem e indica o grau de efetividade com que se utiliza o
sistema de irrigação (Gomes, 2013).

A eficiência da aplicação em campo (Ea) é a razão entre água diretamente disponível para a cultura
e aquela recebida em a entrada de campo (FAO, 2002), ou seja:

água armazenada na zona radicular


𝐸a = Equação (2.19)
água recebida no campo

Segundo (Raposo, 1994), após a determinação da quantidade de água recebida no campo, a água
armazenada na zona radicular é estimada através do balanço hidrológico do solo, obtendo-se
através da conjugação entre os respectivos valores da precipitação e da evapotranspiração, tendo
em conta a capacidade de armazenamento do solo. Ainda segundo este autor, os método que parece
mais correcto para a realização do balanço hídrico do solo é o Thornthwaite-Mather e o método
da FAO.

Em geral, a eficiência de aplicação (Ea) na rega por aspersão varia, durante o dia, entre 60%, em
zonas semi-áridas, a 75%, em zonas de clima moderado. No entanto, ao se irrigar durante a noite,
a eficiência pode chegar a alcançar valores próximos a 90%. A Tabela 6 demonstra os valores
indicativos da eficiência de aplicação dos sistemas de irrigação por aspersão em diferentes
condições do clima.

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Tabela 6: 1Eficiências de aplicação óptimas para boa gestão dos sistemas de irrigação por aspersão

Sistemas e condições do clima Eficiência de


aplicação (Ea)
Sistemas móveis e fixos com excelente uniformidade em climas frios ou húmidos e 0,85
ventos fracos
Eficiência típica para sistemas móveis na maioria dos climas e ventos; e definir
sistemas com médio para altas taxas de aplicação e boa uniformidade na maioria dos 0,80
climas e ventos fracos
Eficiência típica usada para sistemas de conjunto médio na maioria dos climas e
ventos e para sistemas móveis em climas desérticos e ventos fortes 0,75

Definir sistemas com alta taxa de aplicação em climas desérticos com ventos fortes
ou baixas taxas de aplicação em outros climas com ventos fortes 0,70

Definir sistemas com taxas de aplicação moderadamente baixas em climas desérticos


e ventos fortes ou baixos taxas de aplicação em climas desérticos elevados e ventos 0,65
fortes
Definir sistemas com baixas taxas de aplicação com pequenas quedas operando em
climas desérticos baixos e médios a ventos fortes 0,60

Fonte: (Keller & Bliesner, 1990)

 Eficiência de Distribuição (Ed)


Eficiência de distribuição é a eficiência do transporte de água e distribuição entre a fonte e a
tomada de água no campo, dada pela expressão 2.20:
Ed = Ec ∗ Eb Equação (2.20)

 Eficiência do Projecto de Rega


A eficiência total de um projecto ou sistema de rega é tida como expressão quantitativa da água
armazenada na zona radicular e usada pela planta em percentagem da água retirada ou captada.
Por forma a se dividir o problema e tendo as especifidades de cada sector a eficiência total é dada
pelo produto das suas eficiências parciais, nomeadamente, eficiência de condução, de distribuição
e de aplicação no campo (Pitoro, 1998).

1
Chave para definição dos sistemas:
Baixa taxa de aplicação: 2,5- 5,0 mm/h
Taxas de aplicação média:5,0- 10mm/h
Altas taxas de aplicaçào: > 10mm/h

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Segundo (FAO, 2002), a eficiência geral, também conhecida como eficiência do projecto de rega
(Ep), compreende a eficiência de transporte (Ec), eficiência do canal de campo (Eb) e eficiência
de aplicação em campo (Ea):

Ep = Ea ∗ Ed ∗ Ec Equação (2.21)

Onde:
Ep: Eficiência do projecto (%)
Ed: Eficiência de distribuição (%)
Ec: Eficiência de transporte (%)

Segundo Rudnick (2015), a eficiência geral de irrigação (Ep) representa a eficiência de todo o
sistema que fornece água de uma fonte para o campo e pode ser obtida através da expressão 2.22:

Ep = (Ea * Ec) * 100% Equação (2.22)

Onde:
Ep = Eficiência do projecto (%)
Ea = Eficiência de aplicação (%)
Ec = Eficiência de transporte (%)

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1.Localização da Área de Estudo e suas Características
A área de estudo compreende o regadio de 7 de
Abril-1, localizado no povoado de Belas-1, à 8
km da Vila Sede do Distrito de Vanduzi. O
Acesso a partir da Cidade de Chimoio é de cerca
de 40 km. Segundo a Figura 11, o Distrito de
Vanduzi localiza-se na região centro de
Moçambique e da Província de Manica, entre as
coordenadas 33º45ʹ e 19º26ʹ de Latitude Sul e a
33º45ʹ e 33º07ʹ de Longitude Este (Caliche,
2004). Foi criado com a elevação do Posto
Administrativo de Vanduzi (até então parte do
Distrito de Manica) à Distrito em 2013.

O Distrito está dividido nos Postos


Administrativos de Matsinho e Vanduzi,
Figura 11: Localização geográfica do Distrito de Vanduzi composto pelas seguintes Localidades:

Posto Administrativo de Matsinho:


 Chiremera
 Matsinho
Posto Administrativo de Vanduzi:

 Chigodore
Limites
Norte: Distrito de Bárue, e Macossa, através do rio Púngue;
Sul: Distrito de Sussundenga e Macate, através do rio Revúe e Tembwé;
Este: Distritos de Chimoio e Gondola, através do rio Mudzingaze;
Oeste: Distrito de Manica, através do rio Nhacadung.

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

3.1.1. Clima
O Distrito de Vanduzi está inserido na região agro-ecológica R4, segundo a classificação climática
de Koppen o clima da região é do tipo tropical húmido quente. A temperatura média anual é de
21,8 ºC e a precipitação média anual é de 1215 mm, com duas estações, sendo uma chuvosa que
decorre entre Novembro a Março e outra seca que vai de Abril a Outubro. A evapotranspiração
média anual é cerca de 1220 mm a 1290 mm sendo relativamente superior ao valor da precipitação
média anual (IIAM, 2006).

3.1.2. Solos
Geologicamente, Vanduzi localiza-se na região de formação gnesiana a sul do rio Pùngué,
composta por rochas de origem metamórficas. Os solos são de formação gness acastanhados, que
vão de escuro moderado na superfície, arenosos e argilo-vermelhos profundos de boa
permeabilidade e fertilidade. Os solos mostram uma estreita relação com a geologia e o clima da
região e são localmente modificados pela topografia e o regime hídrico, sendo que, ao longo dos
rios os solos são aluvionares (Caliche, 2004).

Sendo basicamente solos argilosos vermelhos óxicos ou castanhos avermelhados, profundos, bem
drenados; nos declives superiores, cumes das montanhas e nos afloramentos rochosos os solos são
líticos, com textura franco arenosa, pouco profundos e drenagem excessiva.

3.1.3. Relevo e Vegetação


Vanduzi ocupa a região planáltica caracterizada por uma topografia suavemente ondulada. As
altitudes variam entre 600 m a 800 m em relação ao nível médio das águas do mar. A vegetação
está em constante modificação devido a prática da agricultura na região, mas predomina a
vegetação de floresta aberta de miombo (Caliche, 2004).

Vanduzi é atravessado por diversos rios, alguns dos quais, Dikwe, Chihururu, Bue Maronga,
Vanduzi, Nharuhwerere, Bane e Nhamadembe, localizados na parte sul. .

3.1.4. Descrição do Regadio 7 de Abri-1


O regadio 7 de Abril-1, sita na região de Belas entre as coordenadas 18º93’ de Latitude sul e 33º18’
de Longitude Este, com altitudes em torno de 690 m. O regadio situa-se a Este da cidade de
Chimoio e da sede do Distrito de Vanduzi. O acesso a partir da cidade de Chimoio (capital da
província de Manica) é feito através de 20 km de estrada-N6, contornando à direita no cruzamento

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

de Tete, numa distância de 11,6 km até a sede do Distrito, eventualmente contornando à esquerda
da sede do Distrito, percorrendo mais 8 km de estrada terraplanada (PROIRRI, 2013).

O regadio é gerido pela Associação 7 de Abril, fundada em 15 de Outubro de 2003, constituído


actualmente por 48 membros dos quais 26 homens e 22 mulheres. O principal objectivo da
associação é a produção e comercialização de hortícolas e cereais, com destaque para feijão verde,
repolho, feijão vulgar, piripiri, milho miúdo (babycorn) e feijão vulgar. A associação têm como
principais parceiros o SDAE-Vanduzi, DPAP-Manica, IIAM-Centro Zonal Centro, AGRA,
IRRIGA, Companhia de Vanduzi e ITC, conforme demonstrado nas Figuras 7.4 do anexo 3.

O regadio beneficiou de reabilitação e ampliação em 2014 através do projecto PROIRRI, com


financiamento do Banco Mundial e actualmente possui uma área total de 38,8 ha, dos quais, a área
irrigada é de 30 ha. O sistema foi projectado para uma área de 0,5 ha por produtor com respectivos
equipamento (tubagem e 4 aspersores) o que oferece confiança em termos de responsabilidade.

O regadio 7 de Abril-1 têm um sistema de irrigação ligado na fonte de captação por gravidade. A
fonte de captação de água é a nascente do monte Nhaúmbwe (ver anexo 3), localizado a 800 m de
altitude, onde a água escorre até uma mini-represa de betão armado, dispondo de uma comporta
metálica movida por um volante de inércia que permite o fluxo do caudal ecológico (rio
Nhaúmbwe) e uma descarga de fundo composta por tubagem que permite a captação da água ao
sistema de adução do regadio (Autor, 2021).

Segundo (PROIRRI, 2013) a água na captação corre durante todo o ano e o fluxo disponível
no período seco (Outubro de 2011 e Setembro de 2012) foi estimado entre 30 e 40 l/s.

O tubo de adução da água está ligado ao fundo da represa na captação. Trata-se de uma conduta
amarrada na extremidade de montante, com variação de diâmetro e tipo de material ao longo do
seu trajecto (Tabela 7), enterrada após o trecho A-B, sendo que a tubagem nas parcelas de rega é
63 mm. O sistema apresenta 2 (duas) ventosas ao longo da conduta, das quais, uma no trecho A-
B e outra no trecho C-D. A distância da linha adutora é cerca de 1,3 km. A Tabela 7 indica os
trechos da linha adutora do regadio.

29
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Tabela 7: Características hidráulicas da linha de adução


Trecho Q (l/s) ∅ (mm) L (m) Material

A-B 26,60 200 48 Ferro Galvanizado


B-C 25,33 160 96 PVC
C-D 24,06 160 99 PVC
D-E 22,79 140 96 PVC
E-F 21,52 140 54 PVC
F-G 21,52 140 138 PVC
G-H 21,52 140 45 PVC
H-I 19,62 140 96 PVC
I-J 17,72 140 99 PVC
J-K 15,18 140 96 PVC
K-L 12,64 110 99 PVC
L-M 10,10 110 96 PVC
M-N 7,56 90 99 PVC
N-P 5,2 75 96 PVC

Fonte: (PROIRRI, 2013)

A aplicação de água nas parcelas é realizado através de um sistema por aspersão semi-portátil na
qual os aspersores são movidos por pressão resultante da diferença de altura entre a fonte e o
campo. O sistema de aspersão apresenta espaçamento de 12*18 m, com altura (h) do tripé de 1,2
m. As linhas laterais são compostas por tubagem de diâmetro (Di) 2", de ferro fundido, com
redução de 2" para 1" e 1" para 3/4" para o suporte do tripé. As linhas secundárias (Di=63 mm)
são constituídas por hidrantes de recalque rotativos metálicos. Os aspersores são de ligação macho
de 3/4", de ferro galvanizado, modelo VYR 35 de fabrico espanhol. Seu eixo e molas são de aço
inoxidável, de rotação contínua, com um bico.

A vista parcial do regadio: represa, hidrantes e aspersores usados estão apresentados nos anexos 3

3.2. Levantamento de Estrututuras Hidráulicas e Dados de Campo


As características hidráulicas de um sistema de irrigação constituem parte fundamental em seu
dimensionamento, desta forma, procurou-se descrever o princípio hidráulico da operação da linha
adutora, linhas secundárias e laterais, definindo-se os parâmetros mais importantes a serem
determinados. O reconhecimento do local de estudo compreendeu a realização de primeiros
contactos com os responsáveis do regadio, onde, com auxílio de bloco de notas e câmara
fotográfica, foi feito o levantamento preliminar dos equipamentos e principais características das
estruturas hidráulicas do sistema. Por meio de GPS se fez o levantamento das cotas e coordenadas.

30
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Esta fase consistiu basicamente no levantamento dos seguintes dados:


 Características do sistema de irrigação;
 Tipo de material que compõem a linha de adução (Figura 12) e distribuição da água;
 Distâncias desde a origem e respectivas cotas;
 Levantamento de áreas das parcelas, culturas irrigadas e intervalos de rega através de
entrevista semi-estruturadas;

Figura 12: Levantamento de dados da linha adutora

A metodologia de análise de dados para a caracterização hidráulica do sistema foi o balanço de


cargas hidráulicas.

3.3. Determinação do Princípio Hidráulico de Operação do Sistema de Adução e


Distribuição
A colecta de dados para a avaliação do sistema consistiu igualmente na verificação da pressão de
serviço dos aspersores e na medição da vazão dos aspersores. Para a medição da vazão dos
aspersores foi aplicado o método directo volumétrico, que se baseia no tempo gasto que um
determinado fluxo de água leva para ocupar um recipiente de volume conhecido (Santos & Lautert,
2001), ou seja, foi medido o volume médio da precipitação dos aspersores acoplando uma
mangueira de ¾" e 2,5 m na boca do aspersor, cronometrando o enchimento de um recipiente de
20 litros (Figura 13), em três repetições.

31
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

A medição da pressão de serviço dos aspersores foi realizada por meio de um manómetro analógico
da marca Netafim, fabrico israelense, inserindo no bocal do aspersor durante o seu funcionamento,
com leituras feitas em três repetições.

Figura 13: Medição da vazão e pressão dos aspersores

O caudal na linha lateral foi calculado pela equação de Hazen-Willians:

QLL = 0,2788 ∗ C ∗ D 2,63 ∗ 𝐽0,54 Equação (3.1)

Onde:
QLL = vazão no início da linha lateral (m³/s);
J = perda de carga linear (m/m);
D = diâmetro interno da tubulação (m);
C = coeficiente de rugosidade (adimensional).
A pressão no inicio da linha lateral foi obtida pela equação 3.2:

PinLL = Ps + 0,75 * hf + Aa Equação (3.2)


Onde:
PinLL = pressão no início da linha lateral (mca);
Aa = altura do aspersor (m).
Ps = pressão de serviço do aspersor (mca)
Posteriormente, pela equação 3.3 foi achada as perdas de carga permitidas na linha lateral das
parcelas, segundo (Biscaro, 2009).
hf = 0,20 * Ps Equação 3.3

Onde:

32
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

hf = perda de carga permitida (mca);


Ps = pressão de serviço (mca).
Depois de ser determinada a perda de carga permitida na linha lateral, a mesma foi corrigida pelo
factor de correção (equação 3.4), em função do número de aspersores na linha lateral, visto que a
vazão diminui do início para o final da linha.
hf´ = hf ÷ f Equação (3.4)

Onde:
hf´ = perda de carga permitida corrigida (mca);
f = factor de correção.
O fator de correção foi determinado pela expressão 3.5:

𝑓 = (𝑚 + 1)−1 + (2 ∗ 𝑁)−1 + ⟮(√(𝑚 − 1))/(6 ∗ 𝑁 2 )⟯ Equação (3.5)

Onde:
f = fator de correção (adimensional);
m = constante (1,85 para a equação de Hazen-Wiliams);
N = número de aspersores.
Tendo em conta o comprimento da linha lateral nas parcelas, as perdas de carga lineares foram
obtidas pela expressão 3.6:

J = hf’/LLL Equação (3.6)


Onde:
J = perda de carga lineares (m/m)
hf’= perda de carga permitida corrigida (mca)
LLL= comprimento na linha lateral
As velocidades médias e perdas de carga nos trechos da linha adutora foram determinadas por
meio da equação de Hazen-Williams.

3.4. Determinação da Uniformidade de Distribuição da Água


O arranjo do campo para a determinação da uniformidade de aplicação da água no sistema de
irrigação foi realizada de acordo com a metodologia proposta por Christiansen (1942), que
consistiu em coletar a precipitação por meio de recipientes instalados em uma malha de pontos sob
a área de influência de quatro aspersores sobrepostos (Figura 14), com espaçamento de 12x18 m.

33
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

A disposição dos coletores em relação aos aspersores foi configurada obedecendo a metodologia
proposta por Pinto (1987) na qual, em caso de um sistema permanente e semi-permanente os
recipientes devem ser dispostos na área entre 4 aspersores.

Figura 14: Parcela 1 com malha de coletores e aspersores em funcionamento


A precipitação dos aspersores na superfície do solo foram colectadas por meio de 24 colectores de
alumínio, atados e fixados sobre uma estaca de 0,6 m de altura da superfície do solo numa distância
de 1 m cada. Em cada parcela o sistema foi accionado por um intervalo de 120 minutos, conforme
mostra a Tabela 8, obedecendo as recomendações de Pinto (1987) na qual, para a determinação da
uniformidade de distribuição de água de um sistema de irrigação por aspersão junta-se um conjunto
de colectores, abertas na parte superior, equidistantes em torno do aspersor a ser testado e liga-se
o aspersor por um período de tempo nunca inferior a duas horas.

Findo período de 120 minutos, com auxílio de um colector graduado em mm foram medidas os
volumes colectados em cada parcela e relacionados com a precipitação dos aspersores.

Tabela 8: Horas de realização do ensaio


Parcela Período Horas
1 Manhã 10:00h às 12:00h
2 Tarde 13:10h às 15:10h
3 Tarde 15:30 ás 17:30h

A classificação dos coeficientes de uniformidade para o ensaio realizado foi procedida de acordo
com o proposto por Mantovani (2001). A Figura 15 mostra o layout das parcelas utilizadas nesta
pesquisa.

34
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Figura 15: Layout das parcelas utilizadas para o ensaio, adaptado de PROIRRI (2013)

Os dados referentes a velocidade do vento e a temperatura, foram colhidos por meio de um


anemómetro digital durante a realização dos ensaios, igualmente, foram considerados os dados
médios de evapotranspiração gerados e validados a partir do modelo CropWat 8,0 associado ao
ClimWat 2,0 para a determinação das necessidades hídricas das culturas e programação de rega
das culturas em campo (milho, feijão-verde e piri-piri). A lâmina de água aplicada nas parcelas
analisadas foram obtidas pela expressão 3.7, segundo (Pereira, et al., 2016):
1000∗Q∗T
Lapl = Equação (3.7)
S1∗S2

Onde:

35
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Lapl = lâmina aplicada (mm);


Q = vazão do sistema (m3/h);
T = tempo (h);
S1 = espaçamento entre posições ao longo da linha lateral (m);
S2 = espaçamento entre linhas laterais (m).

A metodologia de análise de dados para a determinação uniformidade de distribuição de água foi


a comparação com os padrões estabelecidos.

3.5. Eficiência de Aplicação e Eficiência do Projecto de Rega


A eficiência de aplicação de água foi determinada através da equação 2.19, proposta pela FAO
(2002), sendo que a água armazenada no sistema radicular foi estimada por meio do balanço
hídrico, aplicando o método de Thornthwaite-Mather, conforme proposto por (Raposo, 1994).

A eficiência de transporte foi considerada com valor um, visto que o equipamento ou conduto é
fechado e não apresentou fugas ao longo da linha adutora, conforme proposto por (Faria et al.,
2017).

A eficiência total do projecto de rega foi o resultado do produto das eficiências parciais,
nomeadamente, a eficiência de aplicação e a eficiência de condução da água, através da expressão
2.20, proposta por Rudnick (2015).

A classificação da eficiência de aplicação de água foi feita com base na comparação dos valores
propostos por Mantovani (2001) e (FAO, 2002). A classificação da eficiência do projecto de rega
foi feita na base da comparação com os valores indicados pela FAO (2002), entre 60 e 75% como
aceitável.

3.6.Limitações do Estudo

O ensaio para a determinação da uniformidade de distribuição da água e a leitura da vazão e


pressão dos aspersores se realizou em único momento da realidade, limitando os resultados ao
momento estudado.

A velocidade do vento foi um dos factores que ditou o alcance dos baixos valores de coeficiente
de uniformidade na parcela 1, tendo em conta que o ensaio nesta parcela decorreu no período de
manhã, com a velocidade média do vento relativamente alta (7km/h), o que ditou maiores perdas
de água por arraste do vento.
36
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Nos trechos da linha de adução os dados estimados de vazão tiveram como referência os resultados
do estudo do (PROIRRI, 2013).

37
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1.Programação da Rega das Culturas em Campo
As culturas estabelecidas em campo foram nomeadamente, milho na parcela 2, feijão-verde na
parcela 1 e piri-piri na parcela 3, numa área correspondente a 0,5 ha por parcela.

Na prática actual do produtor a produção de milho é feita em regadio com baixos insumos, irrigado
em intervalos de 6 dias com um tempo de rega diário de 2 h, em 4 posições por parcela. No tocante
a produção de feijão verde, esta é realizada em intervalos de rega de 3 dias, ou seja, duas vezes por
semana, com tempo de rega diário de 1 h e finalmente a cultura de piri-piri é irrigado uma vez por
semana (intervalos de 6 dias) com tempo diário de 1,5 h. A Tabela 9 apresenta a informação da
programação de rega na prática actual do agricultor.

Tabela 9: Informação sobre culturas e programação da rega na prática actual do agricultor

Tempo de rega Intervalo de Dotação


Cultura Período de cultivo
(h) rega (dias) (mm)

Feijão-verde 8 Março – 5 Junho 1 3 7

Milho 6 Março – 8 Julho 2 6 10

Piri-piri 1 Março – 3 Julho 1,5 6 8

A vazão dos aspersores obtida foi de 0,4 l/s na parcela 1 e 0,3 l/s nas parcelas 2 e 3, ou seja, 1,44
m³/h na parcela 1 e 1,08 m³/h nas parcelas 2 e 3, respectivamente. Esta diferença de vazão dos
aspersores nas parcelas resulta da desuniformidade de vazão ao longo dos trechos da linha
principal, conforme é descrito mais adiante.

Conforme demonstra a Tabela 9, o período de sementeira das culturas estudadas foi o mês de
Março, sendo que, para a cultura de milho nas duas horas de irrigação (parcela 2) a dotação
fornecida pelos aspersores foi de 10mm, no feijão-verde foi cerca de 7mm (parcela 1) e 8mm no
piri-piri (parcela 3).

Os resultados da simulação da programação da rega na prática actual do agricultor são


apresentados na Tabela 10.

38
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Tabela 10: Resultados da simulação da programação da rega na prática actual do agricultor


Efic. de Precip. Efic. de Lapl. Efic. de Déficit Perd. Rend.
rega2 Precip. Líquid. aplic. rega
Par Cultura Efectiv. Hídrico Cumulat.
(%) (%) (mm) (%)
(mm) (mm) (%)
1 Feijão 70 68,8 37,7 203 62,3 10 0
verde
2 Milho 70 107,4 46,3 200 53,7 51 5

3 Piri-piri 70 125,8 48,4 200 51,6 43 3,3

Conforme demonstrado na Tabela 10, considerando a eficiência de rega de 70% para os sistemas
de rega por aspersão, na prática actual do agricultor, o feijão verde com 7 mm de dotação em
intervalos de rega de 3 dias, tendo em conta a ETc média diária de 4,2 mm não se verifica redução
no seu rendimento, mas se considerar a média diária de ETc incluindo a precipitação efectiva
(38%) terá apenas um défict hídrico em cerca de 10 mm. A Figura 16 demonstra o diagrama da
programação de rega para a cultura de feijão-verde.

Para a cultura do milho com a dotação de 10 mm em intervalos de rega de 6 dias, mesmo com as
compensações da precipitação efectiva (46%) apresenta uma redução no seu rendimento, em cerca
de 5%. Similarmente, para a cultura de piri-piri com dotação fixa de 8 mm em intervalos de rega
de 6 dias, mesmo com as compensações feitas pela precipitação (48,4%), verifica-se uma redução
no seu rendimento em cerca de 3,3%.

As deficiências observadas na programação de rega para as culturas de milho e piri-piri são


motivadas pelas reduções na evapotranspiração das culturas, aliado ao déficit hídrico,
principalmente nas fases de desenvolvimento e final, como demonstram os diagramas das Figuras
17 e 18. Importa referenciar que o défict hídrico resultante para a cultura de milho é cerca de 51
mm e 43 mm para a cultura de piri-piri.

Por outro lado, tendo como referência as necessidades hídricas totais para a produção do milho,
situada entre 450 a 700 mm, os resultados da programação de rega na prática actual dos
agricultores cujas lâminas líquidas totais de água aplicada em cerca 200 mm, somado a
precipitação efectiva de 107,4 mm (cerca de 307 mm), o valor situa-se abaixo do intervalo
estabelecido. O mesmo sucede com a cultura de piri-piri com a lâmina total aplicada de 200 mm

2
Eficiência de rega padrão do modelo CropWat 8,0 para os sistemas de irrigação por aspersão

39
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

acrescido à precipitação efectiva de 125,8 mm (cerca de 326 mm), o valor também situa-se aquém
dos intervalos das necessidades hídricas de água, que situam entre 500 a 800 mm.

Figura 16: Programação de rega para a cultura de feijão-verde na prática dos agricultores,
dotação aplicada de 7mm e intervalo de rega de 3 dias

Figura 17: Programação de rega para a cultura de milho na prática dos agricultores, dotação
aplicada de 10mm e intervalo de rega de 6 dias

Figura 18: Programação de rega para a cultura de piri-piri na prática dos agricultores, dotação de
8mm e intervalo de rega de 6 dias

40
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Os resultados da dotação e intervalos de rega na prática actual dos agricultores e os valores


recomendados são apresentados no anexo 1 e resumidos na Tabela 11.

Tabela 11: Dotação, intervalo e tempo de rega na prática actual dos agricultores e valores
recomendados para as culturas estudadas.
Prática actual Valores recomendados
(CropWat) Ea
Cultura
T (h) (%)
I (dias) d (mm) T (h) I (dias) d (mm)

Feij. Verde 1 3 7 1 2 6 87,1

Milho 2 6 10 2 4 10 80,4

Piri-Piri 1,5 6 8 1 3 6 94

Segundo a Tabela 11, a programação de rega recomendado para a cultura de feijão-verde semeado
a 08 de Março com previsão de primeira colheita a 5 de Junho, considerando as condições edafo-
climáticas locais resulta numa dotação aplicada de 6 mm em intervalos de rega de 2 dias e tempo
de rega de 1 hora. Nestas condições de programação a eficiência de aplicação de água será cerca
de 87%.

Para a cultura de milho a programação de rega recomendado resultou numa dotação de 10 mm em


intervalos de 4 dias e tempo de rega de 2 horas. Nestas condições de programação a eficiência de
aplicação de água será cerca de 80,4%. Já para a cultura de piri-piri resultou numa dotação de 6
mm em intervalos de rega de 3 dias e tempo de rega de 1 hora, sendo que nestas condições a
eficiência de aplicação de água será cerca de 94%.

As Figuras 19, 20 e 21 representam a programação de rega recomendados para as culturas


estudadas.

41
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Figura 19: Programação de rega recomendado para cultura de feijão-verde, dotação aplicada de 6mm e
intervalo de rega 2 dias

Figura 20: Programação de rega recomendado para cultura de milho, dotação aplicada de 10mm e
intervalo de rega 4 dias

Figura 21: Programação de rega recomendado para cultura de piri-piri, dotação aplicada de 6mm e
intervalo de rega 3 dias

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

4.2.Operação do Sistema Adutor e de Distribuição


A pressão de serviço dos aspersores na parcela 1 foi de 20,7 mca, operando numa vazão de 0,4 l/s.
Na parcela 2 a pressão registada foi de 27,3 mca com uma vazão de 0,3 l/s e finalmente a vazão
na parcela 3 foi de 0,3 l/s com a pressão de serviço de 30,7 mca, sendo a mais alta registada, como
demonstrado na Tabela 12.

Tabela 12: Vazão e pressão de serviço dos aspersores

T (s) P (kpa)
Parcela V Q
Rep. Rep. Méd.
Méd.
nº l 1 2 3 l/s m³/h 1 2 3 kpa mca
1 20 46,4 49,3 48,86 48,2 0,4 1,44 205 201 203 203 20,7
2 20 76 77 77 76.7 0,3 1,08 206 299 299 268 27,3
3 20 75 71 74 73.3 0,3 1,08 302 301 299 301 30,7

Os resultados de caudal e pressão de serviço dos aspersores indicam que se trata de aspersores de
média pressão, pelo que, segundo Bernardo et al. (2006), a pressão de funcionamento desses
aspersores variaram entre 20 a 40 mca. A pressão de serviço dos aspersores de 30,7 mca foi a
melhor, sendo que, influenciou para a boa uniformidade de distribuição de água observada na
parcela 3.

Sendo que a cota (Z₁) registada na captação foi de 746,9 m e cerca de 690 m nos campos de
irrigação (Z₂), a diferença de cotas (∆z) resultante entre a captação e a área de distribuição ou
campos de irrigação analisados foi de 55,6 m, traduzindo este valor em pressão, tendo em conta
que o sistema de adução é a gravidade com perdas de caga totais (Tabela 15), significa que a
pressão de água que chega na linha secundária das parcelas é cerca de 40 mca, porém, este valor
é classificado como sendo de transição entre média a alta pressão pois, segundo (Dries, 2008), os
valores de baixa pressão situam-se em intervalos até 15 mca, os valores de alta pressão situam-se
entre 15 a 25 mca e valores de alta pressão a partir de 50 mca.

Conforme a Tabela 13, a perda de carga permitida na linha lateral da parcela 1 é de 4,1 mca, 5,5
mca na parcela 2 e 6,1 mca na parcela 3.

43
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Tabela 13: Perdas de carga permissível corrigida na linha lateral e intensidade de precipitação

Parcela Qasp P S I hf f hf'

nº (m³/h) (mca) m² mm/h mca mca

1 1,44 20,7 216 7 4,1 0,4 9,4


2 1,08 27,3 216 5 5,5 0,4 12,5

3 1,08 30,7 216 5 6,1 0,4 14,0


O tempo médio de rotação dos aspersores foi de 41 s e a intensidade de precipitação dos aspersores
foi de 5 mm/h nas parcelas 2 e 3 e 7 mm/h na parcela 1, sendo classificadas como taxas de aplicação
média, pois, segundo a FAO (2002), as baixas taxas de aplicação situam-se entre 2,5-5 mm/h, as
médias entre 5 a 10 mm/h e altas acima de 10 mm/h.

O caudal da linha lateral na parcela 1 foi de 8,6 m³/h, nas parcelas 2 e 3 foi de 6,5 m³/h, o
equivalente a 2,3 l/s e 1,81 l/s, respectivamente. As perdas de carga lineares na linha lateral das
parcelas são apresentadas na Tabela 14.

Tabela 14: Perdas de carga lineares na linha lateral

Parcela hf' LLL (m) J (m/m )

1 9,4 71 0,13

2 12,5 71 0,18

3 14 71 0,20
A altura dos aspersores na área do projecto foi de 1,20 m, sendo que a pressão inicial na linha
lateral foi de 23,3 mca na parcela 1, 30,7 mca na parcela 2 e 34,5 mca na parcela 3.

A velocidade do escoamento em cada secção ou trecho da linha adutora variou entre 0,85 m/s a
1,49 m/s, sendo valores descritos como aceitáveis, tendo em conta que velocidades do escoamento
acima de 3 m/s têm impactos negativos, dando origem a escoamentos turbulentos.

As perdas de caga localizadas variaram de 1,1 à 2,2 mca. A perda de carga considerando o início
e o fim da linha adutora foi cerca de 16 mca e o número de Reynold entre 89 a 202, considerando
cada trecho da referida linha. Igualmente, observa-se que o fluxo decresce com o aumento da
distância em relação à captação, ou seja, de 27 l/s no trecho A-B para 7,6 l/s no trecho M-N e 5,2
l/s no trecho N-P, conforme é demonstrado na Tabela 15.

44
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Em geral, há compatibilidade dos aspersores utilizados em relação a pressão do sistema, sendo


que, a média pressão resultante no sistema de distribuição é a recomendada, tendo em conta que a
pressão de serviço abaixo da recomendada prejudica a uniformidade de distribuição de água e
provoca a formação de gotas relativamente superiores as normais, podendo prejudicar as plantas e
compactar o solo (Marouelli et al., 2008). Ainda segundo (Marouelli et al., 2008), a pressão muito
acima da recomendada compromete a tubulação, acarreta maior consumo de energia (em caso de
uso de bombas hidráulicas) e provoca pulverização excessiva da água, favorecendo a evaporação
excessiva, derivada do vento.

45
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Tabela 15: Velocidade do escoamento, perdas de carga e número de Reynold para os trechos da linha de adução
Q D D A L C T r µ J ∆HL ∆Hc
Trech Q(m³/s) Mat. U (m/s) k Re
(l/s) (mm) (m) (m²) (m) (m3/8/s) ºC (kg/m3 ) (mPa.s) (m/m) (m/m) (m/m)
A-B 26.6 0.0266 200 0.2 0.031 48 F.Gal. 120 0.853451994 20 997 1.002 0.00 0.3 1.1 0.2 170
B-C 25.33 0.02533 160 0.16 0.020 96 PVC 140 1.270051957 20 997 1.002 0.01 0.2 1.6 0.9 202
C-D 24.06 0.02406 160 0.16 0.020 99 PVC 140 1.206435924 20 997 1.002 0.01 0.2 1.4 0.9 192
D-E 22.79 0.02279 140 0.14 0.015 96 PVC 140 1.492618464 20 997 1.002 0.02 0.2 2.2 1.4 208
E-F 21.52 0.02152 140 0.14 0.015 54 PVC 140 1.409521334 20 997 1.002 0.01 0.2 1.9 0.7 196
F-G 21.52 0.02152 140 0.14 0.015 138 PVC 140 1.409521334 20 997 1.002 0.01 0.2 1.9 1.9 196
G-H 21.52 0.02152 140 0.14 0.015 45 PVC 140 1.409521334 20 997 1.002 0.01 0.2 1.9 0.6 196
H-I 19.62 0.01962 140 0.14 0.015 96 PVC 140 1.285193537 20 997 1.002 0.01 0.2 1.6 1.1 179
I-J 17.72 0.01772 140 0.14 0.015 99 PVC 140 1.160853681 20 997 1.002 0.01 0.2 1.3 0.9 162
J-K 15.18 0.01518 140 0.14 0.015 96 PVC 140 0.994609788 20 997 1.002 0.01 0.2 1.0 0.7 139
K-L 12.64 0.01264 110 0.11 0.009 99 PVC 140 1.341705839 20 997 1.002 0.02 0.2 1.8 1.6 147
L-M 10.1 0.0101 110 0.11 0.009 96 PVC 140 1.07233143 20 997 1.002 0.01 0.2 1.1 1.0 117
M-N 7.56 0.00756 90 0.09 0.006 99 PVC 140 1.199328566 20 997 1.002 0.02 0.2 1.4 1.7 107
N-P 5.2 0.0052 75 0.075 0.004 96 PVC 140 1.18830767 20 997 1.002 0.02 0.2 1.4 2.0 89
Onde: Q = Caudal; D = diâmetro nominal; L = comprimento do trecho; C = coeficiente de Hazen-Williams; U = velocidade do escoamento; T = temperatura da
água; Re = número de Reynold; ∆HL= perda de carga localizada; ∆Hc = perda de carga contínua; J= perda de carga unitária; K = rugosidade absoluta;
r = densidade do fluido;  = viscosidade dinâmica.

46
4.3.Uniformidade de Distribuição de Água e Eficiência de Rega

A Tabela 16 apresenta os dados brutos da precipitação coletada nos três ensaios realizados,
conforme a disposição no campo. A lâmina média colectada na parcela 1 foi de 16 mm, 17,3 mm
na parcela 2 e 19,5 mm na parcela 3.

Tabela 16: Precipitação dos aspersores (mm)


Parcela 1
20 10 9 8 5 15
24 10 9 10 19 19
23 24 18 19 23 25
10 18 19 19 5 22
Parcela 2
23 23 11 15 20 26
20 21 25 20 14 19
9 17 18 10 13 19
19 20 10 12 15 15
Parcela 3
20 20 24 17 15 11
15 16 26 26 16 16
17 20 20 28 25 20
22 18 19 18 20 20
Conforme a Tabela 17, os coeficientes de uniformidade nas parcelas 2 e 3 variaram de razoável a
bom e péssimo na parcela 1.

Tabela 17: Classificação dos coeficientes de uniformidade para os ensaios realizados.

Parcela 1
Coeficiente de Uniformidade CUC CUE CUD
Valores de uniformidade (%)3 64,2 59,5 48,0
Classificação Péssimo Péssimo Péssimo
Parcela 2
Coeficiente de Uniformidade CUC CUE CUD
Valores de uniformidade (%)4 76,4 71,9 55,1
Classificação Razoável Razoável Razoável
Parcela 3
Coeficiente de Uniformidade CUC CUE CUD
Valores de uniformidade (%)5 84,2 79,1 66,5
Classificação Bom Razoável Bom

3
Vide no anexo 2: Tabelas 7,8; 7,9 e 7,10
4
Vide no anexo 2: Tabelas 7,8; 7,9 e 7,10
5
Vide no anexo 2: Tabelas 7,8; 7,9 e 7,10

47
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Pela Tabela 17, note-se que a classificação dos coeficientes de uniformidade de distribuição da
água foi boa na parcela 3, razoável na parcela 2 e péssima na parcela 1. Geralmente, reduzidos
valores de uniformidade determinam maiores consumo de água, maiores perdas de nutrientes por
lixiviação e percolação profunda ao mesmo tempo em que podem apresentar plantas com déficit
hídrico, em proporção significativa da área irrigada.

A velocidade do vento registada foi de 7 km/h no período de manhã (parcela 1), 5,5 km/h no início
da tarde (parcela 2) e 4,5 km/h no período de tarde (parcela 3), sendo que a velocidade do vento
afectou a uniformidade de distribuição da água nas parcelas. Nota-se, no entanto, que a
uniformidade de distribuição da água melhorou na medida em que a velocidade do vento abrandou
(4,5 km/h), segundo a Tabela 18.

Tabela 18: Correlação entre a velocidade do vento e a classificação dos coeficientes de uniformidade

Classificação de CU (%) Vel. Vento


Parcela (km/h)
CUC CUE CUD

1 Péssimo Péssimo Péssimo 7

2 Razoável Razoável Razoável 5,5

3 Bom Razoável Bom 4,5

Os resultados da uniformidade de distribuição de água obtidos contrariam a afirmação de Bernardo


et al. (2009), onde, segundo estes autores, nos locais onde a velocidade do vento atinge valores
acima de 18 km/h, as perdas por arraste do vento podem chegar a 20% ou mais.

Outro factor que merece análise na uniformidade de distribuição da água é a pressão de serviço
dos aspersores, onde se nota que a uniformidade de distribuição foi boa com a pressão de serviço
dos aspersores entre 27,3 e 30,7 mca, nas parcelas 2 e 3 e baixa UD com pressão de serviço de
20,7 mca, na parcela 1. A Tabela 19 apresenta os valores de eficiência de aplicação da água nas
parcelas analisadas.

48
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Tabela 19: Valores de eficiência de aplicação da água nas parcelas 1, 2 e 3


P ETP HD ∆R DF D KHB Ea FHD = 0,25
Parc Mês Rmax =
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (%)
192,8
Rinic = 0
1 Mar 14,0 4,2 3,6 6,2 0,0 3,1 2,8 44,3 D inic = 5,9
KHB = 0,46
2 Mar 10,0 4,2 2,6 3,2 0,0 1,7 1,5 32,2

3 Mar 10,0 4,2 2,6 3,2 0,0 0,9 0,8 32,2


Onde: P=precipitação dos aspersores (2h); ETP=evapotranspiração média; ∆R= quantidade de água retida no solo;
DF=período com défice de água; D=valor de detenção (reservatório); KHB= constante de esgotamento do reservatório
linear que simula a detenção do escoamento de base; HD= valor de escoamento directo; FHD=fracção da precipitação
que dá origem ao escoamento directo; Rmax=quantidade máxima de água retida à superfície e no solo; Ea= Eficiência
de aplicação da água no solo.

Sendo a intensidade de precipitação (I) a pluviometria ou precipitação horária, nas duas horas de
acionamento do sistema, segundo a Tabela 18, a precipitação na parcela 1 foi cerca de 14 mm e
cerca de 10 mm nas parcelas 2 e 3, onde cerca de 3,2 mm foi o volume d água de escoamento
directo na parcela 1 e cerca de 2,6 mm correspondente ao volume de escoamento directo nas
parcelas 2 e 3. Considerando a evapotranspiração média de 4,2 mm, a quantidade de água que
esteve disponível para as culturas (∆R) na parcela 1 foi cerca de 6,2 mm e cerca de 3,2 mm nas
parcelas 2 e 3, sendo que em todas as parcelas analisadas o período com défice de água foi nulo.
Segundo as Tabelas 19 e 20, o valor da eficiência de aplicação de água na parcela 1 foi de 44,3
mm e 32,2 mm nas parcelas 2 e 3. Porém, estes valores situam-se abaixo do recomendado por
Bernardo et al. (2009) para sistemas de irrigação por aspersão, que varia de 75-85% como intervalo
aceitável, e também estão abaixo do intervalo estabelecido pela FAO, que varia de 60-85%.

A classificação dos coeficientes de uniformidade de distribuição e a eficiência de aplicação da


água nas parcelas analisadas são resumidas na Tabela 20.

Tabela 20: Classificação dos coeficientes de uniformidade e eficiência de aplicação para os


ensaios realizados, de acordo com Mantovani (2001).

Parcela Valor Parcela Valor Parcela Valor


1 (%) Classificação 2 % Classificação 3 (%) Classificação
CUC 64,2 Péssimo CUC 76,4 Razoável CUC 84,2 Bom
CUE 59,5 Péssimo CUE 71,9 Razoável CUE 79,1 Razoável
CUD 48 Péssimo CUD 55,1 Razoável CUD 66,5 Bom
Ea 44,3 Inaceitável Ea 32,2 Inaceitável Ea 32,2 Inaceitável

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Em média, a eficiência de aplicação de água nas parcelas 1, 2 e 3 foi de 38%. Tendo em conta que
os trechos da linha de adução são composto por condutas fechadas, na qual não se verificam perdas
por evaporação, infiltração ou percolação, a eficiência transporte resultante é igualada a 1, o
correspondente a 100%. Aplicando a equação proposta por Rudnick (2015), conjugando as
eficiências de transporte e de aplicação da água, a eficiência do projecto de rega é cerca de 40%.
Este valor situa-se abaixo do recomendado pela (FAO, 2002), onde para os sistemas de irrigação
por aspersão a eficiência do sistema situa-se no intervalo de 60% a 75%.

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusões
Com a programação da rega para as culturas de milho e piri-piri na prática actual dos agricultores
se verificam perdas no rendimento devido ao défict hídrico sobretudo nas fases de
desenvolvimento e final. Este cenário também é verificado na cultura de feijão-verde, embora sem
influência sobre a redução no seu rendimento.

Considerando o critério de variação ao longo do tempo, o escoamentos é variável e ao longo dos


trechos da linha adutora o número de Reynolds foi abaixo de 2000, sendo que a rede é caracterizada
pela ocorrência de escoamento do tipo laminar, adequado para o bom funcionamento do sistema
de irrigação.

A uniformidade de distribuição da água foi péssima na parcela 1, devido a velocidade do vento


que foi de 7km/h, sendo a mais alta registada, comparando com as outras parcelas. Ademais, ela
variou de péssima à boa, influenciada também pela diferença pressão de serviço dos aspersores.

O valor da eficiência do projecto de rega (40%) classificado como abaixo do recomendado, é


resultante da baixa eficiência de aplicação de água (Ea).

5.2. Recomendações
 Na prática actual dos produtores se recomenda a redução de intervalos de rega para a
cultura de milho, de 6 dias para 4 dias com tempo de rega de 2h. Para a cultura de piri-piri
se recomenda a redução de intervalos de rega de 6 para 3 dias com tempo de rega 1h;
 Recomenda-se o treinamento dos produtores sobre os métodos de estimativa e controlo da
necessidade e aplicação de água, incluindo as práticas de maneio, a fim de evitar
desperdícios, contribuindo para uma irrigação eficiente, atendendo às necessidades
hídricas das culturas;
 Aos autores do projecto do regadio que incluíssem equipamentos hidráulicos de medição
de vazão e/ou pressão ao longo dos trechos da linha adutora;
 Se recomenda o uso de quebra-ventos ou barreiras densas de árvores altas de modo a
minimizar o impacto do vento forte no processo de rega.

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

7. ANEXOS
ANEXOS 1: Simulação do Balanço de Água no Solo pelo CropWat para a Prática actual e
Recomendada para as culturas na área de estudo
Tabela 7.1: Balanço de água no solo para o feijão-verde na prática actual do produtor
Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
10-Mar 3 Init 0 1 100 17 7 8.2 0 10 0.39
13-Mar 6 Init 27.7 1 100 2 7 0 4.9 10 0.39
16-Mar 9 Init 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
19-Mar 12 Init 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
22-Mar 15 Init 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
25-Mar 18 Init 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
28-Mar 21 Dev 0 1 100 5 7 0 2.8 10 0.39
31-Mar 24 Dev 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
3-Apr 27 Dev 14 1 100 3 7 0 4.4 10 0.39
6-Apr 30 Dev 0 1 100 9 7 0.8 0 10 0.39
9-Apr 33 Dev 0 1 100 9 7 0.8 0 10 0.39
12-Apr 36 Dev 0 1 100 11 7 2.7 0 10 0.39
15-Apr 39 Dev 0 1 100 11 7 2.4 0 10 0.39
18-Apr 42 Dev 0 1 100 7 7 0 0.7 10 0.39
21-Apr 45 Dev 0 1 100 11 7 2.8 0 10 0.39
24-Apr 48 Dev 0 1 100 8 7 0.1 0 10 0.39
27-Apr 51 Mid 6.5 1 100 5 7 0 2.7 10 0.39
30-Apr 54 Mid 0 1 100 12 7 3.6 0 10 0.39
3-May 57 Mid 5.6 1 100 10 7 1.4 0 10 0.39
6-May 60 Mid 0 1 100 13 7 4.7 0 10 0.39
9-May 63 Mid 0 1 100 12 7 3.3 0 10 0.39
12-May 66 Mid 0 1 100 15 7 6.2 0 10 0.39
15-May 69 Mid 0 1 100 14 7 5.3 0 10 0.39
18-May 72 Mid 0 1 100 13 7 4.3 0 10 0.39
21-May 75 Mid 0 1 100 16 7 6.9 0 10 0.39
24-May 78 Mid 0 1 100 15 7 5.6 0 10 0.39
27-May 81 End 3.3 1 100 13 7 4.4 0 10 0.39
30-May 84 End 0 1 100 16 7 6.5 0 10 0.39
2-Jun 87 End 0 1 100 17 7 7.8 0 10 0.39
5-Jun End End 0 1 0 12

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Tabela 7.2: Balanço de água no solo para a cultura de milho na prática actual do produtor
Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
11-Mar 6 Init 0 1 100 7 10 0 3.6 14.3 0.28
17-Mar 12 Init 27.7 1 100 1 10 0 8.7 14.3 0.28
23-Mar 18 Init 21.6 1 100 2 10 0 8.6 14.3 0.28
29-Mar 24 Dev 0 1 100 5 10 0 5.8 14.3 0.28
4-Apr 30 Dev 0 1 100 5 10 0 5.4 14.3 0.28
10-Apr 36 Dev 0 1 100 11 10 0 0.9 14.3 0.28
16-Apr 42 Dev 0 1 100 14 10 2.5 0 14.3 0.28
22-Apr 48 Dev 0 1 100 23 10 10.1 0 14.3 0.28
28-Apr 54 Dev 0 1 100 23 10 10.2 0 14.3 0.28
4-May 60 Mid 0 1 100 32 10 18 0 14.3 0.28
10-May 66 Mid 0 1 100 41 10 26 0 14.3 0.28
16-May 72 Mid 0 1 100 51 10 34.5 0 14.3 0.28
22-May 78 Mid 0 0.97 99 60 10 42.6 0 14.3 0.28
28-May 84 Mid 0 0.86 96 65 10 46.2 0 14.3 0.28
3-Jun 90 Mid 3 0.74 85 70 10 50.7 0 14.3 0.28
9-Jun 96 End 0 0.67 79 73 10 53.5 0 14.3 0.28
15-Jun 102 End 0 0.72 80 74 10 54.3 0 14.3 0.28
21-Jun 108 End 0 0.77 90 75 10 55.5 0 14.3 0.28
27-Jun 114 End 2.6 1 100 71 10 51.8 0 14.3 0.28
3-Jul 120 End 2.8 1 100 67 10 48.4 0 14.3 0.28
8-Jul End End 0 1 0 58

Tabela 7.3: Balanço de água no solo para a cultura de piri-piri na prática actual do produtor
Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
6-Mar 6 Init 0 1 100 14 10 0.3 0 14.3 0.28
12-Mar 12 Init 0 1 100 20 10 5.4 0 14.3 0.28
18-Mar 18 Init 0 1 100 7 10 0 5 14.3 0.28
24-Mar 24 Init 0 1 100 6 10 0 5.1 14.3 0.28
30-Mar 30 Init 0 1 100 12 10 0 0.3 14.3 0.28
5-Apr 36 Dev 0 1 100 10 10 0 2.1 14.3 0.28
11-Apr 42 Dev 0 1 100 17 10 3.5 0 14.3 0.28
17-Apr 48 Dev 7.6 1 100 9 10 0 2.7 14.3 0.28
23-Apr 54 Dev 6.5 1 100 15 10 2.3 0 14.3 0.28
29-Apr 60 Dev 0 1 100 18 10 5.5 0 14.3 0.28
5-May 66 Mid 0 1 100 23 10 10.3 0 14.3 0.28
11-May 72 Mid 0 1 100 29 10 15.1 0 14.3 0.28
17-May 78 Mid 3.7 1 100 31 10 17.2 0 14.3 0.28
23-May 84 Mid 3.3 0.94 98 37 10 22.5 0 14.3 0.28

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

29-May 90 Mid 0 0.87 95 42 10 26.8 0 14.3 0.28


4-Jun 96 Mid 0 0.81 89 46 10 29.8 0 14.3 0.28
10-Jun 102 Mid 0 0.77 86 48 10 32.1 0 14.3 0.28
16-Jun 108 End 0 0.78 84 50 10 33.6 0 14.3 0.28
22-Jun 114 End 0 0.82 90 52 10 35.6 0 14.3 0.28
28-Jun 120 End 0 0.92 96 52 10 35.4 0 14.3 0.28
3-Jul End End 0 0.99 0 49

Tabela 7.4 : Balanço de água no solo recomendado para a cultura de feijão-verde


Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
9-Mar 2 Init 0 1 100 15 6 7 0 8.6 0.5
11-Mar 4 Init 0 1 100 13 6 5.3 0 8.6 0.5
13-Mar 6 Init 27.7 1 100 2 6 0 3.9 8.6 0.5
15-Mar 8 Init 0 1 100 5 6 0 1.8 8.6 0.5
17-Mar 10 Init 27.7 1 100 2 6 0 3.9 8.6 0.5
19-Mar 12 Init 0 1 100 5 6 0 1.8 8.6 0.5
21-Mar 14 Init 0 1 100 5 6 0 1.8 8.6 0.5
23-Mar 16 Init 21.6 1 100 2 6 0 3.9 8.6 0.5
25-Mar 18 Init 0 1 100 5 6 0 1.8 8.6 0.5
27-Mar 20 Init 21.6 1 100 2 6 0 3.9 8.6 0.5
29-Mar 22 Dev 0 1 100 5 6 0 1.8 8.6 0.5
31-Mar 24 Dev 0 1 100 5 6 0 1.8 8.6 0.5
2-Apr 26 Dev 0 1 100 6 6 0 0.8 8.6 0.5
4-Apr 28 Dev 0 1 100 6 6 0 0.8 8.6 0.5
6-Apr 30 Dev 0 1 100 6 6 0 0.8 8.6 0.5
8-Apr 32 Dev 0 1 100 6 6 0 0.8 8.6 0.5
10-Apr 34 Dev 0 1 100 6 6 0 0.8 8.6 0.5
12-Apr 36 Dev 0 1 100 7 6 0.3 0 8.6 0.5
14-Apr 38 Dev 0 1 100 7 6 0.3 0 8.6 0.5
16-Apr 40 Dev 0 1 100 8 6 0.6 0 8.6 0.5
18-Apr 42 Dev 0 1 100 7 6 0.3 0 8.6 0.5
20-Apr 44 Dev 0 1 100 8 6 0.6 0 8.6 0.5
22-Apr 46 Dev 0 1 100 9 6 1.7 0 8.6 0.5
24-Apr 48 Dev 0 1 100 8 6 1.1 0 8.6 0.5
26-Apr 50 Dev 0 1 100 9 6 2.2 0 8.6 0.5
28-Apr 52 Mid 0 1 100 8 6 1.1 0 8.6 0.5
30-Apr 54 Mid 0 1 100 9 6 2.2 0 8.6 0.5
2-May 56 Mid 0 1 100 10 6 3.1 0 8.6 0.5
4-May 58 Mid 0 1 100 8 6 0.9 0 8.6 0.5
6-May 60 Mid 0 1 100 9 6 1.8 0 8.6 0.5
8-May 62 Mid 0 1 100 8 6 0.9 0 8.6 0.5
10-May 64 Mid 0 1 100 9 6 1.8 0 8.6 0.5

57
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

12-May 66 Mid 0 1 100 9 6 2.2 0 8.6 0.5


14-May 68 Mid 0 1 100 7 6 0.5 0 8.6 0.5
16-May 70 Mid 0 1 100 8 6 1 0 8.6 0.5
18-May 72 Mid 0 1 100 7 6 0.5 0 8.6 0.5
20-May 74 Mid 0 1 100 8 6 1 0 8.6 0.5
22-May 76 Mid 0 1 100 8 6 1 0 8.6 0.5
24-May 78 Mid 0 1 100 7 6 0.1 0 8.6 0.5
26-May 80 Mid 0 1 100 7 6 0.1 0 8.6 0.5
28-May 82 End 0 1 100 7 6 0.1 0 8.6 0.5
30-May 84 End 0 1 100 7 6 0.1 0 8.6 0.5
1-Jun 86 End 0 1 100 7 6 0 0.2 8.6 0.5
3-Jun 88 End 3 1 100 3 6 0 3.4 8.6 0.5
5-Jun End End 0 1 0 3

Tabela 7.5: Balanço de água no solo recomendado para a cultura de milho


Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
9-Mar 4 Init 0 1 100 4 10 0 6.1 14.3 0.41
13-Mar 8 Init 27.7 1 100 1 10 0 8.7 14.3 0.41
17-Mar 12 Init 27.7 1 100 1 10 0 8.7 14.3 0.41
21-Mar 16 Init 0 1 100 6 10 0 4.8 14.3 0.41
25-Mar 20 Init 0 1 100 5 10 0 5.8 14.3 0.41
29-Mar 24 Dev 0 1 100 5 10 0 5.8 14.3 0.41
2-Apr 28 Dev 0 1 100 8 10 0 2.6 14.3 0.41
6-Apr 32 Dev 0 1 100 11 10 0 0.9 14.3 0.41
10-Apr 36 Dev 0 1 100 11 10 0 0.9 14.3 0.41
14-Apr 40 Dev 0 1 100 7 10 0 3.8 14.3 0.41
18-Apr 44 Dev 0 1 100 7 10 0 3.8 14.3 0.41
22-Apr 48 Dev 0 1 100 16 10 3.9 0 14.3 0.41
26-Apr 52 Dev 0 1 100 18 10 5.3 0 14.3 0.41
30-Apr 56 Mid 0 1 100 18 10 5.3 0 14.3 0.41
4-May 60 Mid 0 1 100 18 10 5.5 0 14.3 0.41
8-May 64 Mid 0 1 100 18 10 5.6 0 14.3 0.41
12-May 68 Mid 0 1 100 24 10 10.8 0 14.3 0.41
16-May 72 Mid 0 1 100 25 10 12 0 14.3 0.41
20-May 76 Mid 0 1 100 27 10 13.1 0 14.3 0.41
24-May 80 Mid 0 1 100 27 10 13.9 0 14.3 0.41
28-May 84 Mid 0 1 100 28 10 14.6 0 14.3 0.41
1-Jun 88 Mid 0 1 100 33 10 18.6 0 14.3 0.41
5-Jun 92 Mid 0 1 100 33 10 18.9 0 14.3 0.41
9-Jun 96 End 0 1 100 34 10 19.3 0 14.3 0.41
13-Jun 100 End 2.4 1 100 32 10 18.1 0 14.3 0.41
17-Jun 104 End 2.4 1 100 30 10 16.3 0 14.3 0.41

58
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

21-Jun 108 End 0 1 100 30 10 16.1 0 14.3 0.41


25-Jun 112 End 0 1 100 24 10 11.1 0 14.3 0.41
29-Jun 116 End 0 1 100 19 10 6.1 0 14.3 0.41
3-Jul 120 End 2.8 1 100 10 10 0 1.1 14.3 0.41
7-Jul 124 End 2.8 1 100 2 10 0 7.9 14.3 0.41
8-Jul End End 0 1 0 0

Tabela 7.6: Balanço de água no solo recomendado para a cultura de piri-piri


Date Day Stage Rain Ks Eta Depl Net Irr Deficit Loss Gr. Irr Flow
mm fract. % % mm mm mm mm l/s/ha
3-Jan 3 Init 34.5 1 100 4 6 0 3.2 8.6 0.33
6-Jan 6 Init 0 1 100 11 6 2.4 0 8.6 0.33
9-Jan 9 Init 0 1 100 11 6 2.4 0 8.6 0.33
12-Jan 12 Init 0 1 100 14 6 4.8 0 8.6 0.33
15-Jan 15 Init 0 1 100 11 6 2.5 0 8.6 0.33
18-Jan 18 Init 0 1 100 7 6 0 0.3 8.6 0.33
21-Jan 21 Init 0 1 100 11 6 2.5 0 8.6 0.33
24-Jan 24 Init 0 1 100 7 6 0 0.4 8.6 0.33
27-Jan 27 Init 35.1 1 100 4 6 0 3.2 8.6 0.33
30-Jan 30 Init 0 1 100 11 6 2.4 0 8.6 0.33
2-Feb 33 Dev 0 1 100 14 6 5.4 0 8.6 0.33
5-Feb 36 Dev 0 1 100 12 6 3.3 0 8.6 0.33
8-Feb 39 Dev 0 1 100 8 6 0.2 0 8.6 0.33
11-Feb 42 Dev 0 1 100 12 6 4.1 0 8.6 0.33
14-Feb 45 Dev 0 1 100 9 6 1.2 0 8.6 0.33
17-Feb 48 Dev 38.1 1 100 4 6 0 2.4 8.6 0.33
20-Feb 51 Dev 0 1 100 13 6 4.9 0 8.6 0.33
23-Feb 54 Dev 34.3 1 100 5 6 0 2 8.6 0.33
26-Feb 57 Dev 0 1 100 14 6 6.1 0 8.6 0.33
1-Mar 60 Dev 0 1 100 14 6 6.4 0 8.6 0.33
4-Mar 63 Dev 0 1 100 10 6 2.7 0 8.6 0.33
7-Mar 66 Mid 30.6 1 100 5 6 0 1.6 8.6 0.33
10-Mar 69 Mid 0 1 100 15 6 7.1 0 8.6 0.33
13-Mar 72 Mid 27.7 1 100 5 6 0 1.7 8.6 0.33
16-Mar 75 Mid 0 1 100 15 6 7 0 8.6 0.33
19-Mar 78 Mid 0 1 100 15 6 7 0 8.6 0.33
22-Mar 81 Mid 0 1 100 23 6 13.6 0 8.6 0.33
25-Mar 84 Mid 0 1 100 14 6 6.4 0 8.6 0.33
28-Mar 87 Mid 0 1 100 10 6 2.3 0 8.6 0.33
31-Mar 90 Mid 0 1 100 17 6 8.7 0 8.6 0.33
3-Apr 93 Mid 14 1 100 8 6 0.7 0 8.6 0.33
6-Apr 96 Mid 0 1 100 15 6 6.6 0 8.6 0.33
9-Apr 99 Mid 0 1 100 14 6 5.9 0 8.6 0.33
12-Apr 102 Mid 0 1 100 20 6 11.4 0 8.6 0.33
15-Apr 105 Mid 0 1 100 17 6 9.1 0 8.6 0.33

59
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

18-Apr 108 End 0 1 100 15 6 6.8 0 8.6 0.33


21-Apr 111 End 0 1 100 20 6 11.6 0 8.6 0.33
24-Apr 114 End 0 1 100 17 6 9.2 0 8.6 0.33
27-Apr 117 End 6.5 1 100 15 6 6.7 0 8.6 0.33
30-Apr 120 End 0 1 100 19 6 10.7 0 8.6 0.33
3-May 123 End 5.6 1 100 16 6 8.1 0 8.6 0.33
5-May End End 0 1 0 13

60
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

ANEXOS 2: Determinação dos Coeficientes de Uniformidade nas Parcelas 1, 2 e 3 na Área de


Estudo.
Tabela 7.7: CUE nas parcelas 1, 2 e 3

Parcela 1
Xi ABS (Xi-
(mm) X (mm) X^2 Xi-X X) (Xi-X)^2
10 15.9583 254.668 -5.9583 5.9583333 35.50173611
18 15.9583 254.668 2.04167 2.0416667 4.168402778
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
5 15.9583 254.668 -10.958 10.958333 120.0850694
22 15.9583 254.668 6.04167 6.0416667 36.50173611
23 15.9583 254.668 7.04167 7.0416667 49.58506944
24 15.9583 254.668 8.04167 8.0416667 64.66840278
18 15.9583 254.668 2.04167 2.0416667 4.168402778
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
23 15.9583 254.668 7.04167 7.0416667 49.58506944
25 15.9583 254.668 9.04167 9.0416667 81.75173611
24 15.9583 254.668 8.04167 8.0416667 64.66840278
10 15.9583 254.668 -5.9583 5.9583333 35.50173611
9 15.9583 254.668 -6.9583 6.9583333 48.41840278
10 15.9583 254.668 -5.9583 5.9583333 35.50173611
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
19 15.9583 254.668 3.04167 3.0416667 9.251736111
20 15.9583 254.668 4.04167 4.0416667 16.33506944
10 15.9583 254.668 -5.9583 5.9583333 35.50173611
9 15.9583 254.668 -6.9583 6.9583333 48.41840278
8 15.9583 254.668 -7.9583 7.9583333 63.33506944
5 15.9583 254.668 -10.958 10.958333 120.0850694
15 15.9583 254.668 -0.9583 0.9583333 0.918402778
383 960.9583333

n-1
23
̅ )^2
(𝐱 254.668403

960.958333
∑(𝑿𝒊 − 𝑿)^𝟐

CUE 59.5 %

Parcela 2

61
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Xi
(mm) X (mm)( X^2 Xi-X ABS (Xi-X) (Xi-X)^2
19 17.25 297.563 1.75 1.75 3.0625
20 17.25 297.563 2.75 2.75 7.5625
10 17.25 297.563 -7.25 7.25 52.5625
12 17.25 297.563 -5.25 5.25 27.5625
15 17.25 297.563 -2.25 2.25 5.0625
15 17.25 297.563 -2.25 2.25 5.0625
9 17.25 297.563 -8.25 8.25 68.0625
17 17.25 297.563 -0.25 0.25 0.0625
18 17.25 297.563 0.75 0.75 0.5625
10 17.25 297.563 -7.25 7.25 52.5625
13 17.25 297.563 -4.25 4.25 18.0625
19 17.25 297.563 1.75 1.75 3.0625
20 17.25 297.563 2.75 2.75 7.5625
21 17.25 297.563 3.75 3.75 14.0625
25 17.25 297.563 7.75 7.75 60.0625
20 17.25 297.563 2.75 2.75 7.5625
14 17.25 297.563 -3.25 3.25 10.5625
19 17.25 297.563 1.75 1.75 3.0625
23 17.25 297.563 5.75 5.75 33.0625
23 17.25 297.563 5.75 5.75 33.0625
11 17.25 297.563 -6.25 6.25 39.0625
15 17.25 297.563 -2.25 2.25 5.0625
20 17.25 297.563 2.75 2.75 7.5625
26 17.25 297.563 8.75 8.75 76.5625

414 97.5 540.5


n-1 23
𝐱̅^2 297.5625

∑(𝒙𝒊 − 𝒙)^𝟐 54

CUE 71.90 %
Parcela 3
Xi
(mm) X (mm) X^2 Xi-X ABS (Xi-X) (Xi-X)^2
22 19.5417 381.877 2.45833 2.458333 6.0434
18 19.5417 381.877 -1.5417 1.541667 2.37674
19 19.5417 381.877 -0.5417 0.541667 0.2934
18 19.5417 381.877 -1.5417 1.541667 2.37674
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
17 19.5417 381.877 -2.5417 2.541667 6.46007
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
28 19.5417 381.877 8.45833 8.458333 71.5434

62
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

25 19.5417 381.877 5.45833 5.458333 29.7934


20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
15 19.5417 381.877 -4.5417 4.541667 20.6267
16 19.5417 381.877 -3.5417 3.541667 12.5434
26 19.5417 381.877 6.45833 6.458333 41.7101
26 19.5417 381.877 6.45833 6.458333 41.7101
16 19.5417 381.877 -3.5417 3.541667 12.5434
16 19.5417 381.877 -3.5417 3.541667 12.5434
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
20 19.5417 381.877 0.45833 0.458333 0.21007
24 19.5417 381.877 4.45833 4.458333 19.8767
17 19.5417 381.877 -2.5417 2.541667 6.46007
15 19.5417 381.877 -4.5417 4.541667 20.6267
11 19.5417 381.877 -8.5417 8.541667 72.9601
469 381.958
n-1 23

𝐱̅^𝟐 381.88

∑(𝑿𝒊 − 𝑿)^𝟐
381.96

CUE 79.1 %

Tabela 7.8: CUC nas parcelas-1, 2 e 3


Parcela 1
Xi
(mm) X(mm) Xi-X ABS (Xi-X)
10 15.9583 -5.9583 5.95833333
18 15.9583 2.04167 2.04166667
19 15.9583 3.04167 3.04166667
19 15.9583 3.04167 3.04166667
5 15.9583 -10.958 10.9583333
22 15.9583 6.04167 6.04166667
23 15.9583 7.04167 7.04166667
24 15.9583 8.04167 8.04166667
18 15.9583 2.04167 2.04166667
19 15.9583 3.04167 3.04166667
23 15.9583 7.04167 7.04166667
25 15.9583 9.04167 9.04166667
24 15.9583 8.04167 8.04166667
10 15.9583 -5.9583 5.95833333
9 15.9583 -6.9583 6.95833333
10 15.9583 -5.9583 5.95833333

63
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

19 15.9583 3.04167 3.04166667


19 15.9583 3.04167 3.04166667
20 15.9583 4.04167 4.04166667
10 15.9583 -5.9583 5.95833333
9 15.9583 -6.9583 6.95833333
8 15.9583 -7.9583 7.95833333
5 15.9583 -10.958 10.9583333
15 15.9583 -0.9583 0.95833333
383 137.166667
n 24

𝐱̅ 15.9583

̅|
∑|𝑿𝒊 − 𝒙 137.167

CUC = 64.2 %

Parcela 2
Xi (mm) X (mm) Xi-X ABS (Xi-X)
19 17.25 1.75 1.75
20 17.25 2.75 2.75
10 17.25 -7.25 7.25
12 17.25 -5.25 5.25
15 17.25 -2.25 2.25
15 17.25 -2.25 2.25
9 17.25 -8.25 8.25
17 17.25 -0.25 0.25
18 17.25 0.75 0.75
10 17.25 -7.25 7.25
13 17.25 -4.25 4.25
19 17.25 1.75 1.75
20 17.25 2.75 2.75
21 17.25 3.75 3.75
25 17.25 7.75 7.75
20 17.25 2.75 2.75
14 17.25 -3.25 3.25
19 17.25 1.75 1.75
23 17.25 5.75 5.75

64
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

23 17.25 5.75 5.75


11 17.25 -6.25 6.25
15 17.25 -2.25 2.25
20 17.25 2.75 2.75
26 17.25 8.75 8.75
414 97.5
n 24

𝐱̅ 17.25

̅|
∑|𝑿𝒊 − 𝒙
97.5

CUC= 76.4 %

Parcela 3
Xi
(mm) X (mm) Xi-X ABS (Xi-X)
22 19.5417 2.458333 2.4583333
18 19.5417 -1.54167 1.5416667
19 19.5417 -0.54167 0.5416667
18 19.5417 -1.54167 1.5416667
20 19.5417 0.458333 0.4583333
20 19.5417 0.458333 0.4583333
17 19.5417 -2.54167 2.5416667
20 19.5417 0.458333 0.4583333
20 19.5417 0.458333 0.4583333
28 19.5417 8.458333 8.4583333
25 19.5417 5.458333 5.4583333
20 19.5417 0.458333 0.4583333
15 19.5417 -4.54167 4.5416667
16 19.5417 -3.54167 3.5416667
26 19.5417 6.458333 6.4583333
26 19.5417 6.458333 6.4583333
16 19.5417 -3.54167 3.5416667
16 19.5417 -3.54167 3.5416667
20 19.5417 0.458333 0.4583333
20 19.5417 0.458333 0.4583333

65
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

24 19.5417 4.458333 4.4583333


17 19.5417 -2.54167 2.5416667
15 19.5417 -4.54167 4.5416667
11 19.5417 -8.54167 8.5416667
469 73.916667
n 24
𝐱̅
19.54

̅|
∑|𝑿𝒊 − 𝒙
73.92

CUC= 84.2 %

66
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Tabela 7.9: CUD nas parcelas 1, 2 e 3


Par. 1
Xi
(mm) Par. 2
10 Xi
(mm) Par. 3
18
19 Xi
19
20 22
19
10 18
5
12 19
22
15 18
23
15 20
24
9 20
18
17 17
19
18 20
23
10 20
25
13 28
24
19 25
10
20 20
9
21 15
10
25 16
19
20 26
19
14 26
20
19 16
10
9 23 16
8 23 20
5 11 20
15 15 24
20 17
383 26 15
lq 7.66666667 414 11
Lq (mm) 9.5 469
Lm 15.9583333
Lq (mm) 13
Lm (mm) 17.25
Lm 19.5417
(mm)

CUD 48.0%
CUD 55.1% CUD 66.5%

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Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

ANEXOS 3: Vista Parcial do Regadio: Represa, Hidrantes e Aspersores Utilizados.

Figura 7.1. Represa do regadio (a esquerda) e a queda de água da nascente (a direita).

Figura 7.2: Hidrante e um dos aspersores no sistema de distribuição

68
Avaliação do Desempenho de Um Sistema de Irrigação por Aspersão sem Bombagem: Caso do Regadio 7 de Abril-1, Distrito de Vanduzi.

Figura 7.3: Linha lateral de uma das parcelas

Figura 7.4: Fontes escritas da associação 7 de Abril-1.

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