Fundação Nacional dos Povos Indígenas - Funai
Diretoria de Proteção Territorial - DPT
Terra Indígena Kapôt Ninhôre
● Terra Indígena Kapôt Ninhôre, de ocupação tradicional dos povos Mẽbêngôkre
(Kayapó) e Yudjá (juruna) com superfície aproximada de 362.243 ha (trezentos e
sessenta e dois mil e duzentos e quarenta e três hectares) e perímetro aproximado de
508.763 m (quinhentos e oito mil e setecentos e sessenta e três metros),;
● Localizada nos Municípios de Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, no Estado do Mato
Grosso e São Félix do Xingu, no Estado do Pará.
● O Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação (RCID) da TI Kapôt
Ninhôre foi aprovado no âmbito da Diretoria de Proteção Territorial (DPT) e suas
conclusões foram acolhidas pela Presidência da Funai, em 26 de julho de 2023 -
Despacho Decisório 80 (5494065).
● Na sequência, o resumo do RCID, contendo mapa, memorial descritivo e quadro de
ocupantes não índígenas foi publicado no Diário Oficial da União de 28 de julho de
2023 (DOU, n.º 143, Seção 1, páginas 99 a 104), no Diário Oficial do Estado do Pará
de 18 de setembro de 2023 (DOE nº 35.543, páginas 105 a 113), e no Diário Oficial
do Estado do Mato Grosso em 21 de setembro de 2023 (DOE nº 28.588, páginas 223
a 233), conforme preceitua o § 7º, do art. 2º, do Decreto nº. 1.775/1996.
● Conforme preceitua o § 8º, do art. 2º do Decreto nº. 1.775/1996, foi ofertado o
período do contraditório administrativo de 90 dias (noventa), o qual se encerrou no
dia 20 de dezembro de 2023.
● Importa destacar que durante o período do contraditório administrativo ao
procedimento demarcatório da TI Kapôt Nhinore foram apresentadas 33 (trinta e
três) contestações administrativas por diferentes interessados. Todas foram acolhidas
e serão analisadas técnica e juridicamente.
● Após a análise das contestações, o processo será enviado ao Ministério da Justiça, que
deverá avaliar e tomar uma decisão sobre a terra indígena, para emitir a Portaria
Declaratória
● Após a portaria declaratória, o processo volta para a Funai, para o
georreferenciamento e demarcação física (Colocação de marcos e placas)
● Após a demarcação física o processo é enviado novamente ao Ministério da Justiça e
em seguida à Presidência da República, para Homologação da Dermacação.
Observações Importantes:
Cabe destacar que o procedimento de identificação e delimitação da Terra Indígena Kapôt Nhĩnore
cumpriu todos os requisitos legais, inclusive com a participação dos respectivos entes federados na
fase dos estudos de natureza fundiária e cartorial. As Prefeituras de Vila Rica, Santa Cruz do Xingu e
São Félix do Xingu, bem como os Governos dos Estados do Mato Grosso e do Pará, foram
convidados a indicar representantes para compor tais estudos, e os representantes indicados foram
incluídos no GT fundiário. Além disso, foram promovidas reuniões para apresentar e discutir os
procedimentos de identificação e delimitação junto aos entes federados, como resta demonstrado no
autos. Os trabalhos realizados em campo e pela Coordenação-Geral de Assuntos Fundiários nas bases
de gestão fundiária do governo federal permitiram elaborar a lista das 201 ocupações não indígenas
incidentes na área identificada.
Fundação Nacional dos Povos Indígenas - Funai
Diretoria de Proteção Territorial - DPT
Assim, considerando o atendimento das normativas vigentes, o regular decurso processual e as
conclusões encaminhadas pelo grupo técnico de identificação e delimitação, o RCID da Terra
Indígena Kapôt Nhĩnore (MT e PA) aponta que a área identificada configura terra tradicionalmente
ocupada pelos Mẽbêngôkre e Yudjá, de acordo com os requisitos presentes no artigo 231 da
Constituição da República. Considerando igualmente o processo de esbulho vivido por esses povos, o
reconhecimento da terra indígena também representa medida reparatória fundamental do Estado
Brasileiro.
Decisão judicial:
Importa salientar, ainda, que existe a Ação Civil Pública de n° 14532620054013901, ajuizada pelo
Ministério Público Federal para obrigar a União e a Funai a finalizarem o procedimento de
identificação e delimitação da TI Kapôt Nhĩnore, que pende de julgamento definitivo, atualmente em
trâmite no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Possíveis entraves:
Importante destacar que há no momento forte insegurança jurídica envolvida no andamento das
demarcações, tendo em vista a recente lei 14.701, de 20 de outubro de 2023. Mesmo sendo objeto de
duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, o dispositivo está vigente.
A delimitação da TI Kapot Ninhore também foi alvo de Comissão Temporária Externa, instalada pela
Câmara dos Deputados, com objetivo de apurar e acompanhar os estudos de identificação e
delimitação da Terra Indígena Kapôt Nhinore (MT e PA).
Funai deve começar a analisar as contestações administrativas no início de 2025 (faltam servidores
para o serviço);
A Lei 14.701 e o Tema 1031 devem pautar as discussões e tentativas de paralisar o processo. Funai
defende ser terra tradicionalmente ocupada.
