MÓDULO III – SEGURADO ESPECIAL
11. Comprovação da Atividade Rural – Análise
administrativa
Lei 8.213/91. Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita,
complementarmente à autodeclaração de que trata o § 2º e ao cadastro de que
trata o § 1º, ambos do art. 38-B desta Lei, por meio de, entre outros:
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social;
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural
ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que
homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS (Revogado pela
Medida Provisória nº 871, de 2019)
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária – INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar;
(Revogado pela Lei 13846/19).
IV - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar, de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188,
de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua; (Redação dada
pela Lei nº 13.846, de 2019)
V – bloco de notas do produtor rural;
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7o do art. 30 da
Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da
produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa
agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como
vendedor ou consignante;
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social
decorrentes da comercialização da produção;
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda
proveniente da comercialização de produção rural; ou
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra.
Provas pela Instrução Normativa do INSS.
IN n° 77/2015. Art. 47. A comprovação do exercício de atividade rural do
segurado especial, observado o disposto nos arts. 118 a 120, será feita mediante
a apresentação de um dos seguintes documentos:
I - contrato de arrendamento, parceria, meação ou comodato rural, cujo período
da atividade será considerado somente a partir da data do registro ou do
reconhecimento de firma do documento em cartório;
II - declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou,
quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que
homologada pelo INSS;
III - comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária - INCRA, através do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR ou
qualquer outro documento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário
proprietário de imóvel rural;
IV - bloco de notas do produtor rural;
V - notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 24 do art. 225 do
RPS, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome
do segurado como vendedor;
VI - documentos fiscais relativos à entrega de produção rural à cooperativa
agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como
vendedor ou consignante;
VII - comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social
decorrentes da comercialização da produção;
VIII - cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda
proveniente da comercialização de produção rural;
IX - comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
- ITR, Documento de Informação e Atualização Cadastral do Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural - DIAC e/ou Documento de Informação e Apuração
do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - DIAT, entregue à RFB
X - licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA ou qualquer outro
documento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário assentado do
programa de reforma agrária; ou
XI - certidão fornecida pela FUNAI, certificando a condição do índio como
trabalhador rural, observado o § 2º do art. 118.
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IN 77/2015. Art. 54. Considera-se início de prova material, para fins de
comprovação da atividade rural, entre outros, os seguintes documentos, desde
que neles conste a profissão ou qualquer outro dado que evidencie o
exercício da atividade rurícola e seja contemporâneo ao fato nele declarado,
observado o disposto no art. 111:
I - certidão de casamento civil ou religioso;
II - certidão de união estável;
III - certidão de nascimento ou de batismo dos filhos;
IV - certidão de tutela ou de curatela;
V - procuração;
VI - título de eleitor ou ficha de cadastro eleitoral;
VII - certificado de alistamento ou de quitação com o serviço militar;
VIII - comprovante de matrícula ou ficha de inscrição em escola, ata ou boletim
escolar do trabalhador ou dos filhos;
IX - ficha de associado em cooperativa;
X - comprovante de participação como beneficiário, em programas
governamentais para a área rural nos estados, no Distrito Federal ou nos
Municípios;
XI - comprovante de recebimento de assistência ou de acompanhamento de
empresa de assistência técnica e extensão rural;
XII - escritura pública de imóvel;
XIII - recibo de pagamento de contribuição federativa ou confederativa;
XIV - registro em processos administrativos ou judiciais, inclusive inquéritos,
como testemunha, autor ou réu;
XV - ficha ou registro em livros de casas de saúde, hospitais, postos de saúde
ou do programa dos agentes comunitários de saúde;
XVI - carteira de vacinação;
XVII - título de propriedade de imóvel rural;
XVIII - recibo de compra de implementos ou de insumos agrícolas;
XIX - comprovante de empréstimo bancário para fins de atividade rural;
XX - ficha de inscrição ou registro sindical ou associativo junto ao sindicato de
trabalhadores rurais, colônia ou associação de pescadores, produtores ou outras
entidades congêneres;
XXI - contribuição social ao sindicato de trabalhadores rurais, à colônia ou à
associação de pescadores, produtores rurais ou a outras entidades congêneres;
XXII - publicação na imprensa ou em informativos de circulação pública;
XXIII - registro em livros de entidades religiosas, quando da participação em
batismo, crisma, casamento ou em outros sacramentos;
XXIV - registro em documentos de associações de produtores rurais,
comunitárias, recreativas, desportivas ou religiosas;
XXV - (Revogado pela IN INSS/PRES nº 85, de 18/02/2016)
XXV - Declaração Anual de Produto - DAP, firmada perante o INCRA;
XXVI - título de aforamento;
XXVII - declaração de aptidão fornecida para fins de obtenção de financiamento
junto ao Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar -
PRONAF; e
XXVIII - ficha de atendimento médico ou odontológico.
12. Análise Judicial:
- Regra é marcar audiência.
Exceção: juiz usou ofício-circular do INSS n° 46/2019
- Inquirição de testemunhas
- Análise de requisitos subjetivos
- CNIS/PROVAS.
´Jurisprudência em Teses n° 94/2017. STJ.
O rol de documentos hábeis à comprovação do exercício de atividade rural,
previsto no art. 106 da Lei n. 8.213/91, é meramente exemplificativo, sendo
possível a admissão de outros documentos a título de prova material.
No tocante ao reconhecimento do tempo de serviço rural, a prova material
juntada aos autos possui eficácia probatória tanto para o período anterior quanto
para o posterior à data do documento, desde que corroborada por prova
testemunhal.
A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade
rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário (Súmula n.
149/STJ), devendo estar apoiada em um início razoável de prova material.
Enunciado 222 FONAJEF. É possível o julgamento do mérito dos pedidos de
benefício previdenciário rural com base em prova exclusivamente documental,
caso seja suficiente para a comprovação do período de atividade rural alegado
na petição inicial.
Tema 2 TNU. No caso de aposentadoria por idade rural, a certidão de casamento
vale como início de prova material, ainda que extemporânea.
Tema 18. TNU. A certidão do INCRA ou outro documento que comprove
propriedade de imóvel em nome de integrantes do grupo familiar do segurado é
razoável início de prova material da condição de segurado especial para fins de
aposentadoria rural por idade, inclusive dos períodos trabalhados a partir dos 12
anos de idade, antes da publicação da Lei n. 8.213/91. Desnecessidade de
comprovação de todo o período de carência.
Súmula 6 TNU. A certidão de casamento ou outro documento idôneo que
evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de
prova material da atividade rurícola.
Súmula 14 TNU. Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se
exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à
carência do benefício.
Súmula 73 TRF4. Admitem-se como início de prova material do efetivo exercício
de atividade rural, em regime de economia familiar, documentos de terceiros,
membros do grupo parental.
Súmula 149 STJ. A prova exclusivamente testemunhal não basta à
comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício
previdenciário.
Súmula 577 STJ. É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao
documento mais antigo apresentado desde que amparado em convincente prova
testemunhal colhida sob contraditório.