Ensaio Educação e Cultura
Ensaio Educação e Cultura
ANO: 4º
Sandoval, Maximiliano
Educação e Cultura
Uma visão sociológica
No ensaio seguinte analisaremos a relação entre educação e cultura, onde
podemos dizer que a primeira está ao serviço da segunda, transmitindo os
conhecimentos e competências que a sociedade exige. Cada sociedade tem a sua
cultura que nos diferencia de uma pessoa para outra, de um país para outro, etc.
A educação é o conjunto de conhecimentos, hábitos e valores que recebemos da
família e que depois são reforçados com a educação formal (escola).
Bourdieu pensava que as classes média e baixa tinham que trabalhar duas vezes
mais para conseguir algo que as classes altas herdaram desde o seu nascimento,
algo não muito longe da realidade que vivemos hoje. Hoje em dia não é raro
vermos que as classes altas conseguem as coisas um pouco mais facilmente que
as outras duas, chamam-lhe estudo, trabalho, carreira, etc., o que lhes permite
abrir-se mais ao mundo, tecer outras redes e, além disso, a tudo isso, subjugam
as classes menos abastadas, enquanto os alunos das classes média e baixa têm
que se contentar com um currículo estabelecido, sem muitas possibilidades de
ampliar seus conhecimentos (na maioria dos casos, não todos). Tudo isso impacta
totalmente a cultura, pensando que certas carreiras ou empregos são inferiores a
outros, fazendo com que as pessoas acreditem que se alguém é, por exemplo,
cozinheiro, deve servir às classes mais altas (empresários, políticos, celebridades,
etc. ) e seu tempo impacta a educação, ensinando a submissão desde a sua base,
fazendo saber que a possibilidade de acessar determinadas coisas dará a esse
grupo o poder de fazer e desfazer o que quiser. Isto é o que Bourdieu levanta, a
relação entre cultura e poder, como ambos estão ligados, marginalizando e
discriminando outras classes e criando “status” que não são válidos para muitos.
Agora, vamos fazer uma comparação entre toda a teoria de Bourdieu sobre a
escola e como ela foi usada como arma de submissão por assim dizer, com o que
é a escola hoje, libertadora, onde se pode pensar e afirmar esse pensamento,
onde, embora em algumas áreas ainda é um tanto conservador, aos poucos vai se
abrindo para o mundo, para as diferentes possibilidades e cenários que podem ser
encontrados. Embora a escola ainda seja utilizada para delimitar turmas e sua
submissão, vemos também cada vez mais a unificação destas, das diferentes
possibilidades oferecidas pelo ensino público (que talvez há alguns anos era
destinado apenas ao ensino privado, tendo que pagar milhares e milhares de
pesos em anos de carreira para fazer o que gostava ou queria). Antes a escola e o
aluno eram vistos como um “vaso”, isso porque o único propósito do indivíduo era
se encher de conhecimento, não importava se você entendia ou não, mas tinha
que saber se determinado ou não temas, ou por exemplo, a diferenciação que se
fazia entre oficinas para homens e mulheres, onde os primeiros aprendiam
contabilidade, carpintaria, gestão de pomares, enquanto os segundos tinham que
aprender a tricotar, bordar, cozinhar, etc. Outro exemplo que poderíamos citar a
respeito deste tema é a diferença de empregos entre homens e mulheres onde
estas últimas geralmente se dedicam às atividades domésticas, ao cuidado da
casa e das pessoas, mesmo a remuneração de ambos apresenta uma acentuada
desigualdade, onde o homem A é o aquele que ganha um salário mais alto
fazendo ou não o mesmo trabalho.
Porém, poderíamos dizer que hoje essas diferenciações foram deixadas de lado,
pois o foco está no aluno aprender e apreender o conhecimento, podendo utilizá-lo
no seu dia a dia, além de garantir que não haja diferença entre o que serve para
quê. um homem e o que é para uma mulher, que todos possam adquirir não só os
conhecimentos básicos de ciências, línguas e matemática, mas também de artes,
línguas, pensamento, etc.
Tudo isso ajuda a reduzir gradativamente aquele fosso social, aquele classismo
presente na educação do passado, pois fornece aos alunos ferramentas para que
possam atuar na área de sua preferência. Não só isso, mas também são
incentivados a ser quem quiserem, independentemente de sua condição social,
classe social, raça ou gênero. Isto quer dizer que hoje a cultura continua a ser
transmitida pela instituição escolar, mas fá-lo através de um currículo mais
equitativo. Embora tenhamos em mente que ainda é mais difícil para uns do que
para outros, as possibilidades estão abertas a todos igualmente, só que ainda
existem certas questões que afetam a impossibilidade de alcançar uma sociedade
igualitária (por exemplo: trabalho, economia , família, etc.).
Ainda constatamos que quem nos governa ou comanda vem de classes sociais
elevadas, aqueles que tiveram a possibilidade de aceder a uma educação
diferente, mas cada vez essa distância vai diminuindo, revelando pessoas que
antes nem sonhavam com cargos elevados (sejam eles. no trabalho, na escola, na
política) hoje fazem parte da mesma coisa. Sem ir mais longe, o exemplo dos
nossos irmãos originários, que hoje estão encarregados (em muitas áreas) de
fazer uma sociedade melhor para todos, desde os cargos políticos onde devem
ocupar.
Por último, mas não menos importante, importa referir que a violência simbólica
continua a existir, mas que também estão a surgir novas ideias ou posições
transformadoras ou radicais que podem mudar a visão que temos da educação no
futuro.
Literatura
Giroux, H. (1985). Teorias de la reproducción y la resistencia en la nueva sociología de la
educación: un análisis critico. 3-4.