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Ensaio Educação e Cultura

O ensaio analisa a relação entre educação e cultura, destacando como a educação serve à cultura e a perpetuação de desigualdades sociais. A visão de Pierre Bourdieu é utilizada para discutir a 'violência simbólica' que marginaliza classes sociais e a luta por acesso à educação. Apesar dos avanços, ainda existem desafios para alcançar uma educação equitativa e livre de discriminação.
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Ensaio Educação e Cultura

O ensaio analisa a relação entre educação e cultura, destacando como a educação serve à cultura e a perpetuação de desigualdades sociais. A visão de Pierre Bourdieu é utilizada para discutir a 'violência simbólica' que marginaliza classes sociais e a luta por acesso à educação. Apesar dos avanços, ainda existem desafios para alcançar uma educação equitativa e livre de discriminação.
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MARIANO FERREYRA PROFESSORES

ASSISTENTES DO MODELO ESCOLAR-


ENSINO SUPERIOR.

OFICINA: (Novas Tendências na Educação - O Debate Pedagógico


Contemporâneo)

ANO: 4º

PROFESSORES: Pegoraro, Marcelo

Sandoval, Maximiliano

PROFESSORES EM FORMAÇÃO: Giménez, Griselda Noemí

Gómez, Gladis Andrea

Luna, Susana Graciela

Luque, Magali Yolanda

Paiz, Adriana Alejandra

TRABALHO FINAL: Ensaio

DATA DE ENTREGA: 22 de fevereiro

CICLO ESCOLAR: 2020

Educação e Cultura
Uma visão sociológica
No ensaio seguinte analisaremos a relação entre educação e cultura, onde
podemos dizer que a primeira está ao serviço da segunda, transmitindo os
conhecimentos e competências que a sociedade exige. Cada sociedade tem a sua
cultura que nos diferencia de uma pessoa para outra, de um país para outro, etc.
A educação é o conjunto de conhecimentos, hábitos e valores que recebemos da
família e que depois são reforçados com a educação formal (escola).

Como grupo consideramos que a visão de Pierre Bourdieu sobre educação e


cultura nos convida a refletir sobre como vemos e como se articulam quase sem
perceber, como exercem uma certa “violência” (violência simbólica) sobre aqueles
que podem aceder à educação. educação e aqueles que não o fazem, sobre a luta
e a diferença de classes sociais em diferentes áreas sócio-históricas.

Bourdieu pensava que as classes média e baixa tinham que trabalhar duas vezes
mais para conseguir algo que as classes altas herdaram desde o seu nascimento,
algo não muito longe da realidade que vivemos hoje. Hoje em dia não é raro
vermos que as classes altas conseguem as coisas um pouco mais facilmente que
as outras duas, chamam-lhe estudo, trabalho, carreira, etc., o que lhes permite
abrir-se mais ao mundo, tecer outras redes e, além disso, a tudo isso, subjugam
as classes menos abastadas, enquanto os alunos das classes média e baixa têm
que se contentar com um currículo estabelecido, sem muitas possibilidades de
ampliar seus conhecimentos (na maioria dos casos, não todos). Tudo isso impacta
totalmente a cultura, pensando que certas carreiras ou empregos são inferiores a
outros, fazendo com que as pessoas acreditem que se alguém é, por exemplo,
cozinheiro, deve servir às classes mais altas (empresários, políticos, celebridades,
etc. ) e seu tempo impacta a educação, ensinando a submissão desde a sua base,
fazendo saber que a possibilidade de acessar determinadas coisas dará a esse
grupo o poder de fazer e desfazer o que quiser. Isto é o que Bourdieu levanta, a
relação entre cultura e poder, como ambos estão ligados, marginalizando e
discriminando outras classes e criando “status” que não são válidos para muitos.

Sabemos que o poder é baseado no conhecimento, ou seja, quem tem mais


conhecimento é quem tem o poder, por exemplo, com base na relação professor-
aluno, o professor é quem tem o poder absoluto, enquanto o aluno deve obedecer
ao que o professor lhe impõe. Por sua vez, o poder do professor é limitado apenas
na sala de aula, pois fora dela está sujeito ao poder do diretor.

Bourdieu vê o poder como um recurso ou esquema que se desenvolve em


relações de força que as próprias pessoas legitimam ou tornam válidas. Não
falamos mais de cultura como o sistema de valores e normas individuais, mas
também entram em jogo interpretações, linguagens e práticas sociais que
delimitam se a pessoa é de uma classe ou de outra. Nesse sentido, defende-se
que o indivíduo passa por processos de socialização carregados de conteúdos
emocionais, sensoriais e físicos, ou seja, coloca o aprendizado puramente na
parte prática e física do corpo, é o que se chama de “habitus”, pequeno coisas
internalizadas na pessoa como: cortar a comida de uma determinada maneira, não
fazer barulho à mesa, etc., “Os usos do corpo, das linguagens e do tempo são
todos objetos privilegiados de controle social: inúmeros elementos de explícito.
educação para não mencionar a transmissão prática, os miméticos estão
relacionados aos usos do corpo (“senta bem”, “não toque”) ou aos usos da
linguagem (“diga isso” ou “não diga aquilo”)”. (Giroux, 1985) Por exemplo, num
evento escolar, quando a bandeira cerimonial é trazida, todos os presentes se
levantam automaticamente. Outro exemplo claro é o toque da campainha, que
indica o início do dia letivo, o início e o fim do recreio, a mudança de disciplinas e
também o horário de saída. Tudo isso disciplina o indivíduo que pensa que o uso
ou o conhecimento de determinadas regras (as de cortesia, por exemplo) marcam
o status de uma pessoa.

Englobamos todos esses conceitos e ideias em algo chamado “violência


simbólica”, que, em suma, é a violência indireta de um dominador contra um
dominado que aceita as coisas porque “sempre foram assim” e não vê razão para
mudá-las. , por exemplo, quando realizamos nossas práticas em estabelecimentos
escolares pudemos observar que os atores institucionais compareciam com trajes
formais e cumpriam horário estabelecido, isso porque a instituição possui
determinados padrões que devem ser respeitados. A obrigatoriedade do uso do
uniforme escolar dentro das escolas também pode ser considerada violência
simbólica, uma vez que não se sabe se o aluno pode ou não adquirir o referido
uniforme.

Agora, vamos fazer uma comparação entre toda a teoria de Bourdieu sobre a
escola e como ela foi usada como arma de submissão por assim dizer, com o que
é a escola hoje, libertadora, onde se pode pensar e afirmar esse pensamento,
onde, embora em algumas áreas ainda é um tanto conservador, aos poucos vai se
abrindo para o mundo, para as diferentes possibilidades e cenários que podem ser
encontrados. Embora a escola ainda seja utilizada para delimitar turmas e sua
submissão, vemos também cada vez mais a unificação destas, das diferentes
possibilidades oferecidas pelo ensino público (que talvez há alguns anos era
destinado apenas ao ensino privado, tendo que pagar milhares e milhares de
pesos em anos de carreira para fazer o que gostava ou queria). Antes a escola e o
aluno eram vistos como um “vaso”, isso porque o único propósito do indivíduo era
se encher de conhecimento, não importava se você entendia ou não, mas tinha
que saber se determinado ou não temas, ou por exemplo, a diferenciação que se
fazia entre oficinas para homens e mulheres, onde os primeiros aprendiam
contabilidade, carpintaria, gestão de pomares, enquanto os segundos tinham que
aprender a tricotar, bordar, cozinhar, etc. Outro exemplo que poderíamos citar a
respeito deste tema é a diferença de empregos entre homens e mulheres onde
estas últimas geralmente se dedicam às atividades domésticas, ao cuidado da
casa e das pessoas, mesmo a remuneração de ambos apresenta uma acentuada
desigualdade, onde o homem A é o aquele que ganha um salário mais alto
fazendo ou não o mesmo trabalho.

Porém, poderíamos dizer que hoje essas diferenciações foram deixadas de lado,
pois o foco está no aluno aprender e apreender o conhecimento, podendo utilizá-lo
no seu dia a dia, além de garantir que não haja diferença entre o que serve para
quê. um homem e o que é para uma mulher, que todos possam adquirir não só os
conhecimentos básicos de ciências, línguas e matemática, mas também de artes,
línguas, pensamento, etc.
Tudo isso ajuda a reduzir gradativamente aquele fosso social, aquele classismo
presente na educação do passado, pois fornece aos alunos ferramentas para que
possam atuar na área de sua preferência. Não só isso, mas também são
incentivados a ser quem quiserem, independentemente de sua condição social,
classe social, raça ou gênero. Isto quer dizer que hoje a cultura continua a ser
transmitida pela instituição escolar, mas fá-lo através de um currículo mais
equitativo. Embora tenhamos em mente que ainda é mais difícil para uns do que
para outros, as possibilidades estão abertas a todos igualmente, só que ainda
existem certas questões que afetam a impossibilidade de alcançar uma sociedade
igualitária (por exemplo: trabalho, economia , família, etc.).

Ainda constatamos que quem nos governa ou comanda vem de classes sociais
elevadas, aqueles que tiveram a possibilidade de aceder a uma educação
diferente, mas cada vez essa distância vai diminuindo, revelando pessoas que
antes nem sonhavam com cargos elevados (sejam eles. no trabalho, na escola, na
política) hoje fazem parte da mesma coisa. Sem ir mais longe, o exemplo dos
nossos irmãos originários, que hoje estão encarregados (em muitas áreas) de
fazer uma sociedade melhor para todos, desde os cargos políticos onde devem
ocupar.

Infelizmente ainda enfrentamos violência simbólica, porque é difícil provar que as


coisas nem sempre são assim nem serão iguais ao longo da vida, mas ainda
temos esperança de que as escolas sirvam de base para mudar essas coisas, que
se oponham a acreditamos que só existe uma forma de agir e fazer, que nos
convidam a repensar tudo o que acreditávamos ser válido e que são a luz do
futuro, para nós e para a nossa posteridade. É por tudo isso que a escola deve
deixar de ser reprodutiva.

Concluindo, chegamos à ideia de que a escola continua reproduzindo a cultura


das classes dominantes e que estas duas influenciam as possibilidades de
desenvolvimento das pessoas, que embora a classe social marque muitas
diferenças de acesso e possibilidades, por exemplo Embora a educação seja
gratuita , continuamos a encontrar muitas crianças e jovens fora da escola,
precisamente porque não conseguem aceder à escola, seja por motivos
económicos, sociais, familiares, etc. Hoje a escola busca uma aprendizagem
significativa, autônoma e construtiva para os alunos e que no futuro ajude os
alunos a modificarem suas próprias vidas, ou seja, como sujeitos sociais que são.
Embora a educação seja diferente do que era antes, ainda podemos denotar
certos padrões da teoria de Bourdieu, ainda podemos perceber certa subjugação e
violência simbólica, a equidade e a igualdade nos alunos ainda não foram
alcançadas, alguns ainda têm mais possibilidades do que outros quando se trata
de trata-se de acessar outro tipo de ensino que não é o que o currículo obrigatório
oferece. E a necessidade de retirar a venda de que a escola é uma meritocracia e
garantidora de igualdade de oportunidades ainda está presente, tanto aos
professores como aos alunos deve ser oferecido acesso a todas as ferramentas
possíveis que garantam uma educação livre de classismo e de discriminação, para
fazer uma vida mais justa. e uma sociedade igualitária para todos.

Por último, mas não menos importante, importa referir que a violência simbólica
continua a existir, mas que também estão a surgir novas ideias ou posições
transformadoras ou radicais que podem mudar a visão que temos da educação no
futuro.
Literatura
Giroux, H. (1985). Teorias de la reproducción y la resistencia en la nueva sociología de la
educación: un análisis critico. 3-4.

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