Setembro de 2011 - Edição 27
ISSN 2175 - 4071
Dead •Deus EX: Human Revolution
ISland
•Resistance 3
•Age of empires online
APOIO
editorial
Zumbis: os inimigos perfeitos
Posso lembrar inúmeros jogos de zumbi que fize-
ram sucesso, dos mais variados gêneros, para as
mais variadas plataformas e voltados a públicos
de diferentes idades. Left 4 Dead, Plants Vs Zom-
bies, Resident Evil, Zombie Driver e até o clássico
Zombies Ate My Neighbors são exemplos de jogos
de gêneros diferentes com os mesmos inimigos,
os detestáveis zumbis. Mas por que jogos de zum-
bi fazem tanto sucesso entre nós gamers? Bom,
deixando de lado toda parte histórica da origem
Editor Chefe:
dos zumbis e sua importância no cinema, nos ga-
mes, os zumbis são os inimigos perfeitos. Zumbis
Raphael Cabrera
não são apenas monstros humanóides, eles são
ex-humanos, ou seja, você está enfrentando algo
Redação: que já foi uma pessoa de verdade. Zumbis não
Fábio Torres podem ser salvos, uma vez infectado, ele é um
Rodrigo Pscheidt morto-vivo, por isso a única solução é matá-lo, de
João Carlos Barbosa novo! Matar humanos em um jogo pode ser vis-
to como uma ação de mau gosto, mas destroçar
Design: zumbis é legal (aah, a ironia!). Me lembro do jogo
Erick Drefahl Carmageddon, de 1997, onde o jogador ganha-
Daniel Ferreira va pontos atropelando pessoas: após a polêmica
mundial, as pessoas foram substituídas por zum-
Marketing: bis. Além disso zumbis são numerosos, o que ga-
Suzane Skroch
rante uma infinidade de inimigos que, ao contrário
de fantasmas ou vampiros, podem ser atingidos
por armas de verdade. Se você também gosta
Colaboradores:
destas criaturas comedoras de cérebro, não deixe
Maurício Piccini de conferir a nossa análise de Dead Island, jogo
Edimartin Martins de capa desta edição. Relaxe e aproveite, seja
Alexo Mello bem-vindo à Arkade.
Rafael Junqueira
ISSN 2175 - 4071 Raphael Cabrera
Revista Arkade - Rua Lamenha Lins, 62, 3° Andar,
CEP 80250-020 - Centro - Curitiba/PR, Brasil
Email:
[email protected] A Arkade e uma revista digital totalmente gratuita. Venda proibida.
índice
Cartas
Variedades
Personagem do mês
Mike Haggar
Bitbox
Vírus de Computador
Reviews
Dead Island
Deus Ex: Human Revolution
Age of Empires Online
Resistance 3
El Shaddai
Clássicos
Super Punch-Out!!
H.E.R.O
The Legend of Zelda: Ocarina of Time
Geek Stuff
Networks
Voice Chat
Free-to-play vs. Pay-to-win
cartas
Metal Gear Solid HD
Minha dúvida é: vocês sabem a
quantas anda o “Metal Gear Solid
.................................................................
HD Collection”, anunciado na E3
para PS3 e X360? Vai sair em No-
vembro mesmo ou vocês nem tem
noticia?
Via Formspring
Arkade: A coletânea Metal Gear
Solid HD Collection deve sair em
Novembro sim, João. O pacote in-
clui versões remasterizadas de Me-
tal Gear Solid 2, Metal Gear Solid 3
e Metal Gear Solid: Peace Walker,
sendo que este último conta com Dragon Ball MMO
modo multiplayer.
Vocês sabem alguma coisa sobre o
novo MMORPG de Dragon Ball? Ele
FPS’s multiplaforma vai ser de graça, ou nem vai sair
aqui no ocidente? Eu vi ele pela pri-
Poderiam me indicar bons games meira vez em 2009, mas até ago-
FPS? E parabéns pelo trabalho com ra não encontrei nada sobre este
o site e a revista! jogo!
Via Formspring Via Formspring
Arkade: Como você não nos disse Arkade: Se você está se referin-
qual é a sua plataforma, vamos su- do ao MMO Dragon Ball Online, ele
gerir alguns bons games multiplata- já foi lançado na Coréia do Sul, na
forma: Crysis 2 e a série Bioshock. China e em Taiwan. Como o jogo
Se você tem um PS3 sugerimos Kill- todo está em chinês, sugerimos
zone, e no X360, a série Halo. Vale que dê uma olhada no site dbmmo.
lembrar que em breve serão lança- com, que conta com tutoriais sobre
dos grandes títulos do gênero, como como criar um login para o game e
Battlefield 3, Call of Duty: Modern patches de tradução para a língua
Warfare 3 e o novo Counter-Strike. inglesa.
Para perguntar ou dar sugestões, acesse: formspring.com/revistaarkade
variedades
EASTER EGGS
Em Duke Nukem Forever, há uma
sala secreta na fase Duke Nukem’s
Titty City onde um pião pode ser
encontrado em cima da mesa, gi-
rando sem parar. Se você assitiu o
filme “A Origem”, sabe que quando
um pião não para de girar é porque
você está sonhando.
CURIOSIDADES
A franquia Resident Evil só ganhou este
nome no ocidente porque o original,
Biohazard, já era usado por uma
banda de hardcore, o que impediria
o registro de sites e patentes com o
título.
QUAL É ESTE JOGO?
Resposta da edição anterior: Tomba (PS)
JOGOS EM FLASH -
FLIGHT
Se você busca um jogo para te manter
entretido por várias horas, precisa co-
nhecer Flight. A premissa do game é bem
simpes: você arremessa um aviãozinho
de papel e deve coletar estrelas e pás-
saros de origami antes que ele caia no
chão. Porém, o grande número de upgra-
des, bônus e conquistas que você conse-
gue enquanto avança conseguem tornar
o game bem viciante. Você poderá con-
trolar, criar e adicionar até mesmo uma
turbina ao brinquedo!
Clique aqui para jogar
CULTURA -
A CONDESSA SANGRENTA,
de Alejandra Pizarnik
Se você gosta de histórias baseadas em
fatos reais, vai se arrepiar com A Condes-
sa Sangrenta, obra da Argentina Alejan-
dra Pizarnik. O livro fala sobre os crimes
da Condessa húngara Erzséber Bárthory,
que viveu no século XVII e foi acusada
de ter assassinado mais de 650 moças
das maneiras mais cruéis possíveis. Pri-
sões, torturas, incisões com navalhas e
as famosas donzelas de ferro, a Condes-
sa se valia dos mais tenebrosos recursos
para causar sofrimento à suas vítimas e
banhar-se em seu sangue. A narrativa
é acompanhada por belas ilustrações de
Santiago Caruso, que cria obras que car-
regam toda a insanidade da Condessa e o compre este e outros produtos na:
sofrimento de suas vítimas. Consideran-
do que a personagem virou lenda, é difícil
saber onde acaba a realidade e começa a
ficção, o que deixa o legado da Condessa
ainda mais horripilante.
PERSONAGEM
Mike haggar
Q
uem vê o brucutu descamisado filha, pois os games seguintes da série
que é Mike Haggar pode não o colocaram contra o que restou da
acreditar, mas ele é o prefeito gangue Mad Gear e contra um outro
de uma cidade! Este famoso wrestler grupo de bandidos, os Skull Cross.
surgiu no mundo dos games em 1989
e é um dos protagonistas de um dos No início da década de 90, Haggar se
maiores clássicos do gênero beat ‘em tornou tão popular que quase entrou
up: Final Fight. para o elenco do clássico Street Fi-
ghter II, mas a Capcom decidiu subs-
Eleito prefeito por sua promessa de tituí-lo por Zangief, o gigante russo
livrar Metro City da abominável gan- que possui um estilo de luta muito pa-
gue Mad Gear, Haggar se viu em uma recido com o de Haggar (e possui até
enrascada quando não sucumbiu à uma skin de Haggar em Super Street
corrupção - que já ela estava presen- Fighter IV).
te inclusive na polícia da cidade, que
fazia vista grossa aos crimes da Mad Enquanto não pinta um novo Final
Gear - e teve sua filha sequestrada. Fight para voltarmos à Metro City, é
bom vermos que a Capcom mantém
É claro que um cara deste tamanho não as memórias da franquia viva, com
deixaria barato, e junto de seu amigo homenagens ao game presentes
Guy e de seu genro Cody, Haggar foi em outros títulos: além de diversos
para as ruas para cuidar da Mad Gear cenários (como a fase bônus do carro
com suas próprias mãos. Fala sério, é em Super Street Fighter IV), Guy,
de políticos como Mike Haggar que o Cody e os vilões Rolento e Sodom já
Brasil precisava! participaram de vários games da série
Street Fighter, enquanto o musculoso
Infelizmente, Haggar teve pouco prefeito Haggar está presente em
tempo para matar as saudades da Marvel Vs. Capcom 3.
made in brasil
Talbot’s odyssey
T
albot’s Odyssey é um game de
plataforma 2D exclusivo para
PCs produzido pela produtora
paulista MiniBoss, que é formada pre-
dominantemente por artistas.
Justamente por isso, Talbot’s Odyssey
se destaca por seu capricho, com uma
trilha sonora épica e um visual artís-
tico que ajudaram o game a ficar em
primeiro lugar no Concurso e-Games
2010, organizado pelo Senac de São
Paulo.
O game acompanha as aventuras de
Talbot, uma criaturinha amarela pe-
quena e desajeitada que não apre-
senta nenhum tipo de ataque, mas
possui a capacidade de voar. Talbot é
um servo do Lorde do Mal Pakku, que
lhe incumbiu de uma nobre missão:
coletar diversos ingredientes exóticos
para preparar um ensopado que sacie Nesta busca por iguarias, Talbot terá
a fome de seu mestre. de se aventurar por lugares som-
brios como o Templo das Armadilhas
e a Torre do Desespero. Por assumir o
controle de um personagem pratica-
mente inofensivo, o jogador terá de se
virar como puder para se esconder e
escapar de fantasmas e outras criatu-
ras que aparecerem em seu caminho.
Completam o pacote alguns puzzles
que testam o raciocínio e a atenção
do jogador.
Envie o seu jogo para a ARKADE
PC | Plataforma | 1 jogador | Produtora: MiniBoss | Clique para jogar!
clique e acesse
twitter.com/jpgames
sempre no próximo nível facebook.com/jpgames
bitbox
Vírus de
computador
É
muito difícil encontrarmos al- O primeiro vírus de computador co-
guém que não tenha tido seu nhecido surgiu em 1986 e se chamava
computador contaminado por Brain. Ele era um vírus de boot, cuja
algum tipo de vírus. Seja por desco- função era interromper a inicializa-
nhecimento, descuido ou simplesmen- ção do disco rígido, e sua propagação
te falta de sorte, todo mundo que usa acontecia por meio de um disquete
um computador - especialmente com infectado. Antes disso, em 1983, foi
o sistema operacional Windows - está criado o “pai dos vírus”, o primeiro
à mercê destas pragas virtuais, que programa com capacidade de fazer
assumem as mais variadas espécies: cópias de si mesmo. Como não fazia
existem os praticamente inofensivos, nada além disso, era praticamente
outros que roubam discretamente inofensivo, mas sua tecnologia foi o
seus dados pessoais, e até mesmo os pontapé inicial para a criação dos ví-
mais ferozes, que podem detonar seu rus que conhecemos hoje.
computador!
Aliás, antes de nos aprofundarmos no
tema, é preciso separar os vírus de
acordo com seu tipo. Um vírus é ape-
nas um dos tipos de problemas que
seu PC pode enfrentar. Atualmente
usa-se o termo malware (junção de
malicious com software, ou seja um
programa malicioso) para generalizar
os diversos tipos de programas dano-
sos que existem.
Os malwares podem ser divididos em
dois tipos: os tradicionais vírus geral- panhado de um keylogger o spyware
mente vem junto com algum progra- fica ainda mais terrível, pois a função
ma e precisam ser executados para do keylogeer é memorizar qualquer
funcionar. Já os worms são auto-sufi- coisa que você digitar, inclusive suas
cientes, e depois de entrarem em uma senhas e dados pessoais. Existe uma
máquina, conseguem fazer todo o tra- variação deste último, o screenlogger,
balho sujo sozinhos. que memoriza os lugares da tela onde
você clicou (útil para burlar teclados
Entre vírus e worms existem varia- virtuais).
ções como os trojans e bots, que per-
mitem que um outro usuário invada Fechando o time dos malwares mais
remotamente seu PC ou os spywares, famosos temos os já velhinhos hija-
que geralmente chegam embutidos ckers - que “sequestram” páginas de
em programas gratuitos de proce- internet para modificá-las, ou possibi-
dência questionável e podem analisar litam a abertura de dezenas de pop-
desde os seus hábitos de navegação -ups indesejáveis - e os rootkits, que
(para mandar spams relacionados, os podem exercer funções dos demais
chamados adwares) até descobrir as malwares descritos acima, mas são
suas senhas pessoais. Quando acom- mais perigosos por sua capacidade
de se camuflar dentro da máquina, se
escondendo em arquivos de sistema
que tornam difícil sua detecção e eli-
minação.
E isso é só a linha de frente dos malwa-
res, pois existem diversos outros tipos
de programas maliciosos espalhados
por aí. Mas antes de entrar em pâ-
nico saiba que existem meios muito
eficazes de proteger seu computador:
além de antivírus e firewalls - que são
bitbox diversas são as maneiras de ser con-
taminado. Mas nós não vamos perder
tempo dizendo como navegar na in-
importantíssimos, e logo trataremos ternet aqui, afinal, estaríamos subes-
disso - há uma coisa muito importante timando a sua inteligência, certo?
chamada bom senso.
Isso para não mencionar aquele tipo
Antigamente (bem antigamente, an- de estratégia ainda mais manjada
tes da internet) a atividade dos vírus como “veja as fotos da festa de on-
era limitada por mídias físicas (como tem”, ou “ parabéns, você é o visitan-
o Brain e seu disquete), mas com o te número 9.999.999”. Ninguém mais
advento da internet os vírus ganha- cai nessa! Com certeza até sua avó
ram uma área de atuação praticamen- é esperta o suficiente para não abrir
te infinita. Apenas para você ter uma este tipo de arquivo, afinal ela nem foi
ideia, no ano 2000 existiam cerca de à uma festa ontem!
49 mil vírus conhecidos. Dez anos de-
pois, este número já havia passado Logicamente, além de navegar com
dos 950 mil! Por isso, conhecer o ter- bom senso, é altamente recomendá-
reno em que você está pisando sem- vel ter um bom antivírus instalado no
pre é uma boa ideia. seu PC. Existem dezenas deles - tanto
pagos quanto gratuitos - alguns com
Com a internet, os vírus não só ga- recursos extras que potencializam o
nharam mais espaço, como também funcionamento da sua máquina. Para
novas formas de entrar no seu PC. quem quer ficar protegido sem gastar
E-mails, downloads, sites suspeitos, dinheiro, fica a dica: no blog da Arka-
Melissa: Gamado em uma dançari-
na de boate, o programador David
L. Smith criou em 1999 um vírus em
sua homenagem. O Melissa criava
um macro do Word que fazia cópias
de si mesmo e era enviado para os
50 primeiros contatos da sua lista. O
enorme volume de e-mails deixava o
tráfego de informações lento, o que
obrigou empresas a trabalharem sem
um serviço de e-mail, e causou pre-
juízos de mais de 1 bilhão de dólares.
David Smith: criador do MELISSA
I Love You: criado nas Filipinas por um
de já fizemos um “top 5: os melho- autor desconhecido, este vírus se pro-
res programas antivírus gratuitos para pagou como uma praga em pleno ano
gamers”, onde você encontra uma lis- 2000. Espalhado por e-mail - afinal,
ta de antivírus que foram testados e todo mundo ficaria feliz ao receber
aprovados pela nossa equipe. Como o uma mensagem com o título “eu amo
seguro morreu de velho, procure bai- você” - estima-se que o vírus tenha
xar este tipo de programa diretamen- afetado mais de 50 milhões de com-
te do site oficial das empresas! putadores em apenas um mês, cau-
sando mais de 8 bilhões em prejuízos.
E se você acha que o pior vírus é Depois de executado, o I Love You se
aquele buga o seu PC e te deixa sem espalhava pela máquina, apagando
poder jogar online por alguns dias, ou sobrescrevendo componentes de
saiba que existe coisa muito pior. Na sistema, chaves de registro e outros
sequência listamos alguns dos malwa- arquivos importantes.
res mais terríveis que já pintaram na
internet:
Morris: criado em 1988 pelo progra-
mador Robert Morris, este worm tinha
um objetivo nobre: medir o tamanho
da internet. Porém, uma falha técnica
acabou tornando-o uma praga: o Mor-
ris se instalava em uma mesma má-
quina várias vezes, sobrecarregando
o sistema e podendo até mesmo inuti-
lizar o PC (lembre que estamos falan-
do de máquinas de mais de 20 anos
atrás). Pode ter causado cerca de 100
milhões de dólares de prejuízo. Robert Morris: criador do MORRIS
bitbox 2003, e até hoje seu criador é des-
conhecido. Sua função mais básica é
simplesmente atrapalhar a sua vida,
duplicando todo acento que você digi-
ta (assim um “~” sairia sempre “~~”).
Porém as edições posteriores do vírus
podiam enviar e-mails para seus con-
tatos de um outro remetente, e cada
pessoa infectada acabava reenviando
o vírus para outras, o que gerou um
enorme círculo vicioso e mais de 100
milhões em prejuízos.
Blaster: criado em 2003 por um grupo
de hackers chineses, o Blaster tinha a
valorosa missão de apontar uma falha
de sistema do Windows. Invadindo o
computador pela porta de comunica-
ção, o Blaster causava instabilidade
no sistema e se encarregava de enviar
um simpático feedback automático ao
site do Windows update, o que sobre-
SQL Slammer/Sapphire: no início de carregou o tráfego da Microsoft e cau-
2003, surgiu um vírus que deu muita sou um prejuízo de mais de 2 bilhões
dor de cabeça para empresas. O obje- de dólares. A mensagem automática
tivo do SQL Slammer não era atacar dizia “Billy Gates why do you make
computadores pessoais, mas grandes this possible? Stop making money and
redes. Com isso, empresas de avia- fix your software!”
ção, bancos e operadoras de telefonia
foram afetadas, pois o vírus se insta-
lava em um componente da memória
buffer, tornando o tráfego mais lento
e gerando negação de serviço do sis-
tema. Em apenas 10 minutos, mais de
75 mil computadores foram afetados,
o que gerou mais de 1 bilhão de dóla-
res de prejuízo e deixou toda a Coréia
do Sul offline por mais de 12 horas.
BugBear: se você acha que trollar é
uma atividade que só seres humanos
realizam, você não conhece o Bug-
Bear! Este vírus apareceu na web em
REVIEWS
Dead Island
Deus Ex: Human Revolution
Age of Empires Online
Resistance 3
El Shaddai
review
dead Island
Muito mais parecido com Fallout do que com Left 4 Dead, Dead
Island diverte por sua imersividade e seu esquema de jogo
voltado para a sobrevivência.
X360, PS3 e PC | FPS - | 1 a 4 jogadores | Produtora: Techland | Publisher: Deep Silver
C
om um único vídeo de pouco
mais de três minutos, a polo-
nesa Techland conseguiu uma
façanha que muitos grandes estúdios
de cinema não conseguem: criar uma
expectativa monstruosa por um títu-
lo sem divulgar quase nada sobre ele.
Todos que viram o belo e dramático
trailer da garotinha zumbi atirada pela
janela ficaram ligados no jogo, seden-
tos para jogar um game apresentado
de maneira tão épica. Agora Dead Is-
land já está entre nós e embora não
mantenha nem de longe o clima dra-
mático e emocional do trailer, é sem
dúvida um ótimo game de zumbis
para se jogar com os amigos.
Antes de mais nada, esqueça as com-
parações com Left 4 Dead. Embora a
temática e o modo multiplayer soem
familiares, Dead Island é mais RPG e
menos FPS. Se tivéssemos que com-
pará-lo com algum outro game, seria
com Fallout ou com Borderlands, não
com Left 4 Dead. E isso é uma coisa
boa, afinal, todos nós sabemos que
de FPS genéricos o mercado já está
cheio, mas RPGs com cara de FPS não
são tantos assim.
A premissa de Dead Island é bem sim-
ples: uma ilha que deveria ser o para-
íso se transforma em inferno quando
uma epidemia zumbi assola o lugar.
No papel de um sobrevivente, você
deve fazer o óbvio: sobreviver, en-
quanto vasculha a ilha para encontrar
ferramentas que auxiliem sua jornada
e desvendar os mistérios por trás da-
quela infestação de mortos-vivos.
review
Como eles andam em grupo, a nar-
rativa não vai mudar muito indepen-
Ao iniciar um novo game, você pode dente do personagem que você es-
escolher entre quatro personagens, colher. A mudança mais drástica está
cada um com uma habilidade especí- mesmo na jogabilidade, afinal além
fica que é quase uma classe: Xian Mei das afinidades com diferentes tipos de
é uma ex-policial especialista com lâ- armas, cada personagem possui sutis
minas, já Purna é uma segurança que diferenças em atributos como força e
adora armas de fogo. O rapper Sam B velocidade. Com três árvores de habi-
é o mais forte e justamente por isso lidades diferentes - divididas em Fury,
se vira melhor com bastões e armas Combat e Survival - cada personagem
de impacto. Por fim temos Logan, um conta ainda com uma habilidade es-
jogador de futebol americano que pecial - chamada Rage - que é única e
prefere armas de arremesso. passível de upgrades.
O clima de tensão no game é cons-
tante - afinal, você é um turista em
uma ilha infestada de zumbis, não um
super soldado - e é difícil você se sen-
tir realmente seguro, pois os inimigos
podem surgir de diversos lugares. E
quando falamos em inimigos, não nos
referimos apenas aos zumbis, pois em
diversas ocasiões você terá de en-
frentar também humanos, que estão
aproveitando a situação para saquear
a ilha, e soldados, que estão tentando
conter a zumbizada e não parecem ser
espertos o bastante para diferenciar
um zumbi de um ser humano normal.
Ainda assim os zumbis são a maioria
e os combates contra eles serão cons-
tantes mas - ao contrário de Left 4
Dead - isto não é a espinha dorsal do
game. Dead Island é muito mais uma
experiência de sobrevivência e fugir
pode ser a melhor opção em diversos
momentos. O ambiente nada propício
para uma infestação de zumbis dei-
xa tudo mais emocionante, pois você
poucas vezes dará a sorte de encon-
trar uma escopeta calibre 12 dando
sopa no chão.
review
Como já é bem sabido, em Dead Island
você precisará se virar na maior parte
do tempo com bastões, pás, facas
de cozinha, extintores de incêndio e
outras armas que são inusitadas, mas
condizentes com o local onde o game
se passa. Depois de certo ponto você
até descola armas de fogo com mais
facilidade, mas o grosso do jogo você
deve encarar “no muque”, tendo de
se manter ligado tanto na stamina do
seu personagem - que é gasta para
correr, mas também para desferir
golpes - e no nível de degradação das
suas armas, afinal, elas não duram
para sempre, e ficar desarmado por
muito tempo é praticamente pedir
para ter seu cérebro devorado pelos
zumbis.
Felizmente, em uma mecânica seme-
lhante à de Dead Rising 2, é possível
modificar e customizar armas, o que
as torna mais fortes, aumenta sua
durabilidade e pode até mesmo cau-
sar status negativos nos oponentes.
E algumas destas modificações são
ais, que são encontrados pela ilha) e
as ferramentas certas.
Falando nisso, dinheiro é uma parte
essencial de Dead Island, pois quase
tudo o que você faz precisa dele: a
customização de armas, a compra de
novos equipamentos nas “lojas clan-
destinas”, até morrer custa dinheiro!
Isso faz com que a exploração em
busca de loots seja uma parte impor-
tante do jogo. Felizmente, lugar para
vasculhar é o que não falta, pois além
da ilha ser enorme, ela conta com di-
versos ambientes, desde matas selva-
gens, passando por belas praias até o
luxuoso resort que hospedava os tu-
ristas.
Embora os gráficos de todos estes
bem criativas: você pode, por exem- ambientes sejam bonitos, jogando a
plo, passar uma erva venenosa na lâ- versão para PC do game encontramos
mina de uma katana, o que deixará alguns problemas impossíveis de se-
os zumbis atingidos vomitando as tri- rem ignorados: alguns golpes pare-
pas até a morte. Machetes eletrifica- cem robóticos e desajeitados, texturas
dos, bastões de beisebol com pregos, aparecem conforme você se aproxima
facas explosivas, coquetéis molotov... e/ou demoram para carregar, os bra-
as opções são vastas, desde que você ços do seu personagem atravessam
tenha algum dinheiro (dólares virtu- portas ao abrí-las e em diversos casos
review
você está olhando para uma arma no
chão mas não pode pegá-la por algum
bug bizarro que a deixou “colada” no
cenário, isso quando ela simplesmen-
te não é “engolida” pelo solo e desa-
parece sem motivo algum.
O visual dos personagens é bem de-
talhado, mas nas diversas cutscenes
você perceberá que os movimentos e Convenhamos, tudo o que você mais
expressões faciais tanto dos protago- quer no meio de um holocausto zumbi
nistas quanto dos NPCs são bem arti- é devolver o sorriso ao rosto de uma
ficiais. Alguns até tem boas histórias garotinha recuperando seu ursinho de
para lhe contar, mas a maioria deles pelúcia perdido, não é? A parte boa é
é simplesmente um estereótipo de que estas sidequests são divertidas e
personalidade unidimensional que só desafiadoras, e enquanto você cum-
quer lhe passar alguma quest enquan- pre um objetivo pode acabar se dando
to se mantém na segurança de uma bem ao topar com alguma nova arma
safehouse, o que pode desagradar os ou com uma grana esquecida dentro
mais exigentes por realismo, mas cer- de uma mala aberta.
tamente vai agradar quem não tem
paciência de passar muito tempo con- Mesmo não tendo o mesmo apelo
versando com os NPCs. emocional daquele primeiro trailer,
esta eterna necessidade de ajudar os
Algumas das sidequests que os NPCs outros sobreviventes cria uma imersão
lhe passam são absurdas, mas cabe a muito forte: mesmo que eles possu-
você a opção de completá-las ou não. am rostos robóticos e falas artificiais,
você vai querer ajudar aqueles pobres mesmo personagem que você, o sis-
coitados simplesmente para amenizar tema de evolução personalizado pode
um pouco o sofrimento deles no meio deixar personagens iguais com habili-
daquele inferno. Este é um grande dades bem diferentes. É fácil entrar e
ponto positivo do game, ele consegue sair de partidas online graças ao sis-
te carregar para aquela realidade de tema de balanceamento de níveis que
maneira muito bem-sucedida. Aqui na evita que jogadores muito fracos en-
redação da Arkade temos um compa- trem na partida de outros mais evolu-
nheiro que deixou Deus Ex 3 de lado ídos e vice-versa.
para continuar se aventurando em
Dead Island! Resumindo, Dead Island é um RPG
em primeira pessoa com zumbis. Isso
Logicamente, jogar com três amigos é bom? Depende do que você espe-
no modo cooperativo online deixa ra do game. Se quer algo mais vol-
tudo mais legal, pois se aventurar ao tado para o tiroteio e para a ação,
lado de companheiros humanos tor- talvez seja melhor continuar com Left
na a experiência ainda mais orgânica. 4 Dead. Mas quem busca uma nova
E mesmo se algum amigo utilizar o forma de se aventurar por um holo-
review causto zumbi, tendo de realmente so-
breviver sem se dar ao luxo de en-
contrar metralhadoras em cada caixa,
definitivamente vai se divertir muito
pelas mais de 20 horas de jogo que a
campanha oferece.
Faltou um pouco de capricho da Te-
chland para a finalização do game,
mas os bugs não desmerecem os
pontos positivos do game. Desafia-
dor, visceral e imersivo, Dead Island
é possivelmente a experiência mais
realista de um holocausto zumbi que
nós, reles mortais (que não somos
guerrilheiros, atiradores de elite ou
membros do S.T.A.R.S.) poderemos
experimentar. Com a vantagem que
neste caso a morte não significa o
fim, apenas uma perda de dinheiro.
Avaliação
Visual
Gameplay
Diversão
Áudio
Imersão
Customização de armas
Upgrades dos personagens
Bugs gráficos
Nota final: 83
review
Deus EX
Human REvolution
Com roteiro caprichado e um sistema de jogo que agrada a todos, o
terceiro Deus Ex é um grande game que faz jus ao nome da franquia
X360, PS3 e PC | FPS | 1 jogador | Produtora: Eidos | Publisher: Square Enix
T
odo gamer que se preza sabe
que é muito perigoso criar mui-
ta expectativa em relação a um
game. Que o digam os fãs de Duke
Nukem, que recentemente quebraram
a cara após mais de uma década de
espera. Deus Ex é outra franquia que
passou muito tempo na geladeira - o
segundo game foi lançado em 2003 -
e gerou um hype muito grande com
seus trailers. Felizmente, ao contrário
do supracitado Duke, em Deus Ex: Hu-
man Revolution a espera é muito bem
recompensada por um game imersivo
e empolgante que alia uma boa histó-
ria a uma jogabilidade extremamente
versátil.
A história do game se passa no ano
2027, uma época onde a humanida-
de está passando por uma revolução
biotecnológica: utilizando próteses ci-
bernéticas, a ciência está não apenas
salvando vidas, como também criando
super-humanos. Pessoas saudáveis
estão se submetendo à modificações
para ficarem com mais força, mais
velocidade, visão de raio-x e muitos
outros “superpoderes”.
Neste novo mundo, você assume o
papel de Adam Jensen, chefe de segu-
rança da Sarif Industries, empresa de
biotecnologia que está dando passos
largos neste processo de otimização
da raça humana. Logicamente exis-
tem os revolucionários extremistas
que são contra este tipo de procedi-
mento e realizam um brutal ataque à
sede da Sarif, onde nosso protagonis-
ta é mortalmente ferido.
review
Jensen sobrevive, mas paga um alto
preço: sua vida agora depende dos
diversos enxertos cibernéticos que fo-
ram ligados ao seu corpo. Com seu
novo corpo, Adam deve investigar
quem está por trás do ataque que
quase lhe tirou a vida. Esta busca é
apenas a ponta do iceberg de uma
trama muito bem trabalhada que en-
volve corrupção, jogos de interesses,
espionagem industrial e muitas cons-
pirações.
Como a narrativa do game é muito
bem desenvolvida e repleta de revi-
ravoltas, não vamos falar muito dela
para evitar spoilers. Mas, se você é
um gamer que curte uma boa his-
tória, Deus Ex: Human Revolution é
item obrigatório em sua coleção. E se
você espera algo mais de um game ta de cores vibrante - que foge dos
do que “apenas” um grande enredo, padrões de cinza e azul dos games
fique tranquilo, pois Deus Ex 3 oferece do gênero - o design de alguns per-
isso e muito mais. sonagens é um pouco estranho (com
cabeças desproporcionais ao restante
O mundo deste novo Deus Ex é mui- do corpo), e muitos cenários internos
to bem construído. Embora algumas apresentam um visual bonito, porém
cidades as vezes pareçam um tanto genérico. Constatamos quedas de fra-
pequenas, o nível de imersão que elas merate e até mesmo algumas trava-
proporcionam é grande graças a ele- das rápidas enquanto o game carrega
mentos que criam uma ambientação um novo cenário. O som cumpre bem
poderosa: programas de TV, jornais, seu papel com suas explosões pode-
e-mails, cartazes, estabelecimentos: rosas, tiros convincentes e ruídos que
tudo contribui para colocar o jogador chamam a atenção dos inimigos. As
neste futuro que é dominado pela tec- músicas combinam com o clima do
nologia e pelos conflitos ideológicos. game bem como as dublagens, em-
bora algumas poucas vozes pareçam
Porém, o fato de apresentar uma boa inadequadas para certos personagens.
ambientação não faz de Deus Ex 3 um
jogo tecnicamente perfeito: embora Felizmente, os problemas menciona-
apresente belos gráficos e uma pale- dos acima não conseguem ofuscar
review
completamente o brilho de Deus Ex
3, que oferece muita diversão com
seu sistema de jogo diferenciado, que
se adequa ao estilo do jogador e tor-
na o jogo uma experiência singular
para cada um. Você é quem decide
se Jensen irá se tornar um matador
brutal ou um guerreiro silencioso que
se esgueira pelas sombras. E o jogo
te dá todas as ferramentas para que
você personalize-o da maneira que
achar melhor: enxergar através das
paredes, mais velocidade, maior re-
sistência a tiros, golpes físicos mais
poderosos... o leque de habilidades
destraváveis é enorme.
Este sistema de customização é muito
interessante, pois permite que o joga- que lembra o sistema de cobertura de
dor desenvolva somente as habilida- Gears of War ou Mass Effect.
des que julga essenciais. A bem uti-
lizada mecânica de jogo que mistura A liberdade de controle que o game
momentos em primeira e em terceira oferece ao jogador é tão grande que
pessoa contribuem muito com o su- você pode até mesmo escolher se
cesso desta jogabilidade maleável. simplesmente deixa um adversário
inconsciente ou mata-o sem dó. Com
Mesmo sendo sempre possível entrar um sistema de takedowns acrobáti-
pela porta da frente metendo bala em cos no melhor estilo Batman: Arkham
todo mundo, este definitivamente não Asylum, apertar o botão rapidamente
é o meio mais legal de se passar por gera uma pancada não letal; mantê-lo
este jogo. Ao simples toque de um apertado faz com que a bela anima-
botão a câmera se afasta e seu per- ção do golpe receba umas lâminas e
sonagem busca cobertura em terceira uma generosa esguichada de sangue.
pessoa. Aí você pode acordar o Solid Diferente do Homem-Morcego porém,
Snake que existe em você e buscar Jensen não deve abusar deste recur-
passagens secundárias, espreitar os so, pois há uma barra específica que
arredores para passar despercebido é consumida por este tipo de ataque.
e dar cabo dos inimigos de maneira
rápida e silenciosa. Estando coberto, Esta versatilidade é o grande trunfo
pode-se ainda trocar tiros de um jeito deste Deus Ex 3, pois permite que o
review game se adapte ao perfil de diferentes
tipos de jogadores, e não o contrário.
Independente do perfil do jogador, a
inteligência artifical geralmente ga-
rante um bom desafio, com soldados
que buscam cobertura caso você abra
fogo, ou abandonem sua ronda para
inspecionar os arredores, caso des-
confiem que você está escondido em
algum canto.
Para manter o jogador ocupado, Deus
Ex 3 ainda possui outra carta na man-
ga: pode-se gastar muitas horas em
busca de redes de terminais que po-
dem ser hackeadas em mini-games
que garantem um ganho extra de XP
e outros benefícios. Com um pouco de
raciocínio lógico e paciência, o joga-
dor vai descobrir que estes hacks po-
dem render boas habilidades extras,
como a capacidade de controlar robôs
e turrets inimigos.
horas, mas quem resolver vasculhar
as cidades em busca de sidequests e
redes para hackear poderá facilmen-
te se perder em mais de 30 horas de
jogo. E se você chegou ao final atiran-
do em todo mundo, tente jogar no-
vamente em modo stealth: será uma
experiência completamente diferente.
Deus Ex: Human Revolution é defini-
tivamente um jogo que merece sua
atenção. Aliando uma grande história
(que consegue soar atual, se trocar-
mos os dilemas éticos dos implantes
cibernéticos pelos das pesquisas com
células-tronco) à uma jogabilidade
eficaz e flexível, o game não só honra
o nome da cultuada franquia Deus Ex,
como também se firma como um dos
grandes games da atual geração.
Fecham o pacote os momentos onde
você deve conversar com um inimigo Avaliação
em alguma situação de risco - exis-
tem até upgrades que permitem que Visual
você vislumbre os índices de feromô-
nios do bandido para saber como ele Gameplay
está reagindo às suas palavras. As
expressões faciais não são boas o su- Diversão
ficiente para deixar este sistema tão Áudio
profundo quanto em L.A. Noire, mas
o fato destas discussões geralmente
História elaborada
envolverem a vida de reféns inocentes
adiciona uma boa dose de adrenalina Ótimo gameplay
nestes momentos.
Sistema de upgrades
O tempo de campanha e o fator replay Loading times
do jogo dependem bastante do esti-
lo de cada jogador: os apressadinhos
podem terminar o jogo em 10 ou 15 Nota final: 95
review
Age of empires
Online
Mesmo sendo um bom representante da série Age of Empires, novo
game deixa a desejar com ritmo lento e sistema gratuito limitado.
PC | Estratégia e MMO | Multiplayer | Produtora: Gas Powered | Publisher: Microsoft
A
ge of Empires é uma franquia
que já trouxe muita alegria aos
PC gamers que são fãs de uma
boa estratégia em tempo real. Após
o fechamento do Ensemble Studios -
responsável por todos os games ante-
riores da série - o futuro da franquia
ficou incerto. Agora a Microsoft, em
parceria com a Gas Powered Games
e com a Robot Entertainment (que foi
criada por diversos ex-funcionários do
Ensemble) reinventa a franquia, com
um visual bem diferente e em estilo
free-to-play. Será que estas mudan-
ças foram boas para o game?
Para começar a jogar, não há nenhum
segredo, basta fazer o download do
game no site oficial, instalá-lo, ter
uma conta no Windows Live Marke-
tplace e pronto. O game conta com Age of Empires Online ganha pontos
apenas duas civilizações: gregos e já de cara por seu visual cartunesco
egípcios. Cada um destes povos conta que, mesmo estando bem diferente
com uma árvore de evolução distinta, do tradicional, mantém a essência da
bem como arquitetura, unidades de franquia. É fácil de se acostumar com
infantaria e características exclusivas. o novo estilo gráfico do jogo. A inter-
face dos menus apresenta poucas di-
ferenças, mas é bem intuitiva e após
alguns minutos você já estará familia-
rizado com tudo. Só o que faz falta é
um atalho para visualizar as hotkeys
mais rapidamente.
O departamento sonoro também vem
carregado de influências, com músi-
cas, barulhos e resmungos bem fa-
miliares, mas um ponto negativo que
afeta a jogabilidade é a tradicional
corneta de batalha, que avisa quando
você está sendo atacado: ela simples-
mente não existe, e você terá de ficar
com um olho grudado no minimapa
para ver como andam suas tropas.
review
Após criar e nomear sua capital, os
primeiros passos no universo do game
são realizados em uma sequência de
pequenas quests que servem como
tutoriais, e aos poucos vão apresen-
tando o gameplay. Um tutorial sem
dúvida é uma boa para quem nunca
jogou um game da série Age of Em-
pires, mas se você é um veterano no
ramo, certamente vai se aborrecer um
pouco.
As missões do tutorial são extrema-
mente básicas - afinal, servem para
apresentar ao grande público as prin-
cipais mecânicas do game - e não po-
dem ser puladas. Para piorar, algumas
delas são bem longas, então não se
surpreenda ao perceber que está há
mais de cinco horas jogando tutoriais.
Um simples botão “skip tutorial” viria
bem à calhar neste jogo.
Missões tipo “construa um porto e en-
tão crie um barco de transporte para
resgatar pessoas em outra ilha” são a
maneira imposta para mascarar o tu- gamers hardcore abririam mão disso
torial e fazê-lo parecer divertido. Infe- para ir direto ao que interessa.
lizmente, não funciona, e todo gamer
experiente seria mais feliz se pudesse No geral, não existem grandes novida-
simplesmente construir o tal barco da des no sistema de jogo: você precisa
maneira antiga, sem uma quest te- de aldeões para fazer o trabalho pe-
mática para incitá-lo a isso. Verdade sado (plantio, caça, mineração, corte
seja dita, a única vantagem do tuto- de árvores, construção), e deve juntar
rial é que você sobe alguns levels sem recursos para aumentar sua capital,
muito esforço, mas com certeza os expandir seus conhecimentos tecnoló-
review
gicos e - o mais importante - criar um
grande exército para chutar o traseiro
das nações adversárias.
Cuidar da sua capital é algo que de-
manda tempo, mas é uma experiência
divertida e recompensadora: o modo
de jogo online faz um bom uso do sis-
tema de capitais, permitindo que você
dê uma espiada na cidade de seus
amigos, compre e venda seus loots ou
embarque em missões cooperativas.
Quem curte games sociais vai adorar
esta parte, pois você pode não ape-
nas ampliar sua cidade, como tam- to fácil encontrar trolls que não dão a
bém decorá-la com plantas, templos mínima para a estratégia e preferem
e monumentos. As construções mais atacar aos 15 minutos de jogo com os
importantes podem até ser decoradas soldados mais toscos antes mesmo de
por dentro, o que deve ser um atrati- evoluir sua civilização.
vo extra para os gamers casuais.
É claro que nem todos são assim, há
Tá, e as batalhas? Pois é, elas existem quem respeite o timing necessário
e podem sim ser divertidas, desde para que ambos possam evoluir, le-
que você não se importe com o núme- vantar suas defesas e preparar uma
ro limitado de recursos do modo free- guerra bonita como deve ser. Geral-
-to-play e tenha alguns amigos para mente quem faz isso são os usuários
jogarem com você. Acredite, é mui- que resolveram desembolsar uma
grana para obter benefícios exclusi-
vos, e evoluem apenas o suficiente
para esfregar na sua cara os recursos,
tecnologias e unidades que você, jo-
gador free-to-play, não possui.
Aí surge o primeiro problema de um
jogo free-to-play com possibilidade
de se comprar coisas: balanceamen-
to. Não seria exagero dizer que ape-
nas um ou dois itens básicos podem
fazer toda a diferença no PvP. Isso é
especialmente frustrante quando você
enfrenta alguém que usa a mesma ci-
vilização que você (considerando que
são apenas dois povos, isso aconte-
ce bastante): é deprimente constatar
que os lanceiros do adversário são
muito mais poderosos do que os seus
simplesmente porque os dele pos-
suem um detalhe dourado ou roxo na
armadura e os seus não. O problema
é que este detalhe dourado ou roxo
custa uns 20 dólares.
Outro problema são as limitações do
modo free-to-play: como em diversos
review possuem um limitadíssimo espaço
no inventário (o que os obriga a jo-
gar muita coisa fora para ganhar es-
outros games da atualidade, Age of paço), só podem experimentar uma
Empires Online é gratuito, mas impõe pequena parte de uma extensa árvo-
diversas limitações que só quem é re de habilidades, e por aí vai.
premium pode desfrutar. E a lista de
restrições é bem grande: jogadores Games free-to-play para múltiplos
free não podem entrar em partidas jogadores geralmente passam por
PvP rankeadas, não têm acesso à vá- diversas revisões e atualizações, e
rios tipos de unidades e tecnologias, esperamos que isso aconteça logo
com Age of Empires Online. O
balanceamento, o extenso tutorial
obrigatório, a escassez de recursos
gratuitos... tudo precisa de uma
lapidada para que o jogo se torne
satisfatório para o grande público.
Cru do jeito que está, Age of Empires
Online só é divertido para quem
pagar, e se for para jogar algo pago,
preferimos tirar o pó do bom e velho
Age of Empires II.
Avaliação
Visual
Gameplay
Diversão
Áudio
Gráficos
Sistema de capitais
Balanceamento online
Esquema pay-to-win
Nota final: 72
review
Resistance 3
Ouvindo críticas e melhorando o que já era bom, Insomniac entrega o
melhor e mais sombrio game da série
PS3 | FPS | 1 a 16 jogadores | Produtora: Insomniac | Publisher: Sony
R
esistance é uma série que sem-
pre se esforçou para inovar no
saturado mercado dos FPS. Ini-
ciada em 2006 junto ao lançamento
do Playstation 3, a franquia não se
prende aos conceitos de patriotismo
e heroísmo típicos de um FPS, mui-
to pelo contrário: Resistance mostra o
lado depressivo e solitário da guerra,
quando a humanidade deposita suas
esperanças em alguns poucos guer-
reiros. Esta atmosfera de desolação,
aliada à uma jogabilidade eficiente fa-
zem deste Resistance 3 não só o me-
lhor da série, mas também uma ótima
pedida para os fãs de um bom FPS.
Recomenda-se que você tenha jogado
os games anteriores para acompanhar
a narrativa, que desta vez se passa 4
anos após os acontecimentos do se-
gundo game e nos coloca no papel de
um novo personagem, Joseph Capelli.
A invasão alienígena dos Chimera lite-
ralmente devastou o planeta, já ma-
tou mais de 90% da humanidade, e
está se esforçando para dar cabo dos
10% restantes.
Como parte desta última porção de
humanos, seu dever é basicamente se
manter vivo em cenários destruídos
que outrora foram algumas das gran-
des cidades dos Estados Unidos. Mas
um fio de esperança renasce quando
um cientista de Nova Iorque diz que
encontrou a cura para o Chimeran, a
peste virulenta que os aliens trouxe-
ram consigo.
Mesmo com um novo protagonista
apático e sem o carisma de Nathan
Hale, estrela dos games anteriores,
review
Resistance 3 consegue entregar uma
boa história graças à sua ambienta-
ção e à situação de seu personagem:
longe de ser um líder, Capelli é um
homem de família, que se entrega de
corpo e alma à sua missão pelo sim-
ples amor que nutre por sua esposa e
filho.
Para chegar até seu destino, você terá
de se aventurar por diversas cidades
norte-americanas, que neste passado
alternativo não são nada além de es-
combros, onde se escondem Chimeras
de tipos e tamanhos variados. Para
dar cabo deles, você vai se valer de
diversas armas - algumas terrestres,
outras alienígenas - que possuem ca-
racterísticas bem distintas, aparência
steampunk (afinal estamos em plena
década de 50) e poderes variados.
As armas sempre foram um dos pon-
tos fortes da série, e o novo game não
é exceção: armas consagradas estão
de volta, junto com algumas adições
interessantes - como a bizarra Muta-
tor, que ao ser utilizada causa nojen-
tos furúnculos explosivos nos inimigos
- e todas elas contam com um eficien-
te sistema de upgrades automáticos:
quanto mais você as usa, mais upgra-
des ganha, desde coisas simples como
maior estabilidade até novos tipos de
munição.
Para deixar tudo ainda melhor, o cri-
ticado sistema do segundo game que
permitia ao jogador carregar apenas
duas armas foi deixado de lado, e po-
demos novamente carregar diversas
armas ao mesmo tempo. Não é algo
muito realista, mas é sem dúvida mui-
to mais divertido.
Um arsenal tão variado não seria nada
sem uma boa jogabilidade, e felizmen-
te Resistance 3 não decepciona neste
quesito, pelo menos não com o con-
troller, que oferece respostas rápidas
e precisas. Já com o PS Move a ação
fica um pouco comprometida por lags
que deixam bem demoradas ações
simples como recarregar sua arma.
Com o Move ganha-se em precisão de
mira, mas perde-se em praticidade e
dinamismo, o que não é necessaria-
mente uma troca justa nos tiroteios
mais intensos.
review Tiroteios estes que devem ser levados
de maneira estratégica, pois a muni-
ção é bastante escassa, o que, aliado à
desolação dos cenários, deixa o game
com um leve ar de survival horror. De
fato, este é o game mais sombrio da
franquia, com inimigos mais agressi-
vos e alguns momentos de violência
explícita. Ambientes como esgotos,
prisões e túneis de metrô abandona-
dos contribuem com o clima, deixan-
do o jogador nervoso e alerta o tempo
todo.
Embora ganhem pontos para criar o
clima do jogo, os cenários escuros
acabam parecendo um pouco genéri-
cos com o passar do tempo. Consi-
derando que o jogador passa por di-
versas cidades reais dos EUA - como
Oklahoma, Pensilvânia e a própria
Nova Iorque - seria interessante se
estas cidades tivessem um pouco
mais de autenticidade sob os escom-
bros, como acontece em Crysis 2, por
exemplo, onde a Nova Iorque em ruí-
nas é facilmente identificável.
A campanha principal dura cerca de
8 horas, pode ser jogada cooperati-
vamente (tanto online quanto offline)
e consegue entreter o jogador com
momentos bem distintos: explora-
ção, tiroteios, chefes gigantes, fases
em embarcações ou trens e até mes-
mo as famigeradas missões de escol-
ta: Resistance 3 tem um pouco disso
tudo, espalhado de maneira uniforme
para que o jogador mantenha-se inte-
ressado no que vem a seguir.
Mesmo com uma caprichada missão
solo, a Insomniac não descuidou
novos tipos de armas, que também
são passíveis de upgrades, alguns
bem trapaceiros (a Auger por exem-
plo, deixa você ver e atirar através
das paredes!). Este sistema de upgra-
des e habilidades certamente mante-
rá os jogadores interessados por mui-
to tempo, o que é fundamental para
transformar um FPS genérico de um
grande título do gênero.
Resistance 3 não é necessariamen-
te um título inovador, mas consegue
amadurecer o nível da série em pra-
ticamente todos os aspectos. Com
uma história mais humana, clima
mais sombrio, armas mais variadas e
um caprichado modo online, o game
deve agradar tanto os fãs da franquia
quanto quem busca variedade no gê-
nero FPS. Que a Insomniac continue
a lapidar este universo desolado que
evoluiu à cada jogo.
Avaliação
do modo multiplayer, que desta vez
Visual
suporta 16 jogadores simultâneos
em diversos tipos de desafios já Gameplay
bem conhecidos do público. Modos
clássicos como Deathmatch e Capture Diversão
the Flag ganham um sopro de Áudio
criatividade graças ao criativo sistema
de habilidades, que premia o esforço
do jogador com variados tipos de Campanha principal
vantagens. Variedade de armas
Conforme sobe de nível você ganha Modo multiplayer
habilidades interessantes, podendo Lags com o PS Move
até gerar uma cópia holográfica de
si mesmo para enganar os inimigos.
Com o tempo você também adquire Nota final: 82
review
El shaddai
ascencion of the metatron
Com uma premissa inovadora e visual incrível, El Shaddai desperdiça
boa parte de seu potencial com uma mecânica de jogo repetitiva
X360, PS3 | Ação | 1 jogador | Produtora: Ignition Tokyo | Publisher: Ignition
O
mundo dos games já nos per-
mitiu vivenciar momentos que
mesclam mitologia e literatura
de variadas maneiras, algumas muito
interessantes. Já escalamos o Olimpo
com sede de vingança em God of War,
recolorimos belas planícies orientais
em Okami e descemos às profundezas
do inferno em Dante’s Inferno. Com El
Shaddai, chegou a hora de nos aven-
turarmos como um guerreiro escolhi-
do por Deus para caçar anjos rebel-
des, em um hack n’ slash que não é o
melhor do gênero, mas sem dúvida é
um dos mais bonitos.
Como você deve ter percebido no pa-
rágrafo acima, El Shaddai possui um
forte apelo religioso. E não é para me-
nos: a trama do jogo se baseia em um
dos evangelhos apócrifos (os evange-
lhos que não estão na Bíblia), mas
como em Dante’s Inferno, toma di-
versas liberdades poéticas para trans-
formar a história em uma batalha de
proporções épicas.
O personagem principal é Enoch, o
primeiro ser humano que recebeu
permissão para entrar no céu ainda
vivo. Ele recebe de Deus a missão de
descer para a Terra em busca de an-
jos que quebraram as regras divinas e
estão não apenas desviando a fé dos
mortais, como também se reproduzin-
do com eles! A união entre um anjo e
um humano dá origem há uma espé-
cie chamada Nephilim. Deus abomina
os Nephilim, e se você não der um
jeito na situação, o todo poderoso vai
acabar com toda a vida na Terra.
review
Um detalhe meio controverso é que
Deus lhe envia à Terra com um guia
que é ninguém menos que Lucifel, o
anjo que posteriormente se tornaria
Lúcifer. Mas não se deixe enganar por
este fato pitoresco, pois apesar de
sua fama e seu visual moderninho -
ele usa jeans, camisa e conversa com
Deus por um celular! - Lucifel será de
grande ajuda em sua jornada. Esta di-
cotomia entre bem e mal está presen-
te em todo o game, mesmo que nem
sempre fique tão óbvia.
Achou a ideia do jogo interessante?
De fato, a história de El Shaddai é
promissora, o problema é que o esti-
lo narrativo adotado pelo game é um
tanto confuso. Nem tudo é explicado
da maneira como a gente gostaria, e
muitas coisas ficam vagas. As vezes nâmica como também interferem na
a história se desenvolve em uma nar- imersão que se espera de um game.
rativa que rola durante a ação, e fica
difícil prestar a devida atenção ao que Se o game peca em sua narrativa, o
está sendo dito. Em outros momen- mesmo não se pode se dizer de seu
tos, Lucifel pausa o game e surge na visual: El Shaddai possui um estilo
tela para lhe explicar onde você está que impressiona e derruba (de novo)
ou quem é o novo personagem que as barreiras que separam os videoga-
você encontrou. E ele faz isso falan- mes das obras de arte. Os cenários
do diretamente com você, jogador, são coloridíssimos e possuem um tom
em trechos que não só quebram a di- minimalista que deixa tudo com um ar
etéreo e surreal, com destaque para
os momentos de plataforma 2D.
Os cenários possuem efeitos de luz ca-
prichados e detalhes - como o vento,
que é representado por nuvenzinhas
desenhadas, sopradas por um rosto
enigmático que fica no céu - que con-
tribuem bastante com o apelo artísti-
co. Os personagens (inclusive o pro-
tagonista) possuem um visual meio
andrógino e embora pareçam estra-
nhos quando vistos de perto, suas
animações são muito boas, salvos os
poucos momentos em que rolam al-
gumas quedas de framerate.
O departamento sonoro de El Shaddai
também faz bonito. O game apresen-
ta belas composições e coros que são
sutis na maior parte do tempo, mas
tornam-se épicos para valorizar bata-
lhas e momentos marcantes. As du-
blagens também cumprem seu papel
e os efeitos sonoros acompanham o
estilo abstrato do conjunto.
A jogabilidade é uma faca de dois
gumes: por um lado, El Shaddai se
apoia em um estilo hack n’ slash
que poderia deixar os combates bem
dinâmicos. Porém, o jogo apresenta
um sistema de armas que tenta
ser estratégico, mas acaba ficando
repetitivo: para começar só existem 3
armas, e você só pode carregar uma
de cada vez, geralmente precisando
roubá-las dos inimigos.
A primeira é um tipo de espada denta-
da luminosa, o Arch. A segunda é um
escudo que também serve para ata-
há barra de energia, nem contador de
pontos, nada. O estado de sua arma-
dura - que se quebra constantemente
- é a única pista que você tem de sua
integridade física. Curiosamente ao se
terminar o game uma vez, você pode
optar por colocar os huds na tela, o
que facilita muito a sua vida, embora
apenas isso não justifique uma segun-
da partida.
É fácil delirar com o visual rico de El
Shaddai mas passado este deslum-
bramento inicial, fica nítido que seu
gameplay é repetitivo e que sua histó-
ria tinha potencial para ser muito me-
lhor desenvolvida. El Shaddai oferece
uma boa experiência de jogo, embora
limitada. Com um pouco mais de poli-
mento, o game poderia ser referência
no gênero. Do jeito que está, El Sha-
ddai vale mais pelo apelo artístico do
car, o Veil. Por fim temos o Gale, um que pelo jogo em si.
conjunto de dardos teleguiados. Até
aí tudo bem. O problema é que, além
da pouca variedade, estas armas uti- Avaliação
lizam um princípio do tipo “pedra, pa-
pel e tesoura”: os dardos são fortes Visual
contra inimigos com a espada, e a es-
pada deve ser usada contra inimigos Gameplay
com o escudo. Como o principal meio
Diversão
de conseguir armas é roubando-as,
não é raro acontecer de você estar Áudio
portando a arma errada contra um
grupo de inimigos, o que pode deixar
Visual deslumbrante
até a mais simples das batalhas longa
e tediosa. Trilha sonora
História mal aproveitada
As batalhas também se tornam meio
imprevisíveis por uma escolha um Jogabilidade repetitiva
tanto questionável de design: talvez
para manter o visual clean, El Shaddai
não possui nenhum hud na tela. Não
Nota final: 77
CLÁSSICOS
Super Punch-Out
H.E.R.O
The Legend of Zelda: Ocarina of Time
clássico
SUper Punch-out!!
A
geração 16 bits é muito famo- Com um estilo diferente da maioria
sa por seus excelentes games dos jogos de luta da época, Super
de aventura e plataforma. Punch-Out!! coloca a câmera nas cos-
Mas houve um outro gênero que se tas do personagem, de modo que o
desenvolveu muito nas plataformas jogador encara o adversário de frente.
da quarta geração: os jogos de luta. Little Mac pode executar diferentes ti-
Dentre diversos títulos de sucesso, o pos de golpes, como jabs, cruzados e
Super Nintendo foi agraciado com Su- ganchos, além de movimentos de es-
per Punch-Out!!, um clássico que co- quiva e defesa.
locava lutadores com cara de desenho
animado em divertidas lutas de boxe! Infelizmente esta preocupação com
as regras do boxe era totalmente ig-
Produzido pela Nintendo e lançado norada por alguns adversários, que
em outubro de 1994, Super Punch- podiam dar chutes e até mesmo car-
Out!! é o quarto game de uma série regar um cajado para o ringue! Gor-
que começou nos arcades em 1985. duchos, velhotes, príncipes, brucutus
A versão de Super Nintendo colocava mascarados que pareciam saídos das
o jogador na pele de Little Mac, um “luchas libres” mexicanas... cada per-
jovem lutador que almeja se tornar o sonagem possui um visual específico,
campeão da World Video Boxing As- e geralmente poucos deles realmente
sociation. parecem boxeadores.
Super NES | Esporte | 1996 | 1 jogador | Produtora: Nintendo | Publisher: Nintendo
Identificar o padrão de ataque é essencial para vencer em Super Punch-Out.
É impossível não lembrar de figuras
como o palhaço gorducho Mad Clown
ou o “lenhador” Bear Hugger. O visu-
al cômico dos personagens ganhava
força graças às animações do game,
que mostravam os lutadores fazendo
as mais bizarras caretas sempre que
tomavam um golpe.
O sucesso de Super Punch-Out!! per-
mitiu que o game fosse relançado pos-
teriormente para outras plataformas.
Em 2005, a Electronic Arts incluiu este
clássico como um bônus destravável
para a versão GameCube de seu Fight
Night Round 2.
Já em 2009, a Nintendo disponibilizou
o game original em seu Virtual Con-
sole, lançando em seguida uma nova
versão do game, intitulada Punch-
Out!! Wii, game que traz diversas
novidades, mas mantém a melhor
parte do game - sua diversão - prati-
camente intacta.
clássico
H.E.R.O
H
.E.R.O. é um clássico da gera- riados perigos: aranhas, morcegos,
ção 8 bits, lançado em 1984 paredes de magma escaldante mui-
pela Activision para o saudoso tas outras surpresas que tornam cada
Atari 2600. Embora o termo “hero” fase uma experiência imprevisível.
tenha tudo a ver com a proposta do
game, o título é uma sigla, e significa A bateria escassa do helicóptero e o
Helicopter Emergency Rescue Opera- estoque limitado de dinamites também
tion. são obstáculos e para chegar inteiro ao
final de cada estágio, o jogador deve
A proposta do game era bastante sim- utilizar ambos com muito cuidado. A
ples: no comando de Roderick Hero, jogabilidade é extremamente sensível
o jogador se valia de bombas, um ca- e demanda uma mão firme para que o
pacete que dispara raios laser e um helicóptero seja guiado com precisão,
interessante helicopter pack - o avô pois qualquer movimento brusco sig-
dos famosos jetpacks do futuro - para nifica morte certa.
resgatar uns pobres mineiros que fi-
caram presos nos subterrâneos de H.E.R.O. é um dos games mais desa-
uma mina. fiadores da geração 8 bits, e sua difi-
culdade, aliada ao seu alto potencial
É claro que chegar até eles não é ta- de se tornar viciante, fizeram deste
refa fácil pois em seu caminho, nosso título o clássico que ele é hoje!
intrépido herói encontra os mais va-
Atari 2600 / 5200 | Plataforma | 1984 | 1 jogador | Produtora: Activision | Publisher: Activision
clássico
The legend of Zelda
OCarina of time
N
em todo clássico consegue su- rina of Time, lançado em 1998 para o
perar a passagem das gerações saudoso Nintendo 64.
e manter sua qualidade intac-
ta. Felizmente, a série The Legend of Tido por muitos como o primeiro
Zelda é um grande exemplo que não game na cronologia da série - algo
só manteve a qualidade da franquia, que nunca foi confirmado oficialmente
como melhorou-a em praticamente pela Nintendo - o game joga um
todos os aspectos. O marco desta rev- jovem Link da simples missão de
olução foi The Legend of Zelda: Oca- conseguir sua fada guia (a irritante
Nintendo 64 | Aventura | 1998 | 1 jogador | Produtora: Nintendo | Publisher: Nintendo
Navi) em algo bem maior: ele deve
resgatar a Princesa Zelda das Mãos
de Ganondorf, salvar um grupo de
sábios, e impedir que o vilão bote as
mãos no Triforce, um artefato místico
dotado de grandes poderes.
Para encarar este desafio, Link se
valerá da Ocarina do Tempo, um
instrumento mágico que permite que
ele viaje no tempo e realize diversas
proezas fantásticas, desde que
saiba tocas as músicas corretas. No
decorrer do game, várias músicas são
ensinadas ao personagem, e tocá-las
direito é apenas uma fração do desafio
proposto pelo game.
Sim, pois em termos de desafio, este
episódio da série será sempre lem-
brado pelos fãs, graças aos templos
repletos de puzzles, dentre os quais
o destaque é o famigerado Templo da
Água, que queimou os neurônios de
milhões de gamers com seus enigmas
pra lá de difíceis.
Entre as boas novidades que fizeram
deste game um clássico temos o fato
deste ser o primeiro game tridimen-
sional da série, o que agregou diversas
novidades à jogabilidade. A Nintendo
aproveitou ao máximo o potencial do
Nintendo 64 e tornou a Hyrule tridi-
mensional realmente grandiosa.
The Legend of Zelda: Ocarina of
Time forjou novos caminhos para
a franquia e seu estilo inovador
conquistou diversos prêmios, sendo
apontado como o segundo melhor
game da Nintendo de todos os tempos
pela Nintendo Official Magazine.
Recentemente, este clássico recebeu
um belo remake para o Nintendo 3DS,
que é uma ótima pedida tanto para
quem já jogou quanto para quem
quer conhecer este fantástico game.
geek stuff
Cortador de pizza Star Trek
Está pensando em chamar os amigos para comer uma pizza na sua casa? Não
deixe seu geek style de lado neste momento de confraternização: com o cor-
tador de pizza Enterprise sua refeição se tornará uma verdadeira Jornada nas
Estrelas!
Preço: US$ 29,99
Onde encontrar: thinkgeek.com
Boneco zumbi
Para quem acha bichos de pelú-
cia fofinhos, mas tem vergonha
de tê-los no quarto, este simpático
zumbizinho de pelúcia é uma ótima
pedida. Como zumbis combinam
com quase tudo no mundo, com
certeza este zumbi vai combinar
com o seu quarto sem macular a
sua imagem de machão.
Preço: US$ 19,99
Onde encontrar: thinkgeek.com
Capacho Pitfall
Que tal receber as visitas em sua casa com
este nostálgico tapete de crocodilo no me-
lhor estilo Pitfall 8-bits? Ideal para gamers
old school, pessoas que curtem um esti-
lo retrô, ou simplesmente gamers de bom
gosto. Um acessório tão legal que daria
até pena de limpar os pés nele, não acha?
Preço: US$ 69,90
Onde encontrar: meninos.us
Vagalume eletrônico em jarro
Você já deve ter visto em filmes alguém prendendo
vagalumes em um vidro, não é? Para fazer isso na
vida real - e manter os pobres vagalumes livres -
você pode apelar para este belo vagalume eletrônico
que acende e voa de verdade (movido à pilha, claro).
Se ilumina bem a gente não sabe, mas que é bonito e
ecologicamente correto, não podemos negar.
Preço: US$ 19,99
Onde encontrar: thinkgeek.com
Cabide Like Facebook
Para quem está o tempo todo conectado
nas redes sociais, este cabide estilo Fa-
cebook vai “curtir” todas as roupas, toa-
lhas e acessórios que você pendurar nele.
Também pode ser um bom presente para
aquele seu amigo que fica o dia todo na
rede social e esquece de se sociabilizar
fora da web.
Preço: US$ 29,90
Onde encontrar: meninos.us
networks
Fruit Ninja Kinect
Live - 10 dólares
Não seria exagero dizer que Fruit
Ninja Kinect é a versão definitiva
deste game que já é um sucesso
em plataformas móveis. As telas
touchscreen são deixadas de lado, e
com o Kinect o jogador precisa utilizar
os dois braços para fatiar laranjas,
bananas, melancias, e muitas outras
frutas, sempre tomando cuidado para
não acertar as bombas que surgem nos
piores momentos. Com quatro modos
de jogo distintos - arcade, classic, zen e
challenge - o jogo apresenta conteúdo
destravável e conquistas. Fruit Ninja
Kinect é diversão garantida para jogar
com os amigos, e é sem dúvida uma
das melhores opções custo benefício
para quem possui um Kinect.
Rock of Ages
PSN, Live, Steam - 10 dólares
Lembra do bizarro game da pedra gi-
gante que nós te mostramos no blog da
Arkade? Pois é, ele já está disponível
para download, e é sem dúvida uma boa
pedida para quem gosta de jogos que fo-
gem do lugar comum. Com uma mecâni-
ca que lembra a estranha série Katamari,
no game você controla uma enorme pe-
dra redonda e seu objetivo é basicamen-
te passar por cima de tudo o que estiver
no seu caminho, enquanto avança por
cenários que ilustram a evolução da raça
humana. Época medieval, renascença,
tempos modernos... passe por cima de
tudo neste game divertido e sem noção.
Street Fighter III
3rd Strike : Online Edition
PSN, Live - 15 dólares
Embora não seja tão famoso quanto seu
antecessor Street Fighter II, ou seu su-
cessor, Street Fighter IV, o terceiro game
da série oficial do game de luta mais po-
pular do mundo possui uma jogabilidade
sofisticada e apresentou diversos perso-
nagens que hoje são famosos como Dud-
ley, Ibuki, e os irmãos Yun e Yang. Embo-
ra este relançamento não tenha recebido
o upgrade visual visto em Super Street
Fighter 2 HD Remix, ele recebeu um up-
grade para suportar telas widescreen, e
possui opções para partidas online, com
direito a leaderboards e troféus, além de
um sistema de pontos que podem destra-
var roupas, artworks e músicas.
voice chat
Free-to-play vs.
Pay-to-win
D
e uns tempos para cá, a inter- Aí entra o famigerado pay-to-win (pa-
net foi bombardeada por de- gue para ganhar): em um jogo plane-
zenas de MMOs, RTSs e RPGs jado para ser jogado online, oferecer
que se amparam no sistema free-to- mais “ferramentas” para quem paga
-play para angariar jogadores. Como é praticamente conceder a vitória a
o próprio nome sugere, estes jogos quem está disposto a gastar mais di-
são gratuitos, e o jogador - em teoria nheiro. Isso para não dizer que os jo-
- não precisa gastar nenhum tostão gadores que não querem gastar aca-
para jogá-los. bam ficando com aquela sensação de
estar jogando algo incompleto.
O problema é que este free-to-play
que virou moda é uma baita propa- Será que ao invés de investir neste
ganda enganosa. É como se as em- tipo de distribuição, não seria melhor
presas dissessem “olha, sem pagar as empresas simplesmente lançarem
nada você só pode ir até aqui, mas se o game por um valor mais em conta,
me pagar X dólares, poderá ter acesso que chamasse a atenção dos jogado-
a isso, aquilo e mais isso”. res free-to-play? Talvez os lucros de-
las fossem até maiores, afinal de con-
E não estamos falando de coisas ba- tas, o que é melhor para quem joga:
nais como novos modelos de chapéus! pagar por um jogo inteiro ou jogar de
Diversos games só permitem que o graça um game incompleto? Eu fico
jogador evolua até certo ponto sem com a primeira opcão, e você?
pagar, deixando grande parte dos up-
grades e habilidades restritas, só des- Rodrigo Pscheidt
travando-as quando o jogador resolve
tirar o escorpião do bolso.
Game Over
Continue?
Yes No
NA PRÓXIMA EDIÇÃO
Gears of War 3
Rage
F1 2012 X-men Destiny
PARCEIROS