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0 Antropologia-26

As comunidades na Amazônia enfrentam ameaças devido a mega projetos e exploração mineral, levando a resistências organizadas. A Federação das Associações de Moradores e outras organizações elaboraram protocolos de consulta prévia para defender seus territórios, baseados na Convenção nº 169 da OIT. A mobilização busca garantir direitos e promover a gestão sustentável dos recursos naturais, reafirmando valores e tradições locais.

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As comunidades na Amazônia enfrentam ameaças devido a mega projetos e exploração mineral, levando a resistências organizadas. A Federação das Associações de Moradores e outras organizações elaboraram protocolos de consulta prévia para defender seus territórios, baseados na Convenção nº 169 da OIT. A mobilização busca garantir direitos e promover a gestão sustentável dos recursos naturais, reafirmando valores e tradições locais.

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O reconhecimento das comunidades na Amazônia, no entanto, se dá cada vez

mais em um contexto de muitas ameaças e conflitos em meio às manifesta-


ções das mudanças climáticas. Têm mobilizado as comunidades os mega pro-
jetos de construção de ferrovia, a instalação de grandes portos e mineroduto
para escoamento da produção mineral, atravessando terras das comunidades
quilombolas Laranjituba e África no Baixo Tocantins, e o avanço da exploração
mineral no PAE Lago Grande em Santarém.

Há, portanto, resistências. No Baixo Tocantins, as organizações agroextrati-


vistas Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assenta-
mento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (FEAGLE), o Sindicato dos Tra-
balhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém (STTR)
e a AQUIBAC, em sua luta, elaboraram protocolos de consulta prévia, livre e
informada com base na Convenção nº 169 da OIT5, com apoio da FASE, para
defesa de seus territórios. Esses protocolos foram aprovados em reuniões co- 5. A Convenção nº 169
da Organização Interna-
munitárias e plenárias com centenas de famílias.
cional do Trabalho (OIT),
A mobilização e participação das comunidades, envolvendo as organizações ratificada pelo Brasil em
2002, é o primeiro instru-
locais e municipais, também ocorrem na elaboração de planos de uso dos re-
mento jurídico interna-
cursos naturais como instrumentos de gestão para a sustentabilidade ambien- cional que reconhece os
tal, social e econômica dos territórios. O objetivo é tanto assegurar a coesão povos originários, os po-
interna quanto o registro junto aos órgãos fundiários, como o Instituto Nacional vos e comunidades tra-
de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), para proteção e reconhecimento dicionais como sujeitos
de direitos. Define sua
de direitos em contextos de ameaças e ocorrência de conflitos socioambien-
autodeterminação e ex-
tais e agrários. plicita a necessidade de
consulta prévia, livre e
Os seus conteúdos desses planos, que apontam direitos e deveres de seus
informada como um ins-
moradores, mostram como se reafirmam e se renovam princípios e valores ba- trumento de negociação
seados no direito costumeiro de suas tradições, com regras estabelecidas co- antes de serem tomadas
letivamente. Eles definem formas de uso e domínio sobre a terra que garantam decisões que possam
aos moradores(as) o acesso e uso comum aos vários ambientes do ecossis- afetar seus bens ou di-
reitos. Os protocolos
tema no território, ampliando suas possibilidades de reprodução física e social.
servem como guias para
realização de consultas
A área de uso comum é um bem não sujeito à apropriação individual em ca-
aos territórios sobre atos
ráter permanente. São consideradas áreas de uso comum: rios, lagos, iga- administrativos e legisla-
rapés, igapós, praias, áreas de várzea, barrancos, caminhos centrais e áreas tivos que afetam o modo
de florestas comunitárias (FEAGLE, 2017). de vida desses povos.

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