Projetista de
Máquinas
Unidade 4
Eixos e Eixos-Árvores
Eixos e Eixos-Árvores
❑ Definição
❑ Materiais
❑ Fabricação
❑ Características Adicionais
❑ Dimensionamento
✓ Estático
✓ À Fadiga
❑ Exercícios
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Definição
❑ Elemento rotativo ou estacionário, geralmente
de seção circular, que tem montado sobre si
elementos como engrenagens, polias, volantes,
manivelas, rodas dentadas e outros elementos
de transmissão de potência.
Definição
❑ Eixo:
Elemento submetido à flexão
➢ Função: estrutural
❑ Eixo-Árvore:
Elemento submetido à flexo-torção
➢ Função: transmissão de potência.
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Material
❑ Os materiais mais usados para a confecção de eixos
são:
✓ Aço ABNT 1020; 1025; 1045;
✓ Aço ABNT 2340 (Cromo Níquel)
✓ Aço ABNT 4143; 4140 (Cromo Molibdênio)
✓ Aço ABNT 6115; 6120; 6140 (Cromo Vanádio)
✓ Aço ABNT 8640; 8660 (Cromo Níquel Molibdênio)
✓ Aço ABNT 51210; 21410 (Aço Inoxidável)
Quanto melhores as características do material, menor pode ser a
dimensão do elemento, economizando peso e tamanho, entre
outros, porém aumentando-se o custo da matéria-prima
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Fabricação
❑ Torneamento a partir de barras redondas:
✓ trefiladas até 𝟔𝟎 𝒎𝒎
✓ laminadas de 𝟔𝟎 𝒎𝒎 até 𝟏𝟓𝟎 𝒎𝒎
❑ Forjamento
✓ forjadas acima de 𝟏𝟓𝟎 𝒎𝒎
❑ Fundição
❑ Extrusão
❑ Sinterização
Fabricação
❑ Eixos ainda podem:
✓ ser tratados termicamente,
✓ sofrer processos adicionais de acabamento.
❑ Sempre que um eixo apresentar grande
diferença entre o diâmetro maior e o diâmetro
menor (escalonamentos de grandes dimensões),
tende-se a utilizar eixos forjados.
❑ Além disso, um eixo forjado apresenta
resistência mecânica superior em relação a um
eixo usinado.
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Características Adicionais
❑ Eixos de aço de alta resistência apresentam
mesma rigidez que os de aço comum;
❑ Eixos vazados com um furo de diâmetro igual à
metade do seu diâmetro externo pesa 75% e
apresenta momento de inércia igual a 94% de
um eixo inteiriço de mesmo diâmetro,
❑ Eixos que trabalham a altas rotações devem ser
balanceados.
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Tipos de Solicitações
𝝈 → tensão normal
𝝈𝒎 → tensão média
𝝈𝒂 → parcela da tensão aplicada que se alterna com o tempo
Dimensionamento Estático
❑ O dimensionamento de eixos se baseia na teoria
de vigas, de Resistência dos Materiais:
𝑀
𝜎= ≤ 𝜎𝑎 𝑑
𝑊𝑓
❑ onde:
𝝈 → tensão normal
𝝈𝒂𝒅𝒎 → tensão admissível
𝑴𝒊 → momento ideal
𝑾𝒇 → módulo de resistência à flexão
Dimensionamento Estático
❑ O módulo de resistência à flexão, pode ser obtido
através de:
𝜋 ∙ 𝑑𝑒3
𝑊𝑓 =
32
❑ onde:
𝒅𝒆 → diâmetro do eixo
𝑾𝒇 → módulo de resistência à flexão
Dimensionamento Estático
❑ Substituindo e isolando o diâmetro, temos:
𝑀
≤ 𝜎𝑎 𝑑
𝑊𝑓
𝑀𝑖
3
≤ 𝜎𝑎 𝑑
𝜋 ∙ 𝑑𝑒
32
3 32 ∙ 𝑀
𝑑𝑒 ≥
𝜋 ∙ 𝜎𝑎𝑑𝑚
Dimensionamento Estático
❑ Continuando...
3 32 ∙ 𝑀
𝑑𝑒 ≥
𝜋 ∙ 𝜎𝑎𝑑𝑚
3 32 3 𝑀𝑖
𝑑𝑒 ≥ ∙
𝜋 𝜎𝑎𝑑𝑚
3 𝑀𝑖
𝑑𝑒 ≥ 2,17 ∙
𝜎𝑎𝑑𝑚
Dimensionamento Estático
❑ Portanto:
3 𝑀𝑖
𝑑𝑚 𝑖 = 2,17 ∙
𝜎𝑎𝑑𝑚
para eixos de seção circular e interiço
❑ onde:
𝒅𝒎𝒊𝒏 → diâmetro mínimo aceitável para o eixo
Dimensionamento Estático
❑ Para eixo vazado, temos:
3 𝑀𝑖
𝑑 𝑚𝑖𝑛 = 2,17 ∙ 𝛽∙
𝜎𝑎𝑑𝑚
❑ onde:
𝒅𝒎𝒊𝒏 → diâmetro mínimo aceitável para o eixo
𝜷 → coeficiente de forma
Dimensionamento Estático
❑ O coeficiente de forma, é obtido através de:
1
𝛽= 4
𝑑𝑖
1− 𝑑
𝑒
❑ onde:
𝒅𝒊 → diâmetro do vazado do eixo
𝒅𝒆 → diâmetro do eixo
Dimensionamento Estático
❑ O momento ideal, é obtido através da relação
de Von Mises:
𝛼 2
𝑀𝑖 = 𝑀𝑐 2 + ∙𝑀
2
❑ onde:
𝑴𝒊 → momento ideal
𝑴𝒄 → momento fletor combinado
𝑴𝒕 → momento de torção
𝜶 → coeficiente de solicitação
Dimensionamento Estático
❑ O coeficiente de solicitação, é obtido de
acordo com o tipo de torção, ou seja:
para flexão alternada
𝛼 = 0,8
e torção constante
para flexão alternada
𝛼 = 1,0
e torção oscilante
para flexão alternada
𝛼 = 1,7
e torção alternada
Dimensionamento Estático
❑ O momento fletor combinado, é obtido através
da seguinte relação:
𝑀𝑐 = 𝑀 𝑓h 2 + 𝑀𝑓𝑣2
❑ onde:
𝑴𝒄 → momento fletor combinado
𝑴𝒇𝒉 → momento fletor horizontal
𝑴𝒇𝒗 → momento fletor vertical
Dimensionamento Estático
❑ Para o caso estático, a tensão admissível é
calculada pela equação:
𝜎𝑝𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜𝑠𝑎
𝜎𝑎 𝑑 =
𝐶𝑆
❑ onde:
𝑪𝑺 → coeficiente de segurança
𝝈𝒂𝒅𝒎 → tensão admissível
𝝈𝒑𝒆𝒓𝒊𝒈𝒐𝒔𝒂 → tensão perigosa, limite de projeto
Dimensionamento Estático
❑ A tensão perigosa 𝜎𝑝𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜𝑠𝑎 pode ser:
❖ Material Frágil
→ a tensão de ruptura do material 𝜎𝑟
❖ Material Dúctil
→ a tensão de escoamento do material 𝜎𝑒
❑ Tensões de ruptura e de escoamento de alguns
materiais são encontradas na tabela a seguir:
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construção de eixos.
Tabela 2.1 – Características principais de alguns aços para
Dimensionamento Estático
❑ O coeficiente de segurança, por sua vez, é
calculado pela equação:
• 𝐶𝑆 =𝑎∙𝑏∙𝑐∙𝑑
❑ onde:
• 𝒂 → coeficiente de tensão
𝜎 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜𝑠𝑎
𝑎=
𝜎𝑒
Dimensionamento Estático
❑ O coeficiente de segurança, por sua vez, é
calculado pela equação:
• 𝐶𝑆 =𝑎∙𝑏∙𝑐∙𝑑
❑ onde:
• 𝒃 → coeficiente de tipo de carga
𝑏 = 𝜑 𝑡. 𝑐. → carga constante → 𝑏 = 1,0
→ carga oscilante → 𝑏 = 1,5 ≈ 2,0
→ carga alternada → 𝑏 = 2,0 ≈ 3,0
Dimensionamento Estático
❑ O coeficiente de segurança, por sua vez, é
calculado pela equação:
• 𝐶𝑆 =𝑎∙𝑏∙𝑐∙𝑑
❑ onde:
• 𝒄 → coeficiente de modo de aplicação de carga
𝑐 = 𝜑 𝑚. 𝑎. 𝑐. → carga de aplicação gradual → 𝑐 = 1,0
→ carga de aplicação súbita → 𝑐 = 2,0
→ carga de aplicação com choque →𝑐=2≈5
Dimensionamento Estático
❑ O coeficiente de segurança, por sua vez, é
calculado pela equação:
• 𝐶𝑆 =𝑎∙𝑏∙𝑐∙𝑑
❑ onde:
𝒅 → coeficiente de tipo de material
𝑑 = 𝜑 𝑡. 𝑚. → material dúctil → 𝑑 = 1,5 ≈ 2,0
→ material frágil → 𝑑 = 2,0 ≈ 3,0
Dimensionamento Estático
❑ Uma tabela prática para o coeficiente de
segurança estático fornece:
Carga CS Observação
Gradual 1,5 ≈ 2,0 Estes valores
Constante devem ser
Súbita 3,0 ≈ 4,0
multiplicados
Pulsante 3,0 ≈ 5,0 por 2 a 3 se for
Variável considerado
Alternada 4,0 ≈ 8,0
perigo de vida
Choque 7,0 ≈ 10 humana
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Dimensionamento à Fadiga
❑ Fadiga
✓ Fenômeno que todo material sofre quando
submetido a uma solicitação variável.
✓ Inicia-se na superfície da peça, como uma micro
trinca.
✓ Provoca diminuição da área resistente da peça,
até uma ruptura repentina.
✓ A quebra por fadiga é explicada pela diminuição
da capacidade do material, à medida que o
número de ciclos de trabalho ocorre.
Fadiga
Nucleação da trinca
Propagação
da
trinca
Fratura súbita
(PERIGOSA)
Dimensionamento à Fadiga
❑ A equação de dimensionamento de um eixo em
fadiga, é a mesma utilizada para um eixo
vazado, ou seja:
3 𝑀𝑖
𝑑 𝑚𝑖𝑛 = 2,17 ∙ 𝛽∙
𝜎𝑎𝑑𝑚
❑ onde:
𝒅𝒎𝒊𝒏 → diâmetro mínimo aceitável para o eixo
𝜷 → coeficiente de forma
𝝈𝒂𝒅𝒎 → tensão admissível
𝑴𝒊 → momento ideal
Dimensionamento à Fadiga
❑ O coeficiente de forma, é obtido através de:
1
𝛽= 4
𝑑𝑖
1− 𝑑
𝑒
❑ onde:
𝒅𝒊 → diâmetro do vazado do eixo
𝒅𝒆 → diâmetro do eixo
❖ Caso o eixo não seja vazado → 𝑑𝑖 = 0 → 𝛽 = 1
Dimensionamento à Fadiga
❑ Para o caso de fadiga, a tensão admissível é
calculada pela equação:
𝜎𝑁
𝜎𝑎 𝑑 =
𝐶 ∙ 𝑆𝑁
❑ onde:
𝝈𝑵 → tensão à fadiga
𝑪 → coeficiente de carga
𝑺𝑵 → coeficiente de segurança à fadiga
Dimensionamento à Fadiga
❑ A tensão à fadiga 𝜎𝑁 pode valer:
𝝈𝑾 → para o caso de tração
𝝈𝒇𝒘 → para o caso de flexão alternada
𝝈𝒇𝒖𝒓 → para o caso de flexão oscilante
𝝉𝑾 → para o caso de torção alternada
𝝉𝒖𝒓 → para o caso de torção oscilante
❑ A relação entre as várias tensões acima é dada
na tabela 3.4
Dimensionamento à Fadiga
❑ A tensão à fadiga 𝜎𝑁 é obtida com o auxílio da
tabela 3.4, abaixo:
Dimensionamento à Fadiga
𝜎𝑓𝑤 = 𝜎𝑓𝑤10 ∙ 𝑏0
𝝈𝒇𝒘 → tensão à fadiga para flexão alternada
𝒃𝟎 → coeficiente dimensional
𝝈𝒇𝒘𝟏𝟎 → tensão limite à fadiga para flexão alternada
e eixos de 10mm de diâmetro (tabela)
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❑ Tabela para obtenção de 𝜎𝑓𝑤10
Dimensionamento à Fadiga
𝜎𝑓𝑤 = 𝜎𝑓𝑤10 ∙ 𝑏0
❑ Tabela para obtenção de 𝜎𝑓𝑤10
Dimensionamento à Fadiga
𝜎𝑓𝑤 = 𝜎𝑓𝑤10 ∙ 𝑏0
❑ O coeficiente dimensional 𝑏0 é obtido com o auxílio
da seguinte tabela
𝑑 10 20 30 50 100 200 300
𝑏0 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,57 0,56
Dimensionamento à Fadiga
❑ O coeficiente de carga (𝐶), é obtido através da
relação:
𝑄𝑟𝑒𝑎𝑙
𝐶=
𝑄𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎
𝑪 → 𝟏, 𝟎 ≅ 𝟏, 𝟓
❑ onde:
𝑸𝒓𝒆𝒂𝒍 → carga real
𝑸𝒕𝒆ó𝒓𝒊𝒄𝒂 → carga teórica
Dimensionamento à Fadiga
❑ O coeficiente de segurança à fadiga (𝑆𝑁 ) , é
obtido através da relação:
𝑆𝑁 → 1,1 ≈ 1,8 → Quando 𝜎𝑒 for fator decisivo no dimensionamento
→ 1,8 ≈ 2,5 → Quando 𝜎𝑟 for fator decisivo no dimensionamento
→ 3,0 ≈ 6,0 → Quando 𝜎𝐾 for fator decisivo no dimensionamento
❑ onde:
𝝈𝒆 → tensão de escoamento
𝝈𝒓 → tensão de ruptura
𝝈𝑲 → tensão de flambagem
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Exercícios – (1)
❑ Determine o menor diâmetro possível para um
eixo maciço e estático, sabendo que o mesmo
possui um momento fletor combinado de
𝟗𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇 𝒎𝒎𝟐 e um momento de torção de
𝟕𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇 𝒎𝒎𝟐. O eixo encontra-se sob flexão
alternada e torção constante.
❑ Considere:
Material do eixo → ABNT 1035 laminado
Tipo de carga → oscilante
Modo de aplicação da carga → gradual
Exercícios – (2)
❑ Utilizando os mesmos dados do exercício
anterior, determine o menor diâmetro possível
para um eixo vazado e estático.
❑ Considere o furo do diâmetro igual à metade
do seu diâmetro externo.
Exercícios – (3)
❑ Um eixo maciço de 𝟓𝟎 𝒎𝒎 de diâmetro com um
detalhe em “V” encontra-se sob flexão
oscilante. Sabendo que o mesmo possui um
momento fletor combinado de 𝟗𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇 𝒎𝒎𝟐 e
um momento de torção de 𝟕𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇 𝒎𝒎𝟐 ,
Determine se o eixo esta dimensionado
corretamente.
❑ Considere:
Material do eixo → ABNT 1035 laminado
Carregamento dinâmico (fadiga)
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