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A Religião Afro Nação, Umbanda, Quimbanda

O livro 'A Religião Afro: Nação – Umbanda e Quimbanda' de Pae Marcelo de Bará é uma introdução às práticas e doutrinas das religiões afro-brasileiras, abordando suas origens, rituais e a sincretização com o catolicismo. O autor busca compartilhar seu conhecimento e experiências para ajudar aqueles que desejam entender melhor essas tradições. O texto também discute aspectos financeiros e obrigações dentro da religião, enfatizando a importância da fé individual.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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A Religião Afro Nação, Umbanda, Quimbanda

O livro 'A Religião Afro: Nação – Umbanda e Quimbanda' de Pae Marcelo de Bará é uma introdução às práticas e doutrinas das religiões afro-brasileiras, abordando suas origens, rituais e a sincretização com o catolicismo. O autor busca compartilhar seu conhecimento e experiências para ajudar aqueles que desejam entender melhor essas tradições. O texto também discute aspectos financeiros e obrigações dentro da religião, enfatizando a importância da fé individual.
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Religião

Afro
Nação - Umbanda - Kimbanda

Volume -1-
Pae Marcelo de Bará
© Publicação da Torre Negra
2017

A Religião Afro: Nação – Umbanda e Quimbanda


Vol -1-

Por Pae Marcelo de Bará

Primeira Edição

Design e Layout: Publicação da Torre Negra

Site: www.blacktowerpublishing.com

Contato: [email protected]

Capa e Ilustrações: Daemon Barzai

Portfólio: http://daemon-barzai.artworkfolio.com/

Publicação da Torre Negra © 2017

O Conteúdo deste livro não pode ser reproduzido ou publicado


em qualquer formato sem a permissão por escrito do autor.

ISBN-13: 978-1543207859
ISBN-10: 1543207855
Bem-vindo
Sempre procurei manter a ordem em minhas doutrinas, sempre procurei ser
equitativo e equilibrado com cada filho da religião. É por isso que esta
sucessão de volumes nasce das minhas notas e manuscritos. Mas, resolvi
tornar público, para que qualquer pessoa que queira conhecer a religião afro-
brasileira possa fazê-lo. Tentarei orientá-los da mesma forma que fiz com
meus filhos de religião, aos poucos, aos poucos. Espero que você possa
encontrar nesses escritos as respostas que o trouxeram até aqui. Existem
muitas maneiras de fazer as coisas e respeito todas elas. Esta é a minha
verdade e espero ser respeitada.

Que a luz dos Orixás te guie…


Marcelo de Bara
Índice
Este primeiro volume tenta ser uma introdução a diversos tópicos e eles
crescerão em complexidade à medida que avançam. Esses são os tópicos
pelos quais proponho começar.

As origens
-13-
Como funcionam os empregos?
-15-
Locais de expedição
-16-
O dinheiro
-18-
As obrigações
-20-
Os Orixás
-22-
Caridade e Humildade
-23-
Tipos de Incorporação
-23-
Tipos de mediunidade
-24-
Para que as coisas se cruzem
-25-
Conserte o Orixá
-25-
Os Eixos e sua Importância
-26-
Como incorporar
-26-
Orixás
-27-
Os guias imperiais

-
28-
A roupa
-28-
O Trabalho
-29-
Para levar em conta
-29-
Velhos e Jovens Santos
-30-
Chão, Andar, Batuque
-30-
Umbanda Branca e Cruz
-32-
O Chefe
-33-
Os Caboclos
-33-
Cerimônia de Umbanda
-35-
Eco, Oferta e Trabalho
-39-
Exú, Mensageiro dos Orixás
-41-
Mae Yurema
-42-
O baterista
-42-
Linhas Religiosas
-43-
Falanges, cidades, reinos, comandantes
-44-
Primeiro para Exú, primeiro para Bará
-45-
As primeiras chegadas
-45-
Exú, o Demônio Cristão
-46-
A Adivinhação de Exú
-47-
O primeiro na Umbanda

-
47-
Destaques dos livros-47-

Pemba Vermelha – Pemba Branca-48-

As demandas não são avaliadas


-49-
Ao Entrar no Cemitério
-49-
Macumba
-50-
Os Mensageiros-50-

Pai Nosso da Umbanda


-51-
Hino da Umbanda
-52-
Umbanda do Zélio
-52-
Os padrinhos
-53-
Dogmas-53-

Algumas datas
-55-

Ogúm-56-
Alguns relacionamentos
-57-
Alguns dados anedóticos
-58-
Alguns Exús
-59-
Como o Terreiro se move
-60-
Os dados
-61-
Dados Pae Xapana
-62-
O Carnaval

-
63-
Como são preparadas as refeições de
Exú-65

Ilustrações
Mae Yurema
-38-
As origens
As religiões afro, como o próprio nome indica, nasceram na África, é a
religião dos escravos NEGROS que foram parar nos Estados Unidos. Durante
a viagem, visitaram diversos portos, onde foram deixados pelo caminho
aqueles escravos que não se encontravam em ótimas condições. Não só
sobraram os escravos, mas também levaram consigo seus costumes e crenças,
dando nomes a diferentes religiões mescladas aos costumes de cada um dos
lugares.

Desde que saíram da África, alguns ficaram no Haiti, criando o Vodu


Haitiano, outros pararam no Brasil, dando origem à Umbanda e à Quimbanda,
outros desembarcaram em Cuba, criando a Santería, e como resultado final
chegaram aos Estados Unidos. Podemos então afirmar que basicamente as
crenças são iguais ou semelhantes, mas com nomes diferentes.

Os negros africanos adoravam os Orixás, divindades que governam e são


forças da natureza. O problema é que ao chegarem às terras brancas,
decidiram cristianizá-las, resultando em um culto sincrético. Quando falamos
de sincretismo, queremos dizer que os escravos foram obrigados a dar nomes
católicos às suas divindades africanas para continuarem a adorá-las. Assim,
buscando correspondências, ou melhor, igualdades, determinaram quais eram
as obras dos santos católicos e quais eram as dos Orixás.

Vamos dar um exemplo:

Guerreiro Bará Orixa, dono das sete chaves do céu e do inferno, dono da
masculinidade, aquele que abre e fecha todos os caminhos, aquele que dá
trabalho a quem pede. E seus correspondentes católicos São Pedro e São
Cayetano.

O problema que os negros encontraram é que não podiam cultuar diretamente


seus ancestrais, que viviam nas ocutas (pedras sagradas que vibram na mesma
sintonia de certas energias da natureza).

Decidiram então fazer um poço no chão e colocar essas pedras no subsolo,


colocando as imagens católicas correspondentes em cima do poço. Dessa
forma, quando seus escravizadores os controlavam, viam que os negros
rezavam para os santos católicos, quando na verdade adoravam seus Orixás
que estavam abaixo deles.
Foi assim que cada um dos Orixás foi sincretizado, o problema foi ao chegar
à figura de Exú, que não encontrou sincretismo dentro do panteão de santos, e
por ser uma figura polêmica, Exú só teve que ser sincretizado com a figura do
Diabo. Portanto podemos dizer que Exú é o demônio cristão, ou pelo menos
foi assim para os patrões brancos. Desta forma e graças ao desconhecimento
dos brancos sobre o assunto, os negros aproveitaram-se do medo que os
brancos sentiam em relação a rituais estranhos, e isso deu alguma liberdade
aos escravos, saber que o patrão tinha medo deles fez com que se sentissem
um um pouco mais de graça.

Se voltarmos aos Orixás podemos dizer que dependendo do local do Brasil


onde desembarcaram, o culto tem nomes diferentes, como o Batuke (para os
batuques) ou o Candomblé (para as danças).

A religião afro é transmitida oralmente, e os responsáveis por realizá-la são os


padres, que são conhecidos pelo nome de Pae de Santos ou Mãe de Santos,
dependendo do sexo, e é isso que tentarei fazer a partir de agora , transmitir
doutrina. Sabemos que existem diferentes tipos de trabalho (ou comumente
chamados de bruxaria).

Mas a primeira questão que se coloca é: O que são empregos e como


funcionam?...
Como funcionam
os empregos?
Começaremos explicando o que são empregos e como funcionam. Para ter em
conta temos vários tipos de empregos, são as ofertas, os escritórios e os
próprios empregos. Um trabalho é uma preparação feita para obter um
determinado resultado. Como exemplo, imaginemos que queremos unir duas
pessoas de forma amorosa. Vamos colocar dois nomes hipotéticos, Roberto e
Analía. Bem, o que faremos é trabalhar com uma entidade específica para unir
essas duas pessoas.

Como é que isso funciona?. Um apresenta um emprego a uma entidade e pede


que Roberto e Analía fiquem juntos. Esta entidade assume o trabalho, vai
conversar com as entidades de Roberto e Analía e tenta convencê-los de que
as duas pessoas têm que ficar juntas. Se as entidades concordarem, o trabalho
estará feito. Se as entidades não estiverem, certamente a entidade com quem
fizemos o trabalho tentará negociar com parte do seu salário para convencer
as outras entidades. Se você não tiver sucesso, o trabalho não valerá a pena.
Se conseguir, certamente as entidades de Roberto e Analía (para que se
entenda) falarão aos ouvidos de seus filhos e lhes dirão coisas como: “Roberto
vê Analía como ela é bonita”. Bom, tudo isso é um exemplo e uma forma
gráfica que pensei em escrever para que possa ser entendido de forma
simples. Na realidade o processo seria um pouco mais complicado e não tão
infantil.

Locais de expedição
Cada grupo de entidades tem o seu próprio local de expedição (seu local para
deixar oferendas, trabalhos, etc.). Além disso, cada entidade pode ter seu
próprio local de envio ou solicitar que algo seja enviado para um determinado
local. Em termos gerais, podemos dizer que o local de exercício mais comum
poderá ser a residência (local onde reside cada um destes grupos de
entidades).

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Vamos dividir a questão em 3: La Nación, La Umbanda (Los Caboclos) e La
Quimbanda. Em linhas gerais, podemos dizer que para os Orixás podemos
despachar na praia. Para os caboclos, no mato. E para os Exús, na Rua. Mas
também podemos ser mais refinados.

Comecemos pelos Exús. E quando falo de Exú, neste momento, estou me


referindo ao passeio de Exú e Pomba. Cada Exú pertence a um reino e a uma
vila, portanto, se um Exú pertencesse ao “Reino da Kalunga”, seu local de
expedição poderia ser no cemitério (Pequena Kalunga). Embora, de forma
genérica, também pudesse ser deixado numa Encruza sob o meio-fio da
calçada (na esquina).

Para os Exús as ruas serão encruzilhadas em formato de cruz (X ou +). Já para


as Pomba giras, essas travessias devem ter a forma de um (T) (o que é mais
comumente conhecido como entroncamento em T ou entroncamento Pomba
gira).

A mesma coisa acontece com os caboclos, alguns deles possuem casas e sítios
próprios. E será lá, onde ficarão seus escritórios. Ou como dissemos antes, de
forma genérica, pode ficar no mato.

Para os Orixás, a casa genérica poderia ser a praia ou, na sua falta, o mar.
Embora o mar seja normalmente a casa genérica de cada entidade. Para
caboclo, Orixá ou Exú. Também pode ser enviado por mar. Embora como
sabemos, cada professor com seu livrinho.

Vou dar o que, para nós, são alguns dos locais de expedição dos diferentes
Orixás:

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Bará: Numa encruzilhada, perto de um lixão.

Ogúm: Nos trilhos do trem.

Oía: Nos matos ou na Kalunga, dependendo da passagem da Mae Oía que


falamos.

Xangó: Nas pedreiras: por exemplo, locais nas praias, onde há pedras com
pontas arredondadas.

Oba: Nos arbustos.

Ossanha: Em locais abertos ou montanhas.

Xapaná: Nas groselhas.

Ibejis: Nas praças

Oxúm: Nos rios ou locais onde há movimento de água doce.

Iemanjá: No mar.

Oxalá: Na praia.

Junção em T

O dinheiro
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O dinheiro é um tema controverso na religião. Já ouvi muitas vezes meus
filhos dizerem: “No dia em que for solto, não serei pago por cumprir uma
obrigação”.

Bom, vamos falar de dinheiro, no meu caso costumo cobrar uma mensalidade
pelo aluguel do Terreiro (templo) e de um mercadinho. É de conhecimento
público que na maioria dos templos é cobrada uma taxa ou taxa mensal.
Também é verdade que muitas vezes esse dinheiro fica com o Pae de santo e
nada se compra nem se paga nada. O que gera discussão e o desconforto
lógico das pessoas que compõem o Terreiro. Sabe-se também que as
obrigações, as mãos da faca, são cobradas. E em alguns casos, não o meu,
também é cobrado a Jogada de Búzios, o lançamento de cartas ou o trabalho
feito para as crianças. Não julgo nem justifico, cada um faz o que acredita ser
mais correto. É verdade que há muitas pessoas (não o meu caso) que só vivem
da religião, dependendo dela cem por cento financeiramente, o que torna
muito compreensível que tenham que cobrar por tudo o que fazem. O que
vejo de errado é que a coleção dessas coisas é encoberta, com alguma
justificativa mística. Por exemplo: “se eu não cobrar, então o Machado da
miséria vem e nos come a todos”. Se essa pessoa realmente acreditasse nisso.
Ela poderia pedir um pagamento simbólico, como 7 moedas, e nesse caso
estaria coberta pelo “monstro peludo que a come”. No meu caso, acredito que
os Machados deveriam ser pagos, para demonstrar o interesse e o sacrifício da
pessoa. Ao longo de todos esses anos que tenho filhos de religião, dei
inúmeras facas, e a outros não cobrei nada diretamente, e me ofereci para não
cobrar. Mesmo assim, vejo que talvez não cumpram a obrigação que a meu
ver deveriam cumprir. Então, pelo que eu disse, já há algum tempo, decidi que
quem realmente quiser fazer alguma coisa terá que pagar como eu paguei na
época. O leitor também não vai pensar que o que cobro é muito (embora
quanto ou pouco dependa do bolso de cada um). O que eu cobro é metade do
que me cobraram na época. E as obrigações dos meus filhos, costumo gastar
metade desse dinheiro com eles mesmos. Mas bom, como eu disse antes, essa
é uma questão particular de cada Pae ou Mãe de santo.

E cada um saberá, não venho julgar nem justificar. O que é verdade é que um
templo não é mantido por ar e você deve comprar algumas coisas mínimas,
como velas ou coisas para fazer oferendas, carvões e coisas para defumar. Ou
você contribui com uma mensalidade ou deve contribuir com um desses itens.
Mas ei, o que detalho são coisas comuns.

Tenha cuidado quando for ameaçado de colocar dinheiro, pois também ouvi
isto em muitos casos: que em alguns territórios as crianças são controladas
pelo medo e a única coisa que fazem é pegar dinheiro. Quando for esse o

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caso, desconfie. Ninguém pode forçar ninguém a fazer algo que os faça sentir-
se mal, e ninguém pode forçar ninguém a acreditar em algo que não queira
acreditar. Isto é fé, e a fé é individual para cada um de nós. Ninguém pode nos
forçar a acreditar, fazer ou pagar por algo com o qual não podemos ou não
concordamos.

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As obrigações
Gosto de comparar obrigações com uma bateria, digo que somos ou melhor,
temos uma quantidade x de energia, como uma bateria (==___). Quando
fazemos um piso carregamos essa energia (=====). Cada vez que fazemos
um trabalho, fazemos um pedido ou acendemos uma vela, essa energia
diminui (====_). Por isso, se alguém trabalha muito com religião, deve
cumprir obrigações a cada x tempo, já que essa pilha está gasta...

O que acontece quando continuamos incorporando ou trabalhando e não


recarregamos a bateria novamente? Bem, a bateria continua descarregando.
Igual (___________________________________) a única desvantagem,
é que o que se gasta é a nossa própria energia. Em algum momento, você
deve ter ouvido que a religião ou suas entidades estão corroendo uma pessoa.
Bem, é a isso que eles se referem, esta energia.

O problema é que quando a pessoa exagera e abusa, os anos passam e ela


nunca assume nenhuma obrigação. A pessoa geralmente cai em uma loucura
insana. Agora que o tema foi explicado, vamos contar quais são as obrigações
da Nação e quais são as da Quimbanda.

Em nossa Nação temos primeiro o batismo, cuja função é dar proteção ao


iniciado, e ele permanece sob o manto tutelar do Orixa do Pae ou Mae do
santo que realiza o batismo. Em seguida, é feito um primeiro andar chamado
Bori. (Vale esclarecer que outros aspectos religiosos costumam fazer
Oribibo). Esse Bori é um solo de 3 dias, que só é feito com pássaros (animais
de 2 pés). E sua função é receber Orixa de Cabeza. Neste terreno costuma-se
cruzar a imagem, o filme, as ferramentas do Orixa, o guia finito. O segundo
andar que é feito são os primeiros quatro pés dados. Aves também são
oferecidas neste terreno e a duração é de sete dias. Aqui, como os sucessivos
solos, o filho da religião assentará seus Orixás em seus Ocutas. Uma vez o
filho fez vários andares, e tem todos os seus orixás acomodados. Disse Orixa
recebe suas armas e sua fala. E como para finalizar, cumprem-se as
obrigações de Búzios (obrigação que se cumpre com os olhos vendados).

Por fim, a libertação, nesse momento o filho tem todas as suas facas,
machados e santos, e passa a ser religiosamente responsável por si mesmo.

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Da mesma forma que numa nação, na Quimbanda também temos obrigações.
A primeira será a Fala del Exú ou Pomba Gira que chega pela frente. Podendo
também atravessar nesta obrigação, uma imagem, um filme, um guia,
olhinhos. Então, a partir desta primeira refeição, a entidade deverá comer uma
ave a cada 3 meses. Como segunda obrigação, são entregues os primeiros
quatro pés, e recebida a planilha e a guia imperial. Sendo o filho logo na
Quimbanda. No terceiro quatro pés é recebida a faca liberada dos pássaros, e
no sétimo quatro pés é recebida a faca liberada da Quimbanda.

A Umbanda também tem obrigações, mas no que diz respeito à Umbanda


falaremos mais adiante em uma seção feita para o tema.

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Os Orixás
Embora na África existam mais de 500 Orixás, para a nossa linha são 16.
Cada Orixá representa uma força da natureza, como Iemanjá representa a
força do mar ou Oxúm que representa a força dos rios, ou Ele ouviu as
tempestades com seus relâmpagos. Isso significa que a água do mar vibra com
a mesma energia da Mãe Iemanjá.

Quando falamos de energia vibracional, estamos falando da energia de


ressonância de objetos, materiais ou energias. Um exemplo clássico é o do
copo de vidro que se quebra quando um cantor emite uma nota. Bem, para ser
sincero, nunca vi ninguém quebrar um copo cantando. Mas, quer isso seja um
mito ou não, a frequência de ressonância é real e é um conceito da física.

Continuando com nosso tema, falei que essa mesma energia vibracional se
encontra em tudo que está relacionado a cada Orixa. Sua cor, sua vela, seu dia
da semana, sua data. Então, por exemplo, dizemos que no dia 2 de fevereiro
vibra na mesma energia vibracional da Mae Yemanjá ou força do mar,
também temos que diferenciar a Energia pura do Orixa, para as entidades que
vêm aos batuques no nação nas sessões, já que estes não são os Orixás
primordiais. Imagine que uma pessoa que fosse incorporada à força do mar,
não teria corpo que aguentasse. Pois bem, em vez disso, vêm para o corpo
Egunes, e quando falo em Egunes, não tenha medo, estou me referindo a
espíritos de pessoas que já estiveram vivas, e não a quiumbas ou espíritos do
astral inferior. Como falei, o que chega são Egunes que vibram na mesma
energia vibracional da força do mar.

Caridade e
Humildade
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Caridade e humildade, dois preceitos muito importantes em nossas crenças.
Embora em muitas ocasiões seja muito difícil mostrar caridade e ser humilde,
é nossa obrigação como religiosos tentar ajudar as pessoas sem pedir nada em
troca. Acredito que se pode fazer a diferença com aqueles pedidos que só
atingem o egoísmo pessoal do indivíduo, como ser um trabalho de amor. Mas
se, pelo contrário, uma pessoa chega à nossa terra com, por exemplo, um
problema espiritual, é aí que colocamos em prática a nossa caridade,
procurando ajudar essa pessoa, sem esperar nada material em troca.

Tipos de
Incorporação
Irradiação, custo, incorporação, ocupação. Estes mencionados são os nomes
que normalmente se dão às diferentes sensações, sobre as energias das
entidades. Vamos começar falando sobre irradiação. Ocorre quando sentimos
a energia de alguma entidade, como um Exú que está próximo de nós.
Geralmente é vivenciado no início da turnê, antes da turnê, em uma sessão ou
mesmo na turnê de outra pessoa, pois o que sentimos é uma entidade próxima
a nós. Mas a irradiação não é apenas a percepção dessa entidade, mas estamos
nos referindo a uma percepção mais forte. Costuma-se dizer que uma pessoa é
irradiada quando em um passeio os médiuns conseguem perceber que a
pessoa foi abordada por uma entidade com a intenção de atacá-la.

Encost é aquele momento em que ocorre maior irradiação. Não é um


acréscimo. Isso geralmente ocorre nos primeiros passos do médium, e há
momentos em que um custo costuma ser percebido como uma incorporação,
mas não é o caso. Já a verdadeira incorporação ocorre quando uma entidade
assume o controle total do meio. É como chamam na Umbanda, que o cavalo
esteja montado.

A ocupação, diferentemente da incorporação, é involuntária e, poderíamos


mesmo dizer, mais violenta em alguns aspectos. Já na incorporação o médium
fica predisposto a entrar em transe para ser incorporado pela entidade.
Durante a ocupação, isso ocorre quase imediatamente. Esse tipo de
incorporação (ocupação) costuma ocorrer na Nação, pois se diz que o Orixá
não incorpora, ele ocupa, conceito que costuma ser muito discutido. Mas
temos que dizer que a perda de consciência pode ocorrer ou não e depende do

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tipo de meio ou do seu desenvolvimento. É assim, da irradiação à ocupação.
Então vou quebrar o mito de que um Orixa deve obrigatoriamente retirar a
consciência do médium, já que não é o caso. O que geralmente acontece é que
o Axero, ao colocar a pessoa para dormir, tende a fazê-la esquecer as
lembranças. Mas isto não acontece em todos os casos e, como disse, isso
depende do meio e/ou do seu nível de desenvolvimento.

Tipos de
mediunidade
Existem diferentes tipos de mediunidade e, embora não vá detalhá-los, vou
mencionar alguns. O que a nossa religião afro faz é desenvolver a
mediunidade da incorporação expressa. E ao mesmo tempo, e quase sem
querer, desenvolvem-se em algumas pessoas a clarividência, a visão e a
mediunidade auditiva. Existem alguns centros espíritas ou práticas religiosas,
como as missas palo, onde algumas dessas mediunidades são desenvolvidas
especificamente.

Há também escrita, fala, canalização, etc. Embora como já dissemos, em


nossa religião uma de nossas funções é desenvolver o médium para que ele
abra ou amplie sua capacidade de incorporação. Isto é conseguido através do
batismo, que é a cerimônia que permite a abertura inicial do chacra coronário
da cabeça. E as sucessivas digressões nas sessões.

Por que eles cruzam


coisas?
Você já deve ter ouvido falar em cruzar, ou cruzar isto ou aquilo. Por
exemplo, em obrigações, geralmente se cruzam objetos diferentes. Por
cruzamento entendemos o fato de ungir este ou aquele objeto com sangue
animal. Quando falamos de animais, estamos nos referindo a animais de dois
ou quatro pés, como galinhas ou cabras. O que se consegue ao cruzar um

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objeto é consagrá-lo, pela e para a entidade com a qual está sendo cruzado.
Suponha que você cruze uma kineta (sino) com o seu Exú na frente, então
essa kineta vai virar daquele Exú, e costumava chamar aquele Exú. É por isso
que quando cruzamos um objeto pessoal, digamos um anel, ele deixa de ser
nosso e passa a ser a entidade com a qual o cruzamos. Portanto, se for o caso,
não queremos mais ter o referido anel, então ele deverá ser enviado (no local
correspondente) pois não é nosso, mas pertence à referida entidade.

Conserte o Orixá
O primeiro trabalho que costumo ensinar aos meus filhos é estabelecer o
Orixa. Para que é usado? Pois bem, nosso Orixa, nos acompanha em todos os
lugares que vamos e cuida de nós. Suponhamos que certa vez tenhamos que
fazer uma viagem e devemos deixar nossa esposa e filhos sozinhos em casa,
pois para nós nossa família às vezes pode ser mais importante do que nossa
própria vida. Assim, podemos optar por deixar nosso guardião Orixa cuidando
da nossa casa.

Para isso, o que devemos fazer é simples. Pegamos um copo de vidro e


colocamos água dentro. Depois colocamos em algum lugar e acendemos uma
vela da cor do nosso Orixa, avisando-o das nossas intenções.

Desta forma o Orixá estará cuidando do local onde fica esse copo d'água.

Ao retornar da viagem, apenas a água do copo deverá ser dispensada. Esse


consultório poderia ser feito na residência do Orixa ou no canto mais próximo
da nossa casa.

Os Eixos e sua
Importância
Os Eixos e a importância de não contar a ninguém o que aprendeu é o que
diferencia um Pae de Santo de uma pessoa que não o é. Bem, acho que
qualquer um pode pegar pedras, colocá-las em potes, comprar facas, etc.
Então, o que diferencia um cara que diz ter todos os seus segredos, daquele

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que realmente os tem? Bem, uma das diferenças mais importantes é o
conhecimento. Uma vez, minha Mãe de Santo, quando procurava um Pae de
Santo para libertá-la, topou com um cara que dizia ser um. Na sua palestra, e
ingenuamente, ela perguntou a este “PAE DE SANTO” onde ele guardava os
seus segredos. Na esperança de ouvir alguma resposta, como na minha casa
ou no templo ou no quarto do santo ou algo semelhante. Em vez disso, ele
respondeu: “Eu os carrego no coração.” Bem, a metáfora é linda. Mas uma
pessoa não pode manter 16 pedras ou mais dentro do peito.

Como Incorporar
A incorporação geralmente não ocorre na primeira viagem. Embora isso possa
acontecer. Geralmente é alcançado após meses. Começando com um custo
pequeno, e pode levar anos, até que a entidade esteja verdadeiramente
estabelecida. O importante, tanto na turnê quanto na incorporação, é tentar
influenciar o mínimo possível. O que quero dizer? Você deve tentar não usar
o mínimo possível seu corpo e pensamentos para permitir que a entidade
assuma o controle dele.

Uma das formas de começar a girar poderia ser concentrar-se nos cantos, no
barulho do tambor e nas sinnetas, deixando o corpo se mover para o local que
a entidade deseja, e tentando não resistir. Embora existam pessoas que se
incorporam em curtos períodos de tempo, também é verdade que há pessoas
que demoraram anos a incorporar. Aqui nesta religião costuma-se dizer
muitas vezes que é preciso conseguir uma dedicação de corpo e alma para ser
bem recebido pela entidade. E muitas vezes, a frase é usada com frequência,
entregando o coração à religião. É mais fácil falar do que conseguir, e é
possível que, nesse meio tempo, as entidades nos testem. Alguns desses testes
são realmente muito difíceis. Só depois de superado é que se acaba por
compreender o verdadeiro significado de entregar o coração à religião.

Os Orixás
Na África são cultuados mais de 500 Orixás, embora com o passar do tempo
tenham sido filtrados e simplificados, até hoje, onde entre 12 e 18 Orixás são
cultuados nos templos. Como dados anedóticos, podemos contar o que

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aconteceu com Mae Nana. E isso não é uma lenda. Há muito tempo, uma tribo
venerava Mãe Nana como uma figura masculina, que cumpria um papel
semelhante ao de Oxalá. Quando ocorreu a união dos povoados com outra
tribo, eles começaram a misturar seus Orixás, e descobriram que havia alguns
Orixás que foram acrescentados, como o Xapaná. Mas, houve outras, como
Nana, que, tendo forte presença de Pae Oxalá, decidiram converter Mãe Nana
em irmã mais velha de Mãe Iemanjá. No caso particular da linha que
cultivamos, a figura do embalo é a de uma faceta “maligna” de Mãe Iemanjá.

Os Guias Imperiais
Tanto em La Nación, como na Umbanda e na Quimbanda, é muito comum
encontrar o uso de guias (colares feitos de miçangas, miçangas, ou algum
outro tipo de decoração). Esses colares, que também costumam incluir
caracóis, búzios ou ferramentos, o que costumam indicar é a posição religiosa
de quem os possui. Geralmente, a guia finita é entregue com a primeira
obrigação e as guias mais grossas com as obrigações sucessivas. Obtendo o
guia mais grosso de todos, com a última obrigação ou liberação. Em nossos
terreiros, junto com a primeira refeição das entidades, seja Bori, refeição Pae
Exú ou refeição Caboclo, é entregue a guia finita. Já as guias grossas, com 7
tiras de Caboclo, são entregues junto com o cacicado. A espessura da
Quimbanda, com os primeiros quatro pés da Quimbanda. Ou seja, quando
você ganha liderança (não confundir com ser Mestre ou ser liberto na
Quimbanda). E na nação, com os primeiros quatro pés, ganha-se também a
guia grossa da Nação, obtendo a imperial com a libertação.

A roupa
Da mesma forma que os guias são usados, geralmente são usadas roupas. No
caso da Quimbanda, a vestimenta costuma ser vermelha e preta, toda
vermelha ou toda preta, preta e branca ou alguma outra cor dependendo da
cidade, do reino e do tipo de entidade em questão. Suas decorações ou
vestimentas, em alguns terreiros, também tendem a depender da categoria da
entidade. Existem algumas peças de vestuário que representam liderança,
como um cajado ou uma capa. Em nossos terreiros não damos muita atenção a

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esses acessórios, pois cada entidade é quem os solicita, sabemos que existem
outros terreiros que devem ser conquistados até o uso de chapéu.

Com relação à Nação ela também tem suas cores, e essas são as cores do
Orixa da cabeça do filho da religião.

Enquanto na Umbanda a cor predominante é o branco, cada entidade que


chega também tem a sua cor. Geralmente é a mesma cor do Orixá do Caboclo
que o representa.

Para nós, um filho de religião só pode começar a usar as cores do Orixa


depois de ter cumprido sua primeira obrigação ou Bori. Neste mesmo também
será cruzada uma sineta, imagem que representa seu Orixa, guia quartel e
finito. Já na Quimbanda, com a primeira refeição da entidade, cruzam-se a
sineta, a imagem, os olhinhos (2 búzios abertos), o guia e a cuartiña.

Os empregos
As obras não funcionam para você se suas entidades não permitirem. Este
conceito que vou expor não se aplica a outros tipos de magia ou feitiçaria,
mas aplica-se às leis das religiões africanas, onde nada pode acontecer aos
indivíduos que as suas entidades não permitam. É por isso que, sob este
conceito, devemos pensar que quanto mais felizes mantivermos as nossas
entidades, menos coisas ruins elas deixarão acontecer conosco.

Para levar em conta


Um fato a se ter em mente em relação aos Axeros (criança sagrada que chega
imediatamente após a saída do Orixá) é que eles têm o mesmo sexo dos
Orixás, e com isso quero dizer que uma Axerita de Oxúm será uma menina já
que o Orixá é mulher, tudo isso independente do sexo do médium.

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Velhos e Jovens
Santos
Quando falamos de santos velhos, não estamos nos referindo aos Orixás que
chegam já velhos, e da mesma forma digo o mesmo dos jovens. Quando
falamos sobre o antigo, estamos nos referindo aos antigos, aos primordiais.
Especificamente a Oxalá, Iemanjá e Oxúm, em todas as suas passagens,
independentemente de tal passagem ter ou não o comportamento de um jovem
ou de um velho. Feito esse esclarecimento, passaremos a dizer como são
despachados os diferentes tipos de Orixás.

Quando chegam Orixás velhos é preciso estourar as orelhas (bem devagar) e


quebrar os braços. Ao sair, é feita uma cruz de água nas palmas das mãos e
dos pés, seus braços são quebrados e ele recebe uma colher de mel.

Para os santos jovens, o procedimento é igual ao dos antigos, mas ao contrário


deles, ao partirem, a cabeça deve ser coberta com um pano e derramada água
sobre eles. É sabido por algumas linhas religiosas que aos orixás de dendê
pode ser dada uma colher de dendê em vez de mel. Não é o conceito que a
gente trata nos nossos terreiros.

Chão, Andar,
Batuque
Para todos os solos ou Bori da Nação, sempre após o acabamento costuma-se
fazer uma caminhada e um Batuque. Há quem diga que a obrigação só
termina depois de terminado o referido Batuque. Vamos dar o exemplo do
Bori, neste estão dispostas todas as coisas a serem atravessadas e todos os
recipientes derretidos das entidades que receberão os alimentos. Geralmente
são a cabeça, os braços, o corpo e as pernas, mas o ano do Orixa e um animal
para o Orixa chefe da casa, não esqueçamos do Pae Bará que é sempre aquele

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que abre e aquele que deve ser oferecido primeiro . lugar.

Quem está cumprindo a obrigação senta-se em um banco ou se ajoelha diante


do Congá, para receber o Menga ou sangue cerimonial. Claro que o único
sangue que irá para a cabeça será o do Orixa cabeça. Terminada a matança, o
filho é colocado na cama e fica 3 dias (ou 72 horas) no colchão sem conseguir
se levantar a não ser para ir ao banheiro, necessitando da ajuda dos irmãos
para tarefas como cozinhando sua comida. Durante esses três dias, o filho da
religião faz as refeições dos Orixás, principalmente dos Orixás a quem é
oferecido sangue. A começar pela comida de seu Orixá cabeça, embora
também seja muito comum que o primeiro alimento a ser consumido seja o
arroz doce em homenagem ao Pae Oxalá. Terminada a obrigação, a criança
pode tomar banho, sem esfregar muito e sem usar produtos como xampu. No
dia seguinte você deve fazer uma caminhada. Isso consiste em ir à praia e
balançar a cabeça nas 3 areias, seca, intermediária e úmida, depois ir a sete
igrejas ou pelo menos uma e balançar a cabeça diante da cruz, depois ir a 7
praças ou pelo menos uma e isso fica como oferenda perto dos jogos, 7
bombons de mel onde a embalagem é aberta e uma moeda é colocada em
cima de cada doce. Se durante esta caminhada alguém nos pedir dinheiro,
devemos entregá-lo. a caminhada, deve ir a um mercado, compre alguma
coisa e deixe 7 moedas na porta, voltando para o canto do terreiro e deixando
milho no canto e jogue no telhado do terreiro, de costas pedindo fortuna para
você e para os integrantes do terreiro . Por fim, deve ser realizado um Batuque
de levantamento e uma oferenda a todos os Orixás. Essas oferendas devem ser
entregues na praia das 3 areias, sendo o Bará o primeiro a ser oferecido na
entrada à direita.

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Umbanda Branca e
Cruz
La Umbanda é um culto sincrético mesclado com espiritismo. Há cem anos,
em 1908, um menino de 18 anos, Zélio de Moraes, teve alguns problemas,
então sua mãe o levou para uma sessão espírita. Nessa sessão, estava presente
um Caboclo, o “Caboclo das Sete”. em seu corpo. Encruzilhada", naquela
mesma noite o Caboclo chamou um Preto que fez curas, limpou o local e deu
uma pontada no caboclo, nessa mesma noite o Caboclo anunciou a criação. de
uma nova religião chamada AUMBANDA (que vem do sânscrito, mas
quando foi escrita se escrevia como Umbanda) e seus preceitos.

Essa Umbanda, a Umbanda do Zélio, é conhecida como Umbanda Branca.


Ela rapidamente se tornou muito famosa e começou a ganhar muitos
seguidores. Algumas das pessoas que compunham a Nação Africana
começaram a prestar atenção na Umbanda do Zélio e descobriram que os
Orixás que atuavam eram os mesmos Orixás cultivados na Nação, então
resolveram incorporar essa prática como parte de suas doutrinas e a
chamaram de Umbanda Cruzada

Ao contrário da Umbanda de Zélio, na Umbanda Cruzada são feitos


sacrifícios de animais, Zélio de Moraes não teve um Pae como santo e
portanto nunca teve faca, o que significa que não recebeu o Machado de faca,
em O Santo Pae quem começou a praticar a Umbanda mudou se possuía esse
Machado, por isso o usou e agora se entende o nome do porquê da Umbanda
ter atravessado.

Vale esclarecer que a Umbanda é um culto à parte assim como o são a Nação
e a Quimbanda, três cultos diferentes, que por terem temáticas comuns
costumam ser cultuados juntos.

O Chefe
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O chefe da Umbanda é o escalão mais alto da Umbanda, assim como o Pae de
santo é da Nação. Da mesma forma que na Nação existem obrigações a
cumprir, na Umbanda normalmente existem apenas três. Essas obrigações são
feitas em folhas, e geralmente existem as entidades com as quais a obrigação
é feita durante a mesma, por exemplo se a obrigação for feita com o caboclo
de Ogúm, isso será incorporado durante a obrigação.

Deve-se levar em consideração com relação às facas, com as quais será


cruzada a Umbanda, esta pode ser cruzada com nação ou com Quimbanda,
embora existam caboclos que são quimbandeiros, nem todos o são por isso é
recomendado um cruzamento com nação .

Alguns Pae de Santo costumam terminar a carreira na Nação para depois


passar uma faca para a Umbanda, e cumprindo apenas uma obrigação se
concedem a chefia da Umbanda, minha convicção é que esta forma de chefia
é totalmente válida se levarmos em conta que nem Até o Zélio tinha um Pae
ou chefe para orientá-lo.

Os Caboclos
Quando falamos em Caboclos estamos nos referindo às entidades de
Umbanda, pela sua denominação genérica. Alguns dos Orixas possuem um
Caboclo que os representa, como Ogúm Orixa, que tem seu representante
Ogúm de Caboclo na Umbanda, vale esclarecer que enquanto Ogúm Orixa
possui passagens como Ogúm Onira, no Cabloclo de Ogúm falamos de Ogúm
Sete Espadas, Veja o mar, etc. Então é muito importante que fique claro que
os caboclos dos orixás NÃO são Orixás e até possuem passagens diferentes,
em alguns casos é mais perceptível como nas Ondinas e nas Sereias, já que as
Sereias são os Caboclos de Iemanjá e as Ondinas são as de Oxúm, portanto
talvez ter um nome diferente do Orixá não cause tanta confusão.

Xangó, Ogúm, Iemanjá, Ibejis (como reprodutores), Oia (Ianza), Iemanjá,


Oxúm todos têm seus caboclos representados.

Por outro lado, os Caboclos existem apenas como entidades, pois os


ancestrais, geralmente indígenas, os Caboclos e as Caboclas, para citar alguns,
a Cabocla Jurema, não são Caboclos de Orixás, mas são entidades separadas.
Tal como os Pretos Velos que representam as figuras dos negros sábios, que
normalmente são curandeiros, há também os africanos, escravos negros que
por vezes tendem a chegar bêbados, e sei que em algumas linhas, talvez numa

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mesa branca, costumam fazê-lo. Orientais, que meu conhecimento só vem
saber que trabalham com saúde.

Cada uma dessas entidades tem seus pontos cantados, pontos riscados e passa
na prova da fala, exceto o Preto que chega com a fala vencida, diferentes tipos
de entidades podem conviver na mesma sessão, como os caboclos de Ogúm e
continuar. com a sessão e ser ao mesmo tempo (claro que em corpo diferente)
um caboclo de Ogúm e um véu Preto.

Em alguns templos dedicados apenas à Umbanda, costumam incorporar o


EXU de Umbanda, que não é o mesmo que Exú, pois a figura de Exú só
chega em uma Quimbanda, embora também haja um caso conhecido de Paes
africanos que ficam por as sessões de Quimbanda, embora não sejam muito
queridos pelo Exú.

Muitas vezes me perguntaram sobre a questão de que se alguém tem um certo


Orixá, então deve ter um certo Caboclo ou um certo Exú. Bom para nós que
fazemos as três religiões separadamente, Nação, Umbanda e Quimbanda, isso
não é assim. Ter um ou outro Orixa não tem nada a ver com Quimbanda. Esta
regra geralmente é dada apenas para pessoas que não constituem uma Nação.
E para quem precisar, pesquise na Internet para encontrar uma tabela com as
correspondências.

Para nós vale um esclarecimento, aqueles filhos que são chefes de Ogúm, não
é aconselhável que se voltem para Xangó de Umbanda, e para aqueles que são
chefes de Xangó não é aconselhável fazê-los para Ogúm de Umbanda. Aquele
que é chefe de Ogúm na Nação certamente não receberá um Caboclo de
Xangó e talvez possa cair no chão no passeio. Da mesma forma que quem
recebe em seu corpo um Caboclo de Ogúm não deve receber o Caboclo de
Xangó e vice-versa.

Algo parecido acontece com as Ondinas e as Sereias, embora aqui o Orixa


não tenha muito a ver com isso, geralmente acontece que quem é chefe de
Iemanjá tem Sereias e quem é chefe de Oxúm tem Ondina, o que vou dizer é
que quem chega Sereia, Ondina não deve chegar e vice-versa, direi também
outra verdade, pode haver, por exemplo, um filho de Iemanjá com Ondina ou
uma filha de Oxúm com Sereia.

Vale esclarecer para concluir que a umbanda é um culto separado da Nação e


da Quimbanda, e é uma religião nascida no Brasil, não na África e misturada
com o espiritismo de tipo cardesiano que cultua os Orixás africanos.

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Cerimônia de
Umbanda
A Cerimônia de Umbanda, assim como a Quimbanda e a Nação, tem sua
organização particular, no nosso caso tem um começo, onde é lançado algum
ponto de abertura, depois as entidades começam a chegar, e para finalizar a
cerimônia a cerimônia encerra com algum fechamento do ponto. O que resta é
o ato de balançar a cabeça (prestar homenagem) aos Orixas, seja aos Orixas
da Umbanda ou aos Orixas da Nação, no nosso caso só batemos na cabeça
dos Orixas da Nação. Este ato pode ser realizado antes ou depois da
cerimônia, normalmente fazemos após o encerramento da Umbanda.

Durante a cerimônia, o primeiro que costuma ser chamado é Pae Ogúm,


depois Xangó, Yansa, Caboclos/clas, Pretos, Ondinas, Sereia, Crinzas,
Africanos. Esta poderia ser uma ordem plausível para a cerimônia de
Umbanda.

As cerimônias de Umbanda podem ser realizadas em qualquer dia, a qualquer


hora, mas geralmente são feitas durante o dia, antes das doze da noite, ou pelo
menos começam antes e depois atravessam as doze da noite, uma vez iniciada
a sessão. Existem alguns terreiros que costumam fazer Umbanda seguida de
Quimbanda, então começam bem cedo e terminam bem tarde.

As entidades de Umbanda possuem suas roupas, bebidas, guias, ferramentas,


etc. Por exemplo, os Ogúm costumam beber cerveja loira, enquanto os Xangó
bebem cerveja preta, (sempre falando dos caboclos de Ogúm e caboclos de
Eles gostam de beber mato acompanhado de bolo frito e muitos doces ou
chocolates, de preferência macios para poderem mastigá-los facilmente.
Geralmente têm saquinhos onde guardam tudo o que não comem e. seus
objetos pessoais, como cachimbos, que é o que costumam fumar. Os africanos
costumam beber vinho tinto direto da garrafa, e os Crianzas bebem sucos e
refrigerantes, muitas vezes em garrafas, e também usam chupetas.

Embora a roupa genérica da Umbanda seja branca, é necessária saia ou calça


dependendo do sexo do filho da religião. Pode-se dizer também que cada
entidade costuma ter sua vestimenta, os africanos, assim como os Pretos,
costumam usar chapéu, os africanos costumam usar palha puída, e talvez suas

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calças sejam mais esfarrapadas que as de outras entidades.

Quando tantas entidades aderem à La Umbanda, muitas vezes fica difícil


vestir a entidade com suas roupas, pois uma entidade costuma dar lugar a
outra e assim por diante. É muito diferente se fossem os dados da entidade,
por exemplo os dados dos Países Africanos, então alguém poderia vestir-se
especificamente para o Africano antes de aderir.

Assim como na Quimbanda ou na Nação, os guias também demonstram


hierarquia e quanto mais seções ou guias você tiver, significa que mais
entidades assentadas você tem e portanto mais próximo você está da chefia,
onde é costume carregar um guia imperial do caboclo de frente, ou seja, o
primeiro que chegou, o que é muito comum este ser Ogúm, as cores dos
guias, embora variem de templo para templo, costumam ser as mesmas dos
orixás, por exemplo uma Sereia de Iemanjá poderia ter contas azuis ou azuis
claras em sua guia assim como o Orixá Iemanjá na Nação, da mesma forma
Oxúm amarelo, mas com as entidades que não encontramos na Nação, estas
também possuem cores próprias, como o preto e branco para os pretos ou
preto, branco e vermelho para os africanos. Algumas entidades como Ogúm
vão do vermelho e verde da nação para o vermelho, branco e verde da
Umbanda, embora para o nosso terreiro respeitemos o vermelho, branco e
verde tanto da Nação quanto da Umbanda.

Então com o exposto fica clara a ideia de que a Umbanda é o culto dos
Caboclos dos Orixás Africanos, e na cerimônia de Umbanda não são
incorporados orixás.

Podemos citar também que os Caboclos possuem ferramentas próprias no


caso de Ogúm, Yansa, Xangó, Sereia, Ondias, geralmente são as mesmas dos
Orixás, armas como espadas para Ogúm ou âncora para as Sereias, mas
também os Pretos e Africanos possuem ferramentas próprias, como a tesoura
para o Pae Africano.

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Eco, ofertas e
empregos
Quando falamos em fazer um trabalho ou trabalhar para alguém, em nossa
religião, não estamos nos referindo exclusivamente a fazer algo mau.

Os trabalhos podem ser tanto para o bem como para o mal, geralmente as
entidades, e mais ainda os Exús têm uma espécie de amoralidade que lhes
permite trabalhar com todo o tipo de pedidos que lhes fazemos, em qualquer
caso e se acreditássemos nisso , gerando uma espécie de carma para quem
administrou o pedido ou o trabalho.

Embora, como mencionamos anteriormente, se cumprirmos as nossas


obrigações e dermos às entidades o que devemos dar, sem contrair dívidas,
com o simples facto de praticarmos a religião, deveremos ser capazes de
resolver esses tipos de problemas ou dívidas cármicas que mencionamos.

Embora na minha opinião eu acredite que o problema do carma é gerado por


não fazer as coisas ou por não ter as proteções corretas que se deve ter, o que
gera um rebote mais do que um Karma, o que é conhecido como lei do triplo
efeito em algumas crenças. mágico

Vale esclarecer que qualquer tipo de pedido pode ser um trabalho, desde o
mais simples, que é acender uma vela, até o sacrifício ritual de animais.

Claro que cada entidade tem seus próprios trabalhos e estes são ministrados
pelos Pae de Santos, Mestres ou Caciques, mas em outras ocasiões também
são ministrados pelas mesmas entidades ou espíritos guias, vale esclarecer
que estes trabalhos ministrados pelas mesmas entidades geralmente são muito
mais fortes que outros.

Ao fazer um trabalho só podemos fazê-lo por encomenda ou também


podemos contrair uma dívida em forma de agradecimento, essa dívida pode
ser a oferta de acender uma vela assim que o trabalho estiver concluído ou
mesmo oferecer uma parte em troca. Claro que cada um avaliará, se
necessário, o que é mais aconselhável, vale lembrar que se começarmos com

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uma vela de cada vez e continuarmos trabalhando na mesma coisa, existe a
opção de aumentar o aposta, podemos acabar oferecendo um animal de 4 pés.
Mas então o que mais vamos dar? Portanto, recomendo ser cauteloso ao
oferecer uma recompensa em troca de trabalho.

Outro tipo derivado de obras são as ofertas. São semelhantes aos empregos,
mas são oferecidos às entidades como forma de pagamento ou de
agradecimento ou simplesmente para agradar a essas entidades. As oferendas
podem ser secas, como uma vela ou uma bandeja com frutas ou alimentos, e
também podem ser oferendas que requerem corte de animal.

Vale esclarecer que não recomendo que as ofertas de sangue contenham o


sangue de quem faz a oferta, pois é verdade que muitas pessoas se picam ou
se cortam para oferecer o próprio sangue. Embora seja verdade que o trabalho
ganha uma força muito maior, também é verdade que se alcança um certo
vínculo com esta entidade, semelhante ao que seria um pacto e quando falo
em pactos não me refiro a pactos com o diabo .

Outro tipo de trabalho é o Eco, é como uma oferenda que dura vários dias,
geralmente sete, geralmente começa no dia da entidade e termina no dia da
entidade, sendo despachada em local próximo ao Terriero no formato de um
círculo. Como exemplo podemos dar um ECO de Bará, este seria preparado
às segundas-feiras para ser enviado na segunda-feira seguinte, existem
basicamente dois tipos de ecos, um líquido, por exemplo: Água, mel, pétalas
de flores, etc. (dependendo da entidade) o outro Seco, por exemplo polenta,
com mel, laranja, etc. (também dependendo da entidade).

Esses ecos têm a função de absorver energias ruins do ambiente, por exemplo
se fizermos um eco de Ogúm poderíamos gerar uma espécie de seguro contra
as demandas que poderiam ser feitas de nós, ou um eco de Bará poderia
ajudar o trabalho, ou um eco de egun poderia nos ajudar e nos proteger contra
espíritos malignos antes de uma sessão.

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Exu:
Mensageiro dos
Orixás
Embora a figura de Exú tenha até mesmo sido sincretizada com o próprio
diabo (católico), para a nossa doutrina religiosa e apesar de considerarmos a
Quimbanda um culto separado da Nação e da Umbanda, acreditamos que Exú
representa o papel do mensageiro do Orixá.

Nos cultos derivados da linha do Candomblé, a figura do Bará é tida como a


de Exú (desculpem a abreviação do assunto) mas sem querer entrar em muitos
detalhes de uma linha que não é a que praticamos, irei passando a dizer que
para nós o Orixa Bará não é Exú, portanto Exú é uma entidade separada.

Pois bem, feito esse esclarecimento dizemos que os Exú são os primeiros a
serem atendidos e trabalham sob o comando direto do Orixá, disponibilizando
servos para o mesmo, claro e por ser uma figura polêmica, nem sempre dá
total atenção ao que Orixa ordena, mas eles tentam fazer isso na maioria das
vezes. CUIDADO, não confunda os servos diretos dos Orixás, como a Pomba
Gira Agelu, servo direto de Iemanjá.

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Mae Yurema
Queria aproveitar alguns momentos para falar sobre uma entidade da
Umbanda que merece destaque, Mae Yurema. Ela é Cabocla, Chefe dos
caboclos, reza a lenda que Mae Yurema era filha do cacique, que por algum
transtorno (não vamos entrar em fofoca hahaha) foi banida (a lenda pode ser
encontrada na Internet) , com a morte de seu pai ela assume novamente o
controle da tribo, tornando-se a chefe-chefe. E é justamente esse o papel que
ele desempenha dentro da Umbanda.

O baterista
O tocador de tambor deve ser batizado na religião e ser tocador de tambor de
cada um dos cultos, ou seja, se alguém é tocador de tambor na Nação isso não
o torna baterista de Quimbanda, mas pelo contrário também deve cumprir as
obrigações pertinentes para o Quimbanda para virar baterista.

Ser baterista ou tabaquero não significa apenas saber tocar tambor, ou tabaque
(o que claro é essencial, em certo sentido), mas também é preciso cumprir as
obrigações pertinentes, por exemplo na Nação o baterista cumpre uma
obrigação, um terreno específico (ou aproveitar alguma obrigação que você
esteja fazendo) onde você vai cruzar o tambor (colocando certas coisas
dentro) e fará uma obrigação de sete dias junto ao tambor, vale esclarecer que
o tambor deve ser cruzado com sangue.

Não é obrigação ser filho de Xangó, nem ter Xangó nos braços, nem ter
Xangó em algum lugar do caminho para poder ser baterista, embora haja
quem aplique dessa forma.

Por outro lado, ser baterista acarreta uma grande responsabilidade, pois de
certa forma e em conjunto com as principais entidades e chefes da casa, são
eles que gerem as sessões e as digressões, podendo até processar, cortar um
processo judicial ou interromper a chegada de uma entidade.

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Todos esses segredinhos de manuseio do tambor, aliados ao fato de ter uma
obrigação de tambor, é o que se conhece como Machado de Tambor, ou
Machado do Baterista, e é por isso que o verdadeiro baterista deve recolher
seu Machado quando toca, em. da mesma forma que faz um Pae de Santo
quando levanta uma faca. Claro que o pagamento poderia ser simbólico e ser
de sete moedas, dependendo de quem toca o tambor ou combinado com o
chefe da casa.

Linhas Religiosas
A religião é basicamente dividida em duas grandes linhas religiosas, o Nagô e
o Candomblé. Isso depende de onde vieram os escravos na África e onde
desembarcaram quando chegaram ao Brasil. A partir dessas duas linhas
abrem-se outras linhas filhas ou derivadas como Jeje, Cambida, Keta, Jeja,
etc.

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Falanges, cidades,
reinos,
comandantes
A forma hierárquica como os Exús são divididos na Quimbanda é através de
reinos e vilas. Existem 7 reinos que são:

O Reino das Encruziliadas, Reino dos Cruzeiros, Reino das Almas, Reino das
Matas, Reino da Kalunga, Reino da Lira, Reino da Praia.

Cada reino possui um rei e uma rainha, por exemplo, no Reino da Lira seus
reis são Exu Rey das 7 Liras e Pomba Gira María Padilla. Por sua vez, cada
reino é composto por nove vilas, a exemplo do Reino de Lira, as vilas que o
compõem são:

Da Lira dos Infernos, Da Lira dos Cabares, Da Lida Da Lira, Da Lira dos
Ciganos, Da Lira dos Malandros, Da Lira do Oriente, Da Lira do Lixo, Da
Lira do Luar, Da Lira do Comércio.

Embora seja verdade que cada reino tem nove vilas, as vilas variam consoante
o reino, por exemplo a Vila da Lomba está presente no Reino das Almas e não
no Reino da Lira.

Cada Exú chefe, como Exú Rei das 7 Liras, possui sua própria falange óssea,
um grupo de Exús que ele comanda (daí o nome comenda) e por sua vez cada
Exú comanda sua própria falange composta por 7 ou mais Exús. Por isso se
diz que um Exú pertence a uma determinada falange, por exemplo o Exú
Kaminaloa pertence à falange do Exú Meia Noite e por sua vez o Exú Meia
Noite pertence à falange de Exú Rey das Almas. Mas Kaminaloa também é
líder de sua própria falange, nos dando muitos Exú encarregados de cada uma
delas. Quanto mais avançamos falamos sobre o que é conhecido como Exús
Baixos, que algumas pessoas confundem o termo chamando-os de Exús Baixo
Astral. Gosto de chamá-los de Exú Alto ou Alto Comando e Exú Baixo ou

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Baixo Comando.

Primeiro para Exu,


primeiro para Bará
Existe uma lenda que nos conta sobre a polêmica figura de Exú e nos conta
quando ele se sente ofendido, pois não é oferecido em primeiro lugar. Bom
menciono essa lenda para falar um pouco sobre Exú e Bará, na linha do
Candomblé, existem duas entidades ou melhor dois Orixás que são
considerados Exús, um é Bará e o outro é Oia, daí ganharam o nome de Exús
da Nação. Graças a esse nome, em muitos sites da internet quando se fala de
Exú ele é chamado de Bará e por isso muitas das coisas que são ditas também
correspondem. Embora para mim o Pae Bará seja um Orixá e mais ainda no
meu caso que sou filho de Bará, Exú é cultivado no meu terreiro como outra
figura separada e não na Nação mas na Quimbanda, mas pelo que quero
contar e apenas para Neste caso, não vou fazer distinções. Como disse antes,
ambas as entidades compartilham histórias e formas de agir, assim como Bará
é quem abre os caminhos para que os pedidos cheguem aos demais Orixás e é
oferecido primeiro, o mesmo acontece com a figura de Exú. Primeiramente é
oferecido a Exú para permitir que as ordens cheguem aos Orixás.

As primeiras
chegadas
A princípio, apenas Exús masculinos, entidades ósseas, compareciam às
sessões de Quimbanda e depois de um tempo começaram a chegar os EXUS
FEMININOS, as Pomba Giras. Como o primeiro Exú a chegar foi o Exú rey
das 7 liras ou também conhecido como Exú Lúcifer e depois chegou a Pomba
Tour María Padilla, ela acaba sendo atribuída a ser esposa de Lúcifer.

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Exu,
o demônio cristão
Embora El Pae Armando Ayala explique melhor em seu livro “Exú el
Demonio Cristiano”, não queria perder este esclarecimento para todas aquelas
pessoas que confundem e demonizam os Exús. Reza a história que todos os
Orixás tiveram que ser sincretizados com algum Santo Católico, para que os
brancos que escravizaram os negros os deixassem praticar sua religião de
forma oculta ou disfarçada e desta forma os brancos entenderiam que cada
entidade correspondia ou era o mesmo (para eles) que um santo, o problema
foi quando encontraram a figura de Exú que não tinha correspondência com
nenhum santo, por isso foi catalogado pelos traficantes de escravos como a
figura do diabo, é daí que vem a crença. que Exú é o diabo ou melhor, como
meu bisavô religioso o chamava, “O demônio cristão”. Não quero terminar
estas linhas sem acrescentar que para confundir ainda mais havia uma pessoa
que não vou nomear mas se você pesquisar na internet você encontra ele, um
péssimo pesquisador francês que chegou ao Brasil e que escreveu um livro
muito famoso, esta pessoa acreditou erroneamente encontrar um sincretismo
entre as falanges de Exú e as demonológicas. Quando realmente os cultos
demonológicos nada têm a ver com o culto a Exú ou Quimbanda. Pois bem, o
que essa pessoa fez foi sobrepor a falange demonológica à de Exú, dando
assim nome de demônio a cada um dos Exú. Isto também contribui para a
ideia popular de Exú como um demônio.

A Adivinhação de
Exu
Anteriormente falamos sobre como a figura de Exú e a figura de Bará
compartilhavam coisas em comum, uma das coisas que elas têm em comum é
que compartilham o dom da adivinhação, junto com Oxalá Orumilaia, existem

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várias histórias na internet circulando por aí que falam sobre esse assunto,
mas não queria deixar de mencioná-lo.

O Primeiro na
Umbanda
Em tópico anterior mencionei quem foram as primeiras entidades, tanto
masculinas quanto femininas, a chegar em uma sessão de Quimbanda Bom,
também não quero deixar de lado a primeira entidade a chegar na Umbanda
de Zélio de Moraes, que foi o Caboclo. das Sete Encruzilhadas, incorporada
pela primeira vez por Zélio em uma sessão de espiritismo (criador e fundador
da Umbanda).

Destaques
dos livros
Embora não vá abordar especificamente o tema dos pontos picantes agora,
começarei dizendo que se trata de assinaturas únicas de cada uma das
entidades. As entidades de Umbanda, Quimbanda e da nação possuem. São
privados e só devem ser arriscados diante do Pae ou Mãe de Santo e juntos
devem guardar este ponto como um tesouro, pois quem possui o referido risco
pode trabalhar diretamente com esta entidade.

Bom, então se eles são tão privados, a pergunta seria: por que a internet ou os
livros estão tão cheios de pontos duros que são atribuídos a uma entidade ou
outra? A resposta é simples, esses pontos que encontramos girando são pontos
genéricos. Por exemplo, se encontrarmos um ponto Exú Tiriri, não significa
que se eu tiver um Exú Tiriri, ele arriscará esse ponto. O que significa é que
no dia em que eu precisar fazer um trabalho com Exú Tiriri, posso usar esse
ponto para fazer o trabalho.

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5
Pemba Vermelha -
Pemba Branca
Embora existam Pembas (giz redondo usado na religião) de cores diferentes e
geralmente são usados dependendo da entidade ou tipo de entidade que risca.
Por exemplo, a Pemba vermelha pode ser usada para Pomba gira e a preta
para Exú, ou a branca para Oxalá. Aqui vamos realmente falar sobre a falésia
na Quimbanda. Uma entidade que escalou com Pemba Vermelha na
Quimbanda está falando de um penhasco definitivo (embora possa estar
incompleto) diz que o seu penhasco está correto e pronto. Caso a entidade não
arriscasse a falésia correcta e o fizesse com uma pemba vermelha, seria
penalizada durante um ano se arriscasse novamente. O que quero dizer?
Suponha que uma entidade queira vencer o seu fracasso e isso será feito
através de um teste de risco. Se a entidade arriscar com uma pemba vermelha
e o seu ponto não estiver correcto (seja por causa da tesouraria ou porque o
processo foi apressado e essa entidade/criança não está preparada), então esta
entidade não poderá arriscar novamente até depois de uma ano. Porém, o
mesmo não acontece se você risca com uma pemba genérica (branca). Isso
pode estar incorreto e o chefe da Quimbanda pode optar por permitir a nova
rolagem após um curto período.

As demandas não são


avaliadas
Embora mais tarde veremos que isso não é inteiramente verdade. Se este é o
meu conselho para uma pessoa que inicia seu caminho religioso, não esconda
uma exigência. Quando falo em guardar uma vela, estou me referindo
simplesmente ao fato de acender uma vela para aquele trabalho que está sendo
usado para processar.

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Ao Entrar no
Cemitério
Como em qualquer casa que se entra, é uma boa educação cumprimentar
quem está lá dentro. O mesmo acontece com o cemitério (Calunga pequena).
Um lugar cheio de espíritos, pessoas mortas, entidades ou como você quiser
chamar. Aqui estão algumas saudações que acho que não devem ser
esquecidas.

Ao entrar no cemitério é solicitada licença (permissão) a Ogumeshe que está à


esquerda e Exú Porteira que está à direita. Nos primeiros túmulos
encontramos a Caveira, a Tranca Ruas nas Encruzas. Oia na cruz principal
(maior e principal cruz do cemitério), no mesmo local podemos saudar o Povo
das Almas. Ao fundo o Pueblo Cigano e Quiumbas ainda mais ao fundo, onde
fica o limite entre o cemitério e a propriedade vizinha.

Lembre-se que existem muito mais entidades e se quiser fazê-lo corretamente


deverá cumprimentar todas elas. Talvez passássemos o dia inteiro no
processo.

Macumba
A macumba não é nem mais nem menos que uma batida de tambor. Quando
os negros praticaram a fé e os brancos começaram a ouvir esse rufar, disseram
que os negros estavam fazendo macumba. Da mesma forma que o Candoblé
ou Candómble é uma dança escrava. Batuke também é chamado de Batuke,
em vez de dança devido à batida do tambor. Dessa forma, para quem não sabe
quando um religioso faz algum trabalho, considera-se que está fazendo
macumba.

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7
Os Mensageiros
Nos terreiros muitas vezes, por alguma estranha razão, a existência de
mensageiros é um dos segredos mais bem guardados. Quando digo que não
sei o motivo é porque acredito no contrário. Um filho de religião deve saber
que os antigos Orixás têm um mensageiro. É quase essencial na hora de servi-
los ou fazer uma oferenda ou pedido. Esses mensageiros geralmente são um
determinado Exú ou Pomba gira. Mas antes de mencioná-los quero falar um
pouco sobre o Bará.

Como já disse antes, o Pae Bará em algumas Nações é considerado um Exú


ou o Exú da Nação, mas para nós é importante distingui-lo, pois é um Orixá
que faz parte do nosso panteão. O Pae Bará tem duas representações, o Bará
Lode, Orixa de fora, da rua, da porta do terreiro para fora. Os filhos deste
Orixa tendem a ser extrovertidos e inquietos. Também costuma ser colocado
em seguranças para guardar as portas dos terreiros. Há uma grande discussão
entre aqueles que dizem que pode se resolver na liderança ou não. Sou
daqueles que pensam que se for possível, na verdade sou filho de Bará Lode.
O outro Bará que cultivamos é o Bará Lana, o Bará interior. Entendo também
que em outras linhas religiosas há quatro Bará que adoram, incluindo Lode e
Lana.

Outro Bará que podemos encontrar é o Bará Exú, embora não seja da minha
linha, é um Bará que costuma ir dentro da Aruanda, que atua como
intermediário entre os Exús e o Bará. Não deve ser confundido com Exú Bará,
que é um Exú como qualquer outro mas com a particularidade de levar o
nome de Bará. Na Santería também é conhecido Elegua, um orixá que lembra
Pae Bará em características. Entre os Barás que são cultivados em meu
território, mas que não estabelecemos sua cabeça, está o Bará Ayelú ou Gelú.
Embora possa ser colocado na cabeça, já que na verdade tenho amizade com
esse Orixa. Em nosso terreiro Bará Gelú é cultuado como “mensageiro”. No
caso particular deste Orixá é o mensageiro do Pae Oxalá. Assim como a
Pomba Gira Gelú é a mensageira de Mãe Iemanjá. Como falei antes, os santos
antigos têm mensageiros, vale lembrar que quando falo de santos antigos não
estou me referindo se o santo é velho ou jovem em sua passagem, mas sim
aos santos antigos: Oxalá, Yemanjá, Oxúm.

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8
Pai Nosso da
Umbanda
Assim como o catolicismo tem um Pai Nosso, a religião umbandista também
tem um. Quando digo Umbanda quero dizer apenas Umbanda, não
Quimbanda ou Nação. Isso se deve à forte influência que o catolicismo teve
sobre ele.

Pai Nosso que está em todo lugar


Santificado seja o seu nome sagrado e divino
Que o seu reino do bem chegue até nós, que o seu
Será feito sempre aqui na terra, como no
Espaço e em todos os mundos habitados
Dá-nos o pão do corpo e do espírito Perdoa-nos
as nossas faltas como nós
fazemos Perdoa quem nos ofende
Não nos deixes cair na tentação da matéria e dos
Espíritos malignos, envia-nos, Senhor, um raio da
tua Divina luz.
Assim seja.

Hino da Umbanda
O hino da Umbanda geralmente é cantado após uma sessão de Umbanda.
Todas as crianças em círculo de mãos dadas e no momento de “Liderar o
mundo inteiro…” todas levantam as mãos juntas.

La Umbanda, é paz e amor


Um mundo cheio de luz
A força nos dá vida. A grandeza nos leva
Vá em frente, filhos da fé
Conforme nossa lei não existe
Levar ao mundo inteiro a

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9
bandeira de Oxalá.

Umbanda do Zélio
Talvez eu já tenha dito isso antes, mas já que estamos falando de Umbanda
vale lembrar para entender melhor porque existe diferença entre a Umbanda
Branca e a Umbanda cruzada. La Umbanda Blanca nasceu através de Zélio de
Moraes. Não tinha Pae de santo nem nenhuma doutrina religiosa, nem ganhou
nenhum machado. Como é a mão de uma faca, portanto não tinha faca.
Portanto, nenhuma das entidades que vieram deste lado recebeu sangue como
oferenda. A Umbanda cruzada (cruzada com sangue) é a Umbanda que sai
das mãos de pessoas que já praticavam a religião e que adotam a Umbanda
como parte de suas crenças. Ao possuir o Axe de faca, essas pessoas passaram
a doar sangue ritualmente às suas entidades. Na Umbanda Branca também são
utilizadas galinhas, além das oferendas secas, mas as galinhas utilizadas são
posteriormente soltas sem serem mortas. Não é assim na Umbanda cruzada.

Os padrinhos
Embora no nosso terreiro não costumemos usar padrinhos, no meu caso
particular tenho uma madrinha de religião, e por sua vez sou padrinho da filha
de religião de um Amigo Pae de santo (de outra linhagem) e de um dos meus
filhos de religião Ele é padrinho de outro filho desse Pae que acabei de citar.
Em geral, o padrinho, como nas outras religiões, é quem substitui o pai no
ensino da fé, quando o pai está ausente, ou reforça os ensinamentos aos filhos.
Ou seja, é considerado padrinho aquele que segura o primeiro animal no
momento do corte para sua entidade. Então poderia-se entender que pode
haver um padrinho na Umbanda, outro na Quimbanda e outro na Nação.
Também poderia ser o mesmo para tudo. O padrinho pode ser escolhido,
imposto ou circunstancial. No meu caso foi por uma necessidade, minha Mãe
de Santo passou mal durante um dos meus andares e eu estava cumprindo
minha obrigação há sete dias, mas ela não conseguia me levantar, então ela
me deu a opção de poder nomear uma madrinha ou padrinho, para que ele
pudesse fazer o ritual para ela. E assim foi. Dependendo da linha e do terreiro,
o padrinho/madrinha pode ou não ser batizado na mesma fé. E também

5
0
dependendo do local estão os direitos e obrigações que eles têm.

Dogmas
Numa sessão “semi-privada”, conversando com um irmão religioso, Oscar, de
Xapaná, perguntou a um Pae Tiriri se ele acreditava na reencarnação. Ao que
antecipo a resposta e conto a ele. “Oscar, e o que você quer que o Pae
responda, se essa é uma de nossas crenças?”

Bem, essa anedota me inspirou na época a doutrinar meus filhos sobre nossos
dogmas, nossas crenças. Neste caso trata-se de uma mistura entre dogmas da
Quimbanda e da Umbanda:

Acreditamos em um deus eterno, imaterial, único e onipotente.

Acreditamos na reencarnação.

Acreditamos na existência de seres fora da matéria e na


sobrevivência do espírito após a morte física.

Acreditamos na comunicação com os espíritos através das


faculdades mediúnicas.

Afirmamos “amai-vos uns aos outros”.

Acreditamos na existência de mundos habitados.

Afirmamos que NÃO existem espíritos eternamente feitos para o mal,


a condição do mal é apenas uma imperfeição temporária típica
de uma fase de desequilíbrio pela qual o espírito passa.

Acreditamos na existência de guias espirituais que nos acompanham.

Acreditamos que Jesus Cristo era um espírito de alta categoria.

Somos todos iguais porque somos filhos de Deus.

Nota: Vale esclarecer que não concordo com todos esses dogmas, mas sim
com muitos. Mas como eu digo, são uma mistura de Umbanda e Quimbanda e
tem hora que é preciso ensinar a religião como foi ensinada, para depois
colocar um grão de areia e a criança discernir e criar a sua própria verdade .

5
1
Eu sempre incentivo o livre arbítrio e o livre pensamento.

5
2
Algumas datas
Como você verá a ordem dos títulos, talvez algumas coisas pareçam fora de
lugar, outras fora de ordem, mas todos esses textos nascem das doutrinas
ensinadas aos meus filhos e estão na ordem que eu lhes dei. Na ordem que me
pareceu melhor para conseguir um aprendizado progressivo da nossa religião.
Talvez no começo de uma forma mais simples e depois quando a criança
adquirir mais conhecimento, algo mais complicado. Por outro lado, devo
confessar que sempre quis escrever um livro retomando cada uma das
doutrinas, do começo ao fim e discutindo a fundo cada tema, talvez
repensando ou banindo crenças. Talvez um dia eu consiga, espero que o Pae
Bará me ajude e me dê forças para conseguir.

Bem, depois deste tipo de prefácio, deixo-vos com algumas datas religiosas,
embora vocês saibam que mais aparecerão mais tarde.

20 de janeiro, dia dos Caboclos.


13 de maio, dia da Libertação dos Pretos Velhos.
24 de junho Dia do Pae Africano.
2 de novembro, Dia das Almas.

5
3
ogum
Neste caso vou falar de Ogúm na Umbanda, embora sejam muitos, deixo uma
pequena resenha de alguns dos mais conhecidos:

Conta pra ele (caboclo chefe falange linha de Ogúm)

Yara (ligada a rios e cachoeiras)

Mege (Guardiã dos Cemitérios)

Rompe Matos (trabalha na serra) ligado a oxóssi e assanha

Beira mar (colaborador de Iemanjá)

Sete ondas (funciona metade em terra, metade na água), ligadas a rios


exsudantes

Martinata (próximo nome: barulho, rugido)

Narue (trabalha na linha das almas)

Malei (sgi: muito poderoso, trabalha em Quimbanda)

Da Lua (Trabalho no campo)

Lanceiro

Sete Espadas (é meu Ogúm da Umbanda Hehe)

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Alguns
relacionamentos
Muitas relações entre eles nascem das lendas dos Orixás. Esta é uma espécie
de resumo deles:

Bará e Ogúm são irmãos.

Xangó apaixonado por Oxúm.

Iemanjá casou-se primeiro com Orumila (dono da adivinhação)


depois com Olofi rei de Ifé, ela é filha de Olokum.

Oxúm, foi rainha de Oió, segunda esposa de Xangó e sua preferida.

Xapaná filho de Nana, ela o abandonou e Iemanjá cuidou dele.

Ossanha irmão de Ogúm e Bata.

Obá, primeira esposa de Xangó.

Xangó, rei de Oió, tinha três esposas: Obá, Oxúm e Oia.

Ogúm apaixonado por Oia, mas ela o trocou por Xangó, mas
nunca deixaram de se amar. Filho de Iemanjá e irmão de Xapaná.

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5
Alguns dados
anedóticos
A título de informação anedótica posso citar que Zélio de Moraes nasceu na
cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro.

Exú Morcego funciona ao mesmo tempo que Exú Meia Noite. (meia-noite,
que é calculada como metade das horas de escuridão, todas as noites). O que
os satanistas chamam de meia-noite satânica.

Oxalá, tem duas passagens. Oxalá Joven (Oxaguian) e Oxalá Viejo


(Oxalufam). Há também Oxalá Orumilaia, dono da adivinhação, dono do
oráculo do IFA. Embora haja muitos que acreditam que Orumilaia não se
instala na cabeça de uma criança, atesto que no meu território sim.

A cuartinha da nação: é preenchida com vidro (ou seja, coloca-se água num
recipiente de vidro e a cuartinha é preenchida com isso). Não é dispensado e
você pode tomar um gole da água que contém.

Cuartinha de Kimbanda: é recheada com uma garrafa plástica (essa garrafa


plástica cheia de água costuma ficar dentro da aruanda, por muito tempo). A
cuartinha é entregue na esquina mais próxima do terreiro às segundas-feiras,
se for Exú, ou às sextas-feiras, se for Pomba Gira. Já que esses são os dias
dele.

As velas são acesas com fósforos tanto quanto possível, com uma você cola,
com outra você acende. Se a vela quebrar, ela será quebrada em três e
mandada embora.

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6
Alguns Exus
Assim como fiz com o Pae Ogúm, quero fazer o mesmo com alguns Exús.
Basta nomeá-los, talvez pelo fato de não serem tão conhecidos ou vistos
dentro dos terreiros:

Dos VentosDas
Sete Cruces7
SombrasCapa

PretaGarangolaMirimKaminaloaDas

Sete CachoeirasDas
7

PortasPembaGangaQuebra

GaloTronqueiraDo
CementerioTranca

TodoBrasaPaganoDas
7
MontanhasQuiromboDas
Sete PoeirasPedra

PretaCheiroso (sig: Oloroso)

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7
Como o Terreiro se
move
Antes de mudar um terreiro com seus assentamentos, devemos levar em
consideração que o novo terreiro deve ser previamente condicionado, no novo
templo deve ser realizada limpeza, e nova segurança deve ser feita, ou os
existentes devem ser movidos.

No caso das seguranças feitas em masetas ou aguildares, estas podem ser


transferidas sem mais demoras, o mesmo não acontece com as encontradas
em terra. E é aqui que a decisão deve ser tomada, há quem abandone os que
estão em terra e há quem os mova (fazendo um buraco mais fundo para os
retirar), sou da opinião que se o seguro for simples e tiver não oculto, deve ser
abandonado, após uma verificação de segurança informando a entidade ou
entidades o que vai ser feito. Se fossem em pedra, o poço seria aberto, a pedra
e as ferragens seriam removidas e o poço seria colocado no novo poço, onde
seria cortado novamente para a entidade.

O mesmo acontece com os poços das aruandas, se tiverem pedras devem ser
movimentadas e os poços tapados.

Concluída a transferência das coisas, a aruanda deverá ser fechada e nunca


mais poderá ser utilizada para esse fim. O bloqueio da aruanda pode ser
realizado com uma simples vela, informando as entidades do ocorrido, ou
pode ser feito um corte por esse motivo, considero desnecessário. Depois de
terminar de movimentar tudo no terreiro e com a aruanda fechada, você
deverá fazer uma limpeza por Exú no antigo terreiro para garantir que o local
fique limpo.

O mesmo será feito com a sala dos Santos, os Orixás serão informados por
meio de uma vela que o local foi mudado. Se houver aruanda para o falecido,
ela simplesmente será fechada e fechada, mas as coisas contidas no poço não
serão transferidas, sob pena de o conteúdo do poço poder ser enviado.

5
8
Os dados
6 de janeiro datas Ibejis

20 de janeiro datas Ossanha

2 de fevereiro datas

IemanjáDatas Domingo de Páscoa Xapaná

23 de abril data Ogúm

13 de maio datas Pretos

13 de junho datas Bará

24 de junho datas africanas

29 de junho datas Bará LODE

27 de setembro data Crianzas

30 de setembro datas de Xangó

25 de novembro data Oba

4 Data de dezembro Oia

8 Datas de dezembro Oxúm

25 Datas de dezembro Oxalá

Dados Pae Xapana


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Para a data do Pae Xapaná, suas oferendas serão reunidas e entregues em sua
casa, que pode ser três locais: o cemitério, um local verde selvagem como um
terreno baldio ou um local espinhoso em uma montanha, ou perto de uma
groselha arbusto.

Os procedimentos serão semelhantes aos de quaisquer dados (Ver dados


Iemanjá), com a diferença de que não concordamos com Xapaná como um
santo antigo, pois não possui um Exú mensageiro a quem devemos servir...
Me corrijo, todos os Orixás têm seus Exús mensageiros, mas nós só
atendemos os Exús mensageiros dos santos antigos.

Sua saudação: Abao.


Seus ingressos: Beluya, Zapata.

Suas oferendas: amendoim descascado, feijão preto, pipoca, milho torrado,


raspas de amendoim com açúcar, bombons de amendoim, bolinhas de
chocolate, azeitonas pretas, beterraba, ameixa preta, uva preta, amora preta,
cereja preta, figo preto.

Para o seu encontro você irá até sua casa onde será confeccionada uma grande
toalha de mesa com 2 papéis crepom, um rosa e outro preto, em cima da qual
será feito um colchão de pipoca onde serão colocadas as oferendas, serão
acesas 9 velas de Orixá como este é o seu número, suas orações serão
entoadas e saúde e bem-estar serão solicitados.

O Carnaval
O carnaval é uma celebração pública que acontece imediatamente antes da
Quaresma Cristã, com data variável (do final de janeiro ao início de março
dependendo do ano). O carnaval está associado principalmente ao
catolicismo.

Os etnólogos encontram no carnaval elementos sobreviventes de festivais e


culturas antigas, como o festival de inverno (Saturnalia), as celebrações
dionisíacas gregas e romanas (Bacchanalia), festivais andinos pré-hispânicos
e culturas afro-americanas.

O Carnaval é celebrado em diversas partes do mundo e, sendo uma festa


popular e/ou religiosa, é uma das mais antigas do mundo. A duração é de 10

6
0
dias.

A data do carnaval varia de ano para ano e é marcada em nosso calendário


pela Igreja Católica, que a calcula de acordo com a data do Domingo de
Páscoa.

Na primeira quarta-feira após o carnaval, chamada de “Quarta-feira de


Cinzas”, inicia-se a Quaresma, período de abstinência e reflexão, razão pela
qual o carnaval é calculado em relação à Semana Santa. Entre a Quarta-feira
de Cinzas e o Domingo de Páscoa devem decorrer 45 dias.

Para a nossa religião afro é uma festa de celebração, assim como a Semana
Santa onde as entidades são liberadas para celebrar e não têm a pressão e a
regência dos Orixás que estão lhes dizendo o que devem fazer.

A origem do carnaval brasileiro:

De Angola, da tribo Bantu, nação africana, veio um grande número de


escravos trazidos para o território sul-americano durante a colonização.
Quando os escravos começaram a participar de algumas festividades dos
colonizadores.

A festa de Corpus Christi, em particular, é considerada o dia em que os


proprietários permitiam que os escravos tirassem folga. Estes, por sua vez,
aproveitaram para se divertir imitando as danças de seus mestres e, utilizando
as roupas que descartavam, seu modo de vestir, incorporando, ao mesmo
tempo, danças e cantos de sua terra de origem.

Fascinados pela alegria e diversão que projetavam, os jovens crioulos brancos


decidiram aprender a sua forma de cantar e dançar, integrando-se assim nas
celebrações do povo negro. Para isso, primeiro pegaram carvão e alcatrão
para pintar o rosto, o pescoço e as orelhas e, assim, assemelhar sua cor à dos
escravos. Também imitavam outros aspectos de sua aparência, utilizando o
lenço colorido com que envolviam a cabeça, bem como o chapéu de palha e
as calças curtas que os escravos costumavam usar. Além disso, decidiram
cobrir a pele com meias e luvas pretas para parecerem ainda mais escravos.
Também aprenderam a tocar instrumentos nativos africanos, principalmente
tambores, para gerar os ritmos com que os escravos dançavam. Além disso, os
próprios escravos, sentindo-se lisonjeados pelo interesse que os brancos
demonstravam por eles, ensinaram aos seus imitadores suas músicas e danças,
especialmente o ritmo contagiante de sua terra, que chamavam de candombe.
Desde então, as trupes fazem parte do carnaval, tornando-se um dos seus
grupos mais populares, não só pela profusão de ritmo e alegria, mas pela

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homenagem que prestam ao folclore negro e, principalmente, aos escravos
africanos que com a sua música e a dança enriqueceu culturalmente o país.

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Como são preparadas
as
refeições de Exu
As refeições para Exú são preparadas sem nenhum tipo de tempero, nem sal
nem picante nem nada, sim você pode cozinhar essas refeições em um ebo
com um pouco de tempero e sal mas para o público frequentador não para o
Exú.

Começaremos pelas almôndegas, estas são feitas de carne picada, só carne


picada, almôndegas cozidas na frigideira com um pouco de azeite ou óleo de
dendê. Não é necessário que estejam muito dourados, basta cozinhá-los um
pouco por dentro.

Se o que ia ser entregue eram bifes, esses serão carnes finas para milanesa, e
você pode até cortá-los ao meio para que haja uma quantidade maior, eles
também serão cozidos girando e girando na panela, com óleo ou azeite de.

Você pode cozinhar a pipoca no eletrodoméstico que for mais confortável


para você, micro-ondas ou panela, se precisar adicionar um pouco de óleo
para poder cozinhá-la, faça-o sem medo, mas não adicione nada a essa pipoca,
e quando não digo nada quero dizer caramelo ou açúcar ou sal, etc. Somente o
pochocho sem tempero será entregue.

Se, por outro lado, o que íamos servir para Exú fosse berinjela, ela seria
lavada, ficaria com a casca e cortada em rodelas, então cada fatia seria frita
em óleo ou óleo de dendê, também girando e girando.

O preparo das batatas é o seguinte: as batatas são lavadas e descascadas e


tudo é cozido no micro-ondas ou no forno até ficarem macios por dentro.
Depois de cozidas, deixam-se esfriar (para não quebrarem). e corte em fatias.

As costelas de porco são preparadas da mesma forma que no país, indo e


voltando na frigideira ou grelha.

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