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Resenha COSTA, Helouise

A resenha de Helouise Costa analisa a transformação da revista O Cruzeiro no Brasil durante as décadas de 1930 e 1940, destacando seu papel no sistema midiático globalizado e na evolução da fotografia como recurso narrativo. A autora enfatiza a inovação editorial e tecnológica da revista, incluindo o uso de rotogravura em cores e a introdução de fotógrafos de vanguarda, que consolidaram a fotorreportagem. O estudo também aborda as contradições da revista, que, apesar de se apresentar como neutra, refletia seletivamente aspectos da sociedade, situando O Cruzeiro como um fenômeno híbrido entre tradição e modernidade.

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Resenha COSTA, Helouise

A resenha de Helouise Costa analisa a transformação da revista O Cruzeiro no Brasil durante as décadas de 1930 e 1940, destacando seu papel no sistema midiático globalizado e na evolução da fotografia como recurso narrativo. A autora enfatiza a inovação editorial e tecnológica da revista, incluindo o uso de rotogravura em cores e a introdução de fotógrafos de vanguarda, que consolidaram a fotorreportagem. O estudo também aborda as contradições da revista, que, apesar de se apresentar como neutra, refletia seletivamente aspectos da sociedade, situando O Cruzeiro como um fenômeno híbrido entre tradição e modernidade.

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Resenha: 'Entre o Local e o Global: A Invenção da Revista O Cruzeiro'

A análise crítica de Helouise Costa em “Entre o Local e o Global: A Invenção da Revista O


Cruzeiro” propõe um estudo aprofundado sobre a transformação da revista ilustrada no
Brasil no contexto da modernização social e cultural, sobretudo a partir das décadas de
1930 e 1940. O ensaio posiciona O Cruzeiro como um marco no sistema midiático
globalizado, destacando seu papel no avanço da fotografia como recurso narrativo essencial.

O lançamento da revista em 1928, descrito por Costa, se deu em um momento de transição


para a grande imprensa, marcada pela industrialização e comercialização da notícia. A
autora ressalta que “a revista é um estado intermediário entre o livro e o jornal” (Costa,
2024, p. 13), afirmando seu papel cultural e educativo. Neste contexto, O Cruzeiro assumiu
uma função distinta, incorporando elementos de modernidade e ampliando sua circulação
para além do Rio de Janeiro, através de um inovador sistema de distribuição.

A transição tecnológica e editorial de O Cruzeiro também foi destacada. Helouise Costa


detalha como Assis Chateaubriand investiu no sistema de rotogravura em cores, um avanço
gráfico que marcou a imprensa brasileira da época (Costa, 2024, p. 27). A revista adotou
soluções de diagramação inspiradas em publicações estrangeiras, buscando dinamismo
visual em suas páginas, como na seção “Pelas cinco partes do mundo”.

Outro ponto central da análise é o uso estratégico da fotografia. Costa cita que, em sua fase
inicial, a revista dependia de fotógrafos colaboradores e amadores, mas promoveu
concursos para estimular o uso de equipamentos modernos, como a Leica (Costa, 2024, p.
45). A reformulação editorial de 1943, liderada por Frederico Chateaubriand, trouxe
inovações significativas. A introdução de Jean Manzon, fotógrafo francês com formação em
vanguarda, exemplifica essa transformação, consolidando a fotorreportagem como eixo
central da revista (Costa, 2024, p. 58).

A autora analisa ainda as contradições da revista, que, embora se apresentasse como neutra
e educativa, refletia seletivamente os “aspectos edificantes” da sociedade (Costa, 2024, p.
15). Essa dualidade entre modernização e elitismo cultural é explorada criticamente,
situando O Cruzeiro como um fenômeno híbrido entre tradição e inovação.

Assim, o trabalho de Costa é um rico estudo da história da mídia no Brasil, expondo as


complexidades de uma publicação que espelhou tanto os avanços tecnológicos quanto as
tensões sociais de sua época. Sua abordagem integra reflexões sobre fotografia,
modernidade e comunicação de massa, oferecendo uma leitura fundamental para a
compreensão do desenvolvimento da imprensa brasileira.

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