Professor: Paulo José Silva
A sinalização semafórica é um subsistema da sinalização viária que se
compõe de indicações luminosas acionadas alternada ou
intermitentemente por meio de sistema elétrico/eletrônico.
Tem a finalidade de:
regulamentar o direito de passagem dos vários fluxos de veículos (motorizados e
não motorizados) e/ou pedestres numa interseção ou seção de via;
advertir condutores, de veículos motorizados ou não motorizados, e/ou
pedestres sobre a existência de obstáculo ou situação perigosa na via.
Paulo José Silva
A decisão pela adoção da sinalização semafórica no controle do tráfego
deve ser precedida da avaliação da eficácia de outras formas de controle,
tais como:
controle a partir da obediência às normas gerais de circulação estabelecidas no
Código de Trânsito Brasileiro (CTB);
controle com o uso de sinalização vertical de regulamentação (placas R-1 ou R-2)
e/ou de sinalização horizontal (faixa de travessia de pedestres tipo zebrada);
implantação de rotatórias ou outras formas de canalização do tráfego em
interseções.
Paulo José Silva
É classificada, segundo sua função, em:
sinalização semafórica de regulamentação – tem a função de efetuar o controle
do trânsito numa interseção ou seção de via, através de indicações luminosas,
alternando o direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres;
sinalização semafórica de advertência – tem a função de advertir sobre a
existência de obstáculo ou situação perigosa, devendo o condutor reduzir a
velocidade e adotar as medidas de precaução compatíveis com a segurança para
seguir adiante.
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Grupo de movimentos
É o conjunto de movimentos presentes em uma mesma aproximação que
recebem simultaneamente o direito de passagem.
Grupo semafórico
É o conjunto de semáforos (grupos focais) com indicações luminosas idênticas
que controlam grupos de movimentos que recebem simultaneamente o direito
de passagem.
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Estágio
Intervalo de tempo em que um ou mais grupos de movimentos recebem
simultaneamente o direito de passagem. O estágio compreende o tempo de
verde e o tempo de entreverdes que o segue.
Entreverdes
Intervalo de tempo compreendido entre o final do verde de um estágio e o início
do verde do estágio subsequente.
Para semáforos veiculares, o entreverdes é composto de um tempo de amarelo,
acrescido de um tempo de vermelho geral sempre que necessário.
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Vermelho geral
É o intervalo de tempo entre o final do amarelo (ou do vermelho intermitente) de
um estágio e o início do verde do próximo estágio.
Ciclo
Sequência completa dos estágios de uma sinalização semafórica.
A duração do ciclo em uma interseção, ou seção de via, é definida pela soma dos
tempos de todos os estágios programados para o controle do tráfego no local.
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Intervalo luminoso
É o período de tempo em que permanece inalterada a configuração luminosa dos
semáforos (grupos focais) que controlam o tráfego em um determinado local.
Plano semafórico
Conjunto de elementos que caracteriza a programação da sinalização semafórica
para uma interseção ou seção de via, num determinado período do dia. O
diagrama de estágios e o de intervalos luminosos são partes integrantes do plano
semafórico.
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Diagrama de estágios
É a representação gráfica da
alocação dos movimentos que
podem ser realizados
(motorizados e não motorizados)
em cada estágio do ciclo.
O movimento de pedestres e/ou
ciclistas só deve ser representado
no diagrama de estágios quando
for sinalizado por grupos focais
específicos.
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Diagrama de intervalos
luminosos ou diagrama de
barras
Consiste na representação da
duração e sequência dos
intervalos luminosos e estágios
por meio de barras horizontais,
associando-os aos grupos
semafóricos correspondentes.
Paulo José Silva
O termo movimento, numa interseção ou trecho viário localizado em
meio de quadra, é usado para identificar o fluxo de veículos, que tem a
mesma origem e mesmo destino, e/ou o fluxo de pedestres, que se
deslocam na mesma direção, mas, não necessariamente no mesmo
sentido.
Graficamente, o movimento é representado por traço e seta, onde o
traço indica a direção e a seta indica o sentido.
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Os trechos de via
onde os veículos
convergem para a
interseção são
denominados
aproximações da
interseção.
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convergentes: são
movimentos que têm
origem em diferentes
aproximações e
possuem mesmo
destino
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divergentes: são
movimentos que têm
origem na mesma
aproximação e
possuem destinos
diferentes
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interceptantes: são
movimentos que têm
origem em
aproximações
diferentes e que se
cruzam em algum
ponto da área de
conflito
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não-interceptantes:
são aqueles cujas
trajetórias não se
encontram em
nenhum ponto da
área de conflito
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Os movimentos, quanto à interação das suas trajetórias para efeito do
controle semafórico, podem ser classificados como:
conflitantes: movimentos com origens diferentes cujas trajetórias se interceptam
ou convergem em algum ponto da área de conflito.
não-conflitantes: movimentos cujas trajetórias não se interceptam nem
convergem em nenhum ponto da área de conflito.
A análise dos conflitos presentes em uma dada interseção deve ser
realizada com base na elaboração de um diagrama de conflitos.
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No cruzamento abaixo, definir e representar as aproximações e os movimentos existentes, montar
o quadro de movimentos conflitantes, definir o diagrama de estágios dos semáforos.
Aproximação 1 = Rua A, sentido centro/bairro;
Aproximação 2 = Rua A, bairro/centro;
Aproximação 3 = Rua B.
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Aproximação 1 = Rua C, centro/bairro;
Aproximação 2 = Rua C, bairro/centro;
Aproximação 3 = conversão à esquerda;
Aproximação 4 = Rua D.
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Existem basicamente dois padrões de posicionamento de semáforos em
interseções: antes e depois da via transversal, apresentando cada um
deles características operacionais próprias.
O manual de sinalização recomenda a adoção, pelo município ou região,
de um único padrão.
É importante que os projetos sejam desenvolvidos sempre com o mesmo
padrão para manter a clareza e padronização da sinalização.
O descumprimento do padrão somente deve ocorrer em caráter
excepcional.
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Os semáforos (grupos focais) de uma aproximação devem ser visíveis ao
condutor de veículos motorizados sob duas condições:
quando o veículo está em movimento de aproximação de local semaforizado -
“visibilidade à distância”;
quando o veículo está parado na linha de retenção - “visibilidade a partir da linha
de retenção”.
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Visibilidade à distância:
A visibilidade do semáforo, seja em suporte projetado sobre a via ou em coluna
simples, para o condutor de veículo em movimento de aproximação, deve
considerar o campo visual do condutor e a sua velocidade de aproximação.
A visibilidade à distância deve garantir o tempo necessário para o condutor
perceber, reagir e parar o seu veículo na linha de retenção, de forma segura. A
distância percorrida pelo veículo durante o tempo de percepção, reação e
frenagem é denominada distância de visibilidade de parada.
Paulo José Silva
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Visibilidade a partir da linha de retenção:
A visibilidade do grupo focal pelo condutor do veículo parado na linha de
retenção depende do atendimento às duas seguintes condições:
1 - A distância do grupo focal à linha de retenção (D), projetada no plano
horizontal, deve ser obtida pela Equação abaixo que considera o ângulo vertical
de 20 graus, em relação à linha de visada natural do condutor
Paulo José Silva
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2 - O ângulo entre o eixo
de cada aproximação e a
linha de visada ao grupo
focal deve ser menor ou
igual a 20 graus
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Para o condutor parado junto à linha de retenção, deve ser garantida em todas
as faixas a visibilidade de pelo menos um grupo focal.
A garantia dessa visibilidade pode exigir o uso de mais de um grupo focal,
implantado em coluna simples ou em braço projetado, de acordo com as
características do local.
É importante assegurar a informação da indicação luminosa vermelha à
distância, considerando a possibilidade de queima de uma lâmpada. Para
tanto, uma das seguintes medidas deve ser adotada:
usar, pelo menos, um grupo focal com LED;
implantar, pelo menos, um grupo focal com dois focos vermelhos;
instalar dois grupos focais.
Paulo José Silva
O projeto de locação deve atender:
distância de visibilidade de parada em função da velocidade;
distâncias de visibilidade mínimas e máximas dos grupos focais em relação à linha de
retenção;
quantidade mínima de grupos focais;
em vias de mão dupla, sem canteiro central, a sinalização semafórica deve ser
implantada do lado direito.
Atendidos os critérios anteriormente referidos, deve-se procurar reduzir o
número de colunas a ser implantadas, considerando que podem ser fixados
em uma mesma coluna mais de um grupo focal, veicular ou de pedestres.
Paulo José Silva
Não é possív el exibir esta imagem no momento.
O afastamento lateral mínimo de todo e qualquer
elemento de sinalização semafórica deve ser de 0,30 m do
meio fio, conforme indicado na Figura.
Usualmente as colunas semafóricas são implantadas a
uma distância de 0,80 m do meio-fio.
A altura livre do anteparo dos grupos focais em projeção
sobre a via deve ser de 5,50 m, podendo variar para mais
em situações específicas.
A altura livre dos grupos focais ou anteparos fixados em
colunas deve ser de 2,40 m, podendo variar para mais em
situações específicas .
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Fluxo de saturação
Corresponde ao número máximo de veículos que poderia passar em uma
aproximação controlada por sinalização semafórica no caso dessa
aproximação receber indicação verde durante uma hora inteira. É
representado pelo máximo fluxo de tráfego observado em períodos
saturados.
Paulo José Silva
Tempo perdido de um ciclo ou Tempo Perdido Total Tp = tent
É a parte do ciclo que não é efetivamente utilizada pelos veículos. Sua
ocorrência pode ter duas causas:
a) Existência de estágio de pedestres. Durante um estágio exclusivo para pedestres, a
passagem dos veículos na interseção é interrompida.
b) Alternância de passagem entre as correntes de tráfego veicular. Em toda troca de
estágio, por razões de segurança, ocorre um período de entreverdes durante o qual o
fluxo dos veículos que estão perdendo o direito de passagem vai se reduzindo até
chegar a zero. Além disso, demora certo tempo até que o fluxo dos veículos que estão
ganhando o direito de passagem atinja o valor do fluxo de saturação.
Paulo José Silva
Taxa de ocupação
Denomina-se taxa de ocupação de um grupo de movimentos, representada
pelo símbolo y, a relação entre seu fluxo e o respectivo fluxo de saturação,
expressos na mesma unidade.
y – taxa de ocupação;
F – fluxo do grupo de movimentos, em veículos por hora, ou ucp por hora;
FS – fluxo de saturação do grupo de movimentos, em veículos por hora ou ucp por hora.
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Período de entreverdes para os veículos
Tem a função de assegurar a travessia da interseção por veículos que, ao
receberem a indicação amarela, se encontrem a uma distância da linha
de retenção insuficiente para parar com segurança.
Neste caso, o tempo de entreverdes deve ser suficiente para que o
veículo possa tanto percorrer a distância até a linha de retenção como
concluir a travessia abandonando a área de conflito antes que os veículos
ou pedestres dos movimentos conflitantes recebam direito de passagem.
Paulo José Silva
Período de entreverdes para os veículos
tent – tempo do período de entreverdes para o grupo focal de veículos; em segundos;
tpr - tempo de percepção e reação do condutor, em segundos;
v – velocidade do veículo, em m/s;
aad – máxima taxa de frenagem admissível em via plana, em m/s2;
i – inclinação da via na aproximação, sendo “+” em rampas ascendentes e “-“ em rampas
descendentes (m/m);
g – aceleração da gravidade (9,8 m/s2);
d2 – extensão da trajetória do veículo entre a linha de retenção e o término da área de conflito,
em metros;
c – comprimento do veículo, em metros.
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Tempo de amarelo
tent = tam + tvg
Tempo de vermelho geral
d2 = Distância entre a linha de retenção e o alinhamento da guia da via
transversal
c = comprimento do veículo
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Cálculo do tempo de ciclo pelo método do grau de saturação máximo
pi = fração de verde para cada estágio
xmi = grau de saturação para cada estágio
Paulo José Silva
Tempo de ciclo
Tempo de verde efetivo
Paulo José Silva
Considerou-se que, embora conflitantes, os movimentos MV1, MV3 e MV4 podem receber verde simultaneamente, por conta de
características peculiares deste exemplo. Neste caso, admitiu-se que os fluxos dos movimentos MV3 e MV4 apresentam brechas
em número e duração suficientes para permitir a realização do MV1 e, também, que há boas condições de intervisibilidade. Para
situações reais, o técnico deve avaliar se as condições operacionais do local permitem esse tipo de arranjo.
Paulo José Silva
Para o cruzamento acima e baseado nos dados abaixo, pede-se:
a) Determinar o tempo de entreverdes b) Determinar as taxas de ocupação c) Determinar o tempo de ciclo
Dados:
Distância entre a linha de retenção e o alinhamento da guia da via transversal = 6,0m
c = 5m tpr = 1,0s; v = 40 km/h; aad = 3,0 m/s2; i = 0 (vias planas); g = 9,8m/s2.
Taxa de fluxo de cada grupo de movimentos
Rua A: F1 = 700 veíc/h (sentido centro/bairro); F2 = 600 (bairro/centro); Rua B: F3 = 900 veíc/h.
Fluxo de saturação (FS)
Rua A: FS1 = 1800 veíc/h (centro/bairro); FS2 = 1700 (bairro/centro); Rua B: FS3 = 3000 veíc/h.
Para a Rua A: xm1 = 0,86; Para a Rua B: xm2 = 0,89.
Paulo José Silva