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Alunos Estrangeiros

A nota técnica aborda os procedimentos para matrícula de estudantes estrangeiros no Ensino Fundamental e Médio, incluindo análise de documentos e classificação. Estudantes que falam português ou não devem passar por processos de regularização e avaliação diagnóstica, com ênfase na adaptação às normas educacionais brasileiras. A documentação deve ser autenticada e mantida em pasta individual, e a reclassificação deve ocorrer conforme o domínio da língua portuguesa e a análise do histórico escolar.

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Alunos Estrangeiros

A nota técnica aborda os procedimentos para matrícula de estudantes estrangeiros no Ensino Fundamental e Médio, incluindo análise de documentos e classificação. Estudantes que falam português ou não devem passar por processos de regularização e avaliação diagnóstica, com ênfase na adaptação às normas educacionais brasileiras. A documentação deve ser autenticada e mantida em pasta individual, e a reclassificação deve ocorrer conforme o domínio da língua portuguesa e a análise do histórico escolar.

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SECRETARIA ADJUNTA DE GESTÃO REGIONAL - SAGR

UNIDADE DE NORMAS DA SECRETARIA ADJUNTA DE GESTÃO REGIONAL - UNGR


SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE DIRETORIA REGIONAL - SGDR
NÚCLEO DE APLICAÇÃO DE NORMAS E ESCRITURAÇÃO ESCOLAR - NANEE

MATRÍCULAS DE ESTUDANTES ESTRANGEIROS


NOTA TÉCNICA
MATRÍCULAS DE ALUNOS ESTRANGEIROS

Escrituração I

Regularização de histórico do Ensino Fundamental para matrícula no Ensino Fundamental.


Atenção: O estudante passará por processo de classificação independentemente do histórico escolar
estar traduzido ou não.
Procedimentos para realizar a classificação de estudantes estrangeiros
1. Para casos de estudante que fala português, mas sem o domínio da língua.

1.1 Análise dos documentos


a) Verificar a quantidade de tempo (anos e horas) que o estudante frequentou a escola no país de
origem;
b) Verificar se ele já foi retido/reprovado alguma vez;
c) Verificar se a idade do estudante está condizente com a quantidade de anos/horas
frequentados;
d) Autenticar a cópia dos documentos com o carimbo “confere com o original” e devolver os
originais para a família/estudante e informar que esses documentos não podem ser
extraviados, pois poderão ser solicitados futuramente por outras instituições educacionais;
e) Os itens a,b,c devem ser realizados conforme as possibilidades disponíveis.

1.2 Classificação (realizada pelo Conselho de Classe)


a) Compor um conselho de classe de acordo com o resultado da análise dos documentos do
exterior, combinando à idade do estudante, exemplo: realizar o conselho de classe para
analisar a possibilidade de situá-lo nos anos finais do Ensino Fundamental, se houver
conhecimento adequado;
b) Avaliar se o estudante tem condições de acompanhar a turma apontada pela análise dos
documentos, verificar se há necessidade de realizar complementação de CH - total e/ou
adaptações e/ou complementações pedagógicas;
c) Caso necessite, realizar avaliação diagnóstica, preferencialmente, com mais de um
instrumento avaliativo; por exemplo: entrevista e redação. Ressalta-se que o Conselho de
Classe poderá substituir todas as avaliações supracitadas.
d) Registrar o resultado no Livro Ata de Processos Especiais. A cópia do documento produzido
será utilizada pela secretaria da escola para escriturar a vida do estudante, portanto, o
documento (Ata) deve ser breve, objetivo e deve descrever, caso houver, validação de estudos
e dispensa de frequência;
e) De acordo com o diagnóstico, caso detectem, apontar que o estudante tem a necessidade de
fazer adaptações das habilidades previstas da BNCC/DRC – MT e/ou complementações
pedagógicas, complementações de Carga Horária ou dispensa de frequência.
2. Para estudantes que não falam português.
a) Realizar os procedimentos do item 1;
b) Realizar os procedimentos do item 1.2 apenas para análise dos documentos, mesmo que
estejam sem tradução, o preenchimento do Formulário de Solicitação de Regularização para
Matrícula de Alunos Estrangeiros ajuda nessa etapa do processo;
c) No ato da matrícula, situar o estudante no ano anterior ao que ele apresenta, considerando
apenas a idade/ano. (Observar a tabela de equivalência idade/ano).
Após o estudante ter certo domínio da língua portuguesa, no início do próximo ano letivo, caso ele
tenha condições, realizar a reclassificação, reposicionar na turma correta. Atenção: não reclassificar
estudante do/no 9º ano para o 1º ano do Ensino Médio. Caso o estudante tenha documentos, e fique
constatado que a matrícula para posterior reclassificação traz prejuízos ao estudante, regularize para
matrícula no 1º ano do Ensino Médio.

Tabela de equivalência idade certa


Obs.: estudante com 06 anos completos até 31/03 da
matrícula no 1º ano
Ensino Fundamental - Res. Nº 3 CNE/CEB
Idade correspondente no início
do ano letivo (sem distorção
Nove anos de
idade/ano)
duração
Na idade Um ano de
certa defasagem
1º ANO 6 anos 7 anos
2º ANO 7 anos 8 anos
Anos
3º ANO 8 anos 9 anos
Iniciais
4º ANO 9 anos 10 anos
5º ANO 10 anos 11 anos
6º ANO 11 anos 12 anos
Anos 7º ANO 12 anos 13 anos
Finais 8º ANO 13 anos 14 anos
9º ANO 14 anos 15 anos
Ensino Médio – três anos de duração
Idade correspondente no início
do ano letivo (sem distorção
Três anos de duração idade/ano)
Na idade Um ano de
certa defasagem
1º ANO 15 anos 16 anos
2º ANO 16 anos 17 anos
3º ANO 17 anos 18 anos

Obs. Tabela de equivalência idade certa em nenhuma hipótese deverá ser usada como critério para
posicionar o estudante. Ao posicioná-lo, a idade deve ser observada, todavia, o estudante deve ser
posicionado de acordo com o resultado da análise de seus documentos escolares somado aos
resultados do Conselho de Classe. O Conselho de Classe deve ser realizado conforme critérios
dispostos na Instrução Normativa nº15/2021/GS/SEDUC/MT.
Escrituração II
Validação do Ensino Fundamental para matrícula no Ensino Médio.
3. Para estudante que fala português, mesmo não tendo domínio da língua.
3.1 Análise dos documentos:
a) Compor Conselho de Classe, conforme critérios dispostos na Instrução Normativa
nº15/2021/GS/SEDUC/MT.
b) Verificar a quantidade de tempo (anos e horas) que o estudante frequentou a escola no país de
origem. Para classificação/regularização do Ensino Fundamental, a Carga Horária deverá ser igual
ou superior a 7.200 horas.
c) Verificar se a idade do estudante está condizente com a quantidade de anos/horas frequentados.
d) Realizar os procedimentos de classificação para todos os nove anos do Ensino fundamental no
sistema.
e) Autenticar a cópia dos documentos do E.F do país de origem com o carimbo “confere com o
original”, para compor a pasta do estudante e devolver os originais para a família/estudante,
informando que esses documentos não poderão ser extraviados, porque serão exigidos no futuro.
f) Expedir o Histórico Escolar do Ensino Fundamental, anexar os documentos originais do país
estrangeiro e entregar à/ao família/estudante.
g) Cadastrar histórico no Ensino Médio até que o estudante fique apto para ser matriculado na turma
de destino, por exemplo: se o documento de classificação apontou que o estudante está apto a ser
matriculado no 3º ano do Ensino Médio, deverá ter no histórico o cadastro como classificado até
o 2º ano do Ensino Médio e matricular no 3º ano.

4. Para estudante que não fala português


a) Regularizar o Ensino Fundamental do estudante.
b) Matricular no 1º ano E.M considerando apenas análise documental e a idade/ano.
c) Estudantes que chegam com documentos equivalentes ao 2º ou 3º ano do Ensino Médio, no início
do próximo ano letivo, caso o estudante tenha domínio e condições, realizar a reclassificação para
o 3º ano;

Caso o estudante tenha condições, a reclassificação e a matrícula devem ser feitas nos primeiros 15
dias de aula para que não perca C.H na turma de destino. Portanto, a avaliação do estudante deverá
ser feita durante o ano letivo, para que no início do próximo ano, já tenha os documentos necessários
para realizar a reclassificação no sistema.
Exemplo de textos para inserir no campo “Observação do
Histórico Escolar”
1. Para matrícula no Ensino Fundamental:
OBS.: Estudante transferido de país estrangeiro CLASSIFICADO para regularização de vida
escolar, conforme Art. 5º e 8º - Res. 002/2019 CEE-MT, Art. 7º da Res. 002/2019 CEE-MT; Art. 71,
72 da Res. 002/2015 CEE-MT; Parágrafos §1º e§2º do Art. 77 da Res. 002/2015 CEE-MT.
Inserir:
O estudante realizou o equivalente aos 1º, 2º, ..., (listar todos os anos lançados como classificado)
do Ensino Fundamental no (nome do país) conforme documentos em anexo.
a. Para validação do Ensino Fundamental cursado no exterior

OBS.: Estudante transferido de país estrangeiro CLASSIFICADO para regularização de vida


escolar, conforme Art. 5º e 8º - Res. 002/2019 CEE-MT, Art. 7º, da Res. 002/2019 CEE-MT; Art. 71,
72, da Res. 002/2015 CEE-MT; Parágrafos §1º e§2º do Art. 77, da Res. 002/2015 CEE-MT.
Inserir:
A escola realizou a regularização do Ensino Fundamental realizado no (nome do país). O estudante
está apto a cursar o Ensino Médio.

2. Para matrícula no Ensino Médio:


a. Para matrícula no 1º ano do Ensino Médio
O campo “Observação” ficará sem registro para estudante estrangeiro, pois a regularização deve ser
feita na etapa Ensino Fundamental.
Procedimento padrão: manter a cópia dos documentos válidos do Ensino Fundamental na pasta do
estudante e realizar a matrícula (documentos já regularizados).

b. Para matrícula no 2º e/ou 3º ano do Ensino Médio:


OBS.: Estudante transferido de país estrangeiro CLASSIFICADO para regularização de vida
escolar, conforme Art. 5º e 8º - Res. 002/2019 CEE-MT, Art. 7º, da Res. 002/2019 CEE-MT; Art. 71,
72, da Res. 002/2015 CEE-MT; Art. 77, da Res. 002/2015 CEE-MT.
Inserir:
O estudante realizou o equivalente aos 1º e 2º anos do Ensino Médio no (nome do país),
conforme documento arquivado na pasta do estudante.

Ou para alunos matriculados no 2º ano, (repete o primeiro parágrafo)


O estudante realizou o equivalente ao 1º ano do Ensino Médio no (nome do país), conforme
documento arquivado na pasta do estudante.
Escrituração III
Quando parte da Educação Básica tiver sido realizada no Brasil e IV. diploma e/ou certificado e histórico
concluída no exterior, o estudante e/ou responsável deverá dos estudos realizados no exterior, contendo
procurar uma escola credenciada e autorizada para a Educação o apostilamento devidamente assinado,
Básica, com vistas à certificação. selado e carimbado pelo país de origem, em
se tratando de países signatários da
Os procedimentos a serem realizados na escola deverão ser feitos Convenção de Haia;
atentando para o fato de que nem todos os estudantes possuem os V. tradução oficial por tradutor
documentos listados no Art. 4º, incisos III ou IV, da Res. 002/2018 juramentado, inclusive em se tratando de
- CEE/MT; documentação redigida em Língua
Espanhola;
Para os casos de estudantes que atendam o disposto na Res. VI. histórico escolar dos estudos
002/2018-CEE/MT, Art. 4º, III, IV, serão feitos os mesmos realizados no Brasil, quando for o caso;
procedimentos. VII. comprovante de residência no
RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 002/2018- CEE/MT Estado de Mato Grosso.
Fixa normas para a declaração de equivalência de Art. 7º As escolas do Sistema Estadual de
estudos conclusivos, de etapas e suas modalidades, da Ensino deverão dar ciência desta Resolução,
Educação Básica do Sistema Estadual de Ensino em tempo hábil, aos estudantes que solicitem
realizados em parte ou integralmente no exterior, e para transferência com a finalidade de participar
a revalidação de diplomas de cursos técnicos de nível de programa de intercâmbio, bem como de
médio, concluídos ou realizados no exterior. estudantes oriundos de outros países.
Art. 4º (...) contendo: Parágrafo único. Os estudantes de que
(...) trata o caput deste artigo, que no seu retorno
não possuírem os documentos listados no
Art. 4º, incisos III ou IV, desta Resolução,
deverão apresentar-se a uma escola
credenciada e autorizada para a Educação
Básica, com vistas à continuidade de estudos
e ou certificação.
Procedimentos na unidade escolar (estadual ou privada)
1- Solicitar cópias dos documentos de vida escolar realizada no exterior, inclusive quando não estiverem
traduzidas.
2- Solicitar cópias dos documentos pessoais para abrir pasta individual do estudante observando o disposto na
Portaria Nº 486/2018 ou a que vier a substituí-la.
3- Para os casos de estudantes que também fizeram no exterior o Ensino Fundamental, será necessário
regularizar o Histórico do Ensino Fundamental, que é o comprovante dessa etapa de ensino. O histórico do
Ensino Fundamental será emitido conforme modelo do sistema/escola.
4- Conferir as cópias dos documentos solicitados com os originais, autenticar as cópias (carimbo “confere com
os originais”), arquivar na pasta do estudante, e sempre devolver os originais ao estudante.
5- Caso os documentos atendam todas as normas, expedir o Certificado do Ensino Médio.
Formulário de Solicitação de Regularização para Matrícula de Alunos Estrangeiros

Senhor(a) Diretor(a), venho respeitosamente solicitar a regularização de vida escolar do estudante,


abaixo mencionado, para validação de estudos realizados no exterior.
Nome do país onde estudou:
Nome do país onde estudou:
Dados do Aluno
Nome do Aluno(a): CPF:
Doc. identidade Nº. Org. Exp.: Data Exp.:
Filiação 1:
Filiação 2:
Filiação 3:

Dados Educacionais:
Idade Ano Instituição de Ensino País
6 anos
Ensino Fundamental

7 anos
8 anos
9 anos
10 anos
11 anos
12 anos
13 anos
14 anos
15 anos

Idade Ano Instituição de Ensino País


Ensino Médio

15 anos
16 anos
17 anos
18 anos

Declaro, sob pena da lei, serem verdadeiros os dados informados acima.

Assinatura do aluno Assinatura do pai ou responsável legal


Base Legal

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 002/2019 – Fixa normas para a oferta da Educação


Básica para imigrantes estrangeiros, ingressantes no Sistema Estadual de Ensino.
Art. 5º A ausência de domínio da língua nacional não deve ser empecilho para que o
estudante estrangeiro ingresse no Sistema Estadual de Ensino, cabendo às
Mantenedoras e Mantidas se prepararem para o ensino da Língua Portuguesa, para um
atendimento humanizado, inclusivo e acolhedor, livre de toda e qualquer forma de
xenofobia, preconceito, racismo e intolerância correlatas.
Art. 8º Para a inserção nas etapas e modalidades da Educação Básica é permitido à
escola, mediante análise dos documentos próprios e, na falta destes, providenciar o
processo de reclassificação, nos termos da legislação vigente.

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 002/2018- CEE/MT – Fixa normas para a declaração de


equivalência de estudos conclusivos, de Etapas e suas Modalidades, da Educação Básica
do Sistema Estadual de Ensino realizados em parte ou integralmente no exterior, e para a
revalidação de diplomas de cursos técnicos de nível médio, concluídos ou realizados no
exterior.

Art. 4º (...) contendo:


(...)
III. diploma e ou certificado, e histórico dos estudos realizados no exterior, contendo
a autenticação do Consulado Brasileiro no país de origem, quando não se tratar de país
signatário da Convenção de Haia;
IV. diploma e ou certificado e histórico dos estudos realizados no exterior, contendo
o Apostilamento devidamente assinado, selado e carimbado pelo país de origem, em
se tratando de países signatários da Convenção de Haia;
V. tradução oficial por tradutor juramentado, inclusive em se tratando de
documentação redigida em Língua Espanhola.
VI. histórico escolar dos estudos realizados no Brasil, quando for o caso.
VII. comprovante de residência no Estado de Mato Grosso.
Art. 7º As escolas do Sistema Estadual de Ensino deverão dar ciência desta Resolução,
em tempo hábil, aos estudantes que solicitem transferência com a finalidade de
participar de programa de intercâmbio, bem como de estudantes oriundos de outros
países.
Parágrafo único. Os estudantes de que trata o caput deste artigo, que no seu retorno
não possuírem os documentos listados no Art. 4º, incisos III ou IV, desta Resolução,
deverão apresentar-se a uma escola credenciada e autorizada para a Educação
Básica, com vistas à continuidade de estudos e ou certificação.

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 002/2015-CEE-MT – Estabelece normas aplicáveis para


a Educação Básica no Sistema Estadual de Ensino e dá outras providências.

Art. 71. Transferência é a passagem do estudante de um estabelecimento de


ensino para outro, inclusive de escola de país estrangeiro, assegurado o
aproveitamento de estudos e seu posicionamento, conforme a matriz
curricular e a Proposta Pedagógica da Unidade Escolar receptora.
§1º A transferência do estudante poderá ocorrer para uma modalidade na mesma
etapa de ensino, desde que se cumpra o exigido na modalidade requerida.
§2º Cabe à unidade escolar receptora a responsabilidade de promover a
regularização da vida escolar do estudante, registrando as situações
peculiares à vida escolar do estudante, tais como matrícula por disciplina,
matrícula por dependência, matrícula com aproveitamento de resultados
parciais, obtidos em exames supletivos, adaptações, validação de estudos,
dispensa de frequência, de acordo com a legislação, comprovante de conclusão
do Ensino Fundamental, identificação das escolas anteriormente cursadas, e
outros dados que a Escola julgar necessário.
Art. 72. Na enturmação de estudantes em processo de transferência de um
estabelecimento escolar para outro com organização escolar diferenciada, a
Unidade de Ensino deverá:
I. instituir o coletivo de professores para proceder ao diagnóstico relativo ao
domínio de conhecimento, às vivências e às experiências dos estudantes, para
encaminhar as devidas intervenções e acompanhamento pedagógicos pelo
resultado constatado e, a seguir, definir a enturmação apropriada;
II. os procedimentos para enturmação deverão constar em ata, e os
documentos comprobatórios arquivados em pasta individual do estudante.
(...)
Art. 77. À transferência do estudante de Escola vinculada ao Sistema de Ensino
de outro país aplicam-se as normas da presente Resolução, respeitadas também
as do Sistema de origem, exigindo-se:
I. requerimento de matrícula do interessado, maior de idade, pais ou
responsáveis pelo menor de idade, à direção da escola;
II. tradução oficial da documentação escolar do país de origem;
III. autenticação da documentação escolar do país de origem pelo Consulado
Brasileiro;
IV. histórico escolar de estudos realizados no Brasil, anteriores à transferência
para o país estrangeiro, se for o caso.
§1º Na impossibilidade de o estudante atender todas as exigências do caput
deste artigo, a unidade escolar fará o processo de classificação do
estudante, conforme previsto nesta Resolução;
§ 2º Cabe à Unidade Escolar receptora propiciar formas de adaptação de
estudos, bem como plano de apoio pedagógico para recuperação de
estudantes com dificuldades de aprendizagem e frequência, atendendo às
exigências legais preconizadas na legislação de ensino aplicável.
Orientações Pedagógicas – aulas de Língua Portuguesa para estrangeiros

Você pode se perguntar, os imigrantes têm o mesmo direito à educação que as pessoas nascidas no
Brasil?
SIM. A nossa legislação, nos artigos 5º e 6º da Constituição Federal, nos artigos 53° e 55°
do Estatuto da Criança e do Adolescente e nos artigos 2° e 3° da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB), determina que os estrangeiros têm o mesmo direito de
acesso à educação que as pessoas nascidas no Brasil. A Lei Nº 13.445/2021 - Lei de
Migração reforça essa garantia, e os artigos 43º e 44º da Lei Nº 9.474/ 2017 - Lei dos
Refugiados garantem que a falta de documentos não pode impedir o acesso à matrícula nas
escolas.

Como ministrar aulas de Língua Portuguesa para os imigrantes/refugiados?


As aulas de língua portuguesa deverão ter como base a língua materna do imigrante ou
refugiado e deverá ser ministrada 1 (uma) vez na semana com duração de 2h/ aula, sendo
no contraturno do estudante, de maneira presencial ou através de plataformas digitais, como
videoaulas, apostilas, atividades de interação e tarefas para casa, de acordo com as
possibilidades físicas e financeiras da unidade escolar/ órgão mantenedor.

O que ensinar?
O professor deve planejar suas aulas para ensinar o nível básico da Língua Portuguesa,
priorizando conhecimentos basilares da linguagem que permitam a comunicação em
situações do cotidiano e ensino da língua escrita que deverá progredir a partir da
apresentação do estudante aos diversos gêneros textuais da vida cotidiana. O professor
deverá propor produções de textos curtos e relevantes, sempre com a correção em Língua
Portuguesa, considerando o contexto da resposta.
As aulas devem ter a duração de duas horas, com apenas um encontro semanal. A sala de
aula deve ser acolhedora para que permita que os estudantes interajam entre si e com o
professor. A ideia é promover o diálogo e a aprendizagem a partir das experiências de cada
um.
Quais materiais utilizar?
O professor deverá elaborar um Plano de Intervenção, com aulas baseadas em apostilas que
deverão ser construídas pelo próprio professor atribuído no projeto. Além de normas
gramaticais e conjugação verbal, o objetivo é tornar a língua portuguesa acolhedora e o
principal, para que os estudantes aprendam a ler, escrever e se comunicar nesta nova
realidade em que estão inseridos. Portanto, o material deverá ser elaborado nesse viés.
Portanto, as conversas em sala devem ser em português, ter apresentação de expressões
para que eles adquiram novos vocabulários.
Turmas
As escolas que receberem estudantes imigrantes devem constituir turmas no contraturno
específicas para esse público alvo. A partir do momento que o estudante efetivar a
matrícula, este deverá ser encaminhado para aulas de Língua Portuguesa e frequentar as
aulas regulares no período da matrícula.
A unidade escolar poderá formar turmas, dependendo do número de alunos estrangeiros,
de acordo com a nacionalidade ou por nível de conhecimento da língua.
As aulas devem ser diferenciadas das regulares. Não devem ser consideradas extensão do
conteúdo ensinado em sala, mas sim, uma forma diferenciada de ensinar a Língua
Portuguesa para pessoas que não têm o mínimo de proficiência para se comunicar e
interagir socialmente, como: apresentar-se, pedir informações, locomover-se pela cidade,
fazer compras, acessar os serviços públicos de assistência social, saúde e educação.
Acredita-se que o conhecimento básico da língua oficial do país auxiliará imigrantes e
refugiados no processo de integração à sociedade brasileira.

Avaliação nas aulas regulares


Para avaliação das habilidades, o professor deve considerar primeiramente a flexibilização.
Para os estudantes iniciantes e/ou com dificuldades na língua, deverão ser consideradas as
respostas na língua materna nas provas desde que estejam de acordo com o contexto
ensinado e o professor escrever ao lado a maneira correta de escrever em português.
As avaliações podem ser acompanhadas mais de perto pelo professor, com tempos
estendidos e com paciência. Devem ser encaminhados atividades extras para casa, e um
acompanhamento mais próximo e acolhedor em sala de aula também faz a diferença.

Como iniciar a elaboração de materiais para o Ensino da Língua Portuguesa?


Em 2015, a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) lançou uma cartilha de ensino de
português especificamente para os refugiados no Brasil. Batizado de "Pode entrar: Português
do Brasil para refugiadas e refugiados", o material didático foi lançado no fim de novembro e
pode ser baixado gratuitamente pela internet, através do link:
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/Publicacoes/2015/Pode_Entrar.p
df?file=t3/fileadmin/Documentos/portugues/Publicacoes/2015/Pode_Entrar
Nesse primeiro momento, o professor pode utilizar esse material como inspiração para
elaborar as próprias apostilas, de acordo com a necessidade formativa da demanda.

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