O início da Idade Média
Com o fim do Império Romano do Ocidente, causado pela invasão de Odoacro, rei dos Hérulos, um povo
conhecido como “bárbaro” pelos romanos, no ano de 476 d.C., iniciou-se o período da história conhecido
como Idade Média, que durou até o ano de 1453 d.C.
Nesse período, a maior parte da população da Europa vivia no campo, onde o comércio era limitado, assim
como a circulação de moeda. Como a agricultura era a atividade principal dessas sociedades, a terra tornou-
se cada vez mais fundamental, e sua posse era símbolo de poder e de riqueza.
Assim, pouco a pouco, começou a surgir uma nova forma de organização social, nascida da mistura da cultura
de povos romanos e não romanos. Historiadores do século XVIII chamaram essa nova organização social de
Feudalismo.
Feudalismo: modelo de organização política, econômica e social típico da Idade Média.
A sociedade feudal era rigidamente hierarquizada:
CLERO ... os que rezam
NOBRES ... os que guerreiam
CAMPONESES E SERVOS ... os que trabalham
Processo de aumento do poder dos nobres:
No campo, as pessoas passaram a trabalhar nas terras que moravam em troca de proteção. Eles “pagavam” a
proteção que recebiam dos nobres com o seu serviço. Por meio desse processo os nobres foram ganhando cada
vez mais poder.
Suserania e Vassalagem = a relação dos vassalos com os suseranos era instituída a partir de um juramento de
lealdade, conhecido como Homenagem.
Rei
Nobres/Suseranos
Cavaleiros/Vassalos
Camponeses/Servos
Como era a cerimônia de Homenagem?
A cerimônia de juramento era chamada de homenagem. Um cavaleiro (o vassalo) declarava sua submissão
e sua lealdade a um outro nobre (o suserano). Por sua vez, o vassalo recebia em troca um feudo, que poderia
ser em forma de terra, pensão ou rendimento.
Juramento = promessa por parte do vassalo, que oferecia ajuda militar e econômica a seu suserano sempre
que fosse necessário.
Investidura = o suserano oferecia o feudo ao vassalo.
Estrutura Social
Hierarquia Rígida: A sociedade feudal era altamente hierárquica, com o rei no topo, seguido pelos nobres,
cavaleiros e camponeses (servos).
Servidão: Os camponeses ou servos trabalhavam nas terras dos senhores feudais e, em troca, recebiam
proteção e um pedaço de terra para cultivar.
Economia
Economia Agrária: A economia era baseada principalmente na agricultura. A terra era a principal fonte de
riqueza.
Autossuficiência: Os feudos eram quase autossuficientes, produzindo a maioria dos bens necessários para a
sobrevivência dos seus habitantes.
Trocas Locais: O comércio era limitado e geralmente ocorria dentro do próprio feudo ou com feudos vizinhos.
Política
Descentralização do Poder: O poder político era fragmentado e descentralizado. Os senhores feudais tinham
grande autonomia e controle sobre suas terras.
Relações de Suserania e Vassalagem: Os laços pessoais e de lealdade entre suseranos (senhores) e vassalos
(subordinados) eram a base das relações políticas. Os vassalos juravam fidelidade aos seus senhores em troca
de terras (feudos).
Cultura e Sociedade
Influência da Igreja: A Igreja Católica tinha grande influência na vida cotidiana e na política, sendo uma das
poucas instituições unificadoras da época.
Castelos e Fortalezas: Os senhores feudais viviam em castelos ou fortificações, que serviam de residência e
de defesa contra invasores.
Tecnologia e Inovação
Ferramentas Agrícolas: Inovações como o arado de ferro e o sistema de rotação de culturas ajudaram a
aumentar a produtividade agrícola.
Arquitetura Militar: Desenvolvimentos em arquitetura, como muralhas, fossos e torres, aumentaram a
capacidade defensiva dos castelos.
O feudalismo moldou profundamente a sociedade europeia durante a Idade Média, influenciando aspectos
sociais, econômicos e políticos que deixaram um legado duradouro.