SÉRIE – Jonas
Mensagem I
Jonas 1
Tema: A missão do Servo de Deus
Amada igreja do Nosso Senhor Jesus Cristo e caros visitantes,
Todos nós conhecemos a história do profeta Jonas! As crianças conhecem a história daquele
homem que tentou fugir de Deus, mas foi lançado no mar e engolido por um grande peixe!
E depois de três dias foi vomitado na terra e enviado para pregar a palavra de Deus para a
conversão de muitos pecadores! Mas de que trata exatamente o livro de Jonas? Qual sua
mensagem principal? Qual o personagem central na história narrada neste livro?
Há duas verdades que temos de saber ao nos aproximar do livro de Jonas.
1. Em primeiro lugar, esse livro tem como propósito nos ensinar sobre o real interesse de
Deus na salvação de pecadores de todas as nações e não só dos judeus. É por isso que Deus
manda o seu profeta Jonas pregar não para Israel, mas para o povo pagão e perverso da
cidade de Nínive, a capital da Assíria. Aprendemos com esse ato de Deus que ele ama e
deseja salvar pecadores de todas as nações. Deus é soberano e ele tem o direito de usar a
sua misericórdia com quem quer que seja (Rm. 9.18; 11.32). Por isso, o evangelho de Cristo
tem de ser pregado a todas as nações (Mt.28.19; Mc.16.15).
2. Em segundo lugar, temos de nos aproximar do livro de Jonas conscientes de que a
personagem central do livro não é Jonas, mas o próprio Deus. Não é a desobediência de
Jonas à ordem do Senhor que chama a atenção, mas o poder de Deus agindo na natureza,
na história, no coração de Jonas e dos ninivitas para realizar seus planos. Todo o livro
mostra os atos poderosos de Deus no único propósito de salvar os pecadores de Nínive.
Quem mandou Jonas pregar naquela cidade? Quem apontou Jonas como culpado no navio?
Quem ordenou o peixe a engolir Jonas e o preservou por três dias no seu ventre? Quem
trouxe o seu profeta de volta para pregar em Nínive? Quem conduziu os ninivitas ao
arrependimento? Foi Deus quem fez todas estas coisas. O livro mostra Deus agindo.
O nosso texto também revela uma ação importante de Deus (1.1,2).
Com base nesse texto, eu vos proclamo o evangelho no seguinte tema:
O SENHOR chama Jonas para pregar em Nínive
Quem era Jonas? Jonas era um profeta em Israel. Seu pai chamava-se Amitai e ele era um
galileu da cidade de Gate-Hefer. Ele profetizou por volta do oitavo século antes de Cristo.
Jonas amava muito o seu povo. Ele anunciou uma mensagem de prosperidade para Israel
durante o reinado de Jeroboão II (II Rs. 14.25). A Bíblia não mostra Jonas trazendo uma
mensagem de juízo para Israel. Mas isso não quer dizer que Deus tolerava o pecado do seu
povo. Pois, logo depois de Jonas, Deus levantou Amós e Oséias para trazer uma mensagem
de juízo para Israel devido à sua desobediência ao Senhor. Meus irmãos! Observem que o
livro de Jonas não nos fala nada de sua atividade profética em Israel, mas já começa com
uma ordem clara e direta do Senhor para ele ir pregar em Nínive. Nos versos 1 e 2 lemos:
“Veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Dispõe-te, vai à grande
cidade de Nínive e clama contra ela porque a sua malícia subiu até mim”.
Há quatro verdades importantes que aprendemos aqui sobre a vocação do Senhor a Jonas.
Em primeiro lugar, a vocação de Jonas é de origem divina. Note Deus agindo. Ele traz a sua
palavra até Jonas e lhe dá uma vocação específica: pregar na cidade de Nínive, anunciar o
juízo de Deus sobre aquela cidade perversa. “Veio a palavra do SENHOR… Dispõe-te, vai e
clama…”. Não foi Jonas quem procurou a palavra do Senhor. Não foi Jonas quem decidiu por
si mesmo se dispor e ir pregar em Nínive! Nada disso! Foi Deus quem revelou ao profeta sua
palavra e o chamou e enviou a pregar em Nínive. Deus levanta homens para realizar sua
obra de pregar o evangelho. Ninguém pode se levantar e pregar por si mesmo. Como
pregarão se não forem enviados? É Cristo quem dá homens para servir no meio do seu povo
(Ef. 4.11). Ele veio ao encontro de Paulo no caminho de Damasco, mudou sua vida e lhe deu
o chamado de pregar sua palavra aos gentios (At.9.15).
Hoje Deus não chama homens por meio de revelações diretas como sonhos e visões, mas
por meio da sua igreja que, em oração e sob a direção do Espírito Santo, chama e escolhe
homens para assumir ofícios na igreja e trabalhar para a expansão do reino de Deus no
mundo! Vemos nisso a graça e o poder de Deus! Ele usa homens fracos e limitados para
realizar a sua obra! Estes devem ser fiéis em seu trabalho (I Co. 4.1,2). E quando Deus
abençoa o seu trabalho, eles devem dar glória a Deus por isso (II Co. 4.7). Deus não precisa
de nós, mas Ele quer nos usar para sua gloria! A origem do chamado para servir em sua
igreja é dele e a glória pelas bênçãos alcançadas também é dEle.
Em segundo lugar, a vocação do Senhor para Jonas é uma vocação inédita. É algo novo e
estranho para ele. Jonas foi o único profeta do AT mandado por Deus para pregar a um
povo pagão. Ele recebeu do SENHOR a missão de pregar na grande cidade de Nínive. Deus
deu a Jonas uma tarefa incomum para ele. Ele profetizava em Israel, mas agora deveria sair
de sua própria terra e viajar 1300 km para o oriente, a Nínive, a capital da Assíria, para
pregar a um povo temido e odiado por todos os povos da época, devido à sua malícia e
perversidade.
Será que essa tarefa de pregar a um povo gentio era algo agradável para Jonas fazer?
Alegrou o seu coração pregar em Nínive? Nada disso! Jonas não quis obedecer a essa ordem
do SENHOR. Não era uma coisa agradável para ele fazer, tanto que ele fugiu para Társis e
não foi a Nínive. Jonas amava o seu povo, mas odiava os assírios. A Assíria era um povo
inimigo de Israel e Jonas conhecia a crueldade daquela nação, principalmente da capital
Nínive. Portanto, ele não tinha nenhum interesse de pregar aos ninivitas. Mas Deus o
chamou para isso! Ele tinha de cumprir esse chamado inédito de Deus para ele. “Dispõe-te e
vai”! Deus mostrou a Jonas a necessidade de ter disposição e fazer a obra do SENHOR
levando a palavra de Deus aos ninivitas. Nossa situação pode ser diferente da situação de
Jonas. Mas aprendemos aqui que, como cristãos, temos de estar dispostos a obedecer ao
Senhor, realizar a obra que ele tem para nós. Você tem disposição de servir ao Senhor com
alegria na vocação que ele te dá? Ou você desobedece ao Senhor e foge Dele deixando de
assumir sua responsabilidade cristã? Você tem prazer em levar a palavra de Deus aos
perdidos? Que Deus faça de nós profetas fiéis que confessam seu nome com atos e palavras
diante dos ímpios!
Em terceiro lugar, a vocação do Senhor para Jonas é uma vocação urgente. Deus ordenou o
seu profeta dizendo: “… Clama contra Nínive porque sua malícia subiu até mim”. Deus não
só envia Jonas a Nínive, mas o envia com uma missão específica e urgente: clamar contra
Nínive, denunciar seu pecado e anunciar o juízo de Deus. A maldade que acontecia em
Nínive subiu até Deus. O Senhor conhecia os pecados dos ninivitas que só faziam aumentar.
Esses pecados provocaram a ira de Deus! Algo tinha de ser feito urgente, pois Deus não
tolera o mal, mas há de castigá-lo! Sendo assim, Deus tomou a iniciativa para fazer algo. Ele
não suportava mais a maldade dos ninivitas e logo enviou Jonas para adverti-los (1.2).
Nínive era uma cidade grande contando com os subúrbios que ficavam ao redor do seu
muro. Era uma cidade rica e próspera, a capital do grande império assírio na época. Mas
Nínive era conhecida mesmo por sua malícia. A Assíria era uma nação cruel e detestada por
suas práticas desumanas. Pecados como opressão, tortura, crueldade aos inimigos,
feitiçaria, violência, prostituição eram comuns e frequentes em Nínive. Deus não suportava
mais tanta malícia. O pecado subiu até o SENHOR. Então, ele manda Jonas pregar contra
Nínive.
O que podemos aprender dessa ação de Deus em mandar Jonas a essa missão urgente de
pregar contra Nínive? Aprendemos três verdades importantes sobre o Nosso Deus:
a. Em primeiro lugar,
Que o Nosso Deus conhece o pecado dos homens e há de castigá-los. O Senhor não só é o
Criador de todos os povos, mas também o Soberano Juiz que julga todas as nações.
Nenhuma nação escapa dos seus olhos e do seu juízo. Ele julga os povos com justiça. Ele
conhece o pecado dos homens e há de castigá-los. Deus é Santo e não pode tolerar o mal
(Jn. 1.2,4). Ele castigou a humanidade com o dilúvio nos dias de Noé por causa do aumento
de sua maldade. Ele destruiu Sodoma e Gomorra por causa de suas muitas iniquidades. Ele
envia Jonas para alertar a Nínive dos seus pecados e destruí-la caso não se arrependa. O
pecado sempre provoca a ira santa de Deus, proceda ele dos ímpios ou dos seus filhos. O
pecado é uma abominação para Deus e deve ser reprovado em todo lugar e em todos os
tempos. Por isso, como filhos de Deus, devemos ter a mesma atitude de ódio do Pai em
relação ao pecado. Fujamos do pecado e temamos a Deus, pois ele não suporta, mas castiga
a iniquidade.
b. Em segundo lugar,
Que o Nosso Deus usa a sua igreja para denunciar o pecado dos homens. Note que Deus
enviou Jonas, um servo dele e do meio do seu povo para pregar contra Nínive. Hoje Deus
concede esse chamado a sua igreja, a nós aqui em Cabo Verde. Meus irmãos, há tanta
malícia na nossa nação ! Tanta violência, tanta imoralidade, tanta corrupção, tanto pecado!
Ele ama os seus filhos que habitam nesse país, mas ele também enxerga a malícia do nosso
povo. Assim como chamou e levantou Jonas com urgência para pregar em Nínive, ele
levanta sua igreja hoje para denunciar o pecado e chamar os pecadores do nosso país ao
arrependimento. O pecado do nosso povo pode passar despercebido pelos nossos
governantes. Pecados como corrupção, aborto, sexo livre, divórcio, homossexualismo
podem ser tolerados por líderes políticos e até religiosos em nosso país.
Mas, como igreja de Cristo, temos de denunciar essas transgressões, avisar que Deus castiga
o pecado. Temos de chamar pecadores ao arrependimento. Também não devemos
esquecer que mesmo no meio da igreja há pecados que precisam ser denunciados. Há
cristãos que precisam se arrepender e mudar de vida. Se nós amamos estes irmãos, não
vamos passar a mão na cabeça deles, tolerar seus pecados, dar tapinhas nas costas deles e
dizer: “tá tudo bem”! Não! Mas com amor vamos repreendê-los e chamá-los ao
arrependimento para o bem deles e a salvação das suas almas. Devemos nos lembrar que
Deus castiga o pecado dos ímpios, mas o seu juízo começa pela casa de Deus. Quantas vezes
Deus não castigou o seu próprio povo por suas transgressões? Porém, antes do castigo, Ele
sempre enviou os seus profetas para chamar seu próprio povo ao arrependimento.
c. Em terceiro lugar,
Que o SENHOR deseja estender sua misericórdia a pecadores arrependidos. Deus é
misericordioso e deseja salvar. Ele envia pregadores para advertir os povos de seus pecados
a fim de que se arrependam e vivam. Os pecados dos pagãos sobem até o céu e ofendem a
Deus. Mas, o amor de Deus pelos pagãos desce até a terra para salvá-los. Deus envia um
mensageiro para anunciar-lhes a sua Palavra. Jonas e todos os judeus da época viam os
gentios como pessoas indignas de Deus e merecedores do inferno. Mas Deus os viu como
seres humanos perdidos e carentes da glória e da graça de Deus. Ele estende suas
misericórdias a pecadores de todas as nações (Sl. 33.5; 119.64; 145.9). Ele enviou o seu Filho
ao mundo para salvar pecadores de todas as nações. Jesus, Aquele que é maior do que
Jonas, veio buscar e salvar o perdido. Ele não veio chamar justos e sim pecadores ao
arrependimento.
Aplicação para nossa Igreja
Você está longe de Deus por causa dos seus pecados? Arrependa-se e volte-se para Deus
que é rico em perdoar! Deus não tem prazer na sua morte, mas em que você se
arrependa dos seus maus caminhos e viva (Ez. 18.23). Em Cristo há perdão e salvação
para você que confessa os seus pecados e crê Nele.
E quanto a você que é um cristão e profeta do Senhor? Tem anunciado Cristo e
denunciado o pecado? Sente compaixão dos perdidos e anuncia-lhes o evangelho de
Cristo? Que o Senhor nos encha de paixão pelas almas perdidas e nos dê sabedoria e
coragem para repreender os pecados dos ímpios e proclamar Cristo a eles com nossos
atos e palavras.
Somos a luz do mundo com a vocação de anunciar o amor de Deus em Cristo aos
pecadores da nossa cidade, do nosso estado, do nosso país e até aos confins da terra
(At.1.8)! Amém!