Relatório Estruturas 2018
Relatório Estruturas 2018
Escola de Engenharia
BlackBird Aerodesign
Nº 53 - Torneio de Acesso
Niterói – RJ
2018
Índice
1. Lista e Gráficos de Inputs ............................................................................................................... 3
2. Introdução ..................................................................................................................................... 11
3. Materiais ....................................................................................................................................... 12
5. Conclusão ...................................................................................................................................... 28
1
δ Tensão normal
P Pressão
A Seção transversal
ε Extensão
E Módulo de elasticidade
lo Comprimento inicial
l Comprimento final
d Profundidade do corpo de prova
R Velocidade do travessão
Z Taxa de deformação na superfície oposta ao carregamento
L Comprimento
M MAX Momento fletor máximo
c Corda da asa
I Momento de inércia
M Momento fletor
V Força cortante
w Distribuição de forças ao longo da envergadura
τ MAX Tensão de cisalhamento máxima
Q Momento estático
t Largura da seção transversal
re Raio externo
ri Raio interno
S Área
D Deformação por torção
F Força
phi Ângulo de torção da cauda
T Torque
G Modulo de cisalhamento
J Momento polar de intercai
θ Ângulo de deflexão da cauda
δ RUP Tensão normal de ruptura
δ adm Tensão normal admissível
τ adm Tensão de cisalhamento admissível
τ RUP Tensão de cisalhamento de ruptura
F crit Carga crítica para flambagem
2
1. Lista e Gráficos de Inputs
3
Gráfico 1.2 - Momento Fletor na Cauda
1000
0
-1000
-2000
-3000
-4000
-5000
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
Seção Avaliada(mm)
150.00
100.00
50.00
0.00
-50.00
-100.00
-150.00
-200.00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
Seção Avaliada (mm)
4
Fletor ao Longo do Tubo Horizontal do Trem
Auxiliar
500
40.00
30.00
20.00
10.00
0.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Seção Avaliada (mm)
-200
-400
-600
-800
-1000
-1200
-1400
-1600
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64
Seção Avaliada (mm)
80
60
Esforço Cortante (N)
40
20
-20
-40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Seção Avaliada (mm)
6
Momento fletor na asa
250000
150000
100000
50000
0.15
0.73
0.01
0.06
0.07
0.10
0.20
0.26
0.31
0.36
0.41
0.45
0.50
0.54
0.58
0.61
0.66
0.70
0.75
0.76
0.78
0.79
0.79
Semienvergadura (m)
200
150
100
50
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
Semienvergadura (m)
-40
-60
-80
-100
-120
0.23 0.20 0.17 0.14 0.11 0.07 0.04 0.01 0.02 0.05 0.08 0.11 0.14 0.17 0.20 0.23
Envergadura (m)
7
Momento fletor no estabilizador horizontal
500
-5
-10
Força cortante (N)
-15
-20
-25
-30
-35
-40
-45
0.20
0.70
0.01
0.06
0.07
0.10
0.15
0.26
0.31
0.36
0.41
0.45
0.50
0.54
0.58
0.61
0.66
0.73
0.75
0.76
0.78
0.79
0.79
Semienvergadura (m)
8
Gráfico 1.15 - Momento fletor para estabilizador vertical
9
Distância do trem de nariz ao CG (a) 220 mm
DESENHO
Distância do trem principal ao CG (b) 33 mm
Distância entre as rodas 20 mm
Distância entre roda e engaste 161 mm
AERODINÂMICA ESTABILIDADE
Posição do CG 104,25 mm
Vs 11,92 m/s
Va 12,43 m/s
DESEMPENHO
Vc 20,88 m/s
Vd 16,6 m/s
Vmax 23,2 m/s
Peso do motor -6,67 N
Tração do motor 40,7 N
Fator de carga de reação do solo 2
Coeficiente de arrasto do trem de pouso 0,000214
Força Normal 269,5 N
Reação sobre o trem de nariz 35,2 N
CARGAS E AEROELASTICIDADE
10
2. Introdução
A equipe BlackBird adotou, como principal objetivo, a concepção de um projeto otimizado que
aproveitasse o conhecimento teórico e prático adquirido nos anos anteriores garantindo confiabilidade.
Em termos de projeto, procurou-se garantir o melhor custo-benefício, analisado juntamente com
Integração de Projeto, sem perder a eficiência estrutural da aeronave.
Por isso, foi escolhida asa alta acoplada na fuselagem, por sua facilidade construtiva e por
proporcionar bons resultados com o carregamento de peso, melhor transporte e fácil retirada do suporte
de carga. Por fim, a metodologia adotada está descrita no fluxograma abaixo:
11
3. Materiais
Para a escolha dos materiais deste projeto, além das restrições já dispostas na Introdução [2]
levamos em consideração suas principais propriedades mecânicas, tais como módulo de Young,
tensões máximas, tenacidade e densidades. Para os materiais propostos, foram analisados os ensaios
de tração e flexão prévios da equipe e, diante dos mesmos materiais, fornecedores e processos para a
formação de compostos usados anteriormente, decidiu-se por aproveitar seus resultados, como
mostrado nos Gráficos 3.1, 3.2 e 3.3.
12
Gráfico 3.3 - Densidade dos Materiais
13
Gráfico 3.5 - Desvio Padrão do Módulo de Young dos Materiais
A norma ASTM D3039 foi usada para os corpos de prova nos testes de tração, enquanto a
ASTM D790 foi usada para ensaios de flexão. A proporção de resina LY 5052 da Araldite® e do
Catalisador 5052 da Aradur® utilizada foi 1:5, o controle da laminação a vácuo foi feito pelos próprios
estudantes e os ensaios foram realizados com 5 corpos de prova para cada material em laboratórios da
instituição de ensino.
14
Imagem 3.1 - Laminação a vácuo dos materiais
Imagem 3.3 - Ensaios de Tração na Shimadzu® Servopulser hidráulica com carga de 10kN e deslocamento máximo de
250mm e Flexão na EMIC DL® eletromecânica com carga de 100kN, respectivamente
15
𝑃
𝜎 = 𝐴 (1)
𝑙−𝑙0
𝜀 = (2)
𝑙
𝜎 = 𝐸 ×𝜀 (3)
𝐿 = 16 × 𝑑 (4)
𝑍×𝐿2
𝑅= (5)
6×𝑑
Dessa forma, analisando as características de cada material, bem como seus custos e facilidade
de manuseio e obtenção, foram escolhidos os seguintes materiais: espuma de PVC H45 laminada com
fibra de carbono, por sua leveza; compensado naval - 4mm de espessura - laminado com fibra de vidro,
para regiões mais críticas; madeira balsa de diversas espessuras, pela leveza; e carbono - em tubo e
fibra -, para estruturas mais críticas; como dispostos na imagem abaixo:
Além disso, foram repetidas estruturas que são de costume da equipe e da competição e que
agradam nos resultados obtidos em testes e voos, como madeira compensado naval pura – também pelo
seu custo -, rodas de Nylon 6.0, parafusos para a formação da bequilha, fibra de aramida bidirecional
para o mancal, isopor para a carenagem e entelagem de fita adesiva comum.
16
4. Análise Estrutural
4.1. Asa (Longarina)
Para o perfil da longarina optou-se pelo formato Caixão, já adotado nos anos anteriores tanto
por sua facilidade construtiva quanto por resistir melhor à torção da asa. Ainda, devido ao tamanho
reduzido da asa e por consequência dos perfis, foi necessária uma longarina mais robusta e mais
compacta.
Com o formato definido traçou-se uma curva de altura necessária com cada material
considerando uma mesa mínima de 20mm, com o intuito de não gerar delaminação devido ao corte das
peças, através da fórmula abaixo:
𝑀𝑚𝑎𝑥 ∗𝑐
𝜎= (6)
𝐼
Assim, notou-se que, a altura necessária na raiz no caso da utilização de balsa ⅛’’ laminada
com fibra de vidro excederia em 5mm o limite para construção, enquanto os dois outros materiais se
mantinham menores.
Por fim, seria necessário avaliar o peso resultante da estrutura de, principalmente, compensado
puro e laminado e de balsa ⅛’’ com carbono, considerando que seriam os dois materiais que atenderiam
os requisitos com diferentes alturas. Ainda, na utilização da madeira compensado com fibra de vidro
para a fabricação da longarina percebe-se que, garantindo uma altura mínima de 20mm - por avaliação
construtiva -, uma grande extensão da longarina entraria no critério de tamanho mínimo, o que geraria
uma perda na eficiência estrutural.
Mesmo assim, por análise de interesses na concepção da aeronave junto com Integração de
Projeto, houve um consenso da equipe por utilizar o material que seria de menor custo. Logo, optou-
17
se pelo uso do compensado com fibra de vidro como material da longarina, desta forma, guardando
recursos para projetos conseguintes.
A longarina, por fim, foi escolhida de compensado laminado com fibra de vidro, com mesa de
largura fixa e com altura variando linearmente de acordo com as imagens abaixo:
Para as superfícies de controle foram feitas análises semelhantes à da asa, concentrando seus
esforços em longarinas posicionadas nas seções onde as almas ocupam a maior altura possível dos
perfis.
18
Imagem 4.2.1 - Seção transversal e ilustração da aba da longarina do profundor, em
milímetros
𝑎×𝑏3
𝐼= (7)
12
Para o estabilizador vertical, utilizou-se a carga de momento máximo [Gráficos 1.15 e 1.16]
para a determinação do material e do formato para suas longarinas. Foram definidas duas longarinas
principais e uma secundária – sendo esta, apenas na parte superior -, para redistribuição do esforço
causado pelo servo. Juntamente com a Equação 6, confirmou-se que os seguintes formatos na Imagem
4.2.2 seriam suficientes para suportar os esforços da estrutura e facilitar sua construção. A distância
entre as duas longarinas principais é de 68 mm na cauda, a secundária é disposta a 19,5 mm da primeira
longarina, conforme Imagem 4.2.3.
Imagem 4.2.2 - Ilustração das longarinas do leme com suas dimensões em milímetros
19
Imagem 4.2.3 - Disposição das longarinas no estabilizador vertical
4.3. Roda
20
Para a validação da estrutura, foi feita simulação de elementos finitos em Ansys e optou-se por
criar alívios circulares na estrutura para a diminuição de peso, possuindo, cada um, 16 mm de diâmetro
para melhor disposição na roda e fabricação desta, conforme Imagens abaixo:
O critério de Von Mises foi utilizado para esta simulação, atingindo aproximadamente 5,3
MPa nos pontos críticos da estrutura. Desse modo, pôde ser comparada à fase elástica do material,
não excedendo a tensão limite de escoamento.
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4.4. Trem de pouso
Para o trem de pouso, era necessário a fabricação de uma estrutura resistente, durável e
confiável, ainda que submetida aos esforços dos carregamentos máximos [Gráficos 1.3 e 1.4]. Então,
foi decidido utilizar um tubo de carbono diâmetro 12mm e comprimento 264mm engastado na
fuselagem.
Foram calculadas as tensões de cisalhamento e normal máximas nos tubos [Equação 8] para
garantir que não seriam superiores aos limites de resistência do carbono.
𝑉.𝑄
𝜏𝑚𝑎𝑥 = (8)
𝐼.𝑡
Tensão cisalhante
Tensão normal (MPa)
(MPa)
Tubo
306,07 99,81
principal
22
4.4.2. Trem de Pouso Auxiliar
O modelo consiste em um mancal de Fibra de Aramida e uma estrutura em garfo feita de Fibra
de Carbono, conectados por um parafuso de aço para servir de eixo vertical (diâmetro de 8mm e
comprimento de 75mm) para a bequilha, além de um eixo horizontal feito de tubo de carbono de 8mm
de diâmetro e comprimento 64mm acoplado à roda. Este sistema é preso à fuselagem por 4 parafusos
distribuídos de forma a concentrar menos tensões.
Foram analisados os eixos considerando a tabela fornecida por Cargas [tabela 1.1 e gráficos
1.5, 1.6, 1.7 e 1.8], juntamente com as equações descritas por Beer.
Tensão cisalhante
Tensão normal (MPa)
(MPa)
Eixo
96,32 24,14
horizontal
Eixo vertical 80,54 51,62
4.4.3. Droptest
Para validação do trem de pouso e fuselagem desse ano, foi feito o droptest com um dos
exemplares construídos com altura de queda mínima de 235 mm, seguindo a norma CS-VLA 725, uma
vez que a determinada a partir da Equação 10 era menor que a utilizada.
𝑀×𝑔
ℎ = 0,0132 × √ (10)
𝑆
23
Imagem 4.4.3.1- Fuselagem e trens de pouso antes do dropstest
O valor de MTOW foi utilizado para maior precisão do ensaio, e, como não houve danificação
da estrutura, foi confirmada a confiabilidade do trem de pouso.
4.5. Cauda
Neste ano, foi decidido que o modelo estrutural do ano de 2017 seria repetido em decorrência
de seu bom desempenho e da disponibilidade para a equipe. Para sua validação, foram refeitos os
cálculos de tensão [Gráficos 3.1 e 3.2] e deformação por torque e flexão causados pelas empenagens,
segundo as Equações 11 e 12 e utilizando informações advindas desta área e de Cargas e
Aeroelasticidade [Gráficos 1.1 e 1.2]. O diâmetro disponível para a estrutura foi de 38,5 mm, o
suficiente para suportar as cargas calculadas, garantindo dispensabilidade da fabricação de uma nova
cauda.
24
Imagem 4.5.2 – Apoios da cauda e disposições gerais em milímetros
𝐹×𝐿3 𝑇×𝐿
𝜃 = 3×𝐸×𝐼 (11) 𝜑 = 𝐺×𝐽 (12)
Equações 11 e 12 - Fórmulas para análise de torque e flexão da cauda para leme e profundor
Gráfico 4.5.1 - Deformação em milímetros da cauda para torque e flexão pelo profundor e leme
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4.6. Fuselagem
Para a configuração da aeronave desse ano, foi escolhida uma fuselagem treliçada conforme
modelos anteriores da equipe, que comportasse o compartimento de carga reutilizado de 2015 e a
telemetria e que servisse de apoio para o motor, trens de pouso principal e auxiliar, asa e cauda.
Dessa forma, foram analisadas as reações dos trens de pouso, arrasto da asa, sustentação da asa
e profundor, tração do motor, peso de carga paga estimada e do motor, vindos de Cargas e
Aeroelasticidade [Tabela 1.1]. Definindo as dimensões mínimas de 146 mm de altura e 264 mm de
comprimento da fuselagem, escolhemos a configuração inicial abaixo:
Devido a problemas de inércia em voo-teste e para a otimização do modelo, foi decidida pela
diminuição da altura da estrutura para redução do arrasto e do momento de inércia. Utilizando o
programa FTool [Imagem 1.1], as treliças foram novamente analisadas nas condições críticas de voo e
de pouso e as forças sofridas por cada barra foram calculadas, sabendo-se que os valores negativos são
referentes à compressão, chegando ao resultado da Imagem abaixo:
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Imagem 4.6.3 - Condições analisadas, respectivamente, em decolagem e pouso.
𝐹 𝜋 2 ×𝐸×𝐼
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝐴 (13) 𝐹𝑐𝑟𝑖𝑡 = (14)
𝐿2
Dessa forma foram definidos os materiais: espuma de PVC laminada com fibra de carbono e
resina epóxi, pois atenderam melhor às nossas necessidades dispostas anteriormente [2 e 3]. Definidas
larguras de 6 mm, foram calculados os Coeficientes de Segurança reais das treliças, dispostos na
imagem abaixo:
27
5. Conclusão
Para finalizar o projeto, a estrutura escolhida teve resultados satisfatórios aos objetivos desse
ano. Devido aos materiais escolhidos e às conjunturas construtivas, a aeronave final teve peso vazio de
3,280 Kg e eficiência estrutural de 0,16.
28
6. Lista de Outputs
TABELA
Tabela 4.6.2 Treliças da fuselagem
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