TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO (TJPE)
II CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS PARA
OUTORGA DE DELEGAÇÕES DE SERVENTIAS
EXTRAJUDICIAIS DE NOTAS E DE REGISTRO
OUTORGA POR REMOÇÃO
Prova escrita e prática – Dissertação
Aplicação: 19/01/2025
PADRÃO DE RESPOSTA
À luz do artigo 48 da Lei n.º 11.101/2005 (Lei de Recuperação e Falências), é necessário que o devedor cumpra,
cumulativamente, os seguintes requisitos materiais para a apresentação do pedido de recuperação judicial: (a) o exercício
regular de suas atividades há mais de 2 anos; (b) não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada
em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; (c) não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial;
(d) não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial; e (e) não ter sido
condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei
n.º 11.101/2005.
Observada a exigência de exercício regular da empresa, para fins de sujeição ao regime de recuperação judicial,
conforme a previsão do artigo 48 da Lei n.º11.101/2005, (f) não há a possibilidade de que as sociedades em comum
formalizem pedido de recuperação judicial, pois (g) de acordo com o artigo 966 do Código Civil, essas sociedades são
marcadas pela não inscrição dos atos constitutivos no Registro Público de Empresas Mercantis. Ademais, (h) o artigo 51,
inciso V, da Lei n.º 11.101/2005 prevê que a petição inicial de recuperação judicial deve ser instruída com a certidão de
regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais
administradores.
(i) Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos,
conforme o artigo 49, caput, da Lei n.º 11.101/2005. (j) O STJ, no julgamento do Tema n.º 1.051 dos recursos repetitivos,
firmou o entendimento de que, “para o fim de submissão aos efeitos da recuperação judicial, considera-se que a existência do
crédito é determinada pela data em que ocorreu o seu fato gerador”. (k) De acordo com o art. 6.º, § 3.º, da Lei n.º 11.101/2005,
permite-se aos juízes que presidam ações nas quais se perseguem quantias ainda ilíquidas ou de natureza trabalhista determinar
a reserva da importância que estimarem devidas na recuperação judicial ou falência e, quando o crédito for liquidado, será
incluído na classe própria.
(l) Em atenção ao artigo 6.º, § 7.º-B, da Lei n.º 11.101/2005 (ou art. 187 do Código Tributário Nacional – CTN), as
dívidas tributárias não se submetem ao processo de recuperação, de modo que o deferimento da recuperação judicial (m) não
suspenderá o curso das execuções fiscais. (Resp. n.º 1.955.325/PE, relator Ministro Antônio Carlos Ferreira, Quarta Turma,
julgado em 12/3/2024, DJe de 22/4/2024).
Nada obstante esse aspecto de autonomia da recuperação judicial em relação à cobrança dos créditos tributários, (n) a
apresentação das certidões negativas de débitos tributários pelo devedor é requisito para a concessão da recuperação judicial, a
teor do artigo 57 da Lei n.º 11.101/2005. (o) Anteriormente, o STJ entendia que essa exigência não poderia representar óbice à
concessão da recuperação judicial, de acordo com os princípios da preservação e da função social da empresa (Resp.
n.º 1187404/MT, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/06/2013, DJe 21/08/2013).
Entretanto, (p) após a superveniência da Lei n.º 14.112/2020, permite-se o parcelamento especial e a transação dos débitos
tributários da recuperanda, (q) de modo que o STJ passou a entender que a comprovação da regularidade fiscal das sociedades
empresárias em recuperação é imprescindível à concessão da recuperação judicial (Resp. n.º 1.955.325/PE, relator Ministro
Antônio Carlos Ferreira, Quarta Turma, julgado em 12/3/2024, DJe de 22/4/2024).
(r) Cumpre registrar que, à luz do artigo 59 da Lei n.º 11.101/2005, o “plano de recuperação judicial implica novação
dos créditos anteriores ao pedido”, de modo que, (s) consoante a jurisprudência do STJ (Resp. 1.260.301/DF), uma vez
homologado o plano de recuperação judicial, os órgãos competentes devem ser oficiados a providenciar a baixa dos protestos e
a retirada, dos cadastros de inadimplentes, do nome da recuperanda e dos seus sócios, por débitos sujeitos ao referido plano.
QUESITOS AVALIADOS
Quesito 2.1 - Requisitos materiais para a apresentação do pedido de recuperação judicial – itens de (a) a (e)
discriminados no padrão de resposta
Conceito 0 – Não mencionou nenhum dos requisitos materiais para a apresentação do pedido de recuperação judicial ou o fez
de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Mencionou corretamente apenas um dos cinco requisitos discriminados no padrão de resposta.
Conceito 2 – Mencionou corretamente apenas dois dos cinco requisitos discriminados.
Conceito 3 – Mencionou corretamente apenas três dos cinco requisitos discriminados.
Conceito 4 – Mencionou corretamente apenas quatro dos cinco requisitos discriminados.
Conceito 5 – Mencionou corretamente os cinco requisitos.
Quesito 2.2 - Possibilidade de as sociedades em comum sujeitarem-se à recuperação judicial – itens de (f) a (h)
discriminados no padrão de resposta
Conceito 0 – Não abordou o aspecto ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Abordou corretamente apenas um dos três itens discriminados no padrão de resposta.
Conceito 2 – Abordou corretamente apenas dois dos três itens discriminados.
Conceito 3 – Abordou corretamente os três itens.
Quesito 2.3 - Créditos sujeitos à recuperação judicial e o entendimento jurisprudencial do STJ a respeito do critério de
aferição do momento para se delimitarem os créditos a serem incluídos na recuperação judicial, em especial, os créditos
ilíquidos e inexigíveis, a exemplo dos oriundos de sentença judicial – itens de (i) a (k) discriminados no padrão de
resposta
Conceito 0 – Não abordou o aspecto ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Abordou corretamente apenas um dos três itens discriminados no padrão de resposta.
Conceito 2 – Abordou, corretamente, apenas dois dos três itens.
Conceito 3 – Abordou, corretamente, os três itens.
Quesito 2.4 - Sujeição dos débitos tributários à recuperação judicial – itens (l) e (m) discriminados no padrão de
resposta
Conceito 0 – Não abordou o aspecto ou o fez de forma totalmente incorreta.
Conceito 1 – Abordou corretamente, apenas um dos dois itens discriminados no padrão de resposta.
Conceito 2 – Abordou, corretamente, os dois itens.
Quesito 2.5 - Exigibilidade da certidão negativa de débitos tributários, para fins de processamento da recuperação
judicial e o histórico jurisprudencial do STJ acerca do assunto – itens de (n) a (q) discriminados no padrão de resposta
Conceito 0 – Não abordou o aspecto ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Discorreu corretamente sobre apenas um dos quatro itens discriminados no padrão de resposta.
Conceito 2 – Discorreu corretamente sobre apenas dois dos quatro itens discriminados.
Conceito 3 – Discorreu corretamente sobre apenas três dos quatro itens.
Conceito 4 – Discorreu corretamente sobre os quatro itens.
Quesito 2.6 - Efeitos da concessão da recuperação judicial sobre os protestos e inscrições em cadastro de inadimplentes
– itens (r) e (s)
Conceito 0 – Não mencionou nenhum efeito ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Mencionou corretamente apenas um dos dois efeitos discriminados no padrão de resposta.
Conceito 2 – Mencionou corretamente os dois efeitos citados.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO (TJPE)
II CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS PARA
OUTORGA DE DELEGAÇÕES DE SERVENTIAS
EXTRAJUDICIAIS DE NOTAS E DE REGISTRO
OUTORGA POR REMOÇÃO
Prova escrita e prática – Peça Prática
Aplicação: 19/01/2025
PADRÃO DE RESPOSTA
CAPÍTULO QUARTO – DA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA
4.1. Em garantia do pagamento das 30 parcelas do preço, no valor de R$10.000,00, e fiel cumprimento de todas as
obrigações, contratuais ou legais, o OUTORGADO aliena para a OUTORGANTE, em caráter fiduciário, o imóvel referido
no item X, localizado na cidade de Recife e inscrito na certidão de matrícula XXX, emitida pelo Cartório AAA, nos
termos e para os efeitos dos artigos 22 e seguintes da Lei n.º 9.514/1997.
4.2. A garantia fiduciária ora contratada abrange o imóvel referido no item X, localizado na cidade de Recife e
inscrito na certidão de matrícula XXX, emitida pelo Cartório AAA, e todas as acessões, melhoramentos, construções e
instalações que lhe forem acrescidas, e vigorará pelo prazo necessário à quitação integral da dívida e seus respectivos encargos,
e permanecerá íntegra até que o OUTORGADO cumpra totalmente todas as demais obrigações contratuais ou legais
vinculadas ao presente negócio.
4.3. O OUTORGADO, já como titular de domínio por força da compra e venda que antecede esta alienação
fiduciária em garantia, expressamente, sob as penas da Lei, DECLARA: a) que não possui, contra si ou contra o imóvel,
nenhuma ação ou ônus reais que afetem a legítima propriedade que detém sobre ele, razão pela qual, de acordo com o
convencionado com ela, OUTORGANTE, ficou dispensado de exibir as certidões a que alude a Lei n.º 7.433/1985,
regulamentada pelo Decreto n.º 93.240/1986; b) não é produtor rural que conte com empregado ou que contrate serviço de mão
de obra, ou ainda que comercialize sua produção e que não é responsável pelo recolhimento de contribuições à previdência
social, bem como que tem integral ciência acerca das consequências dessa declaração e de ter que responder pela eventual
falsidade, e c) é solteiro, não tendo mantido união estável, desde a aquisição, nem mesmo reside atualmente com companheira
que possa, mesmo que em tese, reivindicar algum direito sobre o imóvel dado em garantia.
4.4 O OUTORGADO responde por todas as despesas decorrentes da presente compra e venda com pacto adjeto de
alienação fiduciária em garantia, inclusive aquelas relativas a emolumentos e despachante, para obtenção das certidões
necessárias a sua efetivação e as demais que se lhe seguirem, inclusive as relativas a emolumentos e custas de Tabelião de
Notas e de Registro de Imóveis; de quitações fiscais; o imposto de transmissão sobre bens imóveis (ITBI) e qualquer tributo
devido sobre a operação, que venha a ser cobrado ou criado, mesmo que o pagamento caiba, por lei ou convenção, à
OUTORGANTE.
4.5. Por força desta escritura, o OUTORGADO cede e transfere à OUTORGANTE, sem reserva alguma, a
propriedade fiduciária e a posse indireta, reservando-se a posse direta na forma da lei, e obrigando-se por si, herdeiros e seus
sucessores, a fazer esta alienação fiduciária sempre boa, firme e valiosa, e a responder pela evicção, tudo na forma da lei.
4.6. O OUTORGADO concorda e está ciente de que o crédito da OUTORGANTE poderá ser cedido ou transferido,
no todo ou em parte, hipótese em que, a propriedade fiduciária do imóvel objeto da garantia será transmitida ao novo credor,
ficando este sub-rogado em todos os direitos, as ações e os privilégios, inclusive os seguros.
4.7. Mediante o registro da presente escritura de alienação fiduciária, ora celebrada, estará constituída a propriedade
fiduciária em nome da OUTORGANTE, e efetiva-se o desdobramento da posse, tornando-se o OUTORGADO possuidor
direto e a OUTORGANTE, possuidora indireta do imóvel objeto da garantia fiduciária.
4.8. A posse direta em que fica investido o OUTORGADO manter-se-á enquanto este estiver adimplente, obrigando-
se o OUTORGADO a manter, conservar e guardar o imóvel a ele incumbindo, pagar pontualmente todos os impostos, taxas e
quaisquer outras contribuições ou encargos que incidem ou venham a incidir sobre o imóvel ou que seja inerente à garantia.
4.9 Com o pagamento da obrigação e seus encargos, resolve-se a propriedade fiduciária do imóvel objeto desta
escritura.
QUESITOS AVALIADOS
Quesito 2.1 - Instituição e abrangência da alienação
Conceito 0 – Não apresentou a instituição e a abrangência da alienação ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Apresentou corretamente apenas um dos seguintes requisitos: (i) a instituição da alienação fiduciária e (ii) a
abrangência da alienação fiduciária.
Conceito 2 – Apresentou os dois requisitos enumerados, mas o fez de forma incompleta ou parcialmente correta.
Conceito 3 – Apresentou os dois requisitos enumerados de forma completa e correta.
Quesito 2.2 - Declarações do outorgado recomendadas para uma compra e venda com alienação fiduciária
Conceito 0 – Não mencionou as declarações do outorgado ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Mencionou corretamente apenas uma ou duas das seguintes declarações: (i) que não possui, contra si ou contra o
imóvel, nenhuma ação ou ônus reais que afetem a legítima propriedade que detém sobre ele, razão pela qual, de acordo com o
convencionado com ela outorgante, (ii) ficou dispensado de exibir as certidões a que alude a Lei n.º 7.433/1985, (iii)
regulamentada pelo Decreto n.º 93.240/1986; (iv) não é produtor rural que conte com empregado ou que contrate serviço de
mão de obra, (v) ou ainda que comercialize sua produção e (vi) de não ser responsável pelo recolhimento de contribuições à
previdência social, (vii) bem como que tem integral ciência acerca das consequências dessa declaração e de ter que responder
pela eventual falsidade, e (viii) é solteiro, (ix) não tendo mantido união estável, desde a aquisição, (x) ou mesmo reside
atualmente com companheira que possa, mesmo que em tese, reivindicar algum direito sobre o imóvel dado em garantia.
Conceito 2 – Apresentou corretamente apenas três ou quatro das declarações anteriormente enumeradas.
Conceito 3 – Apresentou corretamente apenas cinco ou seis das declarações anteriormente enumeradas.
Conceito 4 – Apresentou corretamente apenas sete ou oito das declarações anteriormente enumeradas.
Conceito 5 – Apresentou corretamente nove ou dez das declarações enumeradas.
Quesito 2.3 - Despesas que devem ser assumidas pelo outorgado com despachantes para a obtenção de certidões
Conceito 0 – Não discorreu sobre a responsabilidade do outorgado em assumir as despesas administrativas e fiscais ou o fez de
forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Discorreu corretamente apenas sobre um ou dois dos seguintes requisitos: (i) o outorgado responde por todas as
despesas decorrentes da presente compra e venda com pacto adjeto de alienação fiduciária em garantia, (ii) inclusive aquelas
relativas a emolumentos e despachante, (iii) para obtenção das certidões necessárias a sua efetivação e as demais que se lhe
seguirem e (iv) inclusive as relativas a emolumentos e custas de Tabelião de Notas e de Registro de Imóveis; (v) de quitações
fiscais; (vi) o imposto de transmissão sobre bens imóveis (ITBI) e (vii) qualquer tributo devido sobre a operação que venha a
ser cobrado ou criado, (viii) mesmo que o pagamento caiba, por lei ou convenção, à outorgante.
Conceito 2 – Discorreu corretamente sobre apenas três ou quatro dos requisitos anteriormente enumerados.
Conceito 3 – Discorreu corretamente sobre apenas cinco ou seis dos requisitos anteriormente enumerados.
Conceito 4 – Discorreu corretamente sobre sete ou oito dos requisitos anteriormente enumerados.
Quesito 2.4 - Transferência da propriedade fiduciária e a posse indireta
Conceito 0 – Não discorreu sobre a transferência da propriedade fiduciária nem sobre a posse indireta ou o fez de forma
totalmente equivocada.
Conceito 1 – Discorreu corretamente apenas sobre a transferência da propriedade fiduciária ou apenas sobre a posse indireta
Conceito 2 – Discorreu sobre a transferência da propriedade fiduciária e a posse indireta, mas o fez de forma incompleta ou
parcialmente correta.
Conceito 3 – Discorreu sobre a transferência da propriedade fiduciária e a posse indireta de forma completa e correta.
Quesito 2.5 - Direito conferido à outorgante de cessão do crédito fiduciário
Conceito 0 – Não mencionou o direito conferido à outorgante de cessão do crédito fiduciário ou o fez de forma totalmente
equivocada.
Conceito 1 – Mencionou o direito conferido à outorgante de cessão do crédito fiduciário de forma incompleta ou parcialmente
correta.
Conceito 2 – Mencionou o direito conferido à outorgante de cessão do crédito fiduciário de forma completa e correta.
Quesito 2.6 - Efeitos de registro da escritura no cartório de registro de imóveis: posse e dever de conservação do imóvel
Conceito 0 – Não mencionou nenhum dos efeitos de registro da escritura no cartório de registro de imóveis ou o fez de forma
totalmente equivocada.
Conceito 1 – Mencionou corretamente apenas um ou dois dos seguintes efeitos: (i) mediante o registro da presente escritura de
alienação fiduciária, ora celebrada, estará constituída a propriedade fiduciária em nome da outorgante, e (ii) efetiva-se o
desdobramento da posse, (iii) tornando-se o outorgado possuidor direto e (iv) a outorgante, possuidora indireta do imóvel
objeto da garantia fiduciária e (v) a posse direta em que fica investido o outorgado, manter-se-á, (vi) enquanto este estiver
adimplente, (vii) obrigando-se o outorgado a manter, conservar e guardar o imóvel a ele incumbindo, (viii) pagar pontualmente
todos os impostos, taxas e quaisquer outras contribuições ou encargos que incidem ou venham a incidir sobre o imóvel (ix) ou
que seja inerente à garantia.
Conceito 2 – Apresentou corretamente apenas três ou quatro dos efeitos anteriormente enumerados.
Conceito 3 – Apresentou corretamente apenas cinco ou seis dos efeitos anteriormente enumerados.
Conceito 4 – Apresentou corretamente apenas sete ou oito dos efeitos anteriormente enumerados.
Conceito 5 – Apresentou corretamente os nove efeitos anteriormente enumerados.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO (TJPE)
II CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS PARA
OUTORGA DE DELEGAÇÕES DE SERVENTIAS
EXTRAJUDICIAIS DE NOTAS E DE REGISTRO
OUTORGA POR REMOÇÃO
Prova escrita e prática – Discursiva – Questão 1
Aplicação: 19/01/2025
PADRÃO DE RESPOSTA
Terreno de marinha é uma faixa de terra na costa formada natural ou artificialmente, para o lado do mar, dos rios ou
das lagoas: (a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e das lagoas, até onde se faça sentir a
influência das marés; (b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das marés.
Os terrenos de marinha pertencem à União, por expresso mandamento constitucional, portanto são classificados como
bens da União.
Caracterizam-se como bens públicos e sobre eles incidem todas as prerrogativas inscritas no direito positivo.
Têm natureza de bens dominicais, uma vez que podem ser objeto de exploração pelo poder público, para obtenção de renda.
O uso privativo do terreno de marinha pode ser transferido a particulares pelo regime de enfiteuse ou aforamento, por
meio do qual a União, na qualidade de senhorio direto, fica com o domínio direto e transfere o domínio útil ao
particular (enfiteuta), ficando este obrigado a pagar, anualmente, importância a título de foro e de pagar também, no momento
da transferência onerosa do domínio útil por ato inter vivos, o laudêmio.
QUESITOS AVALIADOS
Quesito 2.1 - Conceito de terreno de marinha
Conceito 0 – Não apresentou o conceito de terreno de marinha ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Apresentou o conceito de terreno de marinha de forma incompleta ou parcialmente correta.
Conceito 2 – Apresentou o conceito de terreno de marinha de forma completa e correta.
Quesito 2.2 - Titularidade do terreno de marinha
Conceito 0 – Não informou a titularidade do terreno de marinha ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Mencionou corretamente apenas uma das seguintes informações: (i) os terrenos de marinha pertencem à União; e
(ii) por expresso mandamento constitucional.
Conceito 2 – Mencionou corretamente as duas informações anteriormente enumeradas.
Quesito 2.3 - Tipo de classificação do terreno de marinha quanto a destinação ou afetação
Conceito 0 – Não atendeu ao solicitado ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Mencionou corretamente apenas um dos seguintes aspectos: (i) caracterizam-se como bens públicos e sobre eles
incidem todas as prerrogativas inscritas no direito positivo; e (ii) têm natureza de bens dominicais, uma vez que (iii) podem ser
objeto de exploração pelo poder público, (iv) para obtenção de renda.
Conceito 2 – Mencionou corretamente apenas dois dos aspectos anteriormente enumerados.
Conceito 3 – Mencionou corretamente apenas três dos aspectos anteriormente enumerados.
Conceito 4 – Mencionou corretamente os quatro aspectos anteriormente enumerados.
Quesito 2.4 - Possibilidade de transferência de seu uso para particulares
Conceito 0 – Não atendeu ao solicitado ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Discorreu, corretamente, sobre apenas um dos seguintes aspectos: (i) o uso privativo do terreno de marinha pode
ser transferido a particulares pelo regime de enfiteuse ou aforamento; (ii) por meio do qual a União, na qualidade de senhorio
direto, fica com o domínio direto e transfere o domínio útil ao particular (enfiteuta); (iii) ficando o particular obrigado a pagar,
anualmente, importância a título de foro e (iv) de pagar também, no momento da transferência onerosa do domínio útil por ato
inter vivos, (v) o laudêmio.
Conceito 2 – Discorreu corretamente sobre apenas dois dos aspectos anteriormente enumerados.
Conceito 3 – Discorreu corretamente sobre apenas três aspectos anteriormente enumerados.
Conceito 4 – Discorreu corretamente sobre apenas quatro aspectos anteriormente enumerados.
Conceito 5 – Discorreu corretamente sobre os cinco aspectos anteriormente enumerados.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO (TJPE)
II CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS PARA
OUTORGA DE DELEGAÇÕES DE SERVENTIAS
EXTRAJUDICIAIS DE NOTAS E DE REGISTRO
OUTORGA POR REMOÇÃO
Prova escrita e prática – Discursiva – Questão 2
Aplicação: 19/01/2025
PADRÃO DE RESPOSTA
O princípio da instância, (i) também conhecido como princípio da rogação ou da reserva de iniciativa, (ii) consiste na
necessidade de que, como regra, o notário ou registrador seja provocado por pessoa interessada na prática de ato de
competência do oficial. Essa pessoa pode ser (iii) um cidadão interessado em um ato qualquer ou (iv) uma autoridade que
determine ao oficial ou dele requisite a prática de ato de competência deste. Desse modo, (v) a regra é que o oficial de registro
não atue de ofício, ou seja, por iniciativa própria, mas dependa de requerimento da parte interessada ou de ordem ou requisição
da autoridade competente, (vi) como ocorre com as ordens judiciais e requisições do Ministério Público. No caso de (vii)
provocação da pessoa interessada, entende-se que a apresentação de documentos ao registro já caracteriza a solicitação
necessária à ação do notário ou registrador.
O princípio da instância ampara-se na (viii) Lei de Registros Públicos (LRP – Lei n.º 6.015/1973). O (ix) art. 13 da
LRP prevê que, salvo anotações e averbações obrigatórias, os atos registrais devem praticar-se por ordem judicial, em virtude
de requerimento verbal ou escrito da pessoa interessada ou a requerimento do Ministério Público, nos casos em que a lei o
autorizar. O (x) art. 217 da LRP, ao tratar do registro de imóveis, dispõe que qualquer pessoa pode provocar o registro e a
averbação relativos a determinado imóvel, mediante pagamento das despesas correspondentes.
A própria LRP prevê que o princípio da instância (xi) não tem caráter absoluto (como ocorre com a quase totalidade
dos princípios jurídicos). O (xii) art. 13 ressalva o caso das anotações e averbações obrigatórias. Nessas situações, caberá ao
oficial agir de ofício, sem necessidade de provocação de interessado ou autoridade. Isso significa que o notário ou registrador
não está proibido de agir de ofício, em certos casos. A possibilidade de ação de ofício ocorre (xiii) no caso de o oficial se
deparar com erros na escrituração dos atos de sua competência, devido ao (xiv) princípio da autotutela do poder público. Para o
(xv) registro imobiliário, o art. 213 da LRP determina a retificação de ofício no caso de erros na transposição de elementos do
título, na indicação de confrontação do imóvel e na alteração de denominação de logradouros, entre outros. O (xvi) Código de
Normas dos Serviços Notariais e Registrais do Estado de Pernambuco (CNSNR/PE – Provimento n.º 11/2023, da
Corregedoria-Geral de Justiça), no art. 272, estabelece que, no caso de atos notariais, o tabelião pode, de ofício, corrigir erro
evidente, erro material ou erro de fato que verificar em ato de sua lavra, mediante escritura de aditamento, (xvii) desde que não
modifique a substância ou o conteúdo obrigacional do ato ou a manifestação de vontade das partes, (xviii) sendo assinada
unicamente pelo tabelião ou seus prepostos.
Observação: conquanto a prova discursiva possa ser feita com consulta (subitem 17.21 do edital), a referência específica aos
artigos da legislação citada não influirá na avaliação.
QUESITOS AVALIADOS
Quesito 2.1
Quesito 2.1.1 - Conceito do princípio da instância no âmbito do direito notarial e registral
Conceito 0 – Não apresentou o conceito do princípio da instância ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Apresentou o conceito do princípio, mas não apresentou qualquer fundamento.
Quesito 2.1.2 - Fundamentação
Conceito 0 – Não apresentou qualquer fundamento ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Apresentou apenas um ou dois dos aspectos enumerados de (i) a (vii) no padrão de resposta.
Conceito 2 – Apresentou apenas três ou quatro dos aspectos enumerados de (i) a (vii) no padrão de resposta.
Conceito 3 – Apresentou apenas cinco ou seis dos aspectos enumerados de (i) a (vii) no padrão de resposta.
Conceito 4 – Apresentou os sete aspectos enumerados de (i) a (vii) no padrão de resposta.
Quesito 2.2 - Disciplina normativa do referido princípio
Conceito 0 – Não discorreu sobre a disciplina normativa do princípio da instância ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Abordou corretamente apenas um dos aspectos enumerados de (viii) a (x) no padrão de resposta.
Conceito 2 – Abordou corretamente apenas dois dos aspectos enumerados no padrão de resposta.
Conceito 3 – Abordou corretamente os três aspectos enumerados no padrão de resposta.
Quesito 2.3 - Exceções à aplicabilidade desse princípio
Conceito 0 – Não apresentou as exceções à aplicabilidade do princípio da instância ou o fez de forma totalmente equivocada.
Conceito 1 – Abordou corretamente apenas um dos aspectos enumerados de (xi) a (xviii) no padrão de resposta.
Conceito 2 – Abordou corretamente apenas dois ou três dos aspectos enumerados no padrão de resposta.
Conceito 3 – Abordou corretamente apenas quatro ou cinco dos aspectos enumerados no padrão de resposta.
Conceito 4 – Abordou corretamente seis ou mais dos aspectos enumerados no padrão de resposta.