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Normas de Producao de Trabalhos Academicos - ISCET

O documento é um manual que orienta docentes e discentes do ISCET sobre a produção e publicação de trabalhos científicos, abrangendo desde a elaboração de projetos de pesquisa até a formatação de artigos e relatórios. Ele detalha diferentes paradigmas de investigação (quantitativo, qualitativo e misto) e as normas de citação e referências segundo as normas APA. O manual visa estabelecer procedimentos comuns e uma linguagem comum para facilitar a pesquisa científica, reconhecendo a complexidade e a evolução contínua do conhecimento.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Normas de Producao de Trabalhos Academicos - ISCET

O documento é um manual que orienta docentes e discentes do ISCET sobre a produção e publicação de trabalhos científicos, abrangendo desde a elaboração de projetos de pesquisa até a formatação de artigos e relatórios. Ele detalha diferentes paradigmas de investigação (quantitativo, qualitativo e misto) e as normas de citação e referências segundo as normas APA. O manual visa estabelecer procedimentos comuns e uma linguagem comum para facilitar a pesquisa científica, reconhecendo a complexidade e a evolução contínua do conhecimento.
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Norma para Produção e Publicação de Trabalhos

Científicos

Maputo, Novembro de 2021

1
INDICE

1. Introdução................................................................................................................... 4

2
2. Modelo oficial para citações e referências..................................................................4

3. Paradígma da Investigação..........................................................................................5

3.1 Paradigma quantitativo............................................................................................6

2.1.1 Enfoque..............................................................................................................6

2.1.2 Métodos.............................................................................................................7

2.1.3 Instrumentos/técnicas........................................................................................8

2.2 Paradigma qualitativo...............................................................................................9

2.2.1 Enfoque..............................................................................................................9

2.2.2 Métodos...........................................................................................................10

2.2.3 Instrumentos/técnicas......................................................................................12

2.3 Paradigma misto.....................................................................................................13

3. Como elaborar um projecto de investigação.............................................................14

3.1 Escolha e definição do tema...................................................................................14

3.3 Objectivos...............................................................................................................16

3.3.1 Tipos de objectivos de pesquisa.......................................................................17

3.3.2 Regras de ouro para definição e escolhas de verbos para objetivo geral e
específico................................................................................................................... 20

3.4 Definição de termos (Revisão de literatura)...........................................................21

3.5 Metodologia...........................................................................................................22

3.5.1 Tipo de estudo (ou método de estudo)............................................................22

3.5.2 Universo / amostra (ou participantes)..............................................................23

3
3.5.3 Instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados......................................23

3.5.4 Modelo de análise de dados.............................................................................25

3.5.5 Limitações do estudo........................................................................................25

3.5.6 Calendarização.................................................................................................26

3.6 Modelo de um Projecto de Investigação................................................................26

4. Como elaborar um relatório de investigação?.............................................................28

4.1 Modelo de um Relatório de Investigação...............................................................29

5. Como elaborar um artigo científico?............................................................................32

6. Como elaborar um ensaio?..........................................................................................37

6. Procedimentos e exemplos para aplicar as normas APA.............................................40

6.1. – Procedimentos para uso das Normas APA..........................................................41

7. Apresentação de cópia impressa (hard copy)..............................................................53

Conceito importantes......................................................................................................59

Referências Bibliográficas................................................................................................60

4
1. Introdução
O presente Manual tem como principal propósito apoiar os docentes e discentes do ISCET que
realizam actividade de investigação científica. Constitui um guia metodológico ao nível da
organização, produção, divulgação e publicação da actividade científica.

A sua utilidade inscreve-se na necessidade de estabelecer e adoptar alguns procedimentos


comuns em termos da “arte de fazer pesquisa”

O propósito, porém, não é uniformizar o modo de fazer ciência, mas, conscientes da


complexidade, por um lado, e perante as especificidades associadas aos contextos e
geografias, por outro lado, propor uma linguagem comum capaz de estabelecer “uma leitura
dialógica” dentro da multi-referencialidade epistemológica e metodológica.

Assim como a pesquisa científica, a investigação e a curiosidade são elementos em constante


evolução. Portanto, o Manual deve ser visto como um material transitório de orientação básica,
pois estará em constante sintonia com as alterações conduzidas pela Ciência. Espera-se que, com
o apoio deste material, conteúdos preciosos possam ser valorizados por meio de formas de
pesquisa e apresentação adequadas.

As normas para a produção e publicação contidas neste documento são vigentes no ISCET e
visam regular diferentes publicações tais como ensaios, relatórios de estágios, monografias,
dissertações, teses, artigos, comunicações científicas, entre outros textos académicos.

2. Modelo oficial para citações e referências


No ISCET, as citações e referências bibliográficas seguem o Modelo das Normas APA
(American Psychological Association). O modelo de referências bibliográficas APA,
corresponde ao modelo Autor-data, ou seja, sobrenome do autor e ano de publicação, sendo um
estilo utilizado com muita frequência na área das Ciências Sociais.

5
As citações nada mais são do que referências às informações das fontes de pesquisa que o
estudante vai utilizar: seja um livro, uma revista, um site, enfim.

As citações são uma parte fundamental de qualquer trabalho, porque garantem que o trabalho
tenham a confiabilidade e qualidade técnica. Além de garantir que o estudante não cometa
plágio.

No final do trabalho, deve-se elaborar uma lista de referências com as informações completas
das fontes de pesquisa em ordem alfabética.

3. Paradígma da Investigação
Fazer ciência não é um exercício fácil, pois, dependendo do olhar que se privilegie, teremos
epistemologias próprias e percursos diferenciados para chegar ao mesmo objectivo: produzir
conhecimento sobre a realidade empírica.

Por conseguinte, não temos uma única via para aceder ao conhecimento científico, uma vez que
há vários paradigmas que nos podem orientar nesta actividade. A título meramente ilustrativo,
podemos dar conta desta complexidade, tendo por base a literatura de especialidade mais
relevante:

Figura 1 – Pluralidade de enfoques, métodos e instrumentos

Enfoque Tipo de Estudo (método) Instrumentos / Técnicas


Quantitativo Descritivo Inquérito por questionário
(Survey, entrevistas
estruturadas…)
Correlacional Escalas de medição (testes em
diversas modalidades…)
Experimental (quase- Testes (ensaios, índices…)
experimental)
Qualitativo Interpretativo (hermenêutico) Análise documental (entrevistas,
histórias de vida…)
Etnográfico Observação naturalista (notas
6
de campo, entrevistas, pesquisa
documental…)
Investigação-acção Observação participante
(inquérito por entrevista,
discussão de grupos, pesquisa
documental…)
Misto Estudo exploratório Entrevistas (preparação
(qualitativo) do inquérito por
questionário)
Descritivo (quantitativo)
Inquérito por questionário

Se analisarmos, com detalhe, a figura acima, podemos concluir que o que tende a caracterizar a
actividade científica é o reconhecimento da pluralidade epistemológica e metodológica. Com
efeito, se começarmos por nos referir ao enfoque, em termos de uma análise tipo-ideal,
deparamo-nos perante três paradigmas (ou enfoques):

(a) Quantitativo
(b) Qualitativo
(c) Misto

O termo “paradigma”, neste contexto, significa que a realidade empírica é


perspectivada de várias formas e partir de diversos ângulos. Assim sendo,
dependendo do “ponto de vista” em que nos colocamos, “vemos” de uma
Nota
determinada forma e seleccionamos um determinado ângulo do fenómeno
ou acontecimento em estudo. A complexidade a partir da qual
apreendemos a realidade é enorme, obrigando-nos a “seleccionar” um
determinado olhar e a ser coerente com ele. Paradigma, neste sentido, é o
modo com vemos e interpretamos a realidade na qual estamos inscritos,
seguindo determinados pressupostos epistemológicos e procedimentos
metodológicos.

3.1 Paradigma quantitativo

Este paradigma, do ponto de vista filosófico, inscreve-se nas correntes do empirismo,


7
positivismo e realismo. Para um aprofundamento destas correntes pode consultar-se Sampieri,
et al. (2006) e Vilelas (2009).

2.1.1 Enfoque

Procurando evidenciar o essencial deste paradigma, podemos referir que este enfoque parte da
ideia de que existe uma realidade objectiva e independente das nossas crenças e experiências
subjectivas. É possível produzir um conhecimento objectivo e neutro, desde que o investigador
se mantenha distante do objecto de estudo. Para tal, importa produzir instrumentos rigorosos e
confiáveis, de modo a que a subjectividade do investigador seja reduzida o mais possível.

Assim, salientamos as seguintes características:

(a) O enfoque quantitativo sustenta que existe uma realidade objectiva e que pode ser
conhecida de forma confiável.

(b) Para que se garanta esta objectividade, importa seguir determinadas regras lógicas (o
método científico).

(c) Uma das condições determinantes para garantir a neutralidade entre o investigador e o
objecto de estudo é conceber instrumentos rigorosos e serem objecto de um processo de
validação científica, antes mesmo de os aplicar no campo.

A meta do enfoque quantitativo visa:

(a) A medição numérica em busca de quantidades;


(b) Ou em busca de diferenças e associações entre fenómenos (variáveis).

O papel do investigador, neste enfoque, assume-se como um observador distante de objecto.

Em termos analíticos, utiliza procedimentos estatísticos (testes paramétricos e não


paramétricos), recorrendo, para tal, a software apropriado (pacotes estatísticos), para apoiar os
cálculos/análise. A grande finalidade da análise é, através de cálculos estatísticos, expressar
8
generalizações ou leis teóricas.

2.1.2 Métodos
No que concerne aos métodos (ou tipo de estudo), basicamente, poderemos referir três:

(a) Descritivo;
(b) Correlacional/associativo;
(c) Experimental (ou quase-experimental).

O método descritivo, um dos métodos mais usados no enfoque quantitativo, é, habitualmente,


usado para descrever a realidade estudada; é como se tirasse uma fotografia, para dar conta da
realidade como ela aparece ou como si impõe aos indivíduos, num certo momento ou tempo.
Para este tipo de estudo, normalmente, utiliza-se o inquérito por questionário (survey) ou
entrevista estruturada. Quando se observam as fórmulas (por vezes, mas nem sempre)
previstas para a selecção das amostras, então podemos, a partir dos resultados, produzir
generalizações para outros contextos similares. Neste tipo de estudo, não se parte de
hipóteses, uma vez que não se procura estabelecer relações causais entre variáveis.

O método correlacional ou associativo usa-se, normalmente, em caso de estudos que


relacionam variáveis, sendo que o tipo de variáveis determina a escolha dos testes estatísticos
a serem aplicados. O objectivo dos estudos correlacionais é medir duas ou mais variáveis e
examinar se há uma relação entre elas. Neste tipo de estudo, formulam-se hipóteses, pois
parte-se de uma predição sobre os resultados esperados com base na teoria sistematizada ou
postulados empíricos.

O método experimental (ou quase-experimental) visa demonstrar relações de causa e efeito,


manipulando uma variável independente, produzindo, possivelmente, mudanças

9
correspondentes na variável dependente. Para que estejamos perante um efectivo estudo
experimental, é necessário que a amostra seja definida aleatoriamente e que os elementos
desta sejam aleatoriamente distribuídos pelo grupo(s) de tratamento e o grupo (s) de controlo.
Neste tipo de estudo, formulam-se hipóteses, pois, o que se pretende é verificar a relação de
causa-efeito no estudo realizado. Em casos em que não se consigam respeitar estes critérios,
então pode-se falar de um método quase-experimental.

2.1.3 Instrumentos/técnicas

No enfoque quantitativo, as principais técnicas de recolha de dados são:

(a) Inquérito por questionário (survey) ou entrevista estruturada com categorias de resposta
pré- definidas;
(b) Escalas de medição;
(c) Testes.

Dependendo do tipo de estudo que se queira levar a cabo, poder-se-á escolher um destes
instrumentos ou técnicas. Particularmente, no caso dos estudos descritivos, um dos métodos
mais usados, a técnica privilegiada é o inquérito por questionário ou a survey.

2.2 Paradigma qualitativo

Este paradigma, do ponto de vista filosófico, inscreve-se nas correntes do idealismo,


fenomenologia e hermenêutica. Para um aprofundamento destas correntes, pode consultar-se
Flick (2005) e Vilelas (2009).

2.2.1 Enfoque

Sem pretendermos aprofundar este modo de fazer ciência, podemos sintetizar algumas das
suas características:
10
(a) O enfoque qualitativo assume que a realidade é uma construção social;
(b) Essa realidade subjectiva vai ser construída na interacção entre o investigador e o
fenómeno em estudo;
(c) Para este enfoque, a forma confiável para conhecer a realidade, é por interpretação dos
sentidos (significados) que os actores atribuem a um determinado fenómeno ou
acontecimento;
(d) O objecto de estudo, neste enfoque, inscreve-se na singularidade das situações
contextuais;
(e) A finalidade deste enfoque visa compreender os sentidos/significados co-produzidos
pelos actores em contexto, sendo que o investigador procura, tão-somente, ser um
intérprete a partir das narrativas/textos produzidos pelos participantes no estudo
(Flick, 2005; Mack, et al., 2005).

A meta do enfoque qualitativo visa:

(a) Interpretar as percepções recolhidas para lhes atribuir significado;


(b) Conhecer com profundidade o “como” e o “porquê”.

O papel do investigador, neste enfoque, sendo o principal instrumento de recolha de dados,


assume-se como observador participante em todo o processo investigativo.

Em termos analíticos, o investigador interpreta os textos (corpus de dados), tendo como


referente os contextos dos actores que participam no processo investigativo.

Por conseguinte, com o paradigma qualitativo não se pretende “medir” a realidade estudada,
mas “compreender”, a partir dos actores em contexto, os significados produzidos em torno da
actividade desenvolvida por estes. Por essa razão, não parece correcto falar de hipóteses, neste
enfoque, uma vez que o foco do estudo é exploratório e os “dados” são colhidos de forma

11
flexível e emergente.

2.2.2 Métodos

Do ponto de vista dos métodos, podemos constatar que este enfoque privilegia, sobretudo,
métodos que se centram na análise documental, na observação naturalista e na observação
participante. Assim, procurando sintetizar a diversidade de métodos identificados na literatura
de especialidade, podemos concluir que os mais significativos são os seguintes:

(a) Interpretativo (hermenêutico);

(b) Etnográfico;

(c) Investigação-acção (investigação participante);

(a) Estudo de caso.

No que concerne ao método interpretativo ou hermenêutico, podemos referir que, a base


empírica que sustenta este tipo de estudo, são os textos produzidos pelo investigador, tendo
como suporte os registos que foi fazendo no decurso da investigação (entrevistas, notas de
campo…) ou textos provenientes da pesquisa documental. A título de exemplo, na área do
Direito, este é o método mais usado, uma vez que a sua base são documentos de carácter
legislativo.

Relativamente ao método etnográfico, podemos salientar a dimensão cultural e contextual do


objecto de estudo. A base empírica que sustenta a análise do investigador é o contexto cultural
e simbólico das pessoas e das comunidades. Neste caso, as notas de campo são o meio
privilegiado para a recolha de dados, sendo que a observação naturalista constitui, também, a
técnica mais usada.

No que diz respeito ao método da investigação-acção, habitualmente, ele é usado quando o

12
investigador procura estudar um determinado tipo de intervenção (social ou profissional) e
onde ele próprio faz parte (ainda que seja temporariamente) do contexto em estudo. A
observação participante (recorrendo a entrevistas, discussão de grupos, pesquisa documental)
constitui o principal instrumento de recolha de dados. O que caracteriza este tipo de estudo é o
facto de o investigador participar, de forma directa, no próprio objecto de estudo, havendo,
neste caso, uma implicação ou um comprometimento, por parte do investigador, em relação
ao objecto de estudo.

Quanto ao estudo de caso, podemos concluir que constitui um método privilegiado para
estudar fenómenos ou acontecimentos sociais que revelam uma singularidade e, ao
mesmo tempo, uma complexidade, em termos de apreensão global. O seu carácter único e a
ausência de estudos empíricos similares, faz com que este método possa introduzir-nos numa
primeira aproximação (exploratória) empírica ao objecto de estudo. Assim, o contexto natural
(ecológico) passa a ser o cenário privilegiado da colheita de dados. Importa, ainda, referir que
ao querermos estudar um fenómeno numa óptica holística e dentro da sua complexidade
própria, torna-se um imperativo recorrer à triangulação de instrumentos de recolha de dados.
Habitualmente, a observação participante (ou não participante), as entrevistas (ou
questionários) e análise documental, são técnicas imprescindíveis para captar a complexidade
de que se reveste este tipo de estudo.

2.2.3 Instrumentos/técnicas

O paradigma qualitativo privilegia a mobilização de instrumentos/técnicas de recolha e


análise de dados para aceder aos significados dos actores em estudo. Por isso, observação
naturalista, a entrevista (nas diversas modalidades), a discussão de grupos (focus groups),
pesquisa documental e a análise de conteúdo (ou a análise narrativa) sãos as técnicas mais
usadas pelos investigadores.

Do ponto de vista da recolha de dados, em bom rigor, do que se trata é de apreender o sentido
13
que os actores atribuem aos seus discursos e às suas práticas. Assim, mais do que “dados”
seria preferível falar de “narrativas” (textos) a partir dos quais o investigador irá interpretar os
significados co-produzidos entre este e os participantes no estudo.

Já no que concerne a análise do “material” recolhido, tratando-se de narrativas/textos, a


técnica mais usual é a técnica de análise de conteúdo ou técnica de análise narrativa
(Canastra, 2009; Guerra, 2006).

A primeira assume um carácter mais estruturante, recorrendo a categorias de análise


previamente selecionadas com base nos objectivos da investigação e tendo como
referente o quadro teórico produzido (Flick, 2005).

A segunda privilegia uma maior flexibilidade na organização do material selecionado,


deixando para o leitor a tarefa de dar sentido a partir da sua própria interpretação. O
investigador limita-se a organizar o material, de forma mais ou menos coerente, mas silencia
ao máximo a sua voz, para dar mais expressão às vozes das narrativas/textos. Na realidade, a
parte analítica quase é inexistente, dando lugar, de destaque, à leitura narrativa (Flick, 2005).

2.3 Paradigma misto

Em bom rigor, não se está a falar de um paradigma ou enfoque, mas de uma combinação de
instrumentos e técnicas, habitualmente associadas aos diversos tipos de estudo. Por exemplo,
o método descritivo utiliza, habitualmente, o inquérito por questionário para a colecta de
dados. Contudo, pode acontecer que numa determinada fase do estudo (início ou no terminus),
se tenha que usar outras técnicas, também, associadas a métodos de estudo, cujo enfoque é
qualitativo (como, por exemplo, o método interpretativo ou o etnográfico).

Vejamos o exemplo referido, do método de estudo descritivo. Estamos perante um enfoque


quantitativo. Todavia, podemos numa primeira fase utilizar entrevistas para clarificar algumas

14
questões que queremos incorporar num inquérito por questionário. Assim, numa primeira fase
exploratória, estaríamos no enfoque qualitativo, mas, na fase determinante do estudo, o
enfoque é quantitativo. Também, pode acontecer o contrário. Aplicar um inquérito por
questionário e no fim do estudo, constatando que há resultados duvidosos ou pouco claros,
podemos entrevistar alguns dos respondentes para clarificarmos alguns dos resultados
produzidos.

Como se pode constatar, e sendo rigorosos, estamos, normalmente, perante um enfoque


predominante, que pode recorrer a instrumentos ou técnicas diversificadas. Contudo, o olhar
que prevalece é, apenas, o de um determinado método ou tipo de estudo. A
complementaridade de instrumentos/técnicas é, em si, recomendável, quando o objecto de
estudo o exigir

3. Como elaborar um projecto de investigação

Em qualquer processo investigativo, pelo menos na academia, torna-se necessário planificar um


conjunto de actividades para nos orientarem no estudo em causa. A esta planificação,
habitualmente, chamamos de “projecto de investigação”.
Um projecto de investigação consiste, assim, numa primeira aproximação a um determinado
objecto de estudo. Procura-se definir a problemática, os termos-chave (conceitos) que irão dar
inteligibilidade teórica ao processo investigativo, a opção metodológica mais ajustada e a
calendarização das tarefas a realizar no decurso do estudo. De seguida, iremos apresentar e
descrever, de forma sucinta, os principais componentes de um projecto de investigação.
15
3.1 Escolha e definição do tema

Habitualmente, o projecto de investigação dá início quando por observação, curiosidade,


preocupação, questionamento, ou por recomendação de um estudo anterior, queremos saber
mais sobre um determinado assunto, fenómeno, tema ou problema.

Começa, assim, a investigação, escolhendo e definindo um tema. Este surge, normalmente, a


partir das seguintes situações (Barros & Lehfeld, 1999, citado por Vilelas, 2008):
a) Observação do quotidiano;
b) A vida profissional;
c) Programas de investigação;
d) Contacto (conversas) com especialistas;
e) Sugestões de estudos já realizados;
f) Estudo da literatura especializada.
O ponto de partida pode, como acabámos de referir, ser uma destas situações. Contudo, após
esta primeira fase, importa seguir algumas recomendações:
a) Seleccionar um tema concreto e acessível;
b) Escolher uma temática conhecida;
c) Encontrar áreas de trabalho nas quais se pode contar com uma ajuda efectiva;
d) Encontrar um tema de investigação que tenha, tanto quanto possível, um real interesse
para si.

Em síntese, estes são os primeiros passos a dar na elaboração de um projecto de investigação.


Na secção seguinte, iremos debruçar-nos sobre a questão da problemática, eixo central de uma
investigação científica.

16
3.2 Problemática

Após termos definido e escolhido um tema ou uma área de interesse, chega, agora, o
momento de saber como se define o problema de investigação.
O problema de investigação orienta-nos em todo o processo investigativo. Ele constitui a
pedra angular do design de qualquer investigação científica. Habitualmente, na definição do
problema seguem-se a alguns procedimentos:

a) O que diz a literatura sobre a problemática em estudo?


b) Já foram feitos estudos empíricos sobre esta problemática?
c) Que recursos bibliográficos há nesta área?
d) Que condições organizacionais e financeiras existem para operacionalizar o estudo?
Depois de realizar este questionamento, segue-se a formulação da pergunta de partida, tendo
em linha de conta o tipo de enfoque e o método de estudo que melhor se ajuste ao que
queremos investigar.

Se o estudo que queremos realizar já produziu resultados, ainda que noutros contextos,
podemos formular hipóteses para testarmos no nosso contexto de estudo (enfoque quantitativo).
Contudo, se não tivermos conhecimento sistematizado sobre a nossa problemática, então, é
mais ajustado definir perguntas específicas (questões de investigação), optando neste caso por
escolher um enfoque qualitativo, uma vez que ainda estamos numa fase exploratória naquela
área do conhecimento.

Uma outra questão que, habitualmente, se coloca é se se devem definir objectivos, para além da
enunciação das questões de investigação ou da formulação de hipóteses? A resposta não é
linear. Dependendo das tradições (escolas) académicas e das geografias culturais, podem surgir
diversos modelos alternativos.

Assim, no caso do ISCET, as práticas existentes apontam para a necessidade de formulação de

17
objectivos. Por esta razão, importa ter presente que os objectivos procuram expressar as
actividades a desenvolver no decurso da investigação.

O problema é um “problema de investigação” quando, a partir da literatura de especialidade


ou de estudos empíricos já realizados, há elementos de compreensão que nos permitam
avançar para a sua resolução ou problematização. A resposta pode não ser, sempre, positiva,
mas o que importa é conseguir uma explicação plausível e fundamentada para o
questionamento feito no estudo. Mesmo que, em vez da resposta esperada, surjam outras
perguntas ou outras questões, particularmente nos estudos cujo enfoque é
predominantemente qualitativo.

3.3 Objectivos

Os objectivos da pesquisa científica representam, além das intenções propostas pelo pesquisador,
possibilidades de obtenção de resultados mediante o trabalho realizado.

O vocábulo “objectivo”, tomado em seu sentido genérico, denota pretensão, intencionalidade –


finalidades sempre propostas quando se deseja buscar, descobrir e realizar qualquer ação.

No sentido de delimitá-lo, sobretudo remetendo ao universo da pesquisa científica, dá-se a


entender que desde o momento em que o pesquisador se propõe a realizá-la, ele tem objectivos
definidos. Nesse sentido, torna-se imprescindível compreender que todas as ações de um projeto
de pesquisa mantêm entre si uma estreita ligação, ou seja, em outras palavras, é o mesmo que
dizer que uma é continuação da outra. Por outras palavras, o objectivo de uma pesquisa tem a
intenção de esclarecer aquilo que o pesquisador pretende desenvolver, desde os caminhos
teóricos até os resultados a serem alcançados.

18
Nas discussões sobre o fazer científico, os autores concordam que é necessária clareza na
elaboração de objectivos, gerais e específicos (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006), que os
objectivos devem ser pensados em relação ao problema (LOPES, 1990; AZURDUY, 2007;
KÖCHE, 2009), e em forma de ações para resolver (e responder) ao problema de pesquisa
(SANTAELLA, 2001; BARROS;JUNQUEIRA, 2005; PAVIANI, 2013). Algumas dessas obras
são exitosas em unir a discussão epistemológica, tão cara e tão necessária a um campo ainda
jovem como o da Comunicação, com a objetividade e didática necessários na elaboração de
manuais, trazendo direcionamentos mais claros ligados diretamente à execução de um projeto de
pesquisa.

Objcetivo é sinônimo de meta. Tem como função nortear os conteúdos. Uma maneira simples
para se definir os objectivos é colocá-los começando com o verbo no infinitivo: esclarecer tal
coisa; definir tal assunto; procurar aquilo; permitir aquilo outro, demonstrar alguma coisa etc.
O número de objectivos específicos é determinado pelo número de variáveis de um estudo. Não
devem ser muitos, geralmente três a quatro.

3.3.1 Tipos de objectivos de pesquisa

3.3.1.1 Objectivo geral

O objectivo geral pode ser definido como a grande meta que seu trabalho científico deverá
atingir. É a resposta à pergunta: O que você quer com seu estudo? Esta resposta será dada pela
pesquisa, de forma que o pesquisador deverá buscar respostas e, moldando um ambiente de
conhecimento, a partir da revisão da literatura (pesquisa bibliográfica) que realizará, poderá, da
melhor forma possível, resolver o problema.

Resumidamente, o objectivo geral:


 É baseado na questão norteadora da pesquisa.;
 É mais amplo, entretanto, deve ser formulado em uma única frase;
19
 Dá a direção que a pesquisa tomará em seu percurso;
 Para formulá-lo deve perguntar: Para quê pretendo pesquisar .

Exemplo de objectivo geral


Exemplo 1
 Problema: Como se constituiu as Políticas Públicas de Turismo em Moçambique no
período entre 2003 a 2007?
 Objetivo Geral: Analisar as Políticas Públicas de Turismo em Moçambique no período
entre 2003 a 2007.

Exemplo 2
Objectivo geral: Analisar a influência da mudança climática em casos de gripe em
Moçambique 2017 a 2020”
Desta forma, temos:
 A finalidade do trabalho: analisar a influência da mudança climática em casos de
gripe
 A delimitação da pesquisa: em Moçambique no período de 2017 a 2020

3.3.1.2 Objectivos específicos

Os objectivos específicos são metas parciais que, ao serem alcançadas conjuntamente, acabarão
contemplando o objectivo geral.

Em outras palavras, enquanto que o objectivo geral seria a resolução do problema de facto, os
objectivos específicos seriam as formas de obter dados para construir uma solução. Se o
objectivo geral é apresentado em um projecto de pesquisa como um enunciado mais amplo, os
objectivos específicos devem ser estabelecidos de acordo com suas capacidades. Sendo assim, a
escrita dos objectivos específicos em um projeto de investigação é feita a partir de enunciados
20
curtos e bem fechados, bem especificados mesmo, usando verbos marcados (construir, analisar,
avaliar, detectar, quantificar, medir). Em um projeto de pesquisa, o objectivo geral está mais
próximo do problema, enquanto os objectivos específicos estão mais irmanados com a
metodologia. Enquanto a meta geral estuda um fenômeno, as metas específicas vão medir,
quantificar, analisar, avaliar, o mesmo. A importância do objectivo geral é tão significativa que
ele deve estar presente no final da introdução e também no resumo da pesquisa. Da mesma
forma, os objectivos considerados como um dos principais elementos da pesquisa, relacionam-
se profundamente com o problema, as hipóteses e à metodologia na construção da pesquisa.

Resumidamente, os objectivos específicos:


 São assuntos complementares da questão, fazendo assim, o desdobramento do objetivo
geral;
 São mais delimitados, é o caminho a ser percorrido para alcançar o objetivo geral, ou
seja, caracteriza as etapas ou fases de uma pesquisa;
 O pesquisador deve perguntar: O que farei para desenvolver a pesquisa?

Exemplo de objectivos específicos


Se o nosso objectivo geral for:
 Analisar a influência da mudança climática em casos de gripe em Moçambique 2017-
2020”
Teríamos como objectivos específicos
 Identificar os vetores do vírus da gripe;
 Verificar a variação do número de casos de gripe ao longo do ano;
 Analisar a frequência de variações do clima em Moçambique;
 Comparar o padrão de aumento de casos de gripe com a ocorrência de alterações no
clima.
21
3.3.2 Regras de ouro para definição e escolhas de verbos para objetivo geral e específico

Um aspecto bastante importante dos objetivos geral e dos objetivos específicos é a linguagem
de sua redação, sendo que o pesquisador precisa ter em conta os seguintes procedimentos para
formulação de objectivos:
 Todo objectivo começa com um verbo no infinitivo. Isto é, verbos terminados em: ar,
er ou ir. Isso porque, os verbos no infinitivo facilitam a compreensão do que se busca
alcançar no trabalho
 Devem ser iniciados com verbos que exprimam acção, tais como: verificar, analisar,
comparar, descrever, determinar etc.
 Todo objectivo deve ser alcançável, ou seja, não se deve formular um objectivo que não
seja passível de ser atingido.

Os verbos podem ser classificados em:

Verbos de Conhecimento

Associar; calcular; citar; classificar; definir; descrever; distinguir; enumerar; especificar; enunciar;
estabelecer; exemplificar; expressar; identificar; indicar; medir; mostrar; nomear; registrar; relacionar;
relatar; selecionar.

Verbos de Compreensão

Concluir; descrever; distinguir; deduzir; demonstrar; discutir; explicar; identificar; ilustrar; inferir;
interpretar; localizar – relatar; revisar.
Verbos de Aplicação: Aplicar; estruturar; ilustrar; interpretar; organizar; relacionar.

Verbos de Análise

22
Analisar; classificar; categorizar; combinar; comparar; comprovar; contrastar; correlacionar; diferenciar;
discutir; detectar; descobrir; discriminar; examinar; experimentar; identificar; investigar; provar;
selecionar.

Verbos de Síntese

Combinar; compor; criar; comprovar; deduzir; desenvolver; documentar; explicar; organizar; planejar;
relacionar.

Verbos de Avaliação

Avaliar; concluir; constatar; criticar; interpretar; julgar; justificar; padronizar; relacionar; selecionar;
validar; valorizar.

3.4 Definição de termos (Revisão de literatura)

Num projecto de investigação, após a definição clara, e o mais objectivamente possível, do


problema, importa definir os termos-chave (ou conceitos) que sustentarão o nosso quadro
interpretativo.

Trata-se de dar início à chamada “revisão da literatura” que deve fundamentar o quadro
teórico convocado para o estudo. Claro que ainda estamos numa fase exploratória, mas
importa, desde logo, começar a pesquisar a bibliografia de especialidade, para percebermos o
“estado da arte” sobre aquela área de conhecimento.

O quadro teórico constitui uma fase necessária para “preparar” os instrumentos de recolha de
dados, uma vez que a “teoria” (teorias) nos permite(m) ponderar a metodologia mais
apropriada para a problemática em estudo.

Por sua vez, é mediante a revisão de literatura que nos colocamos em contacto com estudos já
feitos na área de conhecimento em que se inscreve a nossa problemática. Esta pesquisa torna-
se decisiva, pois, podemos, desde logo, perceber alguns dos resultados já produzidos e o tipo

23
de instrumentos usados. Assim, será mais fácil escolher os instrumentos que podem ser
usados de modo a realizar uma outra aproximação metodológica.

Já nos estudos enquadrados no enfoque quantitativo, a revisão de literatura permite-nos


definir as variáveis do estudo e, consequentemente, a possibilidade de formular hipóteses.
Estas resultam de uma revisão sistemática da teoria ou teorias relacionadas directa ou
indirectamente com o nosso estudo. Caso contrário, é aconselhável optar por uma abordagem
exploratória (qualitativa) de modo a podermos clarificar e aprofundar o objecto de estudo.

3.5 Metodologia

Como acabámos de referir, a metodologia é determinada pela problemática e pela pesquisa de


estudos já feitos, e é partir desta que poderemos ajustar a nossa opção metodológica. Por isso, o
que determina esta fase é a problemática em estudo em articulação com a revisão de literatura.

Dentro desta fase, há um conjunto de tarefas que devem ser realizadas, tais como:

a) Definir o tipo de estudo (ou método de estudo);


b) Seleccionar a amostra (ou participantes) do estudo;
c) Seleccionar os instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados;
d) Definir o modelo de análise de dados;
e) Apresentar as limitações do estudo;
f) Calendarização das tarefas investigativas.

3.5.1 Tipo de estudo (ou método de estudo)

A definição do tipo de estudo ou método de estudo depende, como já foi referido, da


problemática em estudo. Assim, se formos para o exemplo, acima referido
(Problemática), o estudo pode ser considerado experimental (ou, em termos rigorosos,

24
quase-experimental), uma vez que se pretendia saber se estudar em grupos informais “causa”
melhores notas do que estudar sozinho. Por conseguinte, pretendia-se saber se existe uma
relação “causa-efeito”. Por sua vez, será considerado quase- experimental pelo facto de o
grupo de “tratamento” não ter sido seleccionado de forma aleatória (para aprofundar este
tema, consultar Sampieri, et al., 2006).

3.5.2 Universo / amostra (ou participantes)

O universo (também chamado população) é um conjunto definido de elementos que possuem


determinadas características. Exemplo: todos os estudantes moçambicanos que possuem um
computador portátil.

A amostra, por seu lado, é o subconjunto do universo do qual se estabelecem ou se estimam as


características desse universo.

Em projectos de investigação que pretendam fazer generalizações sobre populações com


elevado número de indivíduos, aplicam-se fórmulas estatísticas para calcular o tamanho da
amostra. Este tipo de amostra é designado como “amostras probabilísticas” (para aprofundar
este tema, consultar Gil, 2008; Sampieri et al., 2006).

Importa, todavia, referir que nem todos os estudos têm, efectivamente, uma amostra. É o caso
dos estudos inscritos no enfoque qualitativo, que procuram explorar algo ainda pouco
conhecido e com escassa literatura ou falta de estudos empíricos. Neste caso, como o estudo é
“localizado” e circunscrito a uma determinada situação ou fenómeno (singular e complexo),
opta-se por escolher participantes que assumam um estatuto de “informadores privilegiados”.
A selecção destes informantes é feita de forma conveniente, tendo como critério a
“representatividade social” (Guerra, 2006). Como consequência, os resultados produzidos no
âmbito deste tipo de estudos não permitem, em princípio, generalizar ou replicar os seus
resultados para outros contextos.

25
3.5.3 Instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados

Os instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados constituem um momento decisivo,


dado que, parte da validade científica dos resultados, resultam do modo como estes são
organizados e aplicados.

No caso dos estudos enquadrados no enfoque quantitativo exige-se, ainda maior rigor na sua
concepção, uma vez que, na fase da sua aplicação, o investigador não se encontra, em
princípio, presente e, também, pelo facto de se advogar um distanciamento do investigador
face ao objecto em estudo. Em todo o caso, mesmo quando o investigador manipula as
variáveis em estudo (por exemplo nos estudos experimentais), o rigor da cientificidade está
associado ao rigor da concepção dos instrumentos/técnicas usados. Daí obedecerem uma
lógica altamente estruturada e havendo necessidade de se testarem com rigor e precisão os
testes, as escalas ou os inquéritos por questionário usados, antes do início do estudo principal.

Quanto aos estudos inscritos no enfoque qualitativo, pela razão de se considerar o


investigador como o principal instrumento de recolha e análise de dados e, ainda, pelo facto
da sua própria subjectividade estar presente ao longo do processo investigativo, os
instrumentos/técnicas usados acabam por ser mais flexíveis e pouco estruturados, ainda que
haja a necessidade de serem aplicados com rigor e coerência de acordo com os objectivos da
investigação.

Relativamente ao facto de se poderem combinar e articular instrumentos/técnicas


provenientes de enfoques diferentes não constitui um problema. Na realidade, podemos optar
por um determinado tipo de estudo, por exemplo descritivo, que se enquadra no enfoque
quantitativo. Contudo, podemos usar inquéritos por questionário e entrevistas semi-
estruturadas, dependendo dos objectivos do estudo, sem no entanto entrarmos um conflito
epistemológico, uma vez que o que determina a coerência do estudo é o facto de estarmos
perante um determinado método de estudo e seguir os procedimentos que lhe estão associados
de forma coerente e exigente.
26
A complementaridade de instrumentos/técnicas é, aliás, recomendável, particularmente
quando estamos perante estudos que se enquadram no enfoque qualitativo, de modo a
garantirmos a triangulação metodológica e reduzir, assim, tanto quanto possível os efeitos da
subjectividade inerentes a este tipo de estudos.

3.5.4 Modelo de análise de dados

Ainda dentro da secção “metodologia”, nos projectos de investigação torna-se necessário


definir o modelo de análise de dados, que, dependendo dos objectivos do estudo, pode ter
como propósito medir, quantificar, estabelecer associações ou procurar diferenças da
realidade estudada (enfoque quantitativo) ou compreender os processos de construção social
da realidade significada pelos actores em estudo (enfoque qualitativo).

No caso dos estudos enquadrados no enfoque quantitativo, normalmente, recorre-se a


testes paramétricos ou não paramétricos com suporte de pacotes estatísticos, para analisar os
dados (para aprofundar este tema, consultar Sampieri, et al., 2006).

Quanto aos estudos inscritos no enfoque qualitativo, habitualmente, usa-se a análise de


conteúdo, podendo, neste caso recorrer, também, a um tratamento estatístico de tipo
descritivo. Todavia, nos estudos “tipo etnográfico” tende-se a privilegiar uma análise de
carácter narrativo, isto é, mais do que convocar categorias de análise definidas a priori a partir
dos objectivos e do quadro teórico, opta-se por organizar o material recolhido em função de
categorias emergentes ao longo do processo investigativo (para aprofundar este tema,
consultar Flick, 2005 e Guerra, 2006).

3.5.5 Limitações do estudo

Nos projectos de investigação há, ainda, a necessidade de apresentar as limitações do estudo.


Por exemplo, limitações relacionadas com as condições financeiras que o investigador precisa
27
para realizar a pesquisa no campo; limitações relacionadas com constrangimentos de falta de
tempo; limitações relacionadas com o processo de generalização dos resultados em estudos
enquadrados no enfoque qualitativo ou, ainda, em estudos de tipo quantitativo que não
apresentam amostras probabilísticas; etc..

A credibilidade de um estudo científico passa, também, por assumir a subjectividade


decorrente de certas condições mobilizadas no processo investigativo ou pela natureza dos
estudos em si, como é o caso de estudos de tipo-qualitativo.

3.5.6 Calendarização

Finalmente, num projecto de investigação, torna-se necessário planificar as actividades de


investigação que se irão desenvolver ao longo do processo investigativo, como sejam, o
quadro teórico, a concepção e aplicação dos instrumentos, a apresentação e análise de dados, a
discussão dos resultados e organização do relatório da investigação.

3.6 Modelo de um Projecto de Investigação

Sendo um dos propósitos deste manual facilitar uma certa harmonização ao nível
metodológico, dentro do ISCET, de seguida apresentamos um modelo com as regras mínimas
que o projecto de investigação deve seguir.

Capa e folha de rosto


 Na capa deve constar, obrigatoriamente, o nome da instituição, o título centrado no
meio da página, o nome do autor, a cidade e data, no final da página.

 Na folha de rosto devem constar os elementos da capa, mais a informação relacionada


com o curso e a área de estudo, bem como nome do orientador científico (normalmente,
esta informação fica do lado direito, logo a seguir ao número de identificação e nome do
estudante).

28
Elementos pré-textuais
Dentro dos vários elementos pré-textuais, referimos, como essenciais, os seguintes:
 Índice
 Lista de abreviaturas
 Índice de tabelas, figuras ou quadros
 Resumo em português e em inglês
 Palavras-chave (português e inglês)

Introdução
Na introdução devem constar, preferencialmente, os seguintes aspectos:
 Breve contextualização da problemática
 Objectivos da investigação
 Hipóteses ou questões de investigação (quando aplicável)
 Metodologia adoptada
 Relevância da investigação
 Estrutura/organização do projecto de investigação.

Quadro teórico
O quadro teórico ou marco teórico é construído em torno da revisão de literatura de
especialidade. O seu principal propósito é realizar o “estado da arte” dentro de uma
determinada área de conhecimento e, ainda, dar conta dos principais conceitos-chave.

Metodologia
Opção metodológica
Dentro desta secção, habitualmente, constam os seguintes elementos:
 Tipo de estudo ou método de estudo
29
 Universo/amostra ou participantes
 Instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados
 Modelo de análise
 Limitações do estudo

Calendarização
Nesta secção apresentam-se as principais tarefas/actividades de investigação relacionadas com
o processo de investigação.

Conclusões
Nas conclusões apresentam-se os resultados esperados ou, pelo menos, as principais asserções
teórico- práticas que tendem a estruturar o design da investigação.

Referências bibliográficas
Nas referências bibliográficas devem constar, apenas, as fontes referenciadas/citadas no corpo
do texto.

Elementos pós-textuais (apêndices/anexos)


Finalmente, caso se aplique, colocam-se os apêndices/anexos. Ter em atenção que os anexos
dizem respeito a qualquer tipo de documentação consultada pelo investigador (pesquisa
documental), enquanto os apêndices estão relacionados com os materiais produzidos pelo
investigador (instrumentos, protocolos, grelhas, etc.).

4. Como elaborar um relatório de investigação?

Quando a investigação chega ao seu terminus, passa-se à organização do relatório da


30
investigação.

Para além dos elementos que constituem a organização, habitual, de um projecto de


investigação, há ainda outros elementos que devem constar no relatório final da investigação
realizada.

Em primeiro lugar, importa referir que o tempo dos verbos passa do futuro para o passado. No
projecto de investigação pretendia-se prever as tarefas/actividades a desenvolver ao longo do
processo investigativo. Já no Relatório de Investigação procura-se dar conta do que foi
realizado e concretizado em termos do design de investigação.

Em segundo lugar, o Relatório de Investigação tem como propósito fundamental recolher


evidências empíricas para sustentar a problemática em estudo. Particularmente nos estudos
inscritos no enfoque qualitativo, importa salientar, ainda, o papel de que se revestem o
contexto e o processo onde decorreu o estudo, uma vez que estas duas dimensões podem
contribuir para minimizar os efeitos de subjectividade inerentes a este tipo de estudos (para
aprofundar este tema, consultar Lessard-Hérbet, Goyette, & Boutin, 2010).

Em terceiro lugar, o Relatório de Investigação visa divulgar os resultados produzidos em


torno de uma problemática estudada. Daí que se torna imperioso ser coerente e, o mais
objectivo possível, tanto ao nível da conceptualização, como na parte metodológica. O rigor
com que se procura articular estas duas componentes constitui o principal requisito de uma
investigação que queira revelar qualidade científica.

4.1 Modelo de um Relatório de Investigação

A seguir, os principais elementos que devem estruturar/organizar um Relatório de Investigação


Científica.

Capa e folha de rosto


31
Na capa deve constar o nome da instituição, o título centrado no meio da página, o nome do
autor, a cidade e data, no final da página.

Na folha de rosto devem constar os elementos da capa, mais a informação relacionada com o
curso e a área de estudo, bem como nome do orientado científico (normalmente, esta
informação fica do lado direito, logo a seguir ao número de identificação e nome do estudante)

Elementos pré-textuais

Dentro dos vários elementos pré-textuais, referimos, como essenciais, os seguintes:

(a) Índice;
(b) Declaração
(c) Agradecimentos (elemento opcional) ;
(d) Lista de abreviaturas (quando se aplicar) ;
(e) Índice de tabelas, figuras ou quadros (quando se aplicar) ;
(f) Resumo em português e em inglês;
(g) Palavras-chave (português e inglês).

Introdução

Na introdução devem constar, preferencialmente, os seguintes aspectos:

a) Breve contextualização da problemática;


b) Objectivos da investigação;
c) Hipóteses ou questões de investigação (quando aplicável) ;
d) Metodologia adoptada;
e) Relevância da investigação;
f) Estrutura/organização do relatório de investigação.

32
Quadro teórico (revisão da literatura)

No Relatório de Investigação, o quadro teórico deve ser sistematizado e conter duas partes
distintas:

(h) A parte da teoria fundamental e das teorias complementares e afins;


(i) A parte dos estudos empíricos relacionados com problemática em estudo.

Assim, a revisão de literatura não deve reduzir-se à consulta de manuais ou livros, mas deve,
também, cingir-se às revistas científicas e teses de doutoramento, uma vez que, a partir destas,
podemos ter contacto com estudos empíricos relacionados com a nossa problemática. Estes
estudos são fundamentais para percebermos qual é o “estado da arte”, em termos de estudos
empíricos realizados noutros contextos académicos e/ou geográficos.

Metodologia ou Estudo Empírico

Opção metodológica

Dentro desta secção, habitualmente, constam os seguintes elementos:

(a) Tipo de estudo ou método de estudo


(b) Universo/amostra ou participantes
(c) Instrumentos/técnicas de recolha e análise de dados
(d) Modelo de análise
(e) Limitações do estudo

Nos estudos de caso, deve-se, ainda, apresentar, delimitar e caracterizar o caso em estudo (logo
a seguir à secção “Tipo de estudo ou método de estudo”).

Apresentação e análise de dados

Nesta secção, apresentam-se os dados e procede-se à sua análise com base em pacotes
33
estatísticos ou com base em modelos de análise mais flexíveis e menos estruturados (como por
exemplo, a análise de conteúdo de tipo-narrativo ou etnográfico), na qual se privilegiam o
relato das “vozes” ou dos “textos” dos actores entrevistados (para aprofundar este tema,
consultar Flick, 2005 e Sampieri, et. al., 2006).

Discussão dos resultados

Com esta secção, pretende-se discutir os resultados produzidos no capítulo anterior, tendo
como referente interpretativo o quadro teórico construído a partir da revisão da literatura. É
partir deste confronto que, particularmente nos estudos enquadrados no enfoque qualitativo,
se pode chegar a construções teóricas consistentes ou, pelo menos, coerentes com o contexto
empírico estudado.

Já em relação a estudos de tipo-quantitativo, é o momento de confronto entre a significação


teórica e a generalização dos resultados produzidos.

Conclusões

Nas conclusões, procede-se a uma breve síntese do que foi o percurso de investigação.
Procura-se, ainda, dar uma resposta ao problema em estudo e aos seus objectivos, seja a partir
das hipóteses formuladas ou das questões de investigação.

Finalmente, face aos resultados obtidos, apresentam-se as limitações ou potencialidades da


investigação, gerando possíveis questões de investigação com vista a dar continuidade à
sistematização do estudo realizado.

Referências bibliográficas

No ISCET, as citações e referências bibliográficas seguem o Modelo das Normas APA


(American Psychological Association, 6.ª Ed.). Para aprofundar este tema pode-se consultar o
último capítulo, deste Manual.
34
Elementos pós-textuais (apêndices/anexos)

Finalmente, o Relatório poderá ter apêndices e/ou anexos. Nos apêndices colocam-se os
textos/materiais produzidos pelo investigador (instrumentos de recolha e análise de dados,
protocolos, etc.). Nos anexos colocam-se documentos consultados que sustentam a análise
empírica.
O critério para colocar estes documentos nos apêndices/anexos é flexível, dependendo do que
se pretenda evidenciar como forma de explicitar mais o processo investigativo

5. Como elaborar um artigo científico?

Os artigos científicos são um instrumento essencial para divulgar a produção científica. São,
também, uma condição imprescindível para consolidar a carreira de um professor no ensino
superior, uma vez que este tende, cada vez mais, a tornar-se, também, num investigador.

Há, fundamentalmente, duas modalidades de artigo científico. Uma em que a investigação é


de índole mais quantitativa e outra em que a investigação é mais de índole qualitativa.
Contudo, importa, também, referir que pode dar-se o caso de um artigo reflectir, em conjunto,
as duas modalidades. Por uma questão metodológica, iremos abordar estas duas modalidades
numa mesma secção. No entanto, sempre que necessário proceder-se-á à distinção das duas
abordagens.

Estrutura de um artigo científico

O artigo científico é, hoje em dia, um dos instrumentos mais utilizados para divulgar a
investigação científica produzida, quer seja no âmbito dos trabalhos de final de curso
(monografias, dissertações ou trabalho de projecto) ou de projectos de pesquisa (bibliográfica
ou de campo).

35
O artigo científico tem, habitualmente, a seguinte estrutura (Azevedo, 2004, pp. 34-40):

(a) Título do artigo, com a indicação do nome do(s) autor(es), do(s) cargo(s) que
ocupa(m) na instituição onde trabalha e contactos (e-mail e/ou endereço postal);
(b) O resumo, que deve aparecer num tipo de tamanho inferior ao do tipo do corpo do
artigo (não ultrapassando uma centena ou centena e meia de palavras). A este
propósito importa ter presente que, a maioria das revistas científicas, exige,
também, um resumo em inglês (e, por vezes, ainda noutras línguas, como por
exemplo, em espanhol);
(c) As palavras-chave (três a cinco);
(d) Introdução, que deve incluir, entre outros aspectos: os objectivos ou o problema,
as motivações/interesses do estudo, contextualização e relevância do estudo;
(e) O quadro teórico, onde se apresentam, de forma sumária, outros estudos
empíricos relacionados com o problema em estudo;
(b) A opção metodológica (tipo de estudo, instrumentos e técnicas seleccionados,
procedimentos metodológicos e amostra / participantes);
(c) Apresentação e discussão dos resultados (que no caso de abordagens qualitativas se deve,
também, justificar a escolha de determinados participantes ou informantes ou a opção por
determinadas unidades de análise);
(d) Conclusões e recomendações para futuras investigações;
(e) Referências bibliográficas (onde só devem constar as referências citadas no corpo do
artigo). A maioria das revistas científicas adopta, como modelo de referenciação/citação,
o modelo das Normas APA.

A escrita de um artigo científico, particularmente no âmbito da realização de


investigações empíricas, constitui um exercício de capacidade de síntese. Sendo
assim, o artigo deve ter, no máximo, 15 páginas (incluindo as referências
bibliográficas).

36
Critérios de elaboração de um artigo científico

A produção de um artigo científico, sobre uma determinada investigação empírica


(particularmente no âmbito do mestrado e doutoramento), obedece, habitualmente, a um
conjunto de critérios:
(a) Privilegiar uma linguagem objectiva (evitando expressões como “na minha opinião”, “eu
acho que”, “eu acredito que”…);
(b) Recorrer, na medida do possível, a uma linguagem de teor mais técnico, ainda que sem se
refugiar em discursos herméticos, procurar ser claro e rigoroso nos “dados” apresentados
(nas investigações de índole mais quantitativa) ou “significados” (nas investigações de
índole mais qualitativa);
(c) Procurar articular as várias secções, organizando-as numa perspectiva holística
(estabelecer ligações entre as várias secções do artigo);
(d) Fundamentar, muito bem (particularmente as investigações de índole qualitativa), os
argumentos de ordem subjectiva (explicitando os posicionamentos subjectivos, como por
exemplo, as ideologias, os valores, as crenças… do investigador);
(e) Evitar citações directas dos autores referenciados (sugere-se, como regra, a referenciação
do autor/data, resumindo as ideias, teorias ou posicionamentos dos textos lidos).

Na elaboração de artigos científicos deve-se evitar, na medida do possível, a


transcrição de textos dos autores que fundamentam o discurso de quem está a produzir
o artigo. Contudo, importa, também, referir que a interpretação que se faz no quadro
de uma revisão de literatura deve ser rigorosa, objectiva e sintética, evitando o
discurso opinativo.

Exemplo de uma avaliação peer review (revisão por pares).

As revistas científicas, por norma, exigem uma avaliação conhecida por peer review (revisão por
pares). De seguida, apresentamos um exemplo com indicadores que, habitualmente, são
utilizados por esse tipo de revistas.
37
Quadro 4.1 - Indicadores para apreciação

YES It could NO You can


Sim be better Não comment here
Pode ser Insira os seus
melhorado comentários
Does the title accurately reflect the content of
the Paper?
O título reflecte o conteÚDO do artigo?
Is the abstract sufficiently concise and
informative?
O resumo é suficientemente conciso e
informativo?
Do the keywords provide adequate index entries
for this paper?
As palavras-chave traduzem adequadamente o
conteÚDO do artigo?
In the introduction, is the purpose of the
paper clearly stated?
Os objectivos e propósito do artigo são
devidamente identificados na introdução?
Does the paper achieve its declared purpose?
O artigo dá resposta ao que foi proposto?
Do the figures and tables aid the clarity of
the paper?
As figuras e tabelas contribuem clareza ao
conteÚDO?
Are the language and syntax of the
paper satisfactory?
A linguagem do artigo é satisfatória?
Is the paper concise? (If not, please indicate
which parts might be cut?)
O artigo é conciso? (Se não, indique que partes
poderiam ser cortadas?)
Does the paper develop a logical argument or
a theme?
O artigo desenvolve um argumento lógico e
coerente?
Do the conclusions sensibly follow from the
work that is reported?
As conclusões resultam adequadas do estudo
efectuado?
Are the references authoritative and
representative?
As referências são credíveis e abrangentes?
Is the paper interesting or relevant for
an international audience?
O artigo é interessante e relevante para uma
audiência nacional ou internacional?
Is the paper formatted according to the
proposal guidelines?
O artigo está formatado de acordo com o
template
proposto?

38
Fonte: adaptado de Revista Electrónica de Investigación y Evaluación Educativa. Recuperado (e adaptado) de
http://www.uv.es/RELIEVE/

Modelo de um artigo científico

Apresentação

(a) Título: será o mais ilustrativo e conciso possível, escrito primeiro em português e depois
em inglês, composto até 9 palavras-chave significativas.
(b) Nome, filiação e contacto do autor: logo a seguir, no campo do lado esquerdo, deve
aparecer o nome do autor(es), a sua filiação institucional e o seu contacto (e-mail).
(c) Resumo: será em português (devendo ter entre 150 a 200 palavras) e em inglês
(abstract). O resumo deve ter a seguinte estrutura: (i) introdução, onde deve constar o
objectivo ou a finalidade da investigação, (ii) metodologia, devendo incluir os
procedimentos básicos (desenho, participantes/selecção da amostra ou de casos, métodos
e técnicas de colecta e analise de dados), (iii) resultados (mostrando evidências
estatísticas e/ou empíricas) e (iv) discussão e/ou conclusões.
(d) Palavras-chave: a seguir ao resumo, devem constar 3 a 5 palavras-chave ou descritores,
em português, inglês ou, ainda, em espanhol.
(e) Extensão: para investigações ou estudos, não se deverá ultrapassar as 6.000 palavras; no
caso de experiências, relatórios e ensaios, não se deverá ultrapassar as 4.000 palavras.
Nos dois casos, inclui-se, neste limite, o título, resumo, palavras-chave, corpo do artigo e
referências bibliográficas.
(f) Estrutura: no caso de investigações e estudos, recomenda-se que o artigo inclua os
seguintes elementos: (i) formulação do problema ou tema do objecto de estudo, (ii)
fundamentação teórica e/ou estudos anteriores, (iii) desenho e metodologia, (iv)
apresentação e análise dos resultados, (v) discussão dos resultados e (vi) conclusões e/ou
recomendações/limitações do estudo.
(g) Esquemas, gráficos, tabelas, etc.: incluem-se na secção “apresentação e análise de
39
dados”, numerando-se sequencialmente. Importa, todavia, referir que não se deve
exagerar no recurso a este tipo de ilustração gráfica, procurando descrever, ainda de que
forma sucinta, os resultados produzidos.
(h) Notas de roda pé: enumeram-se sequencialmente ao longo do texto, procurando evitar,
tanto quanto possível, o uso das mesmas. Quanto às referências bibliográficas, estas não
devem constar nesta secção, mas na lista final, após as conclusões e
recomendações/limitações.
(i) Referências bibliográficas: no final do texto devem ser incluídas todas as referências
citadas no texto, seguindo as Normas APA (6ª edição).

6. Como elaborar um ensaio?


Ensaio

É um texto, cuja extensão varia entre 10 a 15 páginas. O mesmo pode ser da autoria do
estudante ou sugerido pelo docente da disciplina/cadeira.

O ensaio tem como pretensão avaliar os conhecimentos adquiridos numa disciplina ou


cadeira, pois o mesmo constitui uma oportunidade que o estudante tem de aprender mais – seguir
as pistas que a investigação pode proporcionar - sobre um assunto ou tema.

A razão da elaboração do ensaio prende-se pelo facto de não existir um conhecimento


acabado sobre um assunto. Por isso, o ensaio procura mostrar, para além do conhecimento da
metodologia científica, a apreensão dos conteúdos dados e a operactividade dos conhecimentos
adquiridos.

O conteúdo do ensaio pode ser uma análise sobre um assunto controverso; discussão da
ideia de um autor; debate de uma teoria ou escola de pensamento ou simplesmente para expor
uma opinião pessoal. Seja qual for o seu conteúdo, torna-se fundamental a leitura sobre o
assunto.

Estrutura do ensaio

40
A organização de um ensaio é como de qualquer texto académico que respeita a estrutura:
introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução diz-se o que pretende dizer, ou seja,
apresenta-se o assunto a ser discutido e o percurso dessa discussão. No desenvolvimento diz-se o
assunto, isto é, analisa-se com argumentos o assunto. Na conclusão diz-se que se disse,
apresenta-se a proposta do autor.

No entanto, o mais importante num ensaio é não só a plausibilidade dos argumentos


expostos que justificam a proposta, mas também suscitar interrogações e inquietações para
outros estudos. Por estes factos, o ensaio deve ser feito com o tempo necessário, não de um dia
para o outro, uma vez que a ciência não pode ser uma intuição, mas um estudo.

De facto, o estudo de um tema ou assunto implica três fases: (i) a procura de material; (ii)
a exploração do material e (iii) apresentação da informação. Poder-se-ia acrescentar a
clarificação, inerente à redação do texto.

i. A procura de material

Para o estudo de um assunto, é indispensável ter uma documentação solida e precisa, para
ter o conhecimento dos seus principais aspectos. Esta e a condição de partida.

O material pode ser encontrado em livros, enciclopédias, revistas. Para este


empreendimento, regista-se as ideias, as inquietações e sugestões que surgem no decorrer da
leitura; reagrupa-se os pontos de acordo ou desacordo entre os diferentes autores. Pois este
exercício, contribui para alistar as ideias mais importantes para aprofundar a investigação.

No entanto, é preciso ter em mente o seguinte: ler com atenção o enunciado do tema,
sabendo que o registo não deve incluir palavras supérfluas, mas apontar as relevantes; reflectir
sobre o contexto (histórico, económico e social) ou sobre as circunstâncias nas quais se inscreve
o assunto a tratar assim como na personalidade do autor; imaginar como poderia o assunto ter
sido colocado, de maneira diferente a fim de compreender bem a intenção, o tema e os limites;
relacionar o assunto com o domínio de conhecimentos já adquiridos (leitura, estágios,
experiência pessoal); procurar outras ideias raciocinando por comparação ou por contraste.

41
ii. A exploração do material

As fontes de investigação documental são diferentes e diversas. Pelo facto de se ter


muitos dados necessários, é preciso saber explorá-los. Em outras palavras, impõe-se uma triagem
do material recolhido e aceite. Nos entanto, existem três condições imperativas:

a. Reter apenas os elementos – informações, definições, documentos técnicos ou outros


que proporcionem: (1) o conjunto de conhecimentos necessários à compreensão e análise do
tema e (2) o esclarecimento indispensável à perfeita compreensão dos diversos aspectos do
problema, mesmo se não for possível estudá-los em pormenor;

b. Não querer dizer tudo ou mostrar tudo o que se sabe, com a pretensão de passar por
erudito. A melhor escolha é a que, clara e abertamente, expõe a maneira como se coloca o
problema e as possíveis soluções; e

c. Comparar não é, por si só, ter razão. Afirmar tão somente o que pode ser provado. É
um acto de probidade intelectual, um sinal de seriedade que denota uma preocupação de verdade
e vontade de procura desinteressada.

Em última análise, o interesse do ensaio deve ser constantemente dirigido para o que
constitui o essencial do assunto - é a regra de ouro. Nunca esquecer que nem tudo o que é útil se
torna necessário.

iii. A apresentação do texto

O ensaio deve começar pela colocação do problema e seguido pela determinação do


percurso da análise do tema ou assunto de forma lógica (coerente) e clara.

Na verdade, o ensaio adopta um ponto de vista central, original e desenvolve-se


resolutamente do princípio ao fim. Uma vez que o ensaio constitui uma composição escrita,
solidamente construído e engenhosamente apresentado.

42
Em síntese, um ensaio deve: (i) separar nitidamente a introdução, a argumentação e a
conclusão; (ii) usar a forma impessoal (de preferência as primeiras pessoas do singular e do
plural), pois ela evidencia a objectividade; (iii) redigir um estilo claro e coerente; (iv) evitar
sublinhar materialmente uma ideia; (v) não ser nem demasiado tímido ou demasiado categórico
ou solene; e (vi) dispor de tempo para se reler, para verificar a ortografia, a acentuação e a
pontuação.

Enquanto o ensaio é um texto para avaliar os conhecimentos do estudante numa


disciplina ou cadeira durante o curso, seja de licenciatura, mestrado ou doutoramento; os outros
textos visam avaliar os conhecimentos do estudante no fim do curso, isto é, para a obtenção de
um grau acadêmico: estes textos podem ser: relatório, monografia, dissertação e tese. Estes
textos serão tratados nas secções seguintes.

6. Procedimentos e exemplos para aplicar as normas APA

Há vários modelos para citar / referenciar as fontes bibliográficas: Numérico-Alfabético, por


ordem de Menção, Notas de Rodapé, Norma Portuguesa: NP-405-1, APA, entre outros. A
opção pela utilização das Normas APA justifica-se pelo facto de tender a ser o mais usado em
termos internacionais. Basta consultar a maioria das revistas científicas e até Dissertações
(mestrado/doutoramento) para constatar que o modelo dominante é o modelo das Normas
APA. O ISCET, querendo, também, afirmar-se não só ao nível nacional, mas ao nível
internacional, opta por aplicar este modelo em todas as Unidades Básicas e nos seus
respectivos Centros de Investigação. De seguida, sugerimos alguns procedimentos para
utilizar as Normas APA, ilustrando com alguns exemplos.

As orientações para referências e citações aqui fornecidas estão de acordo com as Normas
American Psychological Association (APA) (6.ª ed.).

43
6.1. – Procedimentos para uso das Normas APA

O sistema de referenciação bibliográfica que orienta a normativa APA é o sistema, também


conhecido, como “sistema nome e ano”, isto é, após uma transcrição ou paráfrase, deve
apresentar-se entre parênteses curvo o apelido, o ano e a página (particularmente, no caso das
transcrições). De seguida, damos exemplos das diversas formas de citação/referenciação
bibliográficas.

– Citações (indirectas)

Uma citação num texto académico (ou artigo) necessita da inclusão do nome do autor
da fonte (frequentemente nas frases que introduzem o material citado), da data de publicação
e um número de página entre parêntesis (se for o caso).

Exemplo
A investigação de índole mais qualitativa não visa validar teorias ou
testar hipóteses, mas construir novas teorias a partir de estudos empíricos
(Flick, 2005).

Nota: no texto referido, só aparece o autor e data uma vez que a ideia do autor é resumida e
interpretada por quem o citou. Estamos, portanto, perante uma citação indirecta. No exemplo
a seguir, apresentamos uma citação na forma de «transcrição» (citação directa):

A investigação, numa abordagem qualitativa, tem, na sua base, algumas genealogias socio-
históricas:

(…) a tradição do interaccionismo simbólico, preocupado com os


significados subjectivos e as atribuições individuais de sentido; a
Exemplo etnometodologia, interessada nas rotinas do quotidiano e na sua
criação; e as posições estruturalistas ou psicanalíticas, que exploram
os processos do inconsciente psicológico ou social (Flick, 2005, p. 17).

44
Nota: se a frase que apresenta o material a ser citado não referir o autor, deve ser colocado no
final, após a citação, utilizando vírgulas entre os vários itens (como se pode constatar no
exemplo acima referido).

Contudo, se o autor aparece, explicitamente, na frase, apenas se coloca a página no fim


(conforme exemplo referido a seguir).

Flick (2005), ao abordar alguns dos pressupostos epistemológicos da abordagem qualitativa,


considera que se torna difícil de pretender chegar a objectividade preconizada pela corrente do
positivista:

Ao reconstituir-se uma vida em resposta a uma questão concreta, elabora-se e


interpreta-se uma versão da experiência. Em que medida a vida e as suas
experiências efectivamente acontecem da forma relatada é algo que não se
Exemplo
pode verificar. (…) A investigação qualitativa, que assume como princípio
metodológico a compreensão obtida com diferentes procedimentos
metodológicos, está desde o início confrontada com a construção da realidade
feita pelo seu ‘objecto’. A experiência não é meramente espelhada em
narrativas ou textos produzidos sobre ela no âmbito da Ciência Social (pp. 36-
37).

Nota: neste exemplo, acabado de mencionar, constatamos, ainda, que pelo facto de ser uma
citação longa não leva aspas (“…”), nem se coloca em itálico. Na normativa APA, quando
estamos perante uma transcrição longa (mais de 40 palavras), deve-se mudar de parágrafo e
avançar alguns espaços a direita, apresentando o material transcrito com um tipo de caracteres
menor do que o utilizado no restante do texto e mediante espaço simples. Ainda, neste
exemplo, podemos verificar que a citação apresentada começou numa página e passou para
próxima, neste caso, tem que se colocar as duas páginas (pp.).

As citações que agregam mais de um autor, quando os mesmos não se encontram na frase do
texto produzido, devem ser separadas pelo «e comercial» (&).

45
A investigação de índole mais qualitativa minimiza os efeitos da
Exemplo
subjectividade, inerente a este tipo de estudo, através da explicitação do
processo e do contexto onde decorreu a pesquisa científica (Léssart-
Herbet, Goyette & Boutin, 2010).

Nota: a utilização do & (chamado e comercial) para ligar dois ou mais autores, só se faz nas
citações entre parênteses e na lista final da bibliografia. Dentro do texto não deve ser usado,
sendo substituído pelo «e» habitual.

As citações de citações devem ser referidas de acordo com o exemplo a seguir:

Para Lincoln e Guba (1985, citado por Flick, 2005):

O relatório de pesquisa – com a sua exposição e reflexão sobre os


Exemplo
procedimentos metodológicos, com todas as suas narrativas sobre o acesso
e as autoridades no terreno, com o registo de variados materiais, com a sua
transcrição das observações e conversas, interpretações e inferências
teóricas – é a única base para responder à questão da qualidade da
investigação (p. 251).

Nota: as Normas APA, neste tipo de transcrição longa, exigem que a indicação da página seja
inserida após o ponto final. No exemplo referido, vê-se, também, uma outra particularidade: a
citação é de uma transcrição indirecta, isto é, o autor que se encontra entre parênteses é que
citou os autores que se encontram no texto. Neste caso deve utilizar-se «citado por». A página
referida no final da citação é do Flick (2005). É este quem transcreve a citação de Lincoln e
Guba (1985). Se pretendermos localizar esta citação indirecta, temos que consultar a obra
daquele autor.

– Citações simultâneas

As citações simultâneas de várias obras (ou artigos) são separadas por ponto e vírgula.
46
As metodologias de investigação de índole qualitativa privilegiam o
Exemplo sentido que os actores atribuem aos fenómenos sociais (Flick, 2005;
Lessart-Hérbet, Goyette & Boutin, 2010; Lincoln & Denzin, 2000).

Nota: repare-se que o texto resume a perspectiva dos vários autores citados entre parênteses.
Refira-se, ainda, que os autores aparecem por ordem alfabética.

Quando a citação envolver mais que dois autores e menos de seis, na primeira citação deverão
aparecer todos. Posteriormente, nas citações seguintes destes autores, deverá, apenas, a
aparecer o primeiro nome acompanhado da expressão «et al.».

O que melhor caracteriza e identifica a investigação-acção (I-A) é o facto


de se tratar de uma metodologia de pesquisa, essencialmente prática e
aplicada, que se rege pela necessidade de resolver problemas reais. Com
investigação há uma acção que visa a transformação da realidade, e,
consequentemente, produzir conhecimentos a partir das transformações
resultantes da acção (Coutinho, Sousa, Bessa, Ferreira & Vieira, 2009, p.
8).
Exemplo
A investigação-acção critica ou emancipadora vai para além da acção
pedagógica, intervindo na transformação do próprio sistema,
procurando facilitar a implementação de soluções que promovam a
melhoria da acção. O grupo assume colectivamente a responsabilidade do
desenvolvimento e transformação da prática. Se houver um facilitador
externo, deverá assumir temporariamente um papel de moderador,
ajudando a problematizar e modifica as praticas e identificar e
desenvolver os seus auto-entendimentos. As responsabilidades pela
mudança são assumidas em conjunto (Coutinho et al., 2009, p. 11).
Nota: na lista final das referências devem incluir-se os nomes de todos os autores.

Se o autor for um órgão governamental ou outra organização corporativa (corporações,


associações, grupo de estudos) use o nome da organização na frase que apresenta o material a
ser citado ou entre parênteses, na primeira vez que citar a fonte. Posteriormente, refira as
siglas desse organismo.

47
O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (2012) reafirma os compromissos assumidos
internacionalmente no quadro da Igualdade de Género e Empoderamento
Exemplo das Mulheres. [primeira citação]

O CMCPLP (2012) reitera, ainda, a importância de continuar a


implementar o Plano Estratégico de Cooperação para a Igualdade de
Género e Empoderamento das Mulheres, adoptado em Luanda a 11 de
Maio de 2011. [segunda citação e seguintes]

Nota: nas citações de textos em formato electrónico publicados na Internet, deve evitar-se a
citação de fontes que não sejam credíveis e fiáveis, do ponto de vista científico. Assim,
recomenda-se que, preferencialmente, se recorram a textos publicados em revistas científicas
em formato electrónico, em repositórios científicos das universidades ou instituições de
reconhecimento nacional e internacional (por ex., Portais do Governo, UNESCO, etc.).

– O identificador da obra nas citações no texto

As Normas APA admitem três formatos para os identificadores das citações incorporadas nos
textos produzidos. Assim, perante uma ideia retirada de uma obra citada, podemos citar das
seguintes formas:

Guerra (2006) considera que o termo “amostra” não se deveria aplicar na


análise qualitativa, pelo facto de estar associado a uma representatividade
estatística.

Na análise qualitativa a “amostra” (ou por outras palavras, a


selecção dos participantes) visa uma “representatividade social”, isto
é, o propósito não é representar um determinado universo
Exemplo (populacional), mas “representar” o ponto de vista dos actores no
contexto do seu posicionamento social (e/ou profissional) (Guerra,
2006).

“A questão central que se coloca na análise compreensiva não é a


definição de uma imensidade de sujeitos estatisticamente
“representativos”, mas sim uma pequena dimensão de sujeitos
“socialmente significativos”, reportando-os à diversidade de culturas,
opiniões, expectativas e à unidade do género humano” (Guerra, 2006, p.
48
20).

Nota: perante a mesma ideia, nós procurámos usar diversas formas de citar o ponto de vista da
autora (quer parafraseando, quer transcrevendo).

– Diplomas legais

A citação / referenciação dos documentos jurídicos nas Normas APA obedece a algumas
especificidades. Por exemplo, para citar uma Lei, Decreto-Lei ou outro Diploma, devem seguir-
se estes procedimentos:

O artigo 14º da Lei n.º 27/09, de 29 de Setembro (Lei do Ensino Superior)


estabelece que…

O artigo 2º do Código de Estrada prevê multas para certos casos que a


Exemplo
seguir se mencionam….

O Decreto n.° 60/2007, de 17 de Dezembro, ao abrigo do disposto na


alínea b), n.° 2 do artigo 204 (Constituição da República de Moçambique)
estipula que…

Nota: na lista final bibliográfica a referência completa deve seguir as Normas APA aplicadas a
outras fontes, em geral.

– Referências bibliográficas finais

Nas referências finais de um texto produzido, de acordo com as Normas APA, devem constar,
pelo menos, cinco elementos:

a) Autor(es)
b) Ano de publicação
c) Título
d) Cidade
49
e) Editora

Vilelas, J. (2009). Investigação: O processo de construção do


Exemplo conhecimento. Lisboa: Edições Sílabo.

De seguida apresentamos vários exemplos ilustrativos contendo estes e outros elementos que
devem constar na lista final das referências bibliográficas.

Flick, U. (2005). Métodos qualitativos na investigação científica. Lisboa:


Monitor.

Exemplo Lessard-Hérbet, M., Goyette, G., & Boutin, G. (2010). Investigação


qualitativa. Fundamentos e práticas (4.ª ed.). Lisboa: Instituto Piaget.

Guerra, I. (2006). Fundamentos e processo de uma sociologia de acção (2.ª


ed.). Estoril, Portugal: Principia.

Nota: esta é a regra geral para apresentar as referências finais. Contudo, há excepções. De
seguida, enumeram-se algumas.

– Livro colectivo

No livro colectivo, em princípio, refere-se o autor (ou os autores) que foi responsável pela
edição (Ed. / Eds.), coordenação (coord. / Coords.) ou organização (Org. / Orgs.).

Lincoln, Y. S., & Denzin, N. K. (Eds.). (2000). Handbook of qualitative


Exemplo
research (2.ª ed.). London: Sage.

– Capítulo em livro colectivo


50
No capítulo em livro o título principal, que vem a itálico, é de quem edita, coordena ou
organiza a obra.

Frazão, A. A. (2000). Comunicação educadora-criança e actividade


simbólica: Estudo comparativo da interacção e do jogo simbólico
Exemplo
em crianças normais e crianças com síndroma de Down. Em F. R.
Leitão (Org.), A intervenção precoce e a criança com síndroma de
Down: Estudos sobre interacção (pp.
85-115). Porto, Portugal: Porto Editora.

– Mais de dois e até sete autores

Nas obras, entre dois e sete autores, apresentam-se todos os autores, até seis, seguido de vírgula
e “&” e último autor.

Teodorescu, L., Curado, J., Silva, A., Azevedo, C., Marques, J., Costa, B.,
Exemplo & Santos,
R. (1984). Problemas de teoria e metodologia nos jogos desportivos.
Lisboa: Livros Horizonte

– Mais de sete autores

Nas obras com mais de sete autores, apresentam-se todos os autores, até seis, seguido de
vírgula e reticências e último autor.

Benavente, A., Silva, R., Gomes, P., Aníbal, A., Guerra, B., Santos, P.,
Exemplo ... Simões, C. (1987). Do outro lado da escola. Lisboa. Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento.

51
– Artigo em revista científica

Nos artigos publicados em revista científica, nas referências finais, segue-se a seguinte ordem
(Azevedo, 2004, 128):

a) Último nome do primeiro autor, vírgula, outras iniciais em abreviatura, vírgula,


& comercial seguido do último nome do segundo autor, vírgula, outras iniciais
em abreviatura seguidas da data entre parênteses, ponto final.
b) Nome do artigo com inicial maiúscula só na primeira palavra, ponto final.
c) Nome da revista em itálico com iniciais maiúsculas nas palavras principais,
vírgula, número da revista em itálico, vírgula, primeira e última página do
artigo separadas por hífen, ponto final.

Exemplo Zabalza, M. (2011). El practicum en la formación universitaria: estado de


la cuestión. Revista de Educación, 354, 21-43.

– Dissertação de mestrado / doutoramento

As dissertações de mestrado / doutoramento são, hoje em dia, uma das bases que qualquer
investigador utiliza, uma vez que estas dão conta das últimas pesquisas sobre uma
determinada área científica ou disciplinar.

Faria, L. C. (2008). A eficácia da consulta psicológica vocacional de


Exemplo jovens: estudo do impacto de uma intervenção (Tese de
doutoramento).

52
Universidade do Minho, Braga, Portugal.
Recuperado de
http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/
8502.

 - Relatórios (no âmbito de organismos institucionais ou outros)

Os Relatórios publicados pelos organismos governamentais ou outros referenciam-se do


seguinte modo:

Exemplo UNESCO (2007). Global Report on Adult and Learning Education.


Hamburgo: UIL.

 – Comunicações em congressos

As comunicações em congressos (colóquios, jornadas, etc.) referenciam-se da seguinte forma:

Guarda, T., & Pinto, F. (2009, junho). Data pre-processing issues: A


Exemplo case study for database marketing. Comunicação apresentada na
Conferência, CISTI 2009 - 4ª Conferência Ibérica de Sistemas e
Tecnologias de Informação, Póvoa do Varzim, Portugal.

 – Referências electrónicas

Nas fontes electrónicas os principais procedimentos a ter em conta são os seguintes: (a) artigo
publicado em Revista Electrónica; (b) documento ou livro publicado na Internet; (c)
documento acessível em Departamento de Universidade; (d) relatório acessível na Internet;
(e) comunicação apresentada em congresso, acessível na Internet.

53
Antes de apresentarmos as diversas formas de referenciar as fontes electrónicas, indicamos
um exemplo onde se transfere o modelo de referenciação de uma revista em formato de papel
para ser disponibilizada em formato electrónico:

Exemplo Lee, C. (2010, novembro 18). How to cite something you found on a
website in APA style. Recuperado de
http://blog.apastyle.org/apastyle/social-media/.

Neste exemplo, temos uma revista electrónica:

Évora, Y. (2004). As possibilidades de uso da internet na pesquisa em


Exemplo enfermagem. Revista Electrónica de Enfermagem, 6(3).
Recuperado de
http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/831/9744.

Neste exemplo, temos um artigo de revista (em formato de papel), alojado numa Base de Dados
Científica:

Costa, F. (2011). Cultura e desenvolvimento: Reflexões em torno do


conceito de bacia cultural. Economia Global e Gestão, 16, 105-
Exemplo
128. Recuperado de http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?
script=sci-arttext&pid=S0873- 74442011000100007&lng=pt&nrm=isoo.

Neste exemplo, temos teses de doutoramento disponibilizadas em Repositório Aberto:

Guerra, J. (2011). Municípios, participação e sustentabilidade: dinâmicas


locais de imperativos globais. Tese de Doutoramento não publicada.
Exemplo
Lisboa: Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa.
Recuperado de http://repositorio.ul.pt/handle/10451/4755.
54
Neste exemplo, temos um documento que se encontra disponível no Portal da UNESCO:

UNESCO (2010). Literacy initiative for empowerment (life).


Exemplo Recuperado de
http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002147/214701E.pdf.

 Sem especificação da(s) pagina(s) no texto

- PIRES (2002) considera uma terceira alternativa de estratégias evolucionarias no


reino animal, nomeadamente a que intitulou de estratégia do tipo A. Trata-se, no dizer do
mesmo autor, de uma estratégia que combina elementos das estratégias do tipo R e K.

- Na discussão sobre as estratégias evolucionarias no reino animal e preciso considerar


uma terceira alternativa, nomeadamente a estratégia do tipo A (PIRES, 2000). trata-se, no dizer deste
autor, de uma estratégia que combina elementos das estratégias do tipo R e K.

 Com especificação da(s) pagina(s) no texto

- O sucesso evolutivo das larvas dos Mirmeleontidae baseia-se no desenvolvimento de


estratégias que culminaram com a ocupação de um nicho ecológico jamais ocupado por outros
animais (PIRES, 2000:89).

 Citação de uma informação verbal

Também comunicações pessoais de autores para outros autores merecem um tratamento


adequado. Neste caso, procede-se como a seguir se exemplifica. A abreviatura cp esta para
comunicação pessoal. Ex.: Na construção de armadilha da formiga-leão, os custos energéticos
tomam um decurso exponencial em função do diâmetro adequado (PIRES, 2003, cp.).

55
 Trabalho sem identificação de autor

Quando o autor de um trabalho não está identificado, colocamos na citação as primeiras palavras
do texto, normalmente o título (será também assim que surgirá na lista da bibliografia), seguido
do ano.

 Trabalho sem identificação de data

Quando a data de um trabalho não está identificada, utiliza-se a sigla “s.d.” (sem aspas), que
significa “sem data”, logo após a identificação do autor ou trabalho.

 Uso de expressões ibidem, idem e passim

No caso de as notas de rodapé se referirem a uma mesma obra de um mesmo autor,


mudando somente a pagina, utiliza-se a expressão latina - ibidem, iniciada a maiúscula.

Uso de ididem: quando se refere ao mesmo autor e mesmo livro, como antes indicado:
exemplo: (1) Para Dietmar Todt “As bases biológicas do comportamento de assistir televisão”.
In: TODT (1998:178). Comportamento, Troca de Informação e Evolução dos Organismos. Vol.
7. Kleine Vergal. (2) - (Ibd.:194).

Uso de idem: mesmo autor, livro e mesma pagina antes indicada. Ex: Idem, “Auto-
organização e evolução do Ponto de Vista Termodinâmico”. In: In: TODT (1998).
Comportamento, Troca de Informação e Evolução dos Organismos. Vol. 7. Kleine Vergal.

Uso de passim: no caso em que se pretende fazer uma referencia genérica a varias
passagens de um livro de um mesmo autor, isto e, em diversas passagens. Ex.: FREIRE (1998).
Pedagogia do Oprimido, passim.

7. Apresentação de cópia impressa (hard copy)


A cópia impressa deve ser feita a partir de uma folha modelo A4, de boa qualidade, utilizando-
se apenas uma face da mesma. O espaçamento entre linhas deve ser de 1.5 e as margens são de 3

56
e 2 cm, respectivamente, para a esquerda e direita. As margens superior e inferior são definidas
em 3 e 2, respesctivamente. O tipo de letra deve ser TIME NEW ROMAN ou ARIAL do
tamanho 12 ou 10, para dentro do texto ou nota de rodapé, respectivamente. Em outros termos,
seria:

Título: o título deverá ser escrito em letras maiúsculas, estilo negrito (Bold) e tamanho
12. Os títulos reproduzem-se como aparecem no documento, respeitando-se as regras de uso de
abreviatura, maiúsculas ou outras.

Nas bibliografias ou referências bibliográficas, os títulos das monografias e das


publicações em série devem ser em itálico.

Quando um documento não tem autor, ou é desconhecido, a referência bibliográfica entra


pelo título do documento.

EX: O que fazer em caso de indisciplina. (2010). Lisboa: Editorial Presença.


NOTA: Na listagem de referências bibliográficas, o título coloca-se igualmente por ordem
alfabética, mas da primeira palavra significativa, o que exclui os artigos definidos e indefinidos.

Subtítulo: deverá ser escrito em maiúsculas no início da frase, estilo negrito (Bold, do
inglês) e tamanho 12.

Corpo do Texto: neste item deverá se usar as regras gerais ortográficas em língua
portuguesa – variante europeia, estilo normal e tamanho 12.

Nota de rodapé: deverá se usar as regras gerais ortográficas em língua portuguesa –


variante europeia, estilo normal e tamanho 10.
A nota de rodapé deve aparecer referenciada ao longo do texto por números árabes
sobrescritos, numa sequência automática. Exceptua-se desta regra a nota de rodapé referente ao
financiamento da investigação, a qual, como veremos, está ligada ao título do trabalho.
57
Legendas: deve-se usar as regras gerais ortográficas em língua portuguesa – variante
europeia, estilo normal e tamanho 11.

Paginação: as páginas devem ter uma enumeração lógica e sequencial com números
romanos minúsculos nos elementos pre-textuais e árabes (a partir dos elementos textuais) sendo
obrigatório apresentá-los no canto inferior direito.

Ilustrações: as ilustrações aparecem ao longo do texto como complemento deste. Elas


devem ser enumeradas consoante a sua classificação. Assim, a enumeração de gráficos difere da
de tabelas.

Tabelas: tabelas são, regra geral, esquemas bidimensionais. A primeira linha, assim
como a primeira coluna, contem elementos informativos sobre cada linha e coluna,
respetivamente, isto é, informam o leitor sobre o conteúdo da tabela.

Figura: para qualquer uma das formas de apresentação de figuras, aconselha-se que estas
sejam nítidas para assegurar-se boa qualidade depois de quaisquer modificações de tamanho. As
Materiais digitalizações de fotografias devem ser arquivadas como JPG. No caso de figuras
criadas no programa EXCEL, estas devem ser importadas para o Microsoft WORD como figuras
singulares desconexas do resto da pasta (file). O mesmo diz-se relativamente aos mapas e tabelas
do EXCEL.

As figuras levam abaixo uma legenda enumerada sequencialmente, cujo tipo de letra foi
descrito anteriormente. No uso de figuras de outros autores, deve-se indicar a fonte e o ano. Em
caso de modificações feitas a partir de originais, deve-se indicar que tais modificações foram
feitas (modificado segundo ...ano).

58
Abreviaturas: devem ser usadas na forma padronizada na língua do texto da publicação
e obedecendo à padrões internacionais. Abreviaturas de autoria própria devem ser precedidas de
sua forma extensa ao serem citadas pela primeira vez no texto, depois do que elas prescindirão
da sua forma extensa. Nas ilustrações, devem ser acompanhadas de explicação quando o seu
significado não for conhecido. Como já se disse, abreviaturas não convencionais não devem ser
usadas no título e no resumo

Unidades de medida, símbolos, fórmulas e equações


Devem restringir-se apenas àquelas usados convencionalmente ou sancionados pelo uso.
Tratando-se de unidades e símbolos não convencionais, estes devem ser claramente definidos no
texto e indicadas as fontes (Grego, Latim, Hebraico, etc.). Para símbolos de unidades deve-se
fazer o destaque pelo uso do estilo do tipo de letra itálico (ex: g, h, cm, etc.); entre o algarismo e
a unidade à ele relativa, pode ou não estabelecer-se um espaçamento (ex. 50.0ºC, mas 15.0 cm).

Fórmulas e equações obedecem às seguintes regras: (a) devem ser separadas do texto;
(b) devem ocupar menor espaço, por exemplo, escreva-se ½ para a fracção e (c) devem levar
uma numeração própria feita entre parênteses, preferivelmente à margem direita de texto, colocar
o cursor alinhado à direita;

Termos estrangeiros e latinos ou latinizados: termos estrangeiros (ex. do inglês),


latinos ou latinizados1, devem ser escritos à itálico, a declinação (caso) obedece às regras
gramaticais do Latim, no caso de termos latinos e/ou latinizados. Ex.: Moris; anima; jus;
N.B.: Algumas palavras latinas e abreviaturas de uso corrente em português não ocorrem
em itálico, ex.: Cf.; e.g.; et alii/at al.; etc., ibidem/ibid.; idem/id.; passim; op. Cit.; c.v.; apud/ap.

Numerais

1
Termos de outras lingua tomadas pelo Latim. E muito usual em Ciencias Naturais.
59
Os números a adoptar para as publicações são os algarismos arábicos (1,2,3…)salvo o
caso de numeração de parágrafos, linhas, títulos e subtítulos. As seguintes regras devem ser
observadas:
1. No texto são escritos por extenso:
1.1 os números que vão de zero a nove;
1.2 As dezenas e centenas arredondadas;
1.3 Milhares arredondados.

2. No texto são escritos por algarismos arábicos não em extenso números acima de
November 17, 2020
Se houver intensão de indicar algo com precisão utiliza-se também algarismos arábicos.
Igualmente, nas legendas de ilustrações devem ser utilizados os esmos algarismos. Existem casos
excepcionais, nos quais o uso de ambas as formas e possível:
- Milhões;
- Milhões e 510
A separação de classes faz-se com o uso de pontos, excepto no caso de anos:
- 1.450 vacas;
No ano de 1460.

Frações: são sempre indicadas por algarismos decimais ao longo de texto, em tabelas e
gráficos, excepto quando ambos os elementos se situam de um a dez (ex. dois terços, mas 1/12).
as frações decimais, em qualquer um dos casos, são escritas com algarismos. A separação das
classes decimais faz-se sempre por meio de uma virgula (ex.: 0,5dm e nunca 0.51 dm2).

Percentagens: indicam-se sempre por algarismos, sucedidos do próprio símbolo (ex.:


45%).

2
E preciso notar a particularidade de publicacoes em outros idiomas. O autor devera consultar o editor.
60
Ordinais: ao longo do texto são escritos sempre por extenso do primeiro ao decimo,
porem por número arábicos quando acima disso (11-o, o tracejado do expoente e obrigatório).

As quantias: escrevem-se por extenso de um a dez (quatro meticais, 9 mil carros) e por
algarismos dai em diante. No caso de fraccoes, porem, por números arábicos antecedidos ou
sucedidos pelo respectivo símbolo (ex.: US$12,05 sem espaçamento entre a unidade e o
algarismo).

Os algarismos romanos são usados para:


- indicar seculos;
- indicar a sucessão de reis, papas, dinastias, nomes de indivíduos pertencentes a mesma
genealogia, divisão da armada, etc.;
- indicar, no caso de trabalho experimental e/ou faseado, os diferentes experimentos e/ou
fases;

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Conceito importantes

BIBLIOGRAFIA - Lista de referências bibliográficas segundo uma ordem específica e que


contem elementos descritivos de documentos, que permitem a sua identificação.

CITAÇÃO - Forma breve de referência colocada entre parênteses no interior do texto ou


anexada ao texto como nota em pé de página, e que permite identificar a publicação onde
foram obtidos a ideia, o enxerto, etc. e indicar a sua localização exata na fonte.

MONOGRAFIA - Publicação contendo texto e/ou ilustrações, apresentados em suportes


destinados a leitura visual, completa num único volume, ou a ser completada num número
determinado de volumes.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - Conjunto de elementos bibliográficos que identificam


uma publicação ou parte dela.

62
Referências Bibliográficas
American Psychological Association (2010). Publication manual of the
American psychological association
(6ª ed.). Washington, DC: APA Books.

Azevedo, M. (2004). Teses, relatórios e trabalhos escolares. Sugestões


para a estruturação da escrita (4ª ed.). Lisboa: Universidade Católica
Editora.

Baptista, I. (2005). Capacidade ética e desejo metafísico – uma


interpelação à razão pedagógica. Tese de Doutoramento. Faculdade de
Letras da Universidade do Porto, Porto.

Barros, P. (2009, Outubro). A investigação-acção como estratégia de


supervisão/formação e inovação educativa: um estudo de meta análise de
contextos de mudança e produção de saberes. In Congresso Internacional
Galego-Português de Psicopedagogia. Recuperado de
http://www.educacion.udc.es/grupos/gipdae/congreso/
Xcongreso/pdfs/t3/t3c48.pdf.

Barros, A. & Lehfeld, N. (1999). Fundamentos de metodologia: um guia


para a iniciação científica. São Paulo: Makron Books.

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