UNICID - UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ENEILSON BARROSO LEAL
ESTUDO DE PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS
Análise e Diagnóstico de Falhas em Estruturas de Concreto Armado
SÃO PAULO
2024
ENEILSON BARROSO LEAL
ESTUDO DE PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS
Análise e Diagnóstico de Falhas em Estruturas de Concreto Armado
Trabalho de Conclusão de curso em
Engenharia Civil da Universidade Cidade de
São Paulo, como requisito parcial à obtenção
do diploma de graduação
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos da
Fonseca Bragança Pinheiro
SÃO PAULO
2024
Dedico este trabalho para a minha esposa,
por me incentivar e dar total apoio em todos
os momentos, e aos meus filhos que são
minha inspiração pois tudo isso é por eles e
para eles.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de expressar minha gratidão ao meu professor orientador, Prof. Dr.
Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro, por sua paciência, dedicação e por
compartilhar seu conhecimento ao longo deste trabalho. Sua orientação foi
fundamental para a realização deste trabalho, fornecendo não apenas suporte técnico,
mas também motivação para enfrentar os desafios encontrados durante o
desenvolvimento do projeto.
Agradeço também ao Engenheiro Anderson Fernandes, que sempre me ajudou
com dúvidas e orientações, contribuindo de forma significativa para meu aprendizado
e para o desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço ao Engenheiro José Hilson, da empresa MGW Engenharia,
especialista em patologias, pelo material fornecido para estudos, que foi essencial
para aprofundar meu conhecimento e embasar a pesquisa desenvolvida.
Agradeço especialmente à Construtora Faleiros, onde trabalho desde 2011, por
todo o suporte e apoio fundamentais para a minha formação acadêmica e profissional.
A empresa foi uma parceira constante ao longo desta jornada, fornecendo não apenas
recursos e tempo, mas também um ambiente de aprendizado contínuo que contribuiu
diretamente para a realização deste trabalho.
"[...]Não basta conhecer as teorias e os princípios; é
preciso se arriscar, errar e aprender com cada falha. É
através dos erros que a prática se aperfeiçoa, e é assim
que a construção se transforma em arte — feita de
tentativas, resiliência e constante aprimoramento[...]."
Henry Petroski
RESUMO
O estudo de patologias em estruturas, especialmente a análise e diagnóstico de falhas
em estruturas de concreto armado, constitui um campo vital dentro da Engenharia
Civil, focalizando a identificação, avaliação e correção de defeitos que podem
comprometer a segurança e a integridade das construções. Este trabalho de
conclusão de curso propõe-se a explorar profundamente o estudo de patologias em
estruturas, com um enfoque particular na análise e diagnóstico de falhas em estruturas
de concreto armado. Para abordar este tópico, o trabalho será estruturado em
diversas seções principais. Inicialmente, será apresentada uma revisão da literatura,
abordando conceitos fundamentais e avanços recentes na detecção de patologias
estruturais. Em seguida, uma seção metodológica detalhará as técnicas de inspeção
e diagnóstico, incluindo métodos não destrutivos e análises laboratoriais. A terceira
seção apresentará estudos de caso, onde serão analisados exemplos reais de falhas
em estruturas de concreto armado, destacando as causas, os métodos de diagnóstico
utilizados e as soluções implementadas. Finalmente, o trabalho discutirá os resultados
obtidos, propondo recomendações e melhorias para as práticas de engenharia civil.
O objetivo deste trabalho é contribuir para a melhoria das práticas de diagnóstico e
reparação de patologias em estruturas de concreto armado, respondendo a questões
de pesquisa fundamentais como: Quais são as principais causas de falhas em
estruturas de concreto armado? Quais métodos de diagnóstico são mais eficazes na
identificação precoce de patologias? Como as técnicas atuais podem ser aprimoradas
para prevenir acidentes e garantir a segurança estrutural a longo prazo? Através deste
estudo, busca-se não apenas aprofundar o conhecimento teórico sobre o tema, mas
também fornecer diretrizes práticas que possam ser aplicadas na engenharia civil,
promovendo construções mais seguras e duráveis. A análise teórica e prática aqui
apresentada permitiu não só um aprofundamento no diagnóstico de patologias em
estruturas de concreto armado, mas também proporcionou diretrizes práticas que
podem ser aplicadas na engenharia civil, visando garantir construções mais seguras
e duráveis.
Palavras-chave: Patologias estruturais. Estrutura de concreto armado. Diagnostico
de falhas. Segurança na construção. Manutenção preventiva. Engenharia Civil.
ABSTRACT
The study of pathologies in structures, especially the analysis and diagnosis of
failures in reinforced concrete structures, constitutes a vital field within Civil
Engineering, focusing on the identification, evaluation and correction of defects that
can compromise the safety and integrity of constructions. This course conclusion work
aims to deeply explore the study of pathologies in structures, with a particular focus on
the analysis and diagnosis of failures in reinforced concrete structures. To address this
topic, the work will be structured into several main sections. Initially, a review of the
literature will be presented, covering fundamental concepts and recent advances in the
detection of structural pathologies. Next, a methodological section will detail inspection
and diagnostic techniques, including non-destructive methods and laboratory
analyses. The third section will present case studies, where real examples of failures
in reinforced concrete structures will be analyzed, highlighting the causes, the
diagnostic methods used and the solutions implemented. Finally, the work will discuss
the results obtained, proposing recommendations and improvements for civil
engineering practices. The objective of this work is to contribute to the improvement of
practices for diagnosing and repairing pathologies in reinforced concrete structures,
answering fundamental research questions such as: What are the main causes of
failures in reinforced concrete structures? Which diagnostic methods are most effective
in early identification of pathologies? How can current techniques be improved to
prevent accidents and ensure long-term structural safety? Through this study, we seek
not only to deepen theoretical knowledge on the subject, but also to provide practical
guidelines that can be applied in civil engineering, promoting safer and more durable
constructions. The theoretical and practical analysis presented here allowed not only
a deeper understanding of the diagnosis of pathologies in reinforced concrete
structures, but also provided practical guidelines that can be applied in civil
engineering, aiming to guarantee safer and more durable constructions.
Keywords: Structural pathologies. Reinforced concrete structure. Fault
diagnosis. Construction safety. Preventive maintenance. Civil Engineering.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Origens patológicas em estrutura no Brasil ............................................................. 15
Figura 2 - Quadro Esquemático ................................................................................................ 17
Figura 3 - Prédios sofrendo de recalque em Santos-SP ............................................................ 20
Figura 4 - Atuação de Sobrecarga ............................................................................................. 20
Figura 5 - Fissura típica nos cantos das aberturas, sob a atuação de sobrecargas .................... 21
Figura 6 - Causas da corrosão no concreto ............................................................................... 22
Figura 7 - Esquema de oxidação do aço no concreto armado .................................................. 22
Figura 8 - Processo de oxidação das armaduras ....................................................................... 23
Figura 9 - Figura 1: Fissura de retração do concreto ................................................................ 27
Figura 10 - Trinca vertical em parede ....................................................................................... 28
Figura 11 - Rachadura em elemento estrutural ......................................................................... 29
Figura 12 - Medição de espessura de fissura ............................................................................ 29
Figura 13 - Ensaio Destrutivo................................................................................................... 34
Figura 14 - Teste de Esclerometria ........................................................................................... 35
Figura 15 - Ensaio de carbonatação .......................................................................................... 36
Figura 16 - Deslocamento do solo e exposição da fundação .................................................... 37
Figura 17 - Escoramento, aplicação de reforço dentro do Galpão ........................................... 38
Figura 18 - Estaca Mega E05 e Estrutura de Alvenaria ........................................................... 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Percentual de causas patológicas em concreto armado ........................................... 16
Tabela 2 - Fissuras e Trincas - Classificação ............................................................................ 27
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 11
1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................................. 12
1.2 Objetivo Específico .......................................................................................................................... 12
1.3. Metodologia da Pesquisa ............................................................................................................... 12
2. PATALOGIAS DA CONSTRUÇÃO......................................................................................................... 15
2.1 Corrosão da Armadura .................................................................................................................... 22
2.5 Falhas de Projeto ............................................................................................................................. 30
2.6 Qualidade da Mão de Obra ............................................................................................................. 30
3. MÉTODOS DE DIGNÓSTICO DE PATOLOGIAS ................................................................................... 32
3.1 Ensaios Destrutivos ......................................................................................................................... 33
3.2 Teste de Esclerometria .................................................................................................................... 34
3.3 Ensaios de Carbonatação ................................................................................................................ 35
4. ESTUDO DE CASO .............................................................................................................................. 37
4.1 Análise e Diagnóstico ...................................................................................................................... 38
4.2 Aplicação das Estacas ...................................................................................................................... 38
4.3 Propostas de Intervenção e Monitoramento .................................................................................. 39
4.3.1 Sistemas de Drenagem para Controle de Infiltração .................................................................... 39
4.3.2 Monitoramento das Estacas Mega e da Estrutura ....................................................................... 40
4.3.3 Revisão do Escoramento Estrutural.............................................................................................. 40
4.3.4 Reparo das Fissuras e Fortalecimento Estrutural ......................................................................... 40
4.3.5 Monitoramento Periódico e Plano de Manutenção ..................................................................... 40
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 42
11
1. INTRODUÇÃO
O estudo de patologias em estruturas, especialmente a análise e diagnóstico
de falhas em estruturas de concreto armado, constitui um campo vital dentro da
Engenharia Civil, focalizando a identificação, avaliação e correção de defeitos que
podem comprometer a segurança e a integridade das construções. A importância
deste estudo não pode ser subestimada, visto que as patologias estruturais são
frequentemente responsáveis por uma série de problemas, desde a deterioração
precoce de materiais até falhas catastróficas que podem resultar em graves acidentes,
causando danos materiais significativos e colocando vidas humanas em risco.
Atualmente, o processo de diagnóstico enfrenta limitações, como a dificuldade na
detecção precoce de problemas e a necessidade de técnicas mais avançadas e
precisas para avaliação e intervenção.
Primeiramente, é essencial entender que o concreto armado é um material
compósito que combina concreto e aço. O concreto é muito resistente à compressão,
mas frágil sob tração, enquanto o aço é forte sob tração, mas pode corroer quando
exposto a condições adversas. Esta combinação proporciona uma estrutura
resistente, mas também suscetível a uma variedade de problemas se não for
adequadamente projetada, construída e mantida.
Os avanços tecnológicos têm introduzido novas ferramentas e métodos para a
detecção de patologias estruturais. Entre esses métodos, as técnicas de ensaios não
destrutivos (END) têm se destacado por permitir a avaliação do estado da estrutura
sem causar danos adicionais. Métodos como a ultrassonografia, a termografia
infravermelha, a análise de resistividade elétrica e a emissão acústica são alguns dos
mais promissores. A ultrassonografia, por exemplo, utiliza ondas sonoras de alta
frequência para detectar fissuras e outras descontinuidades dentro do concreto. Já a
termografia infravermelha é útil para identificar variações de temperatura na superfície
da estrutura, que podem indicar problemas subjacentes, como áreas de umidade ou
delaminações.
Além dos métodos END, as técnicas laboratoriais também desempenham um
papel crucial na análise e diagnóstico de falhas em estruturas de concreto armado.
Ensaios de laboratório, como a análise química de amostras de concreto e armadura,
testes de resistência à compressão e tração, e análise microestrutural, fornecem
12
dados detalhados sobre as propriedades dos materiais e a extensão da deterioração.
A análise química pode identificar a presença de cloretos e sulfatos que aceleram a
corrosão, enquanto os testes de resistência ajudam a avaliar a capacidade residual
da estrutura. A análise microestrutural, por meio de técnicas como a microscopia
eletrônica de varredura (MEV), permite a observação detalhada da interface entre o
concreto e a armadura, revelando a presença de produtos de corrosão e
microfissuras.
1.1 Objetivo Geral
Investigar as patologias que afetam estrutura de concreto armado, com ênfase
na identificação, análise e diagnóstico de falhas.
1.2 Objetivo Específico
- Identificar e analisar as principais causas de falhas em estruturas de concreto
armado, considerando fatores como qualidade dos materiais, métodos de construção,
e condições ambientais.
- Avaliar a eficácia dos métodos de diagnóstico utilizados atualmente para a
identificação precoce de patologias em estruturas de concreto armado.
- Avaliar as vantagens e desvantagens dos métodos de diagnóstico e reparo .
- Investigar estudos de caso de falhas em estruturas de concreto armado,
analisando as causas e as medidas corretivas aplicadas.
- Explorar o impacto dessas patologias na durabilidade e segurança das
estruturas.
1.3. Metodologia da Pesquisa
O tema central deste trabalho é o estudo de patologias em estruturas,
com foco específico na análise e diagnóstico de falhas em estruturas de concreto
armado. O objetivo geral é investigar as principais patologias que afetam estruturas
de concreto armado, com ênfase na identificação, análise e diagnóstico de falhas. Os
objetivos específicos incluem identificar as patologias mais comuns em estruturas de
concreto armado, analisar os métodos de diagnóstico utilizados para detectar essas
patologias, avaliar as vantagens e desvantagens dos métodos de diagnóstico e
13
reparo, explorar o impacto dessas patologias na durabilidade e segurança das
estruturas.
A justificativa para este estudo reside no impacto significativo que as
patologias em estruturas de concreto armado podem ter na segurança e
funcionalidade das edificações. Diagnósticos precisos e intervenções corretivas são
cruciais para evitar falhas catastróficas e garantir a longevidade das estruturas. Com
o aumento da urbanização e a necessidade de infraestruturas duráveis, este estudo
torna-se relevante para engenheiros civis, arquitetos e gestores de construção.
A abordagem metodológica adotada é a qualitativa, permitindo uma
análise aprofundada e detalhada das patologias em estruturas de concreto armado. A
pesquisa qualitativa é adequada para compreender fenômenos complexos e explorar
a subjetividade envolvida nos processos de diagnóstico e reparo.
Para a revisão de literatura, o objetivo é compilar e analisar estudos
anteriores sobre patologias em concreto armado. Os procedimentos envolvem a
pesquisa em bases de dados acadêmicas como Google Scholar, Scopus e Web of
Science, a seleção de artigos, dissertações e livros relevantes publicados nos últimos
cinco anos, e a síntese das informações para identificar lacunas e tendências na
pesquisa.
A coleta de dados será realizada através de entrevistas com engenheiros
civis, estudos de caso de projetos de construção e inspeções visuais de estruturas.
As entrevistas serão semiestruturadas com especialistas da indústria para obter
insights sobre práticas de diagnóstico e reparo. Os estudos de caso envolverão a
análise de projetos específicos onde patologias foram identificadas e corrigidas,
detalhando os métodos utilizados e os resultados obtidos. As inspeções visuais serão
realizadas em locais de construção para observar e documentar patologias em
estruturas de concreto armado.
A análise de dados será feita por meio de métodos de análise de
conteúdo e análise temática. Os procedimentos incluirão a transcrição e codificação
das entrevistas para identificar temas recorrentes, a comparação dos estudos de caso
para avaliar a eficácia dos métodos de diagnóstico e reparo, e a avaliação das
inspeções visuais para corroborar as informações coletadas nas entrevistas e estudos
de caso.
A comparação dos estudos de caso será usada para avaliar a eficácia dos
métodos de diagnóstico e reparo em diferentes contextos. Estudos de caso fornecem
14
uma visão contextualizada e detalhada das práticas de diagnóstico e reparo,
permitindo uma análise comparativa entre diferentes abordagens e resultados. Yin
(2018) sugere que a análise comparativa de estudos de caso pode revelar práticas
eficazes e ineficazes, além de destacar fatores contextuais que influenciam os
resultados.
A interpretação dos resultados buscará derivar conclusões sobre a
eficácia dos métodos de diagnóstico e reparo, e suas implicações para a prática de
engenharia civil. Os procedimentos incluirão a comparação dos resultados obtidos
com a literatura existente e a identificação de boas práticas e áreas que necessitam
de mais pesquisa.
Para a proposição de recomendações, o objetivo é desenvolver
diretrizes para a manutenção preventiva e técnicas de reparo em estruturas de
concreto armado. As recomendações serão baseadas nos achados da pesquisa e nas
melhores práticas identificadas, e validadas com profissionais da área para garantir
sua aplicabilidade prática.
Esta metodologia visa conduzir uma pesquisa abrangente e rigorosa
sobre as patologias em estruturas de concreto armado, oferecendo uma contribuição
significativa para a área de engenharia civil. Através de uma abordagem qualitativa
detalhada, busca-se não apenas identificar e analisar patologias, mas também propor
soluções práticas para o diagnóstico e reparo eficazes, garantindo a segurança e
durabilidade das estruturas.
15
2. PATALOGIAS DA CONSTRUÇÃO
As patologias na construção civil referem-se aos defeitos ou falhas que
comprometem a integridade e a funcionalidade das edificações. Segundo Helene
(1992), a patologia das construções é "a ciência que estuda as causas, mecanismos
de ocorrência, manifestações e consequências de erros nas construções civis ou em
situações em que uma edificação não apresenta um desempenho mínimo
preestabelecido
De acordo com Ambrósio (2013), "as patologias da construção civil são
definidas como sendo os problemas causados pelo uso inadequado de materiais
como também pelo envelhecimento destes materiais. Conforme gráfico abaixo,
mostra as origens das patologias no Brasil
Figura 1 - Origens patológicas em estrutura no Brasil
Fonte: ARAÚJO, 2013
A tabela a seguir apresenta de forma percentual outro exemplo de principais
fatores que ocasionam em patologias no concreto armado nas construções correntes
no Brasil.
16
Tabela 1 - Percentual de causas patológicas em concreto armado
Fonte: DUARTE, 2018
Segundo Helene é necessário realizar uma análise minuciosa que busca
identificar as causas, sintomas e consequências desses danos na construção civil.
Esse processo inclui o diagnóstico e a emissão de diversos tipos de laudos, como
Laudos Técnicos de Danos Construtivos, Laudos de Constatação, Laudos de
Vizinhança e Laudos de Inspeção Predial.
Segundo Helene a análise dessas patologias e danos construtivos busca
determinar se o problema se originou a partir do projeto, execução, operação, uso ou
manutenção inadequada. Esse processo é fundamental para identificar as causas raiz
das patologias e direcionar as ações de correção e prevenção adequadas.
O autor enfatiza que apesar do grande avanço da construção civil ao longo dos
anos, ainda ocorrem diversas falhas no desenvolvimento produtivo e tecnológico no
setor, ocasionando em danos ao desempenho das edificações e estruturas, gerando
assim as patologias da construção civil. A patologia das construções é um campo da
Engenharia que estuda as origens, sintomas, efeitos e causas das degradações das
estruturas, analisando seu desempenho insatisfatório, realizando o diagnóstico
adequado e intervindo para sua correção.
Esse estudo se tornou um grande aliado na busca pela qualidade dos
processos construtivos e melhoria nos quesitos de segurança e durabilidade das
construções. Para remediar o aparecimento das manifestações patológicas, é preciso
uma investigação detalhada das origens das ocorrências, assim entendendo seu
episódio e auxiliando nas tomadas de decisões para medidas de correção e
prevenção dos problemas.
17
Na figura 2, verifica-se de forma esquemática a ramificação no estudo das patologias.
Figura 2 - Quadro Esquemático
Fonte: SENA, S/D
As patologias em que são acometidos os elementos das estruturas do concreto
armado, podem ter causas intrínsecas (Falhas humanas durante a construção, falhas
humanas durante a utilização e causas naturais) ou extrínsecas (Falhas humanas
durante o projeto, falhas humanas durante a utilização, ações mecânicas, ações
físicas, ações químicas ou ações biológicas).
As patologias em concreto armado abrangem diversos tipos de falhas que
podem comprometer a integridade estrutural e a segurança das construções. Segundo
Nogueira (2018), essas falhas ocorrem principalmente devido a fatores como a má
qualidade dos materiais, erros na execução da obra e condições ambientais adversas.
Essas patologias são categorizadas em problemas como fissuras, carbonatação,
corrosão das armaduras e delaminação (Ribeiro & Almeida, 2022).
Segundo o autor, as patologias em concreto armado abrangem uma variedade
de falhas que podem colocar em risco a integridade e segurança das estruturas. Ele
destaca que essas falhas surgem principalmente devido à baixa qualidade dos
materiais, erros durante a execução e condições ambientais adversas, fatores que
contribuem para a deterioração mais rápida do concreto e das armaduras de aço.
O autor organiza essas falhas em categorias específicas, tais como fissuras,
carbonatação, corrosão das armaduras e delaminação, facilitando assim a
identificação e o tratamento de cada tipo de problema. Essa classificação permite que
o diagnóstico seja mais preciso, possibilitando abordagens de inspeção e correção
adequadas a cada caso, o que é fundamental para preservar a durabilidade e
18
segurança das edificações. Em resumo, o autor enfatiza a importância de controle
rigoroso na construção e da aplicação de boas práticas de manutenção para garantir
a longevidade das estruturas de concreto armado.
Segundo o autor efeitos resultantes da ação dos agentes intrínsecos e
extrínsecos na estrutura de concreto são:
• surgimento de fissuração
• desagregação do concreto
• carbonatação do concreto
• perda de aderência e desgaste do concreto, que são processos físicos de
deterioração.
O conhecimento das causas da deterioração do concreto é indispensável para
que se possa proceder aos reparos exigidos e também para se garantir que, depois
de reparada, a estrutura não volte a se deteriorar (SOUZA e RIPPER, 1998).
Segundo Souza e Ripper (1998), compreender as causas da deterioração do
concreto é essencial para realizar reparos adequados e assegurar que a estrutura,
uma vez reparada, não sofra novos danos. Os autores destacam que, sem esse
conhecimento, os esforços de recuperação podem ser insuficientes, levando a
recorrências de falhas. Assim, um entendimento aprofundado das origens das
patologias permite planejar intervenções mais eficazes e duradouras, contribuindo
para a longevidade da estrutura e reduzindo a necessidade de manutenções futuras.
Em síntese, o conhecimento técnico sobre as causas das falhas é uma ferramenta
indispensável para a preservação e segurança das edificações em concreto armado.
As falhas de execução das estruturas podem ser de todo tipo, podendo estar
vinculadas à confecção, instalação e remoção das fôrmas e cimbramentos; corte,
dobra e montagem das armaduras e dosagem, mistura, transporte, lançamento,
adensamento e cura do concreto, todas elas relacionadas, principalmente, ao
emprego de mão-de-obra desqualificada ou falta de supervisão técnica” (ARANHA &
DAL MOLIN 1994:24).
Segundo Aranha e Dal Molin (1994), as falhas de execução em estruturas de
concreto podem ocorrer em diversas etapas, abrangendo desde a confecção,
instalação e remoção das fôrmas e cimbramentos, até o corte, dobra e montagem das
armaduras, além das fases de dosagem, mistura, transporte, lançamento,
adensamento e cura do concreto. Os autores enfatizam que essas falhas estão, em
grande parte, associadas ao uso de mão-de-obra desqualificada e à ausência de
19
supervisão técnica adequada. Com isso, a falta de qualificação e monitoramento
contribui para erros significativos, comprometendo a qualidade e a segurança da
estrutura.
“Outro grave fator, o qual pode acarretar diversas consequências, é o
proprietário realizar modificações no projeto em autoria própria, ou seja, sem consultar
um profissional, o que gera graves consequências para estabilidade da obra. De modo
geral, os responsáveis pela mudança não conhecem os riscos do seu ato, e nem ao
menos fazem qualquer consulta técnica a respeito. Assim nos mostra” (ISAIA, 2010).
Isaia (2010) alerta para os riscos das modificações não supervisionadas em
projetos estruturais, um problema recorrente que ameaça a segurança das
construções. Esse tipo de intervenção, feito sem a orientação de um profissional
qualificado, pode gerar problemas que afetam diretamente a estabilidade estrutural,
como sobrecargas não previstas, falhas nas distribuições de peso e comprometimento
de elementos de suporte. Tais alterações acabam introduzindo vulnerabilidades, pois
o projeto inicial é desenvolvido para suportar cargas e tensões específicas.
Além disso, a falta de conhecimento técnico dos responsáveis por essas
modificações é outro ponto crítico. Sem uma análise estrutural adequada, esses
ajustes podem interferir em sistemas de sustentação ou até prejudicar a integridade
de elementos estruturais como pilares e vigas. Isaia reforça que a ausência de
consulta a profissionais especializados demonstra a falta de compreensão sobre o
impacto dessas mudanças. Esse comportamento resulta em um risco de falhas e na
possibilidade de custos elevados para reparos e reforços estruturais, que poderiam
ser evitados com a supervisão técnica desde o início.
Segundo Thomaz (1989) os mecanismos mais comuns de formação de fissuras
em paredes de alvenaria estrutural são: recalque de fundação, sobrecarga de
carregamento de compressão, variação térmica, retração, movimentação
higroscópica e reações químicas.
Ainda segundo Thomaz (1998) a formação de fissuras em paredes de alvenaria
estrutural pode ocorrer por uma série de mecanismos, que comprometem a
estabilidade e a durabilidade da edificação. Esses mecanismos incluem:
Recalque de fundação: O recalque ocorre quando a fundação não suporta
adequadamente a carga da construção, levando ao assentamento desigual da
estrutura e à formação de fissuras nas paredes. Conforme figura 3, mostra recalque
nos prédios em Santos-SP.
20
Figura 3 - Prédios sofrendo de recalque em Santos-SP
Fonte: Portal Itambé, S/D
• Sobrecarga de carregamento de compressão: Quando a parede é
submetida a uma carga maior do que a que foi projetada para suportar, ocorre a
compressão excessiva, resultando em fissuras devido ao excesso de tensões na
estrutura. Na figura 4 e figura 5, mostra como reage a sobrecarga.
Figura 4 - Atuação de Sobrecarga
Fonte: IPOG. S/D
21
Figura 5 - Fissura típica nos cantos das aberturas, sob a atuação de sobrecargas
Fonte: IPOG, S/D
• Variação térmica: As mudanças de temperatura causam expansão e
contração dos materiais, o que pode gerar fissuras, principalmente em alvenarias que
não têm a flexibilidade para acomodar esses movimentos térmicos.
• Retração: Durante o processo de cura do concreto ou a secagem de materiais
de alvenaria, ocorre a retração, que pode induzir fissuras, principalmente quando a
estrutura não tem o controle adequado dessa movimentação.
• Movimentação higroscópica: A variação da umidade no ambiente pode levar
ao aumento ou diminuição das dimensões dos materiais, causando fissuras devido à
expansão ou contração dos mesmos.
• Reações químicas: Certas reações químicas que ocorrem entre os
componentes dos materiais de construção (como a reação entre o cimento e os
sulfatos presentes no solo ou na água) podem gerar expansões internas que resultam
em fissuras.
Esses mecanismos apontados por Thomaz (1989) ilustram a complexidade das
causas das fissuras em alvenaria estrutural e a necessidade de um projeto bem
dimensionado, além de um controle rigoroso durante a execução e manutenção da
obra, para evitar o aparecimento dessas falhas estruturais.
22
2.1 Corrosão da Armadura
A corrosão das armaduras ocorre devido a inúmeros fatores, estando presente
na maioria das estruturas de concreto armado. São causadas principalmente devido
aos esforços resultantes das fissuras, que irá permitir com mais facilidade a entrada
de agentes agressivos através dos vazios (OLIVEIRA, 2018). Na figura 6, mostra o
esquema de causa da corrosão do concreto, e na figura 7, mostra o esquema de
oxidação no aço.
Figura 6 - Causas da corrosão no concreto
Fonte: Cement.org, S/D
Figura 7 - Esquema de oxidação do aço no concreto armado
Fonte: GONÇALVES, 2017
23
A corrosão das armaduras, conforme apontado por Oliveira (2018), é um
problema frequente nas estruturas de concreto armado e ocorre devido à ação de
vários fatores. Um dos principais causadores desse processo é a formação de fissuras
no concreto, que facilitam a entrada de agentes agressivos como água, oxigênio e
cloretos. Através dos vazios criados pelas fissuras, esses agentes chegam às
armaduras, iniciando a corrosão do aço, o que compromete a resistência e a
durabilidade da estrutura. Na figura 8, mostra o processo de oxidação das armaduras.
Figura 8 - Processo de oxidação das armaduras
Fonte: GONÇALVES, 2017
Esse fenômeno leva à expansão do aço, o que gera novas fissuras e acelera o
processo de degradação. A corrosão das armaduras, portanto, agrava-se
progressivamente e pode resultar em sérios riscos para a integridade da edificação.
Para prevenir esse tipo de falha, é fundamental controlar o aparecimento de fissuras
e adotar métodos de proteção das armaduras, como o uso de concretos de alta
qualidade, técnicas de impermeabilização e a escolha de materiais resistentes a
ambientes agressivos.
24
Segundo Arivabene (2015), a corrosão incide em 20% do total das
manifestações patológicas apresentadas em uma obra, e se tratando de um evento
brando e de aumento exponencial, pode-se considerar uma das mais graves nas
estruturas de pontes. Para Bastos (2017), após a oxidação da armadura ocorre a
expansão de seu volume em até 8 vezes, ocasionando a expulsão da zona de
cobrimento deixando assim a armadura exposta.
Esse aumento volumétrico gera uma pressão interna no concreto, que pode
resultar na expulsão da camada de cobrimento que protege a armadura. Como
consequência, a armadura fica exposta, acelerando ainda mais o processo de
deterioração da estrutura. Essa explicação reforça a gravidade da corrosão, pois a
exposição das armaduras às condições ambientais aumenta a taxa de corrosão e
compromete a estabilidade da estrutura.
A explicação de Bastos (2017) sobre a expansão do volume da armadura
devido à oxidação é crucial para entender o impacto da corrosão. Quando o aço sofre
oxidação, forma-se uma camada de óxido que aumenta significativamente seu
volume. Esse aumento de volume, que pode ser até 8 vezes maior que o volume
original do aço, gera uma pressão interna no concreto. O concreto, que é rígido e
resistente à compressão, não consegue acomodar essa expansão, resultando na
formação de fissuras que acabam por expulsar a camada de cobrimento, que é a
proteção vital das armaduras. Com a armadura exposta, o aço fica ainda mais
suscetível à ação de agentes externos, acelerando o processo de corrosão e
comprometendo a estrutura de forma irreversível.
Esse ciclo contínuo de deterioração pode resultar em falhas catastróficas,
especialmente em pontes, onde a integridade estrutural é crucial para a segurança
pública. O controle da corrosão, portanto, é uma prioridade no projeto e na
manutenção de estruturas de concreto armado, sendo essencial o uso de materiais
adequados, técnicas de proteção das armaduras, como a aplicação de revestimentos
impermeabilizantes, e o monitoramento contínuo da saúde estrutural para evitar o
avanço do processo de corrosão.
2.3 Causas e Efeitos das Patologias
Devido ao concreto armado possuir vantagens em relação às técnicas e
materiais empregados na época de seu surgimento, ocasionando assim uma rápida
aceleração em sua utilização nos mais diversos setores da construção civil. Como
25
consequência de sua utilização, surgiu também às patologias, dado importante: até
70 % das patologias nascem nos projetos não detalhados. Podem ocorrer também,
por erros na execução, falta de conhecimento técnico e qualificação da mão de obra,
descuido no emprego dos materiais e não seguir as normas dos projetos.
Contribuindo com a aceleração de diversas áreas, a construção civil
desempenhou um papel de destaque, com estruturas sendo construída em grandes
proporções, a procura por funcionários se tornou grande o que acabou por resultar em
uma mão de obra desqualificada devido ao crescimento exponencial da construção
civil, cada vez com mais canteiros de obras. Gerando assim ônus com quantidade
exacerbada de patologias, pois a falta de qualidade na execução é um dos principais
fatores para o surgimento de patologias (THOMAZ, 1989).
Segundo Thomaz (1989), o crescimento acelerado da construção civil ao longo
do tempo contribuiu para a expansão das obras em grande escala, o que gerou uma
grande demanda por trabalhadores. Essa busca por mão de obra resultou em uma
significativa desqualificação, uma vez que, diante da rapidez exigida para atender a
esse aumento, muitos profissionais não possuíam a formação necessária ou
experiência para garantir a qualidade na execução das obras. Essa falta de
qualificação foi um fator determinante para o surgimento de patologias nas
construções.
O autor destaca que a ausência de qualidade na execução dos serviços é um
dos principais responsáveis pelas falhas estruturais e pelos problemas patológicos
nas construções. A mão de obra desqualificada pode cometer erros em várias etapas
do processo construtivo, desde a preparação do terreno até o acabamento final, o que
compromete a integridade das estruturas. Esses erros podem resultar em fissuras,
deformações, problemas de fundação e até falhas graves em elementos estruturais,
como vigas e pilares. Em consequência, a quantidade de patologias se torna intensa,
gerando custos elevados com manutenções e reparos.
Essa situação reforça a necessidade de investir na formação profissional e na
qualificação da mão de obra no setor da construção civil, bem como na implementação
de processos rigorosos de controle de qualidade, para prevenir que erros na execução
das obras se transformem em patologias e comprometam a segurança e a
durabilidade das edificações.
Podemos então afirmar que em sua grande maioria os acidentes ou falhas em
prédios que sofrem o colapso de sua estrutura, são por acúmulos de patologias, que
26
juntas levam as estruturas à ruína. Se avaliarmos diversas estruturas, não será difícil
encontrar algumas edificações que apresentam patologias que reduzem sua vida útil,
mas que a origem é resultante de falhas menores ocasionando grandes
consequências (CÁNOVAS 1988).
2.4 Surgimento das Patologias
Das estruturas de modo geral, mas principalmente falando as de concreto
armado, se espera que atendam ao projeto de maneira completa, adequada e com
qualidade, possibilitando a facilidade na execução e manutenção, satisfazendo o
cliente, os usuários e proporcionando uma longa vida útil a obra. Dessa forma, as
estruturas devem ser entendidas como produtos extremamente complexos, que
atendam aos propósitos do projeto, as expectativas do cliente e a segurança dos
usuários.
O caso de surgimento de patologias em uma obra de concreto armado pode ter
sua origem de falhas ocorridas durante as etapas de concepção, execução, e até
mesmo na utilização de uma construção, mas também pode estar condicionada ao
controle de qualidade das atividades (SOUZA; RIPPER, 1998).
Segundo Cánovas (1988) a maioria das estruturas que vão a ruína, não vão
ocasionadas por apenas uma manifestação patológica, mas sim por várias, que agem
de maneira conjunta, reduzindo a resistência mecânica da estrutura, trazendo graves
consequências, como o colapso das mesmas.
Segundo Souza e Ripper (1998), é essencial compreender as causas das
manifestações patológicas, como fissuras, trincas e rachaduras, que podem surgir
devido a fatores intrínsecos, como falhas na execução, ou extrínsecos, como ações
externas (físicas, químicas e mecânicas). A classificação dessas patologias, baseada
na abertura das fendas, ajuda a determinar a gravidade e o tipo de intervenção
necessária.
A classificação apresentada na tabela 2 é uma ferramenta essencial na análise
de patologias em estruturas de concreto armado. Cada tipo de anomalia possui
características específicas que ajudam a identificar a gravidade do problema e a
definir as ações corretivas necessárias.
27
Tabela 2 - Fissuras e Trincas - Classificação
Abertura Classificação 1 Classificação 2
Fissura até 0,5 mm até 0,5 mm
Trinca 0,5mm a 1,0mm 0,5 m a 1,5mm
Rachadura 1,0mm a 1,5mm 1,5 mm a 5,0 mm
Fenda acima de 1,5 mm 5,0 mm a 10,0 mm
Brecha acima de 10,0 mm
Fonte: Silva, 2016
• Fissura (até 0,5 mm)
Fissuras são pequenas aberturas que, geralmente, não comprometem a
estrutura, mas podem indicar movimentações iniciais ou variações térmicas e
higroscópicas. Elas também podem servir como pontos de entrada para agentes
agressivos, como água e gases, iniciando processos de corrosão nas armaduras
(Silva et al. 2022).
Fissuras são uma das patologias mais comuns em estruturas de concreto
armado e podem ter várias causas, como retração do concreto e variação térmica
(Silva et al., 2020).
Figura 9 - Figura 1: Fissura de retração do concreto
Fonte: LPE Engenharia, 2015
28
• Trinca (0,5 mm a 1,5 mm)
As trincas são aberturas mais perceptíveis e podem surgir devido a tensões
significativas, como retração do concreto, sobrecarga ou recalques diferenciais. Nesse
estágio, o comprometimento estrutural pode começar a ser mais preocupante,
exigindo monitoramento e, possivelmente, intervenções preventivas. A figura 10
mostra uma imagem de trinca vertical.
Figura 10 - Trinca vertical em parede
Fonte: February 5, 2020
• Rachadura (1,5 mm a 5,0 mm)
Rachaduras indicam um avanço das anomalias. Elas geralmente sugerem uma
sobrecarga constante ou falhas mais severas na execução ou no projeto estrutural. A
presença de rachaduras pode permitir uma maior infiltração de água, aumentando o
risco de corrosão e reduzindo a durabilidade da estrutura.
29
Figura 11 - Rachadura em elemento estrutural
Fonte: VIEIRA, 2016
• Fenda (5,0 mm a 10,0 mm)
Fendas são graves e indicam problemas significativos. Sua ocorrência pode ser
resultado de recalques acentuados, deformações ou falhas críticas nos elementos
estruturais. Nesses casos, intervenções urgentes são indispensáveis, muitas vezes
exigindo reforço ou substituição de elementos danificados.
Figura 12 - Medição de espessura de fissura
Fonte: VIEIRA, 2016
30
• Brecha (acima de 10,0 mm)
Brechas representam uma falha estrutural severa, podendo comprometer a
segurança e a estabilidade do edifício. Essas aberturas geralmente são
acompanhadas por deformações visíveis e perda de funcionalidade da estrutura. O
colapso parcial ou total pode ser iminente sem reparos emergenciais.
2.5 Falhas de Projeto
Erros durante a fase de concepção do projeto, como a escolha de materiais
inadequados ou a falta de consideração das condições ambientais locais, podem levar
ao surgimento de patologias. Esses problemas incluem sobrecarga das estruturas,
recalques, e, em casos mais graves, comprometimento da segurança estrutural.
As falhas ou equivocações do estudo preliminar e do anteprojeto são
responsáveis principalmente pelo aumento do custo da construção, e por transtornos
a utilização da obra, já as falhas provenientes dos projetos executivos causam
problemas patológicos bem mais graves como erros de dimensionamento e de falta
de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura, detalhamento insuficiente, errado
ou inexecutáveis, deficiências de cálculo da estrutura ou da resistência do solo,
utilização incorreta dos materiais e até mesmo por falta de padronização nas
representações do projeto (SOUZA; RIPPER, 1998).
Um exemplo clássico de falha na elaboração dos projetos é a distribuição dos
estribos na armadura, que muitas vezes nos projetos são detalhados muito próximos
e na hora execução se percebe que não foram projetados espaços suficientes para
inserir o vibrador de concreto, que causa a falhas no assentamento do concreto nas
formas.
2.6 Qualidade da Mão de Obra
A qualidade da mão de obra tem um papel crítico na construção civil. A falta de
capacitação e treinamento dos trabalhadores pode resultar em práticas inadequadas,
como a má compactação do concreto, a colocação incorreta das armaduras e o uso
de proporções inadequadas na mistura de cimento. Esses fatores aumentam o risco
de fissuras, trincas e outros danos estruturais
A falta de mão de obra qualificada pode gerar prejuízos a curto, médio prazo.
No caso de trincas um dos principais motivos é a falta de dissipação de cargas, onde
a área afeta sofre uma sobrecarga sem que possa distribuir corretamente. A ausência
31
de vergas, contravergas, recalque diferencial são as primeiras hipóteses designadas
por patologistas, pois é necessário um estudo preliminar. Em sua grande maioria a
residência ou edifício sofrem com fissuras de 45 e 90 º que se alinham da superfície
ao topo. São chamados de graves os casos em que a área passa de fissura para
rachadura, isto quer dizer que pôde-se haver colapso estrutural, normalmente em
concreto armado este tipo de situação ocorre por erro no adensamento do concreto,
material de baixa qualidade, tempo inadequado de cura, dilatação por exposição
extrema a luz solar, entre outros. Neste caso as melhores alternativas são a realizam
de cálculos que comprovem a estabilidade da estrutura, caso seja feito o reparo em
vigas, pilares ou laje, é de suma importância um projeto de escoramento dos
elementos estruturais, visto que carregam suas devidas particularidades e funções.
Sendo assim são adicionados os critérios essenciais no projeto estrutural com
armaduras para realização de aumento de sessão, ou dissipação de cargas na
alvenaria, que possibilita a colocação de grampos para maior rigidez e controle, entre
outras possibilidades.
32
3. MÉTODOS DE DIGNÓSTICO DE PATOLOGIAS
Diagnosticar essas patologias requer tanto a inspeção visual quanto o uso de
técnicas avançadas de ensaios não destrutivos (END). A inspeção visual é o método
inicial e mais direto, mas é limitada na detecção de falhas internas e em estágios
iniciais (Moura, 2020).
Ensaios não destrutivos como a ultrassonografia e a termografia infravermelha
têm sido amplamente utilizados. A ultrassonografia, por exemplo, permite identificar
fissuras internas ao transmitir ondas sonoras de alta frequência pela estrutura (Gomes
& Silva, 2021). A termografia infravermelha identifica diferenças de temperatura na
superfície que podem indicar áreas de umidade e fissuras (Almeida & Costa, 2018).
Além disso, a emissão acústica e a resistividade elétrica são técnicas que fornecem
dados detalhados sobre a integridade das armaduras e a probabilidade de corrosão
(Lima, 2019).
Além dos métodos de ensaios não destrutivos (END), os ensaios destrutivos
desempenham um papel complementar importante, oferecendo maior precisão em
algumas análises. Esses ensaios envolvem a extração de amostras da estrutura para
testes laboratoriais, como compressão axial e tração indireta. Segundo Costa e
Martins (2021), a extração de testemunhos é uma técnica essencial para avaliar
diretamente a resistência do concreto em situações críticas, embora seja invasiva e
possa comprometer a integridade da estrutura.
Outro método frequentemente utilizado é o teste de esclerometria, que mede a
dureza superficial do concreto, correlacionando-a com sua resistência à compressão.
Apesar de ser um método rápido e barato, sua precisão pode ser influenciada por
fatores como umidade e tipo de agregado utilizado no concreto (Ferreira & Almeida,
2020).
Ensaios de Carbonatação são cruciais para prever a durabilidade do concreto
armado em ambientes expostos a poluentes. Segundo Oliveira e Santos (2019), a
profundidade de carbonatação é determinada aplicando-se uma solução de
fenolftaleína em amostras recém-fraturadas, possibilitando uma estimativa da
progressão da corrosão nas armaduras.
33
3.1 Ensaios Destrutivos
Os ensaios destrutivos, embora invasivos, são considerados fundamentais em
situações em que é necessário determinar com precisão as propriedades mecânicas
do concreto e sua capacidade residual. Entre os principais ensaios está a extração de
testemunhos, que consiste na remoção de cilindros de concreto diretamente da
estrutura para análise em laboratório. Este método oferece dados precisos sobre a
resistência à compressão e a homogeneidade do material, fatores cruciais para avaliar
a viabilidade de reparos ou reforços (Costa & Martins, 2021). No entanto, a principal
limitação é que esse procedimento pode criar áreas de fraqueza na estrutura, sendo
essencial o preenchimento imediato dos locais de extração.
Os ensaios destrutivos, como a extração de testemunhos, desempenham um
papel crucial na análise detalhada das propriedades mecânicas do concreto. Costa e
Martins (2021) enfatizam que, apesar de invasivo, esse método é essencial para obter
informações precisas sobre a resistência à compressão e a homogeneidade do
concreto. Esses dados são fundamentais para avaliar a viabilidade de intervenções
corretivas ou reforços estruturais.
A extração de testemunhos envolve a retirada de amostras cilíndricas
diretamente da estrutura, que são posteriormente testadas em laboratório. Este
processo permite uma análise aprofundada, identificando possíveis deficiências no
material que poderiam comprometer a segurança e a durabilidade da edificação. No
entanto, como destacado por Souza e Ripper (1998), um dos desafios desse tipo de
ensaio é que ele pode introduzir fragilidades na estrutura, tornando indispensável o
preenchimento imediato das áreas extraídas com materiais de características
similares para evitar comprometimentos futuros.
Além disso, a norma brasileira NBR 7680 (ABNT, 2015) regula esse
procedimento, garantindo que os ensaios sejam realizados de forma padronizada e
segura. Esse tipo de ensaio é frequentemente combinado com métodos não
destrutivos, como o ultrassom, para complementar o diagnóstico estrutural e reduzir
os impactos negativos das intervenções destrutivas. Conforme figura 13 mostra
imagem de um ensaio destrutivo, usando uma perfuratriz com coroa diamantada.
34
Figura 13 - Ensaio Destrutivo
3.2 Teste de Esclerometria
Esse método, popularmente conhecido como teste do martelo de Schmidt, é
amplamente utilizado devido à sua simplicidade e rapidez. Ele mede a dureza
superficial do concreto por meio de um dispositivo que aplica um impacto controlado
na superfície, correlacionando a energia de rebote com a resistência à compressão.
Apesar de ser prático, Ferreira e Almeida (2020) alertam que os resultados podem ser
influenciados por fatores externos, como a presença de umidade ou variações na
composição dos agregados. Assim, o teste de esclerometria é frequentemente
combinado com outros métodos, como a extração de testemunhos, para obter uma
avaliação mais completa.
A metodologia do ensaio requer que sejam aplicados determinados números
de impactos com o martelo (usualmente entre 9 e 16), uniformemente distribuídos
através de uma malha de pontos desenhada na estrutura, com auxílio de um gabarito.
Cada golpe equivale a um determinado índice – Q (índice esclerométrico). Para o
conjunto de golpes é calculada a média dos índices obtidos. Para melhor
homogeneidade dos resultados, usualmente exclui-se os valores fora da margem
limite de 10% em relação à média aritmética das medidas e eventualmente os valores
que aumentem em demasia o desvio padrão dos dados.
35
A estimativa de resistência à compressão do concreto (em MPa) é realizada
por meio de correlação entre os índices – Q, dos impactos do martelo, e uma curva
de calibração adequada.
Ainda segundo o autor tais curvas de calibração podem ser obtidas através de
ensaios de laboratório, onde são correlacionados os índices esclerométricos e os
valores de resistência à compressão, obtidos para diversos corpos de prova moldados
de um mesmo concreto, mas com fator A/C variável (i.e. resistências variáveis).
Conforme figura 14 mostrando teste de Esclerometria.
Figura 14 - Teste de Esclerometria
Fonte: Tecnocon Engenharia, 2014
3.3 Ensaios de Carbonatação
A carbonatação é um processo natural em que o dióxido de carbono (CO₂)
presente no ar reage com o hidróxido de cálcio no concreto, resultando na formação
de carbonato de cálcio. Esse processo reduz o pH do concreto, comprometendo a
passivação da armadura e acelerando a corrosão. Para medir a profundidade da
carbonatação, utiliza-se uma solução de fenolftaleína, que muda de cor dependendo
do nível de pH (Oliveira & Santos, 2019). Este método é particularmente útil em
estruturas expostas a ambientes urbanos, onde a concentração de CO₂ é elevada.
36
O ensaio de carbonatação consiste na visualização da alteração do pH do
concreto de cobrimento, o que é possível pela aspersão de um indicador de pH.
Usualmente, utiliza-se uma solução de fenolftaleína (1 g da fenolftaleína em 50 ml de
álcool etílico e diluição desta mistura em água destilada até completar 100 ml). Para
o ensaio, o concreto de cobrimento é fraturado e, após a limpeza da área, feita a
aspersão da solução. Na oportunidade, pode ser também verificado o estado e o
diâmetro efetivo da armadura e determinada a espessura efetiva do concreto de
cobrimento.
A norma DIN EN 14630 (2007) recomenda a aspersão da solução de
fenolftaleína perpendicularmente à área fraturada, até que o concreto esteja saturado
(o escorrimento da solução na superfície deve ser evitado). A frente de carbonatação
é o valor médio da espessura da camada incolor. Quanto da obtenção de valores
significativamente maior dos demais o mesmo não deve ser incluído no cálculo do
valor médio, embora deva ser informado.
Andrade (1992) cita que, com o uso de fenolftaleína, é detectada a região
carbonatada do concreto que é aquela que não apresenta alteração de coloração,
tendo pH inferior a 8,3. A região não carbonatada assume cor entre rosa a vermelho-
carmim, de pH entre 8,3 e 9,5, ou somente vermelho carmim, de pH superior a 9,5.
Sabendo-se que o aço carbono pode despassivar-se em pH por volta de 11,5
(Nace RP0187, 2008), há possibilidade que na região de coloração vermelho-carmim
o aço esteja despassivado ou com corrosão já estabelecida (Nace SP0308, 2008).
Portanto, embora o ensaio de carbonatação com solução de fenolftaleína seja
adequado para investigar a corrosão, recomenda- se que os seus resultados sejam
analisados em conjunto com outros ensaios, especialmente exame visual da
armadura, conforme mostrado na figura 15
Figura 15 - Ensaio de carbonatação
Fonte: SondLab,2023
37
4. ESTUDO DE CASO
Durante a execução da obra Portal Parque Real - Lote D, em Diadema, São
Paulo, foi observado um problema estrutural no galpão vizinho, envolvendo
deslocamento significativo do solo junto à fundação da parede. Essa movimentação
gerou recalque diferencial, comprometendo o suporte da estrutura e causando danos
visíveis.
Os registros fotográficos evidenciam que o recalque diferencial ocorreu devido
a escavações realizadas na proximidade da fundação, resultando na perda parcial do
suporte do solo. Essa condição provocou:
• Fissuras e trincas na parede de alvenaria, indicando deslocamento
relativo entre os elementos estruturais.
• Exposição das fundações, aumentando a vulnerabilidade da estrutura a
infiltrações e esforços adicionais.
Esse tipo de patologia frequentemente está associado a falhas no planejamento
ou execução de escavações, bem como à ausência de contenção adequada do solo.
A infiltração observada na área também sugere um agravamento das condições de
recalque, pois contribui para a perda da coesão e capacidade de suporte do solo. Na
figura 16, mostra o deslocamento do solo.
Figura 16 - Deslocamento do solo e exposição da fundação
Fonte: Autor, 2023
38
4.1 Análise e Diagnóstico
Após a identificação do recalque diferencial no galpão vizinho ao Portal Parque
Real - Lote D, foi necessário implementar uma solução para corrigir o problema e
estabilizar a estrutura. A solução escolhida foi a cravação de estacas Mega e estacas
Strauss, um método amplamente utilizado para reforço de fundações e contenção de
recalques.
4.2 Aplicação das Estacas
As estacas Mega foram cravadas com o objetivo de fornecer suporte adicional
ao solo, estabilizando as fundações afetadas pelo recalque diferencial.
Os dados de cravação mostram a utilização de pressões elevadas (em torno
de 350 kgf/cm²) e profundidades variáveis (de 3,75 m a 13,50 m), indicando uma
abordagem cuidadosa para garantir que as estacas atingissem camadas de solo mais
resistentes.
As estacas cravadas incluíram diâmetros de até 200 mm e foram utilizadas
tanto em junção roscada quanto justaposta, dependendo das necessidades de reforço
em cada ponto específico, a figura 17 mostra o escoramento e aplicação do reforço,
e na figura 18 mostra Estaca Mega E05 e Estrutura de Alvenaria.
Figura 17 - Escoramento, aplicação de reforço dentro do Galpão
Fonte: Autor, 2023
39
Figura 18 - Estaca Mega E05 e Estrutura de Alvenaria
Fonte: Autor, 2023
4.3 Propostas de Intervenção e Monitoramento
4.3.1 Sistemas de Drenagem para Controle de Infiltração
Para prevenir a infiltração contínua de água, foi implementado um sistema de
drenagem periférica ao longo do perímetro do galpão. Esse sistema mostrou-se
eficiente para captar e desviar a água das áreas vulneráveis, evitando problemas de
umidade. Além disso, foram utilizados poços de inspeção combinados com bombas
de recalque para monitorar e remover o excesso de água quando necessário,
garantindo a eficiência no controle da umidade do solo.
40
4.3.2 Monitoramento das Estacas Mega e da Estrutura
A cravação das estacas Mega foi essencial para estabilizar as fundações
comprometidas. Leituras regulares dos recalques, realizadas por meio de pontos de
referência no galpão, permitiram monitorar as movimentações e garantir a estabilidade
da estrutura. Ensaios de integridade das estacas foram realizados para assegurar a
continuidade e a eficácia do reforço aplicado, sem a ocorrência de falhas estruturais.
4.3.3 Revisão do Escoramento Estrutural
O escoramento metálico foi instalado para manter a estabilidade estrutural
durante o processo de reforço das fundações. Inspeções e ajustes regulares
garantiram que as escoras permanecessem bem posicionadas enquanto o solo se
estabilizava. A retirada gradual do escoramento foi realizada de forma controlada,
minimizando riscos de movimentações indesejadas e assegurando a segurança da
estrutura.
4.3.4 Reparo das Fissuras e Fortalecimento Estrutural
Após a estabilização das fundações, foi realizado o reparo das fissuras e trincas
presentes na alvenaria e no concreto, utilizando resinas epóxi e argamassa específica
para selar as aberturas e prevenir infiltrações futuras.
4.3.5 Monitoramento Periódico e Plano de Manutenção
Um plano de manutenção preventiva foi desenvolvido para garantir a eficácia
das medidas corretivas a longo prazo. Esse plano inclui inspeções periódicas das
fundações, sistemas de drenagem e elementos estruturais, assegurando um
acompanhamento contínuo e eficaz da estrutura. Relatórios formais de todas as
inspeções e intervenções foram criados, permitindo um controle adequado e
contribuindo para a estabilidade e segurança do galpão.
41
5. CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo investigar as patologias em estruturas de
concreto armado, focando especialmente na análise e diagnóstico de falhas
observadas no galpão vizinho ao Residencial Parque Real - Lote D. Com base na
comparação entre a teoria apresentada na revisão de literatura e a prática observada
durante o estudo de caso, foi possível validar as metodologias empregadas,
identificando os desafios reais da execução das medidas corretivas.
A utilização das estacas Mega como solução para recalque diferencial foi um
ponto de destaque, comprovando-se eficaz para estabilizar a fundação comprometida.
Na prática, observou-se que, embora os métodos de reforço sejam amplamente
descritos na literatura, sua aplicação depende de uma constante adaptação às
condições específicas do solo e da estrutura. As dificuldades encontradas, como a
necessidade de monitoramento contínuo e ajustes no escoramento, demonstram a
importância da flexibilidade e do planejamento adaptativo no campo.
A comparação técnica e financeira das tecnologias utilizadas evidenciou que,
apesar dos custos iniciais da implantação de estacas Mega e sistemas de
escoramento serem elevados, os benefícios em termos de segurança estrutural e
prevenção de colapsos justificam o investimento. A análise financeira destacou que
medidas preventivas são, a longo prazo, mais econômicas do que intervenções
emergenciais, especialmente em edificações críticas.
Este estudo reforçou também a relevância da manutenção preventiva, que se
mostrou essencial para a durabilidade das construções em concreto armado. Foi
desenvolvido um plano de manutenção que inclui inspeções periódicas,
monitoramento de recalques e controle de infiltrações, contribuindo para a prevenção
de novas patologias e para a segurança da estrutura.
Em suma, a análise teórica e prática aqui apresentada permitiu não só um
aprofundamento no diagnóstico de patologias em estruturas de concreto armado, mas
também proporcionou diretrizes práticas que podem ser aplicadas na engenharia civil,
visando garantir construções mais seguras e duráveis. O aprimoramento constante
das técnicas de diagnóstico e reparo, aliado ao monitoramento contínuo, é
fundamental para a longevidade e segurança das edificações.
42
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43
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