The Circus
Sonhos exigem sacrifícios
🔫 Introdução
Eu fechava meus olhos, mas aquela sensação de nervosismo não passava, e aquele maldito
enjôo também não.
Nunca fiquei nervosa antes, sempre fiz tudo com uma naturalidade impressionante, nunca
hesitei em fazer isso em minha vida inteira, tinha algum problema comigo, só pode.
Eu tinha que matá-lo, era o meu trabalho, não podia falhar nisso, é uma coisa simples, era
só fazer como sempre fazia, mas eu não queria, pela primeira vez eu não queria, mas eu tinha
que fazer, era o único jeito.
- J-Juliette, por favor. - O moreno suplicou chorando. - E-Eu te amo, v-você não pode fazer
isso c-comigo.
Eu o encarei com desdém, pobre menino iludido, todos eles são, acham que se
simplesmente se apaixonarem o tempo irá apagar todas suas dívidas, mas como sempre, eles
estão totalmente errados.
- Adam querido, como você pode ser tão burro. - Eu me dirigi a ele rindo. - Eu nunca te
amei.
Deslizei a faca em sua perna fazendo um longo e superficial corte, ele gritou de dor e eu ri,
como ele era fraco, tinha até esquecido da minha hesitação de antes, não hesitaria em nada
agora.
O trabalho era simples, torturá-lo, conseguir as informações e depois matá-lo, e era isso
que eu estava fazendo agora, pode parecer ruim, mas é o meu trabalho, e eu gosto dele.
- Diga o que você estava fazendo junto de Marciel. - Eu ordenei calmamente traçado um
caminho com a faca em seu rosto, ele gritou de dor novamente.
Ele me olhou com ódio, seus olhos escuros estavam marejados, seus cabelos negros
grudavam em seu rosto, suas roupas rasgadas e sujas, ele parecia muito vulnerável naquela
situação, amarrado na cadeira.
-N-Nada. - Ele tentou soar convincente, mas ele não conseguia mentir para mim direito.
Dei um tapa estalado em sua bochecha deixando a marca de minha mão e finquei a faca
em sua coxa, sua reação foi ficar se debatendo debilmente na cadeira e gritando por "socorro",
inútil.
- Se você colaborar e falar a verdade, eu posso te deixar sair vivo dessa. - Eu menti
serenamente.
Adam me olhou com seu olhinhos escuros cheios de esperança, eu nunca gostei de apelar
para a mentira, mas eu tinha que fazê-lo falar de alguma forma, e eu já estava cansada de ficar
torturando aquele inútil, tinha coisas melhores para fazer.
- E-Ele queria buscar um carregamento de cocaína e não queria chamar muita atenção,
então e-ele disse q-que precisava de m-minha a-ajuda, ele queria que eu b-buscasse o
carregamento, eu não p-pude recusar por c-causa de minhas dívidas. - Ele contou tudo, que
idiota.
- O que ele te prometeu? - Eu perguntei analisando a situação.
- Ele disse que iria me ajudar a roubar dinheiro de Christopher Whitehead.
Eu comecei a rir, esse inútil queria tentar roubar meu chefe, Christopher Whitehead, ele
não sabe o que está brincando, eu sabia que Chris estava desconfiado de um carregamento de
drogas na cidade, Marciel Clay, um traficante "fodão" que faz de tudo para garantir que os
carregamentos de drogas que ele precisa entrem aqui em Atlanta, então possui muitos aliados.
- V-Você v-vai me d-deixar s-sair agora? - Adam perguntou interrompendo meus
pensamentos.
Gargalhei com desdém.
- Agora que eu sei o que você queria fazer com meu chefe, não. - Eu disse sorrindo
maleficamente.
Cheguei perto dele e depositei um beijo em sua bochecha no mesmo lugar onde eu tinha
dado o tapa, ele me olhou confuso e com medo, puxei a arma de minha calça, apontei para sua
cabeça, fechei meus olhos e atirei.
Não gostava de olhar os corpos mortos de minhas vitimas, era repulsivo, olhei para a poça
de sangue que estava começando a se formar perto de meus pés, virei de costas e saí do
galpão. Peguei meu celular e liguei para Christopher.
- Diga minha rainha. - Ele disse com sua voz suave.
- Chris, já fiz o serviço, mande alguém limpar a bagunça e sumir com o corpo. - Eu disse
ríspida.
Ouvi uma risada satisfatória dele.
- Sempre fazendo os serviços direito minha rainha, me conte o que você descobriu.
- Adam Meyer estava tentando te roubar para pagar suas dívidas, que otário, enfim,
Marciel está esperando um carregamento de cocaína, Atlanta vai ficar agitada esses dias e ele
vai matar quem tentar impedi-lo. - Contei tudo o que eu sabia.
Ouvi Christopher suspirar.
- Temos que ficar quietos por um tempo, você tem uma nova vítima, e o objetivo dessa vez
é ficar pelo menos um ano com essa pessoa. - Ele disse.
- Um ano?! - Eu perguntei surpresa.
- Você vai ter que roubá-lo, roubar tudo o que ele tem. - Ele respondeu calmamente.
- Quem é a vítima dessa vez? - Perguntei suspirando.
- Justin Drew Bieber, mais conhecido como Drew. - Ele respondeu.
- Quem é esse? - Perguntei confusa.
- Te conto os detalhes depois. - Ele desligou.
Tinha acabado um serviço complicado, e já tem outro agora, pior do que todos que eu já
fiz, o trabalho mais longo que eu fiz foi por nove meses, eu me apaixonei pelo cara e não matei
ele falando para Chris que não tinha conseguido nenhuma informação útil.
Me chamo Audrey Ambers, tenho 18 anos, meus pais se suicidaram quando eu tinha 9
anos, vivi na casa de minha tia até os 15 anos, tive que fugir pois minha tia era maluca, fui parar
nas ruas vendendo drogas para sobreviver até que encontrei Christopher e ele me falou sobre
esse trabalho - que eu faço até hoje - e como uma menina desesperada para sobreviver, eu
aceitei.
O meu "trabalho" e me aproximar de pessoas com informações, dinheiro e/ou poder, eu
faço outros serviços interessantes também, como furtar carregamentos de drogas.
Eu tinha trocado de roupa, tinha posto uma regata branca com uma jaqueta de couro preta
e uma calça jeans escura junto com um salto preto, hoje tinha um racha muito bom que eu
estava querendo ir.
Como braço direito de Christopher Whitehead, eu tenho muita moral no meio dos
traficantes, eles não tem coragem para mexer comigo, alguns aliados de Marciel iriam hoje no
racha também, podia matar alguns deles.
Percebi que tinha que usar uma roupa mais provocante, podia encontrar com Justin hoje,
ou não, mas enfim, peguei um vestido preto colado que acentuava minhas curvas e usei o
mesmo salto de antes, deixei meus cabelos dourados soltos e passei um batom vermelho.
Peguei minha bolsa e peguei meu celular e minha arma caso eu precisasse, vi que
Christopher tinha me mandado uma foto de Justin, ele tinha cabelos castanho claros e olhos cor
de mel, muito gostoso por sinal, guardei minhas coisas na bolsa e peguei a chave do meu carro,
uma Ferrari branca, entrei e dirigi em direção ao racha.
Estava lotado, com os mais belos e carros com seus donos encostados cheio de vadias ao
redor, nojo.
- Olha quem está aqui. - Michael Gabriel me cumprimentou. - Pensei que estivesse morta a
esse ponto.
Ri com desdém.
- Pensou errado Gabriel. - Disse rindo. - Estava fazendo um serviço para o patrão.
- Um dia você ainda morre nesses serviços. - Ele disse com um sorriso no rosto.
- Nunca. - Disse rindo outra vez.
- Quer uma cerveja? - Ele me ofereceu.
- É óbvio. - Respondi e ele saiu.
Michael era um dos meus melhores amigos, nós nos conhecemos quando eu tinha quinze
anos e vendia drogas, ele me ajudava às vezes, sem ele eu poderia estar morta.
Saí do carro e fui procurar alguns rostos conhecidos, sentia os olhares de homens
queimando sobre mim, sorri, eu adorava provocar.
- Aqui. - Michael brotou me entregando uma cerveja, tomei um gole.
- Então, a Jenna está por aí? - Perguntei curiosa.
- Foi embora agora pouco.
Ri internamente. Jenna não mudou nada, eu realmente sentia saudades dela. Nós nos
conhecemos antes de eu entrar nesse mundo. Ela é como uma irmã para mim.
Respirei fundo e corri os olhos pelo lugar procurando por ele. Eu tinha que parar de fazer
isso, não podia ficar procurando por ele mais.
- Você precisa parar com isso. - Michael falou chamando minha atenção. - Você se
machucou uma vez, não quero que se machuque de novo.
- Eu sei, mas é difícil, eu ainda o amo.
- Mas você precisa parar, você tem um novo trabalho que eu sei.
- Justin Drew Bieber, um mafioso do Canadá.
Ele riu e eu revirei os olhos.
- Você vai para o Canadá?
- Sim.
