VOLUME II
Ivone Moser
COSMETOLOGIA
COMO
EU FAÇO
VOLUME II
MIDIOGRAF II
Copyright © 2019 por Ivone Moser
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total ou parcial deste volume, de qualquer
forma ou por quaisquer meios, sem o consentimento expresso da autora.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Moser, Ivone
Cosmetologia: Como EU Faço / Volume II / Ivone Moser – Curitiba-PR
Bibliografia
ISBN 978-85-8396-130-7
Cosmetologia
Dermocosméticos
Disfunções estéticas
Farmácia Magistral no Brasil
1ª Edição
Projeto gráfico e diagramação Ilustrações
Eliezer Saragô Marques/Empório Publicidade Tomio Aparecido Taguti
Capa Impressão e acabamento
Maria Isabel/Studio Bela Facce Midiograf
Contatos
Site: www.ivonemoser.com ou www.ivonemoser.com.br
Telefone (041) 9.8864-3848
Instagram: @moser.ivone
Agradecimentos
Primeiramente a meu pai, Paulo Moser,
por me permitir seguir atrás dos meus sonhos. À família, aos amigos e alunos, em especial
àqueles que forneceram imagens dos procedimentos realizados, comprovando que os conteúdos
aprendidos durante as aulas e cursos não foram em vão.
Particularmente quero agradecer a estes oito grandes amigos, que me acompanharam no
desenvolvimento desta obra, o meu muito obrigada por acreditar em meus sonhos e participar desta
grande realização.
FABIULA PEREIRA MANDUCA
Farmacêutica graduada pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR).
Pós-graduada em Manipulação Alopática pela Universidade do Norte do
Paraná (UNOPAR). Proprietária e Diretora Técnica da Bothanica Farmácia de
Manipulação.
Experiência profissional nas áreas de Controle de Qualidade, Formulações e
Desenvolvimento de Cosméticos magistrais, Peeling Químicos e Enzimáticos
Magistrais para Protocolos Faciais e Corporais.
Rua das Pombas 269, Centro / Arapongas /Paraná / Brasil.
Expert em Peelings By prof. Mse. Ivone Moser
Expert em Cosmetologia By prof. Mse. Ivone Moser
BÁRBARA BROERING PAGANI
Esteticista e Cosmetóloga – UNIVALI, Santa Catarina / Brasil
Pós-Graduanda em Cosmetologia e Estética e Ciências da Pele – IPUPO
Proprietária e Diretora Técnica da Clínica Essencial Estética Avançada
Av. Barão do Rio Branco, 629. Centro – Palhoça/ Santa Catarina / Brasil
Expert em Peelings By prof. Mse. Ivone Moser
Expert em Cosmetologia By prof. Mse. Ivone Moser
FERNANDA CHAUVIN
Farmacêutica-Bioquímica – USP / Brasil
Pós-Graduação Cosmetologia – USP / Brasil
Pós-Graduação em Homeopática – USP / Brasil
Dermocosmetics Sciences - (Vrije Universitett Brussel - Belgique)
First Brazilian Member of International Association for Applied Corneotherapy
(International)
Membre de la Societé Française de Cosmetologie – (France)
Membre du Centre Européen de Dermocosmétologie – (France)
PRISCILA NICOLODI
Graduada em Cosmetologia e estética – ULBRA /CANOAS
Rio Grande do Sul / Brasil
Pós-Graduada em Cosmetologia Clínica e Ciências da Pele - IPUPO
Proprietária e Diretora Técnica Clínica ATualle Centro de Gerenciamento
Cutâneo– Rua João Pessoa 297, sala 201 – Garibaldi/ Rio Grande do Sul / Brasil
Atuante em estética desde 2010
Expert em Peelings By prof. Mse. Ivone Moser
Expert em Cosmetologia By prof. Mse. Ivone Moser
PAULA CRISTINA BARROS PAIVA
Fisioterapeuta pelo Centro Universitário de João Pessoa - Unipê
Crefito 49.756 - 1ª região
Professora da Graduaçãoe Pós-Graduações - Instituto de
Ensino Superior da Paraíba
Proprietária e Diretora Técnica - CLINIFISIO e da PAULA PAIVA Treinamentos
Profissionais- Rua Desembargador José Peregrino, 280 Centro. João Pessoa/
Paraíba / Brasil.
Doutoranda em saúde pública -UCES/ Buenos Aires - Argentina
Mestranda em Desenvolvimento e Meio
Ambiente - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Especialista em Lato Senso em Fisioterapia Dermatofuncional; Gerontologia;
Ciências Políticas da Educação;Terapia Manual e Postural.
Expert em Peelings By prof. Mse. Ivone Moser
Expert em Cosmetologia By prof. Mse. Ivone Moser
DANIELA ENILDA BUFFON
Farmacêutica industrial – UNIVALI, Santa Catarina
Mestre em Ciências Farmacêuticas – UNIVALI.
Proprietária e Diretora Técnica da Farmácia de Manipulação Flor de Liz, Rua
Panamá, 643. Bairro das Nações- Balneário Camboriú / Santa Catarina / Brasil
Expert em Peelings By prof. Mse. Ivone Moser
Expert em Cosmetologia By prof. Mse. Ivone Moser
TOMIO APARECIDO TAGUTI
Professor de Yoga pelo Yoga Research Centre – Índia.
Terapeuta Reiki Nível Terceiro Grau A Método Reiki de cura natural pela ABR –
Associação Brasileira de Reiki.
Faixa preta de Karatê no Brasil pela Federação Paulista de Karatê.
Experiência Profissional nas áreas de comunicação visual, fotografia e marketing.
Graduando em Educação Física pela Unicesumar – Maringá - PR
ELIEZER APARECIDO SARAGÔ MARQUES
Diretor da agencia Emporio de Idéias de Apucarana
Programador visual e diagramador. Atua no mercado há mais de 30 anos. Em
Apucarana, sede da Empório, atuou como diagramador do Jornal Tribuna do
Norte por mais de 25 anos, sendo o criador de suplementos como o Bom Domin-
go, a revista UAU!, o suplemento Você, os cadernos Veículos, Imóveis e vários
outros. Fez também a programação visual dos Livros PEELING - COMO EU FAÇO e
COMESTOLOGIA - COMO EU FAÇO, e várias revistas, como a Jeito, a Sucesso e a
Acia News.
DEDICATÓRIA
Curisco “meu grande amor”
Você me dá a
inspiração que preciso
para me sentir feliz e
em paz. Amo você.
Meu pai “Paulo Moser e
minha mãe Ivone Moser”
O verdadeiro significado da
vida, eu aprendi com vocês.
Lutar e não desistir nunca.
Correr atrás dos meus sonhos.
Ser feliz acima de tudo. Vamos
em frente.
Meu Filho “Felipe”
A vida nos deu a imensa
oportunidade de sermos felizes.
Sem você nunca serei feliz
plenamente. Agradeço à Deus
por ser sua mãe, e por você ser
meu filho. Amo você.
09
“
Não é o desafio dos obstáculos
que enfrentamos que determina
quem somos, ou o que
seremos, mas a maneira como
o encaramos e o resolvemos.
Precisamos ter consciência, de
que problemas foram feitos para
serem resolvidos e que temos
total liberdade para acreditar
em nossos sonhos. É necessário
acreditar que nada é por acaso.“
Ivone moser
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11
Prefácio
A beleza sempre foi, mas hoje é considerada um dos pontos fundamentais
nos relacionamentos entre as pessoas. Desta forma, a manutenção da beleza física
passou a ser uma das metas mais relevantes do ser humano.
Defino o estudo da beleza como harmonia de resultados apreendidos ao
longo do tempo e que necessitam ser colocados em prática com os protocolos
estéticos e cosméticos eficientes.
Aliás, quando a matéria é relacionada à pele, ao rejuvenescimento e à cos-
metologia, a Profa. Ivone é referência profissional, pois se dedica há mais de 16
anos ao estudo desta ciência.
Foi com imensa alegria que aceitei o seu convite para prefaciar este livro.
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Somos amigas há muito tempo e nossos caminhos profissionais se cruzam
em vários momentos, mas em especial agora, quando, muito honrada, participo
desta obra que abrirá infinitos horizontes para muitos profissionais da estética e
cosmetologia.
Quando direciono meu olhar para a trajetória da Ivone, enxergo uma pro-
fissional alegre no que faz, e inquieta com o saber, ao mesmo tempo.
Ela acolhe com senso crítico de uma expert todas as informações que são
direcionadas a ela e aprimora cada vez mais esta área do saber, na qual é pioneira.
Prioriza os novos avanços científicos e preocupa-se com a dimensão com a qual
estas informações serão alcançadas por seus alunos e leitores.
Costumo pensar que a sua inquietação é admirável, levando atenção e
energia na busca do conhecimento, gerando equilíbrio naquilo que ela desenvolve.
Acredito que estas qualidades, mencionadas acima, somadas aos seu co-
nhecimento e a sua privilegiada experiência profissional estão evidentes nesta
obra.
Este é um belo livro que traz consigo uma excelente contribuição científica
ao meio e, certamente, socorrerá muitas vezes aos profissionais que a ele recorre-
rem em sua arte de buscar a beleza.
Aos leitores, desejo que a presente obra faça a diferença em suas vidas,
pois ela, sem dúvida, é fruto da ampla experiência desenvolvida por uma profis-
sional que se dedica de forma talentosa e criativa no campo da estética e da cos-
metologia.
Desejo, ainda, congratular a Profa. Ivone Moser pelo conhecimento colo-
cado nesta obra e pela sua capacidade de manter-se em sintonia com todas as
inovações deste segmento.
A minha amiga, desejo muito sucesso.
13
Magali Sefrian
Mestre em Educação pela
Universidade Tuiuti do Paraná,
2010.
Fisioterapeuta formada
pela Universidade Tuiuti do Para-
ná, 1990.
Especialista em Acupuntu-
ra pelo Ceata, 1996.
Formação em Acupuntura
Estética Facial e Corporal, 1999.
Formação em Auriculote-
rapia Chinesa, 2003
Formação no Curso de
Massagem Chinesa – Tuiná, 2003
Formação em Eletroacu-
puntura de VOLL (Vegatest – mi-
nerais e oligoelementos) SP,2004.
Cursos de aprimoramento
no Medical College Xiamen Uni-
versity - China, 2007 MCXU, em cursos de Métodos de diagnósticos: Pulsologia;
Moxabustão elétrica e Ventosaterapia; Eletroacupuntura em procedimentos de
analgesia (dor); Acupuntura Estética Facial e Corporal; GuaSha; Acupuntura cranea-
na; Auriculoterapia; Fitoterapia Chinesa e Tuiná.
Autora do livro PONTO! Atlas Topográfico de Acupuntura. Editora Ponto Crí-
tico, São Paulo-SP, 2007.
Autora do Livro GuaSha na Estética Facial –Terapia de Raspagem. Editora
Andreoli, São Paulo-SP, 2012.
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Capítulo I
INTRODUÇÃO
Cuidar da pele é proteger, defender e resguardar o corpo todo. A cosme-
tologia tópica é responsável por grande parte desta função. E quando falamos de
cosmetologia de uso tópico devemos nos lembrar que a pele é também o órgão
mais extenso do organismo.
Com certeza cada órgão do corpo humano possui suas particularidades e
complexidades, mas quando falamos da nossa especialidade, “a pele”devemos ter
em mente a originalidade que envolve este tema, conhecer em profundidade a fi-
siologia da pele, suas adversidades, fragilidades, e enfrentamentos, nos torna mais
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capazes, aptos e merecedores do título de “especialistas em pele”, “especialistas
em cosmetologia”.
Faz parte também deste conhecimento, uma profunda sabedoria, não
somente sobre as disfunções estéticas, mas também a completa informação sobre
as patologias orgânicas e dermatológicas que afetam esta ciência.
Falar de beleza é, a um só tempo tratar de alguma coisa muito real, que
desperta sentimentos intensos e inspira ações que vão da contemplação reveren-
cial e silenciosa, a empoderações de ordem conceitual e/ou material para usufrui
-la e/ou produzi-la, mas que também se furta e nos nega uma definição objetiva,
ou seja, beleza é algo extremamente subjetivo e particular que varia conforme a
cultura de um povo.
O que significa para um homem ou uma mulher, serem feios nos tempos
atuais? Seria somente de beleza que nós profissionais da estética e cosmética tra-
tamos? Quais as perdas que ocorrem durante o envelhecimento do ser humano?
Quais os possíveis ganhos? E quais as perspectivas nos dias atuais para o indivíduo
que envelhece e não quer perder sua beleza física e estética?
À medida que investigamos os novos conceitos e definições da fisiologia,
histologia, constituição, organização e funcionamento da pele no mundo moderno
de hoje, também precisamos estar cientes e abertos para uma nova inclusão de
conceitos, bem como, que teremos de estudar a pele sob um novo olhar, sob um
novo prisma, uma nova complexidade.
A sociedade em que vivemos possui padrões de estética e beleza bem
delimitados e exigentes, e a maioria das pessoas esforça-se, de certo modo, para
atingi-los e com isso enquadrar-se neste modelo de beleza. No caso dos pacien-
tes com problemas dermatológicos, o sentimento de inadequação e os estigmas
vivenciados são muito claros e evidentes diante de tais exigências sociais de “nor-
malidade” estética.
Sinto a necessidade de destacar que a qualidade de vida de uma pessoa
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está baseada, entre diversos aspectos, desde a maneira como o indivíduo flexibili-
za suas posturas e costumes frente às situações estressantes da vida, bem como a
maneira que conduz estas atitudes, a fim de alcançar um melhor relacionamento
consigo e com os outros. Sendo assim, tento demonstrar a real função da estética
e da cosmética na sociedade, pois através de nosso conhecimento talvez sejamos
capazes de amenizar os sinais e sintomas estéticos destas situações, promovendo
a saúde da pele através da cosmetologia tópica.
“COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO – Volume II” está estruturado em 11 capítulos,
na ordem apresentada a seguir:
Considerando o exposto no Capítulo I – INTRODUÇÃO, apresentamos o processo
de construção evolutiva da temática do estudo, contextualizando a complexidade
da análise e do conhecimento científico da pele e determinando a necessidade
urgente do estudo e pesquisa de novos conceitos.
Capítulo II – ACNE, expomos no capítulo dois o conceito de acne como sendo uma-
dermatose crônica, multifatorial e inflamatória da unidade pilossebácea, a qual
é formada por uma glândula sebácea bem desenvolvida, um grande ducto e um
pelo rudimentar, bem como os possíveis tratamentos da atualidade. A escolha do
ativo para o tratamento home care, depende totalmente do diagnóstico correto
do motivo pela qual a acne se faz presente.
Capítulo III – ENVELHECIMENTO, GLICAÇÃO E RADICAIS LIVRES, o capítulo três
descreve o expressivo envelhecimento populacional, realidade vivida pelos países
desenvolvidos há algum tempo, e mais recentemente pelos países em desenvol-
vimento. Tal crescimento despertou o interesse global no desaceleramento dos
danos causados à pele. Novas tecnologias, novos conceitos, novos resultados.
Capítulo IV – TABAGISMO e RADICAIS LIVRES, o quarto capítulo aborda um grande
problema de saúde pública; o tabagismo, e a partir daí, descreve também os danos
especialmente causados a pele, devido a imensa quantidade de radicais livres que o
tabaco produz neste tecido, cerca de mais de quatro mil e setecentos conhecidos até a
presente data. E de que forma a cosmetologia pode abrandar estes efeitos negativos.
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Capítulo V – CUIDADOS COM A PELE DA GESTANTE, o período gestacional é des-
crito no capítulo cinco. Considerado um momento de grande risco de desenvolvi-
mento de alterações na pele da gestante. O uso inadequado de produtos cosmeto-
lógicos pode acarretar problemas para a gestante e para o feto. O controle e a boa
prática de cuidados afastam tal possibilidade.
Capítulo VI – CORNEOTERAPIA: UMA ABORDAGEM INOVADORA PARA ENTEN-
DER A PELE, o capítulo seis, expõe o termo Corneoterapia, que foi definido pela
primeira vez pelo dermatologista americano Professor Albert Kligman em mea-
dos dos anos 1960. A Corneoterapia descreve as intervenções preventivas que são
principalmente direcionadas para a correção e restauração da barreira do estrato
córneo que se tornou defeituosa e prejudicada pelos muitos fatores intrínsecos e
extrínsecos da vida. Tal conceito vem amplamente sendo aceito mundialmente. E
a adoção destes conceitos possibilita a correção de diversas disfunções e patolo-
gias de pele.
Capítulo VII – DERMATITES ATÓPICAS, o capítulo sete propõe podermos conside-
rar que os defeitos na barreira cutânea são as alterações primárias da condição
patológica dos pacientes com dermatites atópicas, pois as mesmas têm sido iden-
tificadas em estudos atuais. Delineamos o tema e as possíveis opções de controle
tópico cosmetológico.
Capítulo VIII – PSORÍASE, expomos no capítulo oito que a Psoríase seja a doença
autoimune mais prevalente em adultos e cujo impacto social e psicológico costu-
ma ser subestimado. Mesmo considerando variações de desenho epidemiológi-
co, trata-se de uma doença comum, de distribuição universal, que não apresenta
cura, mas possui tratamento.
Capítulo IX – ROSÁCEA, no capítulo nove, tratamos sobre o tema: Pele portadora
de Rosácea. A mesma é uma doença vascular inflamatória crônica, com remissões
e exarcebações. Pretende-se demonstrar as bases de tratamento cosmetológicos no
intuito de fornecer conforto e qualidade de pele, já que a mesma não possui cura.
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Capítulo X – FITOCOSMÉTICOS DE ORIGEM BRASILEIRA, nossa biodiversidade
apresenta um grande potencial de matéria prima para o desenvolvimento dos
fitocosméticos, principalmente pelo fato de que nossa vasta variedade de flora
local propicia uma imensa variante de produtos para a fabricação de cosméticos
destinados aos tratamentos estéticos e recuperação da saúde da pele. O capítulo
dez, da ênfase aos ativos que podem ser produzidos a partir da flora amazônica
e do cerrado. Possuímos uma das maiores reservas de recursos naturais, diversos
biomas e a mais rica biodiversidade tropical do mundo, todos esses fatores conver-
gem para a forte tendência do mercado que consiste na vegetalização das fórmulas
e a substituição de componentes químicos por soluções naturais e sustentáveis.
Capítulo XI – ARGILAS, relatos históricos indicam que a utilização da argila com fins
terapêuticos já era praticada na antiguidade. Argiloterapia ou geoterapia tem ori-
gem na junção das palavras gregas “geo” que significa terra e “terapia” que signi-
fica tratamento. A técnica utiliza propriedades naturais no tratamento terapêutico
e estético. O capítulo onze narra sobre as argilas, em sua forma natural, orgânica e
industrial, e suas habilidades terapêuticas a serviço da saúde da pele.
FINALIZANDO, concluindo o volume 2 de “COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO” fica
a confiança de que a cosmetologia faz parte integralmente da vida profissional
diária de todo profissional que exerça a estética em sua ampla definição de con-
ceito da manutenção, recuperação e prevenção da saúde da pele. Conhecer um
pouco mais dos temas aqui abordados aperfeiçoa o livro inicial “PEELING: COMO
EU FAÇO”, sinto que é impossível de se trabalhar com os peelings, sem o domínio
da dermatologia, bem como da cosmetologia vista nos volumes 1 e 2 de “COSME-
TOLOGIA: COMO EU FAÇO”.
A amizade e a participação destas incríveis colegas de trabalho e acima de tudo,
grandes amigas e confidentes, Fabiula, Bárbara, Fernanda, Priscila, Daniela e Paula
que possibilitaram esta difícil e complicada ação de tornar realidade o volume dois
de “COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO” um verdadeiro deleite. Deixo aqui registra-
do, minha admiração e eterna gratidão por me permitirem vivenciar esta incrível
amizade, bem como ter a certeza de que posso realmente chamá-las de minhas
amigas, e continuar acreditando que tudo vale a pena.
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“ A VIDA SE TORNA
MAIS LEVE QUANDO
TEMOS AMIGOS.”
Com a certeza de que pratiquei incansavelmente minha curiosidade, minha cria-
tividade, minha disciplina e especialmente minha paixão, tenho a certeza que as
exigências para o desenvolvimento de um trabalho criterioso foram cumpridas,
contudo também tenho a confiança de que seguirei num confronto permanente
entre meu desejo e minha realidade.
“Pai: Eu consegui”.
Ivone moser
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Sumário
Capítulo I - INTRODUÇÃO 15
Capítulo II - ACNE 23
Capítulo III - ENVELHECIMENTO, GLICAÇÃO E RADICAIS LIVRES 51
Capítulo IV - TABAGISMO 95
Capítulo V - CUIDADOS COM A PELE DA GESTANTE 113
Capítulo VI - CORNEOTERAPIA 151
Capítulo VII - DERMATITES ATÓPICAS 161
Capítulo VIII - PSORÍASE 189
22
Capítulo IX - ROSÁCEA 199
Capítulo X - FITOSCOSMÉTICOS DE ORIGEM BRASILEIRA 211
Capítulo XI - ARGILAS 223
TRABALHOS DE ALUNAS 257
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Capítulo II
ACNE
“ Sinceramente? Acredito que os
tempos do mais ou menos estão
definitivamente acabando.Ou
você decide ser a melhor; ou
serás...sabe-se lá Deus o que!
Aproveite a chance então, e
decida ser a melhor na sua área”
Paulo Moser “meu pai”, outubro de 2004
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IVONE MOSER
COLABORADORAS
BÁRBARA BROERING PAGANI E PRISCILA NICOLODI
A acne vulgar é uma dermatose crônica, multifatorial e inflamatória da uni-
dade pilossebácea, a qual é formada por uma glândula sebácea bem desenvolvida,
um grande ducto e um pelo rudimentar.
Conforme definido por membros da Global Alliance to Improve Outcomes
in Acne (GAIOA) reunidos em 2009, a acne deve ser considerada uma doença
crônica e não uma afecção limitada à adolescência.1, 2
A acne compromete a maioria dos adolescentes bem como um número
substancial de adultos. O impacto social adverso da acne está bem documenta-
do. Consequências sociais negativas, emocionais e psicológicas, no entanto, pro-
vavelmente serão determinadas por características de personalidade do portador
da mesma, bem como a gravidade do grau da acne.
Apresenta padrão de recidiva e curso prolongado, manifesta-se com erup-
ção aguda ou início insidioso. Em trabalho publicado em 1999, acreditava-se que
havia grande evidência de que a acne persista na idade adulta em cerca de 50%
dos indivíduos jovens que apresentavam quadros significativos de acne. 3 Tal dado
nunca foi confrontado. Isto nos faz acreditar a imensa necessidade de compreen-
der esta patologia, para o correto diagnóstico e tratamento da mesma.
Está presente nas superfícies da pele que histologicamente apresentam
folículo pilossebáceo. O quadro clínico é composto por uma variedade de lesões,
podendo ser divididas em não inflamatórias, com comedões fechados e abertos,
e inflamatórias, com pápulas, pústulas, nódulos e abcessos. As lesões comprome-
tem principalmente a face,o tronco superior e o dorso, onde encontramos histolo-
gicamente os ductos pilossebáceos.
1 - GOLLNICK, H., FINLAY, A.Y., SHEAR, N., Global Alliance to Improve Outcomes in Acne.Can we describe acne as a chronic disease? If so,
how and when? Am J Clin Dermatol. 2008;9(5):279-84
2 - O’HALLORAN, J., MILLER, G.C., BRITT, H. Defining chronic conditions for primary care with ICPC-2. FamPract.2004;21(4):381-6
3 - GOULDEN, V., STABLES, G.I., CUNLIFFE, W.J. Prevalence of facial acne in adults. J Am. Acad. Dermatol. 1999; 41 (4): 577-80.
25
Sua patogênese é multifatorial, envolvendo quatro principais fatores.4, 5,
6
Pode-se observar, concomitantemente com a genética associada, outros fatores
importantes:
1- Hiperprodução da glândula sebácea em resposta ao aumen-
to da quantidade de andrógenos adrenais na puberdade. Tal fator não
necessariamente leva ao aparecimento da acne, mas cria condições favo-
ráveis ao seu aparecimento.
2- Hiperqueratinização do folículo pilossebáceo com obstru-
ção e formação de microcomedão, como resultado da mistura do sebo e
do epitélio descamado.
3- Proliferação e desenvolvimento do Propionibacterium acnes,
um anaeróbico que usa os lipídeos naturais da pele e secretados pela
glândula sebácea como nutrientes. Estes microrganismos liberam lípases,
que hidrolisam os triglicerídeos do sebo, liberando ácidos graxos, que são
irritantes para a parede do folículo.
4- Resposta imune com produção de numerosos mediadores
de inflamação liberados dentro do folículo e em seu entorno. A inflama-
ção instalada pode ser exacerbada por ruptura do folículo, com imediato
escape do conteúdo da glândula inflamada da derme. Podem, nestes ca-
sos, se formarem nódulos, cistos e as fístulas, lesões responsáveis pelos
quadros de acne conglobata e nódulo-cística, que podem originar cicatri-
zes permanentes, durante o processo de cicatrização.
Para as quatro alterações encontramos respostas adequadas na cosme-
tologia.
4 - COSTA, A, ALCHORNE, M.M.A, GOLDSCHMIDT, M.C.B. Fatores etiopatogênicos da acne vulgar. J An. Bras. Dermatol.2008; 83 (5): 451-9.
http://dx.doi.org/10.1590/S036505962008000500010 acesso em 02 de novembro de 2018.
5 - COSTA, A., ALCHORNE, M. M. A, GOLDSCHMIDT, M. C. B. Fatores etiopatogênicosda acne vulgar. An. Bras. Dermatol. 2008; 83 (5): 451-9.
6 - THIBOUTOT, D. M., SHALITA, A. R., YAMAUCHI, P.S., DAWSON, C., KERROUCHE, N., ARSONNAUD, S. et al. Adapalene gel, 0.1%, as mainte-
nance therapy for acne vulgaris: a randomized, controlled, investigator-blind follow-up of a recent combination study. Arch Dermatol 2006;
142 (5): 597-602
26
A acne pode, porém muito raramente, ser decorrente de síndromes gené-
ticas em doentes de ambos os sexos, o que tornaria complicado o seu tratamento
sem o uso de medicamentos de controle. Como por exemplo:
Quadro 1: SÍNDROMES ASSOCIADAS A ACNE
SÍNDROMES ASSOCIADAS A ACNE
Síndrome de Down
Síndrome de Apert – Acrocefalosindactilia
Síndrome Papa - artrite piogênica estéril,
pioderma gangrenoso e acne
Síndrome dos ovários policísticos
Síndrome Hair – AN; hiperandrogenismo, resistência
à insulina, acantose nigricans
Fonte: dados da autora
TIPOS DE ACNE, SEGUNDO KLIGMAN E PLEWIG7
Acne Mecânica: decorrente de fricções repetidas, pressão, coceira ou atrito local,
pode ocorrer após o uso de substâncias queratolíticas.
Acne Clórica: decorrente da utilização tópica de produtos clorados.
Acne Elaioconiose: decorrente de produtos hidrocarbonetos derivados do petró-
leo.
Acne por detergente: decorrente do uso excessivo de tensoativos.
Acne Gram-negativa: decorrente do uso inadequado de antibióticos.
7 - PLEWIG, G, KLIGMAN, A.M. Acne: Morphogenesis and Treatment. Berlin: Springer; 1975. p.196.
27
Acne Cosmética: decorrente do uso inadequado e/ou excessivo de produtos cos-
méticos em relação ao tipo de pele, incluímos aqui o uso excessivo de peelings
químicos abrasivos e mecânicos, bem como a alteração excessiva do pH de con-
trole da pele.
Acne hormonal: decorrente da ação e/ou excessiva do estrógeno, e ou testoste-
rona.
GRAUS DE ACNE
FASE NÃO INFLAMATÓRIA
GRAU 1 - Acne Comedogênica- presença de comedões sem sinais de inflamação.
FASE INFLAMATÓRIA COM PRESENÇA DA BACTÉRIA DA ACNE
GRAU 2 - Acne Pápula Pustulosa - presença de pápulas inflamadas e pústulas com
importantes sinais inflamatórios.
GRAU 3 - Acne Nódulo Cística - além de comedões, pápulas e pústulas, também
há formação de lesões nódulo-císticas com predominantes sinais inflamatórios.
GRAU 4 - Acne Conglobata- caracterizada por pápulas pustulosas doloridas e pro-
fundas. Há o predomínio de lesões nódulo-císticas em grande extensão. Agrupa-
mento de comedões, bem como de lesões extensas além do ducto pilossebáceo
original.
GRAU 5 - Acne Fulminans Incapacitante - é uma manifestação rara, que pode
ocorrer durante a evolução da acne vulgar, principalmente em adolescentes
masculinos. Uso de isotretinoína, testosterona e reações imunológicas
exacerbadas no organismo são desencadeantes relacionados. Sinais, sintomas e
alterações laboratoriais como febre, hepatomegalia, poliartralgia, leucocitose,
plaquetose, aumento de provas inflamatórias e transaminases, são característicos.
A cintilografia óssea pode detectar lesões líticas em vários locais do esqueleto.8
8 - Acne fulminans incapacitante. An. Bras. Dermatol. [online]. 2011, vol.86, n.4, suppl.1, pp.9-12. ISSN 0365-0596. http://dx.doi.
org/10.1590/S0365-05962011000700001 .
28
É fato que a acne acomete primariamente face, tórax anterior e dorso, até
a altura das cristas ilíacas póstero superiores, nomeadamente, áreas com grande
concentração de folículos pilossebáceos.9, 10
Aproximadamente entre os 7 e 12 anos de idade, as glândulas sebáceas e os
queratinócitos foliculares são incitados por hormônios andrógenos, resultando em
uma maior produção sebácea e hiperqueratose folicular, com formação de micro-
comedões, podendo evoluir para lesões inflamatórias, caso sejam infectadas.11, 12
As unidades sebáceas e os queratinócitos possuem enzimas como 5α-re-
dutase, 3β- e 17β-hidroxiesteroide desidrogenase que são capazes de metabolizar
os androgênios, contudo numa intensidade muito maior em perfis corporais an-
droides.13
De modo geral, a produção sebácea depende dos androgênios (especial-
mente a testosterona) circulantes e da resposta da unidade pilossebácea. As secre-
ções sebáceas são reguladas, em parte, por receptores ativados por proliferadores
de peroxissoma e por um fator detranscrição denominado SREBP (Sterol Responsi-
ve Element Binding Protein).14
As glândulas sebáceas, por sua vez, representam funções endócrinas inde-
pendentes na pele, contribuindo com importante função na maturação hormonal
cutânea.15 Compõe um conjunto complexo com funções neuro endócrinas infla-
matórias que distribuem e executam a resposta local ao estresse.16
9 - LEYDEN, J.J. New understandings of the pathogenesis of acne. J. Am. Acad. Dermatol. 1995; 32 (5 pt 3): S15-S25
10 - PLEWIG, G., KLIGMAN, A.M. Acne and Rosacea. 3rd ed. New York: Springer Verlag; 2000.
11 - POCHI, P.E., STRAUSS, J.S., DOWNING, D.T. Age related changes in sebaceous gland activity. J. Invest. Dermatol. 1979; 73 (1): 108-11
12 - POCHI, P.E., STRAUSS, J.S. Endocrinologic control of the development and activity of the human sebaceous gland. J. Invest. Dermatol.
1974; 62 (3): 191-201
13 - THIBOUTOT, D., HARRIS, G., ILES, V., CIMIS, G., GILLILAND, K., HAGARI, S. Activity of the type 1 5-alpha-reductase exhibits regional differ-
ences in isolated sebaceous glands and whole skin. J. Invest. Dermatol. 1995; 105 (2): 209-14
14 - SMITH, TM., CONG, Z., GILLILAND, K. L., CLAWSON, G.A., THIBOUTOT, D.M. Insulin-like growth factor-1 induces lipid production in
human SEB-1 sebocytes via sterol response element-binding protein-1. J. Invest. Dermatol. 2006; 126 (6): 1226-32.
15 - ZOUBOULIS, C.C. The human skin as a hormone target and an endocrine gland. Hormones (Athens). 2004;3(1):926
16 - GOLLNICK, H., CUNLIFFE, W., BERSON, D., DRENO, B., FINLAY, A., LEYDEN, J.J. et al. Management of acne: a report from Global Alliance
to Improve Outcomes in Acne. J. Am. Acad. Dermatol. 2003; 49 (Suppl): S1-37
29
INFLUÊNCIA DIETÉTICA NO QUADRO DA ACNE
Fulton em 1969 17 já sinalizava evidências da relação entre a ingestão de
certos alimentos com a acne. Bem como Anderson em 1971.18
Estudos publicados em 2005 e 2010, correlacionaram o tipo de dietacom
quadros de acne inflamatórias e não inflamatórias, especialmente a influência de
laticínios e índice glicêmico da dieta com a patogênese da acne vulgar.19,20
Neste contexto, o sebo parece ser o componente mais influenciado, pois
a hiperinsulinemia secundária à ingestão de alimentos com alto Índice Glicêmico,
bem como a ingestão de leite e derivados podem estimular a produção de sebo.21
Além disso, a hiperinsulinemia juntamente com o fator de crescimento insulina
símile 1 (IGF 1), podem estimular a síntese de andrógenos por vários tecidos do
corpo, os quais também incentivam a produção exagerada de sebo.
Também, Costa e col. (2007), relacionaram a ingesta de Ômega 3 e prebió-
ticos e comprovaram a sua relação na dieta e acne e quadros de acne ativas.23
22
17 - FULTON, J.E. J.R., PLEWIG, G, KLIGMAN, A.M. Effect of chocolate on acne vulgaris. JAMA. 1969;210(11):2071-4.
http://dx.doi.org/10.1001/jama.1969.03160370055011 . PMid:4243053 acesso em 2 de novembro de 2018.
18 - ANDERSON, P.C. Foods as the cause of acne. Am Fam Physician. 1971;3(3):102-3. PMid:4251510
19 - ADEBAMOWO, C.A., SPIEGELMAN, D., DANBY, F.W., FRAZIER, A.L., WILLETT, W.C., HOLMES, M.D. High school dietary dairy intake and
teenage acne. J Am Acad Dermatol. 2005;52(2):207-14. http://dx.doi.org/10.1016/j.jaad.2004.08.007 . PMid:15692464
20 - JUNG, J.Y., YOON, M.Y., MIN SU, HONG, J.S., CHOI, Y.S., SUH, D.H. The influence of dietary patterns on acne vulgaris in Koreans. Eur J
Dermatol. 2010;20(6):768-72. PMid:20822969
21 - COSTA, A, ALCHORNE, M.M.A, GOLDSCHMIDT, M.C.B. Fatores etiopatogênicos da acne vulgar. Na BrasDermatol.2008;83(5):451-9.
http://dx.doi.org/10.1590/S036505962008000500010 acesso em 02 de novembro de 2018.
22 - Prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que estimulam seletivamente a proliferação ou atividade de populações de
bactérias desejáveis no intestino (cólon), beneficiando o indivíduo hospedeiro dessas bactérias.O sistema digestivo não consegue quebrar
as fibras das comidas de origem vegetal, como por exemplo o caso da cebola, do alho e da aveia. Os micróbios devoram esses compostos e,
a partir deles, produzem substâncias benéficas à nossa saúde.
23 - COSTA, A., ALCHORNE, M.M.A., MICHALANY, N.S., LIMA, H.C. Acne vulgar: estudo piloto de avaliação do uso oral de ácidos gra-
xos essenciais por meio de análises clínica, digital e histopatológica. An BrasDermatol. 2007;82(2):129-34. http://dx.doi.org/10.1590/
S036505962007000200003 acesso em 2 de novembro de 2018.
30
Quadro 2: RELAÇÃO ENTRE ACNE E DIETAS24
Autor e ano Tipo de População Principais achados
estudo
Adebamowo Coorte 47.355 Associação positiva entre acne e o
et al. mulheres consumo total de leite (RP 1,22, IC 95%:
(13-18 anos) 1,03-1,44; p = 0,002) e leite desnatado
(2005) A (RP 1,44, IC 95%: 1,21-1,72; p = 0,003).
Outros alimentos como bebida láctea
instantânea, sorvete, queijo cottage e
cream cheese também foram
coligados positivamente com a acne.
Adebamowo Coorte 6.094 Associação positiva entre acne e
et al. meninas consumo total de leite (RP 1,20, IC
(9-15 anos) 95%: 1,09-1,31; p < 0,001), consumode
(2006) B leite integral (RP 1,19, IC 95%: 1,06-
1,32; p <0,001) e consumo de leite
desnatado (RP 1,19, IC95%: 1,08-1,31;
p < 0,001). Um maior consumo deleite
foi associado com maior prevalência de
acne.Não encontrou associação com a
gordura do leite, indicando que o teor
de gordura do leite não é importante na
comedogenicidade.
Adebamowo Coorte 205 casos Risco elevado para acne com o consumo
et al. (indivíduos de leite (OR 1,78, IC 95%: 1,22-2,59),
com acne especialmente o desnatado (OR 2,20,
(2008) C moderada a IC 95%:1,18-4,1). O consumo de peixe
grave) e 358 apresentou efeito protetor para a acne
controles (OR 0,68,IC 95%: 0,47-0,99)
(com acne
leve ou sem
acne)
(10-24 anos)
24 - SCIPIONI, G., MONTEIRO, G. C., SOLDATELI, B. Acne e dieta: uma revisão.http://sban.cloudpainel.com.br/files/revistas_publica-
coes/454.pdf acesso em 4 de dezembro de 2018.
31
Autor e ano Tipo de População Principais achados
estudo
Ismail et al. Caso- 44 casos (indi- A carga glicêmica dietética foi
(2012) D contro- víduos expressivamente maior nos casos (175
le com acne) + 35) que nos controles (122 +28) (p
e 44 = 0,001). A constância de consumo
controles de laticínios e sorvetes foi maior nos
(sem acne) casos. Os efeitos indicam que quanto
(18-30 anos) maior a carga glicêmica da dieta e maior
a frequência de consumo de leite e
sorvetes, maior orisco para acne.
Jung et al. Caso- 783 casos A constância de ingesta de vegetais e
(2010) F contro- (indivíduos peixes foi significativamente maior nos
le com acne) e controles que nos casos. O consumo
502 controles de macarrão instantâneo, junkfood,
(sem acne) refrigerantes, salgadinhos, queijos
(idade média processados, carne de porco, frango
de 24 anos) e nozes foi significativamente maior
nos casos que nos controles. Entre os
alimentos, os gordurosos (71,5%) foram
os mais associados com o agravamento
da acne. Os achados do estudo sugerem
que uma dieta com alta carga glicêmica,
rica em laticínios e gorduras podem ter
papel importante no desenvolvimento da
acne.
Kaymak et al. Coorte 49 casos (in- O estudo não encontrou alterações
(2007) G divíduos com significativas entre os grupos em relação
acne) e 42 aos níveis de insulina, índice glicêmico e
controles carga glicêmica da dieta, mensurados
(sem acne) porquestionário de frequência
(19-34 anos) alimentar.
32
Autor e ano Tipo de População Principais achados
estudo
Aksu et al. Trans- 2.230 adoles- A prevalência de acne na amostra foi
(2011) H versal centes de 60,7%. Os adolescentes sem acne
(13-18 anos) tiveram rotinas alimentares mais
saudáveis do que os com acne (p< 0,05).
O consumo de gordura, açúcar, salsicha,
hambúrguer, bolo e produtos de padaria
foi coligado significativamente com risco
aumentado para acne.
Kwon et al. Rando- 32 indivíduos Possuí redução significativa do índice
(2012) I mizado com acne glicêmico da dieta no grupo intervenção.
contro- leve O grupo que recebeu dieta com baixa
lado a moderada, carga glicêmica apresentou diferença
17 no grupo significativa no grau de acne após 10
de semanas. Análise de regressão linear
intervenção e mostrou correlação significativa entre
15 no o número total de lesões de acne e a
controle redução da carga glicêmica da dieta.
(20-27 anos) Redução expressiva do tamanho total das
glândulas sebáceas no grupo com dieta
de baixo índice glicêmico.
Reynolds et al. Rando- 43 adolescen- Os resultados comprovam melhora da
(2010) J mizado tes do sexo acne facial nos adolescentes alocados
contro- masculino para dieta com baixa carga glicêmica
lado saudáveis bem como nos controles. Não foram
com acne encontradas alterações significativas na
(idade média gravidade da acne nos dois grupos. Foi
de 16 anos) expressivamente associada como fator
93 casos (in- de risco para acne.
divíduos com
acne) e 200
controles
33
Autor e ano Tipo de População Principais achados
estudo
Skroza et al. Caso- 93 casos (indi- A dieta mediterrânea demonstrou ser
(2012) K contro- víduos fator de proteção na patogênese da acne
le com acne) e (OR 0,22, IC 95%: 0,08-0,64;p = 0,002).
200 História familiar de hipercolesterolemia,
controles diabetes e hipertensão foi
(idade média expressivamente associada como fator
de 16 anos) de risco para acne.
Smith et al. Rando- 43 homens Após 12 semanas, os indivíduos que
(2007a) L mizado (15-25 anos) receberam dieta com baixa carga
contro- glicêmica tiveram redução significativa
lado no número total de lesões (-21,9)
comparados aos do grupo controle
(-13,8).
Smith et al. Rando- 12 homens Os achados indicam que dietas com
(2007b) M mizado com acne alto índice glicêmico podem ampliar a
contro- (15-20 anos) atividade biológica de hormônios sexuais
lado e fatores de crescimento, agravando os
fatores envolvidos no desenvolvimento
da acne.
Fonte:Scipioni et col.25
25 - SCIPIONI, G., MONTEIRO, G.C., SOLDATELI, B. Acne e Dieta. Nutrire. 2015 Apr; 40 (1): 104-109.
A - Prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que estimulam seletivamente a proliferação ou atividade de populações de
bactérias desejáveis no intestino (cólon), beneficiando o indivíduo hospedeiro dessas bactérias.O sistema digestivo não consegue quebrar
as fibras das comidas de origem vegetal, como por exemplo o caso da cebola, do alho e da aveia. Os micróbios devoram esses compostos e,
a partir deles, produzem substâncias benéficas à nossa saúde.
B - COSTA, A., ALCHORNE, M.M.A., MICHALANY, N.S., LIMA, H.C. Acne vulgar: estudo piloto de avaliação do uso oral de ácidos gra-
xos essenciais por meio de análises clínica, digital e histopatológica. An BrasDermatol. 2007;82(2):129-34. http://dx.doi.org/10.1590/
S036505962007000200003 acesso em 2 de novembro de 2018.
C - SCIPIONI, G., MONTEIRO, G. C., SOLDATELI, B. Acne e dieta: uma revisão.http://sban.cloudpainel.com.br/files/revistas_publicacoes/454.
pdf acesso em 4 de dezembro de 2018.
D - ADEBAMOWO, C.A., SPIEGELMAN, D., DANBY, F.W., FRAZIER, A.L., WILLETT, W.C., HOLMES, M.D. High school dietary dairy intake and
teenage acne. J Am Acad Dermatol. 2005;52(2):207-14. http://dx.doi.org/10.1016/j.jaad.2004.08.007 . PMid:15692464
34
Ainda que as terapias atuais possam efetivamente abordar a doença e seus
efeitos relacionados, a adesão a esses regimes de tratamento é frequentemente
pobre. Os equívocos sobre as causas da acne, as expectativas de tratamento não
realistas, a natureza recorrente e parcialmente assintomática da doença, a dificul-
dade em incorporar o tratamento nas atividades diárias e a necessidade de terapia
a longo prazo contribuem para a não aderência geral.
Portanto, é comprovado que hábitos e estilo de vida, (incluímos aqui o uso
de cosméticos inadequados, maquiagens, xampus, e inclusive peelings queratolí-
ticos e esfoliantes em excesso) quando elucidados e afastados os maus hábitos, e
assumindo atitudes frente à patologia, produzem com frequência melhoras con-
sideráveis para o paciente. Para melhorar a adesão, os profissionais devem coibir
esses fatores com aconselhamento qualificado, consideração da perspectiva do
paciente, meios eficazes de educar o paciente, e regimes simples, eficazes e tole-
ráveis que são compatíveis com o seu estilo de vida.
E - ADEBAMOWO, C.A., SPIEGELMAN, D., BERKEY, C.S., DANBY, F.W., ROCKETT, H.H., COLDITZ, G.A, et al. Milk consumptionand acne in ado-
lescent girls. Dermatol online J. 2006; 12(4) -1
F - ADEBAMOWO, C.A., SPIEGELMAN, D., BERKEY, C.S., DANBY, F.W., ROCKETT, H.H., COLDITZ, G.A., et al. Milk consumption and acne in
teenaged boys. J. Am. Acad. Dermatol. 2008; 58 (5): 787-93. http://dx.doi.org/10.1016/j.jaad.2007.08.049. PMid:18194824
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35
ISOTRETINOÍNA ORAL NO COMBATE A ACNE – Conhecer é nossa obrigação.
Em 1955 foi sintetizada a Isotretinoína ou ácido 13-cis-retinóico. Sua utili-
zação no tratamento da acne inflamatória grave, dos tipos cística e conglobata, ini-
ciaram-se em 1976 na Europa e em 1980 nos Estados Unidos. No Brasil os estudos
iniciaram-se em 1982.26
A isotretinoína é um tipo de retinóide e, desde sua introdução, tem sido
amplamente utilizado para o tratamento tópico e sistêmico de várias dermatoses:
psoríase, desordens de queratinização, genodermatoses queratóticas e acne seve-
ra, além de tratamento e/ou quimioprevenção do câncer de pele e outras neopla-
sias. Os retinóides atuam no crescimento e diferenciação das células epidérmicas,
assim como interferem na atividade da glândula sebácea e possuem propriedades
imunomoduladoras e anti-inflamatória. 27
Compreendemos que o principal mecanismo de ação da isotretinoína ocor-
re na glândula sebácea, através da ligação a receptores para retinóides específicos,
reduzindo sua atividade, seu tamanho e a quantidade de sebo produzida após
quatro semanas de tratamento, dependendo da gramagem ingerida.28
Analisando a evolução histórica, a categorização dos retinóides se dá em
três grupos ou gerações. Entre os retinóides naturais e sintéticos avaliados para
uso em humanos, somente a isotretinoína é capaz de promover significativa remis-
são da acne, seguido da tretinoína tópica.
Os retinóides representam uma das maiores conquistas na terapêutica der-
matológica e a isotretinoína oral é o único medicamento que atua sobre quatro
fatores etiopatogênicos da acne: redução da secreção sebácea, acarretando de-
26 - SAMPAIO, S.DE A. P.; BAGATIN, E. Experiência de 65 anos no tratamento da acne e de 26 anos com isotretinoína oral. An. Bras. Dermatol,
2008.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abd/v83n4/a12v83n4.pdfAcesso em 16 de dezembro de 2018.
27 - BRITO, MARIA DE F. DE M.; SANT’ANNA, IARA P.; GALINDO, JULIANA C. S. Avaliação dos efeitos adversos clínicos e alterações laboratoriais
em pacientes com acne vulgar tratados com isotretinoína oral. An. Bras. Dermatol, 2010.
28 - GUIMARÃES, Danielle; LIMA, Eliana Martins; FILHO, Nelson Roberto Antoniosi. Isotretinoína: perfis farmacológico, farmacocinético e
analítico. 2002.
36
terminada atrofia das glândulas sebáceas; diminuição da flora anaeróbia da pele,
particularmente do Propionibacterium acnes; possui também, atividade anti-in-
flamatória e age sobre o padrão de queratinização folicular, promovendo sua nor-
malização. A isotretinoína recebeu a aprovação da Food and Drug Administration
(FDA) em 1982, órgão norte americano, responsável por proteger a saúde públi-
ca, garantindo a segurança e eficácia dos medicamentos de uso humano. É usada
para tratar um espectro de condições dermatológicas: tratamento da acne graus
III (nódulo-cística) e IV (conglobata); na acne grau II (pustulosa) resistente ao tra-
tamento tópico e aos antibióticos orais e na acne que produz cicatriz, com eficácia
bem documentada.29 Contudo não é capaz de amenizar ou eliminar as cicatrizes,
nesta fase (somente após a conclusão do uso do roacutam e o preparo adequado
da pele) entra o microagulhamento reorganizando essa pele.
No Brasil, as pesquisas a partir do uso do medicamento iniciaram-se em
1982, com a remissão do primeiro paciente pela isotretinoína oral. Em 1985, ocor-
reu a primeira publicação brasileira, evidenciando o resultado de um estudo que
teve como amostra 25 indivíduos acometidos pela acne vulgar, tratados com dife-
rentes dosagens, pelo fato de não haver uma concentração estabelecida para esse
tratamento na literatura na época. Houve em 24 dos casos um excelente resultado,
e regular em apenas um, e com o passar dos anos, apenas dois casos recidivaram.
Já em 1993, iniciou-se a comercialização do fármaco no Brasil, que se encontra
regulamentada pela Portaria n° 344, de 12 de maio de 1998, que descreve que
os mesmos deverão ser prescritos através da Notificação médica de Receita Espe-
cial.30
Os retinóides são moléculas pequenas que atuam como hormônios e de-
senvolvem sua atividade biológica através da ativação de receptores nucleares - os
receptores do ácido retinóico (RAR) e os receptores retinóides X (RXR). 31
Diminuem o tamanho das células das glândulas sebáceas e inibem a sua
29 - CAJUEIRO, E. DE S.; LIMA, L. B. R.; PARTATA, A. K. Isotretinoína e suas propriedades farmacológicas. 2013.
30 - CAJUEIRO, E. DE S.; LIMA, L. B. R.; PARTATA, A. K. Isotretinoína e suas propriedades farmacológicas. 2013.
31 - BERNARDINA, MIRELA; RIBEIRO, RÉGIS K. B.; COSTA, FÁBIO P. P.; CAVALCANTE, JAIRO C. Avaliação laboratorial do perfil lipídico e testes
de lesão hepatocelular em pacientes com acne vulgar sob uso de isotretinoína oral. 2011.
37
atividade, reduzindo assim, a produção de sebo, aumentando a separação das cé-
lulas foliculares pilossebáceas. Afetam também o processo de queratinização ex-
cessiva; diminuem o número de precursores da produção de queratina; tornam os
desmossomos menores e menos desenvolvidos; contudo observamos um estrato
córneo menos organizado e mais fino, e bem mais sensível, devido à perda de
camadas superficiais. E são estes efeitos, que reduzem significativamente o cresci-
mento do P. acnes nas lesões, diminuindo a inflamação.32
Após administração oral, o pico de concentração plasmática da isotretinoí-
na é atingido em cerca de 2 a 4 horas. Aproximadamente 20% da isotretinoína
são absorvidos quando administrados com estômago vazio, aumentando para
40% quando em presença de alimento. O principal metabólito da isotretinoína
é a 4-oxo-isotretinoína que é excretada pela bile após ser conjugada com o ácido
glicurônico, possuindo meia-vida média de eliminação de 25 horas. Com a admi-
nistração repetida, a concentração de equilíbrio é estabelecida em 5 a 7 dias.33
Estudos farmacocinéticos realizados em animais recebendo doses orais de
isotretinoína, indicam que esta substância lipofílica possui distribuição tissular de
15 minutos com máximo de 1 hora e declínio até níveis não detectáveis em um
período de 24 horas em muitos tecidos, tais como o hepático, renal, ovariano,
adrenal e glândulas lacrimais. A isotretinoína é excretada pela via urinária, sendo
possível detectar na urina a presença de quantidades baixas de isotretinoína não
conjugada. Entretanto, a excreção de cerca de 53 a 74% da isotretinoína adminis-
trada ocorre nas fezes, como resultado de uma absorção incompleta, eliminação
biliar ou recirculação entero-hepática. 34
A isotretinoína é comercializada também em forma tópica, na concentra-
ção de 0,05% na forma de gel secante, indicado para peles oleosas. Receia-se que
a sensibilização seja muito maior que com a tretinoína. ISOTREXIN® do laboratório
Stiefel, é encontrado sob a forma gel sendo indicado no tratamento de acne vulgar
leve a moderada, sendo efetivo no tratamento de lesões inflamatórias e não-infla-
32 - CAJUEIRO, E. DE S.; LIMA, L. B. R.; PARTATA, A. K. Isotretinoína e suas propriedades farmacológicas. 2013.
33 - GUIMARÃES, D.; LIMA, E.M.; FILHO, N. R. A. Isotretinoína: perfis farmacológico, farmacocinético e analítico. 2002.
34 - GUIMARÃES, D.; LIMA, E. M.; FILHO, N. R. A.Isotretinoína: perfis farmacológico, farmacocinético e analítico. 2002.
38
matórias. As advertências contidas na bula são: Não há evidências que compro-
vem a segurança do uso de isotretinoína tópica na gravidez. Estudos experimentais
em animais não indicaram efeitos prejudiciais diretos ou indiretos relacionados ao
desenvolvimento do embrião ou feto durante o curso da gestação e no desenvolvi-
mento pré e pós-natal. Estudos de reprodução conduzidos em coelhos que usaram
ISOTREXIN® gel em uma concentração 60 vezes maior que a posologia humana
não revelaram alterações prejudiciais ao feto. No entanto, estudos realizados com
a isotretinoína sistêmica em humanos demonstraram a sua associação com a te-
ratogenicidade, como por exemplo defeitos de formação da face, das orelhas, do
coração e do sistema nervoso e, portanto, ISOTREXIN® gel não deve ser utilizado
em mulheres grávidas. Para aquelas que pretendem engravidar em um curto espa-
ço de tempo, devem ser tomadas medidas efetivas que previnam a gravidez antes,
durante e logo após o término do tratamento com ISOTREXIN® gel. Não existem
evidências de risco com o uso de eritromicina tópica em gestantes. A absorção per-
cutânea da isotretinoína de ISOTREXIN® gel é desprezível. No entanto, como não
existem dados que comprovem a ausência da isotretinoína no leite, ISOTREXIN®
gel, assim como muitos medicamentos, não deve ser utilizado durante a lactação.
ISOTREXIN® gel não deve entrar em contato com a boca, olhos e outras membra-
nas mucosas. O produto não deve ser aplicado na pele lesada, eczematosa, com
fissuras ou que apresente queimadura solar. Em regiões sensíveis como o pescoço,
o produto deve ser aplicado com cuidado. Evitar a exposição excessiva das áreas
que estão sendo tratadas com ISOTREXIN® gel ao sol (radiação ultravioleta/ luz
solar e artificial), protegendo-as com a utilização de um protetor solar com, no
mínimo, FPS 15. Cosméticos não-oleosos podem ser utilizados, desde que a área
da pele a ser tratada com ISOTREXIN® gel seja limpa e seca antes da aplicação do
produto.
O USO DA ISOTRETINOÍNA ORAL PODE APRESENTAR REAÇÕES:35
- Muito comuns (ocorre em 10% ou mais dos pacientes que utilizam este
medicamento): Desordens sanguíneas e do sistema linfático: anemia, aumento nas
35 - Roacutan Roche, isotretinoína. Bula aprovada pela ANVISA em 21/03/2013.
39
plaquetas ou diminuição da contagem plaquetária (trombocitopenia), elevação da
taxa de sedimentação. Desordens sensoriais: blefarite, conjuntivite, irritação ocu-
lar, ressecamento ocular. Desordens hepáticas e biliares: elevações transitórias e
reversíveis de transaminases hepáticas. Pele e anexos: fragilidade cutânea, prurido,
ressecamento da pele e lábios. Desordens do sistema musculoesquelético: mialgia
(dores musculares), artralgia (dores articulares), lombalgia (dor na região lombar).
Alterações laboratoriais: aumento de triglicérides e colesterol séricos, diminuição
de HDL.
- Comuns (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medica-
mento): Desordens sanguíneas e do sistema linfático: neutropenia. Desordens do
sistema nervoso central: cefaleia. Desordens do sistema respiratório: ressecamento
da mucosa nasal (epistaxe). Outras reações: hematúria, proteinúria.
- Raras (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medica-
mento): Desordens do sistema nervoso central e psiquiátricas: depressão. Pele e
anexos: alopecia reversível, reações alérgicas da pele. Outras reações: hipersensibi-
lidade sistêmica.
- Muito raras (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este
medicamento): Infecções: infecções bacterianas locais ou sistêmicas por microrga-
nismos Gram-positivos (Staphylococcus aureus). Desordens sanguíneas e do sistema
linfático: linfadenopatia. Alterações laboratoriais: hiperuricemia, diabetes mellitus,
células brancas na urina. Desordens do sistema nervoso central e psiquiátricas: au-
mento da pressão intracraniana (pseudotumor cerebral), alterações comportamen-
tais, tentativa de suicídio, suicídio, convulsões, tontura, insônia, letargia, parestesia,
síncope. Desordens sensoriais: distúrbios visuais, catarata lenticular, visão turva,
distúrbios visuais de cor (reversível com a descontinuação), intolerância a lentes
de contato, opacidade da córnea, distúrbios da adaptação ao escuro (visão noturna
diminuída), ceratite, fotofobia, papiledema como sinal de hipertensão intracrania-
na benigna audição comprometida em algumas frequências e zumbido. Desordens
do sistema respiratório: broncoespasmo (particularmente em pacientes com uma
história prévia de asma), ressecamento da faringe (rouquidão). Desordens do siste-
ma gastrintestinal: colite, ileíte e hemorragia gastrintestinal, náusea, diarreia grave,
40
doença inflamatória intestinal, como doença de Crohn. Pacientes tratados com
Roacutan® especialmente aqueles com altos níveis de triglicérides apresentam ris-
co de desenvolver pancreatite (pancreatite fatal raramente relatada). Desordens
hepáticas e biliares: hepatite. Desordens cardiovasculares: palpitação, taquicardia.
Pele e anexos: exantema, acne fulminante, piora da acne (ocorre no início do trata-
mento e persiste durante várias semanas), dermatite facial, distrofia ungueal, hir-
sutismo, granuloma piogênico, paroníquia, sudorese, hiperpigmentação da pele,
fotossensibilidade, aumento na formação de tecidos de granulação. Desordens do
sistema musculoesquelético: hiperosteose, artrite, calcificação dos ligamentos e
tendões, redução na densidade óssea, fechamento epifisário prematuro, tendini-
te. Outras reações: glomerulonefrite, vasculite (inflamação da parede dos vasos)
(por exemplo, granulomatose de Wegener), vasculite alérgica, edema e fadiga.
ISOTRETINOÍNA: EFEITOS ADVERSOS E CONTRA INDICAÇÕES
Indicações: acne nódulo-cística e acne resistente ao tratamento convencional. Os
efeitos adversos clínicos da isotretinoína são efeitos mucocutâneos e efeitos tóxi-
cos sistêmicos.
As alterações nas membranas mucosas e pele são decorrentes da diminui-
ção da produção de sebo, redução da espessura do estrato córneo e alteração da
função de barreira da pele. A secura labial ocorre em 100% dos casos e queilite em
95%, já podendo ser observadas, nos primeiros dez dias do tratamento. O resse-
camento da mucosa nasal (50%) e oral (40%), a epistaxe em 30% dos casos, e ble-
faroconjuntivite surgem em 25% dos pacientes, sendo controladas com lubrifican-
tes oculares. Dermatite asteatósica, prurido e descamação da pele são frequentes
(25%), podendo surgir fissuras digitais. A fotossensibilidade em 40% dos casos.
Exposições à luz solar e aos raios ultravioletas devem ser evitados. Quando neces-
sário, utilizar fatores de proteção elevados com FPS superior a 20. O uso associado
de agentes queratolíticos ou esfoliantes tópicos deve ser evitado, por causa do ris-
co de irritação cutânea. Dermoabrasão agressiva, química e tratamentos cutâneos
com laser devem ser evitados em pacientes que usam isotretinoína e até cinco ou
seis meses após o tratamento, por causa do risco de cicatrização hipertrófica em
áreas atípicas e mais raramente hiper ou hipopigmentação nas áreas tratadas. A
41
depilação mecânica (com cera) deve ser evitada durante e pelo menos por perío-
do de seis meses após o tratamento, por causa da possibilidade de exulceração,
cicatriz ou dermatite.36
O eflúvio telógeno (queda intensa de cabelos que estão na fase telóge-
na) em até 25% dos pacientes, desaparecendo após o término do tratamento. As
infecções cutâneas por S. aureus podem ocorrer, por causa do aumento de sua
colonização, decorrente da redução da produção do sebo. Fragilidade ungueal,
granulomas periungueais e paroníquias são observados.37
A toxicidade sistêmica dos retinóides pode atingir músculos, ossos, trato
gastrointestinal, sistema nervoso central, olhos, ouvidos, rins e tireoide. Altera-
ções ósseas foram observadas. Efeitos no sistema nervoso central são raros, e as
que se apresentam são em forma de cefaleias severas, pseudomotores cerebral,
diminuição de libido, impotência e insônia. A medida sérica das enzimas hepáticas
e lipídeos são consideradas como rotina pela maioria dos médicos, no início e du-
rante o tratamento, porém a frequência da monitorização laboratorial rigorosa
tem diminuído, ao longo destes 34 anos de publicações, e cada vez mais, enfa-
tizam-se os cuidados com relação aos efeitos teratogênicos e ao uso rigoroso de
métodos contraceptivos.38
Distúrbios psiquiátricos como depressão, sintomas psicóticos, raras tenta-
tivas de suicídio e suicídio foram relatadas nos pacientes tratados com isotretinoí-
na. Embora uma relação causal não tenha sido estabelecida para esses eventos,
cuidados especiais precisam ser tomados em pacientes com história de depressão
e todos os pacientes devem ser supervisionados quanto à ocorrência de sinais de
depressão e encaminhados para tratamento apropriado, caso necessário. Contu-
do, não se pode afirmar a relação da administração da isotretinoína a quadros de-
pressivos, por não haver uma comprovação científica disponível, e sim, relatos de
casos baseados na clínica, mas que não foram reproduzidos em estudos epidemio-
36 -Roacutan Roche, isotretinoína. Bula aprovada pela ANVISA em 21/03/2013
37 - Roacutan Roche, isotretinoína. Bula aprovada pela ANVISA em 21/03/2013.
38 - BRITO, MARIA DE FÁTIMA DE M.; SANT’ANNA, IARA P.; GALINDO, JULIANA C. S. Avaliação dos efeitos adversos clínicos e alterações labo-
ratoriais em pacientes com acne vulgar tratados com isotretinoína oral. An. Bras. Dermatol, 2010.
42
lógicos. A interrupção do tratamento pode não resultar em alívio dos sintomas, e
a avaliação psicológica ou psiquiátrica pode ser necessária.
O impacto psicossocial causado em pacientes portadores de acne severa e
de suas cicatrizes torna indispensávelo estabelecimento de um tratamento preco-
ce, seguro e eficiente, para melhorar sua qualidade de vida. Alguns efeitos podem
persistir ou se manifestar meses ou anos após o término do tratamento, não sen-
do, contudo, graves.39
Apesar dos textos acima afirmarem os níveis de segurança e sucesso dos
tratamentos à base de isotretinoína, acredito que os profissionais da estética de-
vem esgotar todo e qualquer tratamento cosmético e monitoração home care,
para daí então incentivar o uso desta droga prescrita pela medicina. É fato que
podemos ter sucesso com a cosmetologia bem-feita e científica, porém, depende-
mos também da adesão intensa do paciente aos tratamentos estéticos e cosme-
tológicos.
A isotretinoína é encontrada comercialmente como Roacutan®, que con-
tém óleo de soja, óleo de soja parcialmente hidrogenado e óleo de soja hidrogena-
do. Portanto, Roacutan® está contraindicado a pacientes alérgicos à soja; não deve
ser administrado a pacientes alérgicos a parabenos (usados como conservantes da
cápsula gelatinosa). Ele se encontra na forma de cápsulas gelatinosas de 10 mg ou
20 mg em caixas com 30 cápsulas, com prazo de validade de 36 meses a partir da
data de fabricação.40
O uso da isotretinoína em pacientes com idade inferior a 12 anos ainda não
foi estudada. A doação de sangue pelos pacientes deve ser evitada durante, e até
um mês após o tratamento, para prevenir exposição acidental e risco potencial
para fetos de gestantes que se submetam a transfusões.41
Devem ser evitados durante o uso da isotretinoína oral as tetraciclinas, mi-
39 - BRITO, M. DE F. DE M.; SANT’ANNA, I. P.; GALINDO, J. C. S. Avaliação dos efeitos adversos clínicos e alterações laboratoriais em pacientes
com acne vulgar tratados com isotretinoína oral. An. Bras. Dermatol, 2010.
40 - Roacutan Roche, isotretinoína. Bula aprovada pela ANVISA em 21/03/2013.
41 - Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. CONSULTA PÚBLICA Nº 10, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2009. Disponível em: http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2009/cop0010_07_12_2009.html acesso em 16 de dezembro de 2018.
43
nociclina e doxiciclina pelo risco de aumento da pressão intracraniana e fototo-
xicidade, do metotrexato e álcool devido à hepatotoxicidade e, suplementos de
vitamina A que podem ocasionar hipervitaminose A. 42
Devido a sua ação lipofílica, a absorção é variável e, por ser droga muito
sensível à luz e ao oxigênio, há dificuldade no desenvolvimento de formulações
estáveis. Isso significa que, ao prescrever essa droga, é imprescindível ter absoluta
confiança em sua origem.
ISOTRETINOÍNA E O RISCO DA GRAVIDEZ
A isotretinoína, derivada da vitamina A é caracterizada como uma droga
de categoria X. Desde a sua aprovação em 1982, é preocupação da FDA prevenir a
exposição fetal à isotretinoína. O teste de gravidez começou a ser solicitado quan-
do este medicamento é prescrito. Entretanto, este procedimento, não mudou o
nível de exposição fetal, as pacientes falham em usar dois métodos contraceptivos,
principal motivo de exposição fetal. 43
Quando bem recomendado e receitado pela classe médica a maioria dos
pacientes responde a este tratamento com cura definitiva da acne. A isotretinoína
é considerada uma medicação segura e o único risco irreversível é, em mulheres, a
ação teratogênica, principalmente durante os primeiros meses de gestação. O me-
canismo da teratogenicidade não é claro, mas pode ser decorrente de um exagero
no processo fisiológico de morte celular durante o desenvolvimento embrionário
pela vitamina A, além de uma redução na mobilidade das células mesenquimais,
resultando em anomalias do tecido mesodérmico. 44
Aproximadamente 18% a 28% de todos os fetos expostos à isotretinoína
durante a gestação apresentaram deformidades, chamadas embriopatias pelo re-
tinóide. Os defeitos são característicos, não se relacionam à dose e incluem anor-
42 - GUIMARÃES, D.; LIMA, E. M.; FILHO, N. R.A..Isotretinoína: perfis farmacológico, farmacocinético e analítico. 2002.
43 - NAKAMURA, MARY U.; JUNIOR, LUIZ K.; PASQUALE, MARISA. Uso de fármacos na gravidez: benefício e custo. 2007.
44 - BERNARDINA, M.; RIBEIRO, RÉGIS K. B.; COSTA, F. P. P.; CAVALCANTE, J. C. Avaliação laboratorial do perfil lipídico e testes de lesão
hepatocelular em pacientes com acne vulgar sob uso de isotretitoína oral. 2011.
44
malidades do sistema nervoso central, anomalias craniofaciais, ouvido externo,
cardiovasculares, oculares, do timo e craniofaciais. Além das malformações, tam-
bém podem ocorrer abortos espontâneos (20%) e partos prematuros.45Quando a
gravidez ocorre durante o tratamento, pode ter evolução normal em 65 a 85% dos
casos ou os riscos incluem aborto espontâneo, em 18 a 20% dos casos e desenvol-
vimento de embriopatias graves, em 18 a 28% dos casos. 46
No período de lactação, o Roacutan® (isotretinoína comercializada) é al-
tamente lipofílico, por isso, a passagem do fármaco para o leite materno é mui-
to provável. Por causa dos efeitos adversos potenciais, o uso deste medicamento
deve ser evitado durante a lactação. 47
Portanto, nenhuma dose de isotretinoína sistêmica é considerada segura
durante o período gestacional e de lactação. O uso da Isotretinoína em mulheres
em idade fértil é uma questão de saúde pública devido aos riscos de abortos es-
pontâneos e eletivos, nascimento de crianças com malformações que requerem
tratamentos e serviços de saúde sucessivos e ininterruptos.
Nossa intenção em descrever minuciosamente o uso deste medicamento, é
trazer ao profissional da classe estética, não médica, o conhecimento necessário para
que possamos explicar aos nossos pacientes os riscos e danos que este medicamento
traz ao paciente, contudo por muitas vezes sendo ele a única opção de tratamento.
Mas penso que é nosso dever esgotar todo e qualquer recurso cosmetológico, para
então recomendar a procura de um profissional médico especializado no uso do ativo.
Bem como trazer conhecimento para o atendimento do paciente que já fez
uso da substância, pois comprovadamente, a pele nunca mais será a mesma de
antes do uso do ativo, apresentando hipersensibilidade, diminuição da espessura
epidérmica e reações diferenciadas aos tratamentos estéticos.
45 - BERNARDINA, M.; RIBEIRO, R. K. B.; COSTA, F. P. P.; CAVALCANTE, JAIRO C. Avaliação laboratorial do perfil lipídico e testes de lesão
hepatocelular em pacientes com acne vulgar sob uso de isotretitoína oral. 2011.
46 - SAMPAIO, S. DE A. P.; BAGATIN, E.. Experiência de 65 anos no tratamento da acne e de 26 anos com isotretinoína oral. An. Bras. Derma-
tol., 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abd/v83n4/a12v83n4.pdf
Acesso em 16 de dezembro de 2018.
47 - Roacutan Roche, isotretinoína. Bula aprovada pela ANVISA em 21/03/2013.
45
Como leitura complementar, sugerimos a leitura do capítulo 6 – ACNE, do
livro “PEELING: COMO EU FAÇO” página 81, para melhor compreensão da utili-
zação dos peelings químicos no manejo desta patologia. Bem como a leitura do
capítulo 12 – POLI-HIDROXIÁCIDO GLUCONOLACTONA, do livro “PEELING: COMO
EU FAÇO” página 167, pois esta é a substância mais indicada para uso posterior ao
consumo da isotretinoína.
Enfim o tratamento da acne deve ser especialmente individualizado, a
anamnese completa e detalhada é fundamental e de suma importância, onde se
deve levar em conta o sexo do indivíduo, a idade, alterações hormonais presentes,
tipo de lesões considerando especificamente o grau de evolução predominante no
ciclo da doença, bem como a localização das lesões (face ou tronco), número de
lesões e extensão de acometimento, e também a presença e tipo das cicatrizes.
Observar quais os motivos que levaram ao quadro de aparecimento da acne.
Lembrar também que a recomendação do uso da técnica do microagulha-
mento é uma excelente escolha para reverter os danos cicatriciais, mas não deve
ser usado durante a presença de processos inflamatórios, e deve ser realizado por
profissional habilitado.
Os cosméticos escolhidos devem ser norteados por princípios científicos,
que essencialmente contemplem a higienização da pele sem agredi-la, o controle
da hiperqueratinização folicular, domínio da proliferação da bactéria e eliminação
da mesma, controle e eliminação dos processos inflamatórios, regulação da hiper-
produção sebácea, e fundamentalmente o aumento dos índices de hidratação da
epiderme. Verifique os ativos no Capítulo X - PRINCÍPIOS ATIVOS, do livro “COS-
METOLOGIA: COMO EU FAÇO”. Volume I, página 245.
SUGESTÃO DE NOVOS PRODUTOS:
OLIGOMINERALS®6:48 é composto de um complexo de oligoelementos proteína-
minerais, preparado a partir de uma cultura de células de leveduras enriquecidas
48 - http://www.biovital.ind.br/wp-content/uploads/2016/11/lit_oligominerals6.pdf
46
com íons minerais. A complexação dos minerais com as proteínas acontece duran-
te a reprodução e crescimento das células. A reação em processo é acompanhada
através de ensaios HPLC até que não mais apresente íons inorgânicos livres. Em
seguida, o crescimento celular é interrompido com a ajuda de uma enzima proteo-
lítica, posteriormente filtrado. É um bioativo organo mineral completo, contendo
6 elementos essenciais para a saúde da célula, nas mesmas proporções que estes
são encontrados no plasma. Em formulações para o cuidado da pele tais como pele
estressada, cansada e agredida pelo sol, irá restaurar a aparência natural e o turgor
destas. ATIVIDADE BIOLÓGICA DOS OLIGOELEMENTOS SILÍCIO: biodisponível bio-
tecnologicamente, é o elemento chave constituinte de várias moléculas essenciais
para a formação do tecido conectivo, dentre elas o colágeno, elastina, mucopolis-
sacarídeos (condroitina sulfato) e, a estrutura das glicoproteínas. Schwartz &Chen
(1974)49 reportaram que cada proteína de cadeia alfa na molécula de colágeno
contém de 3-6 átomos de silício. No homem, as maiores concentrações de silício
são encontradas na pele, aorta, traqueia e tendões. Essa concentração diminui
com o envelhecimento, uma vez que a absorção intestinal de silício diminui com a
idade. Isto indica que um suprimento de silício em produtos para a pele madura,
pode ser de grande importância em tratamentos cosméticos, o qual ajuda manter
a pele com aspecto saudável, firme e resistente. COBRE: O íon cúprico catalisa a
formação de pontes de disulfeto que participam do processo de queratinização.
Também catalisa a formação de colágeno, elastina e ácidos nucleicos. Catalisa tam-
bém a formação de melanina, pois faz parte da tirosinase, um complexo proteico
+ cobre, que consequentemente, intervém na pigmentação da pele e dos cabelos.
O cobre é essencial no trabalho da tireoide, catalisa reações anti-inflamatórias.
Algumas metaloenzimas, tais como cytochrome oxidase e urinase, contém cobre.
Cobre tem uma ação antisséptica e bacteriostática, que são notavelmente anti-es-
treptococal. Age também sobre a Superóxido Dismutase e consequentemente fa-
vorece a neutralização dos radicais livres. O Cobre na sua forma biodisponível,
é a chave para manter os sistemas de defesa da pele, ajudando-a no processo
de queratinização normal. ZINCO: É um biocatalisador que intervém no sistema
endócrino e nas reações enzimáticas em nível dérmico. O Zinco é essencial para
a formação de células sanguíneas e a produção de hormônios das glândulas
49 - SCHWARTZ & CHEN. A bound form of silicon as a constituent of collagens. Fed. Proces. 33 p. 704-770 , 1974.
47
endócrinas, especialmente as glândulas genitais e pituitária. É essencial também
para a multiplicação celular e síntese de RNA e DNA. Regula a atividade de várias
enzimas da membrana tais como adenosina trifosfotase e fosfolipase A2, inibindo-
as. Isto ocorre porque o Zinco interrompe algumas atividades dependentes de
energia da membrana plasmática e melhora a integridade da membrana celular.
Além do mais, o Zinco parece ter uma ação protetora contra os radicais livres; ativa
a Superóxido Dismutase (S.O.D). O Zinco intervém no processo de defesa imunoló-
gica, ativando a enzima principal do sistema imunitário. A adenosina desaminase
(ADA). Estimula o crescimento dos cabelos e dos dentes. Na cosmetologia, é usado
principalmente por sua ação anti-seborreica. A hiperseborreia está estreitamente
relacionada com sensibilidade local de di-hidrotestosterona, a qual é derivada da
testosterona com 5 alfa redutase. O sebum excretado está em contato com mi-
cro-organismos, e a lipase aumenta a produção de ácidos graxos propiciando uma
atividade pro-inflamatória. Esta ação regularizadora do Zinco sobre a secreção se-
bácea foi comprovada tanto em animais quanto em humanos. Em animais, uma
deficiência de Zinco causa uma hipertrofia da glândula sebácea. Em humanos, a
deficiência de zinco está sempre ligada a uma dermatite seborreica, que é total-
mente reversível com um suplemento de zinco. Reduz a atividade da 5 alfa reduta-
se e a produção bacterial de lipase. O Zinco na sua forma biodisponível irá ajudar a
melhorar a aparência saudável da pele, minimizando as linhas finas causadas pelo
stress ambiental, normalizando a superfície da pele. MAGNÉSIO: É especialmente
indicado para as reações biológicas da derme, auxiliando na transferência do íon
sulfato do P.A.P.S. A ação do íon magnésio está ligada à do cálcio e participa: Na
produção de proteínas específicas com código genético, e contribui para a estabi-
lização da hélice dupla do DNA. Na síntese e no uso de ligações de muita energia.
Na verdade, o Magnésio é necessário para a síntese de vários compostos com li-
gações de muita energia de qualquer tipo. Por exemplo: a ligação anidrido fosfó-
rica encontrada principalmente no ATP ou ITP. Duas reações são essenciais para
qualquer atividade celular: A síntese de H2 e transporte de elétrons, tais como,
D.P.N -T.N. P e coenzima A. -A síntese e atividade de múltiplas enzimas (cerca de
300) necessárias para: metabolismo glucídico, metabolismo nucleico e protídico,
metabolismo lipídico. Esta breve explicação a respeito do Magnésio ilustra sua su-
prema importância na biologia. O Magnésio em sua forma biodisponível biotecno-
logicamente, irá energizar e tonificar a pele. O magnésio trabalha sinergicamente
48
com o zinco em promover a revitalização natural (propriedades revitalizadoras).
FERRO: O oligoelemento Ferro tem papel importante na respiração celular e na
transferência de elétrons. O ferro é um remineralizante, responsável pelo aspecto
de coloração saudável da pele, nutriente essencial para o metabolismo de oxigênio
e função mitocondrial na pele. Importante na homeostase da pele, atuando na
reparação de danos. Participa do processo intracelular de óxido-redução. Regula o
DNA mitocondrial na síntese das células metabolicamente ativas das células basais
da epiderme. Estimula a síntese de colágeno e a cicatrização da derme. Na pele,
as carências deste elemento manifestam-se por uma epiderme fina, seca e com
falta de elasticidade, em sua forma biodisponível promove a aparência saudável
da pele como um todo. Selênio: As propriedades captoras de radicais livres do
Selênio biodisponível biotecnologicamente o tornam um excelente componente
de formulações para a proteção da pele (como protetores solares, antioxidantes
etc.) ampliando a eficácia da formulação. Com o uso de selênio, é possível obter
cosméticos completos, eficazes, para minimizar os efeitos causados pela exposi-
ção à radiação solar, visto que o Selênio auxilia a neutralização dos radicais livres
formados pela radiação UVA e UVB. Enquanto os agentes químicos e físicos agem
filtrando os raios solares que chegam à superfície da pele, o Selênio protegerá a
pele contra os raios solares que atravessam a barreira física da pele, chegando a
níveis mais profundos.
CONCENTRAÇÃO USUAL: 2,0 %– 8,0 %. Usado em séruns, géis, loções, géis-cre-
mes, e emulsões não-iônicas.
pH (direto): 3,5 - 5,5
Uso noturno e diurno
BIOGENIC SA - 200: Nova tecnologia do ácido salicílico com um blend de alfa-hi-
droxiácidos que proporciona inúmeros benefícios para a pele, além de ser o único
encapsulado com alta estabilidade. Possui propriedades secante, antimicrobiana
e anti-inflamatória, indicado para quadros de acne ativa. Baixo potencial de irri-
tação da pele; excelente ação secativa; redução da hiperqueratinização promo-
vendo maciez e suavidade para a pele; estímulo da renovação celular; ação anti-
inflamatória e antimicrobiana.
49
CONCENTRAÇÃO USUAL: 3% a 7,5%
pH: não fornecido pela empresa.
Uso noturno
SUGESTÃO DE FÓRMULAS PARA ACNE
Acne ativa
Cutipure CLR ®.......................................................................................... 3%
Niacinamida.............................................................................................. 2%
VC-IP......................................................................................................... 6%
Prebiulin Fos™.......................................................................................... 2%
Zincidone ®............................................................................................... 3%
Oligominerals ® 6...................................................................................... 2%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP................................................... 50 g
pH estimado 5,0
Uso noturno
Hidratante pele acneica
Verochic ®................................................................................................. 5%
Melaflresh ™............................................................................................. 3%
Biogenic AS-200........................................................................................ 5%
Alfa bisabolol ........................................................................................ 0,5%
Miniporyl ®............................................................................................... 2%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP................................................... 50 g
pH estimado 5,0
Uso noturno e diurno
50
Minimiza poros para peles maduras
Vitinoxine ™ ............................................................................................. 4%
Vederine ®................................................................................................. 3%
Actiglucan ®.............................................................................................. 8%
P-Refinyl®............................................................................................... 0,5%
Asebiol ™.................................................................................................. 3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP................................................... 50 g
pH estimado 5,0
Uso noturno e diurno
Redução da hiperpigmentação pós-inflamatória
Biolumitá ®............................................................................................ .0,5%
Whitonyl ®................................................................................................ 5%
Phytosphingosine ®................................................................................ 0,1%
Biogenic AS-200........................................................................................ 4%
Modukine ™.............................................................................................. 1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP................................................... 50 g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
51
Capítulo III
ENVELHECIMENTO,
GLICAÇÃO E RADICAIS LIVRES
“ Sobreviver simplesmente, até
não será difícil. Sobreviver com
sucesso será quase impossível
para aqueles que não forem
realmente bons. E para ser a
melhor, você só precisa de uma
ferramenta: você mesma!
Paulo Moser “meu Pai”. Julho de 1995.
52
IVONE MOSER
FABIULA PEREIRA MANDUCA
O envelhecimento populacional, realidade vivida pelos países desenvolvi-
dos há algum tempo, e mais recentemente pelos países em desenvolvimento, é
representado por números expressivos.50
De acordo com dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), até o ano de 2025 o Brasil deverá possuir a sexta maior população idosa
do mundo, com aproximadamente 32 milhões de pessoas em idade superior a 60
anos, o que significará quase 13% da população brasileira.51
Falar de beleza é a um só tempo tratar de alguma coisa muito real, que des-
perta sentimentos intensos e inspira ações, que vão desde a contemplação reve-
rencial e silenciosa a ousadias de ordem conceitual e/ou material para desfrutá-la
e/ou produzi-la, mas que também se furta a uma definição objetiva.
O que significa para um homem ou uma mulher, ser feio, ou ser belo nos
tempos atuais? Quais são as perdas que ocorrem durante o envelhecimento do ser
humano? Quais os possíveis ganhos? E quais as perspectivas em relação a beleza
física atualmente para o indivíduo que envelhece?
Estas indagações atormentam todos aqueles que atravessam o período da
meia idade, ou seja, estão envelhecendo, investigar a maneira como o indivíduo
lida com o próprio envelhecimento e com as perdas identificatórias de um corpo
em transformação se faz necessário, pois, na maioria das vezes, estaremos lidan-
do em nossos consultórios com algo e com alguém que está numa posição pela
qual provavelmente ainda não passamos; com experiências que ainda não viven-
ciamos; com imagens corporais que ainda percebemos em nós mesmos. O profis-
50 - DANTAS, J.M.R., SILVA, E.M., LOURES, M.C. Lazer e sexualidade no envelhecer humano. Estudos Goiânia.
2002;29(5):1395–1420
51 = RIBEIRO, L.C.C. JESUS, M.V.N. Avaliando a incidência dos casos notificados de aids no Estado de Minas Gerais, no
período de 1999-2004. Cogitare enferm. 2006;1(2):113-6
53
sional que souber usar estas ferramentas terá muito mais chance de entender as
necessidades dos seus clientes.
A beleza encontra suporte nas definições que lhes dão dois consagrados
dicionários: o brasileiro Aurélio e o francês Larousse. Respectivamente, eles regis-
tram beleza como “coisa bela, muito agradável, ou muito gostosa” e “harmonia
física, moral ou artística, que inspira admiração e encantamento”. Resultado evi-
dente de tais registros que não só os cinco sentidos, mas, também outros elemen-
tos, como cânones estéticos, códigos morais e políticos e mesmo idiossincrasias,
que atuam como filtros através dos quais se percebe a presença ou a ausência de
beleza em pessoas, animais, coisas e fatos.
Tais dados, se por um lado restringem, por outro reforçam a validade da
expressão consagrada de que a beleza está nos olhos do observador. A restrição
se dá em sua dimensão mais formal, pois a beleza pode ser percebida tanto pela
visão como pelos demais sentidos como já disse; já o reforço se dá em seu espírito,
enfatizando a subjetividade apresentada como inerente à percepção da beleza.
Por sua geral indisposição em privilegiar dados biológicos como matriz de compor-
tamentos socioculturais, é congruente que este seja o entendimento que impera
na Antropologia a respeito da percepção da beleza.
Atribui-se ao envelhecimento, as perdas das referências identificatórias, a
perda da juventude, da beleza física e da saúde plena. Ativam-se mecanismos de
defesa adaptativos e a maneira de ajustar-se com estas perdas podem criar formas
sintomáticas e até mesmo patológicas de lidar com elas.
A forma como se lida com o envelhecimento, depende além de aspectos in-
dividuais de cada um, como também de fatores que se incluem na realidade social,
econômica e cultural onde o sujeito está inserido.
O processo do envelhecimento faz surgir sentimentos negativos, na maio-
ria das vezes interpretada como perdas, a referência de cansaço físico, fadiga, di-
minuição da força e falta de condicionamento físico, encontra-se relacionada a
aspectos biológicos e psicológicos. O principal aspecto biológico a ser abordado
54
é a insuficiência hormonal. Para a mulher a suspensão da menstruação pode ser
o marco evidente que se envelheceu, e que uma nova fase biológica se inicia. Os
ganhos positivos, porém, devem ser ressaltados, pois na sua maioria, todos os que
se encontram nesta fase da vida reforçam a ideia que a maturidade proporciona
ganhos subjetivos, que incluem conhecimento, segurança e enriquecimento inte-
rior, agregação de valores.
MECANISMOS QUE DESENCADEIAM O ENVELHECIMENTO
Os mecanismos que provocam as manifestações se inter-relacionam, como
aumento da glicação de proteínas, encurtamento dos telômeros, espécies reativas
de oxigênio, diminuição da autofagia celular, variação na expressão gênica protei-
ca, frequência de anomalias cromossômicas, variação no gene TOR152 e TOR2 e al-
terações mitocondriais e hormonais. Esses mecanismos associados levam à perda
da função mecânica e elástica do tecido cutâneo. Também pode ser interpretado
como mudanças nas funções dos genes sem alterar o código genético, ou seja, sem
alterar as sequências de bases (adenina, guanina, citosina e timina) da molécula
de DNA (ácido desoxirribonucleico).53
Estas mudanças ocorrem, principalmente, devido à falência da plasticidade
fenotípica, que se entende como a diminuição da habilidade das células em modi-
ficar seu comportamento em resposta à estímulos internos e externos. A falência
da plasticidade fenotípica é desencadeada por mecanismos que participam da re-
gulação da expressão gênica, tais como metilação do DNA, modificações pós-tra-
dicionais em histonas, RNAs não codificadores, entre outros.54
52 - Alvo de cinase proteica e rapamicina relacionada com PIK; subunidade de TORC1, um complexo que controla o crescimento em
resposta a nutrientes, regulando a tradução, transcrição, biogênese do ribossomo, transporte de nutrientes e autofagia; envolvido na meio-
se; TOR1 tem um parálogo, TOR2, que surgiu da duplicação completa do genoma. https://www.yeastgenome.org/locus/S000003827
53 - GALENA, Longevidade. Revista Galena Química Farmacêutica LTDA, Campinas, ano XXV, ed. 170, p.04, julho. 2016.
54 - GALENA, Longevidade. Revista Galena Química Farmacêutica LTDA, Campinas, ano XXV, ed. 170, p.04, julho, 2016.
55
Figura 1: OS NOVE BIOMARCADORES DE ENVELHECIMENTO
FONTE: desenho baseado os nove biomarcadores de envelhecimento.55
55 - Desenho baseado na fonte: Os nove Biomarcadores de Envelhecimento.Revista Galena: O efeito do tempo na pele, Campinas, ano
XXVI, ed.174, p.5, maio 2014.
56
Figura 2: BIOMARCADORES PRIMÁRIOS E BIOMARCADORES ANTAGONISTAS
FONTE: adaptado de: BIOMARCADORES DO ENVELHECIMENTO X MECANISMOS ENVOLVIDOS.56
56 - Desenho baseado na fonte: Biomarcadores do Envelhecimento X Mecanismos Envolvidos.Revista Galena: O efeito do tempo na pele,
Campinas, ano XXVI, ed.174, p.6, maio 2014.
57
GLICAÇÃO
A glicação ou “crosslinks” é a reação não enzimática entre proteínas e gli-
cose ou ribose que gera os produtos AGES - produtos de glicação avançada, (ad-
vanced glycation endproduct). Sabe-se que eles se acumulam em maior número e
quantidade, com o envelhecimento e no diabetes, sendo considerados marcadores
das complicações crônicas das doenças. Atuam, ainda, como fotossensibilizantes
e contribuem para acelerar o fotoenvelhecimento por precipitar a apoptose dos
fibroblastos. Isso é o que tem sido denominado glicação ou glicosilação do coláge-
no que colabora para a sua degeneração e a sua consequente alteração mecânica
dérmica (WONDRAK et al., 2002), (PAGEON et al., 2007).57
Os mecanismos alternativos de formação dos AGEs incluem a via chamada
de “estresse carbonílico” (BARBOSA ET AL.; 2009)58.
A hiperglicemia aumenta o influxo de glicose para o citoplasma da célula,
especificamente na mitocôndria. O excesso de glicose oxidada sobrecarrega a ca-
pacidade da mitocôndriae gera energia, elevando o estresse nessa organela. As
espécies reativas do oxigênio (EROs) geradas pelo estresse mitocondrial inibem as
enzimas da própria glicólise (oxidação da glicose) ativando rotas alternativas para
seus metabólitos. Uma das vias ativas nesse processo é a via da síntese do metil-
glioxal. Tal molécula é altamente reativa e se conjuga aos aminoácidos para formar
os AGEs. (DREGROOT, 2004; SARTORI E BECHARA, 2010).59
Glicação, AGEs e Resistência à Insulina, a interação com os receptores
AGES, os RAGEs, aumentam a expressão de mediadores inflamatórios, tais como
TNF-alfa, IL-6 e IL-1 beta aumentando os processos inflamatórios. Os AGEs intera-
gem com seus receptores de superfície, o RAGE, o CD36 o Lox-116, os receptores
varredores dos macrófagos ou AGERs 1-2-3. Esses receptores podem contribuir
para a formação e acúmulo dos AGEs. Mecanismos sinalizatórios de transdução
são instigados em um processo que requer o domínio citoplasmático do receptor,
57 - JÚNIOR, A. A. da S., et al. Rejuvenescimento cutâneo através da utilização de peelings químicos, p.15.
58 - SIMAS, L. A. W.Produtos finais de glicação (AGES), Revista de nutrição integrada, ano 2 n.03,p.05,2018.
59 - SIMAS, L. A. W.Produtos finais de glicação (AGES), Revista de nutrição integrada, ano 2 n.03,p.05,2018.
58
sendo o principal da sinalização AGEs – RAGE, a geração do estresse oxidativo, em
grande parte, por meio do sistema NADPH oxidase. Estabelecemos um ciclo vicio-
so do estresse oxidativo mais AGEs.60
Anormalidade da molécula de insulina pela glicação e pelo metilglioxal
podem contribuir para a patogênese da resistência à insulina. É provável que os
AGEs interfiram nas complexas vias moleculares da sinalização da insulina, assim
como na própria resistência à mesma. Os AGEs prejudicam a ação da insulina a
nível muscular, via formação de um complexo multimolecular incluindo RAGE/RS-1
(substrato 1 do receptor de insulina) Src e PKC-alfa (proteína quinase alfa), segun-
do Cassese et al., 2008.61
Apesar dos AGES ocorrerem em condições fisiológicas normais, sua produ-
ção é acelerada pela hiperglicemia. Várias patologias estão ligadas à resistência à
insulina.
60 - RODRIGUES, A. Eu Amo Exsynutriment. Biotec,Edição Especial. Revista Destinada a Profissionais da Área, p.08, ano 08, nº24, 2016.
Disponível em :<[email protected]>
61 - RODRIGUES, A. Eu Amo Exsynutriment. Biotec,Edição Especial. Revista Destinada a Profissionais da Área, p.08, ano 08, nº24 2016.
Disponível em :<[email protected]>
59
Figura 3: DESENCADEAMENTO DO AUMENTO DA
RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA A INSULINA
FONTE: desenho baseado em excesso de peso, ingestão excessiva
de carboidratos, estilo de vida sedentária, genética62
Outra característica da glicação é que, com o tempo há um amarelamento
ou uma caramelização das proteínas por meio da Reação de Maillard. Isto é veri-
ficado na glicação induzida. O colágeno tipo I encontra-se adquirindo uma tonali-
zação amarelada, que é aumentado significativamente nos diabéticos. Existe tam-
bém o desenvolvimento nas áreas fotoexpostas da pele, onde os efeitos da glica-
62 - RODRIGUES, A. Eu Amo Exsynutriment. Biotec,Edição Especial. Revista Destinada a Profissionais da Área, p.08, ano 08, nº24, 2016.
Disponível em :<[email protected]>
60
ção pronunciam-se com a radiação solar. (JEANMAIRE C., 2001; Y. OGURA 2011).63
Sabe-se que o envelhecimento cutâneo resulta de uma sucessão de círcu-
los viciosos onde se misturam fenômenos repetitivos como o estresse oxidativo, a
glicação proteica e a determinação da matriz extracelular.64
Os tecidos conjuntivos, dentre os quais a derme, são caracterizados pela
presença de uma matriz extracelular, constituídas principalmente de proteoglica-
nos e glicosaminoglicanos, de fibras de colágeno e elastina, e de glicoproteínas
de estrutura. Estes constituintes organizam-se de forma precisa para formar uma
rede tridimensional (organização supramolecular), que confere suas propriedades
mecânicas a este tecido, mais que intervém também nas suas atividades metabó-
licas (AUMAILLEY, 1994).65
Certas macromoléculas constitutivas da matriz extracelular são estreita-
mente associadas às células da derme e lhes permitem “controlar” a composição
do seu ambiente. A atividade metabólica das células dérmicas é modulada pelas
suas interações com a matriz extracelular e alguns proteoglicanos fixam fatores de
crescimento (TGFβ, FGF), constituindo assim uma reserva extracelular de fatores
liberados por degradação parcial dos proteoglicanos. A matriz extracelular partici-
pa ativamente na atividade metabólica da derme.66
A glicoxidação só acontece em moléculas que já sofreram o processo de
glicação. Essa ligação é irreversível, como as fibras de colágeno e elastina ficam
enrijecidas, elas acabam perdendo suas funções, já o excesso de radicais livres
permite que essa massa de colágenos sofra oxidação.
A ingesta incorreta e em excesso de carboidratos rápidos, como açúcar e
farinha branca, aumenta o nível de açúcar no sangue , esse processo se acumulará
no organismo e inicia-se o processo de glicação, que favorecerá a quebra da elasti-
63 - RODRIGUES, A. Eu Amo Exsynutriment. Biotec,Edição Especial. Revista Destinada a Profissionais da Área, p.07, ano 08, nº24. 2016.
Disponível em :<[email protected]>
64 - SOUZA,M. A. Dossiê – Exsynutriment, p. 10 – out 2009. Disponível em:<[email protected]> em 14 out. 2009.
65 - SOUZA,M. A. Dossiê – Exsynutriment, p. 10 – out 2009. Disponível em:<[email protected]> em 14 out. 2009.
66 - SOUZA,M. A. Dossiê – Exsynutriment, p. 11– out 2009. Disponível em:<[email protected]> em 14 out. 2009.
61
na e do colágeno, e como consequência, com o tempo poderemos observar a desorga-
nização da arquitetura da pele e uma perda acentuada das proteínas de sustentação,
aparição de linhas, rugas e sulcos cada vez mais profundos, sendo este, um processo
lento que ocorre ao longo do tempo, mesmo que o paciente faça cirurgias estéticas,
aplicação de toxina botulínica e hialurônico, microagulhamento ou peelings, sua pele
não responderá satisfatoriamente ou o resultado pode não ser duradouro.
RADICAIS LIVRES
Radicais livres são átomos ou moléculas que apresentam um elétron ou
mais despareado, com existência independente tornando-o um composto alta-
mente instável e reativo.67
Figura 4: RADICAIS LIVRES
FONTE: desenho baseado nas estruturas dos radicais livres.68
67 - HALLIWELL, B. Free radicals and antioxidants: a personal view. Nutrition Reviews, New York, v.52, n.8, p.253-265, 1994
68 - Desenho baseado na fonte Radicais Livres. Disponível em: ˂https://www.google.com/search?q=forma%C3%A7%C3%A3o+dos+radicai
s+livres&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqsf_u8LDfAhWBFZAKHX99Bc0Q_AUIDigB&biw=1366&bih=626#imgrc=mF8G63FEo
WtPmM dez ˃ acesso 17 dez 2018.
62
Esta configuração faz dos radicais livres moléculas altamente instáveis, com
meia-vida curtíssima e quimicamente muito reativas. A presença destes radicais
oxidativos torna crítica a manutenção de muitas funções celulares fisiológicas nor-
mais.69
Quadro 3: FONTES ENDÓGENAS E EXÓGENAS DE RADICAIS LIVRES70
Fontes endógenas Fontes exógenas
Respiração aeróbica Ozônio
Inflamações Radiações gama, ultravioleta e luzes visíveis
Peroxissomos Medicamentos
Enzimas do citocromo P450 Dieta, Alcoolismo, Drogadição, Cigarro
Fonte: Cerutti, 1991 BIANCHI, M. de L. P.; Antunes, L. M. G RADICAIS LIVRES E OS PRINCIPAIS ANTIOXIDAN-
TES DA DIETA.http://www.scielo.br/pdf/rn/ v12n2/v12n2a01.pdf acesso em 11 de outubro de 2018.
Este elétron simples confere um imenso potencial oxidativo, bem como redutor
às espécies moleculares, através de reações de oxidação-redução. Podem então ceder
o elétron despareado, oxidando-se, ou receber outro, reduzindo-se. A estrutura incom-
pleta do radical livre confere-lhe assim a capacidade de ligar-se inespecificamente e cer-
tamente erroneamente a outras moléculas, completas e estáveis, promovendo reações
em cadeia capazes de causar danos em diferentes elementos celulares. Os radicais livres
estão então envolvidos na peroxidação dos lipídios da membrana citoplasmática, na
agressão às proteínas dos tecidos e das membranas, às enzimas, glicídios e DNA, e ainda
na foto carcinogênese e foto envelhecimento.71
69 - POMPELLA, A. Biochemistry and histochemistry of oxidant stress and lipid peroxidation. International Journal of Vitamin and Nutrition
Research, Bern, v.67, n.5, p.289-297, 1997.
70 - CERUTTI, P.A. Oxidant stress and carcinogenesis. European Journal of Clinical Investigation, Oxford, v.21, n.1, p.1-5, 1991.
71 - BARREIROS, A.; DAVID, J. Estresse oxidativo: relação entre geração de espécies reativas e defesas do organismo. Quim. Nova, Vol. 29,
No. 1, 113-123, 2006
63
Algumas doenças e disfunções relacionadas com o aumento da produção
de radicais livre.
Artrite;
Disfunção cerebral;
Aterosclerose;
Cardiopatias;
Diabetes;
Enfisema;
Catarata;
Envelhecimento;
Esclerose múltipla;
Todos os tipos de Câncer;
Inflamações crônicas e agudas;
Doenças do sistema imune;
Fotoenvelhecimento;
Uso de drogas lícitas e ilícitas;
Tabagismo;
Consumo de álcool;
Estresse;72
72 - A soma de respostas físicas e mentais causadas por determinados estímulos externos (estressores), as quais permitem, ao indivíduo (humano
ou animal), superar determinadas exigências do meio ambiente; O desgaste físico e mental causado por esse processo. O termo “estresse” foi to-
mado emprestado da física, onde designa a tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais, e usado pela primeira vez no sentido hodierno
em 1936 pelo médico Hans Selye na revista científica Nature. O estresse pode ser causado pela ansiedade e pela depressão devido à mudança
brusca no estilo de vida e a exposição a um determinado ambiente, que leva a pessoa a sentir um determinado tipo de angústia. Quando os
sintomas de estresse persistem por um longo intervalo de tempo, podem ocorrer sentimentos de evasão (ligados à ansiedade e depressão).[a]
Os nossos mecanismos de defesa passam a não responder de uma forma eficaz, aumentando, assim, a possibilidade de vir a ocorrer doenças,
especialmente cardiovasculares. Alguns medicamentos podem desenvolver ou piorar os sintomas de estresse, como:
• Medicamentos inaladores usados para tratar asma;
• Medicamentos para tireoide;
• Algumas pílulas dietéticas;
• Alguns remédios para resfriado.
• Produtos com cafeína, cocaína, álcool e tabaco também podem provocar ou piorar os sintomas.
Quando os sintomas ocorrem com frequência, o indivíduo pode sofrer distúrbios de ansiedade. O tratamento para o estresse consiste em 3
abordagens: Administrar os estressores, aumentar a resistência aos estressores e mudar a forma de enfrentar o estressor. Os termos “estresse”,
“agaste” e “consumição”, foram usados por Selye (1976)[b] com um sentido neutro - nem positivo nem negativo. Ele os definiu como «reação
não específica do corpo a qualquer tipo de exigência». A partir dessa definição, Selye diferencia dois tipos de estresse: o eustresse (eus-
tress) ou agaste, que indica a situação em que o indivíduo possui meios (físicos, psíquicos...) de lidar com a situação, e o distresse (distress)
ou esgotamento, que indica a situação em que a exigência é maior do que os meios para enfrentá-la. Apesar de ainda ser usado em inglês,
o termo “distresse” caiu quase em desuso, sendo substituído pelo próprio termo estresse, que passou a ter o sentido (atual) negativo de
64
Supressão de sono.
O emprego e utilização de compostos antioxidantes encontrados na dieta
ou mesmo sintéticos é um dos mecanismos de defesa contra os radicais livres que
podem ser empregados nas indústrias de alimentos, cosméticos, bebidas e na me-
dicina, sendo que por muitas vezes os próprios medicamentos ampliam a geração
intracelular desses radicais.73,74
As formações de Radicais Livres são um processo contínuo e fisiológico, ge-
rados dentro das mitocôndrias, citoplasmas ou membranas celulares, eles atuam
como mediadores para transferência de elétrons nas várias reações bioquímicas,
a produção adequada gera Trifosfato de adenosina- ATP 75 (energia), por meio de
uma cadeia transportadora de elétrons, que atua na ativação de genes, fertilização
desgaste físico e emocional.[c] Outro termo importante no estudo do estresse é o termo “estressor” ou “esgotador”, que indica um evento
ou acontecimento que exige, do indivíduo, uma reação adaptativa à nova situação. A essa reação, se dá o nome de coping (termo da língua
inglesa que significa «lidar com»). Tais reações de coping ou adaptação podem ser funcionais ou disfuncionais, conforme cumpram ou não
sua função na superação da situação na adaptação a ela.[d]
Os estressores, dependendo do grau de sua nocividade e do tempo necessário para o processo de adaptação, dividem-se em[f]:
- Acontecimentos biográficos críticos (em inglês, Life events): são acontecimentos (a) localizáveis no tempo e no espaço, (b) que
exigem uma reestruturação profunda da situação de vida e (c) provocam reações afetivo-emocionais de longa duração. Esses
acontecimentos podem ser positivos e negativos e ter diferentes graus de normatividade, ou seja, de exigência social. Exemplos
são casamento, nascimento de um filho, morte súbita de uma pessoa, acidente etc.;
- Estressores traumáticos: são um tipo especial de acontecimentos biográficos críticos que possuem uma intensidade muito grande e
que ultrapassam a capacidade adaptativa do indivíduo (ver trauma);
- Estressores cotidianos (em inglês, daily hassels): são acontecimentos desgastantes do dia a dia, que interferem no bem-estar do
indivíduo, o qual vê essas experiências como ameaçadoras, dolorosas, frustrantes ou como perdas. São exemplos: problemas com
peso ou aparência, problemas de saúde de parentes próximos que exigem cuidados, aborrecimentos com acontecimentos diários
(cuidados com a casa, aumento de preços, preocupações financeiras etc.);
- Estressores crônicos (em inglês, chronic strain): são (a) situações ou condições que se estendem por um período relativamente lon-
go e trazem, consigo, experiências repetidas e crônicas de estresse (exemplos: excesso de trabalho, desemprego etc.) e (b) situações
pontuais (ou seja, com começo e fim definidos) que trazem, consigo, consequências duradouras (Exemplo: estresse causado por
problemas decorrentes do divórcio).
[a] Cabral, João Carlos Centurion; Veleda, Gessyka Wanglon; Mazzoleni, Martina; Colares, Elton Pinto; Neiva-Silva, Lucas; Neves, Vera
Torres das (2016). «Stress and Cognitive Reserve as independent factors of neuropsychological performance in healthy elderly». Ciên-
cia & Saúde Coletiva. 21 (11): 3499–3508. ISSN 1413-8123. doi:10.1590/1413-812320152111.17452015
[b] Seyle, H. (1976). Stress in health and disease. Boston: Butterworth.
[c] Nitsch, Jürgen R. (1981). “Zur gegenstandbestimmung der Stressforschung”. Em J.R. Nitsch (Hrsg.), Stress. Theorien, Untersuchun-
gen, Massnahmen (p. 29-51). Bern: Huber.
[d, f] Perrez, Laireiter & Baumann, 2005, cap. 11 em: Meinrad Perrez & Urs Baumann, Urs (2005) (Hrgs.). Lehrbuch klinische Psycholo-
gie - Psychotherapie, 3. Aufl. Bern: Huber.
73 - DOROSHOW, J.H. Effect of anthracycline antibiotics on oxygen radical formation in rat heart. Cancer Research, Baltimore, v.43, n.2,
p.460-472, 1983.
74 - HALLIWELL, B., AESCHBACH, R., LÖLINGER, J., ARUOMA, O.I. The characterization on antioxidants.Food and Chemical Toxicology,
Oxford, v. 33, n. 7, p. 601-617, 1995.
75 - FISHER, G.J., KANG, S., VARANI, J., et al. Mecanismos de fotoenvelhecimento e cronologia anti-idade. Arch Dermatol 2002, 138:1462-70
65
de óvulos, mecanismos de defesa durante os processos infecciosos, contudo, sua
produção excessiva pode gerar danos oxidativos. Algumas de suas espécies são:
radical semiquinona, oxigênio singlet (ou atômico, ou livre, ou simples), radical
superóxido, óxido nítrico e radical hidroxila. 76, 77
Quadro 4: ALGUNS RADICAIS LIVRES E SUAS CARACTERÍSTICAS
Radical Características
Superóxido (O2-.) - Produzido pela adição de um elétron à molécula de
oxigênio.
- Ocorre em quase todas as células aeróbicas e é produzido
durante a ativação máxima de neutrófilos, monócitos,
macrófagos e eosinófilos.
- Forma protonada do radical superóxido.
- Mais reativo que o radical superóxido, porque tem maior
facilidade em danificar membranas biológicas.
Hidroperóxido (HO2.) - Não é um verdadeiro radical livre (não apresenta elétrons
despareados na camada de valência), porém participa na
reação que produz o radical hidroxila (OH.).
- Extremamente tóxico à nível celular.
Peróxido de hidrogênio - Adição de um elétron ao peróxido de hidrogênio.
(H2O2) - É o mais reativo em sistemas biológicos. Combina-se
rápida e facilmente a metais, podendo resultar na mutação
de DNA, proteínas e também em oxidação de ácidos
graxos das membranas celulares (lipoperoxidação).
Íon Hidroxila (OH.) - Também chamado de oxigênio simples, atômico ou
reativo.
Oxigênio singlet - Forma excitada de oxigênio molecular.
- Tem importância em certos eventos biológicos, mas
poucas doenças orgânicas foram relacionadas com a sua
presença. Contudo, faz enormes estragos na camada
epidérmica. Encontra-se relacionado ao incentivo do
envelhecimento da pele e a gênese do câncer de pele.
Fonte: dados da autora
76 - DRAGLAND, S., SENOO, H., WAKE, K. et al.Several culinary and medicinal herbs are important sources of dietary antioxidants. J. Nutr.,
v.133, n.5 p.1286-1290, 2003.
77 - MUTA-TAKADA, K.,TERADA, T., YAMANISHI, H. et al. Coenzime Q10 protects against oxidative stress-induced cell death and ennhances
the synsthesis of basiment membrane components in derma and epidermal cells. Biofactores, 2009.
66
Quadro 5: PRINCIPAIS AGENTES DE DEFESA ANTIOXIDANTE
NÃO-ENZIMÁTICO ENZIMÁTICO
α-tocoferol (vitamina E) Catalase
Curcumina Enzimas de reparo
Ácido ascórbico (Vitamina C) Glutationa peroxidase
Flavonoides NADPH-quinona óxidoredutase
Proteínas do plasma Superóxido dismutase
Clorofilina
Glutationa
β-caroteno
L-cisteína
Selênio
Fonte: Bianchi & Antunes, 199978
78 - BIANCHI, M. de L. P.; Antunes, L. M. G RADICAIS LIVRES E OS PRINCIPAIS ANTIOXIDANTES DA DIETA.http://www.scielo.br/pdf/rn/
v12n2/v12n2a01.pdf acesso em 11 de outubro de 2018.
67
Os antioxidantes originados pelo corpo são insuficientes e escassos para
combater as inúmeras reações de oxidação provocadas pelos radicais livres que
nosso corpo produz diariamente. O organismo utiliza assim, antioxidantes que
recebe e sintetiza através da ingestão de alimentos, suplementos ou de medica-
mentos. No âmbito da dieta, destacam-se a-tocoferol (vitamina E), β-caroteno
(Pró-vitamina A), ácido ascórbico (vitamina C) e compostos fenólicos (flavonoides
e poliflavonoides).79,80
Segundo estudos realizados por G. Truscott da Universidade de Keele (UK), as
vitaminas referidas acima atuam de maneira conjunta, e só deste modo sinérgico é
que há uma verdadeira redução no processo oxidativo. Assim, primeiramente, a vita-
mina E reage com os radicais livres, tornando-se ela própria um potencial radical livre.
Os carotenoides neutralizam a vitamina E ativada e, por fim, a vitamina C repara os
estragos e expulsa do corpo os resíduos.81 É um verdadeiro trabalho em equipe, mas
para que os trabalhadores executem suas funções devem estar em doses adequadas.
Por outro lado, relativamente aos antioxidantes adquiridos através de me-
dicamentos, além dos suplementos vitamínicos, para se defender das agressões
externas, as células possuem um sistema de defesa que pode atuar de duas formas
distintas. Por um lado, a glutationa reduzida (GSH), superóxido-dismutase (SOD),
catalase, glutationa-peroxidase (GSH-Px) e vitamina E atuam de forma a prevenir a
lesão. Por outro, o ácido ascórbico, a Glutationa-redutase (GSH-Rd), entre outros,
vão atuar de forma a reparar a lesão já existente.82, 83
79 - JEPSEN, S; HERLEVSEN, P; KNUDSEN, P; BUD, MI; KLAUSEN, NO. Antioxidant treatment with N-acetylcysteine during adult respiratory
distress syndrome: a prospective, randomized, placebo-controlled study. Crit Care Med 1992.
80 - FONTANA, C; KOMATSU, C.A; PIGOZZI, E; GEMPERLI, R. The protective effect of mercaptopropyonylglycin. A free radical scavenger on
ischemia / reperfusion injury in rats. Rev. Soc.BrasCir.Past. Est Reconstrua 1994
81 - BARATA, A. F. Cosméticos, Arte e Ciência, 2002, Lidel, Lisboa.
82 - JEPSEN, S; HERLEVSEN, P; KNUDSEN, P; BUD, MI; KLAUSEN, NO. Antioxidant treatment with N-acetylcysteine during adult respiratory
distress syndrome: a prospective, randomized, placebo-controlled study. Crit Care Med 1992
83 - FONTANA, C.; KOMATSU, C.A; PIGOZZI, E; GEMPERLI, R. The protective effect of mercaptopropyonylglycin. A free radical scavenger on
ischemia / reperfusion injury in rats. Rev. Soc.BrasCir.Past. Est Reconstrua 1994.
68
Dentre as substâncias ativas mais utilizadas em produtos cosméticos com
ação antioxidante relacionamos:
- Glutationa: baixa absorção tópica, melhores resultados em cosméticos antioxi-
dantes, quando empregados derivados do peptídeo glutationa (GSH).84
- Carotenoides: precursor da vitamina A, através da sua ingestão oral, reduz lesões
celulares e aumenta fotoproteção.85
- Vitamina E (α-tocoferol): se integram à membrana celular com uma fase em con-
tato com a água e a outra lipídica e dessa forma podem captar o elétron excedente
dos radicais livres oxidando-se e protegendo a membrana celular.86
-Vitamina C: antioxidante hidrossolúvel que estimula a síntese de colágeno usada
na forma de ácido ascórbico levógiro e nas concentrações de 5% a 10%, estudos
com uso de vitamina C tópica demonstraram melhora clínica e formação de co-
lágeno, pois participa do mecanismo de proteção favorecendo indiretamente o
desenvolvimento orgânico da prolina e da lisina, comprovados em exames histo-
patológicos, contudo perde potência em pacientes tabagistas.87
-DMAE (Dimetilaminoetanol): formulação mista com aminoácidos, ácido carbo-
xipirrolidônico, ésteres de vitamina C, ácido α-lipóico. Promove firmeza da pele,
suavidade e atenuação de rugas, possui funções hidratantes.88
- Extratos vegetais: rico em substâncias antioxidantes que atuam como proteção
natural aos Radicais livres formados pelas Radiações Ultravioletas. Alguns compos-
84 - OKIGAMI, H. Radicais livres e pele. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE COSMETOLOGIA: CIÊNCIA E TECNOLOGIA: A COSMÉTICA DO FUTU-
RO, 15, São Paulo, 2001. Anais. São Paulo: Associação Brasileira de Cosmetologia, 2001.6p.
85 - CÈSARINI, J.P., MICHEL, L., MAURETTE, J.M. et al. Immediate effects of UV radiation on the skin: modification by an antioxidant complex
containing carotenoids. Photo Dermatol. Photo Immunol. Photo med. v.19, n.2, p.182-189, 2003.
86 - FUCHS J. Potential and limitations of the natural antioxidants RRR-alpha-tocopherol, Lascorbic acid and beta-carotene in cutaneous
photoprotection. Free Rad. Biol. Med., v.25, n7, p.848-873, 1998
87 - FITZPATRICK, T.B., ROSTAN, E.F., Double blind, half-face study comparing topical vitamin C and vehicle for rejuvenation of photodam-
age. Dermatol Surg 2002 28:231-6
88 - COLE, C.A., GISOLDI, E.M., GROISSAMAN, R. A clinical evaluation of skin firming and anti-aging benefits with topical DMAE. In: 60th
ANNUAL MEETING OF THE AMERICAN ACADEMY OF DERMATOLOGY, 2002, New Orleans, 1. Anais. New Orleans: American Academy of
Dermatology, 2002. P.1-11
69
tos que são encontrados nos vegetais são: os polifenóis, os flavonoides, os organo-
sulfídeos e os indóis.89
- Coenzima Q ou Ubiquinona: antioxidante lipofílico encontrado em todas as célu-
las humana, fazendo parte da cadeia transportadora de elétrons, responsável pela
produção de energia. Estudos indicam que a CoQ, induz proteção antioxidante
contra o estresse oxidativo produzido pela Radiação Ultravioleta A nos queratinó-
citos, tendo também a capacidade de suprimir a ação da colagenase após Radia-
ção ultravioleta, aumenta a oxigenação tecidual e melhora a elasticidade da pele.90
TEORIAS DO ENVELHECIMENTO
Teoria dos Radicais Livres ou espécies reativas do oxigênio (EROs): Possuem um
elétron não-pareado resultante da ação de agentes externos como os raios ultra-
violeta (UV), luzes visíveis, poluição e estresse. Além disso, existe a possibilidade
que os radicais livres levem a degradação do colágeno e acúmulo de elastina amorfa
induzindo o aspecto de uma pele fotoenvelhecida. Ainda, a formação de EROs leva
ao estresse oxidativo induzindo a degradação dos ácidos graxos resultando na morte
celular.91Influência também na produção de metaloproteinases e colagenases.
Teoria da Multiplicação Celular: Diminuição da renovação celular se refere a uma
consequência do envelhecimento já que o mecanismo é desconhecido e a Teoria
do Desgaste resultado da degradação dos constituintes do organismo em que
danos contínuos a células levam a morte celular.92
89 - NIKOLIC, K. M., Theoretical study of phenolic antioxidants properties in reaction with oxyencentered radicals. J. Mol. Struct. THEO-
CHEN, V.774, N.1, P.95-105, 2006
90 - MUTA-TAKADA, K., TERADA, T., YAMANISHI, H. et al. Coenzime Q10 protects against oxidative stress-induced cell death and ennhances
the synsthesis of basiment membrane components in derma and epidermal cells. Biofactores, 2009.
91 - SOBRAL, A. N. Fatores desencadeantes dos produtos finais da glicação relacionando com o desenvolvimento envelhecimento cutâ-
neo, p.04. Disponível em:<http://conic-semesp.org.br/anais/files/2017/trabalho-1000025100.pdf˃acesso 14 dez 2018.
92 - SOBRAL, A. N. Fatores desencadeantes dos produtos finais da glicação relacionando com o desenvolvimento envelhecimento cutâ-
neo, p.04. Disponível em:<http://conic-semesp.org.br/anais/files/2017/trabalho-1000025100.pdf˃acesso 14 dez 2018.
70
Teoria dos telômeros: Telômeros são pares de bases repetidas de DNA nas porções
finais dos cromossomos que não se replicam nas mitoses, sofrendo um encurta-
mento progressivo ocasionando a sua ruptura. O desgaste dos telômeros impede
sua função protetora do cromossomo gerando instabilidade e ativando os proces-
sos de apoptose e envelhecimento celular.93
Teoria Estocástica: Tratam do envelhecimento como um acúmulo de lesões, isto é,
o resultado da instabilidade fisiológica de moléculas vitais através da ação ambien-
tal, citando a Glicosilação (reação química na qual um carboidrato é adicionado a
outra molécula) como um dos principais meios de envelhecimento, com capaci-
dade de modificar as proteínas presentes em nosso corpo, levando ao envelheci-
mento celular.94
Fatores ambientais: Fatores ambientais como a fotoexposição aceleram este pro-
cesso, deixando a pele vulnerável a dois comprimentos de ondas da radiação solar:
ondas UVA e ondas UVB. Ondas UVA são ondas longas que agridem camadas pro-
fundas da pele, atingindo os queratinócitos da epiderme e fibroblastos da derme e
ondas UVB são ondas curtas que agridem as camadas superficiais da pele atingin-
do os queratinócitos.95 Raios UVB E UVA penetram na epiderme e derme, a expo-
sição solar crônica sobre os queratinócitos acarreta sobrecarga de Radicais Livres,
esgotando os mecanismos celulares de defesa, favorecendo o desencadeamento
do processo de envelhecimento da pele.96 Também nesta teoria incluímos o ta-
bagismo/Fumo: a nicotina provoca vasoconstrição, gerando produção de Radicais
Livres, aumentando agregação plaquetária, aumentando a atividade da elastase,
causando formação defeituosa da elastina, tornando a pele mais espessa e mais
fragmentada. Além disso, o cigarro gera hidroxilação do estradiol, gerando quadro
de hipoestrogenismo, que pode estar relacionado com pele seca e atrófica e com
93 - KOSMADAKI, M.G., GILCHREST, B.A., The role of telomerase and telomeres dynamics? Curr Mol Med 2004; 5:171-7
94 - SOBRAL, A. N. Fatores desencadeantes dos produtos finais da glicação relacionando com o desenvolvimento envelhecimento cutâ-
neo, p.04. Disponível em:<http://conicsemesp.org.br/anais/files/2017/trabalho-1000025100.pdf˃acesso 14 dez 2018.
95 - JEPSEN, S; HERLEVSEN, P; KNUDSEN, P; BUD, MI; KLAUSEN, NO. Antioxidant treatment with N-acetylcysteine during adult respiratory
distress syndrome: a prospective, randomized, placebo-controlled study. Crit Care Med 1992
96 - FISHER, G. J., KANG, S., VARANI, J., et al. Mecanismos de fotoenvelhecimento e cronologia anti-idade.
Arch Dermatol 2002, 138:1462-70
71
piora de seu quadro geral.97, 98, 99
O envelhecimento ou Senescência acontece naturalmente, mas além dos
fatores citados anteriormente, o cross-link ou glicação, reação não enzimática nas
quais carboidratos, como a glicose, ou lipídios ligam-se permanentemente a pro-
teínas, também pode ser indutores deste processo.100
Conhecidos como AGE (Advanced Glycation End Products) ou Produtos Fi-
nais da Glicação Avançada (PFGA), além de ocorrer ligação com as proteínas tam-
bém pode acontecer em lipídios e ácidos nucleicos, gerando diferentes patologias,
induzindo mortes celulares, alteração de receptores de membrana plasmática, al-
teração de estrutura e de função. Com o passar do tempo a concentração de PFGA
acelera o envelhecimento, devido a morte celular dos fibroblastos responsáveis
pela sintetização de fibras colágenas e elásticas.101
Além disso, os PFGAs são formados endogenamente durante a hiperglice-
mia e estresse oxidativo e de forma exógena através da alimentação e tabagismo.
Ainda é descrito que estes produtos estão envolvidos na formação de doenças
crônicas, tais como diabetes, doença renal, gerando estresse oxidativo devido ao
aumento da liberação de mediadores inflamatórios.102
A mitocôndria é a principal fonte de produção endógena de espécies reati-
vas de oxigênios (EROs), produzidos durante a conversão de ADP em ATP, além de
fatores externos que contribuem significativamente no aumento dos radicais livre,
sendo o mais importante deles a exposição a radiações Ultravioletas e luzes visí-
97 - BRIDGES, R.B., CHOW, C. K., REHN, S.R. Micronutrient status and immune function in smokers. Ann NY acad sci. 1990; 587:218-31
98 - FRANCÈS, C. Smoker’s wrinkles: epidemiological and pathogenic considerations. Clín. Dermatol 1998, 16: 565-70
99 - SUEHARA., L. Y., SIMONE, K., MAIA, M Avaliação do envelhecimento facial relacionado
ao tabagismo. Rev. Bras Dermatol 2006, 16:565-70
100 - SOBRAL, A. N. Fatores desencadeantes dos produtos finais da glicação relacionando com o
desenvolvimento envelhecimento cutâneo, p. 05.
101 - SOBRAL, A. N. Fatores desencadeantes dos produtos finais da glicaçãorelacionandocom o desenvolvimento
envelhecimento cutâneo, p.05.
102 - SOBRAL, A. N.; Fatores desencadeantes dos produtos finais da glicaçãorelacionandocom o desenvolvimento
envelhecimento cutâneo, p.05.
72
veis. Os raios UVA (320-400nm) provocam a mutação no DNA e reações celulares
medidas por citocinas pró-inflamatórias.
As espécies reativas de oxigênio e as citocinas pró-inflamatórias (IL-1β,IL
6, IL-8, TNF-α e moléculas de adesão) induzem a transcrição de AP-1 (proteína
Ativadora-1), desta forma com inúmeros efeitos negativos relacionados à proteína
colagênica, como:103
Aumento da expressão das metaloproteínases 1, 3, e 9 (MMP) que promo-
vem, principalmente, a lise do colágeno, especialmente dos tipos I e II na
derme.
Inibição da síntese de colágeno através da ligação ao complexo responsável
pela transcrição de pró-colágeno, desta forma bloqueia a atividade doTG-
F-β, contribuindo para a diminuição da expressão de pró-colágeno I e II na
derme.
O receptor tipo II do TGF-β (fator de crescimento transformador) é inibido
pelas radiações Ultravioletas e luzes visíveis, contribuindo para a diminui-
ção na síntese do colágeno.
O aumento dos níveis de AP-1 e MMPs na pele fotoenvelhecida, compa-
rada à pele jovem, confirma que o envelhecimento evoluiu com o acúmulo de
dano oxidativo devido ao excesso de EROs. Já o envelhecimento intrínseco ocorre
pelo encurtamento gradual dos telômeros durante o processo de divisão celular,
contribuindo assim para o surgimento dos sinais clínicos do envelhecimento. As
radiações Ultravioletas e luzes visíveis, crônicas e excessivas, causam danos diretos
e indiretos ao DNA, também levando ao encurtamento dos telômeros e reforçam
o conceito de que o envelhecimento intrínseco e extrínseco é sobreposto ao foto
envelhecimento.
As respostas mediadas por sirtuínas que são uma família com sete isofor-
103 - GALENA, Longevidade. Revista Galena Química Farmacêutica LTDA, Campinas, ano XXV, ed. 170, p.06, 2016.
73
mas (SIRT 1-7), distribuídas em três compartimentos dentro das células, SIRT 1, 2,
6, 7, encontram-se no núcleo, as isoformas SIRT 1 e 2 são também reconhecidas
no citoplasma e a SIRT 3, 4 e 5 estão localizadas na mitocôndria. Apesar de todas
terem um domínio catalítico comum, as diferentes sirtuínas possuem atividade
enzimática distintas. Relacionado ao envelhecimento cutâneo, a SIRT 1 atua sobre
um grande número de substratos regulando a expressão genética e a atividade
proteica de diversos processos celulares tais como proliferação celular, diferencia-
ção, apoptose, metabolismo, reparação de DNA, resposta ao estresse e estabilida-
de do genoma.104
ALTERAÇÕES METABÓLICAS DA MITOCÔNDRIA ASSOCIADAS
AO ENVELHECIMENTO
Responsáveis pela respiração celular (fosforilação oxidativa) e manutenção
da vida dos seres aeróbicos, as mitocôndrias também são as principais geradoras
de radicais livres em mamíferos, incluindo o homem. Diversos estudos demonstra-
ram que o envelhecimento celular está associado à redução da integridade funcio-
nal das mitocôndrias e, consequentemente ao aumento da produção de radicais
livres e espécies reativas de oxigênio. Alguns autores da teoria mitocondrial do en-
velhecimento sugerem que mutações ocorridas no genoma mitocondrial alteram
o metabolismo mitocondrial, reduzindo a produção de ATP e predispondo a célula
ao envelhecimento e a diversas doenças associadas a este (degeneração macular,
progeria, ataxia, telangiectasia). Ao contrário, a longevidade estaria associada à
manutenção da estrutura e função adequadas das mitocôndrias.105
O metabolismo celular normal, em nível das mitocôndrias, gera continua-
mente as espécies reativas de oxigênio (radicais livres). O organismo tem mecanis-
mos enzimáticos e não enzimáticos de defesa, ou seja, que conseguem neutralizar
os radicais livres (FISHER, 1987).106
104 - GALENA, Longevidade. Revista Galena Química Farmacêutica LTDA, Campinas, ano XXV, ed. 170, p.06, 2016.
105 - SILVA, W.J. M; CARLOS, K.B.F., Metabolismo Mitocondrial, Radicais Livres e Envelhecimento, p.03,04. Disponível em: http://www.
scielo.br/pdf/rbgg/v14n3/v14n3a05.pdf acesso 05 fev. 2019.
106 - FISCHER, AB. Intracellular production of oxygen-derived free radicals.Proceedings of a Brook Lodge Symposium, Augusta, Apr.
1987;27-29:99-104
74
Os radicais livres são perigosos porque representam moléculas altamente
instáveis (não estão equilibradas sob o ponto de vista dos elétrons) e reativas em
relação às moléculas normais. E na tentativa de manter sua estabilidade roubam o
elétron de outras moléculas ou átomos, como gorduras, proteínas, DNA, causando
muitos danos, por muitas vezes irreversíveis. Os radicais livres são considerados
um fator importante e decisivo no envelhecimento celular, na reparação desses
danos causados por essas moléculas reativas, o organismo providência neutraliza-
ções através de enzimas específicas, os antioxidantes (PETROCCA, 2010).107
Figura 5: RESPIRAÇÃO CELULAR
FONTE: adaptado de respiração celular, células jovens com mitocôndria saudável contra células
envelhecidas com mitocôndria danificada.108
SILÍCIO
Diferentes fatores intrínsecos e extrínsecos são determinantes para o en-
107 - JÚNIOR, A. A. da S., et al.; Rejuvenescimento cutâneo através da utilização de peelings químicos, p.14.Disponívelem:<https://se-
manaacademica.org.br/system/files/artigos/rejuvenescimento_cutaneo_atraves_da_utilizacao_de_peelings_quimicos.pdf. Acesso 10 jan.
2019.
108 - Desenho baseado na fonte Respiração Celular, Células jovens com mitocôndria saudável contra células envelhecidas com mitocôn-
dria danificada.
75
velhecimento precoce que ocorre a redução da síntese de colágeno, glicosamino-
glicanos e proteoglicanos e a diminuição da capacidade do tecido conjuntivo em
reter água, em parte por uma deficiência de silício. Fatores determinantes como a
exposição crônica aos raios ultravioletas e luzes visíveis sem proteção adequada,
razões biológicas e genéticas, estresse oxidativo, tabagismo, drogadição e alcoolis-
mo. 109
O fornecimento normal do silício no organismo começa a partir da vida
fetal, via placentária. Todos os tecidos fetais do homem contêm silício, sendo os
mais ricos o tecido cerebral, os músculos e o baço. Após o nascimento esta ordem
altera-se porque diversos órgãos tornam-se funcionais (HUGUET, C.et al., 1991).110
O silício apesar de estar presente no corpo humano desde a fase fetal re-
duz-se drasticamente com o avançar da idade, mais notavelmente após os 30 anos
quando a absorção intestinal desse mineral se torna precária, sendo essa a base
para a reposição eficiente na idade adulta. No corpo humano, o silício está presen-
te em altas concentrações (7g), maiores que o ferro (Fe) e o cobre (Cu), potenciali-
zando a ação do zinco (Zn) e do cobre (Cu) permitindo a fixação do cálcio (Ca).111O
silício encontra-se presente na pele, cabelos, unhas, cartilagens, tendões, ossos,
vasos sanguíneos, válvulas cardíacas e outros. Atua sobre a matriz extracelular dos
tecidos conjuntivos particularmente sobre as fibras de colágeno.
O silício promove firmeza e força aos tecidos fazendo parte de artérias,
tendões, pele, olhos, ossos e tecido conjuntivo. O colágeno contém silício, que por
sua vez, ajuda a manter a ligação entre os tecidos, o mineral pode auxiliar na pre-
venção dos prejuízos à síntese e estrutura do colágeno secundários à toxicidade
do alumínio. 112
A deficiência de silício no organismo humano pode causar inúmeras doen-
ças degenerativas, incluindo o mal de Alzheimer e o processo de envelhecimento
109 - SCHOLZE, A. F. A..;A Importância do Mineral Silício na Estética. Revista Brasileira de Nutrição Funcional, ano 15, nº 62, p. 41 – 2015.
110 - SOUZA, M.A. Dossiê – Exsynutriment, p. 14 – out 2009.Disponível em: <[email protected]> em 14 out 2009.
111 - SOUZA, M.A. Dossiê – Exsynutriment, p. 14 – out 2009.Disponível em: <[email protected]> em 14 out 2009.
112 - SCHOLZE, A.F.A.; A Importância do Mineral Silício na Estética. Revista Brasileira de Nutrição Funcional, ano 15, nº 62, p. 41 – 2015.
76
dos tecidos. A concentração de silício no plasma sanguíneo está ente 5 a 20 micro-
mols (BISSÉ et al, 2005).113
O Silício Orgânico (ortosilícico) desempenha um papel essencial na saúde
humana. Esse importante oligoelemento regula o metabolismo de vários tecidos,
particularmente ossos, cartilagens e nos tecidos conjuntivos. Uma de suas princi-
pais funções é a síntese de colágeno tipo I e o aumento da expressão da atividade
da enzima prolina hidroxilase (REFITT, et al., 2003).114
Na pele, o silício desempenha uma importante função na estrutura dér-
mica por meio das ligações com as glicosaminoglicanas e poliuronídicas determi-
nando a sua formação estrutural (Tanaka & Miyazaki, 2000).115 Este oligoelemento
desempenha um papel essencial na neutralização de radicais livres, prevenindo
as reações de glicação e atuando como mimetizador das ações de fatores de cres-
cimento celular, bem como na pele mantém a água ligada ao ácido hialurônico
e às proteoglicanas. Com o uso constante de silício e em concentrações ideais, a
quantidade de água na derme tende a aumentar, pois permite a ligação desta água
as estruturas dérmicas, mesmo durante a fase de envelhecimento humano, onde
ocorre a diminuição da fixação de água neste tecido.116
Silanol é a nomenclatura utilizada para designar substâncias derivadas do
silício hidrossolúvel, a absorção do silício é consideravelmente maior na forma de
silanol sendo este seguro, não sendo genotóxico.117
No âmbito estético, o silício está envolvido no metabolismo e divisão das
células, crescimento de cabelo, pele e unhas, favorecendo, ainda, a hidratação da
derme e epiderme, devido à sua capacidade de manter a água ligada aos tecidos.
Propõe-se, ainda, ação antioxidantee capacidade de reduzir reações de glicação
avançada do colágeno, quando de uso oral. Seu consumo oral na forma de silanol
118
113 - SOUZA, M.A. Dossiê – Exsynutriment, p.06 – out 2009.Disponível em: <[email protected]> em 14 out 2009.
114 - SOUZA, M.A. Dossiê – Exsynutriment, p. 06 – out 2009.Disponível em: <[email protected]> em 14 out 2009.
115 - OUZA, M.A. Dossiê – Exsynutriment, p. 06 - out 2009.Disponível em: <[email protected]> em 14 out 2009.
116 - SOUZA, M.A. Dossiê – Exsynutriment, p. 06 – out 2009.Disponível em: <[email protected]> em 14 out 2009.
117 - SOUZA, M.A. Dossiê – Exsynutriment, p.0 4 – out 2009.Disponível em: <[email protected]> em 14 out 2009.
118 - SCHOLZE, A.F.A.;A Importância do Mineral Silício na Estética. Revista Brasileira de Nutrição Funcional, ano 15, nº 62, p. 41 – 2015.
em:˂https://www.vponline.com.br/portal/noticia/pdf/725806f45f3e5a49ac376a2eedb40792.pdf˃acesso 29 nov. 2018.
77
apresenta também benefícios destacados para pele, cabelo e unha.
Quadro 6: NOMENCLATURA DE ACORDO COM A FORMA QUÍMICA DO SILÍCIO.
ÁCIDO ORTOSÍLICO SI(OH)(4) UNIDADE BÁSICA DE FORMAÇÃO
Oligomineralização Formação de dímeros ou
pequenas estruturas derivadas da
remoção da molécula de água do
ácido ortosilícico.
Polimerização Condensação do ácido ortosilícico
criando uma unidade molecular e
aumentando seu tamanho.
Organosilício Silício ligado de maneira covalente
ao carbono, favorecendo
estruturas químicas distintas.
Silane Composição orgânica contendo o
átomo de silício ligado ao oxigênio.
Silanol Silício ligado a um grupo hidroxila.
Silicato Silício na forma de sal.Forma que
favorece a ligação com metais ou
minerais.
FONTE: adaptado de: Eu amo exsynutriment. Biotec.119
119 - RODRIGUES, A.Eu Amo Exsynutriment. Biotec,Edição Especial. Revista Destinada a Profissionais da Área, p. 7, ano 08, nº24, 2016.
Disponível em:<[email protected]>
78
Figura 6: ENVELHECIMENTO DA PELE, representado pela ausência de silício.
FONTE: adaptado de:exsynutriment - silício biologicamente ativo.120
120 - Desenho baseado na fonte Exsynutriment Silício Biologicamente Ativo.
79
ANTIOXIDANTES: São moléculas que atuam servindo como doadores de elétrons,
eles oxidam no lugar dos fosfolipídios, DNA, entre outros, evitando alterações que
provocam e aceleram o envelhecimento. Eles podem ser endógenos ou exógenos.
As funções desses antioxidantes são neutralizar a ação dos radicais livres, evitando
a oxidação de componentes vitais do nosso organismo.
ANTIGLICANTES: Agem na interrupção das etapas iniciais dos processos de cross
-linking (pontes de ligação covalentes entre duas moléculas de colágeno) irreversí-
veis se formem, ocasionando a perda de função do colágeno.121
DEGLICANTE: Tem a capacidade de reverter o processo de glicação, reparando e
neutralizando os danos iniciais da glicação.
GLICOXIDANTES: Atuam como antioxidante, evitando assim a oxidação das mo-
léculas de colágenos já oxidados, regredindo e prevenindo um dano maior a elas.
SUPORTE ESTÉTICO VIA ORAL.
SILÍCIOS, ANTIOXIDANTES E ANTI-AGING ORAL
ÁCIDO HIALURÔNICO PÓ: Age através de vários mecanismos de ação, incluindo
a restauração do líquido sinovial com melhor viscoelasticidade, os efeitos sobre
a biossíntese e degradação da cartilagem, os efeitos anti-inflamatórios e efeitos
analgésicos diretos, tem o potencial para ajudar a reproduzir células da pele saudá-
vel dentro de uma matriz de colágeno, aumentando a hidratação e atuando como
um lubrificante da matriz de colágeno da pele. Possui ação hidratante, promove
efeito de blindagem impedindo a evaporação de água e previne de forma eficaz a
desidratação cutânea conferindo maciez, elasticidade e tonicidade a pele, auxiliar
na redução de rugas e manchas, na lubrificação das articulações, facilita o trans-
porte de nutrientes para as células e diminui os processos inflamatórios.
DOSE USUAL: 100mg/dia.
ASTAXANTINA: Possui alta atividade antioxidante, e funciona como um antioxi-
dante carotenoide, embora não seja convertido em vitamina A, a Astaxantina é um
121 - Fatores do envelhecimento. Disponível em:<http://linhacosmobeauty.blogspot.com/2014/10/fatores-do-envelhecimento.html˃
acesso 06jan. 2019.
80
dos poucos antioxidantes que podem se mover ao longo de todo o corpo, propor-
cionando proteção para todas as nossas células. Isso porque, possui extremidades
hidrofílicas (polares) que se estendem através da membrana da célula. Astaxantina
é 65 vezes mais potente do que a vitamina C é 54 vezes mais potente que o beta-
caroteno.
DOSE USUAL: variam entre 4mg a 40mg/dia.
BETA-CAROTENO: É um carotenoide existente na natureza, é o precursor da Vi-
tamina A que possui propriedade antioxidante e atua como protetor celular. Esti-
mulante do sistema imunológico ajuda a manter altos os níveis de anticorpos e a
contagem de linfócitos T. É essencial para o correto crescimento e a saúde de todos
os tecidos epiteliais do organismo - o revestimento da pele e dos órgãos - por isso
auxilia na renovação da pele envelhecida, bem como no tratamento de doenças de
pele. Obs.: pessoas com hiperpigmentação não devem usar o Beta-caroteno devi-
do aos carotenoides estimularem a produção de melanina, e não deve ser usado
por períodos prolongados.
DOSE USUAL: variam entre 30mg a 300mg/dia.
BIO-ARCT®: Booster Mitocondrial que mantém a composição integral da alga
Chondruscrispus, extração feita de forma ecologicamente correta, é uma fonte
rica de citrulil-arginina (7%), a forma mais biodisponível de arginina, é um exce-
lente bioenergizante pois triplica a síntese de ATP na mitocôndria, ativador da ex-
pressão de sirtuína 3 (SIRT 3), uma enzima envolvida na melhora do metabolismo
energético mitocondrial e longevidade celular, antioxidante, anti-inflamatório com
atividade comparável à hidrocortisona (in vitro), aumenta a síntese de NO (óxido
nítrico) endógeno, melhora o fluxo sanguíneo auxiliando no rejuvenescimento sis-
têmico, na troca de nutrientes e protege a pele em condições extremas e agente
detoxificante e protetor do DNA pela ação da taurina.
DOSE USUAL: variam entre 50mg a 500mg/dia
BIOSIL™: Complexo de ácido ortosilícico estabilizado em colina com ações benéfi-
cas, comprovadas em estudos, na saúde da pele, cabelos, unhas, ossos e articula-
ções, através da ativação das vias de produção do colágeno, se destaca por ser a
forma de silício orgânico mais bem absorvida pelo organismo. Estudos demonstra-
81
ram a capacidade de estimular os fibroblastos, promovendo a ativação das enzi-
mas ornitina aminotransferase, prolil e lisilhidroxilases, aumentando assim a pro-
dução do colágeno, elastina, queratina e proteoglicanas por essas células, ocorre
melhora na profundidade das rugas, cabelos mais fortes, e aumento no diâmetro
capilar, melhora na elasticidade da pele e redução da fragilidade das unhas.
DOSE USUAL: 520mg/dia
CARTIDYSS®: É um extrato de cartilagem da arraia marinha composto por 60% de
Peptídeos de Colágeno Marinho Tipo II (baixo peso molecular <3.000 Dalton, alta
disponibilidade de 96% de peptídeos), polissacarídeos 40% (Glicosaminoglicanos):
Sulfato de Glucosamina 10%, Sulfato de Condroitina 25%, Ácido Hialurônico 5% e
fosfato de cálcio. Mantém a umidade e a funcionalidade da derme, preenchimen-
to, tonicidade e elasticidade, diminui rugas e linhas de expressão, aumenta firmeza
e a resistência da pele.
DOSE USUAL: variam entre 200mg a 300mg/dia.
COENZIMA Q10: É uma coenzima natural envolvida no transporte de elétrons na
mitocôndria. Por seus mecanismos, pode-se afirmar que é um captador de radicais
livres e que tem propriedades antioxidantes e estabilizadoras da membrana.
DOSE USUAL: variam entre100mg a 300mg/dia
COLLYSS®: Produto de origem marinha livre de corantes e conservantes, contém
90% de peptídeos de colágeno e 7% de hidroxiprolina, ajuda a aumentar a síntese
de colágeno, firmeza e elasticidade na pele diminuindo as rugas, excelente biodis-
ponibilidade devidoaospeptídeos de baixo peso molecular (<2000 Dalton).
DOSE USUAL: variam entre 1g a 10g/dia
DIMPLESS®: Concentrado freeze-drying da variedade francesa do melão de Canta-
loupe(Curcumis melo L.) rico em Superóxido Dismutase (SOD), representando cerca
de 85% a 90% da composição total, o restante é formado por outros antioxidantes
enzimáticos como Catalase (CAT), Glutationa Peroxidase (GPx) e não enzimáticos
como Coenzima Q10, Ácido Lipóico, Carotenoides, Vitamina A, E C, proporciona
uma poderosa defesa antioxidante e efeitos anti-inflamatórios, desempenhando
um papel preventivo contra alterações fisiológicas. Alívio do estresse, cansaço,
82
melhora da qualidade do sono, aumento da motivação e cognição, re-
cuperação física, prevenção do cabelo branco, o único ativo via oral que
diminui a aparência do fibro edema geloide, com ação comprovada.
DOSE USUAL: variam entre 10mg a 40mg/dia
EXSYNUTRIMENT®: Ácido Ortosilícico estabilizado em colágeno marinho
hidrolisado, repositor do silício orgânico (cimento dérmico da matriz
extracelular colágeno tipo I). É uma molécula patenteada, estável,
orgânica e hidrossolúvel e altamente disponível para uso oral. Melhora
o aspecto cutâneo, lifting oral, antiaging, hidratação profunda, firmeza
e sustentação, redensificadora e preenchedora das rugas e cicatrização.
DOSE USUAL: variam entre 50mg a 600mg/dia.
EXTRÊALIMENT®: Bisglicinato de silício associado ao Colágeno Hidrolisa-
do, é formado pela ligação do mineral silício com o aminoácido L-glicina,
resultando em Bisglicinato de silício. Atua como lifting oral, promove hi-
dratação profunda da pele, estimula a síntese do colágeno e elastina tor-
nando a pele mais resistente aos radicais livres, aumenta elasticidade e
densidade da pele, aumenta firmeza e sustentação e promove um maior
efeito Anti-aging.
DOSE USUAL: 600mg/dia
FOSFOLIPÍDIOS DE CAVIAR®(F.C.Oral): Consiste em uma mistura de fos-
folipídios de origem marinha (principalmente fosfatidilcolina) e lipídeos
neutros extraído das ovas do arenque. É rico em ácidos graxos poli-insatu-
rados (PUFAs) ômega 3 (DHA e EPA) e contém, naturalmente astaxantina
e α-tocoferol que são antioxidantes, promove a hidratação celular e pre-
vine TEWL (perda da água transepidermal), recupera e promove integri-
dade das membranas celulares (citoplasmática, nuclear e das organelas),
repõe fosfolipídios especialmente a fosfatidilcolina.
DOSE USUAL: variam entre 50mg a 1000mg/dia
GLYCOXIL®: É um peptidomimético, de estrutura dipepitídica que
apresenta propriedades antiglicante por impedir a união da proteína com
83
a moléculas de glicose, deglicante por promover a separação da glicose deixando a
proteína livre e antiglicoxidante por impedir a formação dos AGEse sua oxidação,
atua na prevenção e no tratamento coadjuvante do envelhecimento sistêmico e
de diversas ordens metabólicas, antioxidante fisiológico pois liga-se aos metais de
transição e aos hidroperóxidos, inibe radical hidroxila e oxigênio singlet, apresenta
atividade antiapoptótica e reduz a concentração TBARS.
DOSE USUAL: variam entre 50mg a 1000mg/dia.
LICOPENO: Licopeno é um carotenoide e um pigmento natural encontrado em
frutos maduros, especialmente nos tomates. Apresenta propriedades antioxidan-
tes prevenindo danos oxidativos nos componentes subcelulares, protegendo-os
de alterações degenerativas e da carcinogênese (diminuem reações de oxidação
e formação de quinonas). Sua suplementação tem demonstrado efeitos positivos
na proteção contra a degeneração macular senil, aterosclerose, e em vários tipos
de câncer, em particular o câncer de próstata. Estudos sobre este elemento têm
demonstrado que ele exerce efeito positivo na resistência aos raios ultravioletas e
prevenção de doenças do coração e do câncer, principalmente o de próstata, pul-
mão e estômago e pesquisa sugerem que o licopeno pode, ainda, reduzir o risco
de degeneração macular e de oxidação de lipídios séricos.
DOSE USUAL: 5mg –3x/dia.
NUTRICOLIN®: Silício estabilizado em colina, é um complexo formado entre o áci-
do ortosilícico que garante alta biodisponibilidade por ser estabilizado em colina
e responsável por aumentar a síntese das proteínas como colágeno, elastina e
queratina, além de aumentar a síntese e estabilizar glicosaminoglicanos (GAGs),
proporcionando maior elasticidade, hidratação, sustentação e preenchimento à
pele , ação antioxidante, antiglicante, diminuição das rugas e linhas finas.
DOSE USUAL: variam entre 50mg a 600mg/dia.
OLI-OLA: Hidroxitirosol é o antioxidante mais potente presente na oliva. Vários
estudos têm demonstrado a capacidade antioxidante superior do hidroxitirosol
sobre os demais antioxidantes da oliva e inclusive sobre as vitaminas C e E. Reduz
hiperpigmentação da pele, aumenta produção de colágeno e elastina, promove
aumento da renovação cutânea, é protetor cutâneo e regulador da proliferação
84
celular. Obs.: a vitamina C apresenta ação antioxidante, bem como é um cofator
essencial na hidroxilação da prolina e lisina, que são aminoácidos necessários para
a estrutura e função do colágeno.
DOSE USUAL: Oli-ola de 300mg associado com vit. C de 200mg/dia.
PICNOGENOL (PINUS PINASTER): Pinheiro originário da costa francesa, cujo ex-
trato padronizado contém flavonoides bioativos hidrossolúveis com alta biodispo-
nibilidade de proantocianidinas, catequinas, taxifolinas e ácidos fenólicos. Essas
substâncias presentes na casca da planta possuem propriedades antioxidantes
naturais, além de serem muito eficazes no tratamento das doenças circulatórias,
rugas, hiperpigmentação e manchas e proteção solar.
DOSE USUAL: variam entre 25mg a 200 mg/dia.
POLYPODIUM LEUCOTOMOS: Planta originária da América central, também co-
nhecida como anapsos apresenta propriedades anti-inflamatórias, supressora de
citocinas e inibidora de leucotrienos. É indicado para fotoproteção de uso oral, au-
xiliar no tratamento de demência senil, do tipo Mal de Alzheimer ou deterioração
mental, psoríase, dermatites e previne o fotoenvelhecimento que causam câncer
de pele. Obs.: o uso do Polypodium Leucotomos não substitui o uso de protetor
solar tópico.
DOSE USUAL: Fotoproteção: 240mg/dia.
POMEGRANATE: Conhecido como Romã, tem suas propriedades terapêuticas di-
retamente ligadas à concentração dos polifenóis, sua ingestão favorece a promo-
ção da saúde e prevenção de doenças, possui ação antioxidante, anti-inflamató-
rias, benefícios cardiovasculares, colesterol dentre outros.
DOSE USUAL: variam entre200mg a 450mg/dia.
RESVERATROL: É um antioxidante que se encontra em várias plantas, sendo a pele
das uvas e o vinho tinto particularmente ricos neste polifenóis (estilbeno) cujo
aparecimento se deve a necessidade das plantas combaterem a presença de cer-
tos fungos quando sujeitas a variações climáticas. Antioxidante, inibição da agre-
gação plaquetária, combate ao colesterol (LDL), melhora a flexibilidade de vasos
sanguíneos, ação cardioprotetora, propriedades anticâncer.
85
DOSE USUAL: variam entre 5mg a 30mg/dia.
RESVERAVINE®: É composto por 20% de Oligoestibenos, e vinefirin (mínimo 5%)
conhecido como um dímero de resveratrol com propriedades anti-inflamató-
rias e antioxidantes que potencializam os efeitos promovidos pelo monômero, o
trans-resveratrol (mínimo 6%). Poderoso antioxidante composto por dois ativos
– o Vineferin e o Resveratrol, extraídos da uva vítis vinífera, que juntos ajudam a
combater o envelhecimento precoce e prevenir doenças cardiovasculares. Potente
antioxidante (redução do estresse oxidativo) - ORAC (oxygen radical absorbance-
capacity – capacidade de absorção dos radicais oxigenados) ± 12.700. Estimula a
atividade normal da SIRT–1 presentes em todos os seres vivos, considerado como
um dos mecanismos que controlam a longevidade, atuando como um regulador
universal do envelhecimento. A SIRT–1 está relacionada coma modulação de vá-
rias proteínas como NF-KB, cicloxigenase 1 e 2, AP–1 e ativação do AMP/PGC -1a.
O conjunto destas ações favorecem a redução da inflamação, controle do estresse
oxidativo, aumento da biogênese mitocondrial, estímulo da autofagia celular e re-
paro dos danos no DNA, proporcionando a extensão da lifespan. A SIRT–1 também
modula a FoxO3 que está envolvida com o aumento da resistência celular ao es-
tresse oxidativo o reparo do DNA pelo aumento do Mn-SOD.
DOSE USUAL: variam entre 5mg a 30mg/dia.
SILICIUMAX®: É uma molécula de ácido ortosilícico estabilizado em maltodextrina,
contendo 1,55% de silício elementar. Promove uma ação detoxificante por um
processo de “limpeza” celular, eliminando e bioconvertendo proteínas insolúveis,
agregados de macromoléculas, lipídios oxidados e organelas danificadas, evitando
assim o acúmulo de componentes degradados no interior da célula e promovendo
a longevidade celular. Possui efeito detox, estudos demonstram que o ácido orto-
silícico, pode impedir absorção de alumínio através do trato gastrointestinal. Rees-
trutura as fibras de elastina e colágeno, promove uma intensa hidratação cutânea,
prevenindo o envelhecimento, atua também como um anti-inflamatório natural,
acelerando o processo de cicatrização, fortalecendo o sistema imunológico, pro-
movendo revitalização, regeneração e proteção das células.
DOSE USUAL: variam entre 50mg a 600mg/dia.
86
VITAMINA C REVESTIDA: Atua como coenzima e, sob determinadas condições,
como agente redutor e antioxidante. Direta ou indiretamente fornece elétrons a
enzimas que requerem íons metálicos reduzidos. Age como cofator para prolil e
lisilhidroxilases na biossíntese do colágeno. Participa também do metabolismo de
ácido fólico, fenilalanina, tirosina, ferro, histamina, norepinefrina e alguns siste-
mas enzimáticos de fármacos, bem como da utilização de carboidratos; da síntese
de lipídios, proteínas e carnitina; da função imune; da hidroxilação da serotonina;
e da preservação da integridade dos vasos sanguíneos. É rapidamente absorvida
do trato gastrintestinal; a absorção pode ser reduzida com doses altas. Obs.:não
usar altas concentrações por um período prolongado de vitamina C, se necessário
altas dosagens, usar com acompanhamento e prescrição médica, seguir as reco-
mendações de dosagem e posologia prescrita.
DOSE USUAL: variam entre 200mg a 2000mg/dia.
VITAMINA E: Atua como escudo protetor contra os radicais livres (protege de da-
nos induzidos pelos raios Ultravioleta e luzes visíveis, bem como contra o estresse
ambiental), tem ação antioxidante que retarda a formação de peróxidos e a oxi-
dação de lipídios, protegendo as lipoproteínas da parede celular, hidrata a pele de
dentro para fora e aumenta a maciez da pele por efeito acumulativo. É indicada na
prevenção e tratamento de estados de carência de vitamina E, e na prevenção do
envelhecimento celular.
DOSE USUAL: como antioxidante: 400 mg/dia.
LITERATURAS DISPONÍVEIS NO SITE DOS FORNECEDORES:
BIOTEC, FAGRON, GALENA, GAMMA, IBEROQUÍMICA,
INFINITY PHARMA, VIA FARMA.
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA USO DE MEDICAMENTO ORAL
Nunca compre medicamento sem orientação de um profissional habilita-
do, levando em conta o quadro de saúde individual e as necessidades do
paciente.
Imagens meramente ilustrativas.
87
Pessoas com hipersensibilidade à substância não devem ingerir o produto.
Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o
uso e consultar o médico.
Não use o medicamento com o prazo de validade vencido.
Manter em temperatura ambiente (15 a 30ºC). Proteger da luz, do calor e
da umidade. Nestas condições, o medicamento se manterá próprio para o
consumo, respeitando o prazo de validade indicado na embalagem.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Medicamentos não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou no período
de amamentação sem orientação médica.
Recomendamos a utilização do produto para pacientes de idade adulta.
Siga corretamente o modo de usar.
A resposta varia de pessoa para pessoa e deve-se levar em consideração às
suas condições fisiológicas e o fundo genético.
“Venda sob prescrição de profissional habilitado, podendo este ser o far-
macêutico de acordo com a Resolução 586/2013 do Conselho de Farmácia.
SUGESTÕES DE FORMULAÇÕES
Suporte Estético Via Oral
Glycoxil.............................................................................. 200mg
Excipiente .......................................................................... 1 dose
Posologia: Tomar 1 dose 2 vezes ao dia
Protetor de Colágeno e Elastina
Glycoxil.............................................................................. 100mg
Bio-Arct................................................................................ 80mg
Excipiente........................................................................... 1 dose
Posologia: Tomar 1 dose 2 vezes ao dia
88
Beauty caps
Glycoxil.............................................................................. 150mg
LingoMax ............................................................................ 75mg
Silício quelado....................................................................... 3mg
Licopeno................................................................................ 4mg
Vit. C.................................................................................. 300mg
Excipiente........................................................................... 1 dose
Posologia: Tomar 1 dose 2 vezes ao dia.
SUPORTE ESTÉTICO VIA TÓPICA
FÓRMULAS PARA ENVELHECIMENTO FACIAL, COLO E PESCOÇO
ANTI-AGING FACIAL
Derm Com™ .............................................................................2%
Longevicell ®.............................................................................5%
Nano resveratrol.......................................................................5%
Radizen A®.............................................................................2,5%
Avenolat ® II..............................................................................4%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
ANTI AGING FACIAL
Kinetin L .................................................................................10%
Starnew..................................................................................1,6%
Fucogel.....................................................................................5%
Lipossomas Coenzima Q10.......................................................5%
Alfa bisabolol............................................................................1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP ...................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
89
LONGEVIDADE CELULAR
Telosomyl ®...............................................................................3%
Longevicell ®.............................................................................5%
Celldetox ®................................................................................2%
Fucogel ®.................................................................................10%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
CÓDIGO DE BARRAS
Seacod ™...................................................................................2%
Derm Com ™.............................................................................2%
Raffermine®..............................................................................5%
Ácido Hialurônico.....................................................................5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 5,0
Uso noturno e diurno
RUGA FRONTAL DA TESTA
Snap 8.....................................................................................10%
Dolcévia ®..............................................................................0,5%
Lys’Lastine ™.............................................................................2%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
RUGAS PERI ORBITAIS DOS OLHOS – “PÉS DE GALINHAS”
Kinetin-L ®...............................................................................10%
Syn® Coll...................................................................................3%
Betavera®..................................................................................5%
90
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
RUGAS DE PÁLPEBRAS INFERIORES
matrixyl 3000..........................................................................10%
Raffermine ® ..........................................................................10%
Tens Up ™ ................................................................................3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP ...................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
ALTERAÇÃO NAS PÁLPEBRAS INFERIORES
Raffermine ®.............................................................................3%
Eyeliss ™....................................................................................3%
Haloxyl ™..................................................................................2%
Seacod ™...................................................................................2%
Hyaxel ®....................................................................................5%
Cohesium®................................................................................1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
SULCO NASOGENIANO – “LINHA MARIONETE”
Nutripeptides ® GR...................................................................4%
Hyaxel ®....................................................................................5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
91
LIFTING DE COLO E PESCOÇO
Actificol™................................................................................10%
Longevicell ®.............................................................................5%
Derm Com™..............................................................................2%
Tens Up™..................................................................................4%
GlycoRepair ®............................................................................3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
FLACIDEZ COLO E PESCOÇO
Trylagen ®.................................................................................3%
Nutripeptides ® GR...................................................................4%
Sensiline ®.................................................................................5%
Phitodermin ™..........................................................................6%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
FIRMEZA E SUSTENTAÇÃO PARA COLO E PESCOÇO
Turmeria Zen ®..........................................................................2%
Actificol ™...............................................................................10%
Kviar AG....................................................................................2%
Ácido ferulico............................................................................2%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
ARGIRELOX™: através de seus constituintes atua por dois mecanismos de ação
complementares e sinérgicos; o primeiro modula a liberação de acetilcolina (Ach)
na fenda sináptica, uma vez que compete em posição com SNAP25 no complexo
SNARE, desestabilizando sua formação; e o segundo bloqueia a entrada dos íons
92
de cálcio nos neurônios, necessários no transporte das vesículas com a membrana,
reduzindo as contrações musculares. Assim, esses mecanismos de ação se comple-
mentam e auxiliam na potencialização e manutenção do efeito antirrugas. INDICA-
ÇÕES: Reduz linhas de expressão; auxiliar tópico na otimização do tratamento com
toxina botulínica; atenua rugas.
Concentração de uso: 10%
Uso noturno e diurno
DOLCÉVIA®: Ativo orgânico extraído das folhas da Stevia rebaudiana. Indicado para
rugas horizontais causadas pelo estresse, estudos in vitro comprovam o efeito no
relaxamento da musculatura da face em 7 dias, alta atividade em pequenas con-
centrações. Certificado COSMOS. Ideal para a preparação de formulações verdes.
Proporciona ação calmante à pele. Promove um aumento da expressão da enzima
que degrada a Acetilcolina, a acetilcolinesterase, levando a uma diminuição da
contração muscular, mesmo na presença do estresse, e consequente redução das
rugas horizontais.
Concentração de uso: 0,1% a 0,5%
Uso noturno e diurno
KVIAR AG: é um ingrediente ativo natural, de origem marinha, obtido a partir de
ovas de peixe (Caviar e Cyclopterus lumpus). Enriquecido com glicogênio e com os
glicosaminoglicanos sulfato de condroitina e ácido hialurônico, ambos de origem
marinha, confere cuidados a pele, fornecendo ingredientes vitais para a sua nutri-
ção e regeneração celular.
Concentração de uso: 1% a 2%
Uso noturno e diurno
LYS’LASTINE V™: é um extrato de planta obtido de sementes de endro (Anethum
Graveolens L.). Estimula a síntese da enzima LOXL que é responsável pela funcio-
nalidade das fibras elásticas promovendo assim a reestruturação da pele em 3D.
Seu mecanismo de ação é baseado em novas descobertas na fisiologia e mecânica
da elastina. É responsável por aumentar a produção de uma enzima essencial para
dar resistência e elasticidade à elastina.
Concentração de uso: 1% a 3%
93
Uso noturno e diurno
SYN®-COLL: um pequeno peptídeo sintético molecular, que foi criado para preve-
nir uma formação de rugas e reduzir a aparência. A molécula SYN®-COLL tem um
duplo efeito. Em primeiro lugar, ela aumenta ou diminui o seu próprio mecanismo
humano, evitando o fator de crescimento beta transformante latente, TGF-β (Fa-
tor de Crescimento do Tecido), um elemento-chave na síntese de colágeno. Outra
ação importante é a proteção de sua degradação através da inibição das metalo-
proteinases da matriz (MMP). Ambas as funções funcionam sinergicamente para
manter a estrutura da estrutura completa da pele. Benefícios:
• Reduz a aparência de rugas em zonas propensas ao envelhecimento;
• Reduz o significado de danos fotográficos;
• Rejuvenesce e suaviza a pele;
• Refina a aparência dos poros;
• Melhora a firmeza e elasticidade da pele;
• Melhora a textura da pele.
Concentração de uso:2,5%
Uso noturno e diurno
PELES ENVELEHCIDAS
CellTocell.......................................................................................... 2%
Nutripeptídes................................................................................... 4%
Telosomyl ........................................................................................ 3%
Fensibiome...................................................................................... 1%
Hydrat in 72h............................................................................... 1,5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP........................................... 50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
94
ANTIOXIDANTE E REESTRUTURADOR DE DANOS
Rhamnosoft..................................................................................... 5%
Nano de Resveratrol........................................................................ 5%
GlycoRepair . ................................................................................... 3%
Efaderma......................................................................................... 2%
Nano Shine AF................................................................................. 6%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP........................................... 50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
FOTOPROTEÇAO E DETOXIFICAÇÃO
Kinetin L......................................................................................... 10%
Celldetox.......................................................................................... 2%
Telangyn........................................................................................... 2%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP..........................................30 G
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
95
Capítulo IV
TABAGISMO
“ Se você fuma por ter um
problema, ao fumar, com
certeza você terá dois.”
Paulo Moser “meu Pai”: eu tinha apenas 14 anos.
IVONE MOSER
O tabagismo é considerado um problema de saúde pública devido à alta
prevalência de fumantes e as altas taxas de mortalidade decorrentes das doenças
relacionadas ao tabaco, que atinge todos os segmentos da sociedade.122
122 - MIRRA, A. P. et al. Tabagismo – Parte I. Rev. Assoc. Med. Bras., v. 56, n. 2, p.127-143, 2010.
96
A nicotina é uma substância química presente na fumaça, a mesma é
absorvida nos alvéolos pulmonares.123Estão presentes na fumaça do tabaco, subs-
tâncias consideradas cancerígenas, que podem comprometer o sistema de defesa
do organismo, com substâncias que podem afetar o DNA, o que leva ao desenvol-
vimento de células cancerígenas, além do próprio aceleramento do envelhecimen-
to da pele.124
Em 2008, a “World Health Organization”, documentou que cerca de um
terço da população global, na época representavam 1,3 bilhão, eram fumantes, tal
pesquisa só levou em conta indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos. 125
No Brasil em 2011 confirmou-se o índice de 20,1 milhões de fumantes,
segundo dados de pesquisa VIGITEL, considerando indivíduos com idade igual
ou superior aos 18 anos, 14,8% eram homens e 12% eram mulheres.126 O índice
de mortalidade relacionadas ao tabaco, no mundo em 2008 atingiu 6 milhões de
pessoas,127 no Brasil, 200 mil óbitos ao ano estão relacionados com o tabagismo,
sendo 3.000 de fumantes passivos, a previsão para 2030 é de que ocorrerão no
mundo cerca de 8 milhões de óbitos.
Dados do Ministério da Saúde publicados em março de 2018 apontaram
que a frequência do consumo do tabaco entre os fumantes nas capitais brasilei-
ras reduziu em 36%, no período de 2006 a 2017. Nos últimos anos, a prevalência
de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,1% em 2017. Em 2016, o número
total de adultos que fumavam era de 10,2%. Quando separado por gênero, a
frequência de fumantes, em 2017, foi maior no sexo masculino (13,2%) do que
no feminino (7,5%). Se analisado por faixa etária, a frequência de fumantes era
menor entre os adultos com 65 anos ou mais (7,3%). Já as faixas etárias de 18 a
24 anos (8,5%) e 35 a 44 anos (11,7%) apresentaram um pequeno aumento em
123 - ROSENBERG, J.Nicotina droga universal. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Câncer; 2004.
124 - HECHT, S.S. Cigarette smoking and lung cancers chemical mechanisms and approaches to prevention. Lancet Oncol. 2002.
125 - World Health Organization: Report on the Global Tobacco epidemic 2008. The MPower Packaged. Genève: WHO: 2008
126 - MINISTÉRIO DA SAÚDE; Secretária de Vigilância em Saúde; Secretária de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel, Brasil; 2011: doen-
ças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde: 2012.
127 - World Health Organization: Report on the Global Tobacco epidemic 2008. The MPower Packaged. Genève: WHO: 2008.
97
relação ao ano anterior, quando foram registrados 7,4% e 10%, respectivamente.
A frequência do hábito de fumar foi maior entre os adultos com menor escola-
ridade (13,2%), e caiu para 7,4% entre aqueles com 12 anos e mais de estudo. A
pesquisa também mostrou que entre as capitais do país com maior prevalência
de fumantes estavam Curitiba (15,6%), São Paulo (14,2%) e Porto Alegre (12,5%).
Salvador foi a capital com menor prevalência de fumantes (4,1%). Os documen-
tos e resultados são da pesquisa Vigitel 2017 (Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). A pesquisa foi realiza-
da por telefone nas 26 capitais e Distrito Federal e computou 53.034 entrevis-
tas. 128 Esta foi a última pesquisa feita sobre o tema nacionalmente, novos dados
são necessários para se poder avaliar a atual situação brasileira sobre o tema.
Acredita-se que a diminuição e a moderação no consumo são resultados
de uma série de ações desenvolvidas pelo Governo Federal para combater o uso
do tabaco. Com total certeza a ação nacional de maior impacto foi a entrada em
vigor da Lei dos Ambientes Livres da Fumaça de Tabaco, em dezembro de 2014.
Em pesquisa desempenhada por Carvalho (2000) 129 o número de mulheres
tabagista era inferior ao masculino. O mesmo resultado foi apurado no Brasil em
2016. Contudo em 2013 confirmou-se que 500 mil mortes anuais de mulheres são
em consequência do tabagismo, e em crescimento em todos os países, principal-
mente entre o público jovem feminino. Há riscos, por exemplo, das associações
entre doenças cardiovasculares e o uso de contraceptivos hormonais orais ou inje-
táveis, e, nas patologias tradicionais, as relacionadas à gravidez e ao parto.130
A nicotina induz a redução do estrógeno na mulher, deixando-as, muito
mais suscetíveis ao envelhecimento precoce pelo tabagismo do que os homens.
Pesquisas entre mulheres fumantes e não fumantes comprovam, que a exposição
dos fibroblastos ao tabaco diminui em muito a síntese de colágeno dos tipos I e III,
128 - http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43401-habito-de-fumar-cai-em-36-entre-os-brasileiros
129 - CARVALHO, J.T. O Tabagismo visto sob vários aspectos. Rio de Janeiro: medsi; 2000.
130 - AMB; Projeto diretrizes:Evidências Cientificas sobre tabagismo para Subsídio ao Poder Judiciário. Associação Médica Brasileira, Minis-
tério da Saúde, Inst. Nac. Do Câncer, Aliança de Contr. Tabagismo; elaboração final12/mar/2013.
98
fundamentais na manutenção da qualidade da pele, bem como em processos de
cicatrização. 131, 132, 133, 134
Em 1992, Chollat-Traquet e tempos depois em 2005, Rondina et al., des-
creveram dentre os resultados obtidos em entrevistas realizadas com estudantes
universitárias que diversos fatores podem levar as mulheres a recorrer ao cigarro,
entre eles: o estresse provocado pela dupla jornada (trabalho e afazeres do lar), a
desigualdade de oportunidade de trabalho e salariais, violência doméstica ou até
por razões estéticas impostas por padrões de beleza. O tabagismo muitas vezes
é utilizado pelas mulheres, como alívio e automedicação para questões como os
distúrbios de humor, a ansiedade, depressão e a solidão. 135, 136
O tabaco é considerado um importante fator ambiental no envelhecimento
precoce da pele.137, 138
Similar ao efeito da exposição crônica ao sol, seu uso resulta em transfor-
mações negativas na estrutura e composição da epiderme e derme. Há uma re-
dução na hidratação do extrato córneo, assim como há lesão direta pelos compo-
nentes irritantes tóxicos tanto nas camadas mais superficiais quanto nas camadas
mais profundas via circulação sanguínea. 139
O tabagismo é a causa evitável mais frequente de agressão ao organismo.
Seus malefícios, hoje claramente admitidos e reconhecidos pela indústria do ta-
baco, são induzidos pelas mais de 4.700 substâncias que compõem a fumaça do
cigarro. Todas essas substâncias tributam para o desequilíbrio do organismo, tor-
131 - TIPTON, D.A., DABBOUS, M. K. Effects of nicotine on proliferation and extracellular matrix production of human gingival fibroblast in
vitro. J periodontaol. 1995; 66(12):1056-64
132 - BRIDGES, R.B., CHOW, C. K., REHN, S.R. Micronutrient status and immune function in smokers. Ann NY acad sci. 1990; 587:218-31
133 - FRANCÈS, C. Smoker’s wrinkles: epidemiological and pathogenic considerations. Clin Dermatol 1998, 16: 565-70
134 - TIPTON, D.A., DABBOUS, M. K., Effects of nicotine on proliferation and extracellular matrix production of human gingival fibroblast in
vitro. J periodontaol. 1995; 66(12):1056-64
135 - RONDINA, R. C., et al. Um estudo comparativo entre características de personalidade de universitários fumantes, ex-fumantes e não-
fumantes. Rev. Psiquiatr. RS. 2005 27(2):140-150.
136 - CHOLLAT-TRAQUET, C. M. Porqué las mujeres empiezan a fumar y siguen haciéndolo. Em: Mujer y Tabaco. Geneva: WHO; 1992. P.
57-73.
137 - MISERY, L. Nicotine effects on skin: are they positive or negative? Exp Dermatol, v.13, n. 11, p. 665-70. Nov. 2004
138 - BAUMANN, L. Skin ageing and its treatment. J Pathol. 2007; 211: 241– 251.
139 - SILVA, T.S.M. Cigarro e Cicatrização Cutânea: Uma Revisão de Literatura/ – Salvador, 2012.
99
nando-o vulnerável a vírus e bactérias, desencadeando diversas doenças crônicas.
Dentre todas as substâncias que comprovadamente provocam e facilitam a altera-
ção do organismo, podemos destacar: a nicotina que é responsável pelo vício, e o
alcatrão, substância tóxica e cancerígena altamente perigosa. 140
Sabe-se que a nicotina é conduzida pela corrente sanguínea até o cérebro,
enquanto as outras substâncias tóxicas do tabaco ou são eliminadas pela respira-
ção, rins, pele, e intestinos, ou se acumulam nos tecidos e órgãos do corpo, inclu-
sive no cérebro, como os alcaloides do alcatrão.141
O tabagismo também está interligado a diversas doenças graves, como
bronquite crônica, enfisema, câncer de pulmão, infarto, acidente vascular cerebral
entre outras, bem como a morte súbita. E pode colaborar de forma indireta para
a patogênese de tumores epidérmicos e também na infecção pelo papiloma vírus
humano. 142
O ato de fumar também influência na diminuição das fibras elásticas, bem
como do colágeno, principalmente do tipo I, e estas desorganizações levam a dimi-
nuição da elasticidade da pele e a formação de rugas profundas.143
A nicotina é um alcaloide líquido, princípio ativo extraído da planta NICO-
TIANA TABACUM, e apesar de não ser usada em terapêutica, tem importância não
só para a compreensão da farmacologia do sistema nervoso autônomo, mas tam-
bém pelo elevado potencial tóxico intrínseco e sua ação insidiosa no uso e no abu-
so do tabaco. Esta droga é absorvida pelas mucosas e também pela pele íntegra e
age ao nível das sinapses ganglionares simpáticas e parassimpáticas. As respostas
à ação da nicotina se dão especialmente no sistema nervoso central, autônomo,
cardiovascular, gastrointestinal, muscular estriado, urinário e da pele. 144
140 - FREITAS, E.V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
141 - BRODY, A.L. M. M. A, LONDON, E.D., OLMSTEAD, R. E., FARAHI, J., SCHEIBAL, D., et al., Cigarette smoking saturates brain alpha 4 beta 2
nicotinic acetylcholine receptors. Arch Gen. Psychiatry. 2006
142 - MISERY, L. Nicotine effects on skin: are they positive or negative? Exp Dermatol, v.13, n. 11, p. 665-70. Nov. 2004.
143 - MIYASAKA, M. et al. Ultrasonic tissue characterization of photodamaged skin by scanning acoustic microscopy. Tokai J Exp.Clín. Med.
2005; 30(4):217-25
144 - PENILDON, S. Farmacologia. 8º Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 2010.
100
É nítido que o indivíduo fumante pode apresentar tendência a extroversão,
impulsividade, ansiedade, depressão, tendências de comportamento antissociais/
não convencionais em relação aos não tabagista. Estando comprovado que a pre-
valência de tabagismo em pacientes portadores de transtornos psiquiátricos é mais
marcante, essas associações têm componentes genéticos e neurobiológicos.145
O tabaco também é responsável por alterações que ocorrem na pele, sen-
do a nicotina, entre as mais de 4700 substâncias tóxicas,146 o principal composto da
fumaça que provoca uma série de alterações no organismo entre eles a vasocons-
trição que causa uma diminuição do fluxo sanguíneo, através da estimulação da
vasopressina (hormônio vasoconstritor) e por atuar no sistema nervoso simpático.
Consequentemente há também uma diminuição de oxigênio no sangue que inter-
fere no fluxo de estrogênio, que é o principal hormônio da síntese de colágeno e
elastina. 147
Estes fatores causam hipóxia tissular significativa, SENDO QUE 1 CIGARRO
DETERMINA VASOCONSTRIÇÃO POR APROXIMADAMENTE 90 MINUTOS, dimi-
nuindo o fluxo sanguíneo na derme, produzindo deterioração do colágeno, tor-
nando a pele mais seca, dura e “quebradiça”.148 A isquemia crônica dos tecidos
é a responsável pela geração de lesões das fibras elásticas e pela diminuição da
síntese do colágeno. Devemos sempre levar em conta o fato do paciente ser ou
não tabagista, pois a literatura é unanime em afirmar o retardo de recuperação e
eficácia dos tratamentos estéticos em peles de tabagistas. Tal afirmação também
nos alerta para a execução de procedimentos estéticos que necessitem de vasodi-
latação imediata para resultados satisfatórios posteriores, tais como os peelings,
microagulhamento, radiofrequência, criofrequência entre outros, durante este pe-
ríodo de até 90 minutos após o paciente ter fumado um cigarro, bem como após o
procedimento realizado, acredito que isso interfere de forma negativa em nossos
145 - RONDINA, R. C., GORAYYEB, R., BOTELHO, C. Características psicológicas associadas ao comportamento de fumar tabaco. J Bras
Pneuml. 2007: 33(5) 592-601
146 - U.S. department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Chronic Disease
Prevention and Health Promotion Office on Smoking and Health 2006.
147 - SUEHARA, L.Y., SIMONE, K., MAIA, M.Avaliação do envelhecimento facial relacionado ao tabagismo.An Bras Dermatol. 2006.
148 - BRIDGES, R.B., CHOW, C. K., REHM, S.R. Micronutrient status and immune function in smokers. Ann NY Acad. Sci. 1990; 587:218-31.
101
resultados. O ideal é que o paciente não fume nem antes e nem depois do procedi-
mento, para que os resultados terapêuticos sejam os melhores possíveis.
O fumo pode também causar um aumento na agregação plaquetária, dimi-
nuição da formação da prostaciclinas, aumento da viscosidade sanguínea e aumen-
to da atividade plasmática da elastase que causa formação defeituosa da elastina,
tornando a pele mais espessa e mais fragmentada.149
A estimulação dos leucócitos pelos componentes do tabaco causa liberação
dos íons superóxidos. Essa liberação de radicais livres pode causar lesão tissular, di-
retamente pela peroxidação lipídica ou indiretamente pela inativação das enzimas
que em circunstâncias normais protegeriam o tecido da ação proteolítica. 150, 151 Tal
afirmação reforça a grande necessidade do uso de antioxidantes nestes tipos de
pele, bem como de recursos que sejam capazes de “limpar” a pele deste excesso de
peroxidação lipídica, como no caso das enzimas em concentrações de uso consul-
tório. O Tabagismo gera aumento da hidroxilação do estradiol na pele, determinan-
do, nas mulheres, um estado hipoestrogênico que pode estar associado com pele
seca e atrófica e com piora do seu aspecto geral.152 A isso, soma-se a diminuição
das prostaciclinas, favorecendo o processo da deterioração do colágeno na base
da derme. Isso diferencia as rugas dos tabagistas, das rugas naturais e fisiológicas.
Esse enrugamento é mais visível nas mulheres, por terem a pele mais fina, e é
mais comum na raça branca.153 Leia mais sobre o assunto no capítulo 13 – OUTROS
TIPOS DE PEELINGS QUÍMICOS E ESFOLIAÇÕES ENZIMÁTICAS do livro “PEELING:
COMO EU FAÇO” página 177.
Em 1971, um estudo com 1.104 participantes demonstrou a correlação de
uma ligação definitiva entre as rugas faciais e o tabagismo. Indicou que as rugas das
pálpebras eram mais profundas e amplas nos fumantes do que em não fumantes,
e os tabagistas intensos (pessoas que fumavam mais de 10 cigarros por dia ou fu-
mavam há mais de 15 anos) tinham as rugas mais pronunciadas.154
149 - SUEHARA, L.Y., SIMONE, K., MAIA, M.Avaliação do envelhecimento facial relacionado ao tabagismo.An Bras Dermatol. 2006.
150 - BRIDGES, R.B., CHOW, C. K., REHM, S.R. Micronutrient status and immune function in smokers. Ann NY Acad. Sci. 1990; 587:218-31.
151 - FRANCÈS, C. Smoker´s wrinkles: Epidemiological and pathogenic considerations. Clin Dermatol. 1998; 16; 565-70
152 - BRIDGES, R.B., CHOW, C. K., REHM, S.R. Micronutrient status and immune function in smokers. Ann NY Acad. Sci. 1990; 587:218-31.
153 - SADICK, N.S. A Structural Approach to Nonablative Rejuvenation.CosmeticDermatology, v.15 (12): p. 39-43, 2002.
154 - DANIELL, H. W.As rugas do fumante. Um estudo sobre a epidemiologia dos pés de galinha, Ann Intern. Med., 1971
102
Em um estudo feito no Hospital St. Thomas de Londres, os pesquisadores
acompanharam 50 pares de gêmeas monozigóticas, sendo uma fumante e outra
não. As primeiras, geralmente a partir dos 40 anos, tinham a face mais enrugada,
com semblante envelhecido, enquanto as segundas mantinham a pele quase lisa.
Em um outro estudo feito na Universidade de Utah, Estados Unidos, analisou-se
um grande número de mulheres de 35 a 59 anos. Ficou evidente que fumar é fator
desencadeante e agravante de rugas prematuras, correlacionando com o número
de cigarros consumidos, independente de outros fatores, inclusive exposição ao
sol. 155
As substâncias tóxicas do cigarro estimulam a produção de leucócitos que
são responsáveis por liberar radicais livres, que inativa à produção das enzimas
que protegem a pele. Há uma diminuição das vitaminas tocoferol, betacaroteno e
retinol, prejudicando assim a defesa do organismo contra os radicais livres, tendo
alterações das fibras de colágeno e elastina causada pelo aumento da elastose,
comprometendo a derme, causando rugas mais intensas, diminuindo os níveis das
vitaminas, e apresentando também uma diminuição crônica de oxigênio,156 bem
como um comprometimento severo do ciclo de turnover. Esses achados podem
ser úteis para motivar os pacientes que estão mais preocupados com sua aparên-
cia do que o dano interno potencial associado ao tabagismo para parar de fumar.
Portanto a necessidade da recomendação de neutralização desses radicais livres
através de ativos denominados retinoídes, retinoídes like, ubiquinona, betacarote-
no, ácido fítico, glutationa, gluconolactona e alfa tocoferol. (leia mais sobre estes
ativos no capítulo 11 - PRINCÍPIOS ATIVOS, do volume 1, COSMETOLOGIA: COMO
EU FAÇO, página 245).
Diante de moléculas estranhas, desemparelhados, a maioria dos radicais
livres transforma-se em moléculas reativas e prejudiciais à saúde, e encontram-se
envolvidos diretamente ou indiretamente a doenças onde ocorrem lesões dos te-
cidos, como a exposição solar, na qual há uma intensa formação de radicais livres,
155- ROSENBERG, J. Nicotina: droga universal. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tabagismo/publica%C3%A7%C3%B5es/nicotina.pdf
acesso em 11 de outubro de 2018.
156 - PASSOS, C. et al. Efeitos do tabagismo no envelhecimento cutâneo. [S.L.], [s.d.].Disponível em:
http://siaibib01.univali.br/pdf/Caroline%20dos%20Passos%20e%20Vania%20Pinheiro.pdf acesso em 11 de outubro de 2018.
103
podendo resultar no câncer de pele e no envelhecimento precoce da pele. 157
É sabido desde a década de 1960 que o hábito constante de fumar, faz com
que o tecido cicatricial se forme mais lentamente, e a principal causa disso é, com
certeza, o reduzido suprimento de sangue para a pele. Isso restringe a quantidade
de oxigênio e nutrientes que circundam uma ferida, o que por sua vez, aumenta o
tempo necessário para cicatrizar, bem como a dificuldade de o processo evoluir. A
diminuição na produção de colágeno provocada pelo fumo, é provavelmente outra
explicação para a formação lenta do tecido cicatricial. Uma vez que fumar reduz o
fluxo sanguíneo para a pele danificada, bem como aumenta os riscos de infecções
pós-operatórias.
A queda de cabelos induzida pelo fumo é outra categoria dermatológica
importante, porém de causa multifatorial. 158 Estudos descreveram que o processo
fisiopatológico advém da ação do cigarro na microvasculatura do folículo piloso,
levando a um dano do DNA no sistema de proteases e antiproteases, comprome-
tendo o ciclo de crescimento dos pelos, aumentando as citocinas pró-inflamató-
rias resultando em micro-inflamação folicular e fibrose. Sobrevindo a morte do
folículo piloso e fibrose, deriva então em uma alopecia de difícil reversão, que
pode significar um impacto muito forte na vida dos indivíduos acometidos por
estas condições, uma vez que, a importância dos cabelos na aparência estética
é enorme e qualquer alteração na distribuição de pelos que gere impacto visual
diferente do esperado para sexo e idade são recebidos, com grande repercussão
negativa psicossocial nos pacientes. 159, 160
Em 1985 Model161 definiu critérios clínicos de “fácies de tabagismo”:
a) rugas proeminentes;
b) proeminência dos contornos ósseos;
c) pele atrófica e cinzenta;
d) pele pletórica;
157 - MORITA, A. Tobacco smoke causes premature skin aging. Journal of Dermatological Science 48, 169—175, 2007
158 - TRUEB, R.M. Association between smoking and hair loss: another opportunity for health education against smoking? Dermatology
2003, 2063:189–191.
159 - MORITA, A. Tobacco smoke causes premature skin aging. JournalofDermatologicalScience 48, 169—175, 2007
160 - SILVA, T.S.M. Cigarro e Cicatrização Cutânea: Uma Revisão de Literatura/ – Salvador, 2012.
161 - MODEL, B. Smoker´s face: An underrated clinical sign? BMJ. 1985; 291:1760-2.
104
O autor considerou que apenas um critério seria suficiente para caracteri-
zar tal fácies.
Quadro 7: FÁCIES DE TABAGISMO
Fácies de Características
tabagismo
1 Linhas de expressão ao redor dos lábios
2 Linhas nos cantos dos olhos
3 Linhas profundas nas bochechas
4 Numerosas linhas superficiais nas bochechas e região mandibular
5 Proeminência óssea e aprofundamento das bochechas
6 Atrofia da pele
7 Tonalidade cinzenta da pele
Fontes: Model B.162 e Daniell HW.163
Embora não haja uma literatura extensa e unânime referente ao envelhe-
cimento facial precoce causado pelo tabagismo, este é um assunto mundialmente
discutido, 164 pois o envelhecimento precoce é apenas um dos malefícios do taba-
gismo.
Griffiths165 recomenda especificamente como prevenção e tratamento do
envelhecimento cutâneo em pacientes tabagistas:
162 - MODEL, B. Smoker´s face: An underrated clinical sign? BMJ.1985; 291:1760-2.
163 - DANIEL, H. W. Smoker´s wrinkles: a study in the epidemiology of crow´s feet. Ann Intern. Med. 1971; 75:873-80.
164 - SUEHARA, L. Y., SIMONE, K., MAIA, M. Avaliação do envelhecimento facial relacionado ao tabagismo. Rev Bras Dermatol 2006, 16:565-70
165 - GRIFFITHS, C. E. M. Drug treatment of photoaged skin. Drugs & Aging 1999, 14:289-301
105
- Aumento da defesa da penetração das Radiação Ultravioleta A/B, bem como as
luzes visíveis, através da manutenção da barreira cutânea e hidratação adequadas,
fotoproteção com uso diário e contínuo de filtro solares de ampla ação.
- Neutralizar radicais livres pré-existentes, e o impedimento de formação de novos
radicais livres com uso constante de antioxidantes tópicos (leia mais sobre estes
ativos no capítulo 11 - Princípios Ativos, do volume 1, “COSMETOLOGIA: COMO EU
FAÇO”, página 245. Leia mais sobre estes ativos no capítulo 3 - ENVELHECIMEN-
TO, GLICAÇÃO E RADICAIS LIVRES - deste livro, no subitem SUPORTE ESTÉTICO VIA
ORAL. SILÍCIOS, ANTIOXIDANTES ANTI-AGING ORAL na página 79.
- Aumentar a síntese do colágeno e elastina dérmicos, com uso de cosmecêuticos
e cosméticos e, se possível, a utilização de produtos de uso sistêmico.
Sabendo-se que o fumo é um grande promotor da gênese de formação
de Radicais Livres, assim como outros fatores de ordem extrínseca que causam o
aceleramento do envelhecimento cutâneo, as indústrias cosméticas veem como
um grande aliado, e cada vez mais investem na produção e aperfeiçoamento de
novos ativos, com um maior poder de permeação, objetivando a devolução da in-
tegridade funcional da pele melhorando e reparando sua aparência, com produtos
antioxidantes.
O importante é que o tabagismo seja compreendido como uma doença
e não como um “estilo de vida”, devendo existir uma grande preocupação com o
diagnóstico e a orientação terapêutica adequada por todos os profissionais sem-
pre existindo uma associação entre a terapia cognitiva-comportamental e a terapia
farmacológica. 166
NOVAS PROPOSTAS DE ATIVOS NANO TECNOLÓGICOS:
NANOSHINE AF®: ÁCIDO FERÚLICO revestido por NANO CÁPSULA LIPÍDICA. Po-
tencializa em 70% a atividade antioxidante do ácido ferúlico. Antioxidante, fo-
166 - ARAÚJO, A. J. Tratamento do tabagismo pode impactar a DPOC. Pulmão Rj, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1,p.20-33, 2009.
106
toprotetor e despigmentante simultâneos. Por ser um potente antioxidante, o áci-
do ferúlico é altamente reativo, especialmente em contato com o oxigênio. Para
que a atividade antioxidante e protetora do ácido ferúlico ocorra na pele, é preciso
garantir sua estabilidade no produto e sobretudo, a biodisponibilidade com efeti-
vidade na pele. Tecnologias de revestimento não devem limitar-se apenas a pro-
teção do ácido ferúlico como ocorre com as ciclodextrinas. O revestimento deve
favorecer sua permeação na forma estabilizada nas camadas mais profundas da
pele.
DOSAGEM USUAL: 1 % a 8%
pH de estabilidade: 3,0 – 8,0
Uso noturno e diurno
NANOVETOR RESVERATROL: São partículas contendo os ativos Trans-Res-
veratrol e Óleo de Romã encapsulados. O Trans-Resveratrol possui um elevado
potencial antioxidante, o que inibe a ação dos radicais livres e previne o envelhe-
cimento cutâneo e capilar. 167, 168 Além disso, age na proteção contra os danos cau-
sados pela radiação ultravioleta na pele e nos cabelos, além de prevenir o desen-
volvimento de câncer de pele. 169 O Óleo de Romã é fonte de ácido punícico e ácido
elágico que conferem propriedades regeneradoras, hidratantes, antioxidantes e
adstringentes, que auxiliam a cicatrização da pele, estimulando a síntese de colá-
geno e a proliferação de fibroblastos na derme, além de melhorar a elasticidade,
dando força e brilho à pele. Também atuam na prevenção do fotoenvelhecimento
da pele, combate fungos e bactérias e auxilia os tratamentos das acnes. Além dis-
so, o óleo de romã age na hidratação e reparação da cutícula capilar, devolvendo o
brilho e a elasticidade aos cabelos. (Tecnologia Patenteada).
CONCENTRAÇÃO USUAL: 0,5 % a 5%
pH de estabilidade: 3,0 – 7,0
Uso noturno e diurno
167 - BAXTER, R.A. Anti-aging properties of resveratrol: review and report of a potent new antioxidant skin care formulation. Journal of
Cosmetic Dermatology, 7, 2–7, 2007.
168 - LEMOS-SENNA, E.; NEMEN, D. Preparação e caracterização de suspensões coloidais de nanocarreadores lipídicos contendo resveratrol
destinados à administração cutânea. Quim. Nova, 34(3), 408-413, 2011.
169 - MORENO, C.S. Estudo do Efeito Radioprotetor do Resveratrol. 2009. 93p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Nuclear). Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009.
107
RETINOL - FILME MOLECULAR (LIPOTEC/ESPANHA): Retinol-Filme Molecu-
lar é uma película contendo retinol e potentes ingredientes antioxidantes, como o
Lipochroman® e tocoferol que auxiliam na estabilização do retinol e oferecem um
cuidado completo para a pele. Possui também importante papel na modulação,
normalização e manutenção dos corneócitos. Na pele, o Retinol-Filme Molecular,
atua como um antioxidante para ajudar a compensar os danos dos radicais livres,
com propriedades rejuvenescedoras e antirrugas. É eficaz contra a atividade das
MMPs de modo a prevenir os sinais de fotoenvelhecimento. As MMPs são capazes
de degradar todos os componentes da matriz Extra Celular (MEC) resultando em
degradação do tecido conjuntivo, provando sua eficiência em recuperar a pele na
prevenção da degradação dos componentes da MEC. Além disso, os retinóides au-
mentam a produção de colágeno e ácido hialurônico (responsável pela hidratação
e eficaz contra as rugas), melhorando a firmeza e suavidade, enquanto previne
formação de rugas finas e sulcos relacionados à idade. “Retinol reduz a degrada-
ção dos componentes da Matriz Extra Celular e induz a sua síntese melhorando a
elasticidade e firmeza cutânea”.
CONCENTRAÇÃO USUAL: 2 % a 15%
Retinol-Filme Molecular possui pH independente.
Recomendamos seu uso noturno.
PRODIZIA ™:Prodizia é um extrato padronizado da Albizia julibrissin, co-
nhecida como “seda da Pérsia”, amplamente cultivada pela cultura asiática, que é
também comercializado como medicamento no tratamento de insônia com ativi-
dade relaxante. É um ativo que proporciona uma redução visível dos sinais cutâ-
neos de fadiga: olheiras, bolsas oculares, pele opaca e desvitalizadas. Ao apoiar sis-
temas específicos de desintoxicação (glyoxalase e proteassoma), Prodizia ™ pode
proteger e reparar as estruturas proteicas danificadas pela glicação.
CONCENTRAÇÃO USUAL:2 % a 4%
Uso preferencialmente noturno
É possível também usar as fórmulas do capítulo anterior no intuito de re-
verter os danos causados pelo tabaco à pele.
108
SUGESTÃO DE FÓRMULAS
Hidratação e efeito antiglicante
Longevicell ®................................................................................ 5%
Trylagen ®.................................................................................... 5%
Aveia Coloidal.............................................................................. 6%
HYDRAT-IN 72H®........................................................................ 1,5%
Ácido ferulico............................................................................... 2%
Nanoshine AF ®..............................................................................2%
Vitamina E ...................................................................................1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................... 50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
Reestruturador e clareador
XPERMOIST ®............................................................................... 3%
Dragon’sBlood LP......................................................................... 3%
Elastocell ®................................................................................... 8%
Hentowhite.................................................................................. 2%
Belides ™...................................................................................... 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................... 50g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
Detoxificação tópica
Detox Shield ®............................................................................. 2%
Cohesium ®.................................................................................. 3%
Dermochlorella............................................................................ 4%
Efaderma ®................................................................................... 3%
Nanovetor Vitamina C................................................................. 8%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................... 50g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
109
Anti cronoenvelhecimento
Kinetin-L ®.................................................................................. 10%
Glyco-Repair ®............................................................................. 3%
Indufence ®.................................................................................. 3%
Lanablue ®................................................................................... 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................... 50g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
Antipoluição
Pollushield ™................................................................................ 5%
Pore Out ®.................................................................................... 3%
Algisium C ®................................................................................. 4%
Aquaporine Active ...................................................................... 5%
CellDetox ®................................................................................... 3%
Alistin ®..................................................................................... 1,5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................... 50g
pHestimado 5,5
Uso noturno e diurno
Antiaging
Longevicell ® ...............................................................................5%
Vitinoxine ™ ................................................................................4%
Telosomyl ® .................................................................................3%
Nano Lightening ® C..................................................................... 4%
Nanoshine AF ®............................................................................ 2%
Vitamina E ...................................................................................1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP ......................................50g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
110
Efeito protetor e clareador
Nanoresveratrol........................................................................... 8%
Nanovetor Vit.C........................................................................... 8%
Nano White.................................................................................. 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....................................... 50g
pH estimado 5,5
Uso noturno
ALGISIUM C ®: silício orgânico biodisponível, ativo multifuncional que fa-
vorece a biossíntese de macromoléculas, possui excelente ação anti-radicais livres
e anti-inflamatórias, melhorando assim a estrutura dérmica e a auto hidratação.
Concentração usual:2% a 6%
Uso noturno e diurno
ALISTIN®: ação anti-cross linking das proteínas, proteção do DNA celular,
reparador de membranas.
Concentração de uso: 0,5% a 1,5%
Uso noturno e diurno
AQUAPORINE ACTIVE AQP 3: é composto por um bio-peptídeo exclusi-
vo derivado do ácido glutâmico associado ao silanetriol trealose, dissacarídeo.
Aquaporine Active® AQP 3 atua diretamente sobre os queratinócitos, aumentando
a produção dos genes da aquaporine 3 e de outras moléculas envolvidas na função
“barreira”(derme, epiderme).
Concentração de uso: 2% a 5%
Uso noturno e diurno
INDUFENCE®: possui duplo mecanismo de ação melhorando a função bar-
reira da pele como um todo. Reestrutura a barreira imunológica com sua ação
de probiótico-like, melhorando a respostas imune inata e estimulando peptídeos
antimicrobianos, ao mesmo tempo em que reduz citocinas inflamatórias com IL-8.
Indicado para peles sensíveis e sensibilizadas; dermatite atópica; pós-tatuagens;
pós-depilação; pós-procedimento estético; condições que podem favorecer o de-
111
sequilíbrio da microbiota da pele em geral.
Concentração usual: 1% a 3%
Uso noturno e diurno
JUVELEVEN ™: é ideal para formulações faciais proporcionando longevidade
e vitalidade celular, protegendo a integridade genômica causadas por vários
fatores como a exposição aos raios UV, o estresse, a replicação do DNA e a dieta.
Rejuvenescimento da pele, reparo do DNA, proteção contra poluentes, proteção
UV no DNA.
Concentração de uso: 2%
Uso noturno e diurno
LANABLUE ®: extrato de algas cianofíceas, apresenta alto teor de vitaminas
do complexo B, aminoácidos e pigmentos específicos. Oferece tratamento inten-
sivo para peles maduras, estimulando a renovação celular (retinóide like) suaviza
linhas de expressão, melhora o aspecto da epiderme, acalma a pele, aumenta a
imunidade, indicado para peles hiperqueratinizadas e foto-danificadas.
Concentração de uso: 1% a 3%
Uso noturno e diurno
POLLUSHIELD™: é a combinação de um polímero com propriedades
quelantes de metais e um antioxidante poderoso que elimina os radicais livres.
Dessa maneira, protege duplamente contra os danos da poluição ambiental. O
polímero de Pollushield™ captura mais de 85% de metais como Chumbo, Níquel,
Zinco e Ferro, impedindo que eles se acumulem na derme e penetrem-na,
preservando a funcionalidade e reduzindo os danos às células. É um ativo comple-
to para os cuidados da pele, pois também aumenta a capacidade antioxidante pela
ação de Lipochoroman®, é um antioxidante mais potente que Resveratrol, ácido
ferulico e Vitamina E.
- Contribui para a proteção da pele contra o envelhecimento causado pela polui-
ção;
- Quelante de metais;
- Captura e impede o acúmulo da maioria dos metais pesados na pele;
- Alto poder antioxidante;
112
- Colabora para proteger os queratinócitos da poluição urbana;
- Pode ser incorporado em qualquer tipo de formulação.
Concentração de uso: 5%
Uso noturno e diurno
EFEITO PROTETOR E ANTIAGING
Alistin........................................................................................... 1,5%
Lanablue......................................................................................... 3%
Glyco-repair.................................................................................... 3%
Aquaporine Active AQP3................................................................ 4%
Fucogel........................................................................................... 6%
Lipossomas Coenzima Q10............................................................. 3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP......................................... 50 g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
EFEITO PROTETOR, ANTIAGING E RESTAURADOR DE BARREIRA
Bakuchiol........................................................................................ 1%
Rhamnosoft.................................................................................... 5%
Topicaroteno................................................................................ 0,2%
Nutripeptides.................................................................................. 3%
Lactil............................................................................................... 3%
Nanovetor de resveratrol................................................................ 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP......................................... 50 g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
113
Capítulo V
CUIDADOS COM A PELE DA GESTANTE
“ Os ventos que às vezes levam algo
que amamos são os mesmos ventos
que nos trazem algo que aprendemos
a amar. Portanto, você não deve
chorar pelo que lhe foi tirado, e sim
aprender a amar o que lhe for dado,
pois tudo que é realmente nosso, o
vento nunca irá levar”
Paulo Moser “meu Pai”, janeiro de 2006.
114
IVONE MOSER
COLABORADORAS
BÁRBARA BROERING PAGANI
PRISCILA NICOLODI
A gravidez representa um período de intensas modificações para a mulher,
tornando sua pele mais susceptível a mudanças fisiológicas e patológicas.170 Alte-
rações pigmentares ocorrem em até 90% das gestantes e, dependendo da mani-
festação clínica, podem ser fisiológicas nessa fase.171
A pigmentação melânica da pele humana sofre intenso controle hormonal.
Em 1967, SNELL sumarizou o prevalente consenso acerca da ação hormonal nos
melanócitos de mamíferos, particularmente, em humanos.172, 173
A pigmentação acentua-se a partir do segundo mês e segue evoluindo com
a gestação, como consequência da maior atividade hormonal. As alterações hor-
monais são instigadas por grandes aumentos de hormônios melano estimulantes
– MSH, estrogênio, progesterona, beta HCG (gonadotrofina coriônica humana),
ACTH que é muito similar ao MSH, prolactina e um grande número de hormônios
e mediadores que transformam completamente as funções do organismo. 174
A pele de uma mulher grávida sofre inúmeras alterações imunológicas, endó-
crinas, metabólicas e vasculares tornando a gestante susceptível a alterações tanto fi-
siológicas quanto patológicas. As modificações pigmentares são as mais frequentes.175
Quanto à exposição solar, é fundamental ressaltar a importância da radia-
ção no desencadeamento e agravamento de hipercrômias em gestantes, funda-
mentalmente em fotótipo acima de três.
170 - URASAKI, M. B. M. Alterações fisiológicas da pele percebidas por gestantes assistidas em serviços públicos de saúde. Acta Paul
Enferm. 2010;23(4):519-25.
171 - ZANINI, M., PASCHOAL, L. H. C. Dermatoses gestacionais. Med. CutanIber. Lat. Am. 2004;32(4):139-50.
172 - SLOMINSKI, A., TOBIN, D.J., SHIBAHARA, S., WORTSMAN, J. Melanin pigmentation in mammalian skin and its hormonal regulation.
Physiol Rev. 2004;84:1155-228.
173 - KLAUS, S. N., SNELL, R.S. The response of mammalian epidermal melanocytes in culture to hormones. J Invest Dermatol. 1967;48:352-8.
174 - ALVES, G. F., NOGUEIRA, L. S. C., VARELLA, T. C. N. Dermatologia e gestação. An Bras Dermatol. 2005;80(2):179-86.
175 - URASAKI, M. B. M. Alterações fisiológicas da pele percebidas por gestantes assistidas em serviços públicos de saúde. Acta Paul En-
ferm. [periódico online]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n4/12.pdf
115
Estudo publicado em 2010 investigou a percepção da gestante sobre as
mudanças ocorridas na pele, durante o período gestacional, e encontrou a hiper-
pigmentação como a alteração mais citada. 176
A prevalência aumentada no sexo feminino, o surgimento de lesões duran-
te a gravidez, após introdução de contraceptivos orais ou reposições hormonais,
indicam o papel das influências hormonais no aparecimento do melasma. No en-
tanto, a dosagem hormonal sérica destas pacientes na maioria das vezes não se
encontra alterada, e isso sugere que haja um possível aumento na expressão de
seus receptores nas áreas com melasma. 177
Os estrogênios aumentam a vascularização da pele e por vezes suprimem a
atividade da glândula sebácea, além de aumentar a atividade dos melanócitos.178
Estudos demonstraram que culturas de melanócitos humanos expressam recepto-
res de estrogênio e que o estradiol aumenta os níveis de TYR ( tirosinase), TYRP1
(proteína 1 relacionada à tirosinase) e TYRP2 (proteína 2 relacionada à tirosinase),
enzimas envolvidas na melanogênese humana, dentro dos melanócitos humanos
normais. 179 Uma das formas de estrogênio, o beta estradiol, aumenta os níveis de
RNAm (RNA mensageiro) de MC1-R, que é fundamental na produção de melanina,
o que pode justificar o papel deste hormônio na pigmentação cutânea. 180
A relação da progesterona na pigmentação melânica ainda não é definida,
porém, este hormônio está marcadamente elevado na gestação, fase em que há
surgimento do cloasma. Alguns estudos mostraram que a progesterona aumenta
o número de células e atividade da TYR em melanócitos. 181
176 - URASAKI, M. B. M. Alterações fisiológicas da pele percebidas por gestantes assistidas em serviços públicos de saúde. Acta Paul
Enferm. 2010;23(4):519-25.
177 - SACRE, R.C., et al. Melasma idiopático: avaliação das funções tireoidiana, prolactínica e gonadal feminina. An. Bras Dermatol. 1996;
71: 195-98.
178 - LIEBERMAN, R., MOY, L. Estrogen receptor expression in melasma: results from facial skin of affected patients. J Drugs Dermatol.
2008; 7(5): 463-65.
179 - TOYODA, M., MOROHASHI, M. Morphological alterations of epidermal melanocytes in photoaging: an ultra-structural and cytomor-
phometric study. Br J Dermatol. 1998; 139: 444-52.
180 - SCOTT, M.C., et al. Human melanocortin 1 receptor variants, receptor function and melanocyte response to UV radiation. J Cell Sci.
2002; 115(11): 2349-55.
181 - TAMEGA, A.A., et al. Gene and protein expression of estrogen‐β and progesterone receptors in facial melasma and adjacent healthy
skin in women. Int. J. Cosm. Sci. 2015; 37(2): 222-28
116
Kede & Sabatovich (2010), descreveram que em relação à pele, as altera-
ções gestacionais são divididas em alterações fisiológicas da gravidez, dermatoses
específicas da gravidez e dermatoses alteradas da gravidez em alguns casos resul-
tando em melasma considerados como discromias. Segundo Azulay & Abulafia
(2003), o melasma é constituído por uma mácula hiperpigmentada que ocorre
com frequência na face de mulheres, com possível relação inicial com a gravidez
ou quando da utilização de contraceptivos e tendo na exposição ao sol seu princi-
pal fator desencadeante.182
O melasma ou mancha gravídica também chamada de cloasma, é a mais
notável e perceptível alteração de pigmentação na gravidez. Apresenta-se como
uma mancha acastanhada que compromete, sobretudo os latinos e asiáticos. 183
Diferencia-se pela pigmentação melânica irregular, preferencialmente da
face, em mulheres na idade fértil e de pele com fotótipos mais altos, preferencial-
mente acima de três. Pode iniciar no primeiro ou segundo trimestre da gestação,
porém, acomete, também, pacientes usuárias de anticoncepcionais hormonais,
mas também pode atingiros homens, não sendo exclusivo do ciclo gravídico-puer-
peral.184 Contudo tem-se a certeza que a luz solar, e a luz artificial, bem como
fontes de calor e a predisposição genética são os fatores etiológicos qualificados
como mais importantes para a etiologia do melasma. Altos níveis de hormônio
estimulante dos melanócitos (MSH) parecem estar envolvidos na formação do
melasma, bem como, características raciais, medicações, cosméticos e endocri-
nopatias.
Alterações pigmentares ocorrem em até 90% das gestantes
e, dependendo da manifestação clínica, podem ser fisioló-
gicas nessa fase. O principal representante da hiperpigmen-
tação localizada é o cloasma, máscara ou pano gravídico,
182 - AZULAY, A. et al. Tratamento tópico do melasma com monometil éter da hidroquinona (MMEH)*. Estudo de observação de eficácia
de clínica. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 60 - Nº 8 - AGOSTO DE 2003
183 - KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. (Ed.). Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. 1015p.
184 - PURIM, KÁTIA; AVELAR MARIA. Fotoproteção, melasma e qualidade de vida em gestantes. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2012;
34(5):228-34
117
que acomete cerca de 70% das gestantes. A prevalência
geral do melasma nas mulheres latino-americanas varia de
1,5 – 33,3% e a estimativa de prevalência entre mulheres
latinas grávidas situa-se entre 50 e 80% (PURIM, K; AVELAR,
M, 2012 p.229).185
Urasaki (2011) desenvolveu um levantamento de dados realizado em qua-
tro unidades de Saúde de São Paulo (SP), onde foram entrevistadas 124 mulheres
grávidas para identificar as alterações de pele percebidas pela gestante durante o
pré-natal e conhecer quais as implicações dessas alterações para estas mulheres.
Esta pesquisa indicou que 8,8% não perceberam qualquer alteração em sua pele,
91,2% perceberam 345 alterações sendo que, destas: 20,3% observaram manchas;
17,7% alterações vasculares; 17,1% estrias; 15,3% hiperpigmentação; 12,7% piora
ou surgimento de acne; 5,8% queda dos pelos; 3,8% aumento na quantidade de
pelos; 3,8% unhas fracas. Outras alterações encontradas foram edema, resseca-
mento da pele, pele brilhosa e diminuição da acne correspondendo a 3,5%.186
É sabido que a luz UVB é mais carcinogênica, não incide em níveis
homogêneos durante todo o dia, é mais forte entre 10:00 h e 15:00 h e que a luz
UVA é estimuladora de melanina, responsável pelas alterações pigmentares; e que
consegue ultrapassar a camada de ozônio praticamente durante o dia inteiro, per-
siste no inverno e em dias nublados, e é capaz de ultrapassar vidros, inclusive com
películas protetoras. 187 Portanto mais uma justificativa para a gestante se proteger
da radiação solar nestes horários.
O sol associado à fotossensibilização decorrente das alterações hormonais
na gestação torna imprescindível a indicação do uso de protetor solar. Pesquisa-
dores demonstraram, em ensaio clínico de 12 meses, a eficácia do protetor solar
de amplo espectro na prevenção do cloasma gestacional, contudo não se dispensa
185 - PURIM, KÁTIA; AVELAR MARIA. Fotoproteção, melasma e qualidade de vida em gestantes. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2012;
34(5):228-34
186 - URASAKI, M. B. M., BARRETO, C. P. Implicações das alterações fisiológicas da pele na gestação. Escola de artes, ciências e humanidade
USP [periódico online]. 2007. [capturado em 2011 jun. 20].
187 - REIS, V. M. S., PATRIARCA, M. Prevenção das alterações da pele na gestação [Internet]. São Paulo: Organon Farmacêutica. [citado
2008 Ago. 23]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n4/12.pdf
118
as proteções mecânicas ou físicas, (chapéu, boné, sombrinha). Outras pesquisas
também confirmam o papel positivo da proteção solar na prevenção e tratamento
do cloasma. Todos os tipos de pele, em maior ou menor escala, estão sujeitos a
alterações, por isso, precisam de uma proteção efetiva.
Existem no mercado produtos com fatores de proteção solar (FPS) variá-
veis. A partir do FPS 20, que protege a pele cerca de 90 a 92% dos raios UVB, os
benefícios aumentam muito pouco (porém quando o FPS é de numeração maior,
sabe-se que podemos ficar mais tempo fotoexpostos, sem reaplicar o Filtro) e
mesmo o mais alto índice não consegue bloquear totalmente a penetração dos
raios UVB na epiderme. Recomenda-se para ambientes fechados FPS de 20 a 30,
que contenham proteção UVA + UVB + proteção luz visível, mais do que isso é mui-
ta química para pouca proteção. 188
Para atividades ao ar livre como praia, piscinas, clubes o FPS deve ser au-
mentado para entre 30 a 60, principalmente 60 para os faciais. Somente em casos
específicos se recomenda o uso de FPS 90.
Recomendamos protetores com nível de proteção declarado para UVA,
UVB e luz visível; veículo adequado para a pele da gestante, menos comedogêni-
cos, com menos substâncias químicas, menos alergênicos (corantes ou fragrâncias
que possam irritar a pele) e que tenham eficácia de proteção contra eritema e
pigmentação. A reaplicação é necessária a cada duas horas ou após imersão em
água.189 Se as pessoas aplicassem os protetores solares de maneira uniforme e
adequada não haveria necessidade de fatores de proteção solar superior a 20. A
espessura de aplicação acordada internacionalmente é de 2 mg/cm2 em uma área
mínima de 50 cm2 (leia mais sobre na página 155 do volume 1 “COSMETOLOGIA:
COMO EU FAÇO”). Estudos têm demonstrado que os consumidores utilizam nor-
malmente entre 0,5 a 1,3 mg/cm2 menos que o recomendado.190
188 - MACEDO, O. R. Segredos da boa pele: preservação e correção. 2ª ed. São Paulo: Senac; 2001.
189 - MACEDO, O. R. Segredos da boa pele: preservação e correção. 2ª ed. São Paulo: Senac; 2001.
190 - DIFFEY, B. Has the sun protection factor had its day? BMJ. 2000; 320 (7228):176-7. Comment in: BMJ.
2000; 320 (7244): 1274-5. BMJ. 2000; 320 (7244): 1275. BMJ. 2002; 324 (7352): 1526.
119
A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda não somente a gestan-
tes, mas para toda a população em geral, que todas as medidas de proteção sejam
adotadas quando houver exposição ao sol em razão da ação cumulativa dos raios
solares: uso de chapéu, camisetas e protetor solar. As barracas de praia devem ser
de algodão ou lona, porque esses tecidos absorvem 59% da radiação ultraviole-
ta191. Veja mais no capítulo VI – PROTEÇÃO SOLAR TÓPICA, Volume 1 “COSMETO-
LOGIA: COMO EU FAÇO” página 135.
Sobre a asseio corporal sabe-se que mais de um banho ao dia: banhos quen-
tes e demorados, uso de sabonetes comuns, em barra, diretamente sobre a pele e
com pH neutro ou alcalino são práticas desfavoráveis à pele da gestante bem como
de qualquer adulto. A frequência elevada do banho pode ressecar a pele. Este sinal
pode ser identificado por meio de descamação, vermelhidão, esfoliação e rachadu-
ras. Indica-se avaliar o grau de ressecamento para determinar se os banhos frequen-
tes são benéficos.192Porém os banhos quentes e demorados não são recomendados
por reduzirem o manto lipídico. O uso de água muito quente ou quente pode contri-
buir para agravar e tornar a pele mais suscetível a agravos. O calor é um fator físico
que contribui para os efeitos dos agentes químicos, como os sabonetes. 193
Existem divergências a este respeito, alguns especialistas afirmam que a
água não faz mal à pele, e sim o uso excessivo de sabonetes. O tema carece de
evidências.
Nos casos de mais de um banho ao dia, a indicação é limitar o uso de sabo-
netes; ensaboar o corpo todo em apenas um dos banhos e nos demais ensaboar
apenas axilas, genitais, regiões inguinais e pés194, ou então compensar a retirada
do manto com produtos pós banho que hidratem a pele que sejam compostos
de ativos reconhecidamente seguros em gestantes. O uso repetido dos sabonetes
pode alterar o pH da superfície cutânea195. O banho com sabonete desencadeia
um aumento no pH da pele que interfere na proteção fisiológica, manto ácido,
191 - MACEDO, O.R. Segredos da boa pele: preservação e correção. 2ª ed. São Paulo: Senac; 2001.
192 - POTTER, P.A, PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. Cap. 38 Higienização.
193 - PIMENTEL, M.I.F, MATTA, V.F. Dermatoses ocupacionais de contato. An Bras Dermatol. 1998;73(4):361-5.
194 - KORTING, H.C, BRAUN-FALCO, O. The effect of detergents on skin pH and its consequences. Clin Dermatol. 1996; 14 (1):23-7.
195 - KORTING, H.C, BRAUN-FALCO, O. The effect of detergents on skin pH and its consequences. Clin Dermatol. 1996; 14 (1):23-7.
120
provocando mudança na composição da flora bacteriana cutânea fisiológica e na
atividade das enzimas da epiderme. Outra consequência é a dissolução da gordura
da superfície da epiderme que influência nas condições de hidratação e predispõe
à secura e à descamação da pele. 196
O pH alcalino é o principal responsável pelo potencial irritante e desidra-
tante da pele, além de propiciar o aumento do Propionibacterium acnes197.
Volochtchuket col. (2000) avaliaram o pH de 42 sabonetes destinados ao
uso adulto, disponíveis no mercado brasileiro, incluindo apresentações em barra e
em líquido. A maioria dos produtos em barra apresentou pH entre 9 e 10 e os líqui-
dos pH menor do que 8.198 A literatura preconiza o uso de sabonetes com pH leve-
mente ácidos, uma vez que não interferem tão intensamente na microbiota cutânea
e possuem menor potencial deletério, pois se aproximam do pH fisiológico que varia
entre 4,5 a 5,9 dependendo da área do corpo aferida. Não foram encontrados estu-
dos sobre o uso de buchas e esponjas; alguns especialistas reconhecem que a bucha
também pode acabar com a suavidade da pele, quando usada diariamente. Porém é
uma alternativa para limpar áreas mais ásperas e escuras como joelhos, cotovelos,
pés e axilas. O problema é a fácil contaminação desses materiais.
Quanto à higiene dos cabelos, não foram encontrados estudos sobre esta
temática. Segundo artigos publicados, a lavagem diária dos cabelos não interfere
diretamente na gestação em relação aos bulbos capilares, porém deve-se obser-
var a umidade constante deste local que não é benéfico ao estado geral do couro
cabeludo e o produto utilizado deve ser selecionado com critério, deve ser seguro
e não contribuir para a oleosidade da pele.
A maior frequência da hidratação corporal pode ser compreendida em de-
corrência do crescimento abdominal, o risco de estrias e a veiculação de informa-
196 - GFATTER, R., HACKL, P., BRAUN, F. Effects of soap and detergents on skin surface pH, stratum corneum hydration and fat content in
infants. Dermatology. 1997; 195 (3): 258-62.
197 - SCHMID, M.H., KORTING, H.C. The concept of the acid mantle of the skin: its relevance for the choice of skin cleansers. Dermatology.
1995; 191 (4):276-80.
198 - VOLOCHTCHUK, O.M., FUJITA, E.M., FADEL, A.P.C., AUADA, M.P., ALMEIDA, T., MARINONI, L.P. Variações do pH dos sabonetes e indica-
ções para sua utilização na pele normal e na pele doente. An Bras Dermatol. 2000;75 (6):697-703.
121
ções provenientes da mídia. A boa hidratação da pele durante a gestação tem sido
uma medida para a prevenção de estrias, ainda que não existam fórmulas que
comprovadamente possam evitá-las. 199
Do ponto de vista dermatológico, o controle do peso é fundamental para
a prevenção das estrias. Algumas gestantes têm usado óleos e suplementos
vitamínicos para prevenir estrias gravídicas, entretanto, não há grandes
ensaios clínicos, prospectivos que mostrem resultados animadores. As terapias,
definitivamente, não provaram redução significativa do desenvolvimento de
estrias.200 É consenso que a gestante deve seguir as recomendações obstétricas,
para que não haja um aumento significativo e abrupto de peso durante os diversos
períodos gestatórios, em especial, no último trimestre; esta é a medida principal
na prevenção de estrias.201
A inadequação alimentar representa risco para ganho de peso e estrias, e a
baixa ingesta hídrica representa risco para ressecamento da pele. O consumo ener-
gético é um importante determinante do ganho de peso durante a gestação que,
por sua vez, é um dos fatores que sistematicamente vem apresentando associação
positiva com a retenção de peso pós-parto e obesidade materna.202 O consumo
de água é altamente recomendado, salvo as restrições hídricas, pois, além de não
conter nenhuma caloria, melhora o funcionamento do organismo e hidrata a pele.
A utilização de produtos hidratantes estabelece uma das mais importantes
classes de produtos para preservar o manto hidrolipídico da pele, pois melhoram as
condições de saúde da pele, aproximando-a de suas condições ideais, pois facilitam
o aumento e a quantidade de água bem como a sua fixação no estrato córneo. 203
A pele seca além de poder gerar desconforto, como decorrência da altera-
199 - MANDELBAUM, S.H. Dermatologia na gestante. Cap.31. In: Cucé, L. C, Festa Neto, C. Manual de dermatologia. 2ª ed. São Paulo:
Atheneu; 2001. p. 549-53.
200 - BARANKIN, B., SILVER, S.G., CARRUTHERS, A. The skin in pregnancy. J Cut. na Med. Surg. 2002;6(3):236-40.
201 - ALVES, G. F, VARELLA, T. C. N, NOGUEIRA, L. S. C. Dermatologia e gestação. An Bras Dermatol. 2005;80(2):179-86.
202 - LACERDA, E. M. A., LEAL, M. C. Fatores associados com a retenção e o ganho de peso pós-parto: uma revisão sistemática. Rev. Bras.
Epidemol. 2004;7(2):187-200.
203 - LEONARDI, G. R., GASPAR, L. R., CAMPOS, P. M. B. G. M. Estudo da variação do pH da pele humana exposta à formulação cosmética
acrescida ou não das vitaminas A, E ou de ceramidas por metodologia não invasiva. An. Bras. Dermatol. 2002;77 (5):563-9.
122
ção do aspecto visual e sensorial da pele, também contribui para o surgimento de
características como descamação, dermatites, microfissuras e sangramentos. 204
O emprego inadequado dos produtos disponíveis no mercado poderá con-
tribuir para o surgimento de problemas como a acne e dermatite seborreica. É
fundamental considerar que a gestante tem uma pele com maior fluxo sanguíneo
e com poder de absorção maior. Recomendamos produtos com menores riscos
de alergenicidade e absorção, que não contenham corantes e que não possuam
fragrâncias, ou que as mesmas sejam suaves para proporcionar maior segurança.
A avaliação dos parâmetros reológicos, isto é, viscosidade do produto, pon-
to de fluidez, espalhabilidade e estabilidade físico-química, como fatores de sele-
ção entre emulsões cosméticas semelhantes é de muita importância para se obter
efeitos satisfatórios205.
COSMÉTICOS PARA GESTANTES
A avaliação de risco em gestantes e puérperas envolvem inúmeros fato-
res, muitos deles concomitantes com o período do ciclo gravídico-puerperal. Bem
como suas concentrações, veículos, e forma farmacêutica.
Embora a via tópica seja uma das mais seguras, algumas substâncias po-
dem ser absorvidas pela pele e podem, até mesmo, alcançar a circulação sistêmi-
ca. Em 1979, a Food and Drug Administration (FDA) propôs uma classificação para
avaliar o risco fetal. São consideradas cinco categorias designadas pelas letras A, B,
C, D e X, em ordem crescente, conforme o grau de risco e considerando o primeiro
trimestre de gestação.206 Confira no Quadro 8.
No Brasil é adotado as normas da agência reguladora americana, FDA, que
204 - LODÉN, M. The clinical benefit of moisturizers. J Eur. Acad. Dermatol. Venereol. 2005;19(6):672-88; quis 686-7.
205 - MILAN, A. L. K., MILÃO, D., SOUTO, A. A., CORTE, T. W. F. Estudo da hidratação da pele por emulsões cosméticas para xerose e sua
estabilidade por reologia. Rev. Bras. Ciênc. Farm. 2007;43 (4):649-57.
206 - MENDES, E., FIGUEIREDO, D. C. M. Uso de medicamentos durante a gravidez: enfoque dermatológico. An BrasDermatol 2000 jan./
fev.; 75(1):87-92.
123
menciona o risco sobre o embrião ou feto.
Quadro 8: CLASSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS QUANTO AO RISCO FETAL ENVOLVIDO.
Categoria Descrição
A Medicamentos e substâncias em que os estudos controlados em
mulheres não têm mostrado risco para o feto durante o primeiro
trimestre de gestação.
B Os estudos realizados em animais não indicam que a substância
oferece riscos para o feto, contudo não há estudos controlados em
humanos que mostrem efeitos adversos sobre o feto. Também se
aplica aos medicamentos nos quais os estudos em animais mostra-
ram efeitos adversos sobre o feto, mas os estudos controlados em
humanos não demostraram riscos para o feto.
C Os estudos em animais mostram que esses medicamentos ou
ativos podem exercer efeitos teratogênicos ou são tóxicos para os
embriões, porém não há estudos controlados em mulheres ou não
há estudos controlados disponíveis em animais nem em humanos.
D Existe evidência de risco para os fetos humanos, porém deve ser
avaliado o risco/benefícios em certas situações para a recomenda-
ção do seu uso em gestantes.
X Os estudos em animais ou humanos têm demonstrado que o me-
dicamento ou ativo é capaz de causar alterações fetais ou há evi-
dência de aumento no risco para o feto com base na experiência
em humanos ou ambos. O risco é maior do que qualquer benefício
que o produto posso oferecer.
Fonte: Food and Drug Administration (FDA)
124
CATEGORIAS COSMECÊUTICAS
ANTIOXIDANTES
Na pele tida como ideal, os radicais livres produzidos pela própria pele
deveriam ser eliminados por vias enzimáticas ou não enzimáticas. É sabido que
durante a gravidez a alta demanda energética pode provocar excesso de produção
de radicais livres na pele.
O processo anabólico de desenvolvimento fetal e as complicações hiper-
tensivas da gestação exacerbam a liberação destes subprodutos do metabolismo
aeróbico.
Gestação
Crescimento fetal
Podendo gerar Pré-eclâmpsia
Maior demanda energética Maior metabolismo aeróbico
Aumento de Radicais livres
Sendo assim os antioxidantes tópicos constituem uma categoria essen-
cial durante o ciclo gravídico-puerperal atuando como coadjuvante,ocorre maior
demanda cutânea de antioxidantes naturais.
125
ATIVOS RECOMENDADOS, RESTRITOS e PROIBIDOS.
Os mais usados:
- Vitamina C
- Vitamina E
- Idebenona
- Ácido alfa lipóico;
- Polifenóis de chá verde.
- Niacinamida ou nicotinamida (pertence ao complexo da Vitamina B) cuidado es-
pecial na sua aplicação durante o primeiro trimestre da gestação devido ao próprio
período da organogênese.
- Pró-vitamina B5, manteiga de karité e óleo de semente de uva (LIBERADOS)
- Óleos de origem vegetal são muito utilizados nas formulações hidratantes, ao
contrário dos óleos de origem mineral, os vegetais causam menos reações citotó-
xicas e alérgicas. Para identificar a presença de óleo mineral em produtos cosméti-
cos, basta procurar no rótulo palavras paraffinoil e mineral oil.
- Não foram encontrados estudos que demostrassem riscos na utilização de
produtos com colágeno, elastina, alantoína, PCA-Na® em gestantes.
Escolha os alimentos que sejam ricos em:
- Ácido fólico, escolha vegetais verde escuros, como rúcula, agrião, espinafre, cou-
ve e brócolis.
- Cálcio, com 4 porções de laticínios, entre eles queijo branco, iogurte, ricota e leite
desnatado.
- Vitamina A presente nas frutas alaranjadas como manga, papaia e damasco.
- Ferro, encontrado na lentilha, ervilha, soja e flocos de cereais integrais
VITAMINAS
São elementos produzidos endogenamente quando a dieta nutricional se
encontra equilibrada e bem balanceada.
Quando por via Tópica, a Vitamina C necessita a presença de substâncias
químicas para promover sua estabilidade de aplicação, ela age como antioxidante
126
pela neutralização de moléculas reativas de oxigênio surgidas após a exposição aos
raios UV, além de claro ter certa atividade clareadora.
A Vitamina E protege a membrana celular da peroxidação, possui ação
clareadora devido sua ação de redução da atividade da tirosinase, vem sendo usa-
da na gestação em associação aos emolientes com o objetivo principal de evitar as
estrias.
Não existem relatos de efeitos teratogênicos após aplicação tópica das
Vitaminas C, E, e niacinamida ou nicotinamida. O nível real de absorção das prepa-
rações tópicas é desconhecido, porém deve-se ter cuidado no primeiro trimestre
da gestação em associação a suplementação oral, pelo risco de hipervitaminose e
surgimentos de metabólitos atípicos dependentes da formulação. Portanto reco-
mendo sempre aconselhamento médico quando nos referimos a gestantes.
ÁCIDO ALFA LIPOICO: É um antioxidante natural, atua também como anti-
inflamatório com potencial efeito na acne e em dermatoses. Contudo seu uso
tópico na gestação é contraindicado. O ácido lipóico só é permitido quando obtido
através de fontes alimentares, encontrado principalmente em carnes (músculo),
coração, rins e fígado, e em menor grau, frutas e produtos hortícolas.207, 208, 209
Uso noturno e diurno
COENZIMA Q10: É uma molécula lipossolúvel produzida pelo organismo humano.
Também está presente na carne bovina, sardinha, espinafre e amendoim.
Envelhecimento, maus hábitos alimentares, estresse e infecções afetam a nossa
capacidade de fornecer quantidades adequadas de Coenzima Q10. Portanto a
suplementação de pode ser muito útil. Também conhecida como Ubiquinona,
exerce ação sinérgica semelhante à vitamina E, para uso interno é indicada na fai-
xa de 10 mg a 30mg ao dia. Em medicina ortomolecular tem sido usada em doses
207 - ROCHETTE, L., GHIBU, S., RICHARD, C., ZELLER, M., COTTIN, Y., VERGELY, C. Direct and indirect antioxidant properties of α-lipoic acid
and therapeutic potential. Mol Nutr Food Res. 2013;57(1):114-25.
208 - GHIBU, S., RICHARD, C., VERGELY, C., ZELLER, M., COTTIN, Y., ROCHETTE, L. Antioxidant properties of an endogenous thiol: Alpha-lipoic
acid, useful in the prevention of cardiovascular diseases. J Cardiovasc Pharmacol. 2009;54(5):391-8.
209 - HIGDON, L. Lipoic Acid. Disponível em: https://lpi.oregonstate.edu/mic/dietary-factors/lipoic-acid
127
de até 100mg ao dia. Doses orais de 200 mg/dia a partir da vigésima semana de
gestação tem sido usadas com segurança sob prescrição médica, e sabendo-se que
sua absorção tópica não é maior que a de uso oral, entende-se então que seu uso
tópico é seguro. É usada como antioxidante e captador de radicais livres, e como
estimulante do sistema imunológico. Usada também na insuficiência cardíaca con-
gestiva fraca e moderada, e em doenças degenerativas. Externamente usado em
formulação antioxidantes e renovadoras. É fotossensível. Para manipulação de
produtos tópicos, para se evitar degradação e oxidação natural, torna-se mais es-
tável se for lipossomada.
Concentração usual:de 5 a 10%.
Uso noturno
POLIFENÓIS DE CHÁ VERDE: Tais produtos tem propriedades anti-inflamatórias,
anti-carcinogênicas, porém nunca acima de 200 mg/dia, equivalente a duas xícaras
de chá. A via tópica provavelmente não resulta em concentrações maiores que a
da ingesta, mas devem ser evitadas no primeiro trimestre da gestação.
RETINÓIDES TÓPICOS: São substâncias originárias do betacaroteno e representam
a classe de cosmecêuticos mais bem estudada. Os efeitos teratogênicos dos mes-
mos de uso sistêmico são bastante conhecidos, principalmente sobre o sistema
nervoso do feto. A primeira dúvida refere-se à aplicação tópica deste produto, es-
tudos em humanos afirmam que a absorção em humanos em dose única durante
28 dias é de 1 a 2 % não havendo alteração das concentrações plasmáticas durante
este período. Apesar da baixa permeação e absorção é CONTRAINDICADO o seu
uso durante a gestação, bem como o uso de “Retinol, Palmitato de retinila e Reti-
naldeído, também são proibidos.” mas é bom saber que seu uso durante um pe-
ríodo gestacional oculto, não trará consequências nenhuma.210 Devemos observar
que muitos produtos possuem em suas formulações estes ativos, como é o caso
do Rosa mosqueta.
Uso Noturno
ÓLEO DE ROSA MOSQUETA: “Proporciona um poder de regeneração dos teci-
210 - WEBSTER, G. F. Topicaltretinoin in acne therapy. J Am Acad Dermatol. 39 (2): S38-S44, 1998.
128
dos e crescimento celular”. As sementes da Rosa Mosqueta contêm menos de
10% (m/m) de óleo, o qual é composto principalmente pelos ácidos linoleico
e oleico, além de apresentar valores significantes do ácido trans-retinóico em
sua composição que apresenta propriedades regenerativas para a pele. 211, 212
Devido ao este elevado teor de ácido trans-retinóico, ele é muito utilizado em
clínicas médicas e em home care na forma de cremes corporais, loções e até
mesmo na sua forma natural, tendo por objetivo regenerar as cicatrizes da
pele, mas é CONTRAINDICADO em gestantes.
Preferencialmente uso noturno
PEPTÍDEOS DE COBRE: Possui uma cadeia de 3 aminoácidos, portanto, um oli-
gopeptídeo. Certos tipos de peptídeos possuem grande afinidade por cobre, re-
sultando em um peptídeo de cobre. Os benefícios dos peptídeos de cobre na re-
generação tecidual foram descobertos pelo Dr. Loren Pickart em 1970. Um de seus
últimos estudos resultou em uma lâmina de gel cicatrizante para o tratamento
de feridas e úlceras, aprovada pelo FDA. O diferencial dos peptídeos de cobre na
regeneração tecidual é que eles reduzem a formação de escaras, enquanto esti-
mulam a remodulação das camadas da pele. Eles auxiliam na reparação da área
prejudicada, deixando-a com um aspecto de pele nova. Os peptídeos de cobre in-
duzem a degradação do colágeno irregular, ao mesmo tempo emque promovem a
síntese do colágeno regular (crosslinked) encontrado em peles jovem e saudáveis.
Eles também promovem a síntese de elastina, proteoglicanas, glicosaminoglicanas
e outros componentes damatriz extracelular. Outro importante papel dos peptí-
deos de cobre é a habilidade de regular o crescimento celular ordenado, além de
estimular a migração dos diferentes tipos de células, promovendo uma ação an-
ti-inflamatória e prevenindo a oxidação dos íons ferro nos tecidos. Possui efeito
antioxidante por estimular a enzima superóxido dismutase. Com este mecanismo,
os peptídeos de cobre se tornam benéficos para os tratamentos em que há a ne-
cessidade de reparação tecidual, como, os tratamentos anti-aging, pós peeling,
pós laser, cicatrizantes e anti-inflamatórios. Também podem ser utilizados para re-
duzir a sensibilidade causada pelos AHA’S e ácido retinóico, assim como, reduzir a
211 - ERCISLI, S. Chemical composition of fruits in some rose (Rosa spp.) species. FoodChemistry, Londres, v. 104, n. 4, p. 1379-1384, 2007.
212 - KAZAZ, S.; BAYDAR, H.; ERBAS, S. Variations in chemical compositions of Rosadamascena Mill, and Rosa canina L. fruits. Czech Journal
of Food Sciences, Prague,v. 27, n. 3, p. 178-184, 2009.
129
agressão causada pelos tensoativos encontrados na maioria dos xampus, sabone-
tes e produtos de limpeza. Portanto cuidado com estas formulações. NÃO EXISTEM
ESTUDOS QUE COMPROVEM SUA SEGURANÇA TÓPICA. PORTANTO NÃO DEVE SER
USADO DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO.
Concentração usual:1 a 3%.
Uso noturno
ARGIRELINE: é um Hexapeptídeo modulador da tensão muscular facial (in vitro)
com comprovada atividade redutora de rugas e linhas de expressão pelo aumen-
to dos níveis de hidratação, de forma natural e não invasiva. Não altera a função
dos músculos responsáveis pelos movimentos faciais, mantendo a naturalidade da
expressão da face, além de deixar a pele elástica. Assim como a toxina botulínica,
Argireline age na terminação nervosa (testes in VITRO), evitando a liberação dos
neurotransmissores na junção neuromuscular, prevenindo e reduzindo desta forma
as linhas e rugas de expressão, causadas por movimentos repetitivos, mais especifi-
camente as rugas ao redor dos olhos, lábios, nariz e testa. Acredita-se que este me-
canismo IN VIVO não aconteça, contudo, os efeitos positivos sobrevêm da melhora
dos níveis de hidratação. É CONSIDERADO SEGURO EM GESTANTES E LACTANTES.
Concentração usual: 3 a 10%,
Uso noturno e diurno
ACIDO HIALURÔNICO: É um polissacarídeo linear pertence à matriz extracelular
possui propriedades higroscópicas, aumentando a hidratação da pele, além de
ter ação antioxidante, pode ser usado como preenchedor intradérmico, ou
topicamente como um preenchedor não invasivo.213 Apesar de não haver estudos
em humanos CONSIDERA-SE O ÁCIDO HIALURÔNICO SEGURO PARA SEU USO DU-
RANTE A GESTAÇÃO uma vez que existe em abundância no feto, sendo fundamen-
tal para o desenvolvimento embrionário.214
Concentração usual: 1% a 10%.
Uso diurno e noturno
SKIN WHITENING COMPLEX® (SWC): Seus componentes são o Extrato de uva ursi,
213 - MAGALHÃES, J. Cosmetologia. Rio de Janeiro: Rubio; 2000
214 - COSTA, A. Tratado Internacional de Cosmecêuticos, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
130
biofermentado de Aspergillus spp., extrato de Grapefruit e extrato de arroz. Devi-
do a estes componentes, a ação clareadora estende-se aos vários níveis da cadeia
de formação da melanina, com eficácia comprovada em estudos in vitro e in vivo.
Foi clinicamente testado por dermatologistas da Escola Paulista de Medicina. NÃO
É IRRITANTE PARA A PELE E PODE SER UTILIZADO EM GESTANTES E LACTENTES.215
Concentrações usual: 2 a 5%. pH final da formulação deve ser = 4,0
Uso noturno e diurno
ÁCIDO GLICÓLICO: Quando usado em concentração menor ou igual a 10% em pH
acima de 4,5 é seguro para uso na gestação. 216
Uso noturno
ÁCIDO SALICÍLICO: É facilmente absorvido, provocando as mesmas alterações do
uso sistêmico, DEVENDO SER EVITADO NO INÍCIO E FINAL DA GESTAÇÃO.217 Acerca
das medicações tópicas comumente usadas em dermatologia para gestantes, são
seguros: ácido azelaico, ciclopirox, clindamicina, eritromicina, metronidazol, mupi-
rocina, nistatina, permetrina e terbinafina, todos classificados como grupo B pelo
FDA.
Uso noturno
Peróxido de benzoíla, bacitracina e hidroquinona podem ser usados em gestantes
sob prescrição médica, mas são classificados como grupo C pelo FDA,218 PORTANTO
DEVEM SER EVITADOS.
Em relação aos demais ativos comercializados no Brasil, consulte o capítulo 10
- PRINCÍPIOS ATIVOS do livro: “COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO”– Volume 1, pá-
gina 245.
215 - CAMARGO, C. P., VANZIN, S. B. Entendendo cosmecêuticos. São Paulo: Santos; 2008. p. 268-70.
216 - AZULAY, L., ALVES, G., COSTA, A. Dermatologia e gravidez. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009. p. 420-44.
217 - MENDES, E., FIGUEIREDO, D. C. M. Uso de medicamentos durante a gravidez: enfoque dermatológico. An. Bras. Dermatol. 2000 jan./
fev.; 75(1):87-92.
218 - PENNA, G. O., PINHEIRO, A. M., HAJJAR, L. Talidomida: mecanismo de ação, efeitos colaterais e uso terapêutico. An. Bras. Dermatol.
1998; 73: 501-14.
131
HIDRATANTES CORPORAIS 219, 220
São produtos compostos por várias substâncias sejam elas: oclusivas (pe-
trolatum, lanolina, propilenoglicol, cera de carnaúba), umectantes (ureia, lactato
de amônia, pantenol e ácido hialurônico) ou emolientes (ceramidas, dimeticona,
ciclometicona). Portanto cuidado com os agentes irritantes.
Segundo o FDA, a concentração de ureia não deve ser superior a 3%,
considerando sua absorção cutânea em pele sã atinge 9,5% e em pele lesada
67,9%, além disso a ureia é capaz de aumentar a absorção de outras substâncias
ativas, aumentando um risco potencial para teratogenicidade, portanto produtos
à base de ureia, na concentração acima de 3% são totalmente proibidos na gesta-
ção. Bem como é totalmente proibido a cânfora e o chumbo.
Extratos Vegetais Permitidos:
EXTRATO GLICÓLICO DE AÇAÍ: O fruto do açaí contém vitaminas C, B1, B2 e B3,
carboidratos, flavonoides (antocianinas), proteínas, lipídeos e sais minerais. atua
como remineralizante, além de possuir propriedades hidratantes e emolientes
para a pele e cabelos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: Em cremes, géis e loções – 1 a 5%. Em xampus, condiciona-
dores e sabonetes – 3% a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE ACEROLA: Contém sais minerais, proteínas e mucilagens.
Atua como remineralizante, hidratante, suavizante e amaciante da pele. Também pos-
sui atividade antioxidante, promovendo uma varredura dos radicais livres formados
na pele, minimizando assim o envelhecimento precoce. Indicado para formulações de
cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, géis, produtos para banho, más-
caras faciais, preparações capilares, produtos para pele sensível e delicada e produtos
solares. Pode ser usada como coadjuvante no tratamento do envelhecimento precoce
e no condicionamento capilar. Indicado somente para uso externo.
219 - SOUSA, V.M. Ativos Dermatológicos, Editora Tecnopress, São Paulo, 2003
220 - BATISTUZZO, J.A; ITAYA, M; ETO, Y. Formulário Médico-Farmacêutico. São Paulo/SP:Tecnopress, 3ª Ed. 2006.
132
Concentração usual: de 2 % a 7% em cremes, géis e loções e entre 3 % a 10% em
xampus, condicionadores e sabonetes.
EXTRATO GLICÓLICO DE ALECRIM: Ação dermopurificante, tonificante, estimu-
lante celular, antioxidante, protetor de tecidos e ativador da circulação periférica.
Pode ser usado em preparações para o couro cabeludo, estimulando a circulação
e o crescimento capilar. Tem ação anticaspa, previne a queda e confere brilho aos
cabelos. Usado também em preparações para pele acneica, comedogênica e atô-
nica. Indicado para formulações de cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou
tônicas, em xampus, géis, cremes para banho, loção de limpeza e outros produtos
cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE ALGAS: Ação emoliente, cicatrizante, remineralizante,
suavizante e hidratante. Pode ser incorporado em cremes, loções cremosas, hi-
droalcoólicas ou tônicas, em xampus, géis, cremes para banho, loção de limpeza e
outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE ALOE VERA: Ação emoliente, cicatrizante, tonificante, an-
ti-inflamatória, suavizante, lenitiva, refrescante, hidratante, protetora e restaura-
dora de tecidos. Usado em preparações lenitivas para peles delicadas, sensíveis,
irritadiças e/ou secas. Também é indicado para tratamento da acne, psoríase, co-
ceiras, eczemas, erisipela, picadas de insetos e de pequenos ferimentos (como ci-
catrizante). Poderá ser incorporado em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas
ou tônicas, em xampus, géis, cremes para banho, loção de limpeza, filtros solares e
outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 1,0 % a 5,0%. Em cremes dentais – 1,0 % a 3,0%. Em xampus,
condicionadores e sabonetes – 3,0 e 10,0%. Em desodorantes cremosos ou líqui-
dos – 1,0 % e 5,0%.
EXTRATO GLICÓLICO DE ARNICA SILVESTRE: Ação adstringente, ativador da cir-
culação periférica, revulsivo tópico, tonificante, descongestionante, anti-inflama-
tório, anti-acne e estimulante do couro cabeludo. Coadjuvante no tratamento ex-
133
terno da celulite, em produtos para massagem e para o combate ao excesso de
oleosidade da pele e do couro cabeludo. Usado em loções estimulantes do couro
cabeludo e para fragilidade capilar. Poderá ser incorporado em cremes, loções cre-
mosas, hidroalcoólicas ou tônicas, em xampus, géis, cremes para banho, loção de
limpeza e outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE AVEIA: Emoliente, nutritiva, hidratante, remineralizante,
restauradora de tecidos, suavizante e amaciante. Pode ser incorporado em cremes,
loções cremosas, hidroalcoólicas ou tônicos, géis, produtos para banho, sabone-
tes, loção de limpeza, máscaras faciais, preparações capilares, produtos para pele
sensível e delicada, e cosméticos em geral. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE AVELÃ: Ação emoliente, amaciante, suavizante. Devido
sua emoliência é indicado em produtos para o corpo e cabelo. Poderá ser incor-
porado em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, em xampus, géis,
cremes para banho, loção de limpeza, filtros solares e outros produtos cosméticos.
Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE BARBATIMÃO: Ação adstringente, antisséptica, anti-in-
flamatória. Utilizado em preparações capilares no combate a oleosidade, caspa e
seborreia. Pode ser incorporado em: cremes, loções cremosas e hidroalcoólicas,
em xampus, géis, sabonetes, máscaras faciais, loções de limpeza e outros produtos
cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE BARDANA: Açãoadstringente, emoliente, remineralizan-
te, suavizante, anti-inflamatória, antisséptica (bactericida e fungicida), anti-acne,
anti-comedogênico, hidratante. Usado em preparações para psoríase, pruridos,
acne, furunculose, seborreia, ulcerações, picadas de insetos e para queda de ca-
belo. Poderá ser incorporado em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou tô-
nicas, em xampus, géis, cremes para banho, loção de limpeza, tônicos capilares e
134
outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE BROTO DE BAMBU: Hidratante, emoliente, restaurador,
remineralizante, condicionador. Indicado em formulações de cremes e loções cre-
mosas, contra envelhecimento precoce dos tecidos. Em xampus e condicionado-
res, para restaurar a estrutura dos cabelos e melhorar a textura e o volume.
Concentração usual: cremes, géis e loções – 3 % a 7%. Em xampus e condiciona-
dores – 3 %a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO CACAU: Possui alto valor nutritivo, contudo sua ação é de-
terminada pela teobromina, uma xantina que auxilia na regulação da permea-
bilidade capilar, melhorando a reabsorção de líquidos e a circulação sanguínea.
Melhora a nutrição da pele, sendo indicado em tratamentos de celulite, varizes,
olheiras e problemas circulatórios em geral. Atua no couro cabeludo melhorando
a circulação e oxigenação do folículo piloso, proporcionando resistência ao fio de
cabelo. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: em cremes, géis e loções – 2 % a 5%. Em xampus, condiciona-
dores e sabonetes – 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CALÊNDULA: Ação emoliente, tonificante, lenitiva, ci-
catrizante, suavizante, refrescante, anti-alergênica, anti-inflamatória, protetora
e restauradora de tecidos, anti-acneica, antisséptica, bactericida. Indicada para
peles sensíveis e delicadas. Poderá ser incorporado em cremes, loções cremosas,
hidroalcoólicas ou tônicas, em xampus, géis, produtos para banho, loção de lim-
peza, máscaras faciais, produtos pós-barba, produtos para antes e depois do sol,
produtos para higiene bucal e outros produtos cosméticos. Indicado somente para
uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CAMOMILA: Ação emoliente, cicatrizante, suavizante,
lenitiva, refrescante, anti-inflamatória, descongestionante, protetora dos tecidos,
anti-acneica, filtrante das radiações solares e anti-alergênica (para peles facilmen-
te irritáveis). Poderá ser incorporado em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas
135
ou tônicas, em xampus, géis, produtos para banho, loção de limpeza, máscaras
faciais, produtos pós-barba, produtos para antes e depois do sol e outros produtos
cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CAPSICUM: Possui ação rubefaciente, aumentando a
permeabilidade capilar, estimulando a circulação sanguínea, promovendo maior
oxigenação e nutrição no local de aplicação. Pode ser usado como tônico capilar.
Estimula o couro cabeludo, melhora o brilho e trata a queda do cabelo. Pode ser
incorporado em loções cremosas, hidroalcoólicas, loções de limpeza, xampus, con-
dicionadores e outros produtos capilares. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%, dependendo do produto final a que se destina.
EXTRATO GLICÓLICO DE CARAMBOLA: Possui propriedades remineralizantes e nu-
tritivas através dos minerais e vitaminas presentes no extrato, proporcionando hi-
dratação, emoliência e suavidade para a pele e para os cabelos. Indicado somente
para uso externo.
Concentração Usual: Em cremes, géis e loções – 3 % a 7%. Em xampus, condicio-
nadores e sabonetes – 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CASTANHA DA ÍNDIA: Ação adstringente; clareador da
pele; anti-inflamatória; descongestionante; vaso protetor. Usado em produtos para
tratamento da celulite, em loções e águas tônicas para peles sensíveis e averme-
lhadas, produtos pós sol, produtos clareadores para as mãos, banho de espuma e
sabonetes íntimos. Poderá ser ainda incorporado em cremes, loções cremosas, hi-
droalcoólicas ou tônicas, em xampus, géis, produtos para banho, máscaras faciais,
produtos pós-barba e outros produtos cosméticos. Indicado somente uso externo.
Concentração usual: até 8%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CAVALINHA: Ação remineralizante, sebostática, anti-in-
flamatória, anti-acne, vulnerária, tonificante, cicatrizante, adstringente genito-uri-
nário e revitalizante. Estimula o metabolismo cutâneo, acelera a cicatrização e au-
menta a elasticidade de peles secas e senis, atuando como hidratante profundo.
Por suas propriedades adstringentes e detergentes (saponinas) pode atuar como
136
coadjuvante no tratamento externo da acne. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CENTELLA: Ação emoliente, cicatrizante, protetora e res-
tauradora de tecidos, descongestionante, vaso protetora. Melhora a elasticidade
da pele. Indicado no tratamento externo da celulite; em emulsões hidratantes
para pele oleosa; em produtos pós sol. Poderá ser incorporado em cremes, loções
cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, géis, produtos para banho, máscaras faciais,
creme de massagem e outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso
externo.
Concentração usual: Em cremes, géis e loções – 1 % a 5%. Em xampus, condiciona-
dores e sabonetes – 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CHÁ BRANCO: Possui propriedades adstringente, esti-
mulante, agente para cuidado bucal, antifúngico, antioxidante, antisséptico, anti-
bacteriano, melhora a microcirculação periférica normalizando a permeabilidade
capilar, componente de fragrância, condicionante da pele, emoliente, hidratante,
umectante, protetor da pele. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: Em xampus, condicionadores e sabonetes –3%. Em tônicos
capilares – 5 % a 10%. Em cremes, géis e loções para o corpo e rosto – 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CHÁ VERDE: Estimulante, adstringente, antioxidante, an-
tilipêmico, adelgaçante, antibacteriano. Melhora a microcirculação periférica, nor-
malizando a permeabilidade capilar. Atua também como anti-radicais livres por
diminuir os níveis de ferritina e de peróxidos lipídicos caracterizando um potente
efeito antioxidante na pele e no organismo como um todo. Indicado somente para
uso externo.
Concentração usual: Em xampus, condicionadores e sabonetes –3%. Em tônicos
capilares; formulações adelgaçante, antilipêmicos – 5 % a 10%. Em cremes, géis e
loções para o corpo e rosto – 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CONFREI: Ação emoliente; hidratante; cicatrizante; prote-
tora e regeneradora de tecidos; anti-inflamatória; antisséptica. Indicado no rejuve-
nescimento e na revitalização celular. Poderá ser incorporado em cremes, loções
137
cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, géis, produtos para banho, máscaras faciais,
creme de massagem, produtos pós-barba e pós sol e outros produtos cosméticos.
Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE CUPUAÇU: Possui propriedades remineralizante e nutriti-
va através dos minerais e vitaminas presentes no extrato, proporcionando hidrata-
ção, emoliência e suavidade para a pele e para os cabelos. Indicado somente para
uso externo.
Concentração usual: Em cremes, géis e loções para – 2 % a 5%. Em xampus, condi-
cionadores e sabonetes – 3%.
EXTRATO GLICÓLICO DE ERVA DOCE (HG): Ação refrescante; calmante e antissép-
tica. Poderá ser incorporado em sabonetes, dentifrícios, xampus, cremes, loções
cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, géis, cremes para banho, loção de limpeza e
outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 8%.
EXTRATO GLICÓLICO DE GENGIBRE: Ação hiperemiante, estimulante da circula-
ção periférica, anti-inflamatória. Poderá ser incorporado em: cremes, loções, géis,
máscaras faciais, cremes para massagem e outros produtos cosméticos. Indicado
somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE HAMAMÉLIS: Ação adstringente, vaso protetora, vaso-
constritora, descongestionante, antioleosidade, anti-acneica. Pode ser incorpo-
rado em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, em xampus, géis,
sabonetes, máscaras faciais, loções de limpeza, produtos pós-barba e outros pro-
dutos cosméticos.Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE JABORANDI: Estimulante celular; ativador da produção
de secreção; restaurador de tecidos e tônico capilar. Estimula o couro cabeludo,
melhora o brilho e trata a queda do cabelo. Poderá ser incorporado em cremes, lo-
138
ções cremosas, hidroalcoólicas, loções de limpeza, géis, xampus, condicionadores
outros produtos cosméticos. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE MACELA: Ação anti-inflamatória, calmante, bactericida,
mio relaxante, estimula a circulação sanguínea periférica. Indicado como auxiliar
em tratamentos para queda de cabelos, em produtos para peles e cabelos delica-
dos, como auxiliar na proteção solar. Popularmente é usado para clarear cabelo.
Poderá ser utilizado em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, cre-
mes e produtos para massagem, em xampus, géis, produtos para o banho, másca-
ras faciais, produtos pós-barba e outros produtos cosméticos. Indicado somente
para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE MANGA: Ação hidratante, suavizante, emoliente e remi-
neralizante através das vitaminas, sais minerais e mucilagens. Além destas proprie-
dades atua também como renovador celular e antioxidante, por ser fonte de ácido
ascórbico. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: Em cremes, géis e loções para – 2 % a 5%. Em xampus, condi-
cionadores, e sabonetes – 3% a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE MARACUJÁ (HG): Possui propriedades hidratante, suavi-
zante e refrescante. Além destas propriedades atua também como anti-inflamató-
rio através das vitaminas e flavonoides. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual:Em cremes, géis e loções para – 2 % a 5%. Em xampus, condi-
cionadores, e sabonetes – 3% a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE MEL: Ação tônica, bactericida, cicatrizante, emoliente, re-
mineralizante, hidratante, nutritiva, desinfetante da pele; amacia e suaviza a pele.
Atenua rugas e asperezas da pele. Poderá ser incorporado em cremes, loções cre-
mosas, hidroalcoólicas ou tônicas, em xampus, géis, cremes para banho, loção de
limpeza, máscaras faciais, produtos pós-barba, produtos para antes e depois do sol
139
e outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO MENTA: Tem ação antisséptica, adstringente, refrescante,
estimulante da circulação periférica, ligeiramente anestésica. Pode ser usado em
cremes, loções cremosas, hidro alcoólicas ou tônicas, xampus, géis, sabonetes, lo-
ção de limpeza, loção pós-barba, pós sol, máscaras faciais, cremes e preparos para
celulite e massagem e outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso
externo.
Concentração usual: 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE MUTAMBA: Ação adstringente, cicatrizante, antisséptica.
Indicado como auxiliar para tratamento da caspa e seborreia e afecções parasitá-
rias do couro cabeludo. Poderá ser utilizado em cremes, loções cremosas, hidroal-
coólicas ou tônicas, em xampus, géis, produtos para o banho, máscaras faciais,
produtos pós-barba e outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso ex-
terno.
Concentração usual: 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE NOGUEIRA: Ação antifúngica, levemente antisséptica,
vesicatória e queratinizante (causa coloração à pele), adstringente e cicatrizante.
Indicado como auxiliar para tratamento da caspa e seborreia, anti-queda de ca-
belo, como tintura para escurecer cabelos brancos e como auxiliar na foto-prote-
ção. Usado também no tratamento das afecções cutâneas como eczemas, acne,
dermatites e danos causados pelo frio. Poderá ser utilizado em: cremes, loções
cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, em xampus, géis, máscaras faciais, produtos
pós sol e outros produtos cosméticos. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE PEPINO: Ação hidratante, amaciante, antisséptico, refres-
cante, emoliente, clareador de manchas. É ligeiramente adstringente. Indicado
como auxiliar no tratamento da sarna, coceira, irritações da pele, assaduras, acne.
Poderá ser incorporado em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas,
géis, produtos para banho, máscaras faciais, produtos pós sol e cosméticos em
140
geral. Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE PITANGA: Possui propriedades remineralizante, hidratan-
te, suavizante e antioxidante.Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: Em cremes, géis e loções – 3 % a 10%. Em xampus, condicio-
nadores, sabonetes líquidos e em barra e banhos de espuma – 3 % a 5%.
EXTRATO GLICÓLICO DE PRÓPOLIS: Ação cicatrizante, anti-inflamatória, bacteri-
cida, protetora e regeneradora de tecidos, calmante de irritações da pele. Poderá
ser incorporado em cremes, loções cremosas, hidroalcoólicas ou tônicas, em xam-
pus, géis, loção de limpeza, produtos pós-barba, pós-depilação, para picadas de in-
seto, máscaras faciais, sabonetes e outros produtos cosméticos. Indicado somente
para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10%.
EXTRATO GLICÓLICO DE QUINA: Ação adstringente, antisséptica, anticaspa e es-
timulante do crescimento capilar. Utilizado em preparações capilares no combate
a caspa e seborreia e como auxiliar no tratamento da queda de cabelo. Poderá
ser incorporado em: cremes, loções cremosas e hidroalcoólicas, em xampus, géis,
sabonetes, máscaras faciais, loções de limpeza e outros produtos cosméticos. Indi-
cado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 8%.
EXTRATO GLICÓLICO DE SÁLVIA: Ação dermopurificante, tonificante, estimulan-
te celular, antisséptica, adstringente, emoliente, anti-seborreica, anti-sudorífica.
Coadjuvante no tratamento das rugas. Usado em produtos estimulantes para o
couro cabeludo; preparações para pele acneica, comedogênica e com rugas atôni-
cas. Poderá ser incorporado em produtos para banhos estimulantes e dermopuri-
ficantes, detergente íntimo, produtos para higiene bucal, desodorantes, xampus,
loções e cremes e produtos cosméticos em geral. Indicado somente para uso ex-
terno.
Concentração usual: 3 % a 10%.
141
EXTRATO GLICÓLICO DE SHIITAKE: Anti-inflamatório, estimulante metabólico, re-
vitalizante celular e cicatrizante. Pode ser incorporado em cremes, loções cremo-
sas e de limpeza, em xampus, sabonetes, esfoliantes. Indicado somente para uso
externo.
Concentração usual: de 2% a 10%.
EXTRATO OLEOSO CALÊNDULA:Ação emoliente, calmante, refrescante, suavizan-
te, anti-inflamatória, cicatrizante, analgésica, antialérgica e antisséptica. Indicado
para formulações de loções cremosas, cremes e óleo para massagem do corpo e
do rosto, produtos para pele áspera, rachadas, cansadas, cremes para as mãos,
bronzeadores, produtos pós sol, produtos pós-barba e pós-depilação, sabonetes,
produtos infantis e outros.Indicado somente para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 5%.
ÓLEO DE ABACATE: Óleo extraído do fruto e rico em ácidos graxos insaturados,
principalmente ácido oleico. Indicações Usado em produtos cosméticos pela
emoliência que confere. Tem também poder anti-inflamatório suave. Indicado
para uso externo.
Concentração usual: 3% a 10%.
ÓLEO DE CASTANHA DO BRASIL: Forma um filme no tecido cutâneo e reduz
a natural perda de água do nosso organismo, que é acentuada durante a gra-
videz, mantendo a pele hidratada. Óleo vegetal de Castanha do Pará. Prensado
a frio. Indicado para hidratar, recuperar, dar força e brilho aos cabelos. Na pele
ele confere umectação, previne contra os sinais de envelhecimento precoce,
linhas de expressão e estrias. Muito útil para tratar cicatriz, cortes, queimaduras,
ferimentos e assaduras. Indicado também para tratar cáries e gengivite. O óleo de
castanha-do-pará é rico em ômega 6 e 9, de propriedades anti-inflamatórias, além
de possuir fitoesteróis importantes. Indicado para uso externo.
Concentração usual: acima de 3%
ÓLEO DE BORAGEM: Óleo obtido das sementes de Borago sp., contém ácido gama
-linolênico e ácido linoleico, constituintes das membranas dos tecidos e precurso-
res das prostaglandinas. Possui atividade regeneradora, firmadora e reestruturan-
142
te. É indicado em formulações tópicas como estimulante e regenerador tissular;
coadjuvante no tratamento de dermatite atópica. Utilizado em loções e cremes
para pele envelhecida, ressecada, para mãos e pés. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3% a 10%.
ÓLEO DE CADE: É obtido por trituração e destilação de ramos e galhos de Juniperus
sp. e contém guaiacol, etilguaicol, creosol e cadineno. Tem ação antisséptica,
antipruriginosa, anti-inflamatória e anti-seborreica. É usado para o tratamento da
psoríase, eczemas em geral e dermatite seborreica. Indicado para uso externo.
Concentração de usual: 5 % a 10%.
ÓLEO DE CITRONELA: É obtido de duas espécies gramíneas, e contém óleos essenciais
de geraniol e citronela, com ação repelente de insetos. É usado em loções cremosas ou
óleos repelentes, com finalidade de repelente de insetos. Indicado para uso externo.
Concentração de usual: 3 % a 10%.
ÓLEO DE COPAÍBA: Óleo extraído do tronco da Copaifera sp. Tem propriedades
antissépticas e cicatrizantes. Indicações Usado em produtos para dermatite,
psoríase e auxiliar no tratamento da acne e da caspa. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3% a 10%.
ÓLEO DE FRAMBOESA: É riquíssimo em Ácidos Graxos Essenciais (Essential
Fatty Acids, EFAs), chegando a apresentar uma concentração de até 85%. Possui
alta penetração cutânea; melhora a função barreira cutânea; ação emoliente e
regeneradora; normalização do conteúdo lipídico das estruturas cutâneas, auxi-
liando na melhora de peles com distúrbios em seu metabolismo. Promove emo-
liência e hidratação de peles secas; normalização do conteúdo lipídico alterada;au-
xílio na prevenção de inflamações cutâneas. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 5 % a 20%
ÓLEO DE GERGELIM: As sementes do gergelim fornecem óleo rico em vitaminas A,
B e C, além de alta concentração de cálcio, ferro e fósforo. Usado como nutritivo
e emoliente. Tem ação anti-inflamatória também. Indicações: Cremes nutritivos e
loções cremosas hidratantes, emolientes, e produtos anti-inflamatórios tópicos.
143
Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 5%, porém pode ser indicado até 100% dependendo da
formulação.
ÓLEO DE GÉRMEN DE TRIGO: O óleo é obtido dos embriões de Tricicum sp. Rico
em vitamina E, e outros tocoferóis, óleos insaturados e fosfolipídios. Tem ação
hidratante e emoliente, revitalizante e anti-inflamatória. É usado em produtos cos-
méticos para pessoas principalmente de pele seca, devido sua ação hidratante,
emoliente. É usado também em produtos para limpeza de pele, por sua ação de
limpeza, revitalizante e anti-inflamatória. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 0,5 % a 1,5%.
ÓLEO DE GIRASSOL: Tem ação nutritiva, emoliente e reepitalizante. Tem também
ação anti-radicais livres, podendo ser usado em cremes antienvelhecimento. Indi-
cações Usado em cremes, loções cremosas, géis cremosos, xampus e condiciona-
dores. Confere toque sedoso na preparação final. Indicado para uso externo.
Concentração de usual: É usado em cosmiatria nas concentrações de 3 % a 5 %,
geralmente, ou até 20%, dependendo da formulação em questão.
ÓLEO DE JOJOBA: É obtido das sementes de Simondsia e diferentemente dos de-
mais óleos, não é composto por triglicérides e sim de ésteres de ácidos graxos com
álcoois graxos, razão pela qual é conhecido como cera líquida. Tem ação emoliente.
Tem aplicação em produtos cosméticos como emoliente, principalmente para pes-
soas com pele seca e sensível, aplicação como agente condicionante para cabelos
secos. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3% a 5%.
ÓLEO DE LINHAÇA REFINADO: Contém importantes ácidos graxos que proporcio-
nam benefícios à saúde humana. Contém Ômega 3, 6 e 9, além de vitamina E. Tem
sido usado para tratamentos de eczema, acne e dermatite atópica, pois apresenta ex-
celente poder cicatrizante. Indicações: Por sua ótima composição, ajuda a manter a
pele saudável, restaura a função barreira da pele, atua como anti-inflamatório tópico e
regenera as células danificadas por seu poder cicatrizante. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 5 % a 20%.
144
ÓLEO DE MACADÂMIA: Obtido das nozes, tem ação emoliente e hidratante. É um
excelente repositor de lipídios em peles envelhecidas. Atua como anti-radicais livres.
Confere toque suave não oleoso. Indicação: Utilizado em cremes, loções e óleos hi-
dratantes. Para uso tanto corporal quanto facial. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3 % a 10% podendo ser usado até 100%.
ÓLEO DE MARACUJÁ: Promove um toque aveludado à pele sem deixar sinais
de oleosidade, especialmente na gestação, período em que as mulheres estão
pré-dispostas ao surgimento das acnes. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 3% a 10% podendo ser usado em até 100%.
ÓLEO DE MELALEUCA: É obtido das folhas e dos ramos terminais de uma árvore
australiana, contém alfa-pineno, limoneno, cineol entre outros constituintes. Tem
ação antifúngica, antisséptica e cicatrizante. Não é tóxico, irritante ou corrosivo
para os tecidos. Indicado para uso externo.
Concentração usual: de 2 % a 5% em géis para acne, de 5% a 10% em xampus e
condicionadores para caspa e seborreia do couro cabeludo, e a 10% em cremes
para micoses.
ÓLEO DE SEMENTE DE UVAS OU GRAINHA: Tem alto poder de hidratação e
deixa a pele mais macia e resistente a agressões externas como frio, vento e
baixa umidade. A videira é uma planta de clima temperado e seu cultivo é feito
em regiões temperadas do mundo. De sua semente é extraído o óleo vegetal, de
cor esverdeada, muito rico em vitamina E (tocoferol) e ômega 6 e polifenóis como
o resveratrol, que retarda o envelhecimento, inibindo a formação de radicais livres,
e aumentando a resistência de fibras colágenas, dentre outros benefícios. O óleo
de semente de uva tem a textura mais fina, e por isso penetra mais rapidamente
nos poros da pele. Indicado para uso externo.
Concentração usual: a partir de 3%, até geralmente 10%, podendo ser utilizado
em concentrações maiores, dependendo da necessidade e da formulação.
MANTEIGA DE CUPUAÇU: Promove hidratação duradoura, com alta capaci-
dade de absorção de água, e permite a recuperação da elasticidade da pele.
A manteiga de cupuaçu apresenta alta capacidade de absorção de líquidos,
145
cerca de duas vezes superior à da lanolina, que é proveniente de origem animal
e frequentemente um produto que causa alergias. Além do mais, é uma ótima
alternativa vegana aos derivados animais. Indicado para uso externo.
Concentração usual: 4 % a 10%
AGENTES DESPIGMENTANTES
Consulte o capítulo 10 - PRINCÍPIOS ATIVOS do livro: “COSMETOLOGIA: COMO EU
FAÇO” – Volume 1, página 245.
FILTROS SOLARES: Ativos de filtros solares que passam para a corrente sanguínea,
metoxiciniamato, benzophenona, metilbenzilideno cânfora (4 MBC), 3-benzilideno
cânfora (3-BC), octocrileno (OC), PABA e parabenos. São proibidos. A fotoproteção
é essencial durante o período gestacional, apesar da carência de estudos especí-
ficos teratológicos na gestação, a segurança dessa categoria pode ser definida e
inferida tanto a partir do uso comum na gravidez quanto pela baixa incidência de
relatos adversos compreendendo este período.
LIBERADO: filtros solares físicos ou inorgânicos.
CONSERVANTES COMO OS: Parabenos e Metilisotiazolinona (MIT), devem ser
evitados.
DERIVADOS DA FENILENODIAMINA E PARAFENILENODIAMINA (encontrados em
tinturas de cabelo):”Proibidos.”
FAZER AS UNHAS – O ideal é que a gestante apenas faça uma limpeza nas unhas (cor-
tar, lixar e tirar a cutícula), mas evite usar esmaltes. “Eles são ricos em ftalatos, subs-
tâncias que estão relacionadas à má-formação da genitália de fetos masculinos”221
221 - Os ftalatos são um grupo de compostos químicos derivados do ácido ftálico, tal como o cloro ftalato, utilizado como aditivo para
deixar o plástico mais maleável. Tal grupo de compostos é tido como cancerígeno, podendo causar danos ao fígado, rins e pulmão, além
de anormalidade no sistema reprodutivo. Também provocam alterações hormonais, por suas propriedadesxenoestrógenas, como o
crescimento das mamas e nádegas nos homens. Dentre os ftalatos existentes, o DEHP (ftalato de di-2-etilhexila) é um dos mais difíceis de
serem biodegradados. No Brasil, ainda não existem leis que regulamentem o lançamento dos ftalatos no meio ambiente, apenas restrições
ao uso em algumas áreas, como brinquedos infantis . Nos EUA ainda não há uma legislação de restrição ao uso de ftalatos, e a Comunidade
Europeia,como medida preventiva, determinou a retirada desse componente.
LEIA TAMBÉM: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/5000116951_02_cap_04.pdf
146
NANOTECNOLOGIA DURANTE O PERÍODO DA GESTAÇÃO
Estudos demonstraram que estas estruturas conseguem ultrapassar a
barreira placentária com pouca ou nenhuma alteração de sua estrutura. No entan-
to os próprios estudos recomendam que mais dados são necessários para se ava-
liar corretamente a transferência placentária. Recomenda-se cautela na indicação
de produtos obtidos por nanotecnologia por via tópica durante a gestação, já que
mesmo as substâncias previamente conhecidas, tem absorção e biodisponibilida-
de alterada, podendo causar efeitos indesejáveis.
BASES
Consideradas como veículos ou excipientes que possuem substâncias
que também podem causar riscos à saúde das gestantes como óleos minerais e
conservantes químicos. A prescrição de produtos industrializados quem contém
na sua formulação, conservantes parabenos (metil, etil, propil e butilparabeno).
têm um significativo potencial estrogênico. A partir de ensaios in vitro e in vivo em
animais, utilizando 17 beta-estradiol nos animais controle, descobriu-se que todas
essas substâncias (embora de magnitude 10 mil vezes menor) apresentam ação
uterotrófica, sendo o butil-parabeno a mais potente deles.222
Chen et col. (2007) investigaram o potencial antiandrogênico223 do metil-
parabeno, propilparabeno e butilparabeno e, constataram uma redução de 40%,
33% e 19%, respectivamente, na atividade da testosterona nos receptores desse
hormônio em cultura de células. 224
222 - ROUTLEDGE, E. J., PARKER, J., ODUM, J., ASHBY, J., SUMPTER, J.P. Some alkyl hydroxy benzoate preservatives (parabens) are estrogen-
ic. Toxicol Appl Pharmacol. 1998 nov.; 153(1):12-9.
223 - Um antiandrógeno (ou antagonista de andrógeno) é um composto químico capaz de bloquear ou inibir os efeitos biológicos
de andrógenos, um hormônio esteroide que estimula ou controla o desenvolvimento e manutenção das características masculinas em
humanos e outros vertebrados ao ligar-se a receptores andrógenos.
224 - CHEN, J., AHN, K.C., GEE, N.A., GEE, S. J., HAMMOCK, B.D., LASLEY, B.L. Antiandrogenic properties of parabens and other phenolic
containing small molecules in personal care products. ToxicolApplPharmacol. 2007 jun.; 221(3):278- 84.
147
FINALIZANDO O ASSUNTO
A taxa estimada de malformação fetal em uma população é de 3 a 5%.225
As mesmas ocorrem devido a condições intrínsecas e ou extrínsecas ao binômio
mãe-feto no período entre o 31° dia (período em que ocorre o desenvolvimento
de coração e sistema nervoso central do feto) e o 71° dia (quando há o desen-
volvimento do palato e da orelha do feto) após a data da última menstruação da
grávida.
Portanto os cosmecêuticos, que são uma classe muito nova na aborda-
gem dermatológica e que carecem de evidências científicas mais evidentes que
comprovem sua segurança durante a gestação, devem ser usados com cautela,
preferencialmente com prescrição médica.
SUGESTÃO DE FÓRMULAS HOME CARE
Sabonete pele oleosa
Phytosphingosine ®................................................................... 0,1%
Alfa bisabolol............................................................................... 1%
Ext. glic. própolis.......................................................................... 5%
Sabonete líquido QSP............................................................ 50 ml
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
Sabonete uso diário
Ácido Hialurônico........................................................................ 5%
Ext. glic. calêndula...................................................................... 4 %
D-pantenol................................................................................... 1%
Sabonete líquido QSP............................................................... 50ml
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
225 - Anomalias congénitas - Manual Merck para a Família secção 23; 254 http://www.manualmerck.net/?id=280 Acesso em 27 de setem-
bro de 2018.
148
Creme facial clareador
Skin Whitening Complex ®........................................................... 3%
Alpha Arbutin ...............................................................................3%
Fucogel ®...................................................................................... 3%
Veículo adequado ao tipo de pele. QSP..................................... 50 g
pH estimado 5,0
Uso noturno e diurno
Creme facial clareador (pele oleosa)
Alpha arbutin ™........................................................................... 1%
Aveia coloidal............................................................................... 4%
Lactil ®.......................................................................................... 3%
VC-IP ®......................................................................................... 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP...................................... 50 g
pH estimado 4,5
Uso noturno e diurno
Creme facial clareador e rejuvenescedor
Hydroxyprolisilane CN®............................................................... 5%
Whitonyl®.................................................................................... 5%
Belides ™...................................................................................... 3%
Instensyl®..................................................................................... 3%
Raffermine®................................................................................. 6%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP...................................... 50 g
pH estimado 5,0
Uso noturno e diurno
149
Creme retexturizador facial (pele acneica)
VC-IP ®....................................................................................... 10%
Topicaroteno ®............................................................................. 1%
Aqua Licorice PT ®........................................................................ 1%
Avenolat ® II................................................................................. 3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP ....50 g
pH estimado 5,0
Uso noturno e diurno
Creme hidratante facial
Aveia coloidal . ............................................................................ 5%
Fucogel ®...................................................................................... 2%
Rhamnosoft ®.............................................................................. 3%
Nutripeptides ®............................................................................ 3%
Ácido hialurônico......................................................................... 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP...................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
Creme hidratante facial
Colágeno ....................................................................................5%
Hydroxyprolisilane CN®...............................................................5%
Avenolat ® II ................................................................................4%
Cohesium ® ...................................................................................3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP .....................................50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
150
Creme para área dos olhos
Rhamnosoft ®.............................................................................. 3%
Ácido Hialurônico........................................................................ 5%
Água termal de lavanda............................................................. 10%
Aveia coloidal............................................................................... 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP...................................... 50 g
pH estimado 5,0
Uso noturno e diurno
Creme hidratante corporal
Óleo de framboesa...................................................................... 4%
Óleo de oliva ............................................................................... 3%
Óleo de semente de uva ............................................................. 5%
Vit. E oleosa................................................................................. 1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP...................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
Creme hidratante corporal
Hydroxyprolisilane CN®............................................................... 5%
Óleo de amêndoas....................................................................... 3%
Óleo de açaí ................................................................................ 3%
Azuleno .................................................................................. 0,03%
D-pantenol................................................................................... 1%
Colágeno ..................................................................................... 5%
Elastina........................................................................................ 3%
Vit. E oleosa.............................................................................. 0,5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP . ................................... 50 g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
151
Capítulo VI
CORNEOTERAPIA
“ Filha, não deixe que meus erros
atrapalhem sua vida, você tem
tudo para ser melhor do que eu.
Nunca se esqueça de onde você
veio; e principalmente, para onde
você quer ir!”
Paulo Moser “meu Pai”, janeiro de 1995.
152
FERNANDA CHAUVIN
O termo Corneoterapia foi definido pela primeira vez pelo dermatolo-
gista americano Professor A.M. Kligman em meados dos anos 1960, quando ele
e seus associados demonstraram que efeitos clínicos substanciais poderiam ser
alcançados tratando o equilíbrio perturbado da pele através da aplicação repetida
de substâncias que tinham propriedades umectantes e emolientes. Estas substân-
cias, misturadas em cremes, ficaram conhecidas como “hidratantes” e foram talvez
uma das mais importantes descobertas cosméticas do século XX. Com a aplicação
repetida, esses “hidratantes” mostraram melhorar os distúrbios comuns da barrei-
ra cutânea, como dermatite atópica, distúrbios de cornificação e dermatoses.
Todo um novo processo de pensamento e filosofia sobre a pele foi supor-
tado por esses ensaios. Foi então que ficou evidente para pesquisadores e quími-
cos, dermatologistas e médicos, que havia muito mais no estrato córneo do que
apenas uma camada de corneócitos descamativos. Estes e outros subsequentes
estudos forneceram evidências de que os alcances superiores da epiderme de-
sempenhavam um papel maior na imunidade e na proteção do que se entendia
originalmente, e que o estrato córneo era um elo primário do mundo externo com
o mundo interno do sistema imune adaptativo da pele, sendo o “site de resposta”
para esse sistema.
Corneotherapy descreve as intervenções preventivas que são principal-
mente direcionadas para a correção e restauração da barreira do estrato córneo
que se tornou defeituosa e prejudicada pelos muitos fatores intrínsecos e extrínse-
cos da vida. A metodologia da corneoterapia demonstrou que se pode obter efei-
tos clínicos positivos, restaurando as peles com a barreira de defesa interrompida,
com substâncias que mimetizam a estrutura e a função da pele.
A Corneoterapia Moderna, deve seu sucesso e crescente popularidade
aos pensadores inovadores pioneiros e atuais que mudaram a maneira como con-
sideramos a pele hoje. Alguns deles incluem:
153
Professor A. Kligman M.D. PhD. EUA
Professor Peter M Elias, EUA
Professor Ronald Marks, Cardiff, País de Gales.
H. Tagami, MD, PhD, Japão
Dr. Anthony Rawlings, Grã-Bretanha
Lars Norlén, Professor Associado, MD, Especialista em Dermatologia Clínica, Suécia
Corneobiologia e Corneobiochemistry são as novas terminologias que
estão sendo usadas junto com Corneotherapy, ilustrando apenas quantas espe-
cialidades diferentes estão desenvolvendo desta palavra e regime de tratamento.
Aqueles de nós que estão se unindo ao mundo da corneoterapia pela primeira vez,
acharão a história da pesquisa de corneoterapia tão excitante quanto o futuro; e
os novos conceitos sobre o queratinócito surpreendente e subestimado ainda a
ser aprendido.
Corneobiologia refere-se a uma ampla gama de estudos experimentais fo-
cados na anatomia, fisiologia e biologia do estrato córneo, focados especificamen-
te na camada córnea que é muito exclusiva dos seres humanos. (GRIFO NOSSO)
Essa ciência engloba numerosos estudos que lidam com imunologia, endo-
crinologia, neurobiologia e psicologia. Estudos já em 1964 mostraram que a mem-
brana da camada córnea era um tecido coerente de células cornificadas (corneóci-
tos) e não era como descrito anteriormente “um cemitério filamentoso amorfo de
queratinócitos degenerados. 226
Corneoterapia e mudanças de paradigmas.
Para uma nova compreensão, e à medida que exploramos a pele no mundo
moderno de hoje, também precisamos estar cientes de que temos a capacidade
de estudar a pele sob uma nova luz. Vamos rever alguns conceitos mais antigos.
226 - KLIGMAN, A.M. (2011) Capítulo 3: Como o estrato córneo morto se tornou vivo. Pele editada por Elias e Feingold. Taylor e Francis, NY,
Londres.
154
O estrato córneo está morto?
Um pensamento que continuou até o final do século 20 é que o SC é uma
membrana morta, inerte, passiva, metabolicamente sem vida. Foi comparado a
uma proteção impermeável de invólucro de plástico contra ameaças químicas e
exógenas (externas). Infelizmente, as práticas de marketing continuaram esse con-
ceito, bem como implantaram outros equívocos sobre a pele. Essa noção também
levou a escolhas inapropriadas de modalidades de tratamento que ainda conti-
nuam nas práticas. Dado o papel da estrato córneo e dos queratinócitos dentro da
epiderme, pesquisas recentes revelaram que a renovação e a agressão excessiva
da pele podem aumentar o estresse causando uma função de barreira prejudica-
da. 227
Em sua pesquisa o Dr. Kligman mostrou que o estrato córneo (SC) tem fun-
ções diversas (quadro 9) e que é metabolicamente ativo. É um ator fundamental
em inúmeras funções biológicas e não deve ser negligenciado ao avaliar as condi-
ções da pele, surge então a Corneoterapia, está pesquisa foi posteriormente con-
firmada pelo professor Peter M. Elias e outros cientistas proeminentes. 228
PRECISAMOS ENTENDER
Estruturas de corneócitos são membranas bilamelares ligadas por corneo-
desmossomas229 que são fortemente ligados e separados por espaços intercelu-
lares estreitos que formam uma membrana coerente até atingirem a superfície
superior onde progressivamente passam por um processo de descamação.
A capacidade adaptativa do SC regula várias funções-chave: permeabilida-
de, formação de barreira, descamação, manutenção da integridade mecânica e ge-
ração de umectantes ativos osmóticos (Fatores Hidratantes Naturais). Além disso,
também é confirmado que o SC é um ambiente enriquecido de citocinas
227 - KLIGMAN, A.M. (2011) Corneobiology and Corneotherapy - um capítulo final. Intl Jour of Cosmetic Science, 33, 197-209
228 - ELIAS, P. M., STEINHOFF, M. (2008) “Outside-to-Inside” (e agora de volta para “Outside”) Mecanismos Patogênicos na Dermatite Atópi-
ca. J InvestDerm 128, 1067-1070. Doi: 10.1038 / jid.2008.88 www.jidonline.org
229 - HAFTEK, M., SIMON, M., SERRE, G. (2006) Capítulo 11: Cornedesmosomes: Pivotal Atores na Coesão e Descamação do Estrato Córneo
SkinBarrier, editado por Peter M. Elias e Kenneth R. Feingold, Taylor e Francis, NY, Londres,
155
Quadro 9: FUNÇÕES ESSENCIAIS DO ESTRATO CÓRNEO
Função Localização
Reguladora da Permeabilidade – função barreira* Extracelular
Barreira Antimicrobiana* Extracelular
Barreira Térmica Desconhecida
Barreira as radiações UV Corneócito
Exclusão de tóxicos químicos e antígenos Extracelular
Absorção química seletiva Extracelular
Hidratação Corneócito
Coesão (Integridade) e a descamação* Extracelular
Ativação das citocinas (inflamação) Corneócito
Biosensor da Umidade Ambiental Extracelular
Reguladora da imunidade inata e adaptativa* Extracelular
Protetora contra a carcinogênese e o Corneócito
fotoenvelhecimento
Comunicador social e Interface psicossensorial Corneócito e Extracelular
Sítio de armazenamento de mediadores químicos, Corneócito e Extracelular
fármacos tópicos e cosméticos
Produto do Fator natural de hidratação Corneócito
Resistência mecânica e reológica Corneócito
*REGULADOS PELO PH
FONTE: Dados da autora
A Corneobiologia revolucionou as terapias tópicas para melhorar nota-
velmente as condições dermatológicas da pele, como a dermatite atópica e ou-
156
tros distúrbios da barreira. A corneoterapia visa a recuperação do Estrato Córneo
para melhorar a função da barreira cutânea e a homeostase global (equilíbrio)
da pele. Uma barreira de pele saudável e funcional fornece proteção geral contra
a desidratação, penetração de germes, alérgenos, irritantes, radicais oxidativos e
radiação ultravioleta.230 Também suporta uma cicatrização gradual da inflamação
e outros problemas de pele, uma vez que os agentes causadores externos são blo-
queados através de uma pele intacta.
Kligman definiu então um termo chamado “outside-in-therapy” terapia
de fora para dentro”, significando que os efeitos a longo prazo na epiderme após
um tratamento terapêutico da camada córnea com substâncias apropriadas pode-
riam ajudar a reparar as estruturas dérmicas subjacentes. 231
CORNEOTERAPIA PREVENTIVA
A corneoterapia preventiva trabalha a não utilização de produtos de cui-
dados da pele com substâncias nocivas, como irritantes e alérgenos, fragrâncias,
conservantes corantes, emulsificantes e substâncias oclusivas. As formulações de-
vem ser biologicamente miméticas e minimalistas, o que significa que elas imitam
as estruturas da pele. As estruturas naturais dentro das bicamadas da pele, por
exemplo, consistem em água, ácidos graxos, triglicérides, ceramidas e coleste-
rol. A pele pode ser enriquecida através de ingredientes miméticos naturais como
o ácido linoleico (ômega 6) na forma de veículos de entrega especializados, como
lipossomas ou nanossomas que se fundem facilmente nas camadas de barreira
naturais da pele e que permitem que os ingredientes ativos penetrem com maior
efetividade. 232
Outros ativos importantes são os antioxidantes (vitaminas A, C, E, superóxi-
do dismutase) e ingredientes que sustentam as estruturas epidérmicas como (óleo
230 - LAUTENSCHLÄGER, H. (2007) Corneoterapia aplicada e cuidados com a pele: Diretrizes para o tratamento antienvelhecimen-
to. ÄesthetischeDermatologie (3), 8-16
231 - KLIGMAN, AM (2006) Capítulo 3: Uma breve história de como o estrato córneo morto se tornou vivo. Skin, editado por Peter M. Elias
e Kenneth R. Feingold. Taylor e Francis, NY, Londres. pp 15-24
232 - LAUTENSCHLÄGER, H. (1999). Ceramidas - lipídeos com múltiplas atribuições. Kosmetik International (11, 124-126)
157
de prímula, boswellia, echinacea e ácido hialurônico). 233, 234, 235
AO ESCOLHER MATÉRIAS-PRIMAS PARA FORMULAÇÕES
DE CUIDADOS COM A PELE, TEMOS QUE “PENSAR”
A sobrevivência de um corpo e aparência saudáveis dependem da nossa
capacidade de ter flexibilidade para nos ajustarmos a vários ambientes (resiliên-
cia). O processo de diferenciação e queratinização dentro da epiderme é um pro-
cesso estratégico cujo objetivo é construir um forte sistema de defesa de barreira
para a pele. A barreira de permeabilidade da pele e as estruturas de bicamadas in-
terna permitem a sobrevivência a riscos potenciais em um ambiente em constante
mudança. As complexidades do SC entre seus componentes estruturais e funções
fisiológicas adaptativas são mantidas diariamente. Ele pode detectar até mesmo
as menores alterações ambientais, dentro e fora de suas estruturas. A aparência
da pele depende de sua capacidade normal de realizar vigilância imunológica e
resposta a funções antimicrobianas, ajustes de TEWL (perdas transepidérmicas de
água).
Agressões agudas ao SC incluem superexposição a UV, luz visível, polui-
ção, ar condicionado, radiação eletromagnética, ferimentos, doenças, tratamentos
de cuidados com a pele (microdermoabrasão, rejuvenescimento por laser, pee-
lings excessivos e fortes) e quaisquer substâncias agressivas em produtos. A pele
incorpora vários mecanismos adaptativos para restaurar-se o mais rapidamen-
te possível à integridade estrutural e funcional. Ele reajusta a TEWL e também
aumenta sua barreira lipídica durante um processo de reconstrução. Quando os
mecanismos corretivos ficam excessivamente comprometidos, como o equilíbrio
do pH e outros distúrbios estruturais mais profundos, ele começa a se manifestar
visivelmente na forma de pele irritada, seca e enrugada - assim como o início da
glicação. Quando essas condições não são corrigidas no início, o envelhecimento
233 - Vitamina A. Instituto Linus Pauling, Universidade Estadual do Oregon.
234 - THIELE, J. J. (2006) Capítulo 23: A barreira antioxidante epidérmica. Skin, editado por Peter M. Elias e Kenneth R. Feingold. Taylor e
Francis, NY, Londres. p. 379
235 - LAUTENSCHLÄGER, H., JABS, U. (2010) Ondas de rádio e nanopartículas boswellia - uma nova terapia de rejuvenescimento derma:
Consideração sobre a pele fisiologia e envelhecimento da pele, do ponto de vista bioquímico, ÄsthetischeDermatologie (mdm) Verlag (4),
18-25
158
biológico das células pode facilmente superar o envelhecimento cronológico.
Assim escolher ativos que tenham atividade biomimética a pele e contribuam
para manter sua resiliência previne não só o envelhecimento, mas também diversas
doenças de pele como dermatites, rosácea e sensibilizações.
Condições como pele áspera, escamosa, quebradiça ou com prurido tornam-
se bandeiras vermelhas, o que nos convida a explorar mais profundamente as causas
subjacentes. Quando realizamos tratamentos de peeling, microdermoabrasão, rejuve-
nescimento a laser e outros procedimentos mais invasivos, deve-se estar ciente de que
esses tratamentos interferem no funcionamento normal da pele, uma vez que envia
uma alta resposta imunológica indicando que há interferência em seu funcionamento
normal. Como os queratinócitos são um fator crítico para a comunicação, e a remoção
de muitos deles causa mais estresse. 236
PRESERVAÇÃO DAS BARREIRAS CUTÂNEAS
• Barreira Física - Funciona como uma parede de tijolos e sua selagem de cimen-
to, os corneócitos e lipídeos epidérmicos, respectivamente, protegem as trocas
entre os meios interno e externo, especialmente por prevenir a entrada de mo-
léculas prejudiciais.
• Barreira Química - Composta por peptídeos antimicrobianos (AMPs) constituin-
tes (Rnase 7, Psoriasina, Lactoferrina, Dermicina ou induzidos (Beta defensinas,
cathelicidinas). Estes peptídeos são comumente chamados “antibióticos natu-
rais” podem ser considerados como moléculas chave do sistema de defesa, es-
pecialmente os peptídeos antimicrobianos induzidos, como efetivos da resposta
do sistema imune.
• Barreira Microbiana – É o primeiro sistema cutâneo de defesa natural, deve
ser preservado, reforçado e/ou restaurado para evitar a invasão da pele por
bactérias indesejáveis. 237
236 - RAWLINGS, A. V. (2006). Barreira da Pele: Capítulo 24, Fontes e Papel da Hidratação do Estrato Córneo, Taylor & Francis Group, NY, Londres.
237 - BARDAN, A., NIZET, V., GALLO, R. (2004) Peptídeos antimicrobianos e a pele. Expert Opin. Biol. Ther. 4 (4): 543-549 Artigo recuperado de http://
nizetlab.ucsd.edu/Publications/AMPs-Skin.pdf
159
A MICROBIOTA
Fatores específicos, tais como, idade, sexo, sistema imunitário e ambiente
externo (por exemplo, clima e localização geográfica) contribuem para as varia-
ções observadas no microbioma da pele humana. A maioria dos microrganismos
são simbióticos ocupando vários locais da pele e protegendo-a contra a invasão de
microrganismos patogênicos. Estes desempenham um importante papel no de-
senvolvimento das células de Langerhans da pele, preparando-as para responder
à presença de outros microrganismos patogênicos.
Assim, um dos principais mecanismos antimicrobianos de defesa à superfí-
cie da pele para impedir a colonização por microrganismos é a pressão por seleção,
influenciando os tipos de micro-organismos que podem sobreviver. O fluxo de ar
nas superfícies do corpo constitui a primeira linha de defesa contra a colonização
microbiana, pois impede a adesão dos microrganismos e remove os microrganis-
mos quando da descamação da pele. Por outro lado, o pH baixo da pele, resultante
da produção de ácidos durante o processo de queratinização, e de ácidos excreta-
dos por células epiteliais e microrganismos, inibe a sobrevivência de microrganis-
mos não adaptados a ambientes com pH baixo. Além do efeito de diminuição de
pH, muitas das substâncias presentes na superfície da pele são diretamente tóxicas
para os micro-organismos, assim como a temperatura, a nutrição e o estresse. 238
238 - NARDO, A., GALLO, R. (2006). Capítulo 22: Barreiras Cutâneas em Defesa contra a Invasão Microbiana. Skin, editado por Peter M.
Elias e Kenneth R. Feingold. Taylor e Francis, NY, Londres. p. 364
160
“
CONCLUSÃO
Sempre que você vê a pele inflama-
da, independentemente da causa,
o estrato córneo se torna mais per-
meável. Mas, se você reparar o es-
trato córneo, isso indica aos tecidos
subjacentes que eles não precisam
reagir como se houvesse perigo no
ambiente.”
Albert Kligman, MD, Ph.D.; 1919-2010
As descobertas científicas anteriores e a fabricação de cosmecêuticos pro-
grediram nos últimos 25 a 30 anos. Quanto mais entendermos as ciências dermoe-
pidérmicas e o funcionamento dos queratinócitos e de todas as células e estrutu-
ras epidérmicas e dérmicas, mais fácil será tomar melhores decisões. Seguir os
princípios da Corneoterapia, metodologia inovadora e única que tem como princí-
pio fundamental a restauração do ciclo de vida da pele com o objetivo de manter
a integridade do estrato córneo, a funcionalidade da epiderme e derme e todos os
sistemas de defesa. Maior será o sucesso do tratamento.
161
Capítulo VII
DERMATITES ATÓPICAS
“ Mas na profissão, além de amar
tem de saber. Ou você muda, ou
fica a margem do sucesso. Sua
profissão está cada vez mais
exigindo de você o conhecimento
e a dedicação, então, me diz?
Você está esperando o que para
mudar?
Paulo Moser “meu Pai”, fevereiro de 2003.
162
IVONE MOSER
As atopias de pele, são consideradas doenças adquiridas por herança genética
que, na pele, podem causar lesões inflamatórias, e popularmente são conhecidas
como dermatites atópicas 239 ou eczemas atópicos.
A dermatite atópica é entendida como uma das dermatoses inflamatórias
mais comuns, com prevalência mundial variando entre 1% e 20%.240
A pessoa que sofre de atopia, além da dermatite atópica, pode também
apresentar asma ou rinite alérgica. É frequente encontrar histórico de uma destas
doenças nos familiares.
O principal sintoma sinalizado pelo paciente é o prurido ou coceira, que
pode começar antes mesmo das lesões cutâneas se manifestarem.
O ato de coçar exerce papel fundamental na formação das lesões cutâneas
uma vez que danifica os queratinócitos. Os queratinócitos dos pacientes com der-
239 - É uma doença inflamatória crônica da pele associada com hiper-reatividade cutânea a estímulos normalmente inócuos a indivíduos
não-atópicos. Vários estudos indicam que a dermatite atópica apresenta etiologia complexa, com ativação de diferentes vias imunológicas
e inflamatórias. O fenótipo clínico que caracteriza essa patologia é um produto de complexas interações entre susceptibilidade a genes, o
organismo do paciente, defeitos na função de barreira da pele e respostas imunológicas locais e sistêmicas. Vários estudos têm sido reali-
zados a fim de compreender o papel destes diferentes fatores na patogênese da dermatite atópica, devido à alta incidência desta doença,
que aparece normalmente durante a infância, mas pode persistir ou aparecer na fase adulta. A prevalência desta patologia é de 10-20% nas
crianças e 1-3% nos adultos e está aumentando nas últimas três décadas. De 15% -25% dos doentes com problemas cutâneos apresentam
dermatite ou eczema [a].
A dermatite atópica é caracterizada por um intenso prurido, que incomoda muito os pacientes, com uma predileção para acometimento
em locais de flexão dos membros superiores e inferiores. É caracterizada pela presença de eritema com edema, vesículas, sinais de eczema
nas lesões agudas e liquenificação nas lesões crônicas. A dermatite atópica é frequentemente caracterizada como uma hipersensibilidade
contra substâncias ambientais, a qual é associada com aumento da produção de IgE e/ou hiper-reatividade não-específica. Como relatado
anteriormente, a dermatite é uma doença inflamatória crônica que apresenta uma desregulação complexa do sistema imune. Ocorre à
ativação das células T, ativação da função efetora destas células na pele, o que desencadeia os eventos sequenciais da resposta imune que
contribuem para a patogênese da dermatite. Ambas as células T de memória, CD4+ e CD8+, migram para a pele em resposta ao antígeno
linfocitário cutâneo (CLA), induzem a resposta IgE, principalmente via IL-13 (interleucina 13), e prolongam a longevidade dos eosinófilos,
principalmente via IL-5. A apoptose desregulada das células T de memória contribui para o surgimento e a progressão da dermatite atópica.
A ativação das células T na pele é intensificada pelas citocinas e proteínas da matriz extracelular. As células T ativadas induzem a apoptose
dos queratinócitos, levando a formação do eczema [b], [c]
[a] Castro AP. Calcineurin inhibitors in the treatment of allergic dermatitis. J Pediatr (Rio J). 2006;82(5 Suppl):S166-72
[b] Yamada E et al. Validation of written questionnaire (eczema component) and prevalence of atopic eczema among Brazilian children. J
Invest Allergol Clin Immunol 2002; 12: 34-41.
[c] Williams HC et al. The U.K Working Party´s diagnostic criteria for atopic dermatitis. III. Independent hospital validation. Br J Dermatol
1994; 131:406- 16.
240 - BIEBER, T. Atopicdermatitis. N Engl J Med. 2008;358(14):1483-94
163
matite atópica deixam de atuar apenas como barreira física de proteção da pele,
uma vez que manifestam anormalidade intrínseca na produção de citocinas e qui-
miocinas, como a liberação de quantidades aumentadas de GM-CSF (fator de cres-
cimento de colônias de granulócitos), TNFα (fator de necrose alfa) e IL-1β (atua no
hipotálamo, exercendo a função de pirógeno241 endógeno).242 Em resposta a produ-
ção de TNFα e IFNγ (interferon gama) ocorre também a liberação da proteína qui-
mioatrativa de monócito 1, RANTES e IL-8. Estas contribuem para o recrutamento
de células inflamatórias e perpetuação da resposta inflamatória na pele.243
É muito comum durante a infância as lesões se apresentarem eritema-
tosas e descamativas. Podendo atingir a face, o tronco e os membros. Com o ato de
coçar, podem tornar-se escoriadas e com isso ocorre a facilitação da manifestação
de infecções secundárias.
Nos adolescentes e adultos, as lesões localizam-se preferencialmente nas
áreas de dobras da pele, como a região posterior dos joelhos, pescoço e dobras dos
braços. A pele destes locais torna-se mais grossa, áspera e escurecida (quando os
pacientes possuem fotótipos acima de 3, é muito difícil despigmentar). Usualmen-
te localizada nestas áreas, contudo, a dermatite atópica pode se generalizar, atin-
gindo grandes áreas corporais. Passada a infância, pode ocorrer o desaparecimento
total das lesões, mas, geralmente, a doença tem curso crônico (longa duração),
apresentando períodos de melhora e piora. É comum, após o desaparecimento da
dermatite atópica, ocorrer a substituição desta por uma das outras formas de apre-
sentação da atopia (asma ou rinite), ou até mesmo seguirem juntas. 244
Outra característica da pele do atópico é a sua tendência maior ao resse-
camento, que, por si só, pode dar origem à sensação de coceira e descamação. O
estresse emocional pode desencadear períodos de piora e não devem ser menos-
prezados.
241 - Agente produtor da febre, age no hipotálamo desencadeando a febre
242 - CONTASSOT, E., BEER, H.D., FRENCH, L. E. (2012). “Interleukin-1, inflammasomes, autoinflammation and the skin”. Swiss Med Wkly
142: w13590. doi:10.4414/smw.2012.13590. PMID 22653747.
243 - LEUNG, D.Y.M., BOGUNIEWICZ, M. Advances in allergic skin diseases. J Allergy Clin Immunol 2003;111: S805-12.
244 - National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases, National Institutes of Health, Set. 2009
164
Este ressecamento se deve principalmente as graves alterações na barreira
cutânea. Uma das principais funções da barreira cutânea é o controle da permea-
bilidade.245 Quando há perda desta função, a pele passa a sofrer as consequências
de agressões físicas, químicas ou biológicas. As modificações que acontecem na
barreira possuem como características, grandes variações na perda de água tran-
sepidermal e no pH da pele, desencadeando alterações patológicas da pele.Tais
modificações são sinais típicos da dermatite atópica, mesmo na pele não lesionada
clinicamente.246 Estas transformações favorecem a manutenção da fisiopatologia,
tornando-a mais susceptível a prurido, xerose247 e infecções secundárias.248
Em 2010, Solé et col., descreveram a prevalência da dermatite atópica na Amé-
rica Latina, incluindo o Brasil; em jovens e crianças entre 10,6% e 11,3% a pesquisa foi
avaliada pelo International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC).249
O impacto desta doença na qualidade de vida dos pacientes e suas famílias
é de extrema importância e significado. Quero acreditar ser este o real motivo da
extrema necessidade de se compreender esta patologia e as chances de melhora
do quadro clínico inerente as condições de pele com o uso da cosmetologia. Não
tratamos a doença, controlamos os defeitos da barreira, atenuando assim os sinais
clínicos deletérios da saúde da pele. Isso faz parte da Cosmetologia com toda certeza.
A xerose ou pele seca na dermatite atópica inclui as alterações da diferenciação
epidérmica, do metabolismo lipídico da epiderme e o aumento da perda de água tran-
sepidermal. Os corneócitos apesar de tenderem a se agregar, são menores, com reno-
vação celular reduzida, e contêm menor quantidade de aminoácidos hidrossolúveis de-
rivados da filagrina, que exerce papel importante na perda de água transepidermal.250
245 - PROKSCH, E., JENSEN, J.-M., ELIAS, P.M. Skin lipids and epidermal differentiation in atopic dermatitis. Clín. Derm 2003;21:134-4.
246 - ADDOR, F. A. S, AOKI, V. Barreira cutânea na dermatite atópica. An. Bras. Dermatol. 2010;85(2):184-94
247 - Denominação da pele extremamente seca. Pode ser causada por baixa umidade do ar, clima frio, banhos muito longos e
quentes, desidratação, deficiência de vitamina A, deficiência de vitamina D, lavagem frequente (especialmente com sabão sem hidratante e
não neutro), queimaduras, exposição prolongada ao sol e como efeito colateral de vários medicamentos.
248 - ELIAS, P. M, WOOD, L.C., FEINGOLD, K. R. Epidermal pathogenesis of inflammatory dermatoses. Am J Contact Derm. 1999;10(3):119-26
249 - SOLÉ, D., MALLOL, J., WANDALSEN, G. F., AGUIRRE, V. Latin American ISAAC Phase 3 Study Group. Prevalence of symptoms of eczema
inLatin America: results of the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) Phase 3. J InvestigAllergol Clin Immunol.
2010;20(4):311-23
250 - PROKSCH, E., JENSEN, J.-M., ELIAS, P.M. Skin lipids and epidermal differentiation in atopic dermatitis. Clin Derm 2003; 21:134-4
165
Podemos considerar que os defeitos na barreira cutânea dos pacientes com
dermatites atópicas, poderiam estabelecer a alteração primária da doença, pois
as mesmas têm sido identificadas em estudos atuais. Esses defeitos favoreceriam
à maior permeação de agentes alergênicos, micro-organismos, particularmente
Staphylococus aureus e substâncias irritantes, que por sua vez provocariam a exa-
cerbação da resposta imune da pele. Suporte para esta teoria vem da descoberta
da associação da Dermatite Atópica com mutações no gene da Filagrina (Filaggrin,
flament-aggregating protein/FLG), proteína essencial para a formação e manuten-
ção da integridade da barreira cutânea.251
Figura 7: INVOLUCRINA E FILAGRINA
FONTE: Adaptado de Reven Sanches, 2008.252
251 - IRVINE, A.D., MCLEAN, W. H., LEUNG, D. Y. Filaggrin mutations associated with skin and allergic diseases. N Engl J Med.
2011;365(14):1315-27
252 - http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.es
166
PERDA TRANSEPIDERMAL DE ÁGUA - FATOR IMPORTANTE
NO CONTROLE DA DERMATITE ATÓPICA
O conteúdo de água que compõe as camadas da epiderme e todo o siste-
ma da sua função de barreira são fatores fundamentais para a saúde, equilíbrio e
manutenção da aparência saudável da pele.
Fatores ambientais, como tempo seco, exposição ao vento, temperaturas
muito baixas ou extremamente altas, bem como as próprias doenças de pele são
condições diretamente associadas ao aparecimento da pele seca. A parte da pele
mais afetada nesses casos é a sua camada mais externa, o estrato córneo, compos-
to por corneócitos com seus fatores naturais de hidratação e uma bicamada lipídi-
ca intracelular, que, quando se encontram em harmonia, garantem a integridade
e a manutenção da hidratação da pele.253 Portanto, a análise da função de barreira
da pele é de extrema importância para avaliar os efeitos, riscos e benefícios de
formulações cosméticas aplicadas por via tópica.
BARREIRA DA PELE
Figura 8: BARREIRA DA PELE
Proteção contra
substâncias nocivas
Manto Hidrolipídico
Lipídios da Camada Córnea
Células Córneas
Camada
Córnea
Proteção contra a
perda de hidratação
Fonte: adaptado deEucerin254
253 - VYUMVUHORE, R. et al. Vibrational spectroscopy coupled to classical least square analysis, a new approach for determination of skin
moisturizing agents’ mechanisms. Skin Research and Technology 20(3):282-292, 2013
254 - https://www.eucerin.pt/sobre-a-pele/conhecimentos-basicos-da-pele/skins-protective-barrier
167
A barreira de proteção da pele, que é formada pela capa córnea e pela ri-
queza de lipídeos infelizmente nem sempre é absolutamente perfeita, o que pode
tornar o movimento de transporte de água do estrato córneo para a atmosfera
alterado. Tal movimento é chamado de perda transepidermal de água (TEWL, sigla
em inglês para Transepidermal Water Loss).
A TEWL é formada da parte de perda insensível de água, que atualmente já
pode ser quantificada através de exames de alta tecnologia.255
A barreira de permeabilidade da pele resguarda a pele como um todo e
protege contra a perda excessiva de água, bem como, impedem a entrada na pele
de substâncias nocivas como agentes irritantes, alérgenos e microrganismos. A
barreira de permeabilidade está principalmente localizada no estrato córneo e
consiste em corneócitos e um domínio intercelular enriquecido com lipídios.
A capacidade e competência do estrato córneo em prevenir a evaporação
exagerada de água das camadas da pele é refletida pelo parâmetro TEWL. Portan-
to uma TEWL baixa, caracteriza uma pele intacta e saudável, enquanto uma TEWL
alta, indica que a função de barreira da pele é menos eficiente. De certa maneira,
há uma proporcionalidade entre a TEWL e a hidratação do estrato córneo.
Contudo, esse não é o caso quando há condições adversas, como o conta-
to da pele com tensoativos, por exemplo, o lauril sulfato de sódio, que apresenta
efeito de dessecação (desidratação e ressecamento). Esse feito é mostrado por
medidas realizadas em locais anatômicos específicos e diferenciados, como as re-
giões palmar e plantar da pele, e em locais que estão com a barreira da epiderme
perturbada. Também chama atenção o uso constante de ácidos químicos com pH
muito baixos.
Em condições fisiológicas extremas, e em determinadas patologias, a efe-
tividade e segurança desse processo torna-se limitada, sendo necessário, então, o
255 - BOIREAU-ADAMEZYK, E., BAILLET-GUFFROY, A., STAMATAS, G. N. Age-dependent changes in stratum corneum barrier function. Skin
Research and Technology 20(4):409-415, 2014
168
uso de produtos hidratantes para a sua regulação e efetiva manutenção. Hidratan-
tes com ação umectante, aliviam a condição da pele seca aumentando seu conteú-
do aquoso, bem como reduzindo a perda transepidérmica de água.256 Somando
a tudo isso devemos levar em conta que a constituição alterada dos lipídeos do
extrato córneo é considerada um defeito básico da dermatite atópica levando a
aumento da permeabilidade a alérgenos e irritantes que entram em contato ex-
ternamente com a pele.257 Pois quando em condições normais, a pele minimiza a
excessiva perda de água regulando sua produção de lipídios intracelulares e a do
fator de hidratação natural da pele - NMF (natural moisturizing factor), bem como
protegendo a pele da entrada destes agentes alergênicos.
A observação da variabilidade da TEWL é, portanto, necessária para a avalia-
ção de diferentes tratamentos dermatológicos, das rotinas de cuidados com a pele e
de cosméticos com propostas profiláticas e/ou terapêuticas.258 A perda de água tran-
sepidermal também é bastante utilizada para a avaliação dos benefícios dos ingre-
dientes ativos na função de barreira da pele e oferece a possibilidade de monitorizar
in vivo o efeito de tratamentos tópicos, de forma não invasiva e objetiva.
Contudo muitas variáveis podem afetar as medidas de TEWL e devem ser
rigorosamente levadas em consideração.
Rogiers (2001) observou uma diminuição na TEWL e um aumento da hidra-
tação do estrato córneo após a aplicação de substâncias oclusivas, como óleos, na
pele. O autor observou que houve um aumento da TEWL após 10-15 minutos de
aplicação de agentes hidratantes na superfície da pele, o que comprovadamente
não ocorreusomente devido ao aumento da hidratação do estrato córneo, mas por
causa da evaporação da água do produto cosmético em si. Além disso, também foi
possível observar que a hidratação da pele aumenta a espessura do estrato córneo
256 - VYUMVUHORE, R. et al. Vibrational spectroscopy coupled to classical least square analysis, a new approach for determination of skin
moisturizing agents’ mechanisms. Skin Research and Technology 20(3):282-292, 2013
257 - PASTORE, S., MASCIA, F., GIUSTIZIERI, M. L., GIANNETTI, A., GIROLOMONI, G. Pathogenetic mechanisms of atopic dermatitis. Arch
Immunol Ther Exp 2000;48:497-504.
258 - ROGIERS, V. EEMCO Guidance for the Assessment of Transepidermal Water Loss in Cosmetic Sciences. Skin Pharmacol Appl Skin
Physiol 11:117-128, 2001
169
em nível molecular.259 Contudo podem surgir perdas para a evaporação de água na
área. Assim, o uso da TEWL como um parâmetro único e direto para a caracteri-
zação da pele hidratada deve ser feito com atenção e cuidado. A combinação das
medidas de TEWL e de outro método não invasivo é aconselhado e sugerido para
se obter resultados mais confiáveis e eficientes.260
Durante a avaliação de produtos hidratantes e antiaging produzidos para
pele de mais idade, é empregada a estimativa da perda transepidérmica de água,
pois esse cálculo considera a permeabilidade da função de barreira da pele. Au-
tores descrevem a pele madura possuindo uma perdatransepidérmica de água
semelhante ou menor que a de peles mais jovens, porém a capacidade de restau-
ração da barreira encontra-seprejudicada e comprometida de modo intenso com
o passar dos anos. Portanto, um valor basal de TEWL menor do que o ideal, foi
percebido nas regiões periorais, pescoço e do antebraço de um grupo de voluntá-
rias mais velhas, quando comparado com um grupo de voluntárias mais novas. 261
A conceituação e a estimativa da perda transepidérmica de água é valiosa
em todos os tipos de pele, inclusive na oleosa, uma vez que permite a avaliação de
alterações na função de barreira da pele.262
Sabemos então que o uso de produtos para a melhora da função de bar-
reira da pele, que comprovadamente restringem a perda da TEWL, são de grande
importância para a prevenção das alterações cutâneas acima mencionadas e para
a manutenção e conservação da eudermia, ou seja, da fisiologia cutânea.
CONHECENDO A BARREIRA DA PELE
A barreira é formada durante a diferenciação epidérmica.
259 - ROGIERS, V. EEMCO Guidance for the Assessment of Transepidermal Water Loss in Cosmetic Sciences. Skin Pharmacol Appl Skin
Physiol 11:117-128, 2001
260 - ROGIERS, V. EEMCO Guidance for the Assessment of Transepidermal Water Loss in Cosmetic Sciences. Skin Pharmacol Appl Skin
Physiol 11:117-128, 2001.
261 - FLUHR, J. W. et al. Skin Irritation and Sensitization: Mechanisms and New Approaches for Risk Assessment. Skin PharmacolPhysiol
21(4):191-202, 2008.
262 - MERCURIO, D. G, et al. Clinical scoring and instrumental analysis to evaluate skin types. Clín. and Exp. Derm 38:302-309, 2013.
170
Figura 9: ESQUEMATIZAÇÃO DOS COMPONENTES DA DERME E EPIDERME
Fonte: adaptado de https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar/1.php
Figura 10: CAMADAS DA PELE
Fonte: dados da autora
171
Na dermatite atópica, a barreira da pele encontra-se alterada, já na pele
não lesionada. Quando esta estrutura histológica se encontra prejudicada, fica fa-
cilitada a entrada de alérgenos ambientais a partir de ácaros da poeira doméstica,
pelos de animais, pólen de gramíneas, e inclusive alguns cosméticos de uso tópi-
co na pele. Em indivíduos predispostos, esses alérgenos podem desencadear, por
meio de vias imunológicas, a inflamação da atopia. As causas da barreira epidér-
mica da pele alterada, são alterações nos lipídios da pele e na diferenciação epi-
dérmica, em particular mutações da filagrina. As modificações da filagrina levam
a uma barreira cutânea deficiente e por consequência a pele torna-se muito mais
seca, fragilizada, descamativa, irritada, hiperêmica, desidratada, o que são sinais
próprios da dermatite atópica. Os agentes terapêuticos devem influenciar a barrei-
ra da pele de maneira positiva. É sabido que a terapia tópica com corticosteroides
potentes não leva ao reparo da barreira na dermatite atópica, enquanto a terapia
com os inibidores da calcineurina263 e emulsões contendo lipídios suportam o re-
paro da barreira.264
A pele eudêrmica exibe frequentemente níveis acima de 55 unidades cor-
neométricas. A pele xerótica, pode apresentar níveis em torno de 44 unidades
corneométricas.265 O que comprova a alteração da barreira formada pela capa cór-
nea.
A xerose, quando não controlada, igualmente é capaz de acentuar a der-
matite atópica, assim como outras dermatoses inflamatórias. O defeito de barrei-
ra beneficia a liberação de citocinas inflamatórias, que por sua vez dão início ao
263 - A calcineurina é uma proteína citoplasmática presente em diversas células, incluindo linfócitos e células dendríticas. Após ativação,
atua como um fator de transcrição de IL inflamatórias, tais como IL-2, IL-3, IL-4 e TNF-alfa. Essa ativação é mecanismo cálcio-dependente
que inclui ainda dois tipos de proteínas: a calmodulina e as imunofilinas. Essas últimas foram assim denominadas por atuarem como re-
ceptores de substâncias inibidoras da calcineurina. Inibir a calcineurina significa minimizar a ação do linfócito e, logicamente, esse processo
deve ser feito de maneira bastante controlada para garantir a melhora do quadro alérgico sem comprometer a função imune do organismo.
Os fármacos que surgiram com capacidade de redução da ação da calcineurina agem inibindo diferentes imunofilinas. Existem inibidores da
calcineurina de ação sistêmica, como, por exemplo, a ciclosporina. Entretanto, o desafio foi desenvolver medicamentos eficazes para uso
tópico, pois, dessa maneira, os efeitos adversos sistêmicos seriam minimizados ou ausentes. Inibidores da calcineurina, como a ciclosporina,
possuem características farmacológicas que não permitiram seu uso tópico com a eficácia desejada. Há dois inibidores de calcineurina dis-
poníveis para uso tópico: o pimecrolimo e o tacrolimo. SIMPSON, D., NOBLE, S. Tacrolimus ointment: a review of its use in atopic dermatitis
and its clinical potential in other inflammatory skin conditions. Drugs. 2005; 65: 827-58.
264 - PROKSCH, E., FÖLSTER-HOLST, R. , BRÄUTIGAM, M., SEPEHRMANESH, M., PFEIFFER, S., JENSEN, J. M . Papel da barreira epidérmica na
dermatite atópica. J Dtsch. Dermatol. Ges. 2009 Oct; 7 (10): 899-910.
265 - ELKHYAT, A., AGACHE, P., ZAHOUANI, H., HUMBERT, P. A new method to measure in vivo human skin hydrophobia. Int J Cosm Sci.
2001; 23(6):347-52
172
processo inflamatório dérmico desencadeando ou agravando a dermatite; com o
aumento da perda de água transepidérmica decorrente desse processo, e com
a facilitação do maior contato com irritantes e alérgenos, ocorre o agravamento
da perda da função de barreira, favorecendo a perpetuação do dano e a piora do
quadro inflamatório, agravando o prurido, infecções secundárias decorrentes da
elevação do pH.266 Ou seja, é um ciclo vicioso.
No paciente atópico, ocorre uma tendência de aumento de pH da superfí-
cie cutânea. Esse fato é resultado da redução da proteólise da filagrina, pertinente
à síntese alterada de ácidos graxos livres pelas glândulas sebáceas, e de fosfolípi-
des epidérmicos, sendo assim podemos observar o aumento do pH, sobretudo nas
áreas lesionadas propriamente ditas.267
Esse aumento do pH da pele é fundamental para que ocorram mudanças
na microflora local, favorecendo infecções por Staphylococcus aureus. Há evidên-
cias de que pelo menos 30% dos pacientes com dermatite atópica possuem déficit
genético na síntese de filagrina, involucrina, loricrina e ceramidas, assim como de
peptídeos antimicrobianos. Nesta situação, os agentes tensoativos têm grande im-
portância, já que são os responsáveis pelo emulsionamento dos lipídeos da super-
fície da pele. Portanto, agem como verdadeiros vilões.
Nestes casos, atitudes que restaurem e resguardem a barreira cutânea
deverão ser adotadas para que haja controle e reversão dos danos e se consiga
melhorar o índice de hidratação cutânea, e a diminuição da perda de água transe-
pidermal.
O valor de pH normal para a pele íntegra é levemente ácido, entre 4,5- 5,5
podendo chegar a 6 e 6,5, a manutenção dessa faixa de pH está envolvida a filagrina,
que é degradada durante o processo de queratinização em aminoácidos e origina
o ácido urocânico, assim como a presença dos ácidos graxos, provenientes do NMF
266 - LODEN, M. Role of topical emollients and moisturizers in the treatment of dry skin barrier disorders. Am J Clin Dermatol.
2003;4(11):771-88
267 - KNOR, T., MEHOLJIĆ-FETAHOVIĆA, MEHMEDAGIĆA. Stratum corneum hydration and skin surface pH in patients with atopic dermatitis.
Acta Dermato venerol Croat. 2011; 19(4):242-7
173
(natural moisturizing fator) e das glândulas sebáceas e produzidos pelas lipases da
flora microbiana normal.268
Figura 11: DEGRADAÇÃO DA FILAGRINA EM AMINOÁCIDOS LIVRES
Fonte: adaptado de Shematic representation of
Profilaggrin catabolism during terminal differentation.269
268 - FLUHR, J. W., DARLENSKI, R. Skin barrier. In: Revuz J, et al, editors.LifeThreatening Dermatoses and Emergencies inDermatology.
Heidelberg, Germany: Springer-Verlag; 2009. p. 3-18.
269 - https://www.semanticscholar.org/paper/18-Effects-of-Natural-Moisturizing-Factor-and-Acid-Harding-Rawlings/041dcb125308a674d-
4320b059a026b3d42008/figure/3
174
Figura 12: REPRODUÇÃO DA DEGRADAÇÃO DA
FILAGRINA EM VISUALIZAÇÃO HISTOLÓGICA ESQUEMATIZADA.
Fonte: adaptado de : La Filagrina.270
270 - https://grimalt.net/la-filagrina-novedades-dermatitis-atopica-urticaria-pturito-esencial/
175
A higienização apropriada, aliada ao uso de hidratantes específicos, são ca-
pazes de, ao estabilizar a função de barreira, reduzir as condições que facilitam a
irritação bem como auxiliar na redução do uso de corticoides tópicos, que a longo
prazo operam como perturbadores da função barreira, podendo predispor às in-
fecções.271
É importante que seja estabelecido um equilíbrio na remoção de resíduos
e sujidades sem alteração significativa na barreira cutânea e modificação do pH da
superfície da pele, fundamental no equilíbrio da microflora que ajudará a evitar
infecções.272
A higienização da pele atópica constitui uma preocupação na abordagem
terapêutica; a retirada excessiva dos lipídeos da superfície cutânea durante o ba-
nho aumenta o dano de barreira, piorando o prurido e aumentando o desconforto
do paciente. Assim também acontece com o uso dos ácidos químicos descom-
pactantes, aqueles que usamos com função peeling. Portanto muito cuidado ao
realizar tais procedimentos em pacientes com atopias de pele diagnosticadas e
principalmente as atopias suspeitas não diagnosticadas.
Os principais fatores agravantes para a desidratação e a secura extrema da
pele no paciente atópico incluem:
- Banhos quentes e prolongados;
- Uso excessivo de sabonetes (principalmente os adstringentes ou que con-
tenham ácidos ou esfoliantes);
- Banhos em piscina clorada;
- Emolientes inadequados;
- Exposições excessivas ambientes com ar condicionado;
- Poluição aérea;
- Baixa umidade do ar;
271 - SIMPSON, E. L., HANIFIN, J.M. Atopic dermatitis. J Am Acad Dermatol. 2005;53(1):115-28.
272 - SCHMID-WENDTNER, M.H., KORTING, H.C. The pH of the skin surface and its impact on the barrier function. Skin Pharmacol Physiol.
2006; 19(6): 296-302
176
- Fricção ou atrito sobre a pele;
- Peelings químicos abrasivos com pH muito baixos;
- Situações de estresse;
- Produtos químicos e nutrição (dietas de exclusão);
- Em relação aos sabonetes recomenda-se que sejam sem corantes ou per-
fumes;
- A aplicação dos hidratantes deve ser realizada logo após o banho, com a
pele ainda úmida.
Muitas vezes, os emolientes não atuam prontamente na recuperação da
barreira e não conseguem evitar totalmente o prurido; os corticosteroides, atuam
rapidamente, mas a médio prazo por sua vez, aumentam o dano à barreira, for-
mando-se um ciclo vicioso.273 Os principais emolientes classificam-se em emulsões
tradicionais e não tradicionais. Dentre as tradicionais, as preparações em água-ó-
leo, A/O, estas preparações evitam a perda transepidermal da água e ajudam na
manutenção da umectação cutânea.
EXEMPLOS: Creme Cold Cream Nostrabase;
Creme Cosmowax J;
Creme Polawax.
As preparações óleo-água,O/A, podem também ser utilizadas, mas nem
sempre são suficientes para hidratar a pele de forma adequada; são interessantes
nos casos de estágios subagudos, onde a quantidade de água presente na formu-
lação pode determinar efeito calmante para a pele. 274
EXEMPLOS: Creme Lannete;
Creme Olivem 1000;
Creme Paramul;
Creme Xalifin 15.
273 - LEBWOHL, M., HERRMANN, L.G. Impaired skin barrier function in dermatologic disease and repair with moisturization. Cutis.
2005;76(6 Suppl):7-12
274 - RING, J., PRZYBILLA, B., RUZICKA, T. Handbook of Atopic Eczema. Second edition, Springer, Germany, 2005
177
Leia mais sobre este assunto no capítulo III - BASE COSMÉTICA OU DERMA-
TOLÓGICA do livro “COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO”, página 59 - 62.
Sabonetes SYNDETS
Atualmente existem sabonetes para banho mais suaves, chamados de SYN-
DETS (do inglês synthetic detergents) exercem atividade desengordurante mais
suave, e seu pH é levemente ácido, não alcalinizando a superfície cutânea.275, 276 Os
syndets têm menor quantidade de surfactantes,277 compostos responsáveis pela
adsorção das sujidades na superfície, formando micelas.278
O pH é a característica muito importante de um sabonete. Sabonetes com
pH 7,0 possuem a capacidade de aumentar o pH da pele em 1,0 ponto, e essa
alteração pode persistir por aproximadamente 60 min., esta elevação é capaz de
romper a barreira cutânea, e desestruturar todo o mecanismo de proteção da pele
agravando mais ainda qualquer possibilidade de atopias.
Alguns estudos realizados por Lavender et col. (2011) sinalizaram melhora
clínica das lesões eczematosas com a higienização contínua com syndets, incluindo
em crianças.279
Os syndets na forma líquida têm o pH mais próximo ao fisiológico (apro-
ximadamente entre 5 a 5,5), são indicados principalmente para os portadores de
doenças que alteram a barreira cutânea (como a dermatite atópica, a ictiose, pso-
ríase), ou ainda para as crianças e adultos com pele sensível. Nesses indivíduos,
275 - ABBAS, S., GOLDBERG, J. W., MASSARO, M. Personal cleanser technology and clinical performance. Dermatol Ther. 2004;17(Suppl
1):35-42
276 - KORTING, H.C., HÜBNER, K., GREINER, K., HAMM, G., BRAUN-FALCO, O. Differences in the skin surface pH and bacterial microflora due
to the long-term application of synthetic detergent preparations of pH 5.5 and pH 7.0. Resultsof a crossover trial in healthy volunteers. Acta
DermVenereol. 1990;70(5):429-31
277 - Surfactante é uma contração de três palavras: SURFACE ACTIVE AGENTES. Os surfactantes são materiais que reduzem a tensão su-
perficial (ou tensão interfacial) entre dois líquidos ou entre um líquido e um sólido. No sentido geral, qualquer material que afete a tensão
superficial interfacial, pode ser considerado um surfactante, mas no sentido prático, os surfactantes podem atuar como agentesumectante
s , emulsificantes , agentesespumantes e dispersantes.
278 - DEL ROSSO, J. Q. Understanding skin cleansers and moisturizers: the correlation of formulation science with the art of clinical use.
Cosmet Dermatol. 2003;16:19-31
279 - LAVENDER, T., BEDWELL, C., O’BRIEN, E., CORK, M.J., TURNER, M., HART, A. Infant skincleansing product versus water: a pilot random-
ized, assessor-blinded controlled trial. BMC Pediatr. 2011;11:35
178
o uso de sabonetes com pH elevado piora a xerose, podendo gerar até mesmo
fissuras e feridas na pele, que servem de porta de entrada para os patógenos.
A ação dos syndets se dá de duas maneiras: a primeira é a redução da interação
entre os agentes tensoativos e as proteínas e lipídeos da pele; e a segunda é res-
taurar lipídeos e umectantes que naturalmente se perdem durante as lavagens e o
banho.280Assim, a pele não resseca e permanece hidratada.
Segundo Tanno (2000)281 a aplicação da niacinamida estabiliza a função de
barreira cutânea, reduz a TEWL e são capazes de melhorar a hidratação do estrato
córneo, também possui função de incrementar a síntese de proteínas, como que-
ratina, filagrina (desempenham função crucial na agregação de queratinócitos) e
involucrina (é um componente do envoltório cornificado dos corneócitos). Em seu
estudo ficou demonstrado que 2% de niacinamida reduziu a TEWL em 27% em 4
semanas. Ao mesmo tempo, ácidos graxos livres e ceramidas na camada córnea
foram aumentados em 67% e 34%, respectivamente.
Fadel et col. (2000) afirma, que o uso permanente de produtos com pH
levemente ácido (fisiológico) auxilia na preservação do pH natural da pele salva-
guardando a saúde da pele e consequentemente, conseguem reduzir o risco de
infecções por bactérias oportunistas.282 Bem como, não apresentam risco de sen-
sibilização e são mais eficientes na eliminação de sujidades e bactérias.283
Hoje em dia, os limpadores de base syndets são a opção mais segura para
o tratamento da pele com alteração de barreira, como por exemplo a atópica e
peles sensíveis.
Portanto conhecendo-se a deficiência de função de barreira da capa cór-
nea, saberemos que a mesma facilita ilimitadamente a perda de água transepider-
280 - ANANTHAPADMANABHAN, K. P., MOORE, D.J., SUBRAMANYAN, K., MISRA, M., MEYER, F. Cleansing without compromise: the impact
of cleansers on the skin barrier and the technology of mild cleansing. Dermatol Ther. 2004;17:16-25.
281 - TANNO, O. et al. Nicotinamide increases biosynthesis of ceramides as well as other stratum corneum lipids to improve the epidermal
permeability barrier. Br. J. Dermatology 143:524-531 (2000).
282 - FADEL, A. P. C., ALMEIDA, T., FUJITA, E.M., AUADA, M. P., MARINONI, L. P. Variações do pH dos sabonetes e indicações para sua utiliza-
ção na pele normal e na pele doente. An Bras Dermatol. 2000;75(6): 697-703
283 - BRAUN-FALCO, O., KORTING, H.C. Syndets in the treatment of atopic eczema. In: RING J, PRZIBILLA B, RUZICKA T, editors. Handbook of
atopic eczema. NewYork: Springer-Verlag; 2006.
179
mal agravando assim o quadro da dermatite, por aumento de liberação de citoci-
nas inflamatórias, aumento de penetração de agentes alergênicos e irritantes. O
prurido aumenta de intensidade e isso torna-se um ciclo vicioso. Portanto o uso
de ativos que hidratam, restauram, acalmam e aumentam assínteses das filagrinas
são considerados fundamentais para interromper este ciclo, bem como na preven-
ção de recidivas.
Citaremos alguns dos mais usados:
AVEIA COLOIDAL OAT COSMETICS: sua principal função é proporcionar uma pele
mais sedosa, macia e hidratada para todos os tipos de pele e idade - desde os be-
bês até os idosos - além de ser altamente versátil podendo ser incorporada em várias
formulações com diferentes finalidades. Ideal também para peles acneicas, extrema-
mente secas, sensíveis, irritadas ou afetadas pela dermatite atópica, a Aveia Coloidal –
Oat Cosmetics possui ingredientes como os ácidos avênicos A e B, ácido pantotênico,
ácido salicílico, vitaminas B1 e B2 e aminoácidos, além de ser a única que garante o
aumento da disponibilidade de β glucanas, promovendo ação hidratante superior a
outras aveias. É capaz de viabilizar maior concentração de β glucanas, ingrediente fun-
damental para aumentar sua ação hidratante, antioxidante e calmante. Através de sua
composição que coném avenancinas e avenantramidas, é possível reduzira vermelhi-
dão da pele, bem como se obter propriedades anti-inflamatórias e imunoregulatórias.
Tudo isso a torna um agente hidratante a curto e longo prazo, capaz até mesmo de
restaurar a função de barreira pele, pois seus aminoácidos são idênticos aos naturais
da derme humana. As Avenantramidas proporcionam sensação de alívio e conforto na
pele, enquanto a presença de Beta-glucanas confere hidratação. Conferem também
atividade anti-irritante e redução da vermelhidão. Os flavonoides presentes possuem
atividade antimicrobiana e as saponinas encontradas na aveia coloidal conferem pro-
priedades anti-inflamatórias e regulam a oleosidade da pele.
Concentração de uso: 3% a 10%. ou puro 7 gramas a 15 gramas adicionado ao
banho do bebê.284
Uso noturno e diurno
Permitido uso em gestantes e lactantes
284 - Dermatite Atópicapágina 37. Galena notícias, edição especial. Ano XXV, edição 171
180
BIOHYDRATA: contém uma mistura sinérgica de PCA-Na e Lactato de Sódio, com
poder umectante potencializado. O Lactato de Sódio é o sal sódico do ácido lático
obtido da fermentação da cana de açúcar. Há muito, vem sendo estudado como
agente hidratante e umectante em produtos dermatológicos; sendo encontrado
em muitas formulações de umectantes terapêuticos. Sua capacidade de retenção
de água no estrato córneo melhora a flexibilidade na proporção direta da quanti-
dade de ácido lático absorvida pela pele. Sobre o uso em gestantes e lactantes, a
empresa não informa.
Concentração de uso: 0,5 % a 20%
Uso noturno e diurno
CERASOMOSIDES: em relação à pele os testes realizados demonstraram em re-
lação ao mecanismo de ação que o produto desempenha, o mesmo apresenta
um papel fundamental na função barreira da epiderme, especialmente nos fenô-
menos de retenção de água. O estudo ainda evidencia que o ressecamento da
pele aumenta com o aumento da idade do indivíduo. A síntese de lipídeos totais
também diminui com a idade. Há também uma diminuição do teor de ceramidas
totais no estrato córneo com a idade. O estudo ainda aponta evidências clínicas
e científicas de quem em casos de dermatite atópica e psoríase há um grande
déficit de ceramidas em comparação com a pele saudável, recomendando-se o
uso de cerasomosides nesses casos também. Sendo assim, a suplementação com
cerasomosides irá preencher essa lacuna que aparece durante o processo de en-
velhecimento na pele. Com o uso de cerasomosides, a barreira da pele pode ser
restaurada, novas ceramidas e os novos lipídeos complexos são sintetizados e as
perdas de água reduzidas, assim a pele irá se hidratar de modo gradual. Este pro-
duto possui versões de uso tópico e oral. Sobre seu uso gestantes e lactantes, a
empresa não informa.
Concentração de uso tópico: 3%
Concentração de uso oral:
RESSECAMENTO EXCESSIVO: IN: 120 mg/dia
DERMATITE ATÓPICA: IN: 140 mg/dia
Uso noturno e diurno
FOMBLIN: são produtos da classe perfluoro polimetil isopropil éter, formadores de
181
filme hidrofóbico e lipofóbico. Aplicados sobre a pele, formam um filme protetor
resistente à água, solventes, detergentes e produtos químicos em geral. Não têm
efeito oclusivo, são de fácil espalhamento e proporcionam toque agradável, não
oleoso. Não tem ação comedogênica.
Concentração de uso fomblin HC-25: peso molecular de aproximadamente 3,200
- é usado nas concentrações de 0,1 % a 2%
Concentração de uso fomblin HC-R: peso molecular aproximadamente 6,250 - é
usado nas concentrações de 0,2 % a 4%.
Uso noturno e diurno
Permitido seu uso em gestantes e lactantes
HYDRAT-IN 72H®: consiste em uma fração ativa obtida das raízes do ruibarbo
(Rheum rhaponticum), padronizado em raponticina, que é capaz de estimular os
próprios mecanismos naturais de hidratação da pele. É capaz, de maneira natu-
ral, de promover a hidratação cutânea, por um período comprovado de 72 horas.
Altamente indicado para peles extremamente ressecadas como casos de xerose
atópica, psoríase, entre outros; peles sensíveis suscetíveis a alergias com coceira e
descamação; peles sensibilizadas por procedimentos médicos e estéticos agressi-
vos. Sobre seu uso em gestantes e lactantes a empresa não forneceu informações.
Concentração de uso: 1,5%.
Uso noturno e diurno
INDUFENCE®: um ativo natural ideal para proteger a pele, rico em peptídeos de
Alisma que ajuda a ativar e melhorar as funções imunológicas naturais da pele.
Probiótico-like com duplo mecanismo na defesa da pele. Possui duplo mecanismo
de ação melhorando a função barreira da pele como um todo. Benefícios:
Restabelece e fortifica a microbiota da pele;
Reduz a sensibilização e inflamação da pele;
Permite harmonização diária da pele;
Manutenção e estímulo da microbiota saudável da pele;
Proteção contra alterações cutâneas ocasionadas por patógenos;
Combate o mau odor;
Diminui a perda de água transepidérmica;
182
Suaviza o micro-relevo da pele;
Ação probiótico-like.
Concentração de uso: 1% a 3%
Pode ser usado em gestantes e lactantes.
Uso noturno e diurno
MODUKINE™ atua reduzindo a expressão de IL8 nos queratinócitos e linfócitos, que
são os dois principais tipos celulares envolvidos no processo inflamatório e na res-
posta imunológica. A IL8 é um mediador pró-inflamatório, ou seja, um agente causa-
dor de inflamação; uma expressão normalmente alta e constante de IL8 mantém a
inflamação de forma crônica. Além disso, normaliza a proliferação dos queratinócitos
(geralmente alterada em função da inflamação) e a perda de água transepidérmica.
Como consequência dessa ação, a inflamação é controlada, a função de barreira da
pele é restaurada e o paciente experimenta uma redução nos principais sintomas da
dermatite atópica: vermelhidão, coceira, aspereza e ressecamento da pele.
Concentração de uso: 0,5 % a 1,0%
Uso noturno e diurno
OAT LIPID®: é o óleo de aveia natural orgânico extraído através de um processo
exclusivo, que garante a obtenção de um óleo dourado de alta clareza e leveza, rico
em fosfolipídios, antioxidantes e saponinas, além de uma considerável quantida-
de de avenantramidas e vitamina E na forma de tocotrienóis e tocoferóis. possui
grandes quantidades de lipídios semelhantes aos encontrados na pele, como tri-
glicerídeos, ácidos graxos livres, glicolipídios, esteróis e ésteres. Dentre os ácidos
graxos livres totais presentes, estão o ácido palmítico, oleico, esteárico, linoleico e,
diferentemente de outros, possui altas concentrações de ácido linoleico, um ácido
graxo essencial na manutenção da permeabilidade do extrato córneo. As avenan-
tramidas presentes na composição do Oat®Lipid proporcionam ao ativo um efeito
anti-irritante para a pele, diminuindo o prurido e a vermelhidão. A vitamina E pre-
sente na forma de α-tocoferol e α-tocotrienol, age como um potente antioxidan-
te, inibindo a peroxidação lipídica causada pela exposição aos raios ultravioleta.
As avenancinas, saponinas presentes somente na aveia, proporcionam uma ação
antifúngica, anti-inflamatória e imunoregulatória. Pode ser usado em todas as
idades. Forma um filme e diminui a perda de água transepidermal, alta emoliência
183
devida a elevada concentração de lipídeos. Excelente manutenção de barreira.285 A
empresa não informou sobre seu uso em gestantes e lactantes.
Concentração de uso: 1 % a 5%
Uso noturno e diurno
POLLUSHIELD™: um polímero com propriedade quelante de metais que age
como um escudo, impedindo o acúmulo de partículas na pele, enquanto reforça
a derme com uma superdose antioxidante que capta radicais livres. O polímero
de Pollushield™ captura mais de 85% de metais como Chumbo, Níquel, Zinco e
Ferro, impedindo que eles se acumulem na derme e penetrem-na, preservando a
funcionalidade e reduzindo os danos às células. é um ativo completo para os cui-
dados da pele, pois também aumenta a capacidade antioxidante pela ação de Li-
pochoroman®, um antioxidante mais potente que Resveratrol, ácido Ferúlico e Vi-
tamina E. A empresa não informou sobre seu uso em gestantes e lactantes.
Concentração usual: 5%
Uso noturno e diurno
PREBIULIN-FOS™:assim como a microbiota intestinal é fundamental para a saúde
geral do organismo, a qualidade da microbiota cutânea guarda a chave para a re-
solução de uma série de problemas de pele, incluindo o envelhecimento precoce.
É um ativo prebiótico que serve como alimento apenas para microrganismos be-
néficos, favorecendo equilíbrio da microbiota e preservando a função de barreira
da pele. Prebiulin-FOS™ e um prebiótico composto por polifrutose extraída das
raízes da chicória (Cichorium intybus) e purificada de forma a se obter cadeias de
polifrutose com mais de 10 monômeros, contribui para o equilíbrio da microbiota
pois alimenta apenas os microrganismos benéficos presentes na pele e inibe o cres-
cimento de microrganismos prejudiciais. Os testes de fermentabilidade comprovam
que Prebiulin-FOS™ não é metabolizado ou é pouco metabolizado por microrganis-
mos estranhos e prejudiciais, comprovando sua ação. É recomendado para: Controle
da acne; controle da rosácea; cuidados antienvelhecimento precoce; ativo extrema-
mente versátil, pode ser manipulado em todo tipo de formulação tópica protetora
da pele. A empresa não informou sobre seu uso em gestantes e lactantes.
285 - Dermatite Atópica página 37. Galena notícias, edição especial. Ano XXV, edição 171.
184
Concentração de uso: 0,5% a 5%
Uso noturno e diurno
REDYLESS®: oferece um mecanismo de ação único permitindo o controle da
vermelhidão diariamente, sendo esta transitória ou persistente, ajudando as
pessoas atingidas pela vermelhidão a recuperar seu bem-estar e conforto.
REDYLESS inibe a atividade de receptores específicos sensíveis a temperatura e
alimentos relacionados ao estresse: TRPA1 e TRPV1, para evitar a ocorrência do
rubor fácil. REDYLESS® reorganiza a estrutura da rede de vasos sanguíneos pelo
controle da angiogênese, estimulando a resistência dos vasos a deformações (mar-
cador PECAM-1) e para redução visível (em intensidade e tamanho) da vermelhi-
dão que se manifesta como eritrose/rosácea. A empresa não informou sobre seu
uso em gestantes e lactantes.
PROPRIEDADES: Controle da vermelhidão transitória (rubor facial) ou sua versão
permanente (rosácea).
APLICAÇÃO:
Skin care noite e dia anti-vermelhidão.
Skin care específico para eritrose/rosácea.
Skin care sazonal (verão/inverno).
Skin care para condições extremas.
Skin care reativa/sensível.
Skin care para mulheres em pós menopausa.
Concentração de uso: 2%.
pH: 4,0 a 8,0.
Uso noturno e diurno
RELIPIDIUM™: é um extrato de levedura, modificado através de biotecnologia que
reconstrói a barreira da pele. Relipidium™ ativa grandemente a síntese de lipídios
epidérmicos, tais como colesterol e ceramidas e restaura a hidratação de longo
prazo para a pele seca. A empresa não informou sobre seu uso em gestantes e
lactantes.
Concentração de uso: 1% a 3%
Uso noturno e diurno
185
STRUCTURINE: é indicado na reestruturação da pele; Melhora a sua hidratação;
protege a pele antes e após uma agressão química fazendo uma barreira; favorece
a síntese das proteínas estruturais e ceramidas da epiderme, além de estimular a
atividade celular, melhorando assim, o processo de queratinização. É extraído do
tremoço, é rico em oligossacarídeos e peptídeos.A empresa não informou sobre
seu uso em gestantes e lactantes.
Concentração de uso: 5 % até 7%
Uso noturno e diurno
VEDERINE ®: estudos demonstraram que portadores de dermatites atópicas pos-
suem uma maior intensidade de sintomas associados a baixas concentrações de
vitamina D, pois é sabido que a vitamina D na pele produz e controla substâncias
responsáveis pela resposta imunológica e limitação da inflamação. É um ativo na-
tural extraído e purificado da raiz da chicória. Atua como vitamina D like. Estimula
também a síntese das filagrinas, preservando assim a integridade de barreira e a
diminuição da perda de água transepidermal.286
Concentração de uso: 3% 287
Uso noturno e diurno
Permitido o seu uso em gestantes e lactantes.
Leia também mais ativos indicados no Capítulo X, página 245- PRINCÍPIOS ATIVOS,
volume 1 “COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO”.
REESTRUTURAÇÃO DE BARREIRA
Sensiline ®........................................................................................ 5%
Hydrat-in 72 -H ®........................................................................... 1,5%
Phytosqualan ® ............................................................................... 5%
Bioecolia ®....................................................................................... 5%
Redyless ® ....................................................................................... 2%
286 - Queremos aqui corrigir o ativo publicado no Volume 1 “COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO) pagina 374, onde erramos o pH de estabi-
lidade do ativo VEDERINE, o pH não foi fornecido pela empresa. http://www.farmacianaturalfarma.com.br/noticias/3380308ff032214ceda-
d3bcc36f3a75a.pdf
287 - Dermatite Atópicapágina 37. Galena notícias, edição especial. Ano XXV, edição 171
186
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
REPARAÇÃO DÉRMICA
Profiderm ®...................................................................................... 2%
Dragon’sBlood ®............................................................................. 10%
Manteiga de Karité ......................................................................... 5%
Óleo de Argan ................................................................................ 4%
Ácido Lático..................................................................................... 5%
Alfa Bisabolol................................................................................... 1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
RECUPERAÇÃO DE BARREIRA
Vederine ®....................................................................................... 3%
Aveia Coloidal OAT.........................................................................10%
Fucogel ®.......................................................................................... 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
RECUPERAÇÃO DE BARREIRA
Modukine ®..................................................................................... 1%
Actiglucan ® .................................................................................... 5%
FomblimHC/25®............................................................................ 0,5%
OAT Lipid ®..................................................................................... 5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
187
RECUPERAÇÃO DE BARREIRA
Cerasomosides ®............................................................................. 3%
Portulaca Extract ®........................................................................... 5%
Ácido Lático..................................................................................... 2%
Prebiulin Fos ®................................................................................. 2%
Aveia Coloidal............................................................................... 10 %
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
RECUPERAÇÃO DE BARREIRA
Dragoon’sBlood LP ®........................................................................ 5%
Cohesium ®...................................................................................... 3%
Efaderma ®....................................................................................... 2%
Indufense ®...................................................................................... 3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
HIDRATANTE E ANTI-POLLUTION
Ácido hialurônico ............................................................................ 5%
Alfa Bisabolol .................................................................................. 1%
Turmeria Zen ® ................................................................................ 2%
Pollushield ®.................................................................................... 5%
Efaderma ® ...................................................................................... 4%
Lactil................................................................................................ 2%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
188
HIDRATANTE E ANTI ESTRESSE
Calcidone ® .....................................................................................2%
Avenolat ® II ....................................................................................5%
Actiglucan ® ....................................................................................8%
Fucogel ® .......................................................................................5%
Alfa bisabolol ..................................................................................1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP .........................................50 g
pH estimado ...................................................................................6,0
Uso noturno e diurno
HIDRATANTE
Efaderma ®....................................................................................... 5%
Turméria Zen ®................................................................................. 2%
Rhamnosoft ®.................................................................................. 4%
MDI Complex ®................................................................................ 5%
Indufense ®...................................................................................... 3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
MELHORA DA FUNÇÃO IMUNOLÓGICA DA PELE,
REFORÇA BARREIRA E ORGANIZA LIPÍDIOS
Indufense ........................................................................................ 3%
Fensibiome...................................................................................... 1%
Cohesium......................................................................................... 3%
Aveia Coloidal.................................................................................. 8%
Nutriomega 3,6,7 e 9.......................................................................5%
Modukine........................................................................................ 1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50 g
pH estimado 5,5
Uso noturno e diurno
189
Capítulo VIII
PSORÍASE
“ Tenho tanta certeza que você será
grande, que ultrapassará seu
tempo, como me chamo Paulo. Eu
sou filho de um colono, você é filha
de um advogado, seus filhos serão
o que? O que temos em comum?
Somos MOSER, GUERREIROS POR
NATUREZA”
Paulo Moser “meu Pai”, eu tinha apenas 18 anos.
190
IVONE MOSER
A psoríase é uma doença inflamatória (irritativa) crônica, dinâmica e reci-
divante da pele embora também possa ter início súbito, que acomete entre 0,1 e
3% da população mundial, sua incidência afeta homens e mulheres de diferentes
raças, em diferentes países, inclusive os asiáticos,288 contudo, populações indíge-
nas parecem ser as populações com menor prevalência.
Um estudo apresentado no 13º Congresso de dermatologia em Amster-
dam em 1962, não constatou nenhum caso de psoríase entre quase 26.000 índios
nativos do território brasileiro.289 Não se tem conhecimento de outro estudo atua-
lizado envolvendo esta população específica brasileira.
Mesmo considerando variações de desenho epidemiológico, trata-se de
uma doença comum, de distribuição universal.
Acredita-se ser a doença autoimune de maior prevalência entre adultos, e
cujo impacto social e psicológico costuma ser subestimado. Muitos estudos têm re-
latado o impacto produzido por essa doença na qualidade de vida dos pacientes. 290
Os sintomas e sinais pode manifestar-se em qualquer idade, mas atual-
mente, está dividida em dois picos etários de incidência: o primeiro com início en-
tre 20 e 30 anos de idade (psoríase tipo 1), e o segundo entre 50 e 60 (psoríase tipo
2), entretanto, isso não quer dizer que não possamos encontrar crianças e jovens
com a doença.291 Perto de 75% dos casos a doença tem início antes dos 40 anos e,
embora desponte mais precocemente em mulheres, sua evolução é semelhante
em ambos os gêneros, marcada por curso crônico intermitente com remissões que
podem durar de 1 a 54 anos.292
288 - SHAO, C.G., ZHANG, G.W., WANG, G.C. Distribution of psoriasis in China: a nationwide screening. Proc Chin Acad Med Sci Peking
Union Med Coll 1987;2(2):59-65.
289 - CONVIT, J. Investigation of the incidence of psoriasis among Latin-American Indians. In: Proceedings of the 13thCongress on Dermatol-
ogy. Amsterdam: ExcerptaMedica, 1962;p. 196.
290 - LINDEN, K.G., WEINSTEIN, G.D., et al. Psoriasis: current perspective with an emphasis on treatment. Am J Dermatol. v.107, p. 595-605, 1999.
291 - GUDJONSSON, J. E., ELDER, J.T. Psoriasis: epidemiology. Clin Dermatol 2007;25(6):535-46.
292 - VAN DE KERKHOF, P. C. M., SCHALKWIJK, J. Psoriasis. In: BOLOGNIA, J. L., JORIZZO, J. L., RAPINI, R. P. Dermatology.2.ed. Espanha:
Elsevier, 2008.
191
Não é contagiosa, “infelizmente” esta informação ainda não é de total
conhecimento da população em geral. É de evolução lenta, porém em certos ca-
sos pode ser súbita, apresenta normalmente lesões eritematosas e descamativas,
devido à proliferações e inflamações epidérmicas geralmente situadas nos coto-
velos, joelhos podendo acometer o couro cabeludo, unhas e em certos casos as
articulações também.293A mucosa oral também pode ser acometida sob a forma
de lesões eritematosas anulares migratórias (annulus migrans), e a língua é o local
mais comum. A região genital é acometida em cerca de 30% dos casos.294
Ginsburg & Link (1993) demonstraram o impacto promovido pela psoría-
se na qualidade de vida de 100 pacientes com idade variando entre 20 e 70 anos.
Cerca de 99% deles já haviam vivenciado experiências de rejeição social aberta e
intensa em locais como academias de ginástica, piscinas, cabeleireiros, escolas,
cinemas, reuniões sociais e ambientes de trabalho, provocando sentimentos de
discriminação no portador da patologia. 295
Embora não seja entendida como uma doença grave, o simples fato de
apresentar lesões avermelhadas e com muitas escamas e prurido intenso, em
áreas visíveis para outras pessoas, pode afetar psicologicamente os pacientes,
comprometendo-lhes de forma negativa sua vida social e colaborando com a piora
das lesões da pele. Seus sintomas físicos são fonte de estresse e de piora da qua-
lidade de vida, uma vez que 76% dos pacientes sentem a descamação e o prurido
a todo tempo.296
Sinto a necessidade de destacar que a qualidade de vida de uma pessoa
está baseada, entre diversos aspectos, desde a maneira como o indivíduo flexibi-
liza suas atitudes frente às situações estressantes da vida, bem como a maneira
de conduzi-las, a fim de alcançar um melhor relacionamento consigo e com os
293 - BOEHNCKE, W. H., SCHON, M.P. Psoriasis. Lancet. 2015; 386: 983-94.
294 - VAN DE KERKHOF, P. C. M., SCHALKWIJK, J. Psoriasis. In: BOLOGNIA, J. L., JORIZZO, J. L., RAPINI, R. Dermatology.2.ed. Espanha: Elsevi-
er, 2008.
295 - GINSBURG, I. H., LINK, B.G. Psychosocial consequences of rejection and stigma feelings in psoriasis patients. In J Dermatol. v 32, p.578-
91, 1993.
296 - FORTUNE, D.G., RICHARDS, H.L., MAIN, C.J., GRIFFITHS, C. E.M. What patients with psoriasis believe about their condition?J AmAcad-
Dermatol 1998;39(2 Pt 1):196-201.
192
outros. Sendo assim, consigo demonstrar a real função da estética e da cosmética
na sociedade, pois através de nosso conhecimento somos capazes de amenizar os
sinais e sintomas estéticos desta situação, promovendo a saúde da pele através da
cosmetologia tópica. PARA MIM, ESTE É O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE BELEZA,
ONDE SE PRATICA ESTÉTICA COM O OBJETIVO DE SE ALCANÇAR A SAÚDE.
Em inúmeros contextos da sociedade atual, o termo estresse é bastante
conhecido e utilizado. Na maioria das vezes, é empregado como um sentimento
de negatividade, pois é o fator determinante ou a consequência de vários proble-
mas para as pessoas. Contudo originalmente o conceito de estresse contém os
dois sentidos, positivo e negativo.
Observamos ser muito claro que o estresse negativo é um dos principais
fatores que colabora paraa baixa da qualidade de vida de indivíduos, e por vezes
de uma sociedade inteira, por isso tem sido dedicada atenção especial para esse
tema tanto em programas de tratamento quanto em prevenção em saúde.
A sociedade em que vivemos possui padrões de estética e beleza bem
delimitados e exigentes, e a maioria das pessoas esforça-se, de certo modo, para
atingi-los, e com isso enquadrar-se neste modelo de beleza.
No caso dos pacientes com problemas dermatológicos, o sentimento de
inadequação e inconformidade dos estigmas vivenciados são muito claros e evi-
dentes, diante de tais cobranças sociais de “normalidade” estética. A percepção e o
sentimento de discriminação quanto à aparência física acompanham o portador da
doença ou disfunções dermatológicas constantemente, provocando grande insatis-
fação consigo mesmo. O processo de adaptação à doença de pele pode tornar-se,
dessa maneira, um foco causador de estresse, assim como também pode ser a
consequência do enfrentamento de tais fatores estressantes. (Destaque nosso).
É sabido que estes fatores psicossociais podem contribuir para a exacer-
bação da psoríase em 40 a 80% dos casos, mas é sobretudo o prejuízo na qualida-
de de vida dos pacientes que deve ser ressaltado. Nas formas leves de psoríase,
a terapêutica tópica, muito semelhante aos tratamentos que já foram sugeridos
193
nos capítulos anteriores onde abordamos as atopias (emolientes, ceratolíticos e
umectantes), seja em monoterapia, seja combinada, costuma ser suficiente para o
controle das lesões. Nas formas moderadas a graves, o tratamento local, quando
associado à fototerapia e/ou a terapia sistêmica, propicia mais conforto ao pacien-
te e acelera a melhora.297 Leia mais sobre o tema no capítulo 8 - FOTOBIOMODU-
LAÇÃO – BENEFÍCIO PARA TODOS? Do livro “COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO”
volume 1, página 205.
Porém alertamos novamente, que o paciente precisa sempre de acom-
panhamento médico, pois reconhecidamente a cosmetologia somente é capaz de
manter de forma eficaz, porém reduzida a qualidade da pele, e não oferece qual-
quer controle sobre a doença sistêmica, que não possui cura.
A doença psoríase é desenvolvida pela ação das células T, que superesti-
mulam e aceleram a proliferação das células epidérmicas da pele, levando a des-
camação constante da pele e formação de crostas extremamente desidratadas.
297 - HAYNAL,A.,PASINI,W.,ARCHINARD,M.Medicina psicossomática: abordagenspsicossociais. São Paulo: Medsi. 2001.
194
Figura 13: COMPARATIVO ENTRE PELE SAUDÁVEL E PELE COM PSORÍASE.
FONTE: adaptado de:298, 299
298 - http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/3273/Ines_Esteves_Monografia.pdf?sequence=1acesso 16 dez 2018.
299 - ROMITI, R., MARAGNO, L., ARNONE, M., TAKAHASHI, M. D. F. Psoríase na infância e na adolescência. AN BrasDermatol. 2009;84(1):9-
22.
195
Não se sabe a principal causa da psoríase, mas alguns estudos científicos
apontam para fatores genéticos determinantes que geram este tipo de resposta.
Contudo deve-se ressaltar que o número de indivíduos que desenvolve a doença
sem ter qualquer precedente hereditário é elevado.300
Citaremos aquias formas mais comuns de psoríase para conhecimento geral:
São distinguidas mais de 10 formas clínicas, das quais a mais
frequente e popular é a Psoríase Vulgar ou Clássica, que
constitui cerca de 70% dos casos. Outras formas de psoríase
conhecidas, são nominadas como: Palmo Plantar, Psoríase
Ungueal, Psoríase Gutata, Psoríase Eritrodérmica, Psoríase
Pustulosa, Psoríase Invertida e Psoríase Artropática. 301
CONHECENDO AS CITOCINAS
Citocina é o termo genérico utilizado para designar um grupo de molé-
culas envolvidas na resposta imune inata e na adquirida. São pequenas proteínas
(8-80 Kda de peso molecular) que atuam em distâncias muito pequenas, de ma-
neira parácrina (ação sobre células próximas) ou autócrina (na própria célula que
a produziu), ao invés de endócrina (em células distantes). 302
A ação das citocinas na patogênese de determinadas doenças, como a
dermatite alérgica de contato e a psoríase, já foi bem determinada. As citocinas
representam uma classe de mediadores de extrema importância para o proces-
so inflamatório, pois formam um grupo de substâncias multifuncionais envolvidas
em diversas etapas da inflamação, podendo influenciar a resposta inflamatória de
forma a favorecer ou inibir o processo. 303
300 - Brophy, S., Taylor, G., Blake, D., & Calin, A. (2003). The interrelationship between sex, susceptibility factors, and outcome in ankylosing
spondylitis and its associated disorders including inflammatory bowel diseases, psoriasis, and irits. JounalRheumatol, 30 (9), 2054-2058.
301 - RODRIGUES, A.P., TEIXEIRA, R. M. Desvendando a Psoríase. RBAC.2009;41(4):303-9.
302 - MALE, D. Introdução ao sistema imune. In: Roith, I.; Brostoff, J.; Male, D. Imunologia.
EditoraManole, 6ª edição, 2003.
303 - WILLIAMS, I.R.; KUPPER, T.S. Immunity at the surface: homeostatic mechanisms of the skin immune system.Life Sciences, v. 58, p.
1485- 507, 1996.
196
Homeostasia do sistema imune da pele
Para que a função homeostática do sistema imune cutâneo funcione de
maneira apropriada, os diversos sinais pró-inflamatórios que podem ser gerados
pelas células dessa região, devem ser contrabalanceados por mecanismos capazes
de promover a resolução de um processo inflamatório cutâneo. Possíveis falhas
nesses mecanismos podem predispor ao desenvolvimento de processos inflama-
tórios crônicos na pele. 304
Para uma resolução bem-sucedida é de fundamental importância a neu-
tralização e remoção dos agentes que originaram o processo inflamatório, e uma
falha nessa etapa inicial com certeza pode levar a cronificação. 305, 306
As células podem responder a ação das citocinas de diversas formas: pro-
liferação e diferenciação, inibição do crescimento, apoptose, quimiotaxia (migra-
ção orientada das células), quimiocinese (migração aleatória de células), resistên-
cia à infecção viral, promoção de adesão intercelular e regulação da adesão à ma-
triz extracelular. A psoríase é uma doença inflamatória crônica que se acredita ser
mediada, pelo menos em parte, por alterações imunes. O processo inflamatório e
suas consequências, como a proliferação acentuada da epiderme, estão fortemen-
te relacionados às ações das citocinas. 307
COX 2
É uma enzima responsável pela inflamação e pela dor. Inibidores COX-2
304 - BUCKLE, D.R.E.; HEDGECOCK, C.J.R. Drug targets in inflammation and immunomodulation.
Drug Discovery Today, v. 2, p. 235-332, 1997.
305 - WILLOUGHBY, D.A.; MOORE, A.R.; COLVILLE-NASH, P.R.; GILROY, D. Resolution of inflammation. International Journal of Immunophar-
macology, v. 22, p. 1131-1135, 2000.
306 - LAWRENCE, T.; GILROY, D.W. Chronic inflammation: a failure of resolution? InternationalJournal of Experimental Pathology, v. 88, p.
85-94, 2007.
307 - DYTOC, M.T.; SAUDER, D.N. Cytokine therapy in skin disorders. DermatologicTherapy. Vol. 5: 38-47. 1998.
197
são prescritos para pessoas que precisam de alívio da dor, ou não podem tole-
rar os efeitos colaterais dos outros AINEs308. Entretanto, estudos sugerem que eles
podem aumentar o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, sendo
sempre via oral.309, 310 Por este motivo não podemos descartar o conhecimento da
cosmetologia que propõe o uso de ativos cosmetológicos capazes de reduzir a ação
das citocinas inflamatórias ativas na psoríase.
Tendências no cuidado da pele com psoríase
Ativos recomendados para psoríase, além dos ativos citados para controle das der-
matites, citados no capítulo 7 - DERMATITES ATÓPICAS, deste livro, incluímos aqui,
os ativos descritos abaixo.
AVEIA COLOIDAL OAT COSMETICS: leia mais no capítulo 7 - DERMATITES ATÓPI-
CAS, página179
MODUKINE ™: leia mais no capítulo 7 – DERMATITES ATÓPICAS, página 182
OAT® LIPID: leia mais no capítulo 7 - DERMATITES ATÓPICAS, página182
PROFIDERME ®: devido a ciclização da doença a cosmetologia proveniente de ati-
vos tópicos naturais ganham força atualmente. Apresentando-se como uma alter-
308 - Os anti-inflamatórios não-esteroides - AINES - atuam reduzindo a síntese de prostaglandinas pela inibição das enzimas ciclo-oxigenases,
diferindo na seleção de ação sobre estas. Exercem efeito analgésico, antitérmico e anti-inflamatório. Sua atividade analgésica é semelhante
à do paracetamol, sendo este preferencialmente, particularmente em idosos. São comumente utilizados para dor, mas devem ser reservados
para osteoartrose grave, quando não for obtido alívio adequado com analgésicos não-opioides, e para doenças articulares inflamatórias,
como artrite reumatoide, artrite juvenil, entre outras1. Importante ressaltar que agem como sintomáticos, não interferindo no decurso destas
doenças. Seu uso deve ser evitado em condições em que o processo inflamatório atue como reparador tecidual ou na defesa do organismo,
como em traumas pós-cirúrgicos. Apresentam efeito teto (platô) pelo qual maiores doses não aumentam a eficácia, mas sim a toxicidade. A
eficácia entre os diferentes anti-inflamatórios não-esteroides é semelhante, mas existe variedade na resposta individual a estes fármacos. Cer-
ca de 60% das pessoas respondem a qualquer anti-inflamatório não-esteroide. Quando não é obtida resposta, deve-se substituí-lo por outro
de subgrupo diferente. A escolha do fármaco deve se basear no seu perfil de efeitos adversos, número necessário de administrações diárias,
custo e experiência de uso. Anti-inflamatórios mais novos tendem a ser mais caros e a ocorrência de efeitos adversos raros e graves podem
ser percebidos somente depois de ampla utilização. O número de administrações diárias pode interferir na adesão ao tratamento, mas isto
não é relevante no uso por curto prazo. Todos os anti-inflamatórios não-esteroides podem provocar efeitos adversos gastrintestinais, sendo
contraindicados em pessoas com úlcera péptica ativa.
309 - XIE, W.L., CHIPMAN, J.G., ROBERTSON, D. L., ERIKSON, R. L., SIMMONS, D. L. (1991). «Expression of a mitogen-responsive gene
encoding prostaglandin synthase is regulated by mRNA splicing». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of
America. 88 (7): 2692–6
310 - WANG, D., PATEL, V.V., RICCIOTTI, E., ZHOU, R., LEVIN, M.D., GAO, E., YU, Z., FERRARI, V.A., LU, M.M., XU, J., ZHANG, H., HUI, Y., CHENG,
Y., PETRENKO, N., YU, Y., FITZGERALD, G.A. (2009). «Cardiomyocyte cyclooxygenase-2 influences cardiac rhythm and function». Proc. Natl.
Acad. Sci. U.S.A. 106 (18): 7548–52.
198
nativa eficaz e segura para o tratamento contínuo desta patologia, frente ao uso
constante de terapias medicamentosas compostas de esteroides, hidrocortisona,
dexametasona, anti-inflamatórios e quimioterápicos normalmente indicados pela
clínica médica. Sempre lembrando que a supervisão médica se faz necessária sem-
pre que o paciente estiver em crise, ou apresentar feridas abertas. Profiderme ®
é um novo conceito para o tratamento de peles sensíveis este ativo combina os
benefícios dos ativos PSORALIGHT e TOPICAROTENO, promovendo alívio das peles
inflamadas e fragilizadas. Não somente em casos de psoríase, mas em todas as
situações que sejam necessárias estas ações.
Concentração de Uso: 2% Topicaroteno + 2% Psoralight®
PSORALIGHT®: ativo natural obtido dos bulbos de narciso em fase de dormência,
que auxilia na preservação da juventude das células da pele e dos telômeros exis-
tentes, por diminuir a proliferação celular dos queratinócitos. Também é utilizado
como coadjuvante no estado agudo da psoríase e principalmente no estado de
remissão.311
Concentração de Uso: 0,5% A 2,5%
TURMERIA ZEN PRCF: é obtido a partir de células totipotentes312 do rizoma da
Cúrcuma Longa, popularmente conhecida como açafrão-da-terra, as biomoléculas
extraídas são ricas em componentes com ação DEXAMETASONA -LIKE que ame-
niza as manifestações clínicas da psoríase. Reduz marcadores inflamatórios como
IL-23A, CXCL 10, DEF-4, e K-16 envolvidos no mecanismo fisiopatológico presentes
na psoríase, promovendo a ação da dexametasona like. 313
Concentração de Uso: 0,5% a 2,0%
VEDERINE®: leia mais nocapítulo 7 - DERMATITES ATÓPICAS, página185.
311 - Galena Notícias. Ano XXV, edição 171, página 40.
312 - As células-tronco são classificadas em totipotentes ou embrionárias (células-tronco precursoras).
313 - Literatura do Fabricante IBR® (ISRAEL) Literatura do Fabricante VYTRUS BIOTECH (Espanha)www.medscap.comGALENA NOTÍCIAS.
ANO XXVII edição 182,página 27.
199
Capítulo IX
ROSÁCEA
“ Siga sempre as orientações de
Deus, pois na verdade ele é a voz
que você ouve em seu coração. E
nunca se esqueça: o que parece
ser o fim, é apenas a vida em
transformação.”
Paulo Moser “meu Pai”, Julho de 2007.
200
IVONE MOSER
É uma doença vascular inflamatória crônica, com remissões e exarcebações,
também denominada de forma errada como “acne rosácea”, pois a acne é uma
doença da glândula sebácea, totalmente diferente da rosácea, seja pela a causa
ou idade, ou pelos aspectos clínicos e as características no geral. A rosácea ocor-
re em 1,5% a 10% das populações estudadas. Ocorre principalmente em adultos
entre 30 e 50 anos de idade. É mais frequente em mulheres, porém atinge muitos
homens e, neles, o quadro tende a ser mais grave, evoluindo continuamente com
rinofima314 caracterizado por um aumento gradual do nariz por espessamento e
dilatação dos folículos.315
Para Proença (2017)316 rosácea é uma alteração da rede capilar da face,
a princípio somente vasomotora (flushing), e depois também proliferativa (telan-
giectásica), a qual se acrescenta por muitas vezes uma foliculite, esta decorren-
te da formação de colônias de um comensal habitual do folículo pilossebáceo da
face, o Demodex Folliculorum (foliculite demodésica), e por vezes outras bactérias
oportunistas.
Raramente ocorre em negros. A etiopatogenia da rosácea ainda não é to-
talmente esclarecida.317 Há uma predisposição individual, mais comum em brancos
314 - Rinofima é uma inflamação crônica dos tecidos do nariz com acometimento da cor, textura e da vascularização, com crescimento
exofítico irregular e a presença de telangiectasias. Alterações de cor são frequentes, podendo a pele nasal adquirir uma coloração “vinhosa”
ou “arroxeada”. Com a evolução da doença, o nariz pode assumir uma consistência firme e, em casos mais avançados, observa-se lobulação
do tumor. Casos extremos, com acometimento do mento, bochechas e lóbulos auriculares, já foram descritos. As alterações se dão ao nível
dos vasos da derme, que quando congestos causam hipertrofia e hiperplasia das glândulas sebáceas do nariz. As cartilagens nasais e áreas
internas do nariz não são acometidas histologicamente, porém por ação mecânica podem ser afetadas e necessitarem de correção cirúrgi-
ca. Sua causa ainda não foi estabelecida, mas é sabido que homens brancos, com idade superior a 40 anos, etilistas, com história familiar
positiva e com antecedente de exposição solar acentuada são os mais comumente afetados. Além disso, é descrita relação com o consumo
de condimentos, cafeína, alimentos quentes e outros fatores que produzam rubor facial. A exposição solar é implicada diretamente no
surgimento da rosácea, sendo considerada um fator favorecedor à rinofima. Nesse ponto há controvérsia, pois, a rosácea é mais comum em
mulheres (3:1), em detrimento da rinofima, que predomina em homens. Há indícios de hereditariedade, com descrição de casos ocorridos
em gêmeos e relato de incidência de 25% em tios ou avós dos pacientes acometidos. Além do caráter estético da reparação, é importante
ressaltar a possibilidade de coexistência de câncer no mesmo sítio anatômico, reforçando a necessidade de seu tratamento. COSTA, T.C.;
ALMEIDA FIRME W. A.; RIBEIRO DE BRITO, L. M.; VIEIRA, M. B. G.; SOUSA LEITE. L. A. Rinofima: opções cirúrgicas utilizadas no Serviço de
Cirurgia Plástica do Hospital Agamenon Magalhães – PE. Rev. Bras. Cir. Plást. 2010; 25(4): 633-6
315 - TÜZÜN, Y., WOLF, R., KUTLUBAY, Z., KARAKUŞ, O., ENGIN, B. (fevereiro de 2014). «Rosacea and rhinophyma». Clinics in Dermatolo-
gy. 32 (1): 35–46. PMID 24314376. doi:10.1016/j.clindermatol.2013.05.024
316 - PROENÇA, N. G. A rosácea e seu manejo. Arq.Med.Hosp. Fac. Cienc. Med. Santa Casa São Paulo 2017;62(2):115-7.
317 - TÜZÜN, Y., WOLF, R., KUTLUBAY, Z., KARAKUŞ, O., ENGIN, B. (fevereiro de 2014). «Rosacea and rhinophyma». Clinics in Dermatolo-
gy. 32 (1): 35–46.
201
e descendentes de europeus, podendo ser familiar, pois 30% dos casos têm uma
história familiar positiva, evidenciando uma possível base genética.
Há forte influência de fatores psicológicos e de estresse. Hoje, considera-se
importante a participação deste ácaro comum da flora normal da pele, chama-
do de Demodex Folliculorum,318 e da bactéria Bacillus Oleronius, que colonizam
esse fungo. A presença de eritemas e telangiectasias na região central da
face, acompanhadas de pápulas e pústulas, geralmente não oferece dificuldade
no diagnóstico da rosácea. O paciente pode fazer um diário das pioras (e das
remissões) relacionando isso às suas atividades, alimentação, estresse e outros
fatores.
Existem quatro tipos clássicos de rosácea:
Eritemato-telangectasica – Subtipo1
•
Papulopustuloso – Subtipo2
•
Fimatoso (Rinofima) – Subtipo3
•
Ocular – Subtipo4: pode acompanhar qualquer um dos outros e vir
•
sozinho também.
Para Poweel (2016) rosácea é uma doença centro facial para a qual fal-
ta uma definição inteiramente satisfatória. É uma alteração crônica que afeta as
convexidades faciais, e que é caracterizada por vermelhidão frequente, modifi-
cação de textura da pele, eritema persistente e telangiectasias, interpostos com
episódios de inflamação, durante os quais pápulas e pústulas se tornam evidentes.
Entretanto, nem todos estes aspectos estão sempre presentes. 319
318 - Demodex folliculorum é uma espécie de pequeno ácaro parasítico/comensal que ocorre nos folículos capilares e glândulas
sebáceas dos seres humanos (a outra espécie comum é Demodex brevis). A, B Demodex deriva do grego clássico, demos- gordura,
e dex- verme.C Quando ocorre uma séria infestação por D. folliculorum em humanos, a infestação é designada por «demodicose”.
A – RUFLI, T., MUMCUOGLU, Y. “The hair follicle mites Demodex folliculorum and Demodex brevis: biology and medical importance. A
review Dermatologica. 1981;162(1):1-11. PMID 6453029
B- RUSH, A. (2000). «Demodex folliculorum». Animal Diversity Web. Animaldiversity.ummz.umich.edu.
C- Prevalence of hair follicle mites, Demodex folliculorum and D. brevis (Acari: Demodicidae), in a selected human population in western
New York, USA [S.l.]: Ingentaconnect.com. 28 de julho de 1986. p. 384-388(5).
319 - POWEEL, F.C. Rosacea. In: Griffiths C, Barker J, Bleiker T, Chalmers R, Creamer D. Rook’s textbook of dermatology. 9th ed. New Jersey:
Wiley Blackwell; 2016. v.3, p.91.1-91.19.
202
O conceito expresso pelo “National Rosacea Expert Committee on The
Classification and Staging of Rosacea”, descrevem que os critérios de diagnósti-
cos incluem a presença, no centro da face, de um ou mais dos seguintes sinais:
flushing, eritema não transitório, pápulas e pústulas, telangiectasias. Há variações
individuais, tornando a rosácea uma entidade altamente heterogênea”. 320
A mesma caracteriza-se por uma pele sensível, geralmente muito mais seca
que o normal, que começa a ficar eritematosa, facilmente e se irrita com ácidos
usados em produtos para peeling, bem como determinados produtos dermato-
lógicos mais agressivos, e por muitas vezes até com os suaves. Aos poucos, a ver-
melhidão tende a ficar permanente e aparecem vasos de pequeno calibre deno-
minados de telangiectasias, incidem também as pápulas e pústulas que lembram
a acne, podendo ocorrer edemas e nódulos. Frequentemente, surgem sintomas
oculares, de olho seco e sensível à inflamação nas bordas palpebrais denominada
de blefarite.321
Na fase pré-rosácea, há eritema discreto na face, que se agrava com surtos
de duração variável, surgindo espontaneamente ou pela ação de fatores citados.
Aos poucos, os episódios podem se tornar frequentes e até permanentes. Um sin-
toma pode ser mais proeminente que outro, variando muito de pessoa a pessoa.
As lesões não necessariamente evoluem.
Os sinais e sintomas típicos são:322
• Flushing facial – períodos de sensação abrupta de vermelhidão e
calor na pele como se fosse um surto de vasodilatação.
• Telangiectasias – dilatação de pequenos vasos permanentes.
• Persistente eritema facial.
• Possível edema facial.
• Lesões Pápulo-pustulosas - podem ocorrer nódulos; as pápulas po-
dem, eventualmente, quando numerosas, formar placas granulomatosas
(rosácea lupoide);
320 - WILKIN, J., DAHL, M., DETMAR, M., DRAKE, L., FEINSTEIN, A., ODOM, R., et al. Standard classification of rosacea: Report of the Nation-
al Rosacea Society Expert Committee on the Classification and Staging of Rosacea. J Am Acad Dermatol. 2002; 46(4):584-7.
321 - M. SAND, D. SAND, C. THRANDORF, V. PAECH, P. ALTMEYER, F. G. BECHARA (2010). «Cutaneous lesions of the nose». Head & face
medicine Band (6)
322 - http://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/rosacea/62/
203
Rinofima – espessamento irregular e lobulado da pele do nariz, di-
•
latação folicular, levando ao aumento e deformação do nariz. Esses espes-
samentos podem ocorrer em outras áreas além do nariz, como na região
frontal, malares (maçãs do rosto) e pavilhões auriculares.
• Alterações oculares - ocorrem em 50% dos casos (irritação, resseca-
mento, blefarite, conjuntivite e ceratite).
A avaliação laboratorial no sangue periférico não proporciona subsídio
no diagnóstico da doença. Eventualmente, a biópsia pode ser necessária para des-
cartar outra patologia com quadro clínico semelhante, por meio do exame histo-
patológico que pode ser realizado em casos duvidosos. Os exames de sangue são
importantes quando o tratamento incluir medicamentos sistêmicos (orais), para
controle periódico do uso dos mesmos. Ocorre uma relação frequente da rosácea
com a dermatite seborreica.
As alterações vasculares ocorrem, com frequência, a partir dos trinta anos.
O elemento inicial são as crises de vermelhidão súbita da face (flushing), que ocor-
rem por estímulos variados: bebidas alcoólicas (particularmente o vinho), e/ou be-
bidas muito quentes, alimentos quentes ou condimentados, fatores emocionais e
psicológicos, emoções, exposição social entre outras. O flushing pode durar horas
e até mesmo dias. Trata-se de um evento genuinamente funcional, sem base ana-
tômica, resumindo-se a um aumento do fluxo sanguíneo no setor arterial que pre-
cede a alça capilar, sem provocar edema não possuindo histologia urticariforme.
No entanto, as crises invariavelmente se repetem, repercutindo numa ampliação
da rede vascular que poderá então ser percebida a olho nu.
Nesta fase o acontecimento torna-se anatômico, pois ocorre presença de
angiogênese endotelial, aumentando a rede capilar localizada nas papilas dérmi-
cas e na derme superficial, o que clinicamente é demonstrada por presença de
telangiectasias. 323
323 - https://www.sciencedirect.com/sdfe/pdf/download/eid/1-s2.0-S0733863517301675/first-page-pdf
204
Com o passar do tempo podem surgir lesões caracterizadas por pequenas
pápulo-pústulas, nitidamente foliculares, mas que diferem das lesões acneicas. A
discrepância é que não há formação de comedões, como também não há resolução
natural ou espontânea. Se não forem manipuladas ou controladas, persistem por
tempo indeterminado, podendo piorar o quadro.
Em pesquisas da National Rosacea Society (NRS)324 descrevem que embora
a lista de potenciais desencadeantes de rosácea em vários indivíduos possa ser infi-
nita, uma pesquisa com 1.066 pacientes com rosácea descobriu que os fatores mais
comuns incluem os seguintes:
Quadro 10: DOS FATORES DESENCADEANTES DE ROSÁCEA
Fatores Porcentagem afetada
Exposição prolongada ao sol 81%
Estresse emocional 79%
Clima muito quente 75%
Vento forte 57%
Exercício pesado 56%
Consumo de álcool 52%
Banhos quentes / saunas 51%
Clima muito frio 46%
Alimentos picantes 45%
Muita Umidade 44%
Ambientes internos muito quentes 41%
Certos produtos para cuidados com a pele 41%
324 - GALLO, R. L., GRANSTEIN, R.D., KANG, S., et al. Classificação padrão e fisiopatologia da rosácea: A atualização de 2017 pelo Comitê de
Especialistas da Sociedade Nacional Rosácea. J Am Acad Dermatol2018 Jan; 78 (1): 148-155.
205
Fatores Porcentagem afetada
Bebidas aquecidas, cafeína 36%
Certos cosméticos 27%
Determinados Medicamentos 15%
Condições médicas 15%
Certas frutas 13%
Carnes marinadas 10%
Certos vegetais 9%
Lacticínios 8%
Outros fatores 24%
Fonte: NationalRosaceaSociety. 325
OBS.:
- Determinados alimentos ricos em histamina (como vinho tinto, queijos envelhe-
cidos, carne de porco, iogurte e cerveja) podem causar rubor facial persistente até
em indivíduos sem rosácea devido a uma condição de intolerância à histamina.
-
Certos medicamentos e cremes aplicados na pele podem rapidamente desenca-
dear rosáceas. Alguns tratamentos de acne e rugas com relatos de terem causado
rosácea incluem micro-dermabrasão e peelings químicos que possuam força abra-
siva intensa, bem como altas doses de isotretinoína, peróxido de benzoíla e ácido
retinóico.
Atualmente não se conhece cura para a rosácea, mas existem tratamentos
e formas de controle, com muitos avanços recentes. Tudo depende da fase clíni-
ca que o paciente está. Se apresentar mais o eritema periódico ou o persistente,
se mais pápulas ou pústulas. Todos os fatores potencialmente agravantes ou de-
sencadeantes da doença devem ser afastados ou controlados, como consumo de
325 - https://www.rosacea.org/patients/materials/triggersgraph.php
206
álcool, estresse psicológico, exposição solar ou ao calor, vento, frio e ingesta de
alimentos quentes e/ou picantes, atividade física intensa, medicamentos vasodila-
tadores, pomadas com corticosteroides na face.326
As alterações na resposta imunológica incluem altos níveis de LL-37 (peptí-
deo pró-inflamatório capaz de induzir a inflamação da pele), aumento na expressão
de TLR-2 (proteínas transmembranas altamente conservadas que desempenham
papel importante na detecção e reconhecimento de patógenos microbianos, bem
como na geração de sinais para a produção de proteínas e citocinas pró-inflama-
tórias) e elevada quantidade de vitamina D3 na epiderme, tornando a pele mais
sensível a estímulos externos e internos. Fatores como as radiações Ultravioletas
A e B, bem como excesso de luzes, variações climáticas bruscas e intensas, podem
ser gatilhos para a crise ou para a piora da mesma.
O tratamento se inicia essencialmente como controle da temperatura da
pele e aumento dos índices de hidratação da pele. Sabonetes adequados, (reco-
mendamos a leitura do subitem Sabonetes SYNDETS, página 132 que não conte-
nham substâncias ácidas; protetor solar com elevada proteção contra UVA e UVB
e luz azul e com veículo adequado à pele do paciente. A Sociedade Brasileira de
Dermatologia recomenda em determinados casos o uso de antimicrobianos tópi-
cos (metronidazol) e antiparasitários (ivermectina), prescritos pela clínica médica.
Depois dessa fase, pode ser preciso o uso de derivados de tetraciclina (doxiciclina
e outros) orais. Em casos persistentes e recidivantes, se utiliza isotretinoína oral
em dose baixa.327 Os agentes antimicrobianos apresentam-se efetivos no trata-
mento, devido a comprovação de níveis elevados de um ácaro da flora normal
da pele chamado de Demodex Folliculorum, e da bactéria Bacillus Oleronius.328 A
grande quantidade destes ácaros e destas bactérias podem estimular a resposta
autoimune ou libertar as bactérias dentro da unidade pilossebácea, que irão agir
como um gatilho para a inflamação.329
326 - «Questions and Answers about Rosacea». www.niams.nih.gov. Abril de 2016. Consultado em 10 de dezembro de 2018.
327 - http://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/rosacea/62/
328 - http://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/rosacea/62/
329 - Galena notícias. Ano XXVII. Edição 182.
207
Para o rinofima, a abordagem em certos casos deverá ser cirúrgica. Muito
importante a consulta e o acompanhamento também de oftalmologista. A pele
do paciente com rosácea é extremamente sensível a produtos químicos e físicos
como sabões, higienizadores alcoólicos, adstringentes, abrasivos e peelings. Por-
tanto dentro dos ácidos químicos que produzem o efeito peeling o mais seguro é
a Gluconolactona. Leia mais sobre o tema no capítulo 12 – POLI-HIDROXIÁCIDO
GLUCONOLACTONA, do livro “PELLING: COMO EU FAÇO”, página 167.
Devido a estas observações devemos ter em mente que os cuidados que
podem ser oferecidos pela cosmetologia são restritos, porém fundamentais, pois
a doença exige que o tratamento seja observado pela medicina.
É importante enfatizar que o uso de filtros solares com proteção UVA /
UVB/ Luz azul, cotidianamente no rosto é fundamental para controle da doença e
manutenção dos resultados, pois a radiação ultravioleta, bem como as luzes são
fatores desencadeante e agravante.
ATIVOS RECOMENDADOS PARA A MANUTENÇÃO DA MICROBIOTA
PHYTOSPHINGOSINE®:a fitoesfingosina está presente no estrato córneo como um
dos constituintes principais das ceramidas, que age na defesa natural da pele, pro-
tegendo-a contra as agressões físicas, químicas e biológicas, além de impedir a
perda de água transepidérmica. Alterações no manto hidrolipídico tornam a pele
sensibilizada e susceptível a irritações e inflamações. Phytosphingosine® é a fitoes-
fingosina obtida por um processo biotecnológico natural, através da fermentação
de leveduras da espécie Pichia ciferrii, com propriedades anti-inflamatória, antimi-
crobiana e hidratante, tratando a epiderme de forma suave, natural e sem riscos
de hipersensibilidade. Possui propriedades: Antimicrobiana: combate as bactérias
gram-positivas, gram-negativas, fungos e leveduras, inclusive a Propionibacte-
rium acnes, causadora da acne; Anti-inflamatória: age na redução da irritação da
pele causada pela radiação ultravioleta; -Antiedematosa: combate naturalmente
às olheiras; -Precursora de ceramidas: restaura a hidratação e a integridade da
barreira cutânea. é indicado para formulações destinadas a tratamentos cutâneos
como acne, pele seca, eczema atópico, assadura da pelede bebês, olheiras, suor
208
excessivo, lesões infeccionadas e pé-de-atleta. é compatível com Nikkol VC-IP®,
CM-Glucan®, Radizen A®, Antipollon HT®, Dermatan Sulfato 30®, entre outros.
Concentração de Uso: Cremes e loções: 0,05% a 0,2%; Géis de limpeza: 0,05%;
Sabonete líquido: 0,1%; Loção tônica: 0,05%. É incompatível com peróxido de ben-
zoíla.
Uso noturno e diurno
Pode ser usado em gestantes e lactantes
Prebiulin-FOS™: é um ativo prebiótico que serve como alimento apenas para
microrganismos benéficos, favorecendo equilíbrio da microbiota e preservando
a função de barreira da pele. Tudo isso para cuidar da sua saúde e beleza. Um
prebiótico composto por polifrutose extraída das raízes da chicória (Cichorium in-
tybus) e purificada de forma a se obter cadeias de polifrutose com mais de 10 mo-
nômeros, Prebiulin-FOS™ contribui para o equilíbrio da microbiota pois alimenta
apenas os microrganismos benéficos presentes na pele e inibe o crescimento de
microrganismos prejudiciais. Os testes de fermentabilidade comprovam que Pre-
biulin-FOS™ não é metabolizado ou é pouco metabolizado por microrganismos
estranhos e prejudiciais, comprovando sua ação. Controle da acne, controle da ro-
sácea, cuidados antienvelhecimento precoce; ativo extremamente versátil, pode
ser manipulado em todo tipo de formulação tópica protetora da pele.
Concentração de Uso: 0,5 % a 5%
Uso noturno e diurno
Pode ser usado em gestantes e lactantes
TELANGYN®: interfere diretamente no peptídeo LL-37 (gatilho para produção de
citocinas pró-inflamatórias) diminuindo o recrutamento de citocinas pró-inflama-
tórias, que por sua vez, geram rubor e inflamação. É capaz também de diminuir a
ação das metaloproteinases de matriz evitando a degradação do colágeno e elas-
tina da matriz extracelular. Diminuição visível do eritema causado pela rosácea.
Concentração de Uso: 2%
Uso noturno e diurno
Pode ser usado em gestantes e lactantes
ROSAGE® é extraído da tamareira Phoenix dactylifera em estado de dormência
209
(Conceito Dorminas), quando a planta desacelera seu metabolismo. Atua como
um agonista e se liga a um receptor específico que promove a vasoconstrição:
os vasos sanguíneos nos quais estas células e receptores estão presentes irão
contrair e limitar o acúmulo de sangue na área, proporcionando melhora do tom
da pele e redução dos sinais e sintomas da rosácea - e das olheiras também.
Concentração de Uso: 3% a 5%
Uso noturno e diurno
Pode ser usado em gestantes e lactantes
INDUFENCE® é composto por peptídeos derivados da Alisma, que possui 2 me-
canismos de ação associados na proteção da pele. Age como um probiótico-like,
melhorando a resposta imune inata e estimulando receptores de imunidade ina-
ta (TLR2) e peptídeos antimicrobianos ao mesmo tempo em que reduz citocinas
inflamatórias como IL-8. melhora a barreira mecânica da pele e estimula as jun-
ções celulares por promover aumento na síntese das tight junction (ZO-1) que são
formadas pela Ocludina, Claudina e JAM-A. Sua principal função e o aumento da
proteção da barreira física e imunológica da pele.
Concentração de Uso: 1% a 3%
Uso noturno e diurno
Pode ser usado em gestantes e lactantes
SUGESTÃO DE FÓRMULAS PARA ROSÁCEA
ROSÁCEA E TELANGIECTASIAS
Hydroxiprolisilane CN ®...................................................................6%
MDI Complex ®................................................................................5%
Phytosphingosine ®.......................................................................0,1%
Biorusol II SCA...............................................................................0,5%
Niacinamida.....................................................................................4%
Ácido Hialurônico ...........................................................................3%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP........................................ 50g
pH estimado 6,0
uso noturno
210
ANTI-INFLAMATÓRIO E CONTROLE DE ROSÁCEA
Rosage ®..........................................................................................5%
Telagyn ®..........................................................................................2%
PrebiulinFos ®..................................................................................2%
D-Pantenol ......................................................................................1%
Glycorepair ®................................................................................1,5%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP.......................................... 50g
pH estimado 5,5
uso diurno e noturno
DIMINUIÇÃO DO ERITEMA E EQUILÍBRIO PELE COM ROSÁCEA
Rosage ®..........................................................................................5%
Telagyn ®..........................................................................................2%
Indufense ®......................................................................................3%
Turmeria Zen ®...............................................................................1%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP....50g
pH estimado 5,5
uso diurno e noturno
HIDRATANTE, ANTI-INFLAMATÓRIO E CALMANTE PELES COM ROSÁCEA
MDI Complex...................................................................................5%
Dragons Blood.................................................................................5%
Modukine........................................................................................1%
Alfa Bisabolol...................................................................................1%
Aveia Coloidal .................................................................................8%
Veículo adequado ao tipo de pele QSP..........................................50 g
pH estimado 6,0
Uso noturno e diurno
211
Capítulo X
FITOCOSMÉTICOS DE ORIGEM BRASILEIRA
“ O que nos faz ser forte, o que nos faz
inteligente, o que nos faz seguir em frente
é justamente admitir que não sabemos.
Quando não sabemos vamos em busca
da resposta, vamos em busca da solução.
Minha filha, nunca desista, procure sempre
a resposta certa para sua pergunta. Se
não encontrar...reformule sua pergunta, se
reinvente, revigore sua competência”.
Paulo Moser “meu Pai”, Setembro de 2006.
212
PAULA CRISTINA BARROS PAIVA
O FITOCOSMÉTICO
Na antiguidade os cosméticos possuíam finalidades diferentes comparado
aos dias atuais, podemos afirmar que o propósito era adornar e camuflar. Asma-
térias primas utilizadas eram corantes de origem vegetal e mineral, usado como
uma necessidade para se defender, porém essas bases extraídas tinham natureza
tóxica e irritante a pele e com componentes prejudiciais à saúde, como o sulfeto
e o carbonato de chumbo. Com o decorrer dos anos, foi observado o perigo que
essas substâncias causavam a saúde humana, partindo desta descoberta houve a
necessidade de se elaborar cosméticos livres de substâncias tóxicas, atualmente
chamados de biocosméticos.330
A BIODIVERSIDADE DA FLORA BRASILEIRA
Nossa biodiversidade apresenta um grande potencial de matéria prima
para o desenvolvimento dos fitocosméticos, principalmente pelo fato da diversi-
dade da flora local ser propicia para produção de cosméticos destinados aos tra-
tamentos estéticos e recuperação da saúde da pele. Possuímos uma das maiores
reservas de recursos naturais, diversos biomas e a mais rica biodiversidade tropical
do mundo, todos esses fatores convergem para a forte tendência do mercado que
consiste na vegetalização das fórmulas e a substituição de componentes químicos
por soluções naturais e sustentáveis. 331
É interessante ressaltar, que a grande fonte destes recursos é a região
amazônica, a mesma tem uma biodiversidade que é única, ressaltando que é uma
das mais ricas do mundo, dado que existe cerca de um milhão de espécies animais
e vegetais, o que simboliza a metade das espécies registradas em todo o planeta.
Acrescente a essa afirmação, que a necessidade por produtos de origem natural
330 - LYRIO, E. S.; FERREIRA, G. G.; ZUQUI, S. N.; SILVA, A. G. Plant resources in biocosmetic: a new conceptionbeauty, health, andsustain-
ability. Natureza on line 9 (1): 47-51,2011 ISSN :1806–7409
331 - PIRES, L. K. S.; GRIGOLIN, G.,M.;GRISOTTO, R. F.The use ofamazonplants in theproductionofbioproducts for skintreatments. Rev. Inves-
tig. Bioméd. São Luís, 9:78-88, 2017
213
concebidos em alicerces sustentáveis tem alavancado por novas oportunidades na
Amazônia brasileira.332
Podemos dizer, que além da imensa biodiversidade da flora da região ama-
zônica, a caatinga também possui suas riquezas, mesmo sendo uma área de pouca
exploração para a finalidade cosmética, porém pesquisadores estão desbravando
potencialidades nas plantas especificas para lançar na indústria da beleza, pode-
mos citar por exemplo a extração de óleos essenciais de plantas como o umbu,
alecrim do campo, jatobá, velame e aroeira.333
Apesar da Caatinga ser geograficamente menor comparada a outras re-
giões como a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica, a mesma possui uma impor-
tância significativa quando se trata de dimensão social e ambiental. A vegetação
por exemplo, é composta por arbustos, árvores (entre os quais crescem cactos e
bromélias) e uma grande variedade de plantas herbáceas, totalizando 5.344 espé-
cies na categoria flora (árvores, arbustos, herbáceas), sendo 744 espécies endêmi-
cas.334 É relevante afirmar que a região da caatinga possui um estado de conser-
vação crítico e requer um estudo mais explorado quanto a sua cobertura atual e
mapeamento.335
No mapa abaixo ilustra os biomas brasileiros e podemos visualizar a locali-
zação das duas regiões, bem como a magnitude do tamanho territorial.
332 - DI BITETTI, M.S; PLACCI, G. E., DIETZ, L. A. Uma visão de Biodiversidade para a Ecorregião Florestas do Alto Paraná – Bioma Mata
Atlântica: planejando a paisagem de conservação da biodiversidade e estabelecendo prioridades para ações de conservação. Washing-
ton, D.C.: World Wildlife Fund,2003
333 - REIS, F. Plantas da Caatinga podem revolucionar indústria farmacêutica de cosméticos. Disponível em: https://pfarma.com.br/noticia-
setor-farmaceutico/estudo-e-pesquisa/1950-plantas-da-caatinga-podem-revolucionar-industria-farmaceutica-e-de-cosmeticos.html. Acesso
em: 23/10/2018.
334 - CORTEZ, J. S. A.; Tavares, F. M.; Silva, B. L. R.; OLIVEIRA, da M. O.; PEREIRA, R. de C. A., CAATINGA: Conhecer para preservar.UFPE,2012
335 - DIAS, P. M. S.; DIODATO, M. A.; GRIGIO, A. M. Levantamento fitossociológico de remanescentes florestais no município de Mossoró –
RN. Revista Caatinga, 27(4), 183-190, 2014.
214
Figura 14: MAPA POLÍTICO CONTENDO A DIVISÃO
ATUAL DOS BIOMAS BRASILEIROS
Fonte: Revista do Instituto Humanitas - Unisinos, ed.500, 2017.
A região da caatinga destaca-se pela sua biodiversidade local, alguns estu-
dos em andamento, mostram por exemplo, o potencial de algumas plantas como
a Algaroba e Sisal, ambas com ação hidratante. A diversidade é representada por
mais de duas mil espécies por esta razão, é tida como um bioma rico em recursos
genéticos quando comparada a outras regiões semiáridas no mundo.336 Porém, a
região ainda é a menos estudada em relação à flora e à fauna e uma das que detêm
um grande índice de degradação nos últimos 400 anos devido ao uso desordenado
336 - CALIXTO JÚNIOR, J. T.; DRUMOND, M. A. Estudo comparativo da estrutura fitossociológica de dois fragmentos de Caatinga em níveis
diferentes de conservação. Pesquisa Florestal Brasileira, 34(80), 345-355, 2014. DOI: 10.4336/2014. pfb.34.80.670
215
e predatório. 337 Também é considerado como o terceiro bioma mais destruído
do Brasil, com 51% de área alterada pela ação humana. 338
É interessante destacar que existem iniciativas do governo brasileiro para
progredir o agronegócio das plantas medicinais e fitoterápicos por meio da Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), a região detém uma
vasta capacidade de exploração. De acordo com cálculos previstos da Convenção
da Diversidade Biológica (CDB), o país hospeda entre 15 a 20% de toda biodiversi-
dade mundial, sendo classificado como supremo em números de espécies endê-
micas. Projeções estatísticas sinalizam que ainda que existam 55 mil espécies de
plantas em sua maioria totalmente desconhecidas. 339
É cada vez mais frequente o interesse da indústria cosmética para a riqueza
de matéria prima in natura disponível no Brasil, fortalecendo a área de pesquisa
e comércio para a fitocosmética, que pode ser conceituada como uma área da
ciência cosmetológica voltada ao estudo e uso dos princípios ativos extraídos dos
vegetais com benefícios voltados para a higiene, estética, correção e preservação
do estado normal e sadio da pele.340 A mesma representa, um setor em nítido
crescimento, não apenas pelo avanço em investigações científicas, mas pelas van-
tagens do uso de produtos vegetais em detrimento aos sintéticos, associado ao
fato da sociedade estar adotando tecnologias seguras, econômicas e ecológicas.341
É evidente ressaltar a riqueza e o potencial da região amazônica e da caa-
tinga como fonte de matéria prima para os fitocosméticos, visto que são fontes
inestimáveis de importantes princípios ativos, com os mais variados usos indus-
triais e medicinais, bem como de reparação e proteção da saúde da pele.
337 - BEZERRA, J. M.; MOURA, G. B. A.; Silva, B. B.; LOPES, P. M. O.; SILVA, E. F. F. Parâmetros biofísicos obtidos por sensoriamento remoto
em região semiárida do estado do Rio Grande do Norte, Brasil. 18 (1), 73–84, 2014.
338 - ALVAREZ,I. A.; OLIVEIRA, A. R. Portal Dia de Campo. Artigos especiais. Manejo da Caatinga é essencial ao desenvolvimento do Semiá-
rido, 2013. Disponível em: www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/ Newsletter. Acesso em: 23/10/2018
339 - BAREIRO,E.J; BOLZANI,V.S. Biodiversidade: fonte potencial para a descoberta de fármaco. Química Nova,v.32,n 3.p.679-688,2009
340 - BORGES, R. C. G.; PACIFICO, M.; ROSA, G. A. A. produção de fitocosméticos e cultivo sustentável da biodiversidade no brasil. Revista:
Reunião Anual e Ciências. v. 3,n. 1 (2013)
341 - DRAELOS, Z. Botanicals as topical agents. Clinics in Dermatology, 19, pp. 474- 47,200
216
No contexto das diferentes disciplinas que concebem a cosmética moder-
na, a fitocosmética é uma das que hoje se evidencia, devido ao aprofundamento
científico e tecnológico que trouxe a credibilidade e a seriedade na utilização de
produtos de origem vegetal. A seleção das plantas e seus derivados são de prefe-
rência classificadas de acordo com seus efeitos farmacológicos para a produção
dos fitocosméticos, sendo classificadas da seguinte forma: produtos com ações
adstringentes, tônicos, emolientes, umectantes, antissépticos, hipertêmicos, tin-
toriais, anti-inflamatórios, estimulantes, dentre outros. Os pesquisadores apon-
tam diferentes categorias de cosméticos que podem ser chamados de natural e
orgânico, ambos elaborados com matéria-prima orgânica.
Podemos descrever o que caracteriza um cosmético dito natural, é quando
na composição deve existir ao menos um ingrediente ‘’derivado de’’ uma subs-
tância natural, retirado diretamente de uma planta, contudo não é produzido por
síntese, dessa forma, não existe definição legal do teor mínimo de ingrediente ori-
ginado de produto natural para se caracterizar o cosmético como natural.342 Ao
passo que o cosmético chamado orgânico, na sua formulação contiver pelo me-
nos 95% de matérias-primas certificadas orgânicas, abatendo a água e o sal, os
5% restantes da formulação podem ser compostos por matérias-primas naturais,
originária da agricultura ou extrativismo não certificadas ou permitidas para for-
mulações.343
Atualmente temos uma forte tendência dos consumidores pela opção ve-
gana, para isso a indústria cosmética necessitou produzir para esse público especí-
fico. Para um cosmético ser vegano, não tem a ver com ele ser natural ou orgânico,
mas sim com o fato de ele não possuir ingredientes de origem animal e nem ser
testado em animais. O veganismo é uma filosofia de vida que pretende abolir o
uso e exploração de animais para qualquer atividade humana – alimentação, en-
tretenimento, beleza, entre outros.
342 - NEVES, K. Cosméticos orgânicos e naturais: equilibro entre homem e meio ambiente. São Paulo: Cosmetics & Toiletries 19 (4) 28-
33,2007, p. 28 e 29
343 - BISPO,M. Cosméticos Verdadeiramente Orgânicos. São Paulo: Cosmetics&Toiletries 20:50-52.2008
217
Ainda temos uma outra condição é o que chamamos de “biológico”, com
aplicação na área dos produtos de cuidados pessoais que pode ser conceitua-
da como “as condições básicas” que os produtos biológicos deverão apresentar,
são a ausência de toxinas agrícolas e fertilizantes químicos durante o cultivo. Os
verdadeiros produtos de cuidados pessoais biológicos são compostos apenas
de ingredientes naturais, com um mínimo de 95% das suas matérias-primas
produzidas de acordo com os preceitos da agricultura biológica. Estes também
não contêm conservantes, fragrâncias sintéticas ou derivados do petróleo, entre
outros componentes de origem não natural”. 344
O impacto da crise ambiental no mundo inteiro tem feito repensar os mé-
todos de utilização das fontes de recursos não renováveis. Neste contexto está a
cosmética orgânica, um novo conceito dentro da cosmetologia, que vem dando
sinais de crescimento. Chamamos de consumidores “verdes” um grupo numeroso
de adeptos que optam por não adquirir produtos com substâncias sintéticas, e
priorizam produtos naturais e orgânicos por serem produtos mais seguros e sus-
tentáveis ao meio ambiente.345
A Europa e EUA são os maiores compradores da linha orgânica. Os fabri-
cantes da área de beleza e cuidados apostam nas soluções inalteradas devido ao
crédito e desenvolvimento dado à comida orgânica a partir do fim dos anos 90.
Para suprir as exigências dos consumidores, as empresas de cosméticos tiveram
que adquirir sensibilidade e celeridade, intercalaram insumos orgânicos e desen-
volveram linhas autorais inéditas de orgânicos em seu rol de produtos. As matérias
primas de maior destaque nesse mercado são as frutas exóticas e sementes da
Amazônia, como açaí, cupuaçu, extratos de andiroba e buriti, fazendo com que o
Brasil se mantenha como o maior e principal fornecedor de matéria prima. 346
344 - PEREIRA, N.P.;DOURADO, D. “The profile of Brazilian agriculture as source of raw material to obtain organic cosmetics,” Journal of
Pharmacy & Pharmacognosy.Research5 No. 3, pp. 165-166.2017
345 - LYRIO, E. S; FERREIRA, G. G.; ZUQUI, Sara N.; SILVA, A. G. Plant resources in biocosmetic: a new conceptionbeauty, health, and sustain-
ability. Natureza on line 9 (1): 47-51,2011 ISSN :1806–7409
346 - NEVES, K. Beleza Ecologicamente Correta. São Paulo: Cosmetics &Toiletries 22(1) 22-32, 2010, pág. 22.
218
Devido a benéfica novidade dos produtos derivados de plantas, necessi-
tou-se atenção especial ao estudo científico, buscando-se recursos disponíveis que
não se acabam, permitindo a sustentabilidade a partir da transformação. Torna-
se importante destacar que apenas de 14% dos recursos vegetais disponíveis no
mundo são conhecidos e usados adequadamente. Apresenta-se cerca de 250.000
espécies de plantas no planeta, e a maioria localiza-se em nosso território, sendo
aproximadamente 55.000 espécies, tornando o Brasil como a maior potência em
biodiversidade do planeta, todavia apenas 2% conhecida, restando 98% para ser
explorada e estudada. 347
Quem consome os produtos deste tipo infelizmente não sabe quando se
trata de algo com compostos orgânicos ou naturais, ou totalmente orgânicos, de-
vido à rotulagem incompleta. No mercado Brasileiro, existem duas certificadoras
que se destacam, a IBD (Instituto Biodinâmico) e a Ecocert Brasil, estas respaldam
as empresas que utilizam matéria prima orgânica, devido à falta de uma legislação
vigente, o processo acontece por meio de auditorias e exigências e o resultado
final é um selo de Produto Orgânico.348
No Brasil, a agência IBD349 lista os processos que não causam mudanças
no componente natural, para isso é necessário que os processos de extração das
matérias-primas permitidas utilizem destilação a frio, pressão, água ou vapor, per-
colação e concentração por métodos físicos ou mecânicos. Da mesma forma, são
permitidos processos que utilizam solventes extratantes, como álcool e glicerina,
isso quando obtidos de forma orgânica, enquanto processos que usam água, ni-
trogênio e CO2 podem também serem utilizados. Enquanto as manteigas, óleos
vegetais, lanolina, corantes naturais, óleos essenciais, extratos vegetais (glicólico,
tinturas e extratos secos), minerais e polímeros naturais (xantanos, alginatos e
347 - BABY, A.R. et. al. Uso de Extratos de Plantas em cosméticos. São Paulo: Cosmetics & Toiletries 17(1): 78-82, 2005, pág. 78, 80- 81.
348 - POZZAGNOLO, E. Panorama Legal na Indústria de Cosméticos Brasileira. Disponível em: http://www.cosmetologiaorganica.com.br/
panorama-legal Acesso em: 02/12/2018
349 - O IBD orgulha-se em ser a maior certificadora da América Latina e a única certificadora brasileira de produtos orgânicos com creden-
ciamento IFOAM (mercado internacional), ISO/IEC 17065 (mercado europeu-regulamento CE 834/2007), Demeter (mercado internacional),
USDA/NOP (mercado norte-americano) e aprovado para uso do selo SISORG (mercado brasileiro), o que torna seu certificado aceito global-
mente. Acesso em 21 de abril de 2019. http://ibd.com.br/pt/QuemSomos.aspx
219
amidos) são, por exemplo, categorias de matérias-primas cosméticas obtidas por
meio desse método.350
Como destacamos, vários produtos naturais são usados em cosméticos e
muitos outros têm um grande potencial para o desenvolvimento de novos produ-
tos com função cosmética e farmacêutica. Estes produtos naturais têm ingredien-
tes químicos, por exemplo, flavonoides, taninos, fenólicos, aminoácidos e vitami-
nas, com finalidade cosmética para cuidados com o corpo e os ingredientes botâ-
nicos influenciam as funções biológicas da pele351, os quais podem desempenhar
um papel importante no tratamento de vários distúrbios da pele. 352
A região Amazônica possui cerca de 62 plantas de valor econômico, incluin-
do as nativas ou aclimatadas na área, que poderiam ser cultivadas ou manejadas
de modo extrativo que podem ser aproveitadas nos diferentes segmentos como o
fitoterápico, cosmético, complemento alimentar, corante, inseticida, repelente e
fonte de fibras. No tocante ao segmento de cosméticos, temos algumas espécies
que destacam pela riqueza e funcionalidade de seus princípios ativos. 353
As principais espécies amazônicas com finalidade cosméticas são: Aniba
canelilla (casca preciosa), Aniba rosaeodora (pau-rosa), Arrabidaea Chica (craji-
ru), Astrocaryum aculeatum (tucumã), Astrocaryum murumuru Mart (murumu-
ru), Attalea phallerata (uricuri), Bactris gasipaes (pupunha), Bertholletia excel-
sa (castanha do Pará), Bixa orellana (urucum), Brosimum acutifolium (mururé),
Calycophyllum spruceanum (mulateiro), Carapa Guianensis (andiroba), Caryocar
villosum (piquiá), Ceiba pentandra (sumaúma), Conobea aquática (pataqueira),
Copaifera multijuga (copaíba), Couepia edulis (castanha-de-cutia), Crotoncaju-
çara (sacaca), Croton lechileri Muell. Ar (sangue-de-dragão), Cyperus articula-
tus (priprioca), Dioscorea trífida (cará-roxo), Dipteryx odorata (cumaru), Elaeis
350 - IBD. Certificações: cosméticos orgânicos: 2009 Disponível em: http:// www.ibd.com.br/down-loads/COSMETICOS%20ORGÂNI-
COS-%20. Acesso em: 25/10/2018
351 - DUREJA, H.; KAUSHIK, D.; GUPTA, M.; KUMAR, V.; LATHER, V. Cosmeceuticals: an emerging concept. Indian J. Pharmacol., v.37, n.3, p.
155-159, 2005.
352 - DE WET, H.; NCIKI, S.; VAN VUUREN, S. F. Medicine plants used for the treatment of various skin disorders by a rural community in
northern Maputaland, South Africa. J. Ethnobiol. Ethnomed., v.9, n.51, p.1-9, 2013.
353 - REVILLA, J. Plantas da Amazônia: Oportunidades Econômicas e Sustentáveis. Manaus: SEBRAE, 2000.
220
melanococca (caiahuá), Eleutherine bulbosa (marupazinho), Endopleura uchi
(uchi), Guazuma ulmifolia (mutamba), Ilex guayusa (guayusa), Lecythis pisonis
(sapucaia), Licaria puchury-major (puxuri), Mansoa alliacea (cipó-alho), Mauri-
tia flexuosa (buriti), Maytenus guyanensis (chichuá), Myrcia citrifolia (pedra-u-
mé-caá), Myrciaria dúbia (camu-camu), Ocimum gratissimum (alfavaca), Ocotea
cymbarum (sassafrás-do-pará), Oenocarpus bataua (patauá), Oenocarpus mapo-
ra (bacaba), Orbignya phalerata (babaçu), Paullinia cupana (guaraná), Petiveria
alliacea (mucura-caá), Physalis angulata (camapu), Pilocarpusmicrophyllus (jabo-
randi), Piper hispidinervium (pimenta-longa), Piper marginatum (caapeba), Plan-
tago major (tanchagem), Plantonia insignis (bacuri-do-pará), Poraqueiba sericea
(umari), Pourouma cecropiifolia (embaúba), Protium heptaphylum (breu-branco),
Ptychopetalum olacoides (muirapuama), Quassia amara (quassia), Solanum ses-
siflorum (cubiu), Spilanthes oleracea (jambu), Spondias mombin (taperebá), Sta-
chytarpheta cayennensis (rinchão), Stryphnodendron adstringens (barbatimão),-
Theobroma grandiflorum (cupuaçu), Uncaria tomentosa(unha-de-gato), Vetiveria
zizanioides (capim vetiver), Virola surinamensis (ucuúba de várzea), Zanthoxylum
rhoifolium (tamanqueira).354
Já na região da caatinga, temos na sua biodiversidade local, algumas plantas
com finalidades cosméticas de grande relevância como a palma forrageira (Opun-
tia cochenillifera), que possui como substância os flavonoides, taninos, compos-
tos redutores, esteróis, esteroides, ácidos graxos e os óleos voláteis em sua com-
posição, conferem atividade antioxidante.355 O umbu (Spondias tuberosa L.), que
por exemplo, é rico em compostos fenólicos, com atividade antioxidante.356 Temos
as outras plantas ricas em ativos que se destacam como o alecrim do campo
(Baccharis dracunculifolia), jatobá (Hymenaea courbaril), aroeira (Myracrodruon
urundeuva), bamburral (Hyptis umbrosa), alfavaca (Ocimum basilicum L.), umbu-
rana de cheiro (Amburana cearenses).
354 - ARAÚJO, V. F. PLANTAS DA AMAZÔNIA PARA PRODUÇÃO COSMÉTICA: uma abordagem química - 60 espécies do extrativismo flores-
tal não-madeireiro da Amazônia. Brasília,2005. 244 p.
355 - AGOZZINO, P., AVELLONE, G., CERAULO, L., FERRUGIA, M., F. Filizzola Volatile profiles of Sicilian prickly pear (Opuntia fícus-indica) by
SPME-GC/MS analysis. Italian Journal of Food Science 17: 341-348,2005.
356 - VASCONCELOS, Yuri. O Cosmético que vem da Caatinga. Ed.240, fev.2016. Disponível em:http://revistapesquisa.fapesp.
br/2016/02/19/o-cosmetico-que-vem-da-caatinga/ Acesso em : 09/11/2018
221
Na tabela abaixo temos a correlação das principais plantas utilizadas como
fonte de matéria prima e sua finalidade cosmética:
Quadro 11: PRINCIPAIS PLANTAS DA REGIÃO DA
CAATINGA COM FINALIDADE COSMÉTICA
Plantas Componentes Produção Finalidade
Cosmético Cosmética
Palma Forrageira AquaCacteen Xampus, sabonetes, Antioxidante e reduz
(Opuntia cochenillifera) cremes e loções a irritação da pele
Umbu Compostos fenólicos Cremes Antirrugas ou contra
(Phytolacca dioica) flacidez
Alecrim do campo Cânfora Creme e Problemas derma-
(Lantana microphylla) loção tônica tológicos e capilares
Jatobá Catequina Cremes Hidratantes e
(Hymenaea courbaril) clareadores de pele
Aroeira Tanino Sabonetes Anti-inflamatória
(Schinus molle) e cremes e cicatrizante
Bamburral Terpenóides Óleos essenciais Ação antisséptica
(Hyptis suaveolens (L.) Point) e antibacteriana
Alfavaca Linalol Perfumaria e Ação repelente
(O. fluminense) óleos essenciais
Umburana Cumarina Perfumaria Essência para
de cheiro perfumes
(cearensis)
Fonte: base de dados da autora, adaptado de357
357 - https://www.cosmeticinnovation.com.br/caatinga-oferece-potencial-para-o-setor-cosmetico/
http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/02/19/o-cosmetico-que-vem-da-caatinga/
www.portalsaofrancisco.com.br
http://www.freedom.inf.br/revista/HC61/AquaCacteen.asp
LUZ, J. M. Q.; MORAIS, T. P. S.; BLANK, A. F.; SODRÉ, A. C. B.; OLIVEIRA, G. S. 2009. Teor, rendimento e composição química do óleo essencial
de manjericão sob doses de cama de frango. Horticultura Brasileira 27: 349-353.
222
223
Capítulo XI
ARGILAS
“ Nunca se esqueça: serei
seu pai eternamente”
Paulo Moser “meu Pai”, Setembro de 2007.
224
FABIULA PEREIRA MANDUCA
HISTÓRIA DAS ARGILAS
Relatos históricos indicam que a utilização da argila com fins terapêuticos
já era praticada na antiguidade. No Antigo Egito utilizava-se a terra de Lemnos
para a técnica de embalsamentos e da conservação dos alimentos. Da mesma for-
ma os egípcios e os gregos aplicavam a argila para a limpeza da pele (DENAVER-
RE,1975).358 Cleópatra, conhecida como a antiga deusa egípcia, utilizava máscaras
de argila para conservar e destacar a pele do rosto. Mas acredita-se que foi Pom-
peia, mulher de Nero, quem desenvolveu a máscara facial para conservar a pele
contra a ação do sol e agressões diárias, fazendo com que permanecesse sua deli-
cadeza. (ZAGUE et al., 2007).359
Além de uso para fins estéticos, há documentos indicando que na antigui-
dade o uso da argila já tinha prescrições para fins medicinais. Cita-se que ela teve
destaque e grande emprego entre os médicos gregos, árabes e romanos, como
Dioscórides, Avicena, Galeno e Plínio que defendiam seu uso para tratamentos de
pessoas, e animais, acometidos de reumatismo e paludismo. (SANTOS et al., 2009;
SUÁREZ et al., 2006).360
Durante a Renascença ocorreram as primeiras classificações mineralógicas,
concomitantemente com o surgimento das Farmacopeias, textos que classifica-
vam, além de outras drogas, diferentes minerais para produção de medicamentos.
Hoje em dia o uso de minerais, notavelmente argilominerais, para fins curativos
continua sendo feito ao redor do mundo, seja em formulações farmacêuticas,
como tradição cultural ou em PICS (CARRETERO, 2002; CARRETERO et al., 2006;
358 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas
diversas cores.p.01. Disponível em:
https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso 08 fev. 2019.
359 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.01. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
360 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.02. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
225
Ministério da Saúde, 2008). No entanto, apenas nas últimas décadas pesquisas
têm sido feitas a fim de explicar cientificamente as propriedades, usos metodoló-
gicos, indicações e contraindicações de diferentes tipos de argilominerais para a
saúde humana (GOMES & SILVA, 2007).361
ARGILOTERAPIA
Figura 15: MINA DE ARGILAS TERRAMATER EM
TIJUCAS DO SUL - PARANÁ / BRASIL
Fonte: imagem cedida pela Terramater.362
361 - NARDY, B. C.Caracterização do material pelítico utilizado para fins terapêuticos, cosméticos e de higiene pessoal no vale do capão,
chapada diamantina, Bahia. Ouro Preto. Janeirode 2018. Trabalho de Conclusão de Curso, n. 263, p.10, 2018.
362 - TERRAMATER, Mina de Argilas Tijucas do Sul no Paraná. Disponível em: http://terramater.ind.br/em: 30jan. 2019.
226
FIGURA 16: MINA DE ARGILAS TERRAMATER
EM TIJUCAS DO SUL – PARANÁ / BRASIL
Fonte: imagem cedida pela Terramater. 363
Argiloterapia ou geoterapia tem origem na junção das palavras gregas
“geo” que significa terra e “terapia” que significa tratamento. A técnica utiliza
propriedades naturais no tratamento terapêutico e estético, citada desde a Grécia.
(LOPES; MEDEIROS, 2013).364
Para Gonçalves (2012, p. 67) “a palavra argila possui difícil definição devi-
do aos diversos materiais designados por ou mesmos pelas várias áreas de atua-
ção que a utilizam, como a área química, mineralogistas, geólogos, agrônomos”.
Assim, como denominação usual as argilas se classificam como materiais consti-
363 - TERRAMATER, Mina de Argilas Tijucas do Sul no Paraná. Disponível em: http://terramater.ind.br/em: 30 jan. 2019.
364 - SOUZA, A. P., et al. Os benefícios das argilas e óleos essenciais: Uma revisão bibliográfica. p.03, 02 maio 2012. Disponível em:http://
www.opet.com.br/faculdade/revista-estetica-cosmetica/index.php/2018/05/02/os-beneficios-da-argila-e-oleos-essenciais-no-tratamento-
facial-uma-revisao-bibliografica/Acesso 24 jan. 2019.
227
tuídos por partículas divididas formadas essencialmente por argilominerais, um
material natural, terroso, de granulação fina, que quando hidratada adquire certa
plasticidade.365
Segundo o serviço geológico do Paraná, argila é um material natural, na
sua composição encontramos pequenas partículas de ferro e silicatos de alumínio,
contém também elementos alcalinos, terrosos, magnésio, cálcio, potássio e sódio
(MINEROPAR, 2016).366
Segundo o Ministério da Saúde (2017) a geoterapia é uma das técnicas
comumente usadas na naturopatia, que entende a doença como um processo,
promovendo a sua prevenção e tratamento através de métodos e recursos natu-
rais, estimulando a capacidade intrínseca do corpo de recuperar a saúde. A natu-
ropatia faz parte das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS), que
englobam métodos que utilizam elementos de origem natural ou vegetal na pre-
venção de agravos, promoção, manutenção ou recuperação da saúde. Centram-se
na integralidade do indivíduo, de forma que a atenção não se restringe à doença,
tampouco nas manifestações clínicas locais, mas, no entendimento de que as mo-
léstias que atingem este ser, afetam a sua totalidade (Ministério da Saúde, 2017,
2008, 2006). No ano de 2006, foi publicada pela Portaria 971 a Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que passou a reconhecer ofi-
cialmente a importância dessas manifestações populares de saúde e incentivar
o Sistema Único de Saúde (SUS) a oferecer algumas práticas integrativas, como a
Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia, Termalismo/
Crenoterapia e a Medicina Antroposófica (Ministério da Saúde, 2008, 2006).367
Em seus estudos Medeiros (2001 apud MENEGUEL; SILVA e CARVALHO,
2014) destaca que as teorias que sustentam a geoterapia são fundamentadas nos
365 - HEIDEMANN, M. S., CARVALHO, D. K.O uso da argila nos tratamentos estéticos faciais: uma revisão integrativa. p.02, Disponível em:
https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/5575/Artigo%20Morgana%2008%20de%20agosto.pdf?sequence=4&isAllowed=y26 Jan.
2019.
366 - SOUZA, A. P., et al. Os benefícios das argilas e óleos essenciais: Uma revisão bibliográfica. p.04, 02 maio 2012. Disponível em http://
www.opet.com.br/faculdade/revista-estetica-cosmetica/index.php/2018/05/02/os-beneficios-da-argila-e-oleos-essenciais-no-tratamento-
facial-uma-revisao-bibliografica/24 jan. 2019.
367 - NARDY, B. C.Caracterização do material pelítico utilizado para fins terapêuticos, cosméticos e de higiene pessoal no vale do capão,
chapada diamantina, Bahia. Ouro Preto. Janeiro de 2018.Trabalho de Conclusão de Curso, n. 263, p.15, 2018.
228
princípios estruturais, energéticos e químicos da argila. Entre essas teorias des-
tacam-se a teoria energética, mineralizante, osmótica, térmica, antimicrobiana e
vitalizante. A teoria mineralizante ocorre devido a uma concentração ampla de
minerais que quando em contato com a pele pode-se perceber visivelmente a mu-
dança nos aspectos físicos da pele, como brilho, maciez e coloração da pele.368
Enquanto a geoterapia lida com aplicações externas de argila, a geofagia,
é definida como a ingestão deliberada de terra, solo ou argila (GOMES & SILVA,
2007; TATEO ET AL., 2006; WOYWODT & KISS, 2002). Muito comum na antiguida-
de, a geofagia continua sendo praticada em alguns países e regiões até os dias de
hoje para fins terapêuticos, religiosos ou até mesmo para aliviar a fome. Além dos
fatores sociais, culturais e religiosos, a prática da geofagia pode promover a adsor-
ção de toxinas do corpo, ter efeito antibacteriano, antidiarreico, antiácido e servir
como suplemento de elementos essenciais à saúde humana (AUFREITER ET AL.,
1997; FERRELL, 2008; GOMES & SILVA, 2007; LONDONO ET AL., 2015; WOYWODT
& KISS, 2002).369
368 - BOING, P. C. M., CARVALHO, D. K.O uso de argilas nos tratamentos estéticos: Uma revisão integrativa. p.02. Disponível em:
https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/5575/Artigo%20Morgana%2008%20de%20agosto.pdf?sequence=4&isAllowed=yAcesso 09
fev. 2019.
369 - NARDY, B. C.Caracterização do material pelítico utilizado para fins terapêuticos, cosméticos e de higiene pessoal no vale do capão,
chapada diamantina, Bahia. Ouro Preto. Janeiro de 2018. Trabalho de Conclusão de Curso, n. 263, p.17, 2018.
229
Figura 17: MINA DE ARGILAS TERRAMATER EM
TIJUCAS DO SUL – PARANÁ / BRASIL
Processo de formação das argilas
Fonte: imagem cedida pela Terramater. 370
As hidromicas (ilitas, montimorilonita, bentonitas) são classes de argilas
organizadas com lâminas octaédricas de gipsita entre duas lâminas tetraédricas
de sílica. Esta constituição permite-lhe maior capacidade de adsorção de água e
troca iônica, sendo que a mais comum é a substituição de Al3+ por Si4 nas lâminas
tetraédricas. A fórmula química básica das hidromicas é (Na, Ca, K)0.33 (Al, Mg)2
Si4O10 (OH)2 nH2O. Apresentam o grau de plasticidade maior (quando comparada
a caulinita), por conterem uma camada a mais na estrutura química. São formadas
por soluções alcalinas que possuem Ca++, Mg++ e Fe++, em sua composição, em
ambientes mal drenados, de pH neutro a alcalino e rico em cátions, e as condições
370 - TERRAMATER, Mina de Argilas Tijucas do Sul no Paraná. Disponível em: http://terramater.ind.br/: 30 jan. 2019.
230
climáticas são temperadas frias e semiáridas (WERNER, 2013; PEDRASSANI, 2008).
São de diversas cores, variando entre cores vermelha, verde, amarela, laranja e
roxa. (KRAUSSKOPF, 1972).371
A caulinita é outro tipo de argila com fórmula Al4Si4O10(OH)8 e difere-se
das hidromicas por garantir uma estrutura que compõe uma única lâmina tetraé-
drica e uma octaédrica, formando uma sequência sílica-gipsita. Dessa forma possui
baixo índice de adsorção de água e consequente redução da plasticidade (GUZZO,
2008; KRAUSKOPF, 1972; MEDEIROS, 2007; BONOTTO, 2009).372 Caracterizam-se
por um poder de adsorção e quantidade de água bem menor entre suas lâminas,
isso faz com que elas apresentem menor plasticidade (capacidade de adsorver
água em sua estrutura). Sua formação geológica, as caulinitas são constituídas em
ambientes pedogênicos e soluções ácidas e de boa drenagem, com remoção de
cátions e parte da sílica. Possuem cores claras, geralmente brancas. (MEDEIROS,
2013; KRAUSSKOPF, 1972).373
As caulinitas e hidromicas apresentam colorações diversas, que dependem
das características climáticas (intemperismo) e ambientais, do pH do solo, bem
como da presença de impurezas, presença de metais ativos e reativos, entre ou-
tros fatores, na fase de suas formações. (HURLBUT,1970; LEMOS, 1990).374
O processo de intemperismo resulta das variações atmosféricas dependen-
tes do clima, favorece a degradação das rochas que possuem silicato em sua com-
posição, que estão instáveis no ambiente, pois a sua estrutura disposta em lâminas
ajuda na formação de microfraturas na sua estrutura. À medida que a água vai in-
371 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas
diversas cores.p.03. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAces-
so 08 fev. 2019.
372 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S.Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.02. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
373 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.02. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdf. Acesso
08 fev. 2019.
374 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.02. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdf. Acesso
08 fev. 2019.
231
filtrando-se, favorece a degradação das estruturas, com novos rearranjos estrutu-
rais formados pela infiltração da água, originam-se as argilas. (MEDEIROS, 2013).375
CLASSIFICAÇÃO DAS ARGILAS
Figura: 18: MINA DE ARGILAS TERRAMATER
EM TIJUCAS DO SUL – PARANÁ / BRASIL
Fonte: imagem cedida pela Terramater. 376
Os tipos de classificação básica das argilas são provenientes da decompo-
sição de milhões de anos, das rochas feldspáticas e rochas sedimentares. Muito
abundantes na costa terrestre, essas rochas formam a caulinita material básico
375 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.02. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
376 - TERRAMATER, Mina de Argilas Tijucas do Sul no Paraná. Disponível em:
http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. 2019.
232
das argilas, que são classificadas em duas categorias: primárias, secundárias ou se-
dimentos. As primárias são pouco atacadas pelos agentes atmosféricos, possuem
partículas mais grossas e coloração mais clara, pouco plástica e contém uma gran-
de pureza com alto nível de fusão como, por exemplo, o caulim. Já as secundá-
rias ou sedimentos são as mais finas e plásticas, podem conter impurezas que são
agregadas ao se misturarem com outras matérias orgânicas.
A maior concentração de argilominerais está presente na fração argila, que
consiste de grãos muito finos de minerais com um diâmetro inferior a 2 μm e uma
densidade aproximada de 2,65 g/cm³, como definida a lei de Stokes (JACKSON,
1969; RAUTUREAU et al., 2017). Sendo assim, as argilas utilizadas para fins tera-
pêuticos devem apresentar partículas com granulometria fina, alta capacidade de
troca catiônica, alta capacidade de adsorção e absorção e área superficial específi-
ca elevada. Além disso, a argila deve ser maleável e apresentar sensação agradável
quando aplicada diretamente sobre a pele (GOMES, 2013; GOMES & SILVA, 2007).
De acordo com Gomes et al. (2009), argilas utilizadas para fins terapêuticos podem
ser classificadas em quatro grupos principais:
argilas verdes: ricas em esmectita (2:1), contendo Fe2+ dioctaédrico, pH
alcalino, carga elétrica intermediária, área superficial específica elevada
argilas ricas em ilita: brancas, esbranquiçadas ou verde, alta carga elétrica,
valores intermediários para área superficial específica, alta capacidade de
troca catiônica e alta capacidade de adsorção;
argilas ricas em caulinita (1:1): brancas, baixa carga elétrica e baixa capaci-
dade de adsorção em comparação às argilas 2:1;
argilas fibrosas: compostas principalmente por paligorsquita ou sepiolita,
de cor branca ou esbranquiçada, com baixa carga elétrica, área superficial
específica elevada, capacidade de troca catiônica intermediária e alta ca-
pacidade de absorção.377
As argilas são constituídas basicamente, por partículas cristalinas micromé-
377 - NARDY, B. C. Caracterização do material pelítico utilizado para fins terapêuticos, cosméticos e de higiene pessoal no vale do capão,
chapada diamantina, Bahia. Ouro Preto. Janeiro de 2018. Trabalho de Conclusão de Curso, n. 263, p. 10, 11, 2018. Disponível em:
https://www.monografias.ufop.br/bitstream/35400000/864/1/MONOGRAFIA_CaracterizacaoMaterialPelitico.pdfAcesso 07 fev. 2019.
233
tricas de minerais como os silicatos de alumínio hidratado. Este é o componente
mais abundante em qualquer uma das argilas existentes. Podem estar presentes
também outros elementos como: magnésio (Mg), ferro (Fe), cálcio (Ca), sódio (Na),
potássio (k), entre outros.378
COMPOSIÇÃO MINERAL DAS ARGILAS
A composição mineralógica da argila, bem como o formato e distri-
buição granulométrica das partículas são os fatores essenciais que definem as
propriedades físico-químicas que uma determinada argila possui (SANTOS, 1975;
ZAGUE et al., 2007).379 Além do mais, a capacidade de troca de cátions, a área es-
pecífica, a viscosidade de dispersão, a plasticidade dentre outras características,
são fatores que propiciam diferenças apreciáveis nos diversos tipos de argila (LU-
CKHAM; ROSSI, 1999).380 Quando a argila tem suas partículas hidratadas, devido à
adsorção de íons, em função de suas formas plana e achatada, torna-se eletrica-
mente carregada. A adsorção resulta da ligação de partículas entre si, através da
força de atração de Van der Waals. (WERNER, 2013).381
ARGILAS - SUAS CORES E SUA COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Em relação às cores, estas dependem de vários fatores, entre eles a composi-
ção química, o índice de refração da luz e a estrutura cristalina (LOPES; MEDEIROS,
2013).382
378 - NARDY, B. C. Caracterização do material pelítico utilizado para fins terapêuticos, cosméticos e de higiene pessoal no vale do capão,
chapada diamantina, Bahia. Ouro Preto. Janeiro de 2018. Trabalho de Conclusão de Curso, n. 263, p. 10, 11, 2018. Disponível em:
https://www.monografias.ufop.br/bitstream/35400000/864/1/MONOGRAFIA_CaracterizacaoMaterialPelitico.pdfAcesso 07 fev. 2019
379 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.02. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdf. Acesso
08 fev. 2019.
380 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.02. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdf. Acesso
08 fev. 2019.
381 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.02. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev 2019.
382 - SOUZA, A. P., et al. Benefícios das argilas e óleos essenciais: Uma revisão bibliográfica. P.04, 02 maio 2012. Disponível em:˂ http://
www.opet.com.br/faculdade/revista-estetica-cosmetica/index.php/2018/05/02/os-beneficios-da-argila-e-oleos-essenciais-no-tratamento-
facial-uma-revisao-bibliografica/˃Acesso 24 jan 2019.
234
Argila amarela destacam-se os seguintes elementos presentes nesta argila,
com suas respectivas estruturas cristalinas: cálcio (Ca++) – CFC; cobre (Cu) – CFC;
manganês (Mn) – cúbica; ferro (Fe) – CCC; magnésio (Mg) – HC e potássio (K) –
CCC. (HENKE, 2012; GOPINATH et al., 2003; SAMPAIO, 2008; STARIOLO, 2009).383
Argila branca, com suas respectivas estruturas cristalinas: alumínio (Al) - CFC;
óxido de magnésio (MgO) – HC; óxido de cálcio (CaO) – CFC; enxofre (S) – ortorrôm-
bica; ferro (Fe) – CCC; boro (B) – romboédrica; potássio (K) – CCC; cálcio (Ca++)–
CFC; silício (Si) – cúbica; e óxido de enxofre (SO3) – ortorrômbica. (HENKE, 2012;
GOPINATH et al., 2003; SAMPAIO, 2008; STARIOLO, 2009).384
Argila bege destacam-se os seguintes componentes (SiO2) -óxido de ferro -
óxido de titânio (TiO2) - óxido de alumínio (Al2O3).385
Argila cinza destacam-se os seguintes elementos, com suas respectivas es-
truturas cristalinas: sílica (Si) – cúbica e óxido de zinco (ZnO) – HC. (HENZE, 2012;
GOPINATH et al., 2003; STARIOLO, 2009).386
Argila dourada destacam-se os seguintes componentes dióxido de silício
(SiO2) -óxido de ferro (Fe2O3) – óxido de cálcio (CaO) pentóxido de fósforo (P2O5)
-óxido de alumínio (Al2O3) -óxido de titânio (TiO2) -- óxido de magnésio (MgO) –óxi-
do de potássio (K2O).387
383 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.13. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
384 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas
diversas cores.p.17. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAces-
so 08 fev. 2019.
385 - BIOVITAL, Linha Sparclay e Linha Oligocolors, p. 06. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/ Acesso 10 agosto 2018.
386 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 20. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
387 - BIOVITAL, Linha Sparclay e Linha Oligocolors, p. 06. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/ Acesso 10 agosto 2018.
235
Argila marrom possui baixo percentual de ferro e elevado teor de silício,
alumínio e titânio e outros oligoelementos.388
Argila preta destacam-se os seguintes componentes, com suas respectivas
estruturas cristalinas, são: alumínio (Al) – CFC; titânio (Ti) – HC, magnésio (Mg) –
HC; zinco (Zi) – HC; ferro (Fe) – CCC e enxofre (S) – ortorrômbica. (HENKE, 2012;
GOPINATH et al., 2003; SAMPAIO, 2008; STARIOLO, 2009).389
Argila rosa, com suas respectivas estruturas cristalinas, são: óxido ferroso
III (Fe2O3) - CCC; sódio (Na) – CCC e óxido de cobre (Cu2O) – CFC. (HENKE, 2012;
GOPINATH et al., 2003; STARIOLO, 2009).390
Argila roxa destacam-se os seguintes componentes, dióxido de silício(SiO2)
– óxido de ferro(FeO3) - óxido de alumínio (Al2O3)– óxido de titânio (TiO2) - óxido
de magnésio (MgO) – óxido de potássio (K2O) - óxido de cálcio (CaO)- pentóxido
de fósforo (P2O5) – óxido de sódio (Na2O).391
Argila verde, com suas respectivas e estruturas cristalinas: óxido de sódio
(Na2O) - CCC; zinco (Zn) – HC; monóxido de potássio (K2O) – CCC; óxido de alumínio
(Al2O3) – CFC; magnésio (Mg) – HC; manganês (Mn) – cúbica; cobre (Cu) – CFC;
alumínio – (Al) CFC; silício (Si) – Cúbica; molibdênio – (Mo) - CCC; óxido de titânio
(TiO2) – HC; lítio (Li++) – CCC; sódio (Na+) – CCC e potássio (K+) – CCC. (HENKE,
2012; GOPINATH et al., 2003; SAMPAIO, 2008; STARIOLO, 2009).392
388 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 22. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
389 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 22. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
390 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 19. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
391 - BIOVITAL, Linha Sparclay e Linha Oligocolors, p. 06. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/ Acesso 10 agosto 2018.
392 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 15. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
236
Argila vermelha, além de ter sua cor como uma forma de cura através da
sua vibração, também possui elementos minerais auxiliando para que isso acon-
teça. Os principais elementos presentes na argila vermelha, com suas respectivas
estruturas cristalinas, são: óxido de magnésio (MgO) – HC; sódio (Na) – CCC; óxido
de ferro (Fe2O3) – CCC; óxido de cobre (CuO) – CFC; óxido de potássio (K2O) – CCC;
ferro (Fe) – CCC; cobre (Cu) – CFC e cromo (Cr) – CCC. (HENKE, 2012; GOPINATH et
al., 2003; SAMPAIO, 2008; STARIOLO, 2009).393
OLIGOELEMENTOS
De origem grega, a palavra oligoelementos significa, pequena quantidade
de elementos. Oligo quer dizer pouco. Os oligoelementos são substâncias de ori-
gem mineral, mais conhecidos como biocatalizadores. Eles podem ser extraídos da
natureza para consumo farmacológico e cosmetológico, estão presentes no orga-
nismo humano em pequenas quantidades. Utilizados de forma cosmetológica, os
oligoelementos podem ser chamados de catalizadores, ou seja, possuem a capaci-
dade de potencializar o efeito de quaisquer outros princípios ativos que estiverem
presentes em sua formulação sem que qualquer substância seja modificada.394
Em tratamentos estéticos são muito utilizados em máscaras (oligoelementos
contidos em argilas, algas etc.) e cremes e loções antienvelhecimento. Pode-se
considerar como fonte principal de oligoelementos as argilas, as algas e o plâncton
marinho.395
No segmento cosmético, os oligoelementos que têm sido utilizados cosme-
tologicamente com eficácia:
393 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 10. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
394 - ROSÁRIO, M. Você sabe o que são oligoelemento? p. 01, 12 fev. 2008. Disponível em: https://guiame.com.br/gospel/familia/voce-sabe
-o-que-sao-oligoelementos.html Acesso 02 fev. 2019.
395 - ROSÁRIO, M. Você sabe o que são oligoelemento? p. 01, 12 fev. 2008. Disponível em:https://guiame.com.br/gospel/familia/voce-sabe
-o-que-sao-oligoelementos.html Acesso 02 fev. 2019.
237
Quadro 12: ATRIBUIÇÕES ESTÉTICAS DOS OLIGOELEMENTOS
OLIGOELEMENTO ATRIBUIÇÕES ESTÉTICAS
ALUMÍNIO Atua na cicatrização, na falta de tonicidade.
BORO Promove renovação celular, reduz edemas e olheiras.
CÁLCIO Em equilíbrio com o potássio, mantém a hidratação da pele e
a harmonia iônica das células cutâneas.
COBRE Atua no desenvolvimento do tecido conjuntivo e síntese
de melanina, em parceria com o enxofre, inibe e controla
as manifestações infecciosas efeito clareador, atua como
anti-inflamatório no tratamento de acne, eficaz na síntese
de colágeno, elastina e ácidos nucléicos. Age na Superóxido
Dismutase favorecendo a neutralização dos radicais livres.
ENXOFRE Usado em pele acneica por sua função esfoliativa,
queratolítica e bactericida.
FERRO Tem papel importante na respiração celular e na transferência
de elétrons. Na pele a carência deste elemento manifestam-
se por uma epiderme fina, seca e com falta de elasticidade.
produz energia e oxigênio para as celular promove hidratação,
antioxidante e anti-aging.
LÍTIO Contribui no metabolismo da água.
MAGNÉSIO Melhora o transporte de elétrons e produção de proteínas,
tem poder de fixar os íons de potássio e do cálcio e participa
da síntese de colágeno, responsável pelo tônus muscular, e
auxilia no combate ao envelhecimento cronológico da pele
tem ação anti-aging e clareador.
238
OLIGOELEMENTO ATRIBUIÇÕES ESTÉTICAS
MANGANÊS Em combinação com o cobre, funciona como atenuante da
sensibilidade é tonificante da pele, antioxidante participa da
síntese do colágeno.
POTÁSSIO Elimina toxinas, ajuda a manter a hidratação e o equilíbrio
iônico das células cutâneas.
SELÊNIO Potente antioxidante, essencial na formação da glutationa,
anti-inflamatório, previne a oxidação de ácidos graxos
insaturados, usado para combater o processo inflamatório da
psoríase, auxilia na neutralização dos radicais livres formados
pela radiação UVA e UVB.
SILÍCIO É um elemento estrutural da matriz extracelular atua como
ponto de junção das macromoléculas, tais como: colágeno,
elastina e glicosaminoglicanos, promovendo firmeza e
elasticidade, purificante, remineralizante, hidratante, anti-
inflamatório e por sua ação regeneradora atua nas cicatrizes.
SÓDIO Em equilíbrio com o potássio, mantém a hidratação da pele e
a harmonia iônica das células cutâneas.
TITÂNIO Fotoproteção.
ZINCO Manutenção do pH cutâneo fisiológico, síntese de colágeno
e da elastina, fundamental para oxigenação celular e
reconstituição da membrana celular, protege os ácidos
nucleicos (RNA e DNA), das células e ao mesmo tempo
garante a integridade molecular celular da pele e do cabelo.
inibe a ação da enzima 5alfa redutase, ação sebo reguladora
e antimicrobiana, minimiza as rugas finas causadas pelo
estresse ambiental.
Fonte: Tabela baseada oligominerals’6 biovital. 396
396 - OLIGOMINERALS’6 Um verdadeiro oásis para a pele. Biovital. p. 06. Disponível em: ˂ http://www.biovital.ind.br/produto/oligomine-
rals-6/ Acesso 09 julho 2018.
239
Estudos in vivo realizados por Rostan et al. (2002) avaliaram a atividade an-
tioxidante do Zinco na forma de íons divalente na pele. O estudo verificou que o zin-
co atua contra os danos causados pelos radicais livres, protege contra a radiação UV,
contribui para as funções imunológicas da pele, minimizando o risco de câncer de
pele. Cosmetic composition based on zinc and cooper sulphates and sucralphate.397
PROPRIEDADES DAS ARGILAS
Figura 19: MINA DE ARGILAS TERRAMATER EM
TIJUCAS DO SUL – PARANÁ/ BRASIL
Fonte: imagem cedida pela Terramater. 398
397 - OLIGOMINERALS’6 Um verdadeiro oásis para a pele. Biovital. p. 05.
398 - TERRAMATER, Mina de Argilas Tijucas do Sul no Paraná. Disponível em:
http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. 2019.
240
A Argila Amarela é rica em Dióxido de Silício e Silício que é o elemento
catalisador para formação da base de colágeno da pele, por isso é indicada para
rejuvenescimento e tratamentos cosméticos. Tem alta capacidade de troca de cá-
tions e aníons. Combate e retarda o envelhecimento cutâneo, nutre com seus sais
minerais necessários para um tecido mais rígido e saudável sem deixá-lo resseca-
do. Tem ótimo efeito tensor e melhora a circulação sanguínea. Rica em Dióxido
de Silício que tem papel fundamental na reconstituição dos tecidos cutâneos e na
defesa do tecido conjuntivo. Tem ação hemostática, purificante, adstringente e re-
mineralizante. Tem efeito hidratante na pele e reduz as inflamações. Também tem
ação na elasticidade da pele atuando na flacidez cutânea.
Argila Bege composta de silicato de alumínio hidratado, resultante da alte-
ração de rochas lavadas pela chuva. Possui um pH muito próximo da pele e seus
principais benefícios são clarear, absorver oleosidade sem desidratar, cicatrizar e
catalisar reações metabólicas do organismo. Indicado para o tratamento de man-
chas, especialmente as derivadas de micose, psoríase, peles sensíveis e delicadas.
Possui propriedades cicatrizantes, devido à elevada porcentagem de alumínio pre-
sente em sua composição.399
A argila branca na sua constituição química encontra-se o óxido de silício,
que tem uma função importante no estímulo da pele para a produção de colágeno
e elastina, dando assim uma característica mais resistente e um aspecto harmôni-
co à pele. A argila branca tem efeito depurativo, higienizante, descongestionante,
tensor suave e revitalizante. Auxilia no aporte sanguíneo, oxigena e nutre a pele.
(PERETTO, 1999; TUROVELSKY, 2005). 400
A argila branca também promove efeitos de suavizar rugas, linhas de ex-
pressão e manchas causadas pela exposição excessiva ao sol. É a mais indicada
para esfoliação facial, por ter seus grânulos arredondados e não irregulares e rom-
399 - BIOVITAL,Linha Oligocolor CB, p.03. Disponível em: ˂ http://www.biovital.ind.br/wp-content/uploads/2016/11/lit_oligocolors_e_spar-
clay.pdf˃ Acesso 10 agosto 2018.
400 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G.M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.18. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
241
bosos como os grânulos das argilas coloridas. (MEDEIROS, 2013; HAUCK, 2011;
CLAUDINO, 2010).401
A argila cinza é utilizada para controlar a seborreia, em tratamentos capi-
lares, tem efeito descongestionante e ajuda na reconstituição da pele (HUARD,
2007). Seu uso interno auxilia no combate de radicais livres e em artrite, no funcio-
namento do pâncreas, tireoide, e em disfunções do sistema reprodutor masculino
e feminino. (MEDEIROS, 2013; VILA Y CAMPANYA, 2000).402
Argila Dourada contém ativos minerais amarelos são ricos em silício, ele-
mento catalisador para formação da base do colágeno da pele, por isso são indica-
das para os tratamentos cosméticos de rejuvenescimento. Têm alta capacidade de
troca de eletrólitos. ` Possuem ação purificante, calmante, adstringente e remi-
neralizante. Também agem na elasticidade da pele melhorando a flacidez cutânea,
controle da produção da oleosidade cutânea, particularmente na face,e também
do couro cabeludo, auxiliar no tratamento de peles acneicas e seborreicas. É a úni-
ca argila estudada que apresenta efeito secativo que resiste mesmo após horas da
remoção da pele sem apresentar efeito rebote.403
Argila marrom efeito ativador da circulação, além de contribuir com um
efeito equilibrador e revitalizador celular. É uma argila rara, devido sua pureza. É
eficaz contra a acne e espinha e tem efeito rejuvenescedor do tecido. O Alumínio
atua contra a falta de tonicidade, tem ação cicatrizante e inibe o desenvolvimento
de estafilococo áureo em cultura. O Silício tem papel fundamental na reconstitui-
ção dos tecidos cutâneos e na defesa do tecido conjuntivo. Tem ação hemostática,
purificante, adstringente e remineralizante. Tem efeito hidratante na pele e reduz
401 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G.M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.18. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
402 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G.M. de S..Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores.p.21. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
403 - BIOVITAL, Linha Oligocolor CD. p. 03. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/wp-content/uploads/2016/11/lit_oligocolors_e_spar-
clay.pdf Acesso 10 agosto 2018.
242
as inflamações. Também tem ação na elasticidade da pele atuando em flacidez
cutânea.404
A argila preta tem uma textura aparentemente gordurosa. Possui efeitos
adstringentes e ativa circulação sanguínea. (WERNER, 2013).405
A Argila Preta ou Lama Negra é considerada um material muito nobre. Ra-
ramente encontrada tão pura. Este material é retirado de uma profundidade maior
que 4 metros. Devido ao alto teor de Alumínio e Silício e baixo percentual de fer-
ro, pode ser usado tanto para cosmética como para tratamento de doenças. Seu
teor de Titânio agrupado com elevados percentuais de Alumínio e Silício indica
um material com excelente agente rejuvenescedor. Tem ação anti-inflamatória,
antiartrítica, absorvente, antitumoral e antiestresse. Melhora a circulação sanguí-
nea periférica favorecendo a reprodução celular. Argila secundária de composição
rica e diferenciada em sais minerais e oligoelementos muito importantes para o
metabolismo da pele.406
A argila rosa tem propriedades de tonificar a pele, promovendo elasticida-
de, realça o brilho da pele e a maciez, além de emoliente, relaxante e antioxidante.
(MEDEIROS, 2013).407Ideal para peles cansadas e sem viço. Vitaliza a pele, devolve
a luminosidade natural da pele, aumenta a circulação, absorve toxinas e hidrata a
pele. A argila rosa é a mais suave de todas as Argilas. É indicada para peles sensí-
veis, delicadas, com vasinhos e rosácea, pois possui ação desinfetante, suavizante
e emoliente. Tem propriedades cicatrizantes e suavizantes, é recomendada para
peles desidratadas e delicadas. Possui grande poder tensor indicada nos tratamen-
tos de flacidez tissular, combate à desestruturação do tecido conjuntivo devido aos
404 - MENESES, N. V. M. Argiloterapia na idade adulta. p. 03, 05 out 2010. Disponível em: ˂httphttps://www.webartigos.com/artigos/argilo-
terapia-na-idade-adulta/48871/˃. Acesso 20 dez 2018.
405 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 22. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
406 - MENESES, N. V. M. Argiloterapia na idade adulta. p. 04, 05 out 2010. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/argiloterapia-
na-idade-adulta/48871Acesso 20 dez 2018.
407 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 19. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
243
sinais de envelhecimento, reidrata a pele, combate os radicais livres.408
Argila Roxa é rica em magnésio, induz à manutenção do gel celular, forman-
do o colágeno, essencial para manter a pele com aspecto mais jovem, nutritiva
e detoxificante, para todos os tipos de pele inclusive as sensíveis, realizam troca
iônica com a pele, adsorvem oleosidade da pele e couro cabeludo, revitalizam pele
cansada, removem células mortas retiram impurezas e promovem a homeostasia
cutânea. 409
A argila verde promove a eliminação de toxinas, fazendo com que melhore
a circulação sanguínea, e descongestione a circulação linfática. É muito utilizada na
massagem desintoxicante, para manter o equilíbrio no sistema. A argila verde pro-
voca um efeito adstringente (controlador da oleosidade), é um esfoliante suave,
tem uma ação emoliente e é indicada para tratamentos de pele acneica. (PERET-
TO, 1999; MEDEIROS, 20O7; CLAUDINO, 2010; VILA Y CAMPANYA, 2000; HAUCK,
2011; PERIÓDICO DE DOCUMENTAÇÃO PROFISSIONAL EM ESTÉTICA, 2004).410
Argila Vermelha é uma Argila Secundária porosa, pouco densa, rica em óxi-
do de ferro e cobre. Hidrata e previne o envelhecimento da pele. O Óxido de Ferro
tem papel importante na respiração celular e na transferência de elétrons.411
408 MENESES, N. V. M. Argiloterapia na idade adulta. p. 04, 08 dez 2018. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/argilotera-
pia-na-idade-adulta/48871 Acesso 20 dez 2018.
409 - BIOVITAL, Linha Oligocolor CRX. p. 03. Disponível em:
http://www.biovital.ind.br/wp-content/uploads/2016/11/lit_oligocolors_e_sparclay.pdf Acesso 10 agosto 2018.
410 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas di-
versas cores. p. 16. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pdfAcesso
08 fev. 2019.
411 - MENESES, N. V. M. Argiloterapia na idade adulta. p. 04, 08 dez 2018. Disponível em: ˂https://www.webartigos.com/artigos/argilotera-
pia-na-idade-adulta/48871. Acesso 20 dez 2018.
244
Quadro 13: ARGILAS - SUAS CORES E PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS
CORES PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS
AMARELA Rugas, melasma,rosácea, remineralizante, nutritiva,
purificante, antioxidante e hidratante.
BEGE Clareadora, oleosidade, cicatrizante, manchas de micose,
psoríase, peles sensíveis e delicadas.
BRANCA Acne, rugas, cicatrizante, hidratante, descongestionante,
tensor e revitalizante.
CINZA Adstringente, descongestionantes e anti radicais.
DOURADA Rejuvenescedor, purificante, calmante, adstringente e
remineralizante.
MARROM Pele lipídica, rosácea, acne e espinhas, ativador e
revitalizador celular, cicatrizante, purificante, adstringente e
remineralizante.
PRETA Acne, anti-aging, nutritiva, adstringente, anti-inflamatório,
descongestionante, cicatrizante e antisséptica.
ROSA Peles sensíveis e desidratadas, rugas, ação calmante,
tonificante, relaxante,cicatrizante, detoxificante e
antioxidante.
ROXA Peles sensíveis, psoríase, anti-aging, nutritiva e detoxificante
VERDE Pele lipídica, acne, detoxificante, adstringente, controlador
oleosidade e emoliente.
VERMELHA Pele alipíca e sensível, rosácea, resistência periférica, firmeza,
elasticidade, hidratação e anti-aging.
FONTE: dados da autora
245
ARGILAS PARA FINS COSMÉTICOS
As argilas utilizadas para fins cosméticos e farmacêuticos devem seguir
uma série de requisitos de segurança química (pureza, estabilidade, inércia quí-
mica), física (tamanho da partícula, textura) e toxicológica (controlado teor de me-
tais pesados). Para oferecerem produtos com alto grau de qualidade (MATTIOLI et
al.,2016).412
As propriedades tecnológicas dos ativos minerais brutos dependem das
propriedades dos minerais presentes, a composição mineral total, distribuição do
tamanho das partículas, grau de consolidação e condições de processamento.413
A maioria das propriedades dos ativos minerais são derivadas dos seus ar-
ranjos cristalinos e da consequente reatividade dos cristais, assim como também
são o reflexo da distribuição das cargas eletrostáticas das camadas estruturais.414,415
A Terramater Argilas Especiais Brasileiras, empresa sediada em Santa Cata-
rina/Brasil desenvolveu uma linha de insumos a base de argila, exclusivamentepa-
ra o mercado cosmético, apresentando propriedades comprovadas clinicamente,
a linha de argilas orgânicas Tersil e Sparclay disponível nas cores amarela,branca,
bege, cinza, dourada,marrom, preta, rosa, roxa, verde e vermelha, o que diferencia
estas linhas são as granulometrias, onde a linha Tersil possui granulometria me-
nor 80mesh e Sparclay granulometria menor que 200mesh. São 100% orgânicos
e apresentam certificação ECOCERT, reforçando ainda mais o processo ambiental-
412 - GUISONI, T. D. G., RIBEIRO, I. M. Benefícios da argila em procedimentos estéticos. p. 08, 12 agosto 2018. Disponível em: https://riuni.
unisul.br/handle/12345/5603 Acesso 29 jan 2019.
413 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Oligocolor CB. p. 03. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/
acesso 09/01/2019.
414 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Oligocolor CB. p. 03. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/
acesso 09/01/2019.
415 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Oligocolor CB. p.03. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/
acesso 09/01/2019.
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mente correto, sustentável e as fontes renováveis de extração dos oligoelemen-
tos.416
A DIFERENÇA ENTRE INGREDIENTE ATIVO
NATURAL E INGREDIENTE ORGÂNICO
Ingredientes Ativos Naturais: tem origem de plantas e minerais (como a
argila) sem aditivos sintéticos ou fabricados emlaboratórios;
Ingredientes Ativos Orgânicos: também tem origem de plantas e minerais
sem aditivos sintéticos, porém são severamente controlados por órgãos especiali-
zados para estabelecer os padrões de qualidade que garantem e comprovam que
o produto orgânico mantém características naturais para eficácia nos tratamentos;
promovendo melhorias de maneira funcional e harmônica nos cuidados com a saú-
de, estética e bem-estar. Produtos orgânicos desejam expressar que seu produtor
tem a preocupação com todo o planeta até o indivíduo em especial, pois uma pro-
dução orgânica cuida de todo o meio ambiente, não utiliza materiais que possam
deixar resíduos no solo ou nas águas, não utilizam pesticidas ou geram esgotos, e
não permitem os testes em animais.417
Mesmo que a produção ocorra de forma mais lenta e de custo mais elevado
que o convencional, os orgânicos são produzidos de forma sustentável e resultam
em cuidados e a preservação da saúde do indivíduo e do planeta terra.418
SEQUÊNCIA DO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DAS ARGILAS TERRAMATER
ATENDENDO AS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE INSUMOS COSMÉTICOS
Extração em locais apropriados e sob controle do DNPM (Departamento
Nacional de Produção Mineral).
Secagem ao sol para retirada da umidade natural.
416 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Oligocolor CB. p.01,02. Disponível em: http://www.biovital.ind.
br/ acesso 09/01/2019.
417 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Oligocolor CB. p.02. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/
acesso 09/01/2019.
418 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Oligocolor CB. p.02. Disponível em: http://www.biovital.ind.br/
acesso 09/01/2019.
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Processo de moagem sem contato humano.
Desenvolvimento de tecnologia com aplicação de ozônio para controle mi-
crobiano (mesófilos e clostridium sp.), nesta etapa são utilizados pulsos contro-
lados de calor eozônio. Propõe-se uma prática responsável para uso de agentes
microbicidas em insumos cosméticos, respeitando a natureza. O uso de ozônio
deixa como artefato residual somente gás oxigênio (O2).
Rigoroso controle granulométrico e microbiológico.419
Os oligoelementos coloridos da Linha Sparclay Mineral são complexos de
minerais alumíno-silicatos que apresentam dimensões microscópicas e formatos
lamelares. Alternam-se com moléculas de água e com outros elementos. São livres
de componentes potencialmente irritantes como fragrâncias, pigmentos sintéticos
e preservantes e refletem cores nas mais diversas tonalidades para aplicações múl-
tiplas em cosméticos.420
Linha Sparclay (partículas micronizadas) oligoelementos coloridos microni-
zados e dermatologicamente testados e aprovados nos ensaios clínicos de seguran-
ça e sensibilização cutânea. O processo de micronização consiste em transformar
a granulometria em partículas que apresentam em média 5,5 µm. Seu tamanho,
porém, não gera perda de propriedades, já que as partículas dos ativos minerais
são menores que 2,0 µm.421
Aplicações Linha Sparclay: máscaras faciais pré-maquiagem, mineral pow-
der e make up mineral, blush, sombras, batons, lápis, neutracolor mineral, pigmen-
tos orgânicos e produtos que permanecem na pele e nos cabelos.422
Os insumos da linha Tersil, desenvolvidos pela Terramater Argilas Especiais
419 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Oligocolor Branca. p.02. Disponível em: http://www.biovital.ind.
br/acesso 09/01/2019.
420 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Sparclay Mineral CRX.p.01. Disponível em: http://www.biovital.
ind.br/acesso 09/01/2019.
421 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Sparclay Mineral CRX. p.03. Disponível em: http://www.biovital.
ind.br/acesso 09/01/2019.
422 - BIOVITAL, Indústria Brasileira. Oligoelementos Coloridos Orgânicos, Sparclay Mineral CRX. p.04. Disponível em: http://www.biovital.
ind.br/acesso 09/01/2019.
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Brasileiras foram selecionadas em locais apropriados para mineração no Vale Eu-
ropeu em Santa Catarina e na Região calcárea de Tijucas do Sul no Paraná. A linha
Tersil é composta de diferentes argilas brasileiras, apresentando diferentes perfis
granulométricos desenvolvidos especialmente para diferentes aplicações cosmé-
ticas. Os produtos da linha Tersil foram selecionados através de muitos anos de
pesquisas envolvendo o uso popular, a seleção de minas, a pesquisa de metais e
principalmente através de avaliação clínica de segurança e eficácia realizados em
laboratório REBLAS.423
Os produtos da linha Tersil poderão ter seu uso pela indústria cosmética,
puro ou aplicado em diferentes formulações cosméticas. A Terramater processa a
linha Tersil em uma planta industrial construída especificamente para esta ativida-
de, atendendo as Boas Práticas de Fabricação de Insumos Cosméticos.424
ALTERAÇÕES DAS ARGILAS NA PELE
A argila possui três propriedades fundamentais:
Absorção: a principal propriedade que lhe atribui a propriedade da malea-
bilidade; quando se mistura argila com água obtém-se uma pasta eficaz no trata-
mento de inflamações, edemas e inchaços.425
Liberação: a argila tem facilidade para liberar elementos que fazem parte
de sua constituição (ativos), sendo muito importante pelo seu efeito protetor e
absorvedor de toxinas em vários órgãos, principalmente a pele e mucosas.426
Adsorção: um processo físico-químico pela qual as argilas deixam passar
moléculas, elementos gasosos e partículas microscópicas do meio ambiente e bac-
térias com o intuito de deslizaram para o interior da pele. Esse poder é muito
grande e quase irreversível, tornando-se assim, muito útil na fixação de toxinas
423 - TERRAMATER, Ingredientes Ativos Minerais.TERSIL CBV. p.01, nov. 2013.
Disponível em: ˂http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. 2019.
424 - TERRAMATER, Ingredientes Ativos Minerais.TERSIL CBV. p.01, nov. 2013.
Disponível em: ˂http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. 2019.
425 - MENESES, N. V. M. Argiloterapia na idade adulta.p.03, 05 out 2010. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/argiloterapia-
na-idade-adulta/48871. Acesso 20 dez 2018.
426 - MENESES, N. V. M. Argiloterapia na idade adulta.p.03, 08 dez 2018. Disponível em: ˂https://www.webartigos.com/artigos/argilotera-
pia-na-idade-adulta/48871. Acesso 20 dez 2018.
249
presentes no organismo para uma posterior eliminação das mesmas. Acredita-se
que suas propriedades normalizadoras se devem às trocas energéticas, iônicas e
radiônicas, exercidas pelos elétrons livres existentes nos minerais de sua compo-
sição, tais como: manganês, magnésio, alumínio, ferro, sílica, titânio, cobre, zinco,
cálcio, fósforo, potássio, boro, selênio, lítio, níquel, sódio e outros. Outro aspecto
interessante é que a argila possui uma inteligência ao trabalho que vai se reali-
zar, seja ele sedar, tonificar estimular ou absorver, além de potencializar o sistema
imunológico, e não ser toxina.427
A argila possui importantes propriedades cosméticas, no momento em que
é utilizada um sistema de troca entre a pele e os elementos minerais liberados pe-
las argilas em meio aquoso, acontece por meio da permeação dos oligoelementos
na pele devido à capacidade de troca de cátions das argilas, e também pela água,
que é absorvida pelos queratinócitos, que geram uma troca iônica de íons e facili-
tam a entrada nos espaços intersticiais das células da derme e epiderme, auxiliam
na respiração celular e transferência de elétrons, possibilitando a obtenção de re-
sultados satisfatórios, quando são usadas em tratamentos estéticos tanto faciais
como os corporais.
TRATAMENTOS
Existem relatos constatando que a aplicação da argila responde positiva-
mente no alívio e tratamento em casos de contusões, esforço físico excessivo, má
postura, patologias degenerativas, processos inflamatórios, desintoxicação, trata-
mento de ferimentos, lesões superficiais, revitalização do corpo, processos dérmi-
cos e digestivos, distúrbios circulatórios e linfáticos, desequilíbrios gênito-urinários
e respiratórios, quadros de estresse, cardiopatias, patologias e lesões ou traumas
musculares (MEDEIROS, 2013). Para Vila Y Campanya (2000), as ações terapêuticas
da argila são: antisséptica, analgésica, desintoxicante, mineralizante, equilibradora
térmica e energética, anti-inflamatória, bactericida e cicatrizante. Geoterapia, la-
427 - MENESES, N. V. M. Argiloterapia na idade adulta.p.03, 08 dez 2018. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/argiloterapia-
na-idade-adulta/48871. Acesso 20 dez 2018.
250
materapia, argiloterapia, terapia do barro, hidrogeoterapia, são nomes designados
nas práticas que utilizam argila para fins medicinais. (MEDEIROS, 2013).428
Cada argila possui sua particularidade no que se diz respeito aos fins tera-
pêuticos, as cores são fatores contribuintes para esta diferenciação. Para a utiliza-
ção da argila correta depende da avaliação de um(a) profissional a que indicará a
cor correta a ser utilizada, bemcomo a necessidade de utilizar-se sinergias para o
objetivo do tratamento (MEDEIROS,2013).429, 430
A eficácia do tratamento da argiloterapia pode ser potencializada com a
associação a outros métodos terapêuticos, para produzir um efeito mais eficaz, é
o que chamamos de mecanismos potencializadores e destacamos entre vários, a
utilização de óleo essencial (LIMAS; DUARTE; MOSER, 2010).431
Segundo AMORIM; PIAZZA, (2010) o protocolo geral para a utilização da
argila facial consiste: para começar o tratamento e importante higienizar a pele,
para retirada das sujidades. Iniciando com o sabonete específico para cada tipo de
pele. Em seguida deve-se fazer uma esfoliação com a finalidade de retirar o exces-
so de células mortas. Após a esfoliação, deve ser preparada a mistura de argila pó
misturada com água purificada até obter uma pasta. Após a preparação da mistu-
ra, aplicar sobre a face, evitando a área dos olhos e da boca. Deixar agir por vinte
428 - LOPES, L. F. de M., MEDEIROS, G. M. de S. Argilas medicinais: Potencial simbólico e propriedades terapêuticas das argilas em suas
diversas cores. p. 03, 04. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/266312625/Argilas-Medicinais-Potencial-Simbolico-e-Propriedades-pd-
fAcesso 08 fev. 2019.
429 - TOYOKI, B. K., OLIVEIRA, A. C. T. Argiloterapia: Levantamento dos constituintes e utilizações dos diferentes tipos de argila. Revista
Eletrônica Beleza in, São Paulo, p. 05, 04 fev. 2015. Disponível em: ˂ http://belezain.com.br/adm/uploads/argilok144.pdf Acesso 21 jan. 2019.
430 - TOYOKI, B. K., OLIVEIRA, A. C. T. Argiloterapia: Levantamento dos constituintes e utilizações dos diferentes tipos de argila. Revista
Eletrônica Beleza in, São Paulo, p. 05, 04 fev. 2015. Disponível em: http://belezain.com.br/adm/uploads/argilok144.pdf Acesso 21 jan. 2019.
431 - GUISONI, T. D. G., RIBEIRO, I. M. Benefícios da argila em procedimentos estéticos. p. 12, 12 agosto 2018. Disponível em: https://riu-
ni.unisul.br/handle/12345/5603Acesso 29 jan. 2019.
251
minutos. Em seguida, retirar com água. E finalizar com um hidratante e protetor
solar próprio para cada tipo de pele.432
ARGILAS NA ATUALIDADE
A utilização da argila em procedimentos estéticos faciais e corporais tem
recebido atenção especial nas áreas da cosmetologia e da medicina estética, devi-
do suas inúmeras propriedades, sendo aplicadas para tratamentos de pele, apesar
dos avanços e tecnologias utilizados no ramo estético, os profissionais dessa área
procuram aliados naturais para melhor desempenho de seus tratamentos, pessoas
buscam procedimentos que não afetem a sua saúde, por isso recorrem a produ-
tos naturais. Diante disso, a aplicação da argila e suas tantas funções terapêuticas
possibilitam a construção de novos tratamentos na área de estética, sobretudo, ao
inovar procedimentos relacionados aos produtos naturais.433
Alguns pré-requisitos são importantes para que seja usada a argila em
preparações farmacêuticas e cosméticas: grau de pureza mineral, granulometria,
quantidade de água absorvida, contaminação microbiológica e composição quími-
ca. São encontradas na forma de loções, cremes, emulsões e pastas.434
O uso das argilas em cosméticos é para o ajuste de propriedades reológicas
e para estabilizar emulsões e suspensões. Quando fazem parte de uma formulação
industrial cosmética, que em geral inclui moléculas tensoativas, perfumes, antioxi-
dantes, dentre outras, espera-se que as argilas sofram algum tipo de modificação
química principalmente quando se trata de um produto líquido ou pastoso, nos
quais as argilas estão em suspensão. As argilas são usadas como agentes reológi-
432 - SOUZA, A. P., et al. Os benefícios das argilas e óleos essenciais: Uma revisão bibliográfica. p. 10. 02 maio 2012. Disponível em:ht-
tps://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/5603/Artigo%20Taise%20%20Argila-%2012-08-18.pdf?sequence=1&isAllowed=yAcesso 24
jan. 2019.
433 - GUISONI, T. D. G., RIBEIRO, I. M. Benefícios da argila em procedimentos estéticos. p. 12, 12 agosto 2018. Disponível em: https://riuni.
unisul.br/handle/12345/5603Acesso 29 jan. 2019.
434 - BROD, M. E., OLIVEIRA, S. P. Tratamento da acne com argiloterapia. p.07,08. Disponível em: https://tcconline.utp.br/media/
tcc/2017/05/TRATAMENTO-DA-ACNE-COM-ARGILOTERAPIA.pdfacesso 22 jan. 2019.
252
cos nesse tipo de emulsão, porque podem ser molhadas por ambas as fases líqui-
das. Elas agem, desse modo, como uma barreira física que previne a coalescência
das gotas de líquido da emulsão, impedindo a separação de fases (TEIXEIRA NETO,
2009). Os minerais são utilizados em formulações de protetores e cremes, pois
possuem grande capacidade de adsorção (CARRETERO, 2010).435
O uso de argilas não possui contraindicação, mas aconselha-se o uso com
moderação, pois possuem ação esfoliante, e este efeito quando usado em excesso,
pode causar inflamação e manchas.436
As argilas em estudos recentes ficaram comprovados seus efeitos a nível
patológico, psíquico e emocional.
DOSAGEM RECOMENDADA DAS ARGILAS: 0,1 – 100%.
KAOLIN
Kaolin, Caulim ou caulino é um minério composto de silicatos hidratados de
alumínio, como a caulinita e a haloisita, e apresenta características especiais que
permitem sua utilização na fabricação de cosméticos, papel, cerâmica, tintas, entre
outras.437
O termo Kaolin (china clayou também KaoLing) serefere a uma colina ao
norte da China, onde o material era inicialmente obtido. É formado essencialmente
pela caulinita e apresenta, em geral, cor branca ou quase branca, devida ao baixo
teor de ferro. É um dos seis minerais mais abundantes do topo da crosta terres-
tre.438
435 - SILVA, R. A. O., et al. Potencial tecnológico das argilas na cosmetologia. p. 2692013. vol. 6, n. 3, p. 267-274. Disponível em: https://
portalseer.ufba.br/index.php/nit/article/viewFile/11423/8250 Acesso 05 fev.2019.
436 - BROD, M. E., OLIVEIRA, S. P. Tratamento da acne com argiloterapia. p.08. Disponível em: https://tcconline.utp.br/media/tcc/2017/05/
TRATAMENTO-DA-ACNE-COM-ARGILOTERAPIA.pdfacesso 22 jan. 2019.
437 - TERRAMATER, Kaolin. p.01, jan. 2018. Disponível em: http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. de 2019
438 - TERRAMATER, Kaolin. p.01, jan. 2018. Disponível em: http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. de 2019
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A primeira utilização do Kaolin foi na fabricação de artigos cerâmicos e de
porcelana, há séculos. A partir de 1920 teve início a aplicação do Kaolin na indús-
tria de papel, sendo precedida pelo uso na indústria de borracha. Posteriormente
passou a ser utilizado em plásticos, rações, cosméticos, produtos alimentícios e
farmacêuticos, fertilizantes e outros.439
É formado por um grupo de silicatos hidratados de alumínio, principalmente
caulinita e haloisita. Contém também outras substâncias sob a forma de impurezas;
palhetas de mica, grãos de feldspato, óxidos de ferro e titânio etc. A fórmula quími-
ca dos minerais do grupo da caulinita é Al2O3.mSiO2.nH2O, onde varia de 1 a 3, e n
de 2 a 4. Embora o mineral caulinita seja o principal constituinte do Kaolin, outros
elementos além do alumínio, silício, hidrogênio e oxigênio acham-se geralmente-
presentes. Pode ser utilizado para adição ou substituição das argilas plásticas, apre-
sentam plasticidade e resistência mecânica, a seco.440
Na indústria cosmética, o Kaolin é extremamente útil devido à sua estrutura
fina e leve, ideal para garantir propriedades sensórias e reológicas delicadas. Sua
dureza é de 2Mohs, sendo macio e não abrasivo, apto a ser utilizado em cosméticos
para tratamento da pele do rosto e do corpo mesmo em pessoas de pele sensível,
além de benefícios aos cosméticos, como melhora do sensorial e da estabilidade
além da atividadede toxificante, pela característica de absorção de ambos, subs-
tâncias oleosase aquosas. O tamanho médio da partícula é de 1 mícron, e é com-
pletamente inerte e atóxico, podendo inclusive seringerido.441
Kaolin Terramater®é um grupo dos argilominerais, que são materiais natu-
rais, de característica plástica quando hidratados e compostos por partículas
extremamente finas de filossilicatos, estruturas com a forma de múltiplas camadas,
com uma folha tetraédrica ligada por átomos de oxigênio em folhas tetraédricas
e octaédricas de alumínio. Estes filossilicatos complexos podem conter diferentes
439 - TERRAMATER, Kaolin. p.01, jan. 2018. Disponível em: http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. de 2019
440 - TERRAMATER, Kaolin. p.01, jan. 2018. Disponível em:http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. de 2019
441 - TERRAMATER, Kaolin. p.01, jan. 2018. Disponível em: http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. de 2019
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tipos e concentrações de metais tais como: Titânio, Magnésio, Cobre, Zinco, Alumí-
nio, Cálcio, Potássio, Manganês, Lítio, Sódio e Ferro.442
O Kaolin Terramater® é um modificador reológico já em aplicações com
apenas 1%, aumentando a tixotropia dos cosméticos, melhorando o sensorial dos
semissólidos, facilitando a aplicação e a espalhabilidade. O kaolin tem uma estrutura
de filossilicato, que absorve e adsorve substâncias hidrofílicas e lipofílicas. Devido
esta característica, este insumo remove da pele e cabelo poluentes, excesso de
oleosidade, suor, ceras (vindas dos tratamentos cosméticos) sem desidratar os
mesmos. Além disso, o Kaolin, gera um campo elétrico negativo (mensurado atra-
vés do potencial zeta), esta característica acelera a homeostase da pele (MITSUHI-
RO& DENDA, 2001), melhorando a cicatrização e o seu aspecto.443
PROPRIEDADES
Antipoluição, Detox e Redução de odor.
A característica deste mineral é sua alta capacidade de absorver e adsorver
água e óleo (impurezas e/ou excesso de oleosidade e suor), desintoxicando a
pele e o couro cabeludo e agindo como ativo auxiliar em desodorantes e anti-
perspirantes.
Apresenta excelente perfil de segurança.
Excelente compatibilidade com insumos cosméticos.
Melhora a estabilidade das emulsões e géis.
Melhora o sensorial.
Em função de sua complexa estrutura atômica (zeta potencial e capacidade
de troca catiônica) e sua alta capacidade de absorção de água, auxilia na estabili-
dade de emulsões e na melhora do sensorial do produto cosmético e do sensorial
da pele após a aplicação. Auxilia na melhora do sensorial das emulsões reduzindo
o toque oleoso. Conceito talco livre “Talc Free”.444
442 - TERRAMATER, Kaolin. p.02, jan. 2018. Disponível em: http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. de 2019
443 - TERRAMATER, Kaolin. p.07, jan. 2018. Disponível em: http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. de 2019
444 - TERRAMATER, Kaolin. p.10, jan. 2018. Disponível em: http://terramater.ind.br/acesso em 30 jan. de 2019.
255
Aplicações
Filtro solar.
Antiperspirantes e desodorantes Dry Xampu (spray e/ou barra).
Toda a linha de maquiagem (batons, pós, emulsões, entre outros).
Cremes e/ou emulsões especiais.
Concentrações recomendadas
Skin Care O/A: 3-10%
Skin Care A/O: 2-6%
Dry Xampu: 2-4%
Antiperspirantes e desodorantes: 2-4%
Make-up: 5-90%
Kaolin Terramater é 100% Natural. Sem conservantes ou alterações químicas. O
processo de descontaminação é “verde” e não usa radiação gama. Aprovado ECO-
CERT e COSMOS.
256
257
Trabalho
de alunas
Os trabalhos aqui apresentados são de responsabilidade das autoras rela-
cionadas abaixo, e podem individualmente apresentar associações de utilização
da cosmetologia, peeling, microagulhamento, radiofrequência, LED, laser, limpe-
zas de pele, drenagem linfática, técnicas de massagem manual.
Pois nosso intuito é confirmar que a cosmetologia se faz presente nas mais
diversas técnicas empregadas nos consultórios e clínicas de estética.
258
“Aprendi que algumas vezes tudo
que precisamos é de uma mão
para segurar e um coração para
nos entender. Que são pequenos
acontecimentos diários que tornam
a vida espetacular. Aprendi que
não posso escolher como me sinto,
mas posso escolher o que fazer a
respeito; que todos querem viver
no topo da montanha, mas toda
felicidade e crescimento ocorrem
quando você a está escalando...”
William Shakespeare”
259
Paola Bragato
Fisioterapeuta Dermatofuncional
Crefito 148039-F
Clínica spazio Paola Bragato
Boa Vista – RR
ANTES
DEPOIS
260
Geysa Teixeira Costa Brito
Biomédica / Crbm-2 2195
Guanambi-BA
Instragram: @Geysa.costa.brito
Clínica de Estética Dra. Geysa Brito
ANTES
DEPOIS
261
Isabelle Romannini
Esteta cosmetóloga
Florianópolis
Contato: (48) 99908-5444
Instagran: @ isabelleromanini
@ Esteticafacialavancada
ANTES
DEPOIS
262
Jacqueline Panelli
Fisioterapeuta
Crefito 133.333 /7 região
Camaçari-Ba
Clínica @esculpirsaude
Tels: 7131253364 ou 984594242
ANTES DEPOIS
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Mayara de Sá Antão Oliveira
Fisioterapeuta (CREFITO 180.703-F)
Rua José Timóteo Rodrigues, 108
centro|Fronteira-PI
instagram: @Mayaraantao
whatsapp: (89) 99979-2663
ANTES
DEPOIS
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Micheli Lago
Contato: @estetamichelilago
Cidade: Timbó/SC
Profissão: Técnica em Estética
ANTES
DEPOIS
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Monique Desireé Dino
Fisioterapeuta - Crefito 225971-F
47 991251029
47 36427082
CLINICA NOVA MULHER.
instagram @clinica_nova_mulher
Rio Negro - Paraná
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DEPOIS
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Pâmela Spadari Crippa
Fisioterapeuta
Crefito 210.040-F /5 região
Instagram: @pamelac.fisiodermato
Contato: (54) 99103-0780
Caxias do Sul - RS
ANTES
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DEPOIS
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Bruna Valéra de Oliveira
Fisioterapeuta 184197F
Clínica La Belle
Ouro Fino- MG
Instagram: @clinicalabellefisio
Facebook: @clinicalabellefisiodermato
Página Face Clínica La Belle
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Bárbara Broering Pagani
Esteticista e Cosmetóloga
Pós-graduanda em Cosmetologia e estética e
Ciências da Pele – IPUPO / RS
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Email: [email protected]
Instagram: @ bahpagani
Facebook: Bárbara Broering Pagani
Palhoça / SC
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Eveline Faria Silva
Fisioterapeuta
Crefito 118181/F
Contato: (33) 98415-0258 – (33) 3332-1294
Instagram: @draeveline_dermatofuncional
ANTES
DEPOIS
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E-mail: [email protected]
Clínica Fisioterapia Dermatofuncional
Eveline Faria
Rua Monsenhor Gonzalez, 618, sala 502.
Centro, Manhuaçu - MG.
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Júlia Basso Piancini
Esteticista
Rondonópolis/MT
(66) 9 9940-5219
[email protected] @juliabassopiancini
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Manoela Sonego Alcancio
Cidade: Cerquilho - SP
Telefone: (15) 99693-9196
Instagram: @manoelaalcancio
Facebook: Manoela Alcancio
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Rosilene Justo Menenguci
Iúna -ES
Esteticista
Insta e facebook: Rosilene Menenguci
(28) 9 9995-9221
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Marjolie Marques
Itabuna Bahia
Farmacêutica Esteta
73-991208748
@dra.marjolie.marques
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Priscila Nicolodi
Esteta Cosmetóloga
Pós Graduada em Cosmetologia Clínica e
Ciências da Pele
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Garibaldi/RS
@atualle_gerenciamentocutaneo
@priscila.nicolodi
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Vanessa Luzardo Naizer
Esteticista
Curitiba- PR
(41) 999424192
Instagram: @vanessa_lnaizer
Facebook: Vanessa Naizer
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H omenagem
aos meus pais
PAULO E IVONE MOSER
Sabidamente, todos nós, moldamos
nosso caráter, personalidade, sonhos,
enfim, nossa vida tendo como modelo
nossos pais.
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Sou grata em dizer que meus pais, Paulo e Ivone Maria marcaram profun-
damente minha vida. E sinto que devo isso a eles. Contar nesse momento um pou-
co da trajetória de nossa família. Uma vida sem histórias é uma vida sem passado,
e sendo assim, sem futuro.
Precisamos refletir sobre o passado para conseguirmos compreender os
inúmeros porquês da nossa vida.
É o famoso fio condutor que nos leva a uma vida cheia de aspirações e
permeada de memórias. Reconhecer que não se é perfeito, e que nunca seremos,
é o início de tudo.
Minha infância, minha adolescência, meu primeiro emprego, minhas esco-
lhas pela profissão que tenho hoje, tudo isso foi certamente influenciado por meus
pais. Vitórias e derrotas, alegrias e decepções, me moldaram a ser quem sou hoje.
MOSER - Este nome costuma ser entendido como significando “morador
do prado, da campina”, isto é, do campo, indicando com isso que a agricultura
era a ocupação dos primeiros portadores desse nome. Um antigo membro dessa
família era conhecido como Ulrick von Seedorf (que usava o sobrenome de Mo-
ser ou, em latim, Mosarius), cavaleiro, que viveu no Cantão de Berna, Suíça, num
lugar chamado Moosedorf, em 1242. Sabe-se de pessoas com o nome Moser que
residiam na Suíça pela existência de descrições de brasões de armas medievais.
Existiam também brasões de armas de pessoas com o nome Moser na Prússia, na
França e no Palatinato. Assim, os Moser eram provavelmente descendentes de
tribos germano-teutônicas que, pressionadas pelos hunos provenientes das este-
pes da Ásia, venceram as legiões romanas aproximadamente em 375-400 D. C. e
tomaram conta da maior parte do que atualmente é a Europa.
Este nome de família, atualmente presente nos países europeus da Ale-
manha, Austria, Suíça e França, durante séculos foi sempre pronunciado como
“Môser”. Também parece que esta é a pronúncia predominante em outros paí-
ses. Foi na região de Pine, ao norte de Trento / Itália, que se passou a pronunciar
“Mosér”. A variante “Mosele” é típica da Valsugana. Todavia, nas colônias da Amé-
rica do Norte, não era incomum encontrar o nome pronunciado como “Mosier”,
295
“Moshier”, “Messer”, “Musser”, “Mosser”, “Mozier”, “Musier”, “Mouser”, “Mo-
sar”, “Mouse”, “Mozer”, “Mosir”. Estas variantes eram devidas provavelmente a
erros de transcrição e à dificuldade dos ingleses pronunciarem corretamente um
nome de origem alemã.
Muitos Moser foram da Áustria para a Itália, sobretudo para as regiões de
Alto Adige e Trento - famoso Tirol - região que ora pertenceu à Áustria ora à Itália,
passando a pertencer definitivamente à Itália no fim da guerra de 1914-1918.
Meus avós paternos, Ângelo Moser e Maria Sevegnani, filhos de imigrantes
italianos fizeram sua história no vale do Itajaí/Santa Catarina, eu não os conheci,
pois já haviam falecido quando nasci.
Meus avós maternos, Emilio Rieke e Ana Paula Tyrek, filhos de imigrantes
alemães fizeram sua história, na cidade de União da Vitória, Paraná. E com toda
certeza apesar de eu não assinar o sobrenome Rieke, deixaram em mim marcas
profundas, de amor e sabedoria.
E assim começava minha biografia, mesmo antes de eu existir.
Segundo informa Jordanus in Dem Mose nas Fontes Rerum Berenaium, os
Moser seriam uma família camponesa, livre, cujo primeiro registro documentado
consta de arquivos anteriores a 1275.
E é exatamente assim que me sinto, hoje, Livre. Liberdade para ser quem
quero ser, para criar, para amar, para viver.
296
“PINTADO A MÃO EM PORCELANA POR MINHA
MÃE “IVONE MARIA RIEKE MOSER”
BRASÃO
O Brasão “Moser” tem várias representações. Em quase todas o elemen-
to central são três plantas de taboa, facilmente encontradas em brejos. Em Treze
Tílias/SC (colonizada por austríacos-tiroleses), conversando com Conrado Moser,
escultor, me mostrou um brasão de armas dos Moser que representa um banhado
com três plantas de taboa (cuja flor parece um limpador de garrafas, marrom) e
me dizia que isso se explica porque Moser significaria o habitante das paludes,
297
dos banhados. Daí também viria o nome do Rio Mosele, na Alemanha. De fato,
em alemão, há a palavra “moor”, que significa pântano, e “moos”, que significa
musgo, como vimos acima. De qualquer forma, parece que o nome “Moser” tem
sua origem ligada ao solo, à terra, onde os portadores do nome moravam ou traba-
lhavam, ou também ao tipo de trabalho que exerciam, mas sempre ligado ao solo.
Me parece que de certa forma a tradição do trabalho manual seguiu seu
rumo em minha profissão.
Meu Pai nascido em 04 de fevereiro de 1926, em Garuba, conhecido como
Caldeirão dos Sapos, por ser uma imenso brejo, propicio ao cultivo do arroz, inte-
rior do município de Gaspar, Santa Catarina, casou-se com minha mãe, Ivone Maria
Rieke, nascida em União da Vitória/Paraná em 23 de julho de 1933, casaram-se em
17 de julho de 1954, tiveram 4 filhos, sendo eu, Ivone Isabel (tenho o mesmo nome
de minha mãe, pois nasci no mesmo dia que ela, 30 anos depois) a última destes
quatro. Com certeza a mais rebelde, porém também com toda certeza a mais amada.
Justifico aqui cada início de capítulo com frases que ouvi de meus Pais e
afirmo que todas elas ficavam por vezes dias ou anos martelando em minha cabe-
ça. Eu tentava compreender o incompreensível para uma simples garota, nascida
em 1963, em uma família de classe média, porém com um pai e uma mãe que
sempre exigiram de seus filhos um compromisso com a vida, com Deus e com a
sociedade, era um tanto difícil, conseguir entender o que tudo aquilo significava.
Com certeza errei, errei muito, errei comigo mesma, errei com meus filhos,
errei com meus pais, errei com meus amigos, mas errar é humano, desumano
seria não aceitar os próprios erros. “Deus é quem sabe o porquê de certas coisas
acontecerem” ouvi isso de meu Pai, e entendi que nunca seria possível ser perfei-
ta, por mais que a perfeição seja sempre cobrada por todos, bem como por nós
mesmos. Mas compreendi através de meu pai e minha mãe que temos que ter
responsabilidade para assumir nossos erros e procurar não os repetir.
Se tenho uma certeza? Sim; minha personalidade forte, decidida e por
muitas vezes objetiva demais; me levaram a ser quem eu sou. Tudo que hoje pos-
suo é fruto de muito trabalho, muito estudo e sem dúvida, muito esforço e per-
severança. Tudo que me colocava em dúvida era motivo para estudar e pesquisar.
298
Não foi fácil e continua não sendo fácil. Mas é com certeza muito prazeroso.
Para mim foi um verdadeiro encanto finalizar esta obra, contando um pou-
co sobre quem eu sou, de onde vim, mas sinceramente? Não sei para onde vou. Só
sei que valeu a pena. Hoje, 2019, consigo entender o significado de cada frase. E
assinar o sobrenome Moser, com total segurança e certeza, é divino.
Obrigada Pai, obrigada Mãe, por terem me permitido ser sua filha.
Ivone Moser
Apenas,
Ivone Moser
299
Sobre a
autora
IVONE MOSER é fisioterapeuta (CREFITO 10.923/F – 8ª REGIÃO) formada
pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR, 1990), sendo especialista
Lato Senso em Fisioterapia Dermatofuncional, especialista Lato Senso em Anato-
mia e Cinesiologia do Aparelho do Movimento, pós-graduada em Educação Conti-
nuada em Doenças de Pele (UCLA, EUA) e Mestre em Gestão de Políticas Públicas
– “Prevenção e Rastreamento de Câncer de Pele”. Membro da Sociedade Interna-
cional de Medicina Anti-Aging “Word Society OfAnti-Aging Medicine” (WOSAAM).
Atua na área há 29 anos, dos quais 16 também como docente, ministrando cursos
de formação acadêmica e extensão universitária no Brasil e no exterior (Escola
300
Superior de Tecnologia da Saúde em Lisboa, Portugal, e Escola Superior de saúde
/ Politécnico do Porto, Portugal). Coordenou ainda cursos de pós-graduação em
Fisioterapia Dermatofuncional, Estética e Cosmética, tendo, inclusive, seu trabalho
sobre câncer de pele avaliado como um dos cinco melhores do mundo no Japão,
além de coordenar diversas pesquisas científicas.
Mais de 10 mil profissionais da área de estética e cosmética já participaram de
suas aulas e cursos, alguns dos quais fornecem neste livro imagens dos procedi-
mentos aprendidos e realizados na prática clínica.
Autora dos Livros:
“PEELING:COMO EU FAÇO”, 2018.
“COSMETOLOGIA: COMO EU FAÇO, volume I”, 2019.
301
“ Ética é o conjunto de valores
e princípios que usamos para
responder a três grandes questões
da vida:
(1) quero?
(2) devo?
(3) posso?
Nem tudo que eu quero eu posso;
nem tudo que eu posso eu devo; e
nem tudo que eu devo eu quero.
Você tem paz de espírito quando
aquilo que você quer é ao mesmo
tempo o que você pode e o que você
deve.”
Mario Sergio Cortella
302
“ I have a dream “
303
LIVROS LANÇADOS
COMOAÇO
EU F
PE E L I N G
VOLUME I
www.ivonemoser.com.br
300
302
Quer saber mais?
Acesse:
www.ivonemoser.com.br
Em meu site você poderá
conferir tudo sobre:
a MEUS CURSOS
a AGENDA
a LIVROS JÁ LANÇADOS
a NOVIDADES SOBRE O
MUNDO DA COSMETOLOGIA
E PEELINGS
COMPARTILHE#IVONEMOSER
302
303
304
“Estética
por estética,
jamais.
Estética
por saúde,
sempre.
“
978- 85- 8396- 130- 7
VOLUME II
IVONE IVONE
305
MOSER MOSER
IVONE MOSER
EU FAÇO
“ “
COMO
Se nascêssemos Identicar o que
sabendo, estaríamos representa tua
limitados a repetir energia, o que da
sempre. Quanto mais prazer e alegria.
se nasce pronto, São esses os
mais se é refém do principais requisitos
passado. Estudar para se escolher
impede que sejamos bem uma carreira.
reféns dos outros Precisa haver
e nos dá a condição paixão, tesão na
de voar alto, de verdade, pois é ele,
fazer o certo, de o amor, quem nos
agir corretamente". faz ter sucesso”.