EXAMES COMPLEMENTARES
MAMOGRAFIA
Uso de baixas doses de radiação ionizante, em incidências crânio-caudal, oblíqua médio-
lateral, perfil absoluto, tangencial, compressões localizadas, ampliação em foco fino → ↑acurácia
diagnóstica. Falso-negativos de 5-15% → correlação clínica + outros métodos diagnósticos para
↑ acurácia. Anualmente após os 40 anos e não ser feita antes dos 30 anos apenas em casos
familiares de 1º garu (mama densa → baixa sensibilidade; efeitos deletérios da radiação → usar
US quando houver nódulos palpáveis).
US → complemento → anormalidades da mamografia → identifica lesão verdadeira, se
fibrose ou tec. normal → diferencia lesões sólidas das lesões císticas (puras são benignas → sem
avaliação adicional). Usado também em mamografias normais com exame físico alterado.
RNM → avaliação de implantes de silicone, estadiamento pré-tratamento e avaliação de
recidivas pós-tratamento conservador.
Classificação dos Achados Mamográficos (BI-RADS):
Achados Benignos e Provavelmente Benignos:
— Alterações que não necessitam de avaliação adicional:
Alterações Cutâneas → calcificações de glând, nevo e cisto sebáceo → incidências
tangenciais reduzem dúvidas.
Linfonodos Intramamários → 5%, nódulos circunscritos < 1 cm. Patológicos quando
apresentam infiltração gordurosa no seu hilo.
Lesões com densidade de Gordura → radiotransparentes, nódulos de gordura (lipomas,
cistos oleosos, galactocele) não são malignos. Conteúdo misto → hamartoma é típico.
Nódulos com Calcificação Benigna: calcificação grosseira, nódulo lobulado e
circunscrito → fibroadenomas.
Nódulos com Calcificação Periférica → nódulos calcificados na periferia da parede.
— Calcificações que não necessitam de avaliação adicional:
Calcificação com centro hipertransparente: calcificações cutâneas, necroses
gordurosas, calcificações das doenças secretoras.
Calcificações vasculares.
Calcificações do tipo “leite de cálcio” → cálcio sedimentado dentro de cistos, benigna,
aspecto de lua crescente.
Calcificações grosseiras → > 0,5mm, origem secretora e benigna → finas calcificações
em forma de agulha, acompanha ductos, homogêneas e regulares.
Calcificação na pele.
Calcificação distrófica → grandes e bem definidas → cirurgias prévias/radioterapia →
calcificação de sutura ou necrose de gordura.
Microcalcificações difusas, simétricas bilaterais → comum ser adenose.
Aspectos Suspeitos de Malignidade:
— Alterações Maiores:
Nódulo Espiculado → sem cirurgia prévia → nódulo maligno (4 ou 5) → reação
desmoplasica peritumoral. DD com cicatriz radial ou fibrose cicatricial por cirurgia
prévia.
Microcalcificações Agrupadas → 5 ou mais calcificações < 0,5mm em 1cm2,
↑pleomorfismo, ↑calcificações, ↑ tendência a acompanhar trajeto ductal → > chance de
ser maligno.
— Alterações Menores:
Distorção da Arquitetura Glandular → interrupção do aspecto normal do tecido
mamário.
Densidades Assimétricas/Neodensidades → avaliação de densidades em 3 dimensões
→ massa tumoral a ser investigada.
Critério de Qualidade do Posicionamento Mamográfico:
ECOGRAFIA
Não é invasivo, é de fácil manuseio e barato. Não tem contraindicações, riscos ou efeitos
colaterais. Método depende de qualidade técnica do médico e da máquina. Utiliza-se na infância
e adolescência a via transabdominal e raramente a via retal. No menacme e climatério, utiliza-se a
via endovaginal (melhor definição das estruturas) e transabdominal (melhor definição das
estruturas de maior volume e superiores na pelve).
Menacme: útero → volume de acordo com a vida reprodutiva da mulher (20-90cm 3 na
nuligesta, 20-50cm3 no climatério e > 90cm3 na multípara); miométrio é hipoeicoico e
homogêneo, cavidade endometrial varia com a fase do ciclo menstrual.
Endométrio: varia de espessura de acordo com o ciclo menstrual → fase menstrual (1-
4mm), fase proliferativa/secretora (4-14mm) e menopausa (sem TH → < 4mm; com TH → >
10mm).
O DIU é visualizado como uma estrutura hiperecoica na cavidade endometrial até 5mm de
cavidade livre acima do ápice.
Ovários: volume (menacme → 3-9cm3; pós-menopausa → 1-5cm3), folículos (após 7º dia,
o folículo dominante tem 8-10mm; fase pré-ovulatória → 20-24mm; corpo lúteo → cistos com
debris e doppler bem vascularizado com vasos de baixa resistência)
Miomas: nódulos sólidos que distorcem a arquitetura uterina com desvio da cavidade
endometrial ou assimetria da parede. Ecogenicidade varia conforme constituição (hopoecoico
quando há > 70% de tec. muscular; isoecoico com proporções iguais; hiperecoico quando há mais
tec. conjuntivo que muscular).
ULTRASSONOGRAFIA DA PELVE
Usada na captação de ovócitos para fertilização, transferência de embriões, cateterização
tubária, hiterossonografia, tratamento de gravidez ectópica, aspiração de cistos anexiais não
suspeitos de malignidade ou de conteúdo mucinoso, drenagem de abcessos, culdocentese,
colocação de DIU.
HISTEROSSONOGRAFIA
Infusão de solução salina estéril dentro da cavidade uterina sob supervisão da
ultrassonografia para avaliar condições patológicas endometriais.
Cistos ovarianos simples: análise de cápsula (lisa/fina), unilocular, conteúdo homogênio,
reforço acústico posterior, tamanho < 5cm.
Cistos ovaranos complexos: cápsula espessa, vegetações, conteúdo misto (cístico e sólido),
debris.
ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA
Para pacientes jovens (não podem fazer mamografia por ter mama densa), diferencia lesão
cística de lesão sólida, indicada quando mamografia é negativa mas há achados em exame físico
(massa palpável em jovens, gestante e lactantes), antes de cirurgias para exclusão de
multicentricidade, massa palpável em mulheres jovens, gestantes ou lactentes, antes de cirurgia
com finalidade de exclusão de multicentricidade, investigação de lesão focal suspeita na
mamografia, localização pré operatória de lesão não palpável, diferenciação de nódulo cístico ou
sólido detectado na mamografia, vigilância de nódulos benignos, avaliação de recorrência
tumoral após tratamento conservador de câncer de mama ou mastectomia, supervisão de câncer
de mama tratados com RXT ou QXT, irradiação de tecido tumoral guiada pelo US após
tumorectomia, biópsias de lesões mamarias, avaliação de mamas com processos inflamatórios,
avaliação de resposta ao tratamento de mastites, avaliação da integridade de próteses mamárias.
HISTEROSSAMPINGOGRAFIA
Consiste na exploração com contraste da cavidade uterina e trompas. Contraindicações:
infecção, sangramento uterino, gravidez. Deve ser realizado na fase folicular (8-12 dia do ciclo).
Indicado em: suspeita de obstrução tubas, suspeita de sinéquias uterinas e mal formação, suspeita
hidrossalpinge, suspeita de aderências pélvicas peritubárias.
COLPOSCOPIA
Para rastreamento e diagnóstico de lesões pré-cancerosas → amplia a área salientada com
uso de reagentes (ác. acético) → orienta melhor local para realização de biópsias. São
referenciadas: pacientes com citologia anormal, Schiller positivo, infecções virais/IST’s,
parceiras de homens com HPV, pacientes com risco para CA de colo de útero, portadoras de
patologias vulvares.
Aparelhagem, Instrumentação e Técnica: aparelho binocular com lentes objetivas
convergentes de divergentes, dotado de luz própria. Distância focal ideal de 25-30cm para utilizar
instrumentos necessários. Aumentos são determinados pela necessidade → avaliação do TGI
(5x), alterações vasculares e locais para biópsia (20-40x) → bom aparelho tem 5 tipos de
aumentos com filtro verde (visualizar vasos).
Para realizar o teste é necessário: mesa, espéculos, pinças de Cherron/Pozzi/para biópsias,
endoespéculo de Koogan/Mencken, histerômetro, curetas endocervicais, cubas e vidros para
colocar soluções, seringas e ampolas para anestésicos locais, material de coleta citológica, frasco
de formol a 10%, algodão, gaze, tamponamento vaginal, soluções reagentes (soro fisiológico,
ácido acético, solução de Schiller, bissulfito de sódio).
Correlacionar com anamnese da paciente → fatores para CA genital, idade, status
hormonal, presença de infecções do TGI, tratamentos ginecológicos anteriores. Não pode estar
menstruada, sem uso de cremes ou duchas, abstinência por 3 dias, sem traumatismos recentes
(biópsias). Realizar vulvoscopia (introito vaginal, lábios maiores e menores, sulco interlabial,
região perineal e perianal), usar spray de ác. acético → evitar laceração. Introdução do espéculo
→ observação de colo, paredes e fundo vaginal → limpar com soro fisiológico → aplicar ác.
acético → observar reações provocadas (alterações núcleo/citoplasma) → realizar teste de
Schiller → visualização da JEC em lábios anterior e posterior → limpar com bissulfito de sódio.
Colocação de espéculo endocervical de Koogan/Menken para visualizar toda a sua extensão.
Definições Anatômicas: ectocérvice (ep. estratificado pavimentoso não queratinizado, do
orifício cervical externo até fundo de saco vaginal), endocévice (ep. cilíndrico simples mucíparo,
do orifício cervical externo até o interno), JEC (linha entre os dois ep. → dentro do canal cervical
na infância e na pós-menopausa; no orifício cervical externo ou fora deste na menacme).
Estrogênio → ectopia da JEC → presença de céls. subcilíndricas com bipotencialidade
(transformam em céls cilíndricas ou metaplásicas → ep. escamoso por ep. cilíndrico evertido sob
ação do meio vaginal ácido → mucosa de transformação → formação de linguetas confluentes
sem tampar orifícios glandulares → formação de cistos de Naboth quando obstrui orifício
glandular). ZT → entre último orifício glandular e ep. cilíndrico simples → área de processos
pré-neoplásicos e neoplásicos. Metaplasia presente na vida fetal, adolescência e gravidez →
incialmente o ep. e vulnerável → HPV, por exemplo. Há metaplasia congênita → incompleta
substituição do ep. mülleriano pelo urogenital → ectopia até paredes vaginais (adenose).
Classificações Colposcópicas (BARCELONA):
— Achados colposcópicos normais → Ep. pavimentoso original, Ep. Colunar e ZT;
— Achados colposcópicos anormais → Ep. acetobranco plano/denso, pontilhado
fino/grosseiro, mosaico fino/grosseiro, iodo parcialmente positivo/negativo, vasos
atípocos;
— Achados colposcópicos sugestivos de câncer invasivo;
— Colposcopia insatisfatória → JEC ñ-visível, inflamação/atrofia grave, trauma, colo ñ-
visível;
— Miscelânea → condiloma, ceratose, erosão inflamação, atrofia, desciduose, pólipos.
— Colposcopia Sugestiva de Metaplasia → superfície lisa com vasos de calibre uniforme,
alteração acetobranca moderada, iodo negativo/parcialmente positivo;
— Colposcopia sugestiva de alterações de baixo grau (alterações menores) → superfície lisa,
borda externa irregular, alteração acetobranca leve (tardia e desaparece rápido), iodo
negativo moderado (iodo malhado com parcial positividade), pontilhado fino e mosaico
regular;
— Colposcopia sugestiva de alterações de alto grau (alterações maiores) → superfície lisa,
borda externa aguda/bem marcada, alteração acetobranca densa (precoce e desaparece
lentamente → branco nacarado), iodo negativo (amarelo-mostarda em ep. muito branco),
pontilhado grosseiro e mosaico irregular, acetobranqueamento denso no ep glandular.
— Colposcopia sugestiva de CA invasor → superfície irregular, erosão, ulceração,
acetobranqueamento denso, pontilhado irregular extenso, mosaico grosseiro, vasos
atípicos.