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Artes - 2ano - Etapa4 - Revisão

O documento aborda a arte contemporânea, destacando a evolução dos papéis do artista, da obra e do público, com ênfase na interação e participação do espectador. Exemplos como Hélio Oiticica e Lygia Clark ilustram como as obras artísticas se tornaram experiências coletivas e sensoriais. Além disso, discute a videodança e suas características, ressaltando a importância da filmagem e edição na composição da obra.

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Artes - 2ano - Etapa4 - Revisão

O documento aborda a arte contemporânea, destacando a evolução dos papéis do artista, da obra e do público, com ênfase na interação e participação do espectador. Exemplos como Hélio Oiticica e Lygia Clark ilustram como as obras artísticas se tornaram experiências coletivas e sensoriais. Além disso, discute a videodança e suas características, ressaltando a importância da filmagem e edição na composição da obra.

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ARTES - 2 ANO

ETAPA4 - REVISÃO
PROFESSOR ANDRÉ
QUARTO BIMESTRE
• Arte contemporânea: novos papéis do artista, da
obra e do público (UN2 -CAP1)

• Dançar, filmar, selecionar... (UN3 -CAP1)

2
A EXPERIÊNCIA DO NOVO

O contato com o novo pode ser assustador. Ele


implica nos colocarmos em risco, já que não
sabemos quais critérios usar para nos conduzir e
para avaliar a experiência inédita. Por outro lado,
pode mudar nosso olhar sobre as vivências
cotidianas e nos apresentar a outras paixões e
sabores. Nesta unidade, você se envolverá com
novas práticas corporais e obras ousadas nas artes
visuais, às quais pode se lançar sem medo e com
curiosidade.
O ator Caio Blat em cena do
espetáculo Grande sertão: veredas
(2017-2019), dirigido por Bia Lessa e
adaptado da obra homônima de
Guimarães Rosa.
Sesc Consolação, São Paulo (SP). 3
ARTE CONTEMPORÂNEA: NOVOS PAPÉIS DO ARTISTA,
DA OBRA E DO PÚBLICO
Os artistas não são só criadores. Eles também podem ser
pensadores que problematizam seus fazeres e inventam e
reinventam expressões, sempre em comunicação com seu
tempo. Hélio Oiticica (1937-1980), por exemplo, a partir
de 1964, inovou criando as chamadas manifestações
ambientais, formas de arte que convidavam o público a
vivenciar sensorialmente o espaço da obra,
“participando” ativamente dela. Mais tarde, em 1967,
esse artista carioca participou da exposição coletiva Nova
Objetividade Brasileira com a instalação Tropicália, que
você vê a seguir. O texto que escreveu para o catálogo
dessa mostra funcionou como uma espécie de manifesto
sobre a “arte ambiental”, outro termo inventado por ele.
Com Tropicália e com esse manifesto, Hélio apresentou
uma nova concepção artística, que libertava os artistas
da tela e do cavalete, tornava imprescindível a
participação do observador na obra e defendia uma
arte em diálogo com os problemas sociais. 4
OS PARANGOLÉS DE HÉLIO OITICICA

Em 1964, quando foi acompanhar


dois amigos que confeccionavam
alegorias de carnaval para a
Escola de Samba Estação Primeira
de Mangueira, Hélio Oiticica
conheceu, pela primeira vez, a
favela da Mangueira, no Rio de
Janeiro (RJ). O artista ficou
profundamente tocado por essa
vivência – um marco em sua
produção artística – e passou a
frequentar o morro, tornando-se,
OITICICA, Hélio. Parangolés. 1964.
inclusive, passista da escola.
Esculturas performáticas e obras
coloridas e multissensoriais, os A primeira produção artística de
Parangolés são capazes de gerar Hélio influenciada por esse
experiências individuais, livres e, ao contato com o morro foram os
mesmo tempo, coletivas, fugindo da
Parangolés. Observe as imagens
5
intelectualização da arte.
OS PARANGOLÉS DE HÉLIO OITICICA
A obra Parangolé retrata uma performance, pois o corpo
humano é usado como suporte, a ação não tem espaço físico
específico (ocorre na praia, em uma comunidade e até dentro
de um museu), é registrada por fotografia e a “apresentação”
tem caráter efêmero.
Os Parangolés como objetos de arte, portanto, não
apresentam nenhum sentido em uma contemplação passiva.
O artista observa sua obra se transformar ao ser vestida pelo
próprio público, onde a participação ativa do visitante
transcende o papel de mero observador.
Hélio Oiticica revela-se conceitualmente na contramão da
OITICICA, Hélio. Parangolés. 1964.
Esculturas performáticas e obras sociedade ao afirmar que “o Museu é o mundo”, onde o
coloridas e multissensoriais, os museu para ele é apropriação das coisas do mundo, como
Parangolés são capazes de gerar aconteceu com sua obra Parangolé, em que a vestimenta
experiências individuais, livres e, ao
mesmo tempo, coletivas, fugindo da inspirada nos morros foi colocada em museus e revelou seu
intelectualização da arte. caráter artístico. 6
SOBRE AS CORES
Temperatura de cor é a tonalidade de cor da luz emitida por uma fonte luminosa,
podendo ser classificada como quente, neutra ou fria. A unidade de medida
utilizada é o kelvin (K). Entre 5.000 K e 6.000 K, a temperatura é considerada
neutra (similar à luz do sol ao meio-dia – luz branca); abaixo disso, concentram-se
as tonalidades quentes (mais amareladas); acima, as frias (mais azuladas).
Pode-se também associar a temperatura de cor com a sensação térmica física
e psicológica.
As imagens da obra ao lado têm uma temperatura de cor mais quente (mais à
esquerda do espectro). Apesar da imagem de cima ser urbana, ela transmite a
sensação de calor e conforto presente também na praia retratada na imagem de
baixo – a luz do sol e a união das pessoas experimentando os Parangolés
contribuem para isso. Os tecidos chamam a atenção em ambas as imagens,
harmonizando com o segundo plano.

7
DIFERENTES MOMENTOS DAS ARTES

ARTE CONCRETA ARTE NEOCONCRETA ARTE CONTEMPORÂNEA


(1950-1959) (1959-1965) (1965 – DIAS ATUAIS)
• Busca de precisão nas • Oposição ao racionalismo e, • Mescla de estilos artísticos
formas consequentemente, ao
• Utilização de diferentes materiais
Concretismo
• Defesa da racionalidade,
• Interação do espectador com a
lógica e cientificismo • Enaltecimento da expressão e
obra
da subjetividade
• abstração geométrica, sem
• Fusão entre a arte e a vida
referência ao mundo exterior. • Valorização da interação do
receptor com a obra de arte • Sociedade da informação,
• A obra representa a si mesma
tecnologia, novas mídias e
• Defesa da arte independente da
cultura popular
ciência
SOBRE A SÉRIE DE OBRAS BICHOS
Lygia Clark (1920-1988) também teve papel
importante na inovação das artes visuais
brasileiras na década de 1960. Tendo
começado sua carreira artística como pintora,
a artista mineira passou, posteriormente, a
desenvolver experiências com objetos
tridimensionais, instalações e, por fim,
dedicou-se à prática terapêutica por meio de
sua arte.
Um dos trabalhos mais importantes da artista
é a série Bichos, de 1960, construções
metálicas geométricas e articuladas que
requerem a coparticipação do observador.
A obra foi projetada para ser manipulada pelo
público, incentivando a interação, a
transformação das formas e a participação
ativa na experiência artística.

9
SOBRE A PERFORMANCE O JARDIM
Rubiane Maia (1979-) nasceu em Caratinga (MG) e vive e trabalha entre
Folkestone, no Reino Unido, e Vitória (ES). Ela é formada em Artes Visuais
e mestre em Psicologia Institucional pela Universidade Federal do Espírito
Santo. A artista explora as possibilidades de percepção do corpo para
além do convencional e investiga diferentes linguagens, como
performance, vídeo, instalação, texto, desenho e colagem.
A performance ‘O Jardim’ consistiu em permanecer dois meses, oito
horas por dia em silêncio, cultivando um jardim de feijões indoor na
exposição Terra comunal (2015), realizada no Sesc Pompeia, em São
Paulo (SP). É uma criação artística que combina diversas linguagens
artísticas, tendo elementos visuais como desenhos e gravuras,
performáticos, poéticos e apropria instalação que é realizado o jardim no
espaço da galeria.
A produção traz múltiplas relações entre o visível e o invisível. explorando
a percepção humana. Ou seja, uma instalação-lab-microcosmo para
ações diárias, que se deslocavam entre a prática comum de jardinagem, a
relação do corpo humano com o espaço e as plantas, o estudo e a
observação intensa do processo (quase invisível) de crescimento dos
ramos rumo a luz e a verticalização, exercícios de cuidado aplicados a si e
ao outro (incluindo o público em ações indiretas), comunicação com as
plantas, a instauração de um campo energético, dentre outros. 10
Na exposição “A Artista Está Presente”, no MoMA,
em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic
fez uma retrospectiva de sua carreira. No meio
desta, protagonizou uma performance marcante.
Em 2010, de 14 de março a 31 de maio, seis dias
por semana, num total de 736 horas, ela repetia
a mesma postura. Sentada numa sala, recebia os
visitantes, um a um, e trocava com cada um deles
um longo olhar sem palavras. Ao redor, o público
assistia a essas cenas recorrentes.
Essa performance se alinha a tendências
contemporâneas e se caracterizou pela
negociação colaborativa de sentidos entre a
artista e a pessoa com quem interage, nesse
caso, o público
DANÇAR, FILMAR, SELECIONAR...
Você já ouviu falar de videodança? E de dança para a tela,
filme de dança, vídeo de dança, dança para a câmera, dança
para o cinema? O nome pode variar, mas estamos falando
de uma obra que é resultado da união entre o audiovisual e
a dança.
Hoje, com a popularização dos smartphones, muitos artistas
(profissionais ou amadores) conseguem realizar filmagens e
edições de vídeo com o próprio celular. No entanto, nem
toda dança que é filmada pode ser considerada
videodança. Essa arte não é apenas um registro audiovisual
de um espetáculo de dança; vários elementos precisam ser
levados em conta em sua composição: espaço, som ou
música, tempo, roteiro, dramaturgia e, especialmente, a
maneira como é feita a captura (filmagem) das imagens e a
edição de todos esses componentes.
Merce Cunningham (1919-2009) e companhia de dança na
performance TV Rerun, em 1975. Coreógrafo e dançarino
estadunidense, cujo caráter experimental dos trabalhos
influenciou os rumos da dança no Ocidente, Cunningham é
considerado um dos precursores da videodança mundial.
A OBRA AMA (2018) DE JULIE GAUTIER
Julie Gautier, mergulhadora, bailarina e cineasta
francesa, especializou-se em produzir vídeos embaixo
d’água. Assista à videodança AMA (2018), criada pela
artista disponível em: <https://vimeo.com/259539583>.
Em linhas gerais, a videodança é uma dança criada
especialmente para ser filmada e exibida pelas telas. O
movimento da câmera, o enquadramento e todos os
recursos de filmagem e edição fazem parte da
composição que forma o conceito da obra. É a partir
dessa possibilidade de direção e edição, em íntima
relação com o coreógrafo, que a videodança é
construída.

13
• Enquadramento: é a forma como se dá o recorte
do que é mostrado dentro dos limites da tela.
• Planos: podem ser divididos entre gerais, que
abrangem toda a extensão da imagem ou da situação
retratada; médios, que são, geralmente, utilizados
para registrar diálogos entre duas ou mais pessoas; e
fechados, quando o foco está nas partes do corpo,
em objetos específicos ou nas expressões faciais do
artista. Em AMA, você viu um exemplo de outro tipo
de plano, conhecido por plano-sequencia, quando
uma cena inteira é registrada sem cortes. Há ainda os
chamados planos plongées, quando se filma uma
cena de cima para baixo, e os contra-plongées,
quando se filma de baixo para cima.
• Roteiro: texto escrito que descreve, de maneira
organizada e sequencial – explicitando os tipos de
enquadramento e plano –, o que acontecerá ao longo
do vídeo. A elaboração de um roteiro claro facilita o
trabalho de filmagem e edição.
• Edição: organização das imagens filmadas
ordenando as ações, de acordo com o roteiro. Ela é
feita por meio de programas digitais destinados a
esse fim. 14
A OBRA M3X3 (1973) DE ANALIVIA CORDEIRO
Analivia Cordeiro (1954-) foi a primeira bailarina a criar uma videodança
no Brasil, nos anos 1970. Foi o histórico vídeo-dança-computador M3x3,
considerado a primeira videoarte brasileira e pioneiro mundial da dança-
computador, onde ela combinou dança, geometria e tecnologia. O
vídeodança foi processado no Centro de Informática da Universidade
Estadual de Campinas e gravado na TV Cultura de São Paulo, Brasil em
1973. Para ver esse trabalho pioneiro, acesse: <https://
www.youtube.com/watch?v=Ms7ZRd9aQ90>.

15
NÃO ESQUEÇA DE FAZER AS
QUESTÕES DE REVISÃO

FIM!

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