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O poder régio, fator estruturante da coesão interna do reino -
História
História A (Escola Secundária de Amarante)
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O poder régio, fator estruturante da coesão interna do reino
Da monarquia feudal à centralização do poder
Portugal, na época medieval -> Reino composto por senhorios e concelhos, que para alcançar a coesão
interna devia-se unificá-los.
Monarquia portuguesa dos primeiros tempos -> monarquia feudal - rei considerava-se o mais alto senhor,
proprietário do reino e transmitia o reino em testamento ao seu filho primogénito, como bem pessoal e não
público - carácter hereditário e patrimonial.
Monarcas efetuaram largas doações ao clero e à nobreza, como recompensa pelos seus serviços prestados -
corte de vassalos.
-> Proteção, ajuda, boa justiça
-> Fidelidade, ajuda militar e económica, conselho
O rei considerou-se único e verdadeiro senhor feudal, para
quem convergiam diretamente todas as dependências
vassálicas, assim Portugal possuía um poder mais forte de
vassalagem do que os outros países.
A centralização do poder: defesa, justiça, legislação e fiscalidade
A monarquia portuguesa caminhou para a centralização do poder. Poder centrado na doutrina do direito
divino - reis são os representantes de Deus na Terra - órgão máximo do poder público.
XIV - Portugal já
era uma
monarquia
centralizada.
Ao rei competia: - a chefia militar na guerra contra os inimigos externos, o que contribuiu para o fortalecimento
do poder real (Luta pela independência contra Leão e Castela e a Reconquista de territórios aos muçulmanos);
- manutenção da paz e da justiça interna, tomando a posição de juiz supremo e o exercício da
justiça maior, que lhe permitiu condenar à morte ou ao talhamento de membros.
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Apelações - direito de pedir auxílio ao tribunal do Rei, caso não estejam satisfeitos com a justiça concelhia e
com a justiça senhorial da nobreza e do clero.
“O Rei que consente ou deixa passar sem discernimento e sem pena será havido por quebrantador e
desprezador da lei de Deus, merecendo perder o nome e estado de Rei” -
1211 - Afonso II - Monarquia portuguesa alcançou a legislação suprema - Leis Gerais - aplicadas em todo o
reino e a todos os súbditos para combater os privilégios senhoriais (menos o clero, que era julgado pelo
direito Canónico), recuperar o património e os poderes da Coroa; regulamentar questões monetárias (ao rei
cabia a cunhagem da moeda e a sua manipulação, desvalorização); tabelar os preços Lei da Almotaçaria;
morais e os bons costumes.
Fiscalidade - domínio de intervenção da realeza, empenhada na cobrança dos seus direitos.
Em finais do séc.XIV, a monarquia portuguesa evoluía - Rei - chefe dos exércitos, juiz supremo e legislador.
A reestruturação da administração central
O rei e a corte faziam-se acompanhar de funcionários e assembleias, que compunham a administração
central, ou seja, o governo do reino - Itinerância.
O funcionalismo
Notável acréscimo da
produção documental e o
reforço dos poderes da
chancelaria régia.
Tornando o chanceler
indispensável na
administração do reino
(notários e escrivães).
A Cúria Régia
Papel de grande proximidade dos monarcas, aconselhando-os em questões militares, económicas e judiciais
(funções consultivas).
Rainha, irmãos e tios do rei, ricos-homens e prelados, ainda os altos funcionários e o alcaide da cidade onde a
corte se instalasse, compunham a Cúria Régia.
Cúria extraordinária acrescentavam-se mais membros do clero, alta nobreza e alcaides. Primeira realizada em
Coimbra, em 1211, onde foram elaboradas as primeiras Leis Gerais, influenciadas pelo direito romano
(funções consultivas) - aumento de impostos; casamentos reais; tratados políticos, diplomáticos e de
comércio; guerra e paz; desvalorização da moeda).
Reinado de D. Afonso III, ambas as cúrias evoluíram para um Conselho Régio - Cortes. Criando-se os tribunais
superiores, com funções judiciais antes pertencentes à Cúria Régia, que davam concórdia ao reino.
O conselho Régio e as Cortes
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O Conselho Régio necessitava de uma preparação vastíssima em matéria jurídica. Recrutando assim de
conselheiros privados de entre os legistas, dando a sua opinião e competência.
Cortes - 1ª Assembleia, Leiria, 1254 - eram mais representativas que as anteriores. Os 3 estados do reino
(nobreza, clero e povo) estavam representados nas Cortes, referindo-lhes uma dimensão nacional.
A Lei não se encontrava toda escrita, como o direito consuetudinário, baseado em costumes e valores, que
mais tarde foi obrigada a sua registação, como todos as outras.
A reestruturação da administração local
Administração local: reguengos (dependência direta da Coroa), concelhos e senhorios.
D. Afonso III dividiu o reino em comarcas, subdivididas em julgados e estes em almoxarifados - cobravam as
rendas fundiárias e zelavam pelos direitos militares, judiciais e fiscais devidos à Coroa.
O combate à expansão senhorial e a promoção política das elites urbanas
Desde D. Afonso II, rei de 1211 a 1223, os monarcas deixaram de tolerar o crescimento desenfreado da
propriedade nobre e eclesiástica. Ora, em tempo de centralização do poder real, a ampliação da propriedade
senhorial afigurava-se inadmissível tanto mais quanto os senhores se substituíam aos reis no exercício do
poder público.
Carácter antissenhorial de muitas leis dos séculos XIII E XIV.
Leis Antissenhoriais
Lei da Desamortização - Proibiram os mosteiros e as
igrejas de comprarem bens de raiz, de os herdarem dos
seus professos ou de aceitarem doações de particulares.
Confirmação Gerais - Representaram o
reconhecimento, pelo rei, dos títulos de posse de terras e
direitos da nobreza e do alto clero, doados pelos
predecessores. Senhores consciencializados de como
muitos dos seus bens podiam regressar à Coroa.
Inquirições - Averiguavam a natureza das propriedades,
se eram efetivamente imunes ou se havia direitos e
rendas devido ao rei, descobrindo inúmeras usurpações e
abusos da nobreza e do clero.
Difícil a implementação da legislação antissenhorial, encontrou resistências (contornos violentos). Se falsas
declarações fossem depostas pelos senhores estavam em perigo de ser expulsos e/ou assassinados.
Prelados e bispos queixavam-se ao Papa de o rei de Portugal atentar contra a liberdade da Igreja, violando os
seus foros e imunidades. Sobre alguns monarcas (D. Afonso II a D. Dinis) penderam então as excomunhões e,
sobre o reino, os interditos. Alguns se arrependeram á hora da morte, outros foram depostos pelos Papas.
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O apoio dos concelhos
No combate à expansão senhorial, contava-se com o apoio dos concelhos. Até tinham lugar nas Cortes -
aliança entre o rei e os concelhos.Os concelhos e as vilas vão apoiar o Rei para contrariar o poder do clero
e da nobreza.
Promoção política das elites urbanas - premiação dos concelhos que apoiavam o rei na recuperação do
poder real, ex.: Porto “concelho perfeito”.
O clero não pagavam impostos
Censo - imposto
A afirmação de Portugal no quadro político ibérico
Centralização régia - ponto alto no longo reinado de D. Dinis (1279-1325).
Rigorosa cobrança das rendas e foros da Coroa, exercício da justiça maior e da apelação. O Poder senhorial
foi combatido, e as relações normalizaram com a Igreja -> Concordata dos 40 Artigos, aceitação da lei da
desamortização, sem abdicar da imunidade, bens e direito de ser julgado pelo direito canónico. Fronteiras
fixadas e reforço e proteção de concelhos, vilas, castelos e forais. Incrementação do comércio e firmeza da
moeda. 1º Universidade portuguesa, expansão da arte gótica.
Prestígio da monarquia portuguesa -> rei merecia maior respeito, e originou conflitos que um deu origem ao
Tratado de Alcanises.
Estreitaram-se os laços com a Coroa de Aragão - grande potência económica.
Importância de Portugal, entre os grandes reinos - reinado de D. Afonso IV O Bravo - apoio militar a Castela ->
Vitória na Batalha do Salado contra as hostes muçulmanas.
Séc. XIV - crise de 1383-85 - Sobressai no campo de Aljubarrota (1385), a glória portuguesa, garantindo a
independência nacional. O casamento de D. João I com D.Filipa, selou a mais antiga aliança, ainda em vigor,
consagrada no Tratado de Windsor.