Sistema genital feminino
Útero: órgão muscular com formato de pera e 3. Endométrio: fina camada interna (formado
paredes espessas, medindo 7 a 8 cm de por três camadas: compacta, esponjosa
comprimento, 5 a 7 cm de largura, e 2 a 3 cm [camada funcional = desintegra na
de espessura da parede; pesa aproximadamente menstruação e pós-parto] e basal, que possui
80g (podendo chegar a aproximadamente 3kg seu próprio suprimento sanguíneo e não se
durante a gestação). desintegra durante a menstruação) onde ocorre
- Corpo: dois terços superiores, subdividido a implantação do blastocisto e estabelecimento
em fundo e istmo. de circulação materno-fetal.
- Colo: terço inferior com aspecto cilíndrico,
parte terminal da vagina.
Constituído por três camadas Tubas uterinas: medem aproximadamente 10
1. Perimétrio: fina camada peritoneal externa. cm de comprimento, estendem-se lateralmente
2. Miométrio: espessa camada de músculo liso a partir dos cornos do útero.
(excelente capacidade de hiperplasia e
hipertrofia).
Local de implantação
Dividida em quatro porções
Intramural: adentra/em contato com útero;
Istmo: porção estreita; Fatores de risco
Ampola: região dilatada onde o gameta • Prenhez ectópica prévia;
estaciona - local de fecundação. • Endometriose;
Infundíbulo: abertura da tuba na cavidade • DIU;
peritoneal, com projeções denominadas • Anticoncepção de emergência;
fímbrias que rodeiam o ovário. • Tabagismo;
obs: não há contato físico entre ovário e • Doença inflamatória pélvica (DIP);
fímbrias. • Síndromes;
• Laqueaduras mal executadas;
Epitélio tubário: cilíndrico simples ciliado • Cicatrizes.
Tríade da prenhez ectópica: dor abdominal +
atraso menstrual + sangramento vaginal
irregular.
1. Barreira contra infecção;
2. Seleção de espermatozóide (para que os
morfologicamente adequados cheguem ao
ovócito);
3. Condução do ovócito e de espermatozóides;
4. Condução do zigoto (através de contrações).
Gravidez ectópica
“A implantação do blastocisto ocorre em
local diferente do endométrio da cavidade
uterina.” - não ocorre no corpo do útero.
Ao exame físico: palpação do abdômen com
dor lateral.
Salpingostomia: retirada do feto.
Metotrexato: diminui os elementos
necessários para a síntese de DNA e RNA;
também utilizado no tratamento de neoplasias
e psoríase grave; Em geral, para a gravidez
tubária é administrado por via IM e com
efeitos colaterais bem tolerados.
Conduta expectante: evolução para aborto
sem intervenção.
Ovários: glândulas reprodutivas em formato
de amêndoa, localizado próximo às paredes
pélvicas laterais, de cada lado do útero.
Produzem oócitos, estrogênio e
progesterona (características sexuais
Tratamento
secundárias e regulação da gestação).
Salpingectomia: retirada da tuba.
Córtex impúbere:
Histologia do ovário:
1. Região medular: composta pelo estroma
(tecido de sustentação/organização de um
órgão) ovariano formado por tecido conjuntivo
que contém vasos sanguíneos calibrosos.
2. Região cortical: composta de estroma
ovariano no qual estão colocados os folículos
ovarianos.
Córtex púbere: após menarca - observe
Vagina: parede muscular e epitélio de
presença de folículos em diferentes níveis de
revestimento pavimentoso estratificado não
desenvolvimento.
queratinizado (inibe proliferação de bactérias,
resistente ao atrito - pode queratinizar caso o Ciclo ovariano (desenvolvimento dos
atrito seja constante); folículos, ovulação e formação do corpo-lúteo)
• FSH estimula o desenvolvimento de vários
folículos, mas somente um folículo primário
(geralmente) chega ao estágio de folículo
maduro e se rompe na superfície ovariana.
• LH age como “disparador” da ovulação e
estimula as células foliculares e o corpo-lúteo
a produzirem progesterona.
Vulva
• Desenvolvimento folicular:
- Crescimento e diferenciação de um oócito
primário;
- Proliferação das células foliculares;
- Formação da zona pelúcida;
Ciclos reprodutivos femininos - Desenvolvimento das tecas foliculares:
São ciclos mensais que preparam o sistema interna (vascular e glandular) e externa
genital para a gestação. (capsular).
O hormônio liberador de gonadotrofina
(GnRH) é sintetizado pelo hipotálamo e
transportado para a adeno-hipófise,
estimulando a liberação de dois hormônios:
• Hormônio foliculoestimulante (FSH):
estimula o desenvolvimento dos folículos
ovarianos e a produção de estrogênio pelas
células foliculares.
• Hormônio luteinizante (LH): age como um
“disparador” da ovulação e estimula as células
foliculares e o corpo-lúteo a produzirem
progesterona. Subsequentemente, surge em torno das células
foliculares espaços preenchidos por líquido, os
quais coalescem para formar uma única e
grande cavidade, o antro, que armazena
líquido folicular (folículo secundário ou
vesicular).
O folículo continua a crescer até estar maduro
e produz uma dilatação (estigma folicular) na
superfície ovariana.
• O desenvolvimento inicial dos folículos
ovarianos é estimulado pelo FSH, mas os
estágios finais de maturação necessitam
também do LH.
• Folículos em desenvolvimento produzem
estrogênio (regula o desenvolvimento e o
funcionamento dos órgãos genitais).
obs: glândulas intersticiais do ovário também
produzem certa quantidade de estrogênio.
Ovulação
• Por volta da metade do ciclo ovariano, o
folículo ovariano, sob influência do FSH e LH,
sofre um repentino surto de crescimento,
produzindo uma saliência na superfície
ovariana (onde forma-se o estigma Corpo-lúteo
avascular). • Após ovulação, paredes do folículo ovariano
• Oócito secundário e algumas células do e da teca folicular colapsam e se tornam
cumulus oophorus se desprendem do interior pregueadas.
do folículo distendido. • Sob a influência de LH, formam o
• Pulso de produção de LH (induzido pela corpo-lúteo (estrutura glandular), que
alta concentração sanguínea de estrogênio) secreta progesterona e estrogênio (preparação
deflagra a ovulação - 12 a 24 horas após o do endométrio).
pico. • Oócito fecundado: corpo-lúteo cresce
• A expulsão do oócito é resultado da (gestacional) e aumenta produção hormonal
pressão intrafolicular e, possivelmente, da (degeneração impedida por B-hCG) -
contração da musculatura lisa da teca externa funcionalmente ativo durante as primeiras 20
estimulada por prostaglandinas. semanas.
• Oócito não fecundado: involui e se degenera
10 a 12 dias após a ovulação (menstrual); se
torna uma cicatriz branca no tecido ovariano
(corpo albicante).
• Superfície do epitélio se refaz e recobre o
endométrio (aumento das glândulas, artérias
espiraladas).
• 4º ao 14º dia.
Fase lútea/secretora/progestacional
• Dura aproximadamente 13 dias.
• Progesterona estimula o epitélio glandular a
secretar um material rico em glicogênio
(endométrio se espessa).
Se fecundação não ocorrer:
- O corpo-lúteo degenera;
- Os níveis de estrogênio e progesterona
diminuem e o endométrio secretor entra na
fase isquêmica;
- Ocorre a menstruação.
Isquemia
• Artérias espiraladas se contraem (endométrio
de aparência pálida) - estase venosa > necrose
isquêmica - devido diminuição de
progesterona (parada de secreção glandular,
perda de fluido intersticial e adelgaçamento do
endométrio).
• Ocorre a ruptura da parede dos vasos
lesionados e o sangue penetra o tecido
conjuntivo adjacente.
Se a fecundação ocorrer:
- Inicia-se a clivagem do zigoto e a
blastogênese (formação do blastocisto);
- O blastocisto começa a implantar-se no
endométrio aproximadamente no sexto dia da
Ciclo menstrual/endometrial fase lútea;
• Mudanças mensais na camada interna do - B-hCG mantém o corpo-lúteo secretando
útero. estrogênio e progesterona;
• Dura cerca de 28 dias (primeiro dia - Fase lútea prossegue e a menstruação não
determinado quando se inicia o fluxo ocorre.
menstrual).
Fase menstrual Endometriose
• Camada funcional (camadas compacta e “Distúrbio benigno comum definido pela
esponjosa) desintegra-se e é expelida no fluxo presença de glândulas e estroma
menstrual, que normalmente dura 4 a 5 dias endometriais fora do sítio normal.”
(endométrio fica delgado). • Atinge 20% das mulheres em idade
Fase proliferativa reprodutiva;
• Dura aproximadamente 9 dias (controlada
por estrogênio).
• Ocorre um aumento de duas a três vezes na
espessura do endométrio e no seu conteúdo de
água (reconstrução - estroma e glândulas).
Teorias
• Menstruação retrógrada: regurgitação
transtubária durante a menstruação promove a Oogênese: sequência de eventos pelos quais
disseminação de células endometriais viáveis e oogônias são transformadas em ovócitos
adesão em sítios ectópicos na cavidade maduros; formação do ovócito (gameta
peritoneal; feminino) - “perfeito”, resistente, capaz de
• Indução: propõe que um fator bioquímico suportar o processo de fecundação, clivagem e
endógeno pode induzir o desenvolvimento das implantação.
células indiferenciadas em tecido endometrial; Durante a vida fetal (após diferenciação das
• Sistema imunológico: células ou fragmentos células germinativas primordiais).
endometriais que não são eliminados da 1. Oogônias proliferam por mitose;
cavidade peritoneal parecem estimular, através 2. Crescem e tornam-se ovócitos primários;
de secreção de citocinas e fatores de 3. Início da primeira divisão meiótica e
crescimento, a adesão e proliferação do paralisação (pode acarretar em não disjunção)
endométrio ectópico e a angiogênese local; em prófase (células foliculares liberam o
• Disseminação linfática: explica a presença de inibidor da maturação do oócito).
endometriose em sítios distantes mais distantes obs: assim que o ovócito primário se forma,
da pelve (retina, nervos, cérebro). células foliculares agrupam-se ao seu redor
(folículo primordial > puberdade > folículo
Tratamento primário); zona pelúcida (material
• Progestogênicos: efeitos antagônicos ao glicoproteico acelular e amorfo que envolve o
estrogênio no endométrio; ovócito primário).
• Androgênicos: inibe LH e cria um estado Maturação pós-natal
hipoestrogênico e hiperandrogênico no corpo. 1. Ovócito primário termina a primeira divisão
meiótica: ovócito secundário e primeiro corpo
Gametogênese: processo de formação e polar (divisão citoplasmática desigual).
desenvolvimento das células germinativas 2. Na ovulação, o núcleo do oócito secundário
especializadas, os gametas, a partir de células inicia a segunda divisão meiótica, até a
germinativas primordiais bipotenciais. metáfase.
Durante a gametogênese: 3. Se houver fecundação, a segunda divisão é
- Número de cromossomos é reduzido pela completada e gera-se o oócito fecundado e o
metade (meiose); segundo corpo polar.
- Formato das células é alterado.
obs: a razão da produção de apenas um ovócito
é armazenamento de energia (suportar 5 dias).
Folículo primordial (ovócito primário e uma
camada de células foliculares) > folículo
primário unilaminar (células achatadas de
tornam cúbicas; camada molecular em
formação) > folículo primário multilaminar
(zona pelúcida e várias camadas de células
foliculares).
Uni e multilaminar produz ativina que induz a
liberação de FSH.
• Ovogênese anormal: não disjunção na
meiose I (trissomia XXX - super fêmea,
estatura mais desenvolvida, atraso na fala e
linguagem, hipotonia, falência ovariana; e
monossomia X - síndrome de Turner,
hipodesenvolvimento ovariano, redução da
estatura, ausência da menstruação).
• Foliculogênese: processo de formação do Fases regidas por FSH e LH: folículo
folículo ovariano (célula germinativa + células antral/terciário (surgimento de espaços
ovarianas) que ocorre simultaneamente com a intracelulares produzidos através de secreções
ovogênese. [ex: estrogênio] que se associam e formam o
- Induzida por fatores locais do ovário. antro > (estrogênio induz) folículo de Graaf
(grande, ocorrência da primeira divisão
meiótica - LH em maior concentração na
corrente sanguínea).
obs: multi até maduro (útero em reconstrução
do endométrio).
A cada ciclo 3 a 4 folículos primordiais
iniciam a maturação, mas somente um é
liberado > inibidores de meiose (estagna
foliculogênese em fase antral).
Consequências do pico de LH:
1. Mudança do fluxo sanguíneo nos ovários
e tubas uterinas;
2. Aumento da pressão intrafolicular
(ovulação);
3. Término da meiose I e início da meiose II;
4. Formação do primeiro corpúsculo polar;
5. Formação do ovócito II;
6. Formação do corpo lúteo.
SOP - síndrome dos ovários policísticos
“A SOP é uma endocrinopatia caracterizada
por oligo/anovulação, sinais de excesso
androgênico e múltiplos pequenos cistos
ovarianos.”
Cisto folicular: folículo não liberado (o líquido
acumulou).
Sinais e sintomas: amenorreia,
sobrepeso/obesidade, hiperandrogenismo e
cisto nos ovários.
Tratamento: perda de peso e uso de
contraceptivos orais.
obs: algumas células (poucas) do estroma
ovariano produzem testosterona.
Sistema genital masculino
Bolsa escrotal (localizada fora da cavidade
pélvica): testículos e epidídimos -
resfriamento (conversão da testosterona para
ativar a espermatogênese é ideal em 35.5ºC).
Cordão espermático: ductos deferentes,
artérias, plexo pampiniforme (conjunto de
veias), nervos e vasos linfáticos - deixa a
região através do canal inguinal (musculatura
fraca até ⅘ anos).
Testículos: responsável pela produção dos
Musculatura associada aos testículos gametas e testosterona.
• Músculo cremaster - individualizado, função
de suspender e regular a temperatura dos
testículos.
• Túnica dartos - camada de músculo liso
localizada sob a pele do escroto que ajuda a
controlar a temperatura dos testículos.
• Túbulos seminíferos: onde ocorre a formação
de espermatozoides.
Histofisiologia testicular aquisição de proteínas que impedem a
aglutinação de espermatozóides.
obs: possui epitélio com característica de
reabsorção.
Glândulas anexas (produzem fluidos que
compõem o sêmen)
1. Vesícula seminal: produção de fluido
amarelado (frutose, proteínas coagulantes -
vesiculase - para agrupamentos dos
Epitélio cilíndrico simples estereociliado. espermatozóides e formação de tampão
vaginal [espermatozóides produzem secretam
Células intersticiais testiculares/Leydig (1): anticoagulantes quando chegam no sistema
produção de testosterona. genital feminino] e prostaglandinas [reduz a
Células de sertoli (2): suporte (junções de reação imunológica feminina contra o sêmen e
comunicação e adesão), fagocitose, síntese e auxilia na motilidade uterina]).
secreção da proteína ligadora de andrógeno
(ABP), espermiação, síntese e secreção de
HAM (durante vida fetal, inibe formação do
ducto de Muller) e inibina (inibe a produção de
FSH), barreira hematotesticular (inibe
possíveis reações imunológicas contra células
da linhagem - células mioepiteliais e
membrana basal) - sofre maior influência da
testosterona.
Células da linhagem espermatogênica:
espermatogênese. 2. Próstata: produção de fluido branco
(neutralização do pH vaginal, liquefação do
sêmen) e dihidrotestosterona (importante para
funcionamento da próstata, masculinização da
genitália externa e possui ação no couro
cabeludo).
Alopécia androgenética (DHT)
- Mais comum em caucasianos;
- Não tem cura;
- Finasterida: inibe 5-alfa-redutase (provoca
alterações na ereção).
3. Glândulas bulbouretrais:
- Produção do líquido pré-ejaculatório (para
Epidídimo: formado por junção dos túbulos reduzir pH ácido da uretra, fluido
seminíferos em um único túbulo, transparente).
posteriormente ao testículo.
- Transporte dos espermatozóides. Emissão: o sêmen é enviado para a parte
- Armazenamento de espermatozóides: prostática da uretra pelos ductos ejaculatórios
secreção de enzimas que diminuem EROs. após a peristalse (movimentos peristálticos)
- Maturação dos espermatozóides: aquisição dos ductos deferentes; a emissão é uma
de motilidade para frente, aquisição de resposta autônoma simpática.
proteínas que controlam canais de Ca²+,
Ejaculação: o sêmen é expelido da uretra - Formação do acrossoma ( organela sacular
através do óstio externo da uretra; isso é em forma de capuz que contém várias enzimas
resultado do fechamento do esfíncter vesical que são liberadas no início da fecundação para
no colo da bexiga, da contração do músculo auxiliar a penetração do espermatozóide na
uretral e da contração do músculo corona radiata e zona pelúcida durante a
bulboesponjoso. fecundação).
200 a 600 milhões de espermatozóides por - Histonas são convertidas em protaminas
ejaculação. (material genético 6x mais compactado).
Espermatogênese: sequência de eventos pelos
quais as espermatogônias (células
germinativas primordiais) são transformadas
em espermatozóides maduros (início na
puberdade).
obs: o processo completo de espermatogênese
(incluindo espermiogênese) dura cerca de 2
meses.
Viabilidade dos gametas:
Oócitos humanos são geralmente fecundados
nas primeiras 12 horas após a ovulação (não
podem ser fecundados após 24 horas).
Espermatozóides humanos provavelmente não
sobrevivem por mais de 48 horas no sistema
genital feminino (alguns são armazenados nas
Espermatogônias permanecem quiescentes pregas das criptas do colo do útero e são
nos túbulos seminíferos dos testículos durante gradualmente liberados).
o período fetal e pós-natal - aumentam em
número durante a puberdade.
Espermatócitos primários (maiores células) -
divisão reducional - Espermatócitos
secundários (haploides) - divisão equacional -
espermátides.
Espermiogênese: processo de transformação
das espermátides em espermatozóides maduros
(transformação morfológica).
- Perda do citoplasma.
- Desenvolvimento da cauda.
Primeira semana do desenvolvimento humano
4. Reação acrossômica: liberação das enzimas
que estão dentro do acrossomo.
Hipótese I: a entrada de cálcio no
espermatozóide ativa proteínas do complexo
SNARE = conexão da membrana do
acrossoma com a membrana plasmática do
espermatozóide.
Hipótese II: ligação do espermatozóide ao
receptor ZP3 da zona pelúcida.
Fecundação: sequência complexa de eventos
físicos e moleculares coordenados que se
inicia com o contato entre um espermatozóide
e um oócito e termina com a mistura dos
cromossomos maternos e paternos na metáfase
da primeira divisão mitótica do zigoto.
O local habitual é a ampola da tuba uterina
(podendo ocorrer em outras partes da tuba,
Fases da fecundação
mas não no corpo do útero).
1. Passagem de um espermatozóide através
Leva aproximadamente 24 horas.
da corona radiata: enzima hialuronidase
Sinais químicos (atrativos), secretados pelos
(dispersão das células foliculares) liberada
oócitos e pelas células foliculares
pelo acrossoma.
circundantes, guiam os espermatozóides
2. Penetração da zona pelúcida: também
capacitados para o oócito.
causada pela liberação de enzimas
acrossômicas - exposição de receptor IZUMO
• Capacitação dos espermatozóides
que fusiona a membrana do espermatozóide
Eventos rápidos
com o receptor JUNO da membrana do oócito.
1. Mudança na bicamada lipídica: devido às
altas concentrações de albumina nas secreções
do SGF, que diminui a quantidade de
colesterol na membrana plasmática do
espermatozóide (modula os canais de Ca²+ ao
deixar-los mais permissivos ao íon).
2. Alteração do pH interno com modulação de
canais de Ca²+: pH uterino é aproximadamente
7 (rico em HCO³-).
Eventos lentos
3. Hiperativação: alteração do movimento da
cauda do espermatozóide.
Importância: movimentação dos spz e - Reação zonal (reação cortical e liberação de
possibilitar a penetração da corona radiata. zinco): alterações nas propriedades da zona
pelúcida, tornando-a impermeável a outros
espermatozóides.
3. Fusão das membranas plasmáticas do Clivagem do zigoto
oócito e do spz: e cabeça e a cauda do spz
penetram (mitocôndrias e membrana
plasmática não).
- Fosfolipase C-zeta do spz gera mudanças na
concentração de cálcio que, por sua vez,
reativam o ciclo celular do oócito.
4. Término da segunda divisão meiótica do
oócito e formação do pronúcleo feminino:
forma o oócito maduro e o segundo corpo
polar.
5. Formação do pronúcleo masculino:
núcleo do espermatozóide aumenta para
formar o pronúcleo masculino, e a cauda do A clivagem consiste em divisões mitóticas
espermatozóide degenera. repetidas do zigoto, resultando em um
obs: o oócito contendo os dois pronúcleos aumento rápido do número de células
haploides é denominado oótide. (blastômeros), que tornam-se menores a cada
6. Conforme os pronúcleos se fundem em divisão sucessiva (o zigoto não aumenta de
uma única agregação diploide de tamanho).
cromossomos, a oótide se torna um zigoto O zigoto continua dentro da zona pelúcida
(geneticamente único). durante a clivagem.
Início aproximadamente 30 horas após a
fecundação.
Compactação: após o estágio de 9 células, os
blastômeros mudam seu formato e se agrupam
firmemente uns contra os outros para formar
uma bola compacta de células (mediado por
junções de adesão de superfície celular)
- pré-requisito para formação do
embrioblasto.
- Blastômeros são totipotentes
Mórula: 12 a 32 blastômeros, se forma
aproximadamente 3 dias após a fecundação
Fecundação:
quando chega ao útero.
Estimula o oócito a completar a segunda
divisão meiótica.
Restaura o número diploide normal de
cromossomos (46) no zigoto.
Resulta na variação da espécie humana por
meio da mistura de cromossomos paternos e
maternos.
Determina o sexo cromossômico do embrião.
Causa a ativação metabólica da oótide e inicia
a clivagem do zigoto.
Blastogênese - formação do blastocisto
Líquido advindo da cavidade uterina atravessa Aproximadamente no sétimo dia, uma camada
a zona pelúcida e forma a cavidade de células, o hipoblasto (endoderma primário),
blastocística, que separa os blastômeros em aparece na superfície do embrioblasto voltada
duas partes: para a cavidade blastocística.
Trofoblasto: delgada camada celular externa, Ao fim da primeira semana, o blastocisto é
que formará a parte embrionária da placenta superficialmente implantado (polo
(estruturas anexas embrionárias). embriônico) na camada compacta do
Embrioblasto: grupo de blastômeros endométrio e obtém sua nutrição de tecidos
localizados centralmente, que formará o maternos erodidos.
embrião.
obs: o processo de cavitação se deve ao fato de Imprinting genômico: processo pelo qual
que as células do trofoblasto possuem bombas genes são expressos a partir de um alelo, de
de Na+/K+ ATPase que bombeiam sódio para forma progenitor-específica, através da
o interior da mórula (atrai água por osmose). metilação do DNA.
Células trofoblásticas secretam o fator de - Cromossomos maternos regulam o
gravidez precoce (EPF). desenvolvimento inicial do embrioblasto e
Ocorre a descamação da zona pelúcida: cromossomas paternos regulam o
possibilita o rápido crescimento do blastocisto. desenvolvimento inicial do trofoblasto.
Enquanto está no útero, o embrião obtém
nutrição das glândulas uterinas. Por que a mãe não rejeita o embrião?
- Células fetais e maternas são separadas
fisicamente umas das outras.
- O concepto é antigenicamente imaturo
(células pouco diferenciadas).
- O sistema imune materno é suprimido ou
torna-se tolerante ao concepto durante a
gestação.
obs: trofoblasto expressa poucas moléculas de
HLA.
Aproximadamente no sexto dia, os Mola hidatiforme: doença trofoblástica
prolongamentos digitiformes do decorrente de uma gestação com alteração
sinciciotrofoblasto se entendem através do genética, culminando com multiplicação
epitélio endometrial e invadem o tecido exagerada das células da placenta, que
conjuntivo. assumem aspecto de gotas d´água ou cachos
de uva.
Parcial: gestação com alguma evidência de
desenvolvimento embrionário ou ao menos
eritroblastos nucleados nas vilosidades.
- Aumento parcial de B-hCG, sintomas
brandos e cariótipo tri/tetraploide.
Tratamento: AMIU (aspiração manual
intrauterina) ou drogas que provocam
contrações uterinas (não recomendado - risco
de embolia pulmonar trofoblástica).
Sintomas: hiperêmese, aumento do tamanho
do útero mais rápido que o normal e
sangramento anormal.
Completa: gestação sem embrião em que o
concepto consiste somente na membrana
placentária.
- Níveis exacerbados de B-hCG, sintomas
acentuados e cariótipo diploide.
Segunda semana do desenvolvimento humano
A implantação do blastocisto termina Com a progressão da implantação, surge um
durante a segunda semana (ocorre entre 6 e 10 pequeno espaço no blastocisto: primórdio da
dias após a ovulação e a fecundação). cavidade amniótica, logo, os amnioblastos se
Conforme ocorre a implantação, o trofoblasto separam do epiblasto e formam o âmnio, que
se diferencia em duas camadas: reveste a cavidade amniótica.
• Citotrofoblasto: camada interna, reveste a
cavidade blastocística, mitoticamente ativa e Concomitantemente, ocorrem mudanças
forma células que migram para a massa morfológicas no embrioblasto: formação do
crescente de sinciciotrofoblasto, onde se disco embrionário bilaminar ou didérmico
fundem e perdem as membranas celulares. (placa bilaminar, quase circular, de células
• Sinciciotrofoblasto: massa multinucleada achatadas).
que se expande rapidamente, na qual nenhum Epiblasto: camada mais espessa, constituída
limite celular é visível (células sinciciais - sem por células cilíndricas altas, voltadas para a
membrana) - desloca células endometriais no cavidade amniótica - perifericamente em
local de implantação. continuidade com o âmnio.
Hipoblasto: células cuboides pequenas
adjacentes à cavidade exocelômica - contínuo
com a membrana exocelômica.
- Membrana exocelômica e hipoblasto
constituem o saco vitelino primitivo.
As células do endoderma da vesícula
produzem o mesoderma extraembrionário, que
passa a envolver o âmnio e a vesícula
umbilical.
Sinciciotrofoblasto produz o hormônio hCG,
o qual entra na circulação sanguínea materna
via cavidades isoladas (lacunas) no
sinciciotrofoblasto - mantém a atividade do
corpo lúteo durante a gestação.
- hCG indica a presença de sinciciotrofoblasto,
mas não de embrião.
Teste de gravidez pode ser positivo ao final da
segunda semana.
O processo de invasão atinge um máximo às 9
Surgimento de lacunas preenchidas por
a 12 semanas.
sangue por uma mistura de sangue materno -
Nutrição: degeneração de células deciduais
estabelece a circulação uteroplacentária
nas proximidades (disponibiliza glicogênio e
primordial.
lipídios que acumularam durante reação
decidual).
obs: as células endometriais sofrem apoptose,
o que facilita a invasão.
No 12º dia, o epitélio quase totalmente
regenerado recobre o tampão.
Enquanto o concepto se implanta, as células do
tecido conjuntivo endometrial continuam
passando por transformações: é a reação
decidual (células incham devido ao acúmulo
de glicogênio e lipídeos no citoplasma). A
principal função da reação decidual é fornecer
nutrientes para o embrião e um local
imunologicamente privilegiado.
Em um embrião de 12 dias, lacunas
sinciciotrofoblásticas adjacentes se fundem
para formar redes lacunares, dando ao - O celoma extra-embrionário é a futura
sinciciotrofoblasto uma aparência esponjosa. cavidade coriônica.
- As redes lacunares no polo embrionário são - O saco vitelino primitivo diminui e se forma
os primórdios dos espaços intervilosos da o saco vitelino secundário um pouco menor
placenta. (formado por células endodémicas
- Capilares endometriais ao redor do embrião extraembrionárias que migram do hipoblasto
implantado se tornam congestos e dilatados, do interior do saco vitelino primitivo).
formando os sinusoides maternos (influência - Em humanos, o saco vitelino não possui
de estrogênio e progesterona). vitelo, mas é o local de origem das células
- Os sinusoides são erodidos pelo germinativas primordiais, também atua na
sinciciotrofoblasto, e o sangue materno flui transferência de nutrientes da cavidade
livremente para as redes lacunares. celômica para o disco embrionário.
Conforme ocorrem mudanças no trofoblasto e
no endométrio, o mesoderma extraembrionário
aumenta e aparecem espaços celômicos
extraembrionários, que se fundem e formam o
celoma extraembrionário (cavidade cheia de
líquido que envolve o âmnio e a vesícula
umbilical/saco vitelínico, exceto onde foram
aderidos ao cório pelo pedículo de conexão).
O fim da segunda semana é marcado pelo Abortamento: expulsão de um embrião ou
aparecimento das vilosidades coriônicas feto antes que seja viável (capaz de sobreviver
primárias (prolongamentos vasculares do fora do útero).
cório), que formam colunas com revestimentos - Ameaça de aborto: sangramento com
sinciciais. - primeiro estágio de possibilidade de aborto (cerca de 50% acaba
desenvolvimento das vilosidades coriônicas da abortando).
placenta. - Aborto espontâneo: perda gestacional que
ocorre naturalmente antes da 20º semana de
O celoma extraembrionário divide o gestação (15% das gestações).
mesoderma extraembrionário em duas - Aborto habitual: quando ocorre aborto em
camadas: três ou mais gestações consecutivas).
1. Mesoderma somático extraembrionário - Aborto induzido: farmacologicamente antes
(reveste trofoblasto e cobre o âmnio). das 20 semanas.
2. Mesoderma esplâncnico extraembrionário, - Aborto retido: embrião ou feto morto não é
que envolve a vesícula umbilical. expelido do útero.
Cório (membrana fetal mais externa, que
forma a parede do saco coriônico): mesoderma
somático extraembrionário e duas camadas do
trofoblasto (citotrofoblasto e
sinciciotrofoblasto).
O celoma extraembrionário é o primórdio da
cavidade coriônica.
No 14º dia, células hipoblásticas de uma área
localizada são agora cilíndras e formam uma
região circular espessada, a placa precordal
(local da boca).
Placenta prévia: implantação do blastocisto
no segmento inferior do útero, resultando em
uma placenta que cobre parcial ou totalmente
o óstio.
Terceira semana do desenvolvimento
Coincide com a semana seguinte à primeira
ausência do período menstrual (5 semanas
após o primeiro dia do último período
menstrual normal).
Durante essa semana, designa-se o embrião
como uma gástrula.
Gastrulação: processo pelo qual o epiblasto
dá origem às três camadas germinativas - Processos principais envolvidos:
precursoras de todos os tecidos embrionários e 1. Divisão celular orientada.
da orientação axial - do embrião (ectoderma, 2. Migração celular.
mesoderma e endoderma). 3. Extensão convergente.
- O disco embrionário bilaminar é convertido 4. Delaminação progressiva do epiblasto.
em um disco embrionário trilaminar.
Linha primitiva:
Surge por volta do 15º dia, sendo o primeiro
sinal morfológico da gastrulação.
Faixa linear espessada do epiblasto
caudalmente no plano mediano do disco
embrionário.
Resulta da proliferação e do movimento das
células do epiblasto para o plano mediano do obs: Vg1 induz o epiblasto a expressar o nodal
disco embrionário. (induz as células a desepiteliarizar, sendo
- Alonga-se pela adição de células à sua importante para deslocamento).
extremidade caudal, ocupando 50% do
comprimento do disco embrionário. Funções da linha primitiva: definição dos
eixos crânio-caudal e direito-esquerdo e
formação dos três folhetos embrionários.
Assimetria esquerda-direita: diferenças
anatômicas dos lados esquerdo e direito (trato
gastrointestinal e coração, por exemplo) -
garantida através das células do nó primitivo
(ciliadas).
Nó primitivo: proliferação celular na região - Células nodais centrais contêm monocílios
cranial da linha primitiva. que apresentam motilidade, os quais não
A invaginação das células epiblásticas resulta possuem par de microtúbulos centrais -
na formação do sulco primitivo e da fosseta
primitiva.
células nodais periféricas apresentam
monocílios imóveis devido a falta de dineína. 1. Endoderma: as primeiras células
ingressantes do epiblasto invadem o hipoblasto
e deslocam suas células, substituindo
completamente os hipoblastos por uma nova
camada de células, o endoderma embrionário
(no teto da vesícula umbilical).
Origina os revestimentos epiteliais dos
sistemas respiratório e digestório, incluindo as
A rotação gera um fluxo direcionado de fluido
glândulas que se abrem no tubo digestório e as
extra-embrionário para esquerda através do nó,
células glandulares de órgãos associados ao
conduzindo vesículas com morfógenos para
sistema digestório, como o fígado e o
futuro lado esquerdo do embrião (induz
pâncreas.
alterações à esquerda).
2. Mesoderma: parte do mesênquima forma o
mesoblasto (mesoderma indiferenciado), que
forma o mesoderma intraembrionário - uma
camada de células frouxas localizada entre o
endoderma e o ectoderma.
Logo depois, a camada se reorganiza para
O que tem que ser diferente, é induzido para
formar as quatro subdivisões principais do
ser diferente à esquerda!
mesoderma intraembrionário: mesoderma
cardiogênico, mesoderma paraxial, mesoderma
intermediário (nefrótomo) e mesoderma da
placa lateral.
3. Ectoderma: formado por células do
epiblasto remanescente (o que “sobrou” do
epiblasto).
Rapidamente se diferencia em placa neural na
região central do disco embrionário e
ectoderma cutâneo na região periférica.
No 16º dia, epiblastos da linha primitiva
começam a migrar da sua superfície profunda
e sofrem uma transformação
epitélio-mesenquimal (EMT), formando o
mesênquima (forma os tecidos de sustentação
do embrião, maior parte dos conjuntivos e o
arcabouço de tecido conjuntivo das glândulas).
- Esse movimento coletivo de células para
formar as três camadas primitivas constitui a
gastrulação.
Durante a terceira semana do
desenvolvimento, duas tênues depressões se
formam no ectoderma, uma na extremidade
cefálica (membrana orofaríngea) e outra na
extremidade caudal (membrana cloacal) - o endoderma do embrião até a placa
essas membranas se tornarão as extremidades pré-cordal.
cegas do tubo intestinal.
Genes HOX: são os principais ativados e
transcritos durante a gastrulação (controle
inicial do processo de gastrulação) - humanos
possuem 39 agrupados em 4 cromossomos
diferentes.
Especificações migratórias do endoderma:
migração de células para a placa pré-cordal
(estrutura mesendodérmica) e endoderma do
intestino primitivo.
O processo notocordal se desepiterializa e se
transforma em canal notocordal.
Especificações migratórias do mesoderma:
Mesoderma cardiogênico: localizado na
extremidade cranial, flanqueia a membrana
orofaríngea - formará o coração.
O futuro mesoderma da cabeça e os futuros
somitos constituem o mesoderma paraxial. O assoalho ventral do tubo se funde com o
endoderma subjacente e as duas camadas se
rompem, deixando atrás a placa notocordal
achatada.
A placa notocordal dobra-se para formar a
notocorda (cordão sólido).
obs: quando o canal notocordal vira placa
notocordal surge o canal neuroentérico
(permite o trânsito de fluidos e nutrientes entre
âmnio e saco vitelino) - ao término da
formação da notocorda, o canal neuroentérico
fecha novamente.
Processo notocordal: provém das células
mesenquimais provenientes do nó primitivo e
da linha primitiva - cordão mediano que se
estende cefalicamente entre o ectoderma e
Notocorda
- Define o eixo primitivo do embrião
dando-lhe certa rigidez.
- Serve de base para estimular o
desenvolvimento do esqueleto axial.
- Indica o local dos futuros corpos vertebrais (a
notocorda forma o núcleo pulposo -
substituído por células mesodérmicas
adjacentes nas crianças).
Síndrome do notocórdio fendido: variante
Cistos neuroentéricos: lesões raras no eixo
rara dos cistos neuroentéricos, onde anomalias
espinhal composto por tecido endodérmico
vertebrais, do sistema nervoso e intestinais se
ectópico.
associam.
- Resultam de um erro na separação entre a
- A malformação se deve ao não fechamento
notocorda e o intestino anterior durante o
do canal neuroentérico.
fechamento do canal neuroentérico.
Sintomas: dor de cabeça, sintomas
neurológicos, paraplegia.
As células notocordais produzem os fatores
Placa de mesoderma lateral:
que induzem a formação dos mesodermas ao
- Não segmentado
longo do eixo da notocorda.
- Esplâncnico: adjacente ao endoderma,
origina a cobertura mesotelial dos órgãos
Mesoderma paraxial:
viscerais e parte da parede da víscera.
- Flanqueia a notocorda.
- Somático: adjacente ao ectoderma, origina o
- Na futura região da cabeça, forma faixas de
revestimento interno da parede corporal e
células que permanecem não segmentadas
partes dos membros.
como mesoderma da cabeça.
- Na futura região do tronco, forma faixas de
obs: esplancnopleura (esplâncnico +
células, que se segmentam em somitos
endoderma) e somatopleura (somático +
(condensações de mesoderma em forma de
ectoderma).
blocos, que darão origem às costelas, vértebras
e musculatura axial).
- Formam-se 42 a 44 pares de somitos, mas
alguns caudais desaparecem, originando uma
contagem final de aproximadamente 37 pares.
Atenção: o mesoderma cardiogênico é o
mesoderma lateral da região da cabeça!!!
Mesoderma intermediário:
- Somente no tronco. Enquanto a gastrulação acontece, a linha
- Lateral a cada somito. primitiva regride caudalmente, tornando-se
- Segmentado. gradativamente menor.
- Forma o sistema urinário e partes do sistema Pelo dia 26 ela parece desaparecer, entretanto,
genital. por volta do dia 20, remanescentes da linha
primitiva se expandem para formar uma massa
de mesoderma na linha média caudal
denominada broto da cauda ou eminência
caudal (origina maior parte das estruturas
caudais).
Neurulação
No 18º dia, ocorre a formação de uma
espessada placa neural no ectoderma
localizada cranialmente ao nó primitivo.
A formação da placa neural é induzida pelo nó
primitivo (indução neural).
Os lábios laterais da placa neural dão origem
às células da crista neural.
Defeitos de tubo neural (DTNS)
1. Espinha bífida oculta: defeito dos corpos
O rápido alongamento da placa neural é vertebrais, coberto por pele, sem
devido a extensão convergente do anormalidades na medula e nem raízes
neuroepitélio e dos tecidos de sustentação. nervosas
A curvatura da placa neural envolve a A maioria dos indivíduos é assintomática (em
formação das pregas neurais (gera sulco alguns casos pode haver placas pilosas no
neural). local da falha).
O fechamento do sulco neural (iniciado no dia
22) envolve adesão das pregas neurais umas às
outras e o rearranjo subsequente das células no
interior das pregas para formar duas camadas
epiteliais separadas: a placa do teto do tubo
neural e o ectoderma de superfície acima.
2. Espinha bífida cística com meningocele:
formação de cisto com herniação de meninges,
geralmente não apresenta complicações.
Se a pele tem espessura normal, a cirurgia
pode ser adiada, diferente da pele com
espessura fina, a qual precisa de cirurgia
imediata.
O fechamento inicia na futura região occipital
e cervical, progredindo crânio-caudalmente,
finalmente fechando os neuroporos cranial e
caudal, respectivamente, nos dias 24 e 26.
3. Espinha bífida cística com Neurulação primária: através do dobramento
meningomielocele: formação de cisto com da placa neural, forma todo o encéfalo e a
herniação de meninges e medula, geralmente maior parte da medula espinal.
associada a outras malformações e os sintomas • Dias 17 e 18: indução do neuroectoderma
vão depender de onde está o cisto (75% na (pela presença do notocorda).
região lombossacral). • Dias 19 e 20: alongamento do
neuroectoderma (no sentido caudal-cranial).
• Dias 20 e 21: formação do sulco e pregas
neurais.
• Dias 21 e 22: início do fechamento do tubo
neural.
• Dias 25 e 27: fechamento do neuroporo
cranial e neuroporo caudal.
4. Meroanencefalia: tipo de anencefalia em
que o encéfalo se desenvolve de forma
rudimentar.
Tipos de neurulação: primária, secundária e
juncional.
Neurulação secundária: ocorre da 4º à 8º
semana a partir da morfogênese do broto
caudal (área remanescente de linha primitiva)
para formar a parte mais caudal do tubo
neural.
- Envolve a condensação das células do broto
em uma massa sólida central denominada
cordão medular, o qual sofre cavitação para
formar um lúmen, que rapidamente funde-se
com o canal do tubo neural mais cranial.
Imaturo: possui tecidos derivados das três
camadas germinativas em seu interior e estes
Neurulação juncional: combina movimentos e se encontram indiferenciados.
tipos celulares da neurulação primária e Maduro: possui tecidos derivados das três
secundária. camadas germinativas em seu interior e estes
se encontram diferenciados.
Neuroporos: o tubo neural fecha da região
medial para extremidades.
Cranial fecha aproximadamente no 24º dia -
defeitos nesse fechamento podem acarretar em
anencefalia.
Caudal fecha no 26º dia - defeitos nesse
fechamento podem gerar espinha bífida.
Após o processo de neurulação secundária,
ocorre a regressão da linha primitiva.
Células da crista neural: população de
Teratoma sacrococcígeo: tumor derivado de células única (consideradas um quarto folheto
resquícios da linha primitiva contendo tecidos embrionário) que surge da parte dorsal do tubo
vindos das três camadas germinativas do neural em formação, durante a neurulação.
embrião. Sofrem uma transformação
epitélio-mesenquimal quando se destacam do
tubo neural.
Se desprendem do tubo neural (delaminação),
no sentido craniocaudal, concomitantemente
com o desprendimento do tubo neural do músculo liso e gordura da face e do pescoço
ectoderma. ventral; melanócitos (via dorsal).
CCN do tronco: formação de estruturas do
tecido nervoso e da medula da adrenal.
CCN vagal e sacral: gânglios e neurônios do
intestino primitivo.
Neurocristopatias: defeitos no
desenvolvimento das células da crista neural.
- Neurofibromatose.
- Doença de Charcot-Marie-Tooth.
- Doença de Waardenburg tipo I e tipo II.
- Albinismo (falha na via de migração dorsal).
- Feocromocitoma.
- Doença de Hirschsprung.
- Síndrome de DiGeorge.
São células de origem epiblástica Doença de Hirschsprung ou megacólon
(multipotenciais): podem originar melanócitos, congênito: ausência de células gangliônicas
células musculares lisas, adipócitos, neurônios, no plexo submucoso e mioentérico, em
células da glia, condrócitos e osteoblastos. variadas porções do intestino, sendo causa
relativamente comum de obstrução intestinal
Regionalização das CCNs em neonatos e megacólon em crianças e
Via ventral de migração: CCNs migram adultos.
ventralmente para as quatro regiões.
Via dorsal da migração: migração para todas
as áreas (sempre darão origem aos Causa: CCN vagais não migram para a região
melanócitos). do intestino posterior, mutação do gene Ret.
CCN cranial: dão origem aos arcos faríngeos
da cabeça e pescoço (contribuem para os
elementos cartilaginosos e vários ossos do
nariz, da face, orelha média e pescoço), derme,
Alantoide: aparece aproximadamente no 16º
dia como um pequeno divertículo da parede
caudal da vesícula umbilical, que se estende
para o pedículo de conexão.
O mesoderma da alantoide se expande sob o
cório e forma os vasos sanguíneos que servirão
para a placenta.
Outros eventos que ocorrem durante a 3º
semana do desenvolvimento humano
Diferenciação dos somitos
Cada somito se reorganiza em duas
subdivisões: dermomiótomo epitelial e
esclerótomo mesenquimal. Desenvolvimento das vilosidade coriônicas
- Os esclerótomos se desenvolverão nas No início da terceira semana, o mesênquima
vértebras. cresce para dentro das vilosidades coriônicas
- Dermomiótomo se subdivide em dermátomo primárias, formando um cerne de tecido
(contribui para a derme da pele de todo o mesenquimal, originando as vilosidades
tronco) e miótomo (forma músculos dorsais e coriônicas secundárias (revestem a superfície
ventrolaterais da parede do corpo e músculos do saco coriônico).
dos membros). Algumas células mesenquimais nas
vilosidades se diferenciam em capilares e
células sanguíneas, originando as vilosidades
coriônicas terciárias.
Simultaneamente, as células citotrofoblásticas
das vilosidades coriônicas proliferam e se
estendem através do sinciciotrofoblasto,
formando uma capa citotrofoblástica
extravilosa que, gradativamente, envolve o
saco coriônico e o fixa ao endométrio.
Desenvolvimento inicial do sistema
cardiovascular
No início da 3º semana, a formação dos vasos
sanguíneos começa no mesoderma
extraembrionário da vesícula umbilical, do
pedículo de conexão e do cório.
Os vasos sanguíneos embrionários começam a
se desenvolver aproximadamente 2 dias
depois.
Quarta à oitava semana do desenvolvimento humano
Todas as principais estruturas internas e Resumindo, a prega cranial é a própria placa
externas são estabelecidas durante a 4º e a 8º neural, conforme ela cresce cranialmente,
semanas. dobra-se ventralmente.
A exposição dos embriões a teratógenos O endoderma subjacente é incorporado e
durante esse período pode causar anomalias forma um “saco de fundo cego” denominado
congênitas importantes. intestino anterior, que é delimitado
Teratógenos: agentes que provocam ou cranialmente pela memb
aumentam a incidência de anomalias Parte do endoderma subjacente da vesícula
congênitas importantes. umbilical é incorporado e forma um “saco de
fundo cego” denominado intestino anterior,
• Dobramento do embrião que é separado do estomodeu (boca primitiva)
Dobramento do disco embrionário trilaminar pela membrana bucofaríngea.
plano em um embrião ligeiramente cilíndrico. Após o dobramento da cabeça, o septo
Ocorre nos planos mediano e horizontal e transverso localiza-se caudal ao coração, onde
resulta do crescimento rápido do embrião. posteriormente se torna o tendão central do
Induzido pelo desenvolvimento do ectoderma diafragma, a separação entre a cavidade
e dos somitos. abdominal e a torácica.
obs: o dobramento das extremidades cranial e
caudal e o dobramento lateral ocorrem ao
mesmo tempo.
O dobramento das extremidades do embrião
produz as pregas cefálica e caudal.
• Prega cefálica/cranial: forma-se no 22º dia.
Após as pregas neurais na região cranial
formarem o primórdio do encéfalo, há a
projeção dorsal para a cavidade amniótica.
Posteriormente, o prosencéfalo em
desenvolvimento cresce cranialmente para
além da membrana bucofaríngea e sobre o
coração em desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, o septo transverso, o
coração primitivo, o celoma pericárdico e a
membrana bucofaríngea se deslocam para a
superfície ventral do embrião.
• Prega caudal: surge no 23º dia. Endoderma subjacente é incorporado e forma
Resulta principalmente do crescimento da o intestino médio que mantém comunicação
parte distal do tubo neural, o primórdio da temporária com o saco vitelino através do
medula espinal. ducto vitelino.
À medida que o embrião cresce, a eminência
caudal se projeta sobre a membrana cloacal
(futuro local do ânus).
Endoderma subjacente é incorporado e forma
um “saco de fundo cego” denominado
intestino posterior (delimitado pela
membrana cloacal).
A parte terminal do intestino posterior logo se
dilata levemente para formar a cloaca: bexiga
urinária e reto rudimentares (sim, possuímos
cloaca por um determinado período
embriológico).
O pedículo de conexão (constituído por
mesoderma intra e extraembrionário) se torna
ligado à superfície ventral do embrião, e a
alantóide, ou divertículo da vesícula umbilical,
é parcialmente incorporada ao embrião =
primórdio do cordão umbilical.
obs: alantoide é importante para a formação
do sistema urinário.
O fechamento do ducto vitelino se deve a
degeneração do saco vitelino.
Entre o 26º dia e o 28º dia, ocorre o
fechamento do embrião.
• Ectopia cardíaca
Condição extremamente rara, na qual o
• Pregas laterais: surgem no 23º dia.
coração está parcial ou completamente exposto
Resultado do rápido crescimento da medula
na superfície do tórax.
espinal e dos somitos.
Geralmente, está associada a metades
Os primórdios da parede abdominal
amplamente separadas do esterno (não fusão) e
ventrolateral dobram-se dobram-se em direção
ao saco pericárdico aberto.
ao plano mediano, deslocando as bordas do
disco embrionário ventralmente e formando
um embrião grosseiramente cilíndrico.
A morte ocorre na maioria dos casos (infecção, • Divertículo ileal congênito/de Meckel
insuficiência cardíaca, hipoxemia, outras Remanescente da parte proximal do ducto
malformações associadas). vitelino.
Resulta da falha do desenvolvimento da prega Essa malformação ocorre devido a não
cranial e da fusão completa das dobras laterais involução do ducto vitelino (deve regredir
na formação da parede torácica durante a 4º entre 5º e 8º semanas).
semana. Pode inflamar e causar sinais/sintomas que
simulam a apendicite.
Sintomas: obstrução intestinal, hematoquezia e
melena, peritonite, simulação de apendicite
com dor periumbilical, ulceração hemorrágica
no intestino.
OBS: PAREI ESSA CAPÍTULO DO MOORE
NA QUARTA SEMANA (O PROFESSOR
MINISTROU ATÉ AQUI).
Desenvolvimento músculo-esquelético
Desenvolvimento da coluna vertebral, Diferenciação dos somitos
costelas e esterno Cada somito se tranforma em: esclerótomo
Somitogênese - originar a coluna (formação de estruturas ósseas) e
Início: 20º dia (antes do dobramento do dermomiótomo (dermótomo - tecido
embrião, ainda na fase embrionária) e término conjuntivo da derme da pele - e miótomo -
no 30º dia. músculos).
Surgem no sentido cranio-caudal.
Formam-se de 3 a 4 pares de somitos por dia. Ressegmentação dos esclerótomos
Total de somitos formados: 42 a 44 pares, Cada esclerótomo se divide em segmentos
entretanto muitos somitos caudais cranial e caudal devido desenvolvimento da
desaparecem, restando apenas cerca de 37 fissura de von Ebner.
pares para o desenvolvimento. Com o crescimento dos nervos espinhais para
Os somitos são estruturas segmentadas, inervar os miótomos, o segmento cranial de
transitórias, epiteliais com um centro formado cada esclerótomo se recombina com o
por células mesenquimais - características segmento caudal do esclerótomo craniano
epiteliais, entretanto são células mesodérmicas seguinte para formar a vértebra rudimentar.
(o centro possui características mais - Os nervos passam na fissura de Von Ebner.
mesodérmicas). - Cada vértebra é formada por uma porção
caudal e por outra cranial.
Região occipital
4 occipitais (únicos que não participam da - Única que não ressegmenta (tubo neural da
formação da coluna, mas sim do osso região não emite nervos espinhais).
occipital), 8 cervicais, 12 toácicos, 5 lombares, - Cranial de C1 se fusiona à região occipital
5 sacrais e coccígeos não possui quantidade (quarto esclerótomo).
definida. - Origem a base do occipital e parte da
mastoidea e petrosa temporal.
Região cervical:
- Cranial de C1
- Caudal de C8 forma aprimeira vértebra
torácica.
As costelas surgem do processo costal das
vértebras embrionárias torácicas.
Desenvolvimento dos discos intervertebrais
- Células do esclerótomo + parte da notocorda;
- Células da notocorda são substituídas aos 20
anos de idade.
Região torácica
Porção cranial da T1 se fusiona com caudal de
C8
Definição de cauda - região caudal ao local de
inserção da cabeça do fêmur.
Núcleo pulposo é um tecido conjuntivo bem
rudimentar (fibroblastos imples e MUITOS
protepglicanos - aspecto gelatinoso).
Por algumas semanas, a coluna é cartilaginosa.
Desenvolvimento pós-natal
Feto de 2 meses possui cartilaginosa.
Aproximadamente 56 dias já não há vestígio 6 meses - toda ossificada.
caudal. Curvaturas primárias: torácica e sacral.
O desaparecimento da linha primitiva estimula Secundárias: cervical e lombar
a regressão da cauda. Cervical - indução conforme a criança vai
Fusão dos somitos remanescentes formam o sustentando a cabeça.
cóccix. Lombar - indução conforme aprende a andar.
Fusão dos esclerótomos (esquerdo e direito) ao Cifose congênita: excesso de curvatura para
redor do notocorda e do tubo neural, formando trás; falha na formação do corpo vertebral
os rudimentos do arco vertebral. (quando os dois esclerótomos fusinam ao redor
do notocorda) o una segmentação dos
esclerótomos (cranial e caudal).
Costelas cervicais: surgem de mutação de
genes Hox
Ausência de pulso radial e ulnar do membro Meromelia: apresenta apenas a formação distal
afetado. do membro.
Amelia: ausência total de formação do
Desenvolvimento do esterno membro.
Desenvolvimento a partir do mesoderma Polidactilia: formação extranumerária dos
lateral somático (placas esternais dedos.
cartilaginosas) que se encontra ao dobramento
do embriãos.
Após a fusão das barras que surgem os centros
de ossificação.
Ossificação completa só a partir da quarta
década de vida.
Desenvolvimentos dos membros
Com 24 dias surgem os brotos dos membros
superiores.
Com 28 dias surgem os brotos dos membros
inferiores.
Massa central é precursora de ossos e tendões.
A massa dorsal muscular origina, em geral, os
extensores e supinadores dos membros
superiores e os extensores e abdutores dos
membros inferiores.
A massa ventral muscular origina os flexores e
pronadores dos membros superiores e flexores
e abdutores dos inferiores.
Ossos dos membros se formam por ossificação
endocondral, exceto escápula e osso do
quadrial (endoconjuntiva).
O desenvolvimento do broto ocorre
proximodistal e maior na superfície dorsal do
broto
Curvatura pelo maior desenvolvimento dorsal.
38 dia surge os raios digitais dos dedos.
44 dia raios digitais dos pés.
dia 52 visualização individualizada de cada dia
do dedo da mão e no dia 56 nos pés.