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O documento aborda os riscos naturais associados ao ordenamento do território nas zonas litorais, destacando sua importância socioeconômica e os fenômenos que afetam sua dinâmica, como a erosão e a ocupação humana. Em Portugal, cerca de 30% do litoral está ameaçado pelo avanço do mar, com consequências para a infraestrutura e ecossistemas locais. O texto sugere intervenções como dragagens e alimentação artificial das praias como alternativas para mitigar os problemas de erosão.

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O documento aborda os riscos naturais associados ao ordenamento do território nas zonas litorais, destacando sua importância socioeconômica e os fenômenos que afetam sua dinâmica, como a erosão e a ocupação humana. Em Portugal, cerca de 30% do litoral está ameaçado pelo avanço do mar, com consequências para a infraestrutura e ecossistemas locais. O texto sugere intervenções como dragagens e alimentação artificial das praias como alternativas para mitigar os problemas de erosão.

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RISCOS NATURAIS DE ORDENAMENTO E TERRITÓRIO BioGeo FOCO 11

DOSSIÊ DO PROFESSOR

FICHA INFORMATIVA 3 RISCOS (NOS) LITORAIS

As zonas litorais constituem, desde sempre, espaços privilegiados para atividades culturais, desportivas,
económicas, turísticas e de lazer. Atualmente, estes locais são reconhecidos pela sua importância
paisagística, patrimonial e ecológica.

A faixa costeira mundial totaliza apenas 500 000 km de comprimento, mas alberga cerca de 80% da
população mundial. A maioria das grandes concentrações populacionais, dos centros de decisão económica,
política, técnica e industrial localiza-se nesta área marginal dos continentes.

No caso de um pequeno país, como Portugal, com uma linha de costa de, aproximadamente,
900 km, em que as principais cidades, tais como Lisboa, Porto, Aveiro e Faro, se localizam nas proximidades
do mar e que, sazonalmente, recebem milhares de turistas, é imperativo proceder ao estudo da zona
costeira e ao seu ordenamento. O nosso país é detentor de um extenso litoral, do qual é fortemente
dependente do ponto de vista socioeconómico.

A separação entre o domínio continental e o domínio marinho não é, na realidade, uma simples linha, tal
como é representada nas cartas e nos mapas, mas uma faixa complexa, dinâmica, provida de mutabilidade e
mobilidade, na qual atuam vários processos geológicos e a que chamamos faixa litoral.
Na transição do continente para o oceano, no caso do litoral português, é possível distinguir,
principalmente, duas formas distintas: as arribas e as praias.

Figura 1 – Aspetos gerais da costa portuguesa e risco de erosão.

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Uma costa em arriba é, geralmente, constituída por material rochoso consolidado, com inclinação
acentuada (15° a 90°) e pouca, ou até mesmo nenhuma, cobertura vegetal.
Predominam as forças de erosão, que originam um conjunto de formas morfológicas, tais como a
plataforma de abrasão, as cavernas, os leixões e os arcos litorais.

Figura 2 – Geoformas presentes numa costa em


arriba.

Figura 3 – Exemplos de geoformas litorais em


Portugal.
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Uma arriba é considerada viva quando ainda é modelada pela água do mar. Quando deixa de ser
trabalhada pela ação do mar, diz-se arriba morta ou fóssil. Nas arribas vivas predominam os fenómenos de
abrasão marinha, isto é, fenómenos relacionados com a erosão provocada pelo constante rebentar das
ondas de encontro às rochas. Este fenómeno é acelerado quando as ondas do mar transportam partículas
que chocam de encontro ao substrato rochoso, desgastando-o, agindo como se fossem uma lixa.

Figura 4 – Arriba fóssil da Costa da Caparica.

As praias são estruturas morfológicas onde ocorre a acumulação de sedimentos de variados tamanhos e
litologias. De um modo geral, estes locais são mais frágeis do que as arribas, quer do ponto de vista
geológico, quer do ponto de vista ecológico. Por vezes, nalgumas praias é possível observar dunas litorais.
Estas estruturas assumem enorme importância, pois impedem, de um modo natural, o avanço das águas do
mar para o interior dos continentes e constituem ecossistemas únicos onde é possível observar uma elevada
biodiversidade.

Figura 5 – Praia de Miramar (Vila Nova de Gaia).

O estudo da região litoral tem revelado a existência de areias de praia a cotas elevadas que, por vezes,
podem atingir vários metros acima do atual nível do mar. São as conhecidas praias altas ou levantadas, que

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proporcionam dados importantes sobre as variações do nível do mar (transgressões e regressões marinhas)
e sobre as populações que viveram nas suas imediações.

As zonas litorais constituem um valioso recurso natural, insubstituível e não-renovável, do qual a espécie
humana obtém, por exemplo, alimentos e recursos minerais, para além de serem importantes locais de lazer
e turismo. No entanto, estas zonas não são estáticas, mas sim muito dinâmicas. O litoral evolui, algumas
formas modificam-se, mudam de posição, outras aparecem e desaparecem.

Atualmente, a dinâmica da faixa litoral é condicionada pela intervenção de diversos fenómenos naturais
e por fenómenos antrópicos.

De entre os fenómenos naturais, aos quais a espécie humana é completamente alheia e que, de uma
maneira geral, não pode contrariar, anular ou modificar, destacam-se:

– a alternância entre regressões e transgressões marinhas, ou seja, a descida e a subida do nível


médio da água do mar, respetivamente;

– a existência de correntes marinhas litorais variadas que, ao provocarem a erosão, o transporte e a


deposição de sedimentos, condicionam a morfologia da costa;

– a deformação das margens dos continentes, em resultado de movimentos tectónicos que podem
provocar a elevação ou o afundamento das zonas litorais.

De entre os fenómenos provocados pela ação antrópica, salientam-se:

– o agravamento do efeito de estufa provocado pelo excesso de produção de CO 2 e outros gases em


consequência da queima de combustíveis fósseis e da desflorestação. Este incremento na quantidade
de gases provoca o aumento da frequência e intensidade dos temporais e o aumento da temperatura do
nosso planeta, com consequente fusão das massas geladas e a expansão térmica da água dos
oceanos;

– a ocupação da faixa de litoral com estruturas de lazer e de recreio, bem como a implantação de obras
pesadas de engenharia costeira;

– a diminuição da quantidade de sedimentos que chegam ao litoral em consequência da construção de


barragens nos grandes rios;

– a destruição das defesas naturais, como a destruição das dunas devido ao pisoteio, a construção
desordenada de habitações, o arranque da cobertura vegetal e a extração de inertes para a construção
civil.

Como consequência dos fatores anteriormente referidos, cerca de 90% dos litorais, a nível do planeta,
estão num processo acelerado de erosão.

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Figura 6 – A subida do nível do mar pode causar a erosão das arribas (A) causando a destruição de edifícios (B) e o
recuo da arriba (C).

No caso do litoral português, facilmente se conclui que este não tem sido gerido da forma mais adequada.
Cerca de 30% da sua extensão encontra-se seriamente ameaçada pelo avanço das águas do mar. São
escassos os locais onde ocorre a sedimentação e, onde tal acontece, os mesmos estão associados a obras
de engenharia, construídas para esse efeito.

Nos locais ocupados por arribas, a submersão é reduzida, mas as rochas estão submetidas a maior
erosão, o que conduzirá ao aumento da taxa de recuo das arribas vivas. Por outro lado, as praias
constituídas por sedimentos, ao serem atacadas pelas águas, podem evidenciar grandes modificações na
sua morfologia, com sérias consequências económicas e sociais.

Casas particulares, monumentos, hotéis, urbanizações, campos de golfe, vias de comunicação, estruturas
de apoio ao turismo, por exemplo, estão sujeitas à destruição provocada pela ação da água. Locais de
grande importância ecológica poderão ser afetados, muitos seres vivos perderão o seu habitat natural e
muitas rotas migratórias poderão deixar de existir.
Face aos graves problemas de erosão costeira a que certas regiões estão sujeitas, é necessário efetuar
intervenções de modo a promover a proteção e defesa destas áreas. As mais comuns em Portugal são as
dragagens e as obras de engenharia, tais como os enrocamentos, os paredões, os quebra-mares, os
molhes e os esporões. Muitas intervenções resolvem temporariamente os problemas, que acabam por ser
transferidos para outros locais próximos.

Figura 7 – Quebra-mar portuário e esporões.

Todavia, a grande maioria destas obras, de custo


elevado na construção e manutenção, conduz, muitas
vezes, a situações nefastas para o litoral. A longo prazo,
podem ser perigosas e não favorecem a estética da
paisagem. Quando construídas sem os adequados estudos
prévios, não oferecem os resultados esperados e garantem
apenas uma proteção local e reduzida no tempo.
Uma alternativa consiste na alimentação artificial das
praias com sedimentos, sem criar perturbações na dinâmica
local. Esta injeção de inertes, embora dispendiosa, é mais
económica do que as grandes obras de engenharia e menos
agressiva para a paisagem. No entanto, em litorais muito
energéticos, como é a costa ocidental portuguesa, para que

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a estabilidade seja alcançada, torna-se necessário recorrer


à frequente e regular alimentação das praias com
sedimentos.

Figura 8 – Parte norte do campo de


esporões de Espinho-Maceda.
(Fonte: Google Earth)

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