“Primeiro Reinado”
O Primeiro Reinado foi um resultado direto do processo de independência do Brasil, que teve
início com a transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808. Com essa
mudança, uma série de transformações ocorreu no Brasil: a cidade do Rio de Janeiro expandiu-
se e desenvolveu-se, os portos foram abertos e o comércio prosperou. Dessa forma, o Brasil
deixou de ser uma colônia, passando a fazer parte do Reino de Portugal.
A situação no Brasil permaneceu relativamente estável até 1820, quando eclodiu a Revolução
Liberal do Porto, em Portugal. Essa revolução foi promovida pela burguesia portuguesa, que
exigia o retorno do rei português a Lisboa e a revogação das medidas que haviam sido
implementadas no Brasil.
A Revolução Liberal do Porto foi mal recebida pelas elites econômicas do Brasil, que
enxergaram a revolta como uma tentativa de recolonizar o país. Assim, emergiu um movimento
pela independência do Brasil, que considerou Pedro, filho de D. João VI, a pessoa mais
adequada para liderar esse processo.
Sob pressão das Cortes portuguesas (o parlamento) para retornar a Portugal, Pedro percebeu
que a única alternativa era declarar a independência do Brasil. Assim, em 7 de setembro de
1822, ocorreu o grito do Ipiranga, através do qual o regente proclamou a independência do
Brasil. Pedro foi então coroado imperador, tornando-se D. Pedro I.
“Período Regencial”
O Período Regencial (1831-1840) foi uma fase crucial da história brasileira em que o país foi
governado por regências, devido à menoridade do herdeiro do trono, D. Pedro II. Esse período
foi marcado por momentos de grande conturbação e instabilidade política, com várias revoltas
civis que refletiam a tensão social e regional do Brasil. Entre essas revoltas, destacam-se a
Revolta dos Malês, a Cabanagem e a Revolta dos Farrapos, cada uma refletindo diferentes
insatisfações e demandas locais. O período também foi caracterizado por dificuldades na
administração central e desafios na integração nacional. O Período Regencial terminou com o
Golpe da Maioridade, que resultou na antecipação da coroação de D. Pedro II, que ascendeu
ao trono com apenas catorze anos, trazendo esperança de estabilidade e reformas para o país.
“Segundo Reinado”
O Segundo Reinado é o período da história brasileira em que o país foi governado por D. Pedro
II, abrangendo de 1840 a 1889. Esse período teve início com a coroação de D. Pedro II como
imperador, após o Golpe da Maioridade, que antecipou sua ascensão ao trono e marcou o fim
da regência. O reinado de D. Pedro II é caracterizado por profundas mudanças e avanços no
Brasil, incluindo a modernização da infraestrutura, como a construção de ferrovias e a
expansão do telégrafo. Foi uma era de grande desenvolvimento econômico e cultural, que
também viu o crescimento das cidades e o florescimento das artes e da literatura. O período
foi, no entanto, marcado por importantes conflitos, como a Guerra do Paraguai (1864-1870),
que teve impactos significativos na política e na sociedade brasileira. O Segundo Reinado
chegou ao fim em 1889 com a Proclamação da República, que aboliu a monarquia e instaurou
um regime republicano no Brasil, encerrando assim mais de sessenta anos de domínio
imperial.
“Conclusão geral”
O Primeiro Reinado (1822-1831) começou com a independência do Brasil, proclamada por
Dom Pedro I em 7 de setembro de 1822. Esse período foi marcado pela tentativa de consolidar
a unidade territorial e construir um Estado nacional, enfrentando resistência de algumas
províncias e a insatisfação de setores políticos e econômicos. Em 1824, foi outorgada a
primeira Constituição do Brasil, que centralizava o poder e criava o Poder Moderador, um
instrumento do imperador para resolver conflitos entre os demais poderes. Contudo, o
autoritarismo de Dom Pedro I e a crise econômica, agravada pela Guerra da Cisplatina (1825-
1828), desgastaram sua imagem, levando à sua abdicação em 1831. Com a abdicação de Dom
Pedro I, iniciou-se o Período Regencial (1831-1840), marcado pela instabilidade política e por
diversas revoltas regionais, como a Cabanagem, a Farroupilha e a Sabinada. Durante esse
período, o Brasil foi governado por regentes, uma vez que Dom Pedro II era menor de idade. As
regências tentaram implementar medidas para manter a ordem, como a criação da Guarda
Nacional e o Ato Adicional de 1834, que descentralizou o poder, mas essas tentativas muitas
vezes resultaram em conflitos e polarização política. Em 1840, com o chamado Golpe da
Maioridade, Dom Pedro II foi declarado imperador aos 14 anos, dando início ao Segundo
Reinado (1840-1889). O Segundo Reinado foi um período de relativa estabilidade política e
crescimento econômico, marcado pela consolidação do poder central e pela expansão da
economia cafeeira. Dom Pedro II governou de forma mais equilibrada, promovendo o
desenvolvimento cultural e científico do país. No entanto, a questão da escravidão se tornou
um tema central, com pressões internas e externas pela abolição. A Lei Áurea, assinada em
1888, aboliu a escravidão, mas gerou descontentamento entre os setores conservadores e os
grandes proprietários de terra, contribuindo para a queda da monarquia. Em 1889, um golpe
militar liderado por Deodoro da Fonseca pôs fim ao Segundo Reinado e proclamou a República.