APRESENTAÇÃO
GRAMÁTICA E
INTERAÇÃO:
UMA PROPOSTA PARA O ENSINO
DE GRAMÁTICA
Membro discente: Welington Oliveira (UERJ/FFP)
SOBRE O AUTOR DA OBRA
Professor e Pesquisador de Língua Portuguesa e
Linguística do Instituto de Letras e Linguística da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU);
Graduado em Letras (Port./Inglês) pela UFU;
Mestre em Letras (Língua Portuguesa) pela PUC-RJ;
Doutor em Ciências (Linguística) pela UNICAMP;
Pós-Doutor em Linguística pela UFRJ;
Foi professor do Ensino Fundamental e Médio por
quase duas décadas;
Autor de textos, livros e artigos que versam acerca
dos temas que concernem a linguagem.
Introdução
DIVISÃO DA OBRA
PARTE 1.: QUESTÕES FUNDAMENTAIS PARA O
PARTE 2.: O ENSINO DE GRAMÁTICA
ENSINO DE GRAMÁTICA
1. Objetivos do ensino de 7. Como tem sido o ensino de
língua materna; gramática nas escolas de ensino
2. Concepções de linguagem; fundamental e médio no Brasil;
3. Concepções de gramática: 8. Uma proposta para o ensino
de gramática;
3.1. Conceitos de gramática
9. A gramática de uso;
3.2. Tipos de gramática; 10. A gramática reflexiva;
4. Tipos de ensino de língua; 11. Exemplos de trabalho com
5. A variação linguística e o gramática reflexiva;
ensino de língua materna: 12. A gramática teórica;
5.1. Variação dialetal 13. A gramática normativa;
5.2. Variação de registro;
6. O texto e o discurso.
Conclusão
INTRODUÇÃO
Problematiza o ensino de gramática como
língua materna nas aulas de português do
Ensino Fundamental e Médio;
Há uma angústia por parte dos professores
acerca do que fazer em sala de aula;
Professores acabam não fazendo nada que
seja realmente significante para a vida dos
alunos;
AINDA NA INTRODUÇÃO...
Travaglia afirma que a obra “Gramática
e Interação: uma proposta para o ensino
de gramática” é uma tentativa de fazer
uma proposta para o ensino de
gramática, com o olhar para o ensino de
língua materna.
Ele adianta que uma tentativa traz
consigo promessas e riscos.
PROMESSAS BÁSICAS
De acordo com o autor
Estruturar as proposições sobre o ensino
de gramática nas diferentes áreas
(linguística e pedagogia, principalmente)
A
- Ou seja, pegar tudo que se tem dito
sobre o ensino de gramática para o
ensino de língua materna e fazer um link
com a sua atuação como professor de LP
nos EF e EM, e no ensino superior, com
professores/futuros professores.
Organizar e apresentar uma visão mais
B
ajustada dos fatos, sendo assim, uma
crítica com mais segurança, que possa
contribuir para o avanço na questão do
ensino de gramática.
Elaborar uma proposta de ensino que
seja pertinente a vida dos alunos e
C possibilite uma real integração das áreas
básicas em que normalmente se divide:
ensino de gramática, ensino de leitura,
ensino de redação e de vocabulário.
Essa mudança de atitude significará por vezes a
possibilidade de aceitar ou pelo menos discutir ideias
ideias [...], entendendo que, com frequência, o que
fazemos em nossas aulas de Português afasta a língua
da vida a que ela serve e se torna algo artificial e sem
significado para o aluno (TRAVAGLIA, 2009, p. 12)
ALERTA: A ansiedade de inovar ou parecer modernos
nos faz, em alguns casos, maquilar teorias e
métodos antigos. Isso faz com que às vezes a gente
acabe se atrapalhando, por não sabermos
exatamente o que estamos fazendo.
ALERTA: Não há bom ensino sem o conhecimento
profundo do objeto de ensino e dos elementos que
dão forma ao que fazemos e ao que não fazemos.
QUESTÕES FUNDAMENTAIS PARA A PROPOSTA:
a) Os objetivos do ensino de língua materna;
b) A concepção de linguagem;
c) A concepção de gramática;
d) Tipos de ensino de língua;
e) As variedades da língua;
f) A questão do texto e do discurso segundo a concepção de
linguagem que adotamos.
PARTE 1 - QUESTÕES
FUNDAMENTAIS PARA O ENSINO DE
GRAMÁTICA
1.
Objetivos do ensino de
língua materna
PARA QUE SE DÁ AULAS DE
UMA LÍNGUA PARA SEUS
FALANTES?
1ª RESPOSTA
Objetivo de desenvolver a
competência comunicativa dos
usuários da língua (falante,
escritor/ouvinte, leitor), isto é,
a capacidade de empregar
adequadamente a língua nas
diversas situações de
comunicação.
A COMPETÊNCIA COMUNICATIVA IMPLICA EM
DUAS OUTRAS COMPETÊNCIAS:
GRAMATICAL/LINGUÍSTICA: É a capacidade que todo usuário tem
da língua tem de gerar sequências linguísticas gramaticais. Verifica-
se tão-somente se a sequência (oração, frases) é admissível,
aceitável como uma construção da língua.
Travaglia comenta acerca da “Criatividade linguística”, que Chomsky
caracteriza como a capacidade de, com base nas regras da língua,
gerar um número infinito de frases gramaticais, para fazer um link
com seu pensamento.
A COMPETÊNCIA COMUNICATIVA IMPLICA EM
DUAS OUTRAS COMPETÊNCIAS:
TEXTUAL: É a capacidade de, em uma interação comunicativa,
produzir e compreender textos considerados bem formados,
valendo-se de capacidades textuais básicas.
CAPACIDADE FORMATIVA: Produzir e
compreender um número de textos
A
ilimitado, além de avaliar a boa ou má
formação de um texto dado (o que
equivale a ser capaz de dizer se uma
sequência linguística dada é ou não um
texto, dentro da língua em uso).
CAPACIDADE TRANSFORMATIVA: Modificar,
de diferentes maneiras (reformular,
parafrasear, resumir etc.) e com
B
diferentes fins um texto e também julgar
se o produto dessas modificações é
adequado ao texto sobre o qual a
modificação foi feita.
Ex. Verificar e saber se um resumo é realmente um resumo de
um texto dado.
CAPACIDADE QUALITATIVA: Dizer a que
tipo de texto pertence um dado texto,
C
naturalmente segundo uma tipologia.
Tem a ver com a capacidade formativa, uma vez
que deve possibilitar ao usuário ser capaz de
produzir um texto de determinado tipo.
O QUE É NECESSÁRIO PARA
CONSECUÇÃO DO 1º OBJETIVO?
Propiciar o contato do aluno
com a maior variedade possível
de situações de interação
comunicativa por meio de um
trabalho de análise e produção
de enunciados ligados aos vários
tipos de situações de enunciação.
2ª RESPOSTA
Engloba dois objetivos do ensino de
Português que são preocupação frequente
dos professores de Português:
a) Levar o aluno a dominar a norma culta
ou língua padrão;
b) Ensinar a variedade escrita da língua.
JUSTIFICATIVAS
Já dominam a norma coloquial em
sua forma oral;
Por razões de natureza política,
social e cultural, são importantes.
Todavia, se entendermos que a variedade culta, padrão, formal da
língua, bem como sua forma escrita, são formas adequadas ao uso
apenas em determinados tipos de situação de interação comunicativa,
temos de admitir que esses objetivos são mais restritos que o de
desenvolvimento da competência comunicativa (pelo qual se pretende
que o usuário da língua seja capaz de utilizá-la de forma adequada a
cada situação de comunicação) e ficam, portanto, subsumidos por ele
(TRAVAGLIA, 2009, p. 19)
3ª RESPOSTA
Um dos objetivos do ensino de língua
materna é levar o aluno ao conhecimento
da instituição linguística, da instituição
social que a língua é, ao conhecimento de
como ela está constituída e de como
funciona (sua forma e função).
Na mesma medida, portanto, que seria
importante conhecer outras instituições
da nossa sociedade: casamento, religiões,
instituições bancárias etc.
4ª RESPOSTA
Propõe ensinar o aluno a pensar e
raciocinar. Ensinar o raciocínio, o modo de
pensar científico. Esse é um dos objetivos
que como diz Perini (1988: 24), estaria no
“campo do desenvolvimento das
habilidades de observação e de
argumentação acerca da linguagem”.
2.
Concepções de linguagem
Como o professor concebe a
língua e a linguagem?
LINGUAGEM LINGUAGEM
Expressão do Instrumento de
pensamento comunicação
LINGUAGEM
Como forma ou
processo de
interação.
3.
Concepções de gramática
O que é gramática?
O que é saber gramática?
O que é ser gramatical?
GRAMÁTICA NORMATIVA
A gramática como um manual com
regras de bom uso da língua a
serem seguidas por aqueles que GRAMÁTICA DESCRITIVA
querem se expressar
A gramática como descrição da
adequadamente.
estrutura e funcionamento da
língua, de sua forma e função.
GRAMÁTICA INTERNALIZADA
A gramática como conjunto de Gramática Gramática
Estruturalista Gerativista
regras que o falante de fato
aprendeu e das quais lança mão ao
falar.
HÁ VÁRIOS TIPOS DE GRAMÁTICA...
Gramática Normativa: Estuda apenas os fatos da língua padrão,
da norma culta de uma língua, norma essa que se tornou oficial. Dá
pouca importância à variedade oral da norma culta.
Gramática Descritiva: Descreve e registra para uma determinada
variedade da língua em um dado momento de sua existência as
unidades e categorias linguísticas existentes, os tipos de construção
possíveis e a função desses elementos, o modo e as condições de
uso.
Gramática Internalizada: Conjunto de regras que é dominado
pelos falantes e que lhes permite o uso normal da língua.
HÁ VÁRIOS TIPOS DE GRAMÁTICA...
Gramática Implícita: Competência linguística internalizada da qual
o falante não tem consciência, apesar de ela estar em sua mente.
Ele utiliza a linguagem automaticamente.
Gramática Explícita (ou teórica): Representada pelos estudos
linguísticos que buscam, por meio de uma atividade metalinguística
sobre a língua, explicitar sua estrutura, constituição e
funcionamento.
Gramática Reflexiva: Representa as atividades de observação e
reflexão sobre a língua que buscam detectar, levantar suas
unidades, regras e princípios, ou seja, a constituição e
funcionamento da língua.
HÁ VÁRIOS TIPOS DE GRAMÁTICA...
Atividades
linguísticas
Gramática Implícita
Atividades
Gramática Explícita epilinguísticas
Gramática Reflexiva
Atividades
metalinguísticas
HÁ VÁRIOS TIPOS DE GRAMÁTICA...
Gramática Contrastiva ou Transferencial: Descreve duas línguas
ao mesmo tempo, mostrando como os padrões de uma podem ser
esperados na outra.
Gramática Geral: Compara o maior número possível de línguas,
como o fim de reconhecer todos os fatos linguísticos realizáveis e
as condições em que se realizarão.
Gramática Universal: Procura descrever e classificar todos os
fatos observados e realizados universalmente.
Universais linguísticos:
Todas as línguas têm vogais;
Todas as línguas têm dupla articulação;
Todas as línguas têm categorias pronominais envolvendo pelo
menos três pessoas e dois números.
HÁ VÁRIOS TIPOS DE GRAMÁTICA...
Gramática Histórica: Estuda uma sequência de fases evolutivas de
um idioma.
Gramática Comparada: Estuda uma sequência de fases evolutivas
de várias línguas, normalmente buscando encontrar pontos
comuns.