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BO No 32 25 03 2021 Regulamento A Pesca Mergulho Comercial em Cabo Verde

O Boletim Oficial de Cabo Verde de 25 de março de 2021 publica a nomeação de Edna Filomena Alves Barreto como Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária em Cuba. Também apresenta o Decreto-Lei nº 24/2021, que cria o Centro de Coleta e Registro de Dados Policiais e o Sistema de Informação Policial, visando a centralização e compartilhamento de dados entre órgãos policiais. O CCRDP terá a missão de administrar uma base de dados automatizada com informações policiais, respeitando a proteção de dados pessoais.

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BO No 32 25 03 2021 Regulamento A Pesca Mergulho Comercial em Cabo Verde

O Boletim Oficial de Cabo Verde de 25 de março de 2021 publica a nomeação de Edna Filomena Alves Barreto como Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária em Cuba. Também apresenta o Decreto-Lei nº 24/2021, que cria o Centro de Coleta e Registro de Dados Policiais e o Sistema de Informação Policial, visando a centralização e compartilhamento de dados entre órgãos policiais. O CCRDP terá a missão de administrar uma base de dados automatizada com informações policiais, respeitando a proteção de dados pessoais.

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Quinta-feira, 25 de março de 2021 I Série


Número 32

BOLETIM OFICIAL
3 685000 000000

ÍNDICE
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Gabinete do Presidente:

Decreto Presidencial nº 08/2021:

Nomeada, sob proposta do Governo, Edna Filomena Alves Barreto, para exercer, em comissão ordinária
de serviço, o cargo de Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Cabo Verde na
República de Cuba, com residência em Havana, Cuba......................................................................950

CONSELHO DE MINISTROS

Decreto-Lei nº 24/2021:

Cria o Centro de Coleta e Registo de Dados Policiais e o Sistema de Informação Policial.....................950

Decreto-Regulamentar nº 2/2021:

Regulamenta a pesca de mergulho comercial................................................................................................954

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950 I Série — n o 32 «B.O.» da República de Cabo Verde — 25 de março de 2021

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA No que concerne ao Sistema de Informação Policial


(SIP), é criado um sistema integrado por uma base de
–––––– dados automatizada de informações policiais, administrada
pelo CCRDP.
Gabinete do Presidente
A base de dados SIP tem por finalidade a organização,
Decreto Presidencial nº 08/2021 a manutenção e a pesquisa de informações de órgãos de
de 25 de março policia criminal, produzidas no âmbito das suas atribuições.
Os dados pessoais de pessoais singulares só podem ser
Usando da competência conferida pela alínea c) do armazenados no SIP, com as finalidades constantes do
artigo 136.º da Constituição, o Presidente da República presente diploma.
decreta o seguinte:
Assim,
Artigo 1º
É nomeada, sob proposta do Governo, a Senhora Edna No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do
Filomena Alves Barreto, para exercer, em comissão ordinária artigo 204º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
de serviço, o cargo de Embaixadora Extraordinária e CAPÍTULO I
Plenipotenciária da República de Cabo Verde na República
de Cuba, com residência em Havana, Cuba. CENTRO DE COLETA E DE REGISTO
Artigo 2º DE DADOS POLICIAIS
Artigo 1º
O presente Decreto Presidencial entra imediatamente
em vigor. Criação
Publique-se. 1- É criado o Centro de Coleta e de Registo de Dados
Palácio do Presidente da República, na Praia, aos 05 Policiais (CCRDP), comum à Polícia Judiciária, à Polícia
de março de 2020. Nacional, à Direção Nacional das Receitas do Estado
(Serviços Fiscais e Aduaneiros) e à Inspeção Geral das
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE Atividades Económicas.
ALMEIDA FONSECA
2- O CCRDP é um serviço administrativo sob tutela do
Referendado aos 18 de março de 2021 Ministério da Justiça.
O Primeiro-Ministro, José Ulisses de Pina Correia e Silva Artigo 2º

––––––o§o–––––– Missão
3 685000 000000

CONSELHO DE MINISTROS 1- O CCRDP tem a missão de administrar a base de


dados automatizada, contendo informações policiais,
–––––– provenientes dos serviços referidos no nº 1, do artigo
Decreto-Lei nº 24/2021 anterior, no âmbito das suas missões, bem como informações
e decisões dos tribunais criminais, com observância do
de 25 de março regime jurídico geral de proteção de dados pessoais das
pessoas singulares.
Em consonância com a legislação interna, e tendo
em conta o Acordo celebrado entre a INTERPOL e o 2- O CCRDP, no cumprimento da sua missão, compete
Governo da República de Cabo Verde, em 14 de abril de coletar, centralizar, copiar e partilhar dados emanados de
2020, aprovado para ratificação, através da Resolução da processos criminais, de busca de pessoas, documentos e
Assembleia Nacional nº 179/IX/2020, de 24 de novembro bens, decorrentes de processos criminais ou administrativo,
é definido um quadro legal que rege a implementação de acordo com a legislação em vigor.
do Programa “Sistema de Informação Policial da Africa
Ocidental (SIPAO) na República de Cabo Verde. Artigo 3º

O objetivo do Acordo celebrado é apoiar a criação de Composição


uma plataforma nacional e seu sistema de partilha de 1- O CCRDP é composto por:
informações policiais, entre os sistemas existentes em
Cabo Verde. a) Um Diretor, que assegura a presidência do CCRDP,
nomeado pelo membro do Governo responsável
Para a prossecução deste objetivo, importa regular a pela área da Justiça, sob proposta do Diretor
forma de recolha, tratamento, armazenamento e partilha Nacional da Polícia Judiciária, de entre oficiais
de dados pessoais entre os órgãos da polícia criminal, superiores de um dos serviços referidos no nº
quais sejam, a Polícia Judiciária, a Polícia Nacional e a 1 do artigo 1º;
Direção Nacional das Receitas do Estado (Serviços Fiscais
e Aduaneiros). b) Um Diretor Adjunto, que substitui o Diretor nas
Assim, pelo presente diploma é criado o Centro de Coleta suas ausências e impedimentos, nomeado pelo
de Dados Policiais e do Sistema de Informação Policial. membro do Governo responsável pela área da
Justiça, sob proposta do Diretor Nacional da
O Centro de Coleta e de Registo de Dados Policiais Polícia Judiciária, de entre oficiais superiores
(CCRDP) tem a missão de administrar a base de dados de um dos serviços referidos no nº 1 do artigo 1º;
automatizada, contendo informações policiais, bem como
informações e decisões dos tribunais criminais, com c) Administradores, procedentes de um dos serviços
observância do regime jurídico geral de proteção de dados referidos no nº 1 do artigo 1º, com conhecimentos
pessoais das pessoas singulares. e experiências no âmbito de engenharia
informática, para garantir a continuidade do
Ao CCRDP compete coletar, centralizar, copiar e serviço em permanência, responsáveis pela
partilhar dados emanados de processos criminais, de gestão diária da base de dados;
busca de pessoas, documentos e bens, decorrentes de
processos criminais ou administrativo, de acordo com a d) Validadores, provenientes de um dos serviços
legislação em vigor. referidos no nº 1 do artigo 1º, com excelentes

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I Série — n o 32 «B.O.» da República de Cabo Verde — 25 de março de 2021 951

competências em informática e conhecimento Artigo 8º


da legislação penal e do processo penal, são Duração do mandato do pessoal
encarregues de supervisionar e validar o trabalho
dos operadores que registam os dados; 1- Os cargos do pessoal que integra o CCRDP são
providos em comissão de serviço, por período de tês anos,
e) Operadores de processamento de dados, designados renováveis nos termos da lei geral, sob parecer favorável
pelos serviços referidos no nº 1 do artigo 1º, da Comissão Nacional SIPAO.
possuidores de excelentes competências em
informática e conhecimento da legislação penal 2- O fim da comissão de serviço deve ser comunicado ao
e processual penal, encarregues de inserir e interessado, até trinta dias antes do seu termo, cessando
pesquisar informações na base de dados; a mesma automaticamente no final do respetivo período,
se a entidade competente para a nomeação não tiver
f) Oficiais de segurança, designados pelos serviços manifestado, por escrito, a intenção de a renovar.
referidos no nº 1 do artigo 1º, com competências
em informáticas, responsáveis para garantir a 3- O membro do CCRDP que cessar a sua comissão de
segurança dos dados contidos na base de dados; serviço deve ser substituído, o mais breve possível, de
acordo com as condições previstas no presente diploma.
g) Um oficial, com bons conhecimento do regime
jurídico geral de proteção de dados pessoais, 4- Antes do termo do prazo referido no nº 1, a comissão
encarregue de assegurar que o Sistema obedeça de serviço só pode ser dada por finda, caso o membro se
os requisitos legais nessa matéria; revelar inepto para o exercício do cargo ou violar o dever
de sigilo e de segredo profissional, que impliquem graves
h) Um Secretário Administrativo. prejuízos materiais e morais para os serviços ou terceiros.
2- O CCRDP ainda é composto por: Artigo 9º

a) Um Serviço Financeiro; Competência da equipa técnica

b) Um Serviço Técnico de Apoio e de Manutenção 1- Compete, em especial, a equipa técnica de apoio e


Informática; e de manutenção informática:
c) Uma equipa de pessoal de apoio, incluindo, entre a) Garantir o funcionamento, a manutenção, a atualização
outros, motoristas. e a segurança dos sistemas informáticos, dos
equipamentos e seus suportes; e
3- Em caso de necessidade, pode se socorrer do
recrutamento de pessoal qualificado, ficando este sujeito b) Garantir a gestão e manutenção dos terminais
ao dever de sigilo e segredo profissional, nos termos da lei. instalados, bem como das respetivas redes, em
todo o território nacional, no seio dos serviços
Artigo 4º abrangidos.
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Competência do Diretor 2 - O serviço da equipa técnica é de caráter permanente,


1- Compete ao Diretor dirigir superiormente o CCRDP vinte e quatro horas por dia, sendo assegurado por turnos
e, em especial: de funcionários, tendo estes direitos a subsídio de turno.
a) Representar o CCRDP, nomeadamente na Comissão 3 - A equipa técnica é obrigada a frequentar ações de
Nacional do Sistema de Informação Policial da formação contínua que lhe sejam destinadas e manter-se
Africa Ocidental (SIPAO); atualizada em matérias e legislação relacionadas com o
exercício das suas funções.
b) Presidir as reuniões internas;
Artigo 10º
c) A gestão operacional, administrativa e financeira Subsídios de função
do Centro;
1 - Durante o período de exercício da função no CCRDP,
d) Recrutar pessoal de apoio operacional; os funcionários afetos ao Estado recebem, além do seu
e) Emitir diretivas, ordens de serviço e instruções salário, um subsídio mensal de função, cujo montante
que julgar convenientes; é estabelecido por Portaria do membro do Governo
responsável pela área da Justiça.
f) Tomar o compromisso de honra e dar posse ao
pessoal do CCRDP; e 2 - O pessoal contratado beneficia das condições estipuladas
no contrato, de acordo com a legislação vigente.
g) Exercer as demais competências que lhe sejam
cometidas pelo regulamento interno do CCRDP. 3- Os subsídios devem ser considerados nos orçamentos
anuais do CCRDP.
2- O Diretor do CCRDP pode delegar as competências Artigo 11º
referidas no número anterior no Diretor Adjunto.
Dotação orçamental
Artigo 5º
Substituição 1- O CCRDP, para garantir o normal funcionamento,
beneficia de uma dotação orçamental anual, inscrita no
O Diretor do CCRDP é substituído pelo Diretor Adjunto orçamento do Ministério da Justiça.
nas suas ausências e impedimentos.
2- O Diretor do CCRDP deve apresentar ao Ministério
Artigo 6º da Justiça, até 31 de agosto do ano a que respeita, uma
Competências do Diretor Adjunto proposta orçamental para o ano seguinte, acompanhada
do parecer favorável da Comissão Nacional SIPAO.
Compete ao Diretor Adjunto coadjuvar diretamente o
Diretor e exercer as competências que lhe forem delegadas. 3- O Diretor do CCRDP é, por inerência de função,
gestor do orçamento deste.
Artigo 7º
Artigo 12º
Substituição
Relatórios de atividades e estatísticas
O Diretor Adjunto é substituído, nas suas ausências
e impedimentos, por um dos administradores, referidos O Diretor do CCRDP deve apresentar, mensalmente, ao
no artigo 3º, que for designado pelo Diretor. Ministro da Justiça e aos membros da Comissão Nacional

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952 I Série — n o 32 «B.O.» da República de Cabo Verde — 25 de março de 2021

SIPAO, um relatório de atividades e estatísticas, relativas c) Tipos de crimes, de acordo com as disposições do
aos dados criminais, e, pontualmente, às autoridades Código Penal, das Leis Penais avulsas e do
judiciárias competentes, que os tenham pedido. Código do Processo Penal vigentes, do Código
Aduaneiro e do Regime Geral das Infrações
Artigo 13º
Tributárias não aduaneiras.
Regulamento interno
2- A base de dados do SIP pode conter, ainda, outros
A Comissão Nacional SIPAO deve aprovar, no prazo de elementos que permitam identificar ou descobrir um
sessenta dias, contados da entrada em vigor do presente indivíduo, suspeito da prática de um crime, nomeadamente,
diploma, o regulamento interno que estabelece as regras documentos de identificação, armas e objetos utilizados
de organização e de funcionamento do CCRDP. no cometimento de um crime, veículos e outros meios de
mobilidade.
CAPÍTULO II
Artigo 18º
SISTEMA DE INFORMAÇÃO POLICIAL Categoria de pessoas abrangidas
Artigo 14º
1- O SPI contém os seguintes dados de pessoais:
Criação do Sistema de Informação Policial
a) De pessoas suspeitas de terem cometido ou
É criado o Sistema de Informação Policial (SIP), comum participado na prática de ilícitos criminais;
aos serviços referidos no nº 1, do artigo 1º, do presente
diploma, integrado por uma base de dados automatizada b) De pessoas procuradas pela justiça;
de informações policiais, administrada pelo CCRDP. c) De pessoas desaparecidas; e
Artigo 15º
d) De vítimas e testemunhas de fatos ilícitos penais,
Finalidade da base de dados SIP necessários para investigação judiciária, com
estrita observância do direito à informação, de
1- A base de dados SIP tem por finalidade a organização, acesso ou de retificação dos titulares dos dados
a manutenção e a pesquisa de informações de órgãos de registados ou dos seus sucessores.
policia criminal, produzidas no âmbito das suas atribuições.
2- O registo de dados pessoais no SIP é efetuado por
2- Os dados pessoais de pessoas singulares só podem razões de ordem:
ser armazenados no SIP, com as finalidades referidas no
número anterior. a) Judiciárias;
Artigo 16º b) Administrativas; e
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Conteúdo da base de dados c) Públicas.


A base de dados do SIP contém informações de natureza Artigo 19º
policial e criminal procedentes dos órgãos da polícia Processamento das informações no sistema
criminal e das autoridades judiciárias, nomeadamente:
1- O processamento das informações no SPI, em
a) Do sistema de tratamento de dados criminais ou conformidade com a Lei de proteção de dados pessoais,
delitos, verificadas as respetivas circunstâncias é realizado exclusivamente por:
de lugar, de tempo e modus operandi utilizados;
a) Chefias Superiores e Intermédias, Inspetores e
b) Do ficheiro de antecedentes criminais e policiais; Agentes da Polícia Judiciária, da Polícia Nacional,
das Alfândegas e das Finanças, individualmente
c) Do ficheiro de veículos furtados ou roubados; designados e especialmente habilitados, no
d) Do ficheiro de pessoas procuradas; âmbito das suas missões enquanto agentes de
órgãos de policia criminal ou administrativo;
e) Do ficheiro de armas roubadas ou extraviadas;
b) Magistrados do Ministério Público;
f) Do ficheiro de armas notificadas ou roubadas;
c) Magistrados Judiciais; e
g) Do ficheiro de objetos genéricos;
d) Oficiais de justiça, com competências delegadas
h) Do ficheiro de decisões administrativas nominativas, pelas entidades competentes.
cujo incumprimento constitui um crime; 2- A inscrição das informações no SPI deve ser
i) Do ficheiro de medidas administrativas relativas efetuada numa missão, no âmbito da polícia criminal ou
a menores; e administrativa.
Artigo 20º
j) Do ficheiro de buscas de pessoas desaparecidas e
procuradas pelos familiares. Consulta de informações
Artigo 17º 1- O SPI pode ser objeto de consulta, mediante
Categoria de dados a coletar
autorização, durante a realização de investigações ou de
uma ação judicial.
1- Os dados a serem coletados no SIP, de acordo com 2- A base de dados pode ser acedida diretamente para
as disposições da Lei de proteção de dados pessoais e as consulta, no limite das suas atribuições legais e para
finalidades descritas no artigo 15º do presente diploma, satisfazer as necessidades exclusivas das missões que
possuem as seguintes categorias: lhe são confiadas por:
a) Nominativos, relativos a pessoas, prevendo a sua a) Chefias e pessoal de investigação criminal da
proteção; Polícia Judiciária, da Polícia Nacional, das
b) Não nominativos, relativos a fatos, objeto de Alfândegas, ou qualquer outro serviço que
investigação, locais, datas e modus operandi; e exerçam missões de policiamento judiciário;

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b) Magistrados do Ministério Público e Magistrados Artigo 25º


Judicial, territorialmente competentes; e Destinatários
c) Oficiais de justiça que forem especificamente 1- Só podem ser destinatários de parte ou de toda a
designados pelo magistrado competente para informação do SPI, no âmbito das suas competências:
realizar uma consulta no âmbito das suas
atribuições legais. a) As autoridades judiciais;
3- Todas as consultas feitas na base de dados do SIP b) Os serviços da polícia criminal e das alfândegas;
são objetos de registos, compreendendo, designadamente,
a identificação do utilizador, a data, a hora e o objetivo c) As autoridades administrativas, para a execução
da consulta. de pesquisas no âmbito das suas atribuições em
matéria de polícia criminal, com observância
4- As pessoas responsáveis pela manutenção e programação da Lei de proteção de dados pessoais;
informática, só podem consultar as informações na base
de dados do SIP, em caso de exigência absoluta dos d) Os organismos de cooperação internacional em
trabalhos que realizem. matéria da polícia criminal; e
5- Qualquer intervenção de terceiros exige uma e) Os Estados-membros da CEDEAO, que asseguram
autorização expressa do Diretor do CCRDP. um nível de proteção superior ou equivalente
da vida privada, das liberdades e dos direitos
Artigo 21º
fundamentais das pessoas, relativamente ao
Comunicação de dados tratamento de que são ou podem ser objeto esses
dados, com observância da Lei de proteção de
1- As autoridades legalmente habilitadas, nomeadamente dados pessoais.
as autoridades judiciárias, a Polícia Judiciária, a
Polícia Nacional, ou outro órgão da polícia criminal ou 2- As modalidades de acesso aos ficheiros dependem
administrativa, no exercício das suas funções, podem da natureza e do objeto dos mesmos.
solicitar ao Diretor do CCRDP que lhes comunique dados Artigo 26º
contidos na base de dados do SIP.
Segurança dos dados
2- Qualquer pedido de comunicação ou de transmissão
de informações contidas na base de dados SPI a terceiros, 1- O Diretor do CCRDP é responsável pelo bom
deve ser autorizado pelo magistrado territorialmente funcionamento do SPI e deve garantir todas as medidas
competente, considerando o limite de atribuições legais de segurança para proteger o SPI e os terminais contra
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e de necessidades exclusivas das missões confiadas ao riscos de destruição, alteração e apropriação indevida dos
destinatário. dados coletados e armazenados no sistema.
Artigo 22º 2- O CCRDP deve, para o efeito, implementar as medidas
Transmissão a organismos de cooperação internacional necessárias para garantir a confidencialidade dos dados
tratados no sistema, prevenir contra o risco de divulgação
Os dados contidos no SPI podem, de acordo com as desses dados, e assegurar que o acesso aos mesmos
disposições da Lei de proteção de dados pessoais, ser seja reservado às pessoas designadas e especialmente
transferidos a organismos de cooperação internacional autorizadas para os conhecer.
em matéria de polícia criminal e judiciária, como sejam os
Artigo 27º
órgãos de polícia criminal da CEDEAO e da INTERPOL,
aplicando as convenções internacionais ratificadas por Interconexão
Cabo Verde.
O SPI pode ser objeto de interconexão, aproximação ou
Artigo 23º relacionamento com outros sistemas de informação ou
Atualização de dados ficheiros para aplicação de convenções e acordos bilaterais,
multilaterais ou internacionais assinados pelo Governo
1- A atualização de dados contidos em quaisquer de Cabo Verde e no cumprimento da Lei de proteção de
ficheiros do SPI é realizada por iniciativa do serviço que dados pessoais.
solicitou a inscrição na base, de acordo com as disposições
Artigo 28º
do presente diploma.
Direitos individuais
2- São implementadas verificações periódicas para
garantir a fiabilidade dos dados. 1- O direito de acesso a base de dados SIP, em conformidade
Artigo 24º
com as disposições da Lei de proteção de dados pessoais,
pode ser exercido junto à Comissão Nacional de Proteção
Período de conservação de dados de Dados.
1- Os dados contidos no SPI, de acordo com a Lei de 2- O direito de retificação é exercido junto ao Diretor
proteção de dados pessoais, só devem ser conservados do CCRDP.
durante o período e de tempo necessários para os serviços
envolvidos poderem cumprir as suas missões. 3- Os direitos de informação e de oposição não são
aplicáveis ao presente tratamento.
2- Os dados inseridos no SIP devem ser apagados ou
arquivados sem prazo, no caso de extinção do motivo 4- As vítimas ou testemunhas dispõem do direito a
do registo, e só podem ser objetos de consulta mediante serem informadas.
autorização expressa de um magistrado territorialmente
competente. 5- Qualquer pessoa que beneficiar da decisão de
arquivamento de processo ou amnistia, de não-pronúncia,
3- Os traços de conexão à base de dados só devem ser de absolvição ou abandono definitivo do processo, pode
conservados durante o prazo necessário estabelecido na solicitar ao magistrado territorialmente competente, a
legislação vigente. supressão dos dados que lhe disserem respeito.

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954 I Série — n o 32 «B.O.» da República de Cabo Verde — 25 de março de 2021

CAPÍTULO III CAPÍTULO I


DISPOSIÇÃO FINAL DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 29º Artigo 1º
Entrada em vigor Objeto

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao O presente diploma regulamenta a pesca de mergulho
da sua publicação. comercial.
Aprovado em Conselho de Ministros, aos 29 de janeiro Artigo 2º
de 2021. Âmbito de aplicação
José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino O presente diploma aplica-se às atividades de pesca de
Garcia Correia, Paulo Augusto Costa Rocha e Janine mergulho comercial em apneia e em mergulho autónomo,
Tatiana Santos Lélis praticada por pessoas singulares ou coletivas nacionais em
Promulgado em 23 de março de 2021 todo o território nacional e nos demais espaços marítimos
sob jurisdição nacional.
Publique-se. Artigo 3º
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE Definições
ALMEIDA FONSECA
1- As definições estabelecidas no artigo 3º do
–––––– Decreto-Legislativo nº 2/2020, de 19 de março, aplicam-se
para efeitos do presente diploma.
Decreto-Regulamentar nº 2/2021
de 25 de março 2- Ainda, para efeitos do presente diploma, entende-se por:
A pesca de mergulho, em apneia ou com recurso aos a) “Arrelhada ou arrilhada”, utensílio metálico de
meios de respiração artificial, tem sido cada vez mais uma comprimento variável, com a face frontal cortante
evidência nas águas marítimas nacionais, deparando-se, fixo a um cabo curto que não excede sessenta
no entanto, com uma ausência de regulamentação legal. centímetros de comprimento;
O mergulho com recurso aos meios de respiração artificial b) “Arte calada”, arte de pesca em ato de pesca, mantida
bem como o mergulho em apneia, pela sua natureza, fixa numa determinada posição através de poitas
comporta riscos potenciais que se tornam mínimos se ou chumbos e boias;
forem adotadas as precauções e procedimentos adequados,
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c) “Corda” o utensílio que liga o arpão à boia para


incluindo a formação de qualidade em escolas preparadas suportar o peixe capturado;
para o efeito e a adoção de um sistema de certificação
dos equipamentos utilizados e de licenciamento para a d) “Embarcação auxiliar” embarcação que serve de
sua prática. transporte e de suporte à atividade da pesca
de mergulho comercial;
Ademais, a exploração de espécies de profundidade
como o pepino do mar, o buzio cabra ou até mesmo a e) “Equipamento de apoio”, equipamento que, não
lagosta costeira, requer a utilização de meios de respiração permitindo a captura direta, apenas pode ser
artificial, pelo que a sua regulamentação se faz necessária. utilizado para o levantamento do pescado desde
Por outro lado, o mergulho em apneia, carece igualmente a saída de água até à mão do pescador;
de regulamentação, na medida em que é cada vez mais
uma atividade comercial de pescadores que recorrem a f) “Equipamento de sinalização”, equipamento utilizado
esta prática, como meio auxiliar da pesca de determinado para alertar terceiros para a presença de um
recurso e ainda como fonte de rendimento. mergulhador a exercer a pesca submarina,
constituído por uma boia, de forma redonda ou
O artigo 74º do Decreto-Legislativo nº 2/2020, de 19 de cilíndrica, de cor vermelha, laranja ou amarela,
março, que define o regime geral da gestão e do ordenamento com um volume mínimo de oito litros e munida
das atividades de pesca nas águas marítimas nacionais e de uma bandeira alfa do código internacional
no alto mar, prevê a pesca de mergulho comercial como de sinais, ou, em alternativa, uma prancha ou
uma modalidade reservada a nacionais cabo-verdianos, similar com pelo menos setenta centímetros
cujos termos e condições para a sua licença devem ser de comprimento, quarenta centímetros de
previstas em diploma próprio. largura e cinco centímetros de espessura, com
um mastro de bandeira não inferior a quarenta
Nestes termos, o presente diploma responde, assim, centímetros, munido de uma bandeira alfa do
à necessidade de o país regular a pesca de mergulho código internacional de sinais;
comercial para garantir a saúde e a segurança dos
praticantes desta atividade, beneficiar mais da exploração g) “Espingarda de pesca submarina em condições
dos seus recursos haliêuticos, combater a pesca ilegal, de disparo imediato”, espingarda em que os
não regulamentada e não declarada nas águas marítimas elásticos propulsores estão armados, exercendo
nacionais, e disciplinar a atividade de mergulho comercial tensão sobre o respetivo arpão;
de modo a contribuir para a realização dos objetivos da
política de desenvolvimento económico e social do país, h) “Espingarda submarina”, arma de caça submarina,
assegurando, ao mesmo tempo, a conservação das espécies um instrumento de mão ou de arremesso, cuja
e a sua exploração continuada e sustentável. força propulsora não é devida a poder detonante
resultante de substância química ou de gás
Assim, artificialmente comprimido, tendo como único
Ao abrigo do disposto nos n.ºs 1 e 13 do artigo 74º do projétil permitido uma haste ou arpão com uma
Decreto-Legislativo nº 2/2020, de 19 de março; e ou mais pontas;

No uso das faculdades conferidas pela alínea b) do artigo i) “Faca de mariscar”, utensílio constituído por uma
205º e pela alínea a) do nº 2 do artigo 264º da Constituição, lâmina metálica com forma variável, de bordos
o Governo decreta o seguinte: cortantes, fixada a um cabo curto;

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j) “Gancho, bicheiro ou puxeiro”, utensílios constituídos 4- É proibido deter, transportar ou manter a bordo,
por um cabo ou haste, que possui na extremidade artes de pesca ou utensílios distintos dos previstos no
inferior até três anzóis sem barbela, destinando- presente diploma.
se à pesca ao polvo, ou um gancho ou anzol para
Artigo 6º
recolha ou elevação de exemplares de grandes
dimensões, como auxiliar de pesca; Equipamentos de segurança e sinalização
k) “Mergulho autónomo”, mergulho com utilização 1- No exercício da pesca de mergulho comercial podem
de um equipamento de respiração que permite ser utilizados outros equipamentos para proteção contra
respirar de forma autônoma durante a emersão; o frio, para melhorar a flutuabilidade, para proteção,
segurança ou para transporte do produto da pesca e, bem
l) “Mergulho em apneia” técnica de mergulho livre assim, quaisquer outros equipamentos que não sejam
na qual o praticante não recorre a qualquer para a captura direta de exemplares.
equipamento auxiliar de respiração, com exceção
de tubo de respiração; 2- A zona para o exercício da pesca de mergulho
m) “Tubo respirador” ou “snorkel”, um equipamento comercial é obrigatoriamente assinalada, à superfície,
auxiliar de respiração constituído por um bocal por equipamento de sinalização, o qual não pode estar
e um tubo, que permite ao praticante de pesca a uma distância superior a trinta metros do pescador
submarina, quando se encontra em flutuação mergulhador.
à superfície, respirar com a cara submersa. Artigo 7°
Artigo 4º Embarcações
Registo Nacional de Pescadores Mergulhadores
1- No exercício da pesca de mergulho comercial apenas é
1- O departamento governamental responsável pela permitida a utilização de embarcações auxiliares registadas.
Administração das Pescas e Aquacultura deve manter 2- As embarcações auxiliares à pesca de mergulho
um Registo Nacional de Pescadores Mergulhadores. comercial não carecem de licença de pesca, sendo
2- Qualquer pescador mergulhador deve estar inscrito no expressamente proibida a utilização de outras artes de
Registo Nacional de Pescadores Mergulhadores, devendo pescas a partir da embarcação, que não as permitidas
ser emitido um documento comprovativo da inscrição do no presente diploma.
qual consta o numero de registo do pescador mergulhador.
CAPÍTULO III
3- Do Registo Nacional de Pescadores Mergulhadores
LICENCIAMENTO
3 685000 000000

deve conter os seguintes dados:


Artigo 8º
a) Nome;
Licenciamento
b) Data de nascimento;
1- O acesso à pesca de mergulho comercial nas águas
c) Filiação; marítimas nacionais está sujeito à uma licença de pesca
d) Contactos; emitida pelo departamento governamental responsável
pela Administração das Pescas e Aquacultura, bem como
e) Número do documento de identificação; pela articulação dos processos de investigação, valorização
e exploração sustentável dos recursos marinhos de Cabo
f) Habilitações; Verde.
g) Numero de Identificação Fiscal (NIF). 2- A licença para o exercício da pesca de mergulho
CAPÍTULO II comercial tem a duração de três meses, podendo ser
renovada por iguais e sucessivos períodos, a pedido do seu
EQUIPAMENTO E SEGURANÇA beneficiário, sem prejuízo das medidas de conservação que
se mostrarem necessárias para garantir a sustentabilidade
Artigo 5º dos recursos.
Artes, utensílios e equipamentos
3- A licença para o exercício da pesca de mergulho
1- Para a pesca de mergulho comercial podem ser comercial é emitida exclusivamente a pessoas coletivas
utilizadas a espingarda submarina, a espingarda de pesca e singulares nacionais.
submarina em condições de disparo imediato, a faca de
mariscar, o puxeiro, a arrelhada ou arrilhada e a corda. 4- A licença de pesca é emitida a favor do pescador
mergulhador.
2- Podem ainda serem utilizados equipamentos de
mergulho autónomo como a garrafa de ar comprimido 5- Para o pedido de renovação da licença de pesca de
devidamente certificadas. mergulho comercial, os respetivos beneficiários devem
submeter ao departamento governamental responsável
3- Para a pesca em mergulho autónomo é obrigatório pela Administração das Pescas e Aquacultura os dados
a utilização de: e informações relativos a capturas feitas na vigência da
sua anterior licença.
a) Um instrumento que permita ao pescador mergulhador
verificar a profundidade a que se encontra; 6- Se o pedido de renovação for aprovado, um novo título
de licença é emitido, podendo as condições e os termos da
b) Um instrumento que permita ao pescador mergulhador licença ser diferentes dos anteriores.
verificar o tempo da duração da imersão;
7- Por razões de conservação e gestão sustentável dos
c) Um equipamento de controlo de flutuabilidade; recursos haliêuticos, pode o departamento governamental
d) Um instrumento que, durante a imersão, permita responsável pela Administração das Pescas e Aquacultura,
o pescador mergulhador verificar a pressão do em qualquer altura, impor limites ou revogar a licença
equipamento de auxilio à respiração artificial. de pesca de mergulho comercial.

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956 I Série — n o 32 «B.O.» da República de Cabo Verde — 25 de março de 2021

8- Deve ser designado para cada titular de licença de a) Tramitação e emissão de licenças para o exercício
pesca de mergulho comercial um ponto de desembarque da pesca de mergulho comercial por pessoas
onde as capturas devem ser controladas para efeitos do coletivas, com recurso ao mergulho autónomo;
cumprimento das condições e restrições impostas na
licença, assim como para efeitos estatísticos. b) Tramitação e emissão de licenças para o exercício
da pesca de mergulho comercial por pessoas
Artigo 9º singulares, com recurso ao mergulho autónomo;
Requisitos para o licenciamento e renovações de licenças c) Tramitação e emissão de licenças para o exercício
da pesca de mergulho comercial por pessoas
1- Para o exercício da pesca de mergulho comercial, coletivas, com recurso ao mergulho em apneia;
através do mergulho autónomo, são exigidos:
d) Tramitação e emissão de licenças para o exercício
a) Inscrição no Registo Nacional de Pescadores da pesca de mergulho comercial por pessoas
Mergulhadores; singulares, com recurso ao mergulho em apneia.
b) Certificado do curso de mergulhador-amador, Artigo 13º
emitido por escola de mergulho devidamente Incidência subjetiva
licenciada e certificada;
1- É sujeito ativo da relação jurídico-tributária das taxas
c) Contrato de seguro que cubra os riscos de acidentes a que se refere o presente diploma o Fundo Autónomo
pessoais que possam ocorrer durante o exercício das Pescas.
da pesca de mergulho comercial;
2- São sujeitos passivos da relação jurídico-tributária
d) Atestado médico; das taxas a que se refere o presente diploma as pessoas
singulares ou coletivas que exerçam a pesca de mergulho
e) Teste de aptidão física; comercial.
f) Comprovativo de certificação dos equipamentos Artigo 14º
a ser utilizados para o mergulho autónomo.
Fundamentação económico-financeira
2- Para o exercício da pesca de mergulho comercial, As taxas a que se refere o presente diploma visam suportar
através do mergulho em apneia são exigidos: os custos decorrentes da tramitação administrativa de
a) Inscrição no Registo Nacional de Pescadores emissão de licenças, bem como evitar a informalidade do
Mergulhadores; setor e garantir mais segurança e qualidade, através da
implementação da política nacional para o desenvolvimento
b) Atestado médico; da pesca de mergulho comercial, e fundamentam-se nos
3 685000 000000

benefícios auferidos pelos utilizadores.


c) Certificado do curso de mergulhador, emitido por
escola de mergulho devidamente licenciada e Artigo 15º
certificada; Pagamento das taxas
d) Teste de aptidão física. 1- As taxas devem ser pagas no momento do pedido
da licença.
3- Caso se tratar de licenciamento de pessoas coletivas,
estes devem apresentar todos os documentos exigidos nos 2- As taxas pagas não são reembolsáveis se a licença não
n.ºs 1 e 2 para cada um dos pescadores mergulhadores. for concedida, suspensa ou retirada, por razão imputável
ao requerente e/ou beneficiário.
Artigo 10º
3- A Direção Geral dos Recursos Marinhos pode, sempre
Intransmissibilidade da licença de pesca de mergulho
comercial que a situação económica do requerente o justifique e
este o requeira, autorizar que o pagamento das taxas se
A licença de pesca de mergulho comercial não pode ser efetue em prestações, devendo:
alienada, seja a que título for, nem pode ser objeto de
aluguer ou sobre ele impender qualquer obrigação, e não a) Metade do valor ser pago no momento da apresentação
pode ser objeto ou dar origem a constituição de direitos do pedido a que se refere o nº 1; e
em benefício de terceiros. b) A outra metade em duas prestações mensais e
consecutivas, após o pagamento da primeira
CAPÍTULO IV parcela, sendo a última a ser paga antes dos
DAS TAXAS DE LICENCIAMENTO 15 dias que antecedem a validade da licença.
Artigo 11º 4- A liquidação e o pagamento das taxas de licenças de
pesca de mergulho comercial são realizados mediante o
Sujeição ao pagamento de taxas estabelecido no Regime Geral da Tesouraria do Estado,
1- O exercício da pesca de mergulho comercial licenciada, através do Documento Único de Cobrança (DUC) emitido
nas águas marítimas nacionais, está sujeito ao pagamento pelo Fundo Autónomo das Pescas.
de uma taxa de contrapartida, fixados nos termos da tabela 5- As taxas a que refere o presente artigo constituem
anexa ao presente diploma, do qual faz parte integrante. receitas do Fundo Autónomo das Pescas.
2- Sem prejuízo do previsto no numero anterior, as CAPÍTULO V
taxas estabelecidas na referida tabela em anexo, podem
ser alteradas por Portaria dos membros do Governo RESTRIÇÕES
responsáveis pelas áreas das Finanças e das Pescas. Artigo 16°
Artigo 12º
Restrições à pesca de mergulho comercial por área e período
Incidência objetiva
1- É proibido o exercício da pesca de mergulho comercial:
As taxas estabelecidas pelo presente diploma incidem
sobre o acesso ao exercício da pesca de mergulho comercial, a) Em áreas delimitadas de estaleiros de construção e
que consiste em: reparação naval e estabelecimentos de aquicultura,

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I Série — n o 32 «B.O.» da República de Cabo Verde — 25 de março de 2021 957

salvo, nestes últimos, quando formalmente por pescador mergulhador, não sendo contabilizado para o
autorizado pelo concessionário ou proprietário; efeito o exemplar de maior peso.
b) A menos de cem metros da desembocadura de 2- Quando a bordo de uma embarcação auxiliar existam
qualquer esgoto, desde que este esteja devidamente mais de três pescadores mergulhadores, o limite total das
assinalado; capturas não pode exceder os setenta quilogramas, não
sendo contabilizado para o efeito o exemplar de maior peso
c) Nos planos de água associados às concessões para cada pescador mergulhador.
balneares;
3- Quando tenha sido atingido o peso máximo a que se
d) Em outras áreas que venham a ser limitadas referem os números anteriores é proibido continuar a pescar.
e devidamente assinaladas pela autoridade
portuária ou pela autoridade marítima; 4- Para efeitos do controlo das quantidades capturadas,
o pescado apenas pode ser transportado pelo pescador
e) Nos canais de navegação das barras de acesso mergulhador que efetuou a captura.
aos portos.
5- Por Portaria do membro do Governo responsável
2- É proibida a pesca de mergulho comercial no período pela Administração das Pescas e Aquacultura, e mediante
compreendido entre o pôr -do -sol e o nascer do sol. parecer do Departamento Governamental responsável pela
3- Sem prejuízo da plena eficácia das restrições estabelecidas Investigação Haliêutica, podem ser alterados ou fixados
nas alíneas a), b), c) e e) do n.°1, estas devem ser divulgadas outros limites diários, por praticante, das capturas por
através da colocação de placas com a indicação «Proibido a espécie e por local de pesca.
pratica de pesca de mergulho» ou «Proibido pescar a menos Artigo 21º
de 100 m», por parte das entidades com responsabilidades
na administração das áreas em causa. Limites à captura diária para pesca de mergulho autónomo

4- As restrições referidas nos números anteriores Os limites à captura diária para pesca de mergulho
não prejudicam quaisquer outras que possam vir a ser autónomo são estabelecidos no plano executivo anual de gestão
decretadas pelas autoridades competentes, designadamente dos recursos haliêuticos, sem prejuízo de outras medidas
pela autoridade sanitária, cuja publicitação é efetuada que possam ser adotadas tendo em vista a conservação e a
por edital a afixar pela autoridade marítima e portuária. exploração sustentável dos recursos.
Artigo 17º CAPÍTULO VI
Restrições ao mergulho autónomo DISPOSIÇÕES FINAIS
1- A pesca de mergulho comercial com recurso ao Artigo 22º
3 685000 000000

equipamento de mergulho autónomo é apenas permitida Legislação subsidiária


para a captura do pepino do mar e do buzio cabra.
Sem prejuízo de outras medidas que possam ser adotadas
2- É proibido o licenciamento de pessoas singulares em diploma especifico, aplicam-se subsidiariamente as
para a captura do pepino do mar. disposições do:
3- Caso seja permitido no plano executivo anual, a a) Decreto-Legislativo nº 2/2020, de 19 de março, que
pesca de mergulho comercial com recurso ao mergulho define o regime geral da gestão e do ordenamento
autónomo pode ser efetuada para a captura da lagosta das atividades de pesca nas águas marítimas
costeira. nacionais e no alto mar;
4- Fica expressamente vedada a captura de outras b) Plano executivo anual de gestão dos recursos haliêuticos
espécies, não previstas no presente artigo, com recurso em vigor;
ao mergulho autónomo.
c) Regime jurídico geral aplicável ao mergulho.
Artigo 18°
Artigo 23º
Pesca de mergulho comercial em áreas protegidas
Norma transitória
Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o exercício
da pesca de mergulho comercial nas áreas protegidas Aos pescadores mergulhadores que se encontrarem em
fica condicionado ao disposto nos respetivos planos de atividade à data da entrada em vigor do presente diploma
ordenamento e gestão. é fixado o prazo de cento e oitenta dias contados a partir
da data da entrada em vigor do presente diploma para a
Artigo 19°
regularização da situação e adequação com os requisitos de
Proibição de captura ou retenção licenciamento previstos do presente diploma.
1- É proibida a captura e retenção das espécies em Artigo 24º
respetivos períodos de defeso. Entrada em vigor
2- É proibida a retenção de peixes, crustáceos e moluscos O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao
cujo tamanho seja inferior aos tamanhos mínimos fixados na da sua publicação.
legislação em vigor, devendo as espécies serem imediatamente
devolvidos à água. Aprovado em Conselho de Ministros, aos 18 de fevereiro
de 2021.
3- É proibida a pesca de espécies em épocas e zonas onde
esteja interdita por motivos biológicos, nem de outras espécies José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino
conforme o plano executivo anual de gestão. Garcia Correia, Paulo Jorge Lima Veiga
Artigo 20° Promulgado em 19 de março de 2021
Limites à captura diária para pesca de mergulho em apneia Publique-se.
1- O peso total das capturas diárias na pesca de mergulho em O Presidente da República, JORGE CARLOS DE
apneia não pode, no seu conjunto, exceder os vinte quilogramas ALMEIDA FONSECA

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958 I Série — n o 32 «B.O.» da República de Cabo Verde — 25 de março de 2021


( A que se refere o nº 1 do artigo 11º)

Taxa de Emissão e Renovação da licença para a Pesca de Mergulho VALOR


Comercial
(ECV) TRIMESTRAL
Para pessoas coletivas – com recurso ao mergulho autónomo
Licença para captura do Pepino do Mar 6.000$00
Licença para captura do Búzio Cabra 5.000$00
Licença para a captura da Lagosta Costeira 10.000$00
Para pessoas singulares – com recurso ao mergulho autónomo
Licença para captura do Búzio Cabra 1.500$00
Licença para a captura da Lagosta Costeira 2.500$00
Para pessoas coletivas – com recurso ao mergulho em apneia 7.000$00
Para pessoas singulares – com recurso ao mergulho em apneia 2.000$00

José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino Garcia Correia, Paulo Jorge Lima Veiga
3 685000 000000

I SÉRIE

BOLETIM
OFICIAL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001

Endereço Electronico: www.incv.cv

Av. da Macaronésia,cidade da Praia - Achada Grande Frente, República Cabo Verde


C.P. 113 • Tel. (238) 612145, 4150 • Fax 61 42 09
Email: [email protected] / [email protected]

I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.

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