LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DO IPOJUCA
PREÂMBULO
Nós, vereadores, legítimos representantes do município do Ipojuca, investidos
do poder constituinte, respeitando os preceitos da Constituição da República
Federativa do Brasil e da Constituição do Estado de Pernambuco, buscando a
realização do bem estar comum, o desenvolvimento e as aspirações sociais,
econômicas, culturais e históricas, fortalecidas pelo espírito de liberdade,
igualdade e justiça como valores supremos de uma comunidade fraterna e sem
preconceitos, com o objetivo de organizar o exercício do poder, estimular a
prática da cidadania, fortalecer as instituições democráticas e direitos do
ser humano, decretamos e promulgamos, sob a proteção de Deus, a revisão,
da LEI ORGÂNICA MUNICIPAL, que constitui a lei fundamental do Município do
Ipojuca com a seguinte e nova redação:
TÍTULO I
ATO DAS DISPOSIÇÕES PERMANENTES
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
Seção I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º O Município, em união indissolúvel ao Estado e à República
Federativa do Brasil, constituído, dentro do Estado democrático de Direito, em
esfera de governo local, objetiva, na sua área territorial e de competência, o
seu desenvolvimento com a construção de uma comunidade livre, justa e
solidária, fundamentada na autonomia, na cidadania, na dignidade da pessoa
humana, nos valores sociais do trabalho, na livre iniciativa e no pluralismo
político, exercendo o seu poder por decisão dos munícipes, através de seus
representantes eleitos diretamente, nos termos desta Lei Orgânica, da
Constituição Estadual e da Constituição Federal.
§ 1º A ação municipal desenvolve-se em todo o seu território, sem
privilégios de distritos ou bairros, reduzindo as desigualdades regionais e
sociais e promovendo o bem-estar de todos, sem preconceitos de origem, raça,
cor, sexo, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
§ 2º Todo munícipe terá assegurado, nos termos da ConstituiçãoFederal,
da Constituição Estadual e desta Lei Orgânica, o direito à saúde, ao trabalho,
à educação, ao lazer, ao transporte, à segurança, à proteção à maternidade e
à infância, à assistência aos desamparados, à moradia e
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a um meio ambiente equilibrado.
Art. 2º São poderes do Município, independentes e harmônicosentre
si, o Legislativo e o Executivo.
Art. 3º O Município, objetivando integrar a organização, planejamento
e a execução de funções públicas de interesse regional comum, pode se
associar aos demais Municípios limítrofes e ao Estado, para formar a região.
Parágrafo único. A defesa dos interesses municipalistas fica
assegurada por meio de associação ou convênio com outros Municípios ou
entidades localistas.
Art. 4º São símbolos do Município a bandeira, o brasão e o hino
municipal, dentre outros estabelecidos pela Lei Municipal.
Seção II
Da Organização Político-Administrativa
Art. 5º O Município, unidade territorial do Estado, pessoa jurídica de
direito público interno, com autonomia política, normativa, administrativa e
financeira, é organizado e regido pela presente Lei Orgânica, na forma da
Constituição Federal e da Constituição Estadual.
§ 1º O Município tem sua sede na cidade que lhe dá o nome.
§ 2º A criação, a organização e a supressão de distritos depende de
Lei Municipal, observada a Legislação Estadual.
§ 3º Qualquer alteração territorial do Município, inclusive para criação
de novo município, só pode ser feita por Lei Estadual, preservando a
continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano, dependente
de consulta prévia às populações dos Municípios envolvidos, mediante
plebiscito, após estudos de viabilidade municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.
Art. 6º É vedado ao Município:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferência entre si;
IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos
pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão,
serviço de alto-falantes ou qualquer outro modo de comunicação,
propaganda político-partidária ou fins estranhos à administração.
V - manter a publicidade de atos, programas, obras, serviços e
campanhas de órgãos públicos que não tenham caráter educativo,
informativo ou de orientação social, assim como a publicidade da qual
constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos;
VI - outorgar isenções e anistias fiscais, ou permitir a remissão de
dívidas ou qualquer renúncia fiscal sem interesse público justificado, sob
pena de nulidade do ato;
VII - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão
de ocupação profissional ou função por eles exercida, independente de
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
VIII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino:
a) em relação a fatos gerados ocorridos antes do início da vigência
da lei que os houver instituído ou aumentado; e
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou;
IX - utilizar tributos com efeito de confisco;
X - estabelecer limitações do tráfego de pessoas ou bens, por meio
de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;
XI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviço da União, Estado ou de outros
Municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviço de partidos políticos, inclusive suas
fundações, de entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos; e
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
TÍTULO II
DO PODER LEGISLATIVO
CAPÍTULO I
DA CÂMARA MUNICIPAL
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 10. O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara
Municipal, que se compõe do número de 13 (treze) Vereadores,
representantes da comunidade, eleitos pelo sistema proporcional em todo
território municipal, pelo voto direto e secreto, dos cidadãos no exercício
dos direitos políticos.
Seção II
Das Atribuições da Câmara Municipal
Art. 12. Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, não
exigida esta para o especificado nos arts. 13 e 37, dispor sobre todas as
matérias da competência do Município, especialmente sobre:
VI - normatização da iniciativa popular de projeto de lei de interesse
específico do Município, da cidade, de vilas ou de bairros, através de
manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado;
Art. 13. Compete privativamente à Câmara Municipal:
I - autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a se ausentarem do
Município, quando a ausência exceder 15 (quinze) dias, observando-se que,
independentemente de autorização, quando a ausência se der por um
período igual ou superior a 8 dias e inferior a 15 dias, o Chefe do Executivo
deve comunicar a câmara Municipal;
II - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito e apreciar
os relatórios sobre a execução dos planos de governo, em até 90 (noventa
dias) após a apresentação do parecer prévio pelo Tribunal de Contas do
Estado de Pernambuco, observado o seguinte:
a) o parecer prévio só deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara Municipal;
b) as contas do Município ficarão, durante 60 (sessenta dias) na
Câmara Municipal e na Prefeitura, à disposição de qualquer pessoa física ou
jurídica, que poderá lhes questionar a legitimidade, nos termos da Lei;
c) durante o período referido na alínea anterior, o Prefeito designará
servidor habilitado para, em audiências públicas, prestarem
esclarecimentos;
d) publicação, no órgão oficial, do parecer e da resolução que
concluírem pela rejeição das contas, que serão encaminhadas ao Ministério
Público, sendo o caso.
III - proceder à tomada de contas do Prefeito e da Mesa quando não
apresentadas à Câmara Municipal até o dia 31 de março de cada ano;
CAPÍTULO II DOS
VEREADORES
Seção I
Da Inviolabilidade dos Vereadores
Art. 15. Os Vereadores, agentes políticos do Município, são invioláveis
no exercício do mandato, por suas opiniões, palavras e votos, na
circunscrição do Município, e terão livre acesso às repartições públicas, seus
documentos e as informações relevantes do interesse do município.
Seção V
Do Processo Legislativo
Art. 37. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Lei Orgânica;
II - leis ordinárias;
III - decretos legislativos;
IV – resoluções;
V – leis complementares.
Subseção I
Das Emendas à Lei Orgânica
Art. 38. A Lei Orgânica poderá ser emendada ou revisada mediante
proposta:
I – de um terço, no mínimo, da Câmara Municipal;
II - do Prefeito.
§ 1º A proposta será discutida e votada em 2 (dois) turnos, com
interstício mínimo de 10 (dez) dias, considerando-se aprovada se obtiver,
em ambos, maioria absoluta dos votos dos membros da Câmara Municipal.
§ 2º A emenda será promulgada pela Mesa Diretora da Câmara
Municipal.
§ 3º A Lei Orgânica não pode ser emendada na vigência de estado
de sítio ou estado de defesa, nem quando o Município estiver sob
intervenção estadual.
§ 4º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida
por prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa.
TÍTULO III
DO PODER EXECUTIVO
CAPÍTULO I
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
Art. 56. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal,
auxiliado por Secretários Municipais.
Art. 63. O Prefeito, responderá por crimes comuns, por crimes de
responsabilidade e por infrações político-administrativas.
Art. 64. São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito
definidos em lei federal e, em especial, nos termos do art. 85 da
Constituição Federal e Decreto Lei nº 201/1967, e os que atentem contra:
I - a existência do Município;
II - o livre exercício do Poder Legislativo;
III - a probidade na administração;
IV - a lei orçamentária; e
V - o cumprimento das leis e decisões judiciais.
Art. 65. Admitida a acusação contra o Prefeito, por maioria absoluta
da Câmara Municipal, será ele submetido a julgamento pelos crimes
comuns e de responsabilidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco, e nas infrações político-administrativas, pela Câmara
Municipal.
§ 1º O Prefeito ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-
crime pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do
processo pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.
§ 2º Se decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta dias), o
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Prefeito, sem
prejuízo do regular prosseguimento do processo.
CAPÍTULO VI
DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS
Art. 71. Os Secretários Municipais, como agentes políticos, serão
escolhidos dentre brasileiros maiores de 21 (vinte e um) anos e no exercício
dos direitos políticos.
CAPÍTULO VII
DA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
Art. 73. A Procuradoria Geral do Município é a instituição que
representa, como advocacia geral, o Município, judicial e extrajudicialmente,
cabendo-lhe, nos termos da lei que dispuser sobre sua organização e
funcionamento, as atividades de consultoria eassessoramento jurídico do
Poder Executivo.
Parágrafo único. A Procuradoria Geral do Município tem por chefe
o Procurador Geral do Município nomeado pelo Prefeito, de livre nomeação
e escolha, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Seção III
Dos Impostos dos Municípios
Art. 79. Compete ao Município instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155,
inciso II, da Constituição da República, definidos em lei complementar;
IV – taxas, em razão do exercício regular do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
V – contribuição de melhoria decorrente de obras públicas.
CAPÍTULO IV
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
Da Educação
Art. 128. A educação, direito de todos e dever do Poder Público e
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 129. O ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na formada
lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial
profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - participação da comunidade, através do Conselho Municipal
de Educação;
IX - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Município, ou
sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º O Município, em cooperação com o Estado, procederá ao
recenseamento e à chamada dos educandos para o ensino fundamental e
zelará, junto aos pais e responsáveis, pela frequência à escola.
Art. 130. O Município manterá seu sistema de ensino em
colaboração com a União e o Estado, atuando, prioritariamente, no ensino
fundamental e na educação infantil.
Art. 131. Os recursos para a manutenção e desenvolvimento do
ensino compreenderão:
I – 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, da receita resultante
de imposto, compreendida a proveniente de transferências;
II - as transferências específicas da União e do Estado.
Parágrafo Único. Os recursos referidos no caput, poderão
ser dirigidos, também, às escolas comunitárias, confessionais ou
filantrópicas, na forma da lei, desde que atendidas as prioridades da rede
de ensino municipal mediante convênio.
Art. 132. Na organização de seu sistema de ensino o
Município definirá com o Estado as formas de colaboração, de modo
a assegurar a universalização do ensino obrigatório.
§ 1º Deverá ser incluído na grade curricular das escolas públicas
o ensino da história do Município do Ipojuca.
§ 2º A aprendizagem da música deverá ser incentivada nas
escolas públicas.
Art. 133. Integram o atendimento ao educando os programas
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.
Art. 134. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes
condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Parágrafo único. É vedada a transferência de recursos públicos, sob
qualquer título, às instituições privadas de ensino com fins lucrativos.
Art. 135. A lei regulamentará o Conselho Municipal de Educação.
Seção II Da
Cultura
Art. 136. O Município apoiará e incentivará a valorização e a difusão
das manifestações culturais, prioritariamente, as diretamente ligadas à sua
história, à sua comunidade e seus bens.
Art. 137. Ficam sob a proteção do Município os conjuntos e sítios de
valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico, tombados pelo Poder Público Municipal.
§ 1º Os bens tombados pela União ou pelo Estado merecerão
idêntico tratamento, mediante convênio.
§ 2º Fica reconhecido como patrimônio cultural de Ipojuca
a
Banda de Música Santa Cecília‖.
Art. 138. O Município promoverá o levantamento e a divulgação
das manifestações culturais da memória da cidade e realizará concursos,
exposições e publicações para sua divulgação.
Art. 139. O Poder Público Municipal, com a colaboração da
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por
meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e
de outras formas de acautelamento e preservação.
Art. 140. Cabem à administração pública municipal, na forma da lei,
a gestão da documentação governamental e as providências para franquear
sua consulta a quantos dela necessitem.
Art. 141. A lei estabelecerá incentivos para a produção e o
conhecimento de bens e valores culturais.
Art. 142. Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos,
na forma da lei.
Seção III
Do Desporto e do Lazer
Art. 143. O Município fomentará práticas desportivas formais e não
formais, como direito de cada um.
Art. 144. O Município promoverá, estimulará, orientará e apoiará
a prática desportiva e a atividade física sistematizada, cabendo-lhe:
I - estabelecer, nos projetos urbanísticos e nas unidades
escolares públicas, bem como na aprovação dos novos conjuntos
habitacionais, reserva de área destinada à praça ou campo de esporte e lazer
comunitário, nos termos da lei;
CAPÍTULO VI
DOS DEFICIENTES, DA CRIANÇA E DO IDOSO
Art. 148. A lei disporá sobre a exigência e adaptação dos
logradouros e edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo
a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência
física ou sensorial.
Art. 149. O Município promoverá programas de assistências à
criança, ao adolescente e ao idoso.
Art. 150. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos é
garantidaa gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
Art. 151. O Município criará o Conselho Municipal de Defesa e
Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente
TÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 162. A administração pública municipal compreende:
I - a administração direta, integrada pelas secretarias municipais
e outros órgãos públicos de natureza equivalente;
II - a administração indireta, integrada pelas autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outros
órgãos dotados de personalidade jurídica própria.
Art. 163. A administração pública municipal direta e indireta de
ambos Poderes, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, e eficiência, além dos relacionados nos arts. 37 e
38 da Constituição Federal, e também ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros, que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como
aos estrangeiros, na forma da lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou, de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de dois anos,
prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas
e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação
sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para pessoas portadoras de deficiência e definir os critérios de sua
admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender à necessidade temporária de excepcional
interesse público, observadas as seguintes normas:
a) realização de seleção pública simplificada, ressalvados os casos
de calamidade pública;
b) contrato com prazo máximo de 3 (três) anos, prorrogável por
igual período vedada qualquer recontratação, após este prazo;
c) proibição de contratação de serviços para realização de
atividades que possam ser, regularmente, exercidas por servidores
públicos.
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata
esta Lei Orgânica, somente poderão ser fixados ou alterados por lei
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asseguradarevisão
geral anual sempre na mesma data e sem distinção de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções
e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional dos
membros de ambos os Poderes do Município, dos detentores de mandato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder
subsídio mensal do prefeito;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies
remuneratórias, para o efeito de remuneração do pessoal do serviço público;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não
serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
empregado públicos são irredutíveis, ressalvados os casos dispostos na
Constituição Federal, assegurada revisão geral anual sempre na mesma
data e sem distinção de índices;
XVI - É vedada acumulação remunerada de cargos públicos exceto
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer
disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde com profissões regulamentadas.
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia
mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo Poder Público;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão,
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os
demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, sociedade de economia mista,
e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como
a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, a qual
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica,
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
XXII - A administração tributária do Município, atividade essencial
ao funcionamento do Poder Público, exercidas por servidores de carreiras
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
cadastros e de informações fiscais, na forma dalei ou convênio com as
da União, dos Estados, do Distrito Federal.
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores
públicos.
§ 2º Os bens imóveis e móveis e o material de consumo do
Município ou das entidades da administração indireta serão identificados
pelo escudo oficial seguido do nome do órgão ou entidade a que pertençam,
vedada a utilização de qualquer outro símbolo.
§ 3º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará
a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
de lei.
§ 4º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em
geral, asseguradas a manutenção dos serviços de atendimento ao usuário e
a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - O acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
e XXXIII da Constituição da República;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
§ 5º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
de, direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
§ 6º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 7º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 8º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o
acesso a informações privilegiadas.
§ 9º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos
e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradorese o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para órgão ou entidade cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes.
III - a remuneração do pessoal.
§ 10. O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e
às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou do Município para
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 11. É vedada a percepção simultânea de proventos de
aposentadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Lei Orgânica, os
cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre
nomeação e exoneração.
§ 12. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios
de que trata o inciso XI do caput, as parcelas de caráter indenizatório
previstas em lei.
Art. 164. Ao servidor público da administração direta, autárquica
e fundacional, em exercício de mandato eletivo aplicam-se as seguintes
disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade
de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade,
será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos
legais exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento,
os valores serão determinados como se no exercício estivesse.
CAPÍTULO III
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS
Art. 173. O Município instituirá conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores
designados para este fim, sem prejuízo de outras atribuições que venham
a desempenhar.
Art. 174. O Município instituirá regime jurídico único e planos de
carreira, salários e benefícios para os servidores da administração direta,
das autarquias e fundações públicas, estabelecendo seus direitos e
obrigações.
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
componentes do sistema remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
cargos componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos;
§ 2º O Município deverá celebrar convênios ou contratos com os
demais entes federados para cuidar da formação e o aperfeiçoamento dos
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XX, XXII e XXX, da Constituição Federal, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§ 4º Os detentores de mandato eletivo e os Secretários Municipais
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em
qualquer caso, o disposto no art. 163, X e XI.
§ 5º Lei Municipal poderá estabelecer a relação entre a maior
e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
caso o disposto no art. 163, XI.
§ 6º O Poder Executivo publicará anualmente, os valores do subsídio
e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º Lei Municipal disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em
cada órgão, autarquia, fundação, para aplicação no desenvolvimento de
programas de qualidade e produtividade, treinamento, desenvolvimento
e modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira
poderá ser fixada nos termos do § 4º, deste artigo.
§ 20. Fica vedada, no Município, a existência de mais de um regime
próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos,
e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime.
Art. 176. São estáveis, após 3 (três) anos de efetivo exercício,
os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja
asseguradaampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica
dedesempenho, na forma de lei específica, assegurada
ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,
será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido
ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo
ou em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo
de serviço até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade.
Art. 177. O servidor municipal será responsável civil, criminal e
administrativamente pelos atos que praticar no exercício do cargo ou
função.
Art. 178. A cessão de servidores públicos civis e de empregados
públicos entre os órgãos da administração direta, as entidades da
administração indireta e a Câmara Municipal, somente será deferida, sem
ônus para os poderes municipais, que, imediatamente, suspenderão o
pagamento da remuneração ao cedido.
§ 1º O Presidente da Câmara Municipal ou o Prefeito, poderá
autorizar a cessão sem ônus para o cessionário, em caráter excepcional,
diante de solicitação fundamentada dos órgãos e entidades interessadas.
§ 2º Fica vedado a qualquer funcionário da administração pública
Federal, Estadual ou Municipal, seus órgãos, fundações e autarquias, postos
à disposição do Município ou Câmara de Vereadores com ônus para a
repartição de origem a percepção de quaisquer valores, excetuando-se as
gratificações recebidas no órgão cessionário.
CAPÍTULO IV
DAS INFORMAÇÕES, DO DIREITO DE PETIÇÃO E DAS CERTIDÕES
Art. 179. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos
municipais informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo de 15 (quinze) dias úteis, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade ou das instituições públicas.
Art. 180. O Município assegurará a todos, independentemente do
pagamento de taxas:
I - a obtenção de certidões em repartições públicas para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
II - o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder.