Antimicrobianos e Quimioterápicos 2023.1
Antimicrobianos e Quimioterápicos 2023.1
Antibióticos/Antibacterianos
Antifúngicos
Antivirais
Antiparasitários
Anti-Sépticos e Desinfetantes
Medicina Veterinária
2023.1
CONCEITO
São AGENTES ANTIMICROBIANOS que atuam em altas diluições no meio bioquímico
do nosso corpo: são substâncias que inibem o crescimento de microorganismos ou os destroem.
o Primeiros registros do sucesso do tratamento da malária com extrato de cinchona e do tratamento da disenteria
amebiana com raiz de ipecacuanha.
o Em meados de 1860, Joseph Lister foi o primeiro cientista a estudar o efeito inibitório de substâncias químicas
sobre as bactérias e aplicar seus conhecimentos diretamente na medicina. Lister usou fenol para esterilizar
instrumentos cirúrgicos. (desinfecção)
o Pasteur e Joubert foram os primeiros a reconhecerem o potencial e Teorizar o uso clínico dos produtos
microbianos como agentes terapêuticos em 1877. Eles observaram que o Bacillus anthrax crescia rapidamente
quando inoculado em urina estéril, mas parava de se multiplicar e morria se bactérias do ar fossem inoculadas junto
com o bacilo ou após ele na mesma urina.
o Czech, Honl e Bukovsky em 1889 fizeram uso local de extrato de Pseudomonas aeruginosas que era um excelente
produto conhecido como "piocianase" comercializado por muitos anos.
Alguns autores mencionam como o início da terceira era sendo em 1940 com os primeiros relatos sobre as
propriedades do extrato de Penicillium notatum (hoje conhecida como penicilina) feitos em Oxford por Chain e seus
colaboradores que haviam mostrado grande interesse pela descoberta feita por Fleming em 1929. Alguns anos mais tarde
haveria a completa purificação da penicilina. Dessa forma, a penicilina descoberta em 1929 e com seu uso clínico definido
em 1940 deu origem à mais variada e mais utilizada classe de antibióticos: os Beta-Lactâmicos. Desde então, uma série de
novas descobertas vem sendo feitas. Na tabela abaixo observamos algumas datas de descobertas dos antibióticos e as
bactérias das quais foram extraídas a substância.
Evolução cronológica dos antibióticos:
Nome Data da Microorganismo
descoberta
1945 Dierckx
Penicilliujanczewski
Estreptomicina 1944 Streptomyces griseus
Bacitracina 1945 Bacillus lincheniformis
Cloranfenicol 1947 Streptomyces venezuelae
Polimixina 1947 Bacillus polymyxa
Framicetina 1947-53 Streptomyces lavendulae
Clortetraciclina 1948 Streptomyces aureofaciens
Cefalosporina C, N e P 1948 Cephalosporium sp
Neomicina 1949 Streptomyces fradiae
Oxitetraciclina 1950 Streptomyces rimosus
Nistatina 1950 Streptomyces noursei
Eritromicina 1952 Streptomyces erithreus
Espiramicina 1954 Streptomyces ambofaciens
Vancomicina 1956 Streptomyces orientalis
Kanamicina 1957 Streptomyces kanamyceticus
Ácido fusídico 1960 Fusidium coccineum
Lincomicina 1962 Streptomyces lincolnensis
Gentamicina 1963 Micromonospora purpurea
Tobramicina 1968 Streptomyces tenebraeus
Como Agem os antibióticos?
Diferentes antibióticos têm diferentes maneiras de combater as bactérias. Podem por exemplo,
mudar a estrutura da parede celular das bactérias (Antibióticos inibidores da Síntese da Parede
Celular) – com isto as bactérias rompem-se, literalmente, devido à penetração de líquidos através da
parede celular. Podem também Interferir na produção de proteínas (Antibióticos que Atuam na Síntese
Protéica (translação)) - As proteínas são necessárias para assegurar a produção de novas bactérias
filhas e mesmo para o metabolismo bacteriano. Outras podem Interferir na síntese do DNA bacteriano -
Estes antibióticos interferem na produção de novos cromossomas e da informação genética da célula,
desta forma, inviabilizam a reprodução e a transcrição de informação.
A membrana possui as funções de formar a parede celular; obstáculo à entrada d'água; contém
lipídios e proteínas carreadores de substâncias necessárias à célula, além de possuir enzimas importantes
ao metabolismo celular. Qualquer interrupção destas funções da membrana causará danos à célula. Estes
antibióticos também intervêm no processo de respiração celular, inibindo a fosforilação oxidativa e
causam desorganização da membrana celular.
Para que haja metabolismo e mesmo reprodução bacteriana é indispensável que ocorra de modo
correto, a união de aminoácidos que constituirão as inúmeras moléculas de proteínas microbianas. Estas
proteínas microbianas terão função estrutural e enzimática. E são produzidas pelo ribossoma bacteriano.
Este ribossona é “programado” por mecanismos de leitura de informação advinda do DNA bacteriano
por moléculas mensageiras.
A interrupção, em qualquer ponto desta cadeia de translação de informações, por bloqueio de alguma
função, susta metabolismo. Haverá, portanto, detenção do crescimento e eliminação da célula
bacteriana.
Algumas drogas atuam inibindo a duplicação dos ácidos nucléicos. Atuam ao nível do DNA,
Podendo inibir a síntese do RNA (transcriptase reversa), inibir o ácido tetrahidrofólico, alterar a
estrutura dos ácidos nucléicos parasitários, ou reduzir a formação de nucleotídeos.
RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
Um microorganismo pode se tornar insensível à droga(s) por diversas razões. Este problema tem
se tornado mais evidente com o passar dos anos, devido ao uso das drogas ditas de "largo" espectro em
detrimento à prática do antibiograma. Cada situação deveria ser distinta, assim como sua conduta.
Se o que se pretende é combater qualquer germe que possa infectar um paciente, a tarefa torna-se
mais complexa, pois por mais amplo que seja o espectro, ou grupos diversos de antibióticos que sejam
eleitos, isto não nos garante que todas as espécies serão inativadas, além dos efeitos deletérios sobre a
microbiota residente, o que pode de fato, abrir de portas à invasores oportunistas.
o Em geral, uma bactéria (sp) pode se tornar resistentes por duas razões principais:
S. pneumoniae 10 a 14 dias
Estafilococos 21 a 28 dias
Legionella, Mycoplasma,, 14 a 21 dias
Chamydophila
Abscesso pulmonar 28 a 42 dias
Osso Osteomielites 21 a 42 dias
Ouvido Otite aguda com efusão 10 dias
Rim Cistite 3 dias
Pielonefrite 14 dias
Recorrente 42 dias
Seios da face Rinites e Sinusite aguda 10 a 14 dias
CARACTERÍSTICAS DO ANTIBIÓTICO IDEAL
1) Beta-lactâmicos
1.1) Penicilinas
1.2) Cefalosporinas
1.3) Carbapenens
1.4) Monobactans
1.5) Carbacefens
2) Quinolonas
3) Aminoglicosídeos
4) Sulfonamidas
5) Alfenicóis (Cloranfenicol)
6) Tetraciclinas
7) Glicopeptídeos
8) Lincosamidas
10) Nitroimidazólicos
A História dos Antibióticos
Autor: Henrique A. Serra - Pediatra Preceptor da Enfermaria de Especialidades do
Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da U.S.P.
Parece uma tarefa difícil falar sobre a origem e a evolução dos antibióticos... e realmente é. Durante toda
a evolução da humanidade temos os relatos de várias tentativas do uso de substâncias e materiais com a
intenção de secar lesões supurativas, curar febres, melhorar as dores etc. A medicina era observacional.
A clínica foi o recurso diagnóstico mais importante que existiu e ainda existe, porém naquela época era
o único.
A definição do termo antibiótico também tem história. O termo inicial proposto por Vuillemin em 1889
era "antibiose" e que definia o antagonismo dos seres vivos em geral. O nome antibiótico foi
primeiramente usado por Waksman em 1942, meio século após Vuillemin, e deu uma redefinição
necessária como substância produzida por microorganismos (bactérias, fungos, actinomicetos),
antagonista ao desenvolvimento ou à vida de outros microorganismo em altas diluições no meio
bioquímico do nosso corpo (é necessário que isto seja dito para excluirmos substâncias que quando
puras tem uma potente ação antimicrobiana como certos produtos metabólicos como os ácidos
orgânicos, peróxido de hidrogênio e o álcool). Entretanto, o uso diário do termo, incluiu os agentes
antibacterianos sintéticos, como as sulfonamidas e as quinolonas, que não são produzidos por
microorganismos. Waksman e outros microbiologistas notaram que algumas bactérias tinham a
capacidade destruir ou inibir outras estudando amostras de fezes, cuja flora bacteriana é complexa e que
depende dessa capacidade para sua manutenção.
Alguns autores dividem toda essa história em 3 grandes eras. A primeira, conhecida também como a era
dos alcalóides, data de 1619 de onde provém os primeiros registros do sucesso do tratamento da malária
com extrato de cinchona e do tratamento da disenteria amebiana com raiz de ipecacuanha. Durante
muito tempo esses extratos e seus derivados (alcalóides, quinino e a emetina) formaram um grupo único
de recursos terapêuticos conhecidos.
Em meados de 1860, Joseph Lister foi o primeiro cientista a estudar o efeito inibitório de substâncias
químicas sobre as bactérias e aplicar seus conhecimentos diretamente na medicina. Lister usou fenol
para esterilizar instrumentos cirúrgicos com importante diminuição nas taxas de morbidade e
mortalidade associadas à cirurgia. Alguns autores dizem que esse evento marcou o surgimento da era
antimicrobiana. Estudando tais efeitos, Pasteur e Joubert foram os primeiros a reconhecerem o potencial
clínico dos produtos microbianos como agentes terapêuticos em 1877. Eles observaram que o Bacillus
anthrax crescia rapidamente quando inoculado em urina estéril mas parava de se multiplicar e morria se
qualquer simples bactéria da ar fosse inoculada junto com o bacilo ou após ele na mesma urina.
Czech, Honl e Bukovsky em 1889 fizeram uso local de extrato de Pseudomonas aeruginosas que era um
excelente produto conhecido como "piocianase" comercializado por muitos anos. Outros pesquisadores
usaram extratos de Penicillium e Aspergillus, os quais continham, provavelmente, pequenas quantidades
de antibióticos que produziam efeitos locais e transitórios.
A segunda era, conhecida como a dos compostos sintéticos, foi marcada pela descoberta do salvarsan
por Paul Ehrlich (Alemanha) em 1909 para o tratamento de tripanossomas e outros protozoários. Em
1910 Ehrlich testou o 606º um composto arsênical e viu que ele era ativo contra o treponema causador
da sífilis. Esse composto foi usado como tratamento de escolha da sífilis até 1940 quando foi substituído
pela penicilina. Na época imperava um pensamento: os protozoários eram susceptíveis às drogas e as
bactérias não. Os treponemas não eram considerados bactérias, mas uma classe a parte. A idéia
apresentada à pouco foi abandonada com a descoberta e o uso do Prontosil. O Prontosil é uma
sulfonamida que foi sintetizada por Klarer e Meitzsch em 1932. Seus efeitos e resultados foram descritos
por Gerhard Domagk., o que lhe valeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1938.
A penicilina já havia sido sintetizada por Alexander Fleming em 1929, mas seu potencial não havia sido
explorado devido à sua labilidade. O livro de Hare intitulado "O Nascimento da Penicilina" ("The Birth
of Penicilin") descreve muito bem como Fleming descobriu a penicilina em 1928.Os escritos originais
de Fleming atribuem o uso da penicilina em meios de cultura para suprimir os crescimento da flora oral
e facilitar o isolamento do Haemophilus influenzae. A corrida para as sulfonamidas havia começado,
sediada na Alemanha e anunciada em 1935.Quando o efeito curativo da sulfonamida foi demonstrado
em ratos, iniciou-se estudos em pacientes com erisipela e outras infecções.
Em 1935 Domagk publicou as informações sobre seus estudos ao mesmo tempo em que eram
publicados estudos semelhantes por Hörlein sobre os achados feitos em Londres. Esses estudos foram
posteriormente continuados em outros países. Um dos mais notáveis estudos da época foi o de
Kolebrook e Kenny (Inglaterra) em 1936 que demonstrou a imensa eficácia da droga na febre puerperal
com quedas assustadoras no número de mortes entre os nascidos vivos de mães com febre puerperal. A
posterior introdução da penicilina tenha sido, talvez, o maior impacto sobre a febre puerperal. O
aumento dessa incidência em meados de 1950 foi devido à redefinição da febre puerperal como qualquer
aumento de temperatura acima de 38°C, o que antes era definido quando essa temperatura era mantida
por mais de 24 horas ou era recorrente.
Observou-se que o Prontosil não tinha atividade antibacteriana in vitro e alguns trabalhos sugeriram que
sua atividade era pela liberação no corpo de p-aminobenzeno sulfonamida (sulfonilamida). Isso foi
provado por Fuller em 1937. A sulfonilamida demonstrou ação inibitória para estreptococos in vitro. Isto
foi fortemente contestado por Domagk. A sulfonilamida tomou força e em pouco tempo era fabricada
por várias drogarias com mais de 70 nomes conhecidos. Muitos químicos da época ficaram entretidos
tentando modificar a molécula para melhorá-la. Com isso surgiu a sulfapiridina em 1938, a primeira
droga a ser efetiva no tratamento das pneumonias pneumocócicas e com maior espectro antimicrobiano
para a época. Depois vieram a sulfatiazolina e a sulfadiazina que melhoraram a cianose e os vômitos
causados pelas sulfas mais antigas.
A terceira era, conhecida como a era moderna dos antibióticos, foi marcada pelo controle das infecções
por estreptococos e pneumococos com o uso que já vinha sendo feito das sulfonamidas. Alguns autores
marcam a entrada dessa era com o início do uso clínico das sulfonilamidas em 1936. No final da década
de 1940 apareceram as resistências de estreptococos hemolíticos, gonococos e pneumococos à
sulfonamida.
Após uns 20 anos, os meningococos também tornaram-se resistentes à sulfonamida. Essa era é a que
perdura até hoje e a mais ampla e difícil de ser relatada. Com o aparecimento da resistência bacteriana
houve um empenho pela busca de novas substâncias e assim, em 1939, René Dubos (Nova Iorque)
descobriu a tirotricina (gramicidina + tirocidina) formada pelo Bacillus brevis que embora muito tóxica
para o homem, tinha um efeito curativo sistêmico em ratos. Esse fatos foram importantes pois
influenciaram Howard Florey e seus colegas na descoberta de novas substâncias no final da década de
1940 sendo a penicilina a próxima droga a ser estudada por eles.
Alguns autores mencionam como o início da terceira era sendo em 1940 com os primeiros relatos sobre
as propriedades do extrato de Penicillium notatum (hoje conhecida como penicilina) feitos em Oxford
por Chain e seus colaboradores que haviam mostrado grande interesse pela descoberta feita por Fleming
em 1929. Após sua síntese e estudos, começou a ser produzida pela "School of Patology at Oxford",
porém quando administradas em seres humanos com infecções, era rapidamente excretada, necessitando
de novas administrações. A produção de Oxford era insuficiente. Sendo assim, uma maneira para manter
o suprimento da substância era reaproveitá-la na urina dos pacientes, isolando-a e administrando-a
novamente a esses ou a outros doentes. Mostraram que a penicilina curava infecções estreptocócicas e
estafilocócicas em ratos e o sucesso com o uso em humanos foi verificado rapidamente. Alguns anos
mais tarde haveria a completa purificação da penicilina.
Muitos dos estudos com a penicilina feitos durante a Segunda Guerra Mundial perderam-se, pois
circulavam de forma secreta e obscura. Dessa forma, a penicilina descoberta em 1929 e com seu uso
clínico definido em 1940 deu origem à mais variada e mais utilizada classe de antibióticos: os b -
lactâmicos.
Em 1944, Selman Waksman a procura de antibióticos com efeitos menos tóxicos, junto com seu aluno
Albert Schatz, isolou a estreptomicina de uma cepa de Streptomyces, a primeira droga efetiva contra a
tuberculose e por isso recebeu o Prêmio Nobel da Medicina em 1952. Waksman isolou também a
neomicina em 1948, além de outros 16 antibióticos durante sua vida (grande parte deles sem uso clínico
pela alta toxicidade). O método de procura por novos antibióticos utilizado por Waksman na descoberta
da estreptomicina dominou a indústria dos antibióticos por décadas.
Sabemos hoje que todos os agentes terapêuticos que tiveram sucesso tinham certamente propriedades
em comum. Eles devem exercer uma atividade microbiana letal ou inibitória e em altas diluições no
complexo meio bioquímico do corpo humano. Estando em contato com os vários tecidos do corpo,
devem não influenciar a função do órgão ou tecido e não ter efeitos danosos. Devem ter bom gosto, ser
estáveis, solubilidade livre, baixa taxa de excreção e ter ótima difusão. Isso tudo levou aos estudos sobre
o modo de ação dos antibióticos.
Woods e Fields estudaram o modo de ação das sulfonilamidas iniciando os estudos sobre a estrutura das
bactérias e o desenvolvimento de novas substâncias de acordo com cada microorganismo. Foram feitos
avanços importante no conhecimento da anatomia, composição química e metabolismo da bactéria. Isso
ajudou a indicar qual droga seria a mais adequada para ser usada em determinada bactéria, mas não
ajudou na descoberta de novas drogas. A resistência bacteriana era o principal problema. Os novos
antibióticos produzidos eram derivados dos que já existiam, com propriedades semelhantes às
conhecidas anteriormente. Vemos, apesar disso, que mesmo após quase um século de estudos e controle
quase que total das infecções bacterianas, a resistência bacteriana ainda é o principal desafio.
Referências Bibliográficas
1 - Chambers HF, Sande MA, Antimicrobial Agents,, Goodman & Gilman’s The Farmacological Basis
of Therapeutics, 1996, Hardman JG, Limbird LE, Molinoff PB, Ruddon RW, Gilman AG eds, cap. 43,
pg. 1029.
2 - Livermore DM, Williams JD, b -Lactams: Mode of Action and Mechanisms of Bacterial Resistence,
Antibiotics in Laboratory Medicine, 1996, Ed. Williams & Wilkins, Lorian V ed., cap. 12, pg. 502-503.
BETA-LACTÂMICOS:
PENICILINAS
2. Penicilina V: VO
4. Amoxacilina: VO
6. Carboxipenicilina: EV ou IM.
7. Ureidopenicilina: EV ou IM.
NOMES COMERCIAIS
Embora o mecanismo de ação da penicilina ainda não tenha sido completamente determinado, a
sua atividade bactericida inclui a inibição da síntese da parede celular e a ativação do sistema
autolítico endógeno da bactéria.
A ação da penicilina depende da parede celular que contém na sua composição peptidoglicano.
Durante o processo de replicação bacteriana, a penicilina inibe as enzimas que fazem a ligação entre as
cadeias peptídicas, impedindo, portanto, o desenvolvimento da estrutura normal do peptidoglicano.
Estas enzimas (transpeptidase, carboxipeptidase e endopeptidase) localizam-se logo abaixo da parede
celular e são denominadas de "proteínas ligadoras de penicilina" (penicillin-binding proteins – PBPs). A
habilidade de penetrar na parede celular e o grau de afinidade destas proteínas com a penicilina
determinam a sua atividade antibacteriana.
As bactérias, por sua vez, diferem na sua composição quanto ao tipo e à concentração de
proteínas ligadoras de penicilina e quanto à permeabilidade de suas paredes celulares ao antibiótico.
Assim, temos diferentes suscetibilidades bacterianas à penicilina.
Além da ação sobre a parede celular, tem se considerado a ação da penicilina na ativação do
sistema autolítico endógeno da bactéria, determinando a sua lise e conseqüente morte.
INDICAÇÃO DE DOENÇAS - ESPECTRO DE AÇÃO
Penicilina G cristalina
São consideradas as melhores drogas contra Streptococcus, Neisseria, Treponema e Leptospira. Cobrem
os anaeróbios da orofaringe e Staphylococcus sp.
Penicilina G procaína
Penicilina G benzatina
Penicilina V
Infecções leves de boca e pele. A maior segurança é contra infecções estreptocóccicas não hospitalares.
Ampicilina
Amoxacilina
Comparando-se com as Penicilinas G, tanto a Ampicilina quanto a Amoxacilina são inferiores na ação
contra Gram positivos e superiores contra gram negativos (Shiguela, Salmonella e Haemophilus
principalmente).
Oxacilina
Carboxipenicilina e Ureidopenicilina
Abcessos abdominais (associar Ácido Clavulânico). São as mais indicadas contra Gram-negativos
(cobre, inclusive, Pseudomonas) e anaeróbios.
R.A.M:
Hipersensibilidade: desde exantemas (ampicilina) até choque anafilático (penicilina G).
BETA-LACTÂMICOS:
CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO
1. CEFALEXINA: VO
2. CEFADROXILA: VO
3. CEFALOTINA: EV
4. CEFAZOLINA: EV/ IM
NOMES COMERCIAIS
2. CEFADROXILA: Cefamox
MECANISMO DE AÇÃO
Desenvolve sua ação preferencialmente sobre bactérias Gram-positivos e, com muito menos
freqüência, sobre Gram-negativos. É um antibiótico beta-lactâmico, cujo mecanismo de ação é
semelhante aos descrito para as Penicilinas.
1. CEFALEXINA
Infecções do trato respiratório, pele, osso e geniturinário por germes suscetíveis. No espectro útil,
são considerados: Streptococcus b-hemolítico, Staphylococcus aureus, incluindo cepas produtoras de
penicilinase, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Klebsiella sp., Haemophilus influenzae e Moraxella
(Branhamella) catarrhalis.
2. CEFADROXILA
3. CEFALOTINA
4. CEFAZOLINA
o CEFALEXINA:
o Distúrbios gastrintestinais: raramente náuseas, vômitos e colite; mais freqüentemente,
diarréia, dor abdominal, dispepsia, gastrite e icterícia.
o Hipersensibilidade: exantema, urticária, angioedema e raramente eritema multiforme,
epidermólise tóxica e anafilaxia.
o Outras reações colaterais informadas: Prurido anal e genital, cefaléia e alucinações;
artralgias, nefrite intersticial, eosinofilia, neutropenia, trombocitopenia e elevação
transitória de transaminases (discreta hepatotoxidez).
o CEFADROXILA:
o Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia.
o Reações dermatológicas por hipersensibilidade.
o Infecções oportunistas por microrganismos não suscetíveis (cândida, pseudomonas).
Ocasionalmente: nefrotoxicidade (cilindrúria, proteinúria e hematúria).
o CEFALOTINA:
o Reações de hipersensibilidade: erupção cutânea, prurido, edema, vermelhidão.
o Outras: Cãibras, dor e distensão abdominal, diarréia grave, febre, polidipsia(sede intensa),
náuseas ou emese (vômitos), cansaço não habitual.
o CEFAZOLINA:
o Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia.
o Reações dermatológicas por hipersensibilidade. Infecções oportunistas por microrganismos
não suscetíveis (cândida, pseudomonas).
BETA-LACTÂMICOS:
CEFALOSPORINAS DE 2a GERAÇÃO
NOMES FARMACOLÓGICOS E DE VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
1. CEFACLOR: VO
3. CEFPROZIL: VO
4. CEFOXITINA: EV
NOMES COMERCIAIS
1. CEFACLOR: Ceclor
3. CEFPROZIL: Cefzil
4. CEFOXITINA: Mexofin
MECANISMO DE AÇÃO
Desenvolve sua ação preferencialmente sobre bactérias Gram-positivos e, com muito menos
freqüência, sobre Gram-negativos. É um antibiótico beta-lactâmico, cujo mecanismo de ação é
semelhante aos descrito para as Penicilinas.
INDICAÇÃO DE DOENÇAS - ESPECTRO DE AÇÃO
2. CEFUROXIMA: Infecções das vias respiratórias altas e baixas: Infecções de ouvido, nariz e
garganta. Infecções de tecido mole: erisipela e infecções de feridas. Infecções de ossos e
articulações: osteomielite e artrite séptica. Infecções ginecológicas e obstétricas; septicemia,
meningite, peritonite. Pode ser associado a antibióticos aminoglicosídeos. É ativo contra cepas
resistentes à ampicilina e à amoxicilina, em geral contra Escherichia coli, Klebsiella, Proteus
mirabilis, Haemophilus influenzae, Neisseria gonorrhoeae, Salmonella spp., Staphylococcus aureus
e epidermidis, Streptococcus pyogenes e pneumoniae, Bordetella pertussis, cocos Gram-positivos e
Gram-negativos, bacilos Gram-positivos (inclui a maioria dos Clostridium), bacilos Gram-negativos.
Não são susceptíveis: Pseudomonas, Helicobacter (Campylobacter), cepas de Staphylococcus
aureus e epidermidis resistentes à meticilina.
3. CEFPROZIL: Infecções das vias respiratórias altas e baixas; Infecções de ouvido, nariz e
garganta. infecções de pele e tecidos moles, infecções não complicadas do trato urinário. É uma nova
cefalosporina ativa por via oral, que desenvolve um efeito bactericida de amplo espectro sobre a
maioria dos microorganismos aeróbios Gram-positivos, Gram-negativos e alguns anaeróbios
(Bacteroides melaninogenicus, Clostridium perfringens, Clostridium difficile e Peptostreptococcus).
Seu amplo espectro antibacteriano inclui: Streptococcus pyogenes, Streptococcus pneumoniae,
Haemophilus influenzae, produtores ou não de betalactamases, Moraxella catarrhalis,
Staphylococcus aureus (incluídas cepas produtoras de betalactamases), E. coli, Proteus mirabilis,
Klebsiella pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae.
o CEFACLOR:
o Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia.
o Reações dermatológicas por hipersensibilidade.
o Infecções oportunistas por microrganismos não suscetíveis (cândida, pseudomonas).
o CEFUROXIMA:
o Reações por hipersensibilidade, inclusive exantema cutâneo, urticária, prurido, febre,
anafilaxia. Eritema multiforme, necrose epidérmica tóxica (necrose exantemática).
o Diarréias, náuseas e vômitos colite,
o cefaléia, eosinofilia, incremento transitório dos níveis das enzimas hepáticas ALT
(SGPT), AST (SGOT) e LDH (hepatotoxidez). Raramente foi informada icterícia. Em
algumas ocasiões, observa-se tromboflebite após a injeção intravenosa de cefuroxima
sódica.
o CEFPROZIL:,
o Distúrbios gastrintestinais: em alguns pacientes podem surgir, ocasionalmente: náuseas,
diarréia. Em menos de 2% dos pacientes foram relatadas alterações reversíveis dos
valores de transaminases fosfatase alcalina e tempo de protrombina
o Reações por hipersensibilidade:exantema cutâneo.
o CEFOXITINA: Em geral é bem tolerada. Os efeitos adversos mais comuns têm sido reações
locais na região da injeção IV ou IM. Foram observados erupção cutânea, prurido, febre e
outras reações alérgicas, inclusive anafilaxia, nefrite intersticial e edema angioneurótico.
Hipotensão arterial; náuseas e vômitos, eosinofilia, leucopenia, granulocitopenia,
neutropenia, anemia (inclusive anemia hemolítica), trombocitopenia e depressão da medula
óssea. Foram observados aumentos passageiros das transaminases glutâmico-oxalacético e
pirúvica, da desidrogenase láctica e da fosfatase alcalina no soro; icterícia, como também
aumentos da creatinina sérica e do nitrogênio uréico sangüíneo.
BETA-LACTÂMICOS:
CEFALOSPORINAS DE 3a GERAÇÃO
NOMES FARMACOLÓGICOS E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
1. CEFTRIAXONA: IM/ EV
2. CEFOTAXIMA: EV
3. CEFODIZIMA: IM/ EV
4. CEFETAMET: VO
5. CEFIXIMA: VO
6. CEFPODOXIMA: VO
7. CEFOPERAZONA: EV
8. CEFTAZIDIMA: EV
9. CEFTIOFUR: IM
NOMES COMERCIAIS
1. CEFTRIAXONA: Rocefin
2. CEFOTAXIMA: Claforan
3. CEFODIZIMA: Timecef
4. CEFETAMET: Globocef
5. CEFIXIMA: Plenax
6. CEFPODOXIMA: Orelox
7. CEFOPERAZONA: Cefobid
8. CEFTAZIDIMA: Fortaz, Kefadim
9. CEFTIOFUR: Cef 50
MECANISMO DE AÇÃO
1. CEFTRIAXONA: Infecções do trato biliar, infecções ósseas, infecções do SNC, infecções do trato
geniturinário, pneumonia, septicemia bacteriana, infecções de pele e tecidos moles. Escherichia coli,
espécies de Klebsiella, Proteus mirabilis, Staphylococcus, Streptococcus, Enterobacter, Escherichia
coli, Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis. Clostridium.
2. CEFOTAXIMA: Infecções graves das vias respiratórias incluindo garganta e nariz; dos rins e vias
urinárias; da pele e tecidos de partes moles, ossos e articulações; de órgãos genitais, incluindo a
gonorréia; sepse, endocardite, meningite. Em geral, é eficaz contra Staphylococcus, Streptococcus,
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, E. coli, Salmonellas, Clostridium. Atualmente é
variável a sensibilidade para os seguintes agentes patogênicos: Streptococcus faecalis, Pseudomonas
aeruginosa e Bacteroides fragilis.
3. CEFODIZIMA: Infecções urinárias altas e baixas. Infecções respiratórias baixas. Infecções
sistêmicas em pacientes imunocomprometidos. Infecções hospitalares, pneumonias hospitalares,
bacteremias. Entre o grupo sensível figuram estafilococos, pneumococos, gonococos, meningococos,
Moraxella, E. coli, Shigella, Klebsiella, Proteus, Haemophilus, Corynebacterium
4. CEFETAMET: Infecções produzidas por estreptococos beta-hemolíticos e as infecções complicadas
do trato urinário ou infecções mais severas. Possui um amplo espectro bacteriano sobre a microbiota
aeróbia Gram-positiva e Gram-negativa, e pelas suas concentrações séricas e tissulares atinge níveis
superiores à CIM 90 (<2mg/ml) da maioria das enterobactérias, Haemophilus influenzae, Neisseria
spp., Proteus spp., Branhanela catarrhalis; espécies de Streptococcus e estreptococos inclusive S.
pneumoniae resistente à penicilina e Neisseria gonorrhoeae.
5. CEFIXIMA: Infecções do trato urinário não complicadas causadas por Escherichia coli e Proteus
mirabilis. Otite média causada por Haemophilus influenzae (cadeias betalactamase positivas e
negativas), Moraxella (Branhamella) catarrhalis e Streptococcus pyogenes. Faringite e tonsilite
causadas por Streptococcus pyogenes. Bronquite aguda e exacerbações agudas das bronquites
crônicas causadas por Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae (cadeias betalactamase
positivas e negativas).
6. CEFPODOXIMA: É uma cefalosporina ativa por via oral, moderna, de terceira geração, que
desenvolve um efeito bactericida potente sobre a maioria dos microrganismos aeróbios Gram-
positivos e Gram-negativos, especialmente nos responsáveis pelas infecções do trato respiratório,
como Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, Corynebacterium e Streptococcus
pyogenes. Infecções bacterianas sistêmicas provocadas por germes sensíveis.
7. CEFOPERAZONA: Infecções dos tratos respiratório e geniturinário; otorrinolaringológicas; de pele e
tecidos moles, osteoarticulares, peritonite e outras infecções intra-abdominais; septicemias, infecções
bacterianas, doenças inflamatórias pélvica, endometrite e outras infecções do aparelho genital
feminino e infecções enterocócicas. Desenvolve sua ação preferencialmente sobre germes Gram-
positivos, Gram-negativos e Pseudomonas.
8. CEFTAZIDIMA: Infecções dos tratos respiratório e geniturinário. Infecções otorrinolaringológicas,
de pele e de tecidos moles. Infecções osteoarticulares. Peritonite e outras infecções intra-abdominais.
Septicemias bacterianas. Doença inflamatória pélvica, endometrite e outras infecções do aparelho
genital feminino. Infecções enterocócicas. Infecções do sistema nervoso central.
R.A.M.
1. CEFTRIAXONA: São de rara incidência cãibras, dor e distensão abdominal, diarréia aquosa e
grave, febre, aumento da sede, náuseas, vômitos, perda de peso não habitual, erupção cutânea,
prurido, edema (por hipersensibilidade).
2. CEFOTAXIMA: Alteração dos componentes sangüíneos: trombocitopenia, leucopenia,
eosinofilia. Tal qual outros antibióticos betalactâmicos, pode aparecer granulocitopenia e mais
raramente agranulocitose, principalmente se administrado por período prolongado. Podem surgir
reações de hipersensibilidade: urticária, febre medicamentosa; alterações da função hepática:
aumento das enzimas hepáticas do soro (TGO/AST, TGP/ALT, fosfatase alcalina); distúrbios
gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarréia, colite.
3. CEFODIZIMA: Foram reportados distúrbios gastrintestinais como diarréia, náuseas e vômitos;
além disso, reações alérgicas, erupções cutâneas, prurido, urticária, febre, aumento da
creatinina e uréia plasmáticas. Reações locais: irritação inflamatória e dor no local da injeção.
4. CEFETAMET: Os efeitos indesejáveis observados foram de severidade média a moderada e de
curta duração. No trato gastrintestinal, foram reportadas diarréias, náuseas ou vômitos. Como
com outros antibióticos da mesma classe, o tratamento pode induzir a um maior crescimento de
Clostridium difficile. Observaram-se os seguintes efeitos colaterais com uma incidência menor
que 1%. Reações hepáticas: aumento da bilirrubina, aumento transitório de transaminases.
Reações cutâneas: prurido, urticária, edema localizado, exantema, púrpura. Reações do sistema
nervoso central: debilidade, fadiga, cefaléia, tonturas. Reações hemáticas: leucopenia ou
eosinofilia transitória, aumento transitório de plaquetas.Outras reações observadas em menos de
1 caso em 1.000: gengivite, proctite, vaginite, conjuntivite, tendinose, febre.
5. CEFIXIMA: Em geral, são leves e transitórias. Em adultos (por ordem de freqüência): diarréias,
distúrbios de evacuação, cefaléia, náuseas, dor abdominal, dispepsia, flatulência, vômitos,
erupção cutânea. Em crianças (por ordem de freqüência): diarréias, distúrbios de evacuação,
erupção cutânea, vômitos, dor abdominal.
6. CEFPODOXIMA: Ocasionalmente e, foram observados distúrbios diversos, como diarréia,
náuseas, vômitos, epigastralgia. Além disso, em alguns casos, cefaléia, erupção cutânea, prurido
e aumento transitório das enzimas hepáticas (TGO, TGP) e fosfatase alcalina.
7. CEFOPERAZONA: Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia. Reações
dermatológicas por hipersensibilidade. Infecções oportunistas por microrganismos não
suscetíveis (candida, pseudomonas). A exemplo de outros betalactâmicos, com o uso prolongado
pode aparecer neutropenia reversível.
8. CEFTAZIDIMA: Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia. Reações
dermatológicas por hipersensibilidade. Tal como outros betalactâmicos, com o uso prolongado
podem surgir neutropenia reversível. Sintomas derivados do SNC: cefaléias, vertigem e
parestesias.
BETA-LACTÂMICOS:
CEFALOSPORINAS DE 4ª GERAÇÃO
NOME FARMACOLÓGICO, VIAS DE ADMINISTRAÇÃO e NOMES COMERCIAIS
MECANISMO DE AÇÃO
O mecanismo de ação é similar ao das outras cefalosporinas, ou seja, inibe a síntese da parede
celular bacteriana celular à qual se liga pela sua grande afinidade com as PBP3 (proteínas ligadoras de
penicilina). Não obstante, uma diferença com outras cefalosporinas é sua maior afinidade pelos PBP2
da parede dos Gram-negativos; além disso, sua atividade antibacteriana pode ser maior porque o sítio de
ligação pode ser saturado com menos moléculas.
R.A.M:
CEFEPIMA: A tolerância clínica é boa, embora foram informados alguns casos (1% a 3%) de diarréia,
cefaléia, erupção cutânea, náuseas, vômitos e urticária. A nível humoral observam-se anormalidades
transitórias e ocasionais, como aumento da uréia ou da creatinina, da fosfatase alcalina, da bilirrubina
total e eosinofilia.
CEFPIROMA: A cefpiroma é bem tolerada clinicamente. Em certas ocasiões, podem aparecer náuseas,
vômitos, diarréia, exantema cutâneo, eosinofilia, dor e inflamação no local onde foi feita a aplicação.
Prova de Coombs e glicosúria com resultados falso-positivos.
INIBIDORES P/ASSOCIAÇÃO
BETA-LACTÂMICOS:
CARBAPENENS
NOME FARMACOLÓGICO, VIAS DE ADMINISTRAÇÃO e NOMES COMERCIAIS.
1. IMIPENEM: EV - Imipenem
2. MEROPENEM: EV – Meropenem
MECANISMO DE AÇÃO
Os carbapenêmicos (subclasse dos betalactâmicos); tem ação bactericida por sua união às proteínas
que ligam penicilina (PBP) 1A, 1B, 2, 4, 5 inclusive na Pseudomonas aeruginosa, o que origina a
inibição da síntese da parede da célula bacteriana. Como todo betalactâmico, requer que os
microrganismos se encontrem na etapa de crescimento e multiplicação para poder agir.
1. IMIPENEM: infecções do trato respiratório inferior, infecções do trato urinário, infecções intra-
abdominais, infecções ginecológicas, infecções da pele e órgãos anexos. Meningite. Septicemia.
Infecções ósseas provocadas por Staphylococcos aureus, estreptococos do grupo D e
Pseudomonas aeruginosa. Endocardite bacteriana por Staphylococcus aureus. Infecções do trato
geniturinário por S. aureus, Escherichia coli, Klebsiellas, Proteus, Haemophilus vaginalis.
Infecções intra-abdominais provocadas por S. aureus, Escherichia coli, Klebsiellas,
Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter, Streptococcus pneumoniae. Infecções cutâneas e de
tecidos moles provocadas por S. aureus, E. coli, Klebsiellas, espécies de Enterobacter.
2. MEROPENEM: O espectro de ação é similar ao do imipenem, com as seguintes particularidades:
1) é mais ativo sobre as enterobactérias (2 a 32 vezes), sobre o Haemophilus influenzae (4 a 8
vezes), sobre Pseudomonas aeruginosa e sobre outras Pseudomonas (2 a 4 vezes) ; 2) é menos
ativo sobre os estafilococos e sobre os enterococos (2 a 4 vezes); 3) a atividade sobre os
anaeróbios é similar em ambos os fármacos. Os estafilococos meticilino-resistentes não são
afetados pelo meropenem
RAM
1. IMIPENEM: São de incidência mais freqüente: erupção cutânea, urticária, prurido, sibilâncias
(sopro pulmonar agudo), confusão. Raramente apresentam-se: tonturas, náuseas, vômitos,
cãibras, diarréias e cansaço ou debilidade não habituais.
2. MEROPENEM: Diarréia, erupção cutânea, náuseas, vômitos, flebite, prurido, reações no local
de aplicação da injeção, parestesia e cefaléia. Em raras ocasiões trombocitopenia, eosinofilia,
alterações das enzimas hepáticas. A administração de meropenem pode favorecer a candidíase
oral e vaginal.
BETA-LACTÂMICOS:
MONOBACTANS
NOME FARMACOLÓGICO, VIAS DE ADMINISTRAÇÃO e NOMES COMERCIAIS.
MECANISMO DE AÇÃO
R.A.M.
CARBACEFENS
NOME FARMACOLÓGICO, VIAS DE ADMINISTRAÇÃO e NOMES COMERCIAIS.
- LORACARBEF: VO - Loracarbef
MECANISMO DE AÇÃO
Nova classe de antibióticos sintéticos tem sua origem na alteração da forma estrutural do
cefaclor, conferindo-lhe maior estabilidade antibiótica.
R.A.M
Pode causar efeitos colaterais leves e deve ser evitado em paciente com história de fenômenos
alérgicos a outros beta-lactâmicos.
BETA-LACTÂMICOS
Associados com
INIBIDORES DE BETA-LACTAMASES
MECANISMO DE AÇÃO
Enrofloxacina e Norfloxacina
Infecções do trato urinário baixo, Prostatite bacteriana, Nas infecções do trato gastrintestinal
tanto por Gram + quanto por Gram -
Infecções urinárias altas, Pneumonias por Gram-negativos e Gram positivas; Nas infecções do
trato gastrintestinal; Infecções de pele, tecidos moles e osteomielites.
RAM
1. Sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarréia e anorexia)
MECANISMO DE AÇÃO
Inibem a sintese de proteínas nas bactérias, ao ligarem-se à subunidade 30S do ribossoma bacteriano,
impedindo a leitura correcta do RNA mensageiro e sintese da proteína correspondente.
A resistência de algumas estirpes é devida à existência de enzimas que inativam o antibiótico. Existem
mais de nove tipos não relacionados, que acetilam, fosforilam ou adelinam os aminoglicosidos. Os genes
que codificam essas enzimas são espalhados de bactérias resistentes para bactérias ainda susceptiveis
através da recombinação sexual bacteriana, com troca de plasmídeos ou transposões de DNA
1. Nefrotoxicidade
2. Ototoxicidade auditiva e vestibular
3. Paralisia muscular
SULFONAMIDAS
NOME FARMACOLÓGICO, VIAS DE ADMINISTRAÇÃO e NOMES COMERCIAIS.
MECANISMO DE AÇÃO
O mecanismo de ação das sulfonamidas se faz pelo antagonismo competitivo do ácido para-
amonibenzóico (PABA), que é um componente essencial da síntese do ácido fólico. A molécula da sulfa
é estruturalmente semelhante ao PABA. Devido a essa semelhança, a síntese do ácido fólico fica
prejudicada na presença da sulfa, ficando também comprometido o crescimento da cultura bacteriana.
Os microrganismos sensíveis são aqueles que precisam sintetizar seu próprio ácido fólico. O efeito
bacteriostático induzido pelas sulfonamidas é anulado competitivamente pelo PABA. Já as células de
mamíferos não são afetadas, uma vez que necessitam de ácido fólico pré-formado por serem incapazes
de sintetizá-lo.
Sulfassalazina: Pertence à classe farmacológica das sulfonamidas, pórem não tem uso como
antibiótico. É usada na terapia da retocolite ulcerativa, na artrite reumatóide e espondilite
anquilosante.
o Insuficiência renal
CLORANFENICOL
MECANISMO DE AÇÃO
PRECAUÇÕES.
INTERAÇÕES.
O uso conjunto com anticonvulsivos do grupo das hidantoínas pode aumentar os efeitos tóxicos destes
por inibição da atividade enzimática microssômica. Não se recomenda a associação com eritromicina ou
lincomicina, porque o cloranfenicol pode deslocar ou evitar sua união às subunidades 50S dos
ribossomos bacterianos e antagonizar deste modo os efeitos destes antibióticos.
TETRACICLINAS
Tetraciclina - Tetraciclina; Tetrex
PROPRIEDADES
As tetraciclinas são bacteriostáticos de amplo espectro que atuam por inibição da síntese de
proteínas, bloqueando a união de tRNA (RNA de transferência) ao complexo ribossômico de mRNA
(RNA mensageiro). A união reversível se produz na subunidade ribossômica 30S dos microrganismos
sensíveis. Absorvem-se por via oral entre 75% e 77% da dose. Distribuem-se com facilidade pela
maioria dos líquidos do organismo, inclusive bile e líquidos sinovial, ascítico e pleural. Tendem a
localizar-se nos ossos, fígado, baço, tumores e dentes. Também atravessam a placenta. Eliminam-se de
forma inalterada por via renal, fecal e também se excretam no leite materno. Sua união às proteínas é
baixa e moderada.
INDICAÇÕES
REAÇÕES ADVERSAS
PRECAUÇÕES
CONTRA-INDICAÇÕES
INDICAÇÕES
Doxiciclina: Vibramicina
PROPRIEDADES
Usada como cloridrato, a doxiciclina é uma tetraciclina bacteriostática de amplo espectro, que
atua por inibição da síntese de proteínas e bloqueia a união do RNA de transferência ao complexo
ribossômico do RNA mensageiro. A união reversível é produzida na subunidade ribossômica 30 S dos
organismos sensíveis. É absorvida por via oral, de 90% a 100%. É parcialmente inativada pelo
metabolismo hepático. Sua meia-vida normal é de 12 a 22 horas e é eliminada por via renal por filtração
glomerular e por via fecal; também se excreta no leite materno.
INDICAÇÕES
Infecções causadas por Chlamydia sp, por Erlichia sp.; otite média e faringite bacteriana
produzida por Staphylococcus aureus.
Usada como cloridrato, a minociclina é uma tetraciclina semi-sintética, com uma estrutura
química de quatro anéis e um grupo dietilamino. Possui um amplo aspectro antibacteriano que inclui a
maioria dos germes Gram-positivos e Gram-negativos, micoplasma, clamídias, rickettsias e
protozoários. Seu mecanismo de ação bacteriostática tem como alvo os ribossomos bacterianos
(subunidade 30S), com inibição da síntese protéica no processo de translocação. A minociclina atravessa
a membrana celular bacteriana, que é justamente a estrutura que, ao diminuir sua permeabilidade, gera a
resistência às tetraciclinas. Devido a sua lipossolubilidade, após sua administração oral a minociclina
absorve-se de forma quase completa (de 80% a 90%), ao contrário das tetraciclinas antigas
(clortetraciclina, oxitetraciclina, desmetilclortetraciclina), que têm uma biodisponibilidade limitada. É
por isso que a dose de minociclina 100-200mg , que é muito menor que a dos derivados clássicos,
origina rápidos e elevados níveis séricos, que são mantidos por um tempo prolongado devido a sua
eliminação renal lenta. A minociclina, no plasma, une-se de forma significativa às albuminas (80%) e
distribui-se por todos os órgãos fígado, rim, músculo, pulmão e líquidos corporais (urina).
Atravessa a barreira placentária e alcança a circulação fetal. Possui uma longa meia-vida (16 horas) e é
eliminada de forma lenta na urina, por filtração glomerular, e por via fecal.
INDICAÇÕES
Obs. As doses desta, são substancialmente menores, gerando conseqüentemente, menores chances de
RAM.
GLICOPEPTÍDEOS
Vancomicina:
PROPRIEDADES
INDICAÇÕES
Ineficaz contra Streptococcus. É eficaz contra bactérias Gram-positivas. Usada como último recurso em
casos de multi-resistência.
• Infecção por Staphylococcus resistentes a outros agentes, ou quando estes não podem ser usados
devido a alergias.
• Colite pseudomembranosa, uma doença causada por Clostridium difficile (administração oral).
Até recentemente, a vancomicina era dos poucos antibióticos sem casos descritos de resistência.
No entanto, em 2002 uma mulher foi internada em Detroit com infecção por Staphylococcus resistente à
vancomicina.
REAÇÕES ADVERSAS
PRECAUÇÕES
INTERAÇÕES
CONTRA-INDICAÇÕES
INDICAÇÕES
As mesmas da Vancomicina
LINCOSAMIDAS
Lincomicina
PROPRIEDADES
INDICAÇÕES
REAÇÕES ADVERSAS
CONTRA-INDICAÇÕES.
INDICAÇÕES
REAÇÕES ADVERSAS
PRECAUÇÕES
Deve ser administrada com cuidado em pacientes com doença gastrintestinal, especialmente
colite ulcerosa, enterite regional ou colite associada com antibióticos e na presença de disfunção
hepática e disfunção renal grave. Deve ser utilizada com cautela em lactentes menores de um mês e em
pacientes atópicos com asma e alergia. Pode exister sensibilidade associada com outras lincomicinas.
INTERAÇÕES
CONTRA-INDICAÇÕES
Hipersensibilidade às lincosaminas.
MACROLÍDEOS E NOVOS MACROLÍDEOS:
1. Macrolídeos:
MECANISMO DE AÇÃO
EFEITOS COLATERAIS
É um dos antibióticos mais isentos de efeitos colaterais. Cerca de 93% dos indivíduos que
apresentaram colestase como manifestação tóxica da eritromicina haviam tomado a forma de estolato,
devendo ser portanto evitada.
Novos Macrolídeos
1. Roxitromicina: VO - Rulid
2. Miocamicina: VO - Midecamin
3. Azitromicina: VO - Zitromax
4. Claritromicina: VO - Klaricid
MECANISMO DE AÇÃO
EFEITOS COLATERAIS
1. Metronidazol: VO, EV
2. Tinidazol: VO, EV
3. Ornidazol: VO, EV
MECANISMO DE AÇÃO
Drogas de baixo peso molecular com distribuição em quase todos os tecidos e fluidos do
organismo, tendo poder bactericida.
EFEITOS COLATERAIS
1. Micoses epiteliais:
a. Dermatofitoses - infecções por Microsporum e Trichophyton, (principalmente) de pele e
anexos (pelos; unhas) –
b. Monilíases - Infecções causadas por leveduras (pp. Candida, Malassezia) em superfícies
úmidas: mucosas ou feridas úmidas.
2. Micoses sistêmicas:
a. Aspergiloses, histomonoses, Zigomicoses. Etc.
1. Tópicos;
2. Sistêmicos.
2. As drogas antifúngicas de ação sistêmica são geralmente administradas por via oral e serão
absorvidas e incorporadas pelas células epiteliais, a partir da camada basal, ou seja, independem
da penetração na camada queratinizada, atacando o fungo de dentro para fora.
Drogas Anti-Fúngicas:
1. Ácidos orgânicos (uso exclusivamente tópico):
São fungistáticos de ação moderada, sendo em geral, utilizados mais como adjuvantes
ceratolíticos do que como agente farmacêutico principal.
Os principais são: Ácido Benzóico e Ácido salicílico.
Alguns ácidos graxos orgânicos são também empregados para este mesmo fim. Dentre estes,
destaca-se o ácido propiônico, incorporado às rações animais para controlar o crescimento de
fungos.
2. Nistatina:
É um antibiótico de ação antifúngica (inativa contra bactérias) extraída do Streptomyces nouresi.
Embora possa ser utilizada por via oral, é uma droga de uso tópico, uma vez que a absorção oral
é insignificante. É muito tóxica para ser utilizada por via sistêmica. É considerada muito
eficiente contra candidíases gastroentéricas.
3. Anfotericina B:
Também é um antibiótico de ação antifúngica extraído do Streptomyces nodosus. É um poderoso
antifúngico, bactericida (menor ação) e anti-protozoários.
Tem precária absorção oral, mas pode ser utilizada sistêmicamente (IV), embora possa ser
agressiva aos rins e fígado. Possui I.T. relativamente baixo.
Em geral, atua como fungistático; embora, em concentrações próximas aos limites superiores de
tolerância possa ser fungicida (mata o fungo). É usado para tratar as micoses desde a década de
50.
Têm sido a primeira escolha contra doenças sistémicas causadas por fungos como a Aspergilose,
blastomicose, candidíase disseminada, coccidioidomicose, criptococose, histoplasmose,
mucormicose(zigomicose), esporotricose disseminada, e ainda mais raramente na doença
causada pelo parasita unicelular Leishmania, a leishmaniose.
Distribui-se em pulmões, fígado, baço, rins, glândula supra-renal, músculos e outros tecidos; sua
união às proteínas é muito alta.
4. Griseofulvina:
É um antibiótico de ação fungistática (inativa contra bactérias) extraído do Penicillium
griseofulvin. É bem absorvido no TGI e apresenta toxidez muito baixa, podendo ser usada para
tratamento sistêmico com facilidade. Por se fungistático, é importante um tratamento de longo
prazo para garantir a completa renovação da camada epitelial afetada. É eficaz contra
dermatófitos, mas ineficaz contra leveduras e bactérias.
Deposita-se em graus variáveis nas células precursoras de queratina da pele, cabelo e unhas em
graus variáveis, o que aumenta a resistência da queratina ante a invasão fúngica.
A forma micronizada tem uma absorção oral que varia de 25 a 70%, e a forma ultramicronizada
é absorvida quase por completo. A absorção é potencializada significativamente durante a
ingestão de alimentação gordurosa ou após esta.
Pode ser detectada no estrato córneo da pele após poucas horas da administração e somente uma
pequena fração de uma dose oral distribui-se nos líquidos e tecidos corporais; é metabolizada no
fígado; tem uma meia-vida de aproximadamente 24 horas. É eliminada por via renal e menos de
1% de uma dose é excretada como fármaco inalterado, igual a fração não absorvida.
São antifúngicos de amplo espectro e também podem ter ação antibacteriana e anti protozoários.
O principal efeito dos antifúngicos triazólicos sobre os fungos consiste na inibição da esterol 14-
a-desmetilase, um sistema de enzimas semelhantes às microssômicas do citocromo P450, mas
que no animais, produz o Colesterol.
Pode também alterar a atividades enzimáticas oxidativas. Esses metilesteróis acumulados podem
desagregar o arranjo compacto das cadeias acíclicas dos fosfolipídios, comprometendo as
funções de determinados sistemas enzimáticos ligados á membrana, como a ATPase e as
enzimas do sistema de transporte de elétrons.
Disto resulta uma ação fungistática, que pode ser fungicida conforme sua concentração.
Compete com o mesmo receptor da Anfotericina B, não devendo ser usados em associação.
É bem absorvido por via oral e é amplamente tolerado. Absorve-se com facilidade por via
oral, une-se principalmente à fração albumínica. Metaboliza-se no fígado e sua concentração
máxima é de 1 a 4 horas após sua administração. Elimina-se principalmente por via biliar e
por via renal 13%; também é excretado no leite materno.
A. O ciclo de vida dos vírus pode der dividido sucintamente da seguinte forma:
a. Ligação – Vírus se liga à membrana celular
b. Viropexia – penetração da membrana
c. Desencapamento;
d. Translação;
e. Transcrição/replicação;
f. Montagem;
g. Evasão.
A ação das drogas antivirais que hoje existem ou ainda estão sendo pesquisadas, pretendem
interferir em uma destas etapas, impedindo a continuidade do processo.
Novas linhas de pesquisa desenvolvidas sobre as pesquisas com o HIV (VIH)
Para cada uma das doenças para as quais o interferon alfa-2a é indicado, existe uma dose, um
tempo de tratamento e uma freqüência de uso. Somente o médico poderá definir o tempo de tratamento
que o paciente necessita.
Depois de injetado na camada logo abaixo da pele (injeção subcutânea) ou no músculo do braço ou das
nádegas (injeção intramuscular), o interferon alfa-2a é absorvido pelo sangue.
A aplicação do interferon alfa (IFN) constitui a única opção terapêutica no tratamento das
hepatites crônicas virais, já que as outras drogas anti-virais, como a ribavirina, não apresentaram
resultados satisfatórios.
A reação adversa mais freqüente, presente em mais de 60% dos casos tratados, é a síndrome tipo
gripal, caracterizada por febre, cefaléia, calafrios, mialgias, artralgias e mal-estar geral. Estes sintomas
podem ser intensos em alguns pacientes, o que pode implicar em descontinuação do tratamento, porém o
mais freqüente é que ocorra somente no início da terapêutica e posteriormente diminua de intensidade,
chegando a desaparecer. Caso necessário, a síndrome gripal pode ser aliviada com paracetamol.
Algumas drogas podem exercer modulação no sistema imune, auxiliando a ação antiviral do
organismo.
o Ácido Poli I (Polirriboinosínico) e Poli C ((Polirribocitidílico): São indutores do
interferon.
o Levamisol – (um antiparasitário Clássico) em pequenas doses é um conhecido
imunoestimulante
Mecanismos de Ação:
o Estimulação
Paresias, tetanias, mioclonias;
e.g. – inibição da acetil-colinesterase – superecitação – morte.
o Exemplo: Organofosforados; Ivermectina (indireto - Bloqueia o GABA – ácido
gama-amino-butírico ou g-aminobutirato, também chamado de 4-aminobutirato
– é exitatório em artropodes); Levamisol e Imidazóis, Pirimidimas, (todos
colinomiméticos)
Obs. O GABA produz as ações aumentando a permeabilidade da membrana celular à íons cloreto, o que
eleva o potencial transmembrana por hiperpolarização e com conseqüência, diminui a probabilidade de
desencadeamento de novo potencial de ação.
2. Alterações nos processos metabólicos energéticos:
o Inibição da Fumarato-redutase – inibe as reações mitocondriais – inibe produção
energética – deprime metabolismo – morte.
o Exemplo: Benzimidazóis (exceto mebendazol).
o Interferência na fosfatase-fosforilase – interrompe a síntese de glicogênio – morte por
falta de energia.
o Nitrofuranos (droga anti-esquissostoma)
o Interferência na fosforilação oxidativa – interrompe o metabolismo do ATP – morte por
falta de energia.
o Anti-Helmínticos fenólicos e salicilanilídas
· Oral: Indicada para eqüinos, animais de companhia e no tratamento em massa de aves, coelhos e suínos. Pode
ser utilizada para bovinos, mas a dificuldade de aplicação, sobretudo quando muitos animais devem ser tratados,
limita o seu emprego.
· Transcutânea ou percutânea: Utiliza formulações do tipo spot-on ou pour-on. Estas preparações contêm um
veículo especial que permite a absorção da droga pela pele. Apesar de mais caras, facilitam bastante a
vermifugação de grandes rebanhos.
· Bolus: Forma farmacêutica pouco utilizada no Brasil, consiste num comprimido protegido por uma série de
camadas que, sob ação dos microorganismos rumenais, vai liberando lentamente a droga. Possuem a grande
vantagem de proporcionar uma medicação eficaz e prolongada garantindo níveis terapêuticos mais estáveis e não
oscilantes.
o HOSPEDEIRO:
Espécie e raça: Algumas espécies ou raças não podem receber determinadas drogas, como é o caso dos cães da
raça Collie em relação à ivermectina. Também deve-se ter especial cuidado ao adaptar a dose terapêutica de uma
espécie para outra, por exemplo, em geral os caprinos necessitam de uma dose maior do que a dos ovinos.
Carga parasitária: Animais altamente infectados merecem especial atenção, pois além de se apresentarem
debilitados, a morte de grande quantidade de endoparasitas simultaneamente pode trazer sérias conseqüências ao
animal, seja obstruindo a luz intestinal nas helmintoses graves ou obstruindo vasos sangüíneos pela morte de
filárias na dirofilariose.
Peso: O peso determinará a dose do medicamento e deve ser respeitada, evitando-se assim o desenvolvimento de
resistência à droga pelo parasita.
Estado fisiopatológico do animal: Fêmeas gestantes não devem ser medicadas com drogas que potencialmente
possam interferir com o perfeito desenvolvimento dos filhotes (drogas teratogênicas). O próprio manuseio
causando estresse ao animal pode induzir aborto. Do mesmo modo, drogas que sejam tóxicas devem ser evitadas
ou usadas com cuidado em hepatopatas, nefropatas, animais desidratados, ou seja, animais que de certa forma
estejam debilitados.
o PARASITA:
BENZIMIDAZÓIS:
Os pró– benzimidazóis são compostos inativos que atuam através da conversão enzimática em
metilcarbamatos ativos. O febantel e o netobimin são derivados guanidínicos que se convertem em
fembendazol e albendazol, respectivemente. O tiofanato é ativado ao ser metabolizado no animal em um
derivado etil conhecido como lobendazol. Estas drogas possuem uma solubilidade maior, o que permite
uma maior flexibilidade de formulação e administração, resultando em vantagens práticas importantes
em relação aos benzimidazóis que são insolúveis em água.
Como um grupo, os benzimidazóis interferem na produção de energia com conseqüente paralisia
muscular e morte do parasita, a maioria inibindo a enzima fumarato-redutase. Mebendazol e
Flubendazol atuam inibindo a tubulina, prejudicando a função microtubular na célula (que, entre outros
efeitos, inibe o transporte de glicose). Provavelmente, o fembendazol e cambendazol possuem ambos os
mecanismos. De maneira geral, a atuação destas drogas é exclusiva contra nematódeos, embora algumas
delas, como o mebendazol, possam ser utilizadas em certos tipos de tênias. Já o albendazol em doses
maiores tem alguma ação contra trematódeos como a Fasciola sp. e cestódeos.
Compostos como o tiabendazol e o cambendazol são mais solúveis, sendo portanto mais
facilmente dissolvidos nos fluidos gastrintestinais e atingindo concentrações plasmáticas máximas mais
rapidamente. Já os outros compostos benzimidazóis são menos solúveis, e podem permanecer mais
tempo no trato gastintestinal mantendo concentrações plasmáticas mais prolongadas.
A molécula absorvida e que chega ao tubo digestivo por meio do plasma é mais importante que a
droga passada ao lúmem sem absorção, pois atua melhor contra os vermes hematófagos e atinge os
parasitos localizados na mucosa do trato gastrintestinal e outras localidades do organismo. Esta
eficiência do grupo como um todo está relacionada ao tempo de contato da droga com o parasita. Isto
ocorre em função do mecanismo de ação, onde torna-se importante que a droga mantenha-se em contato
com o parasito em concentrações suficientes e por um período de tempo mais prolongado. Assim sendo,
o tratamento de poligástricos é feito, na maioria dos casos, em dose única, devido às suas características
digestivas, que permitem uma permanência maior da droga no trato gastrointestinal (mais
especificamente no rúmem). Desse modo, pode-se compreender com base nas características
farmacocinéticas, que os benzimidazóis não atuam bem em formas tissulares de alguns gêneros devido
às concentrações ineficientes da droga ativa no tecido.
Causam paresias neuromusculares por serem colinomiméticos, mas também agem por bloqueio
da fumarato-redutase. Atuam muito bem contra nematódeos gastrintestinais e pulmonares, sendo a droga
de escolha para estes últimos. O levamisol apresenta ainda uma ação imunoestimulante, por restaurar o
número de linfócitos T em animais imunodeprimidos, mas este efeito demonstrou ser dependente da
dose (só estimula em doses baixas) e do tempo, já que foi observado que doses elevadas e tratamentos
contínuos originam supressões imunológicas.
O tetramisol é uma mistura dos isômeros levógiro e dextrógiro, ao passo que o levamisol é
constituído apenas pelo levógiro. Como o isômero dextrógiro é tóxico e destituído de ação terapêutica, a
escolha tem recaído sempre sobre o levamisol.
Ambas as drogas podem ser administradas pelas vias oral (VO), subcutânea (SC) ou transcutânea
(TC), sendo a absorção equivalente em todas elas. As duas drogas não sofrem qualquer tipo de
metabolismo, sendo eliminadas íntegras pela urina, fezes e leite. O levamisol é um fármaco
relativamente pouco seguro, de margem de segurança pequena devido ao seu baixo índice terapêutico.
Sinais de intoxicação são semelhantes àqueles produzidos por organofosforados, incluindo sialorréia,
hiperestesia, irritabilidade, excitação, convulsões clônicas, depressão do sistema nervoso central (SNC),
dispnéia, defecação e micção involuntárias. Mesmo em doses terapêuticas, os animais apresentam
excessiva excitação e sialorréia, pelo que se recomenda mantê-los presos por 1-2 horas após a aplicação.
Eqüinos e carnívoros são mais susceptíveis a intoxicações, principalmente os primeiros, onde a DL50 é
apenas o dobro da dose terapêutica e as drogas são expressamente contra-indicadas. Aves são mais
resistentes, pois têm metabolismo muito acelerado.
Uso em animais de produção: O período de carência é de dois dias para consumo de leite e sete
dias para a carne.
TETRAIDRO-PIRIMIDINAS:
AVERMECTINAS E MILBEMICINAS:
São duas drogas de uso praticamente exclusivo para o combate da dirofilariose canina.
A arsenamida sódica é bastante hepato e nefrotóxica (arsênico), principalmente quando o animal
já tem outras alterações nestes órgãos. O tratamento deve ser interrompido se surgirem vômito, urina
escura e icterícia. Outro problema sério é seu grande efeito sobre as filárias, fazendo com que a morte de
muitas delas simultaneamente possa levar o animal a desenvolver um quadro de embolia e morrer. O
diidrocloridrato de melarsomina é mais eficaz do que a arsenamida sódica e chega a ser até três vezes
mais seguro, sendo atualmente a droga mais utilizada neste caso.
PIPERAZINA:
PRAZIQUANTEL:
NICLOSAMIDA:
É um tenicida que inibe a captação de glicose e bloqueia o ciclo de Krebs do parasita. Atua bem
contra todas as tênias, menos Dipillydium e Echinococcus, sendo que neste, menos de 50% dos vermes é
eliminado. A niclosamida praticamente não é absorvida, e como exige contato com o parasita, tem que
ser administrada com o animal em jejum. Praticamente não ocorrem efeitos tóxicos. Hoje, devido ao seu
espectro mais reduzido, está praticamente fora de uso.
NITROSCANATO:
O mecanismo de ação é desconhecido. Atua bem contra tênias e nematódeos. É bem absorvido
após administração oral; tem metabolismo hepático e excreção renal. Algumas enzimas hepáticas têm
seu nível aumentado após o uso desta droga, o que provavelmente possa acelerar o metabolismo de
outras drogas como por exemplo digitálicos e anticonvulsivantes.
NITROXINIL:
ORGANOFOSFORADOS e ORGANOCLORADOS:
IMIDINAS (AMITRAZ):
CARBAMATOS:
São inibidores reversíveis das colinesterases, portanto, menos tóxicos que os organofosforados.
Apresentando a mesma sintomatologia de intoxicação produzida por pelos organofosforados.
PIRETRÓIDES:
Agem inibindo o transporte de sódio e potássio no sistema nervoso do parasito. Pouco tóxicos em
relação aos demais.
Ocorrem principalmente reações de hipersensibilidade e alterações na musculatura da região
bucal (o animal fica “lambendo” constantemente). Não há antídoto específico, devendo-se fazer um
tratamento sintomático, utilizando-se principalmente anti-histamínicos e corticóides.
São exemplos de piretróides a flumetrina, a permetrina, cipermetrina, a deltametrina, entre
outras.
Pertence à classe dos fenilpirazoles, e atua como antagonista no receptor do GABA, inibindo o
fluxo celular dos íons cloro e, portanto, afetando o principal mecanismo neuromodulador dos artrópodes,
aumentando a atividade elétrica do neurônio e matando o parasito por hiperexcitação.
Possui ação eficaz contra pulgas (adulticida e larvicida), e efeito moderado contra carrapatos.
Encontrado na formulação tópica (spray e top-spot/spot-on). Na formulação spot-on ocorre difusão
passiva do princípio ativo através das secreções sebáceas presentes nos pêlos e na pele. A distribuição
do fipronil pela epiderme e unidades pilossebáceas permite seu armazenamento nas glândulas sebáceas e
gradual liberação via dutos foliculares. Os pêlos dos animais tratados, ao caírem no ambiente, exercem
controle das formas imaturas de pulgas. Apresenta toxicidade muito baixa, podendo inclusive ser
utilizado em filhotes.
LUFENURON (Program ®):
Pertence à classe das benzoilfeniluréias, que são inibidoras da síntese de quitina nas formas
jovens de pulgas e em outros artrópodes como baratas, moscas, cupins e carrapatos. O lufenuron atua
principalmente contra as pulgas.
Administrado por via oral junto à refeição e absorvido no trato gastrintestinal, atingindo a
circulação em poucas horas. É distribuído e armazenado no tecido adiposo, mantendo assim as
concentrações plasmáticas. As pulgas adultas ingerem o princípio ativo por meio do repasto sangüíneo,
sendo excretado junto às fezes que servirão de alimento às larvas do ambiente, atingindo-as. Como inibe
a síntese de quitina, os ovos ficam impedidos de eclodir e as larvas de realizar as mudas. Lufenuron não
é adulticida, portanto o tratamento exclusivo com esta droga não é eficaz nos casos de dermatite alérgica
por picada de pulga. Neste caso estes animais estarão expostos às pulgas do ambiente de infestações pré-
tratamento (o tratamento é a longo prazo). Praticamente não é tóxico para mamíferos, já que estes não
dependem da formação de quitina.
Promove uma rápida e praticamente completa eliminação das pulgas adultas no hospedeiro,
atuando no bloqueio dos seus receptores nicotínicos da acetilcolina, provocando sua paralisia e morte.
Não interfere com a acetilcolinesterase. Estudos demonstram uma taxa de mortalidade das pulgas de até
100%, efeito que já pode ser visualizado 30 a 60 minutos após a administração da droga.
Utilizada por via oral, é rapidamente absorvida obtendo concentrações sanguíneas máximas entre
15 minutos e uma hora após administração. Mais de 90% da droga é eliminada íntegra através da urina,
dentro de 24 horas em cães e 72 horas em gatos.
O nitempyram demonstrou ser uma droga segura e efetiva para cães e gatos acima de quatro
meses de idade, e graças ao seu efeito imediato (apesar de não ser contínuo), tem sido utilizado com
sucesso associado ao lufenuron no controle das pulgas nestes animais.
DROGAS CONTRA PROTOZOÁRIOS:
ACETURATO DE DIAMINAZENO:
Causa interferência na síntese de DNA do parasito. Esterilizantes nas grandes babésias (B.
bigemina, B. caballi, B. canis) e cura clínica nas pequenas (B. bovis). Droga muito tóxica, provocando
alterações no SNC (colimomimética - salivação, tremores musculares, emese, diarréia, degeneração
hepática, renal cardíaca e muscular). Entretanto, é muito eficaz, sendo a droga de escolha na babesiose
canina. Nas intoxicações, usar atropina como antídoto.
IMIDOCARB:
Além de atuar contra babésias, apresenta ainda efeito contra Ehrlichia spp. e Anaplasma sp..
Provoca vacuolização do citoplasma do parasita, redução dos ribossomas e dilatação da cisterna do
núcleo.
Não é recomendado o seu uso em quadros clínicos avançados pelo perigo de intoxicação, que se
caracteriza por descarga nasal serosa, salivação excessiva, diarréia e dispnéia (efeitos colinérgicos).
Por não ser totalmente metabolizado, possui eliminação lenta e níveis sanguíneos prolongados,
sendo de grande utilidade na profilaxia da babesiose e anaplasmose quando se torna necessária a
introdução de animais susceptíveis em área de risco (zonas infestadas por
carrapatos, exposições, feiras, etc.), graças ao seu longo período de ação. Na profilaxia usar metade da
dose terapêutica.
PRIMAQUINA:
Provoca uma interrupção na síntese de DNA nos parasitas. Atua principalmente contra
Trichomonas sp., Giardia sp., Histomonas meleagrides (“Doença da cabeça negra dos perus”) tem
atividade contra bactérias anaeróbicas.
Droga bem absorvida por via oral e de ampla distribuição pelo organismo, eliminada na urina.
Não é muito tóxico para cães, mas pode provocar distúrbios neurológicos (tremor, fraqueza, ataxia). Não
recomendado durante prenhez ou lactação.
ANTICOCCIDIANOS:
Visam principalmente o combate aos protozoários do gênero Eimeria spp., Isospora spp. e
Cryptosporidium spp., responsáveis por significativas perdas econômicas na avicultura, suinocultura, e
na cunicultura. Usados tanto de forma preventiva, como curativa,
associadas à ração ou à água, paralelamente a um adequado manejo (boa higiene do ambiente, menor
densidade animal). Atualmente os tipos de programas de controle usados em frangos de corte são os de
droga única por toda a vida da ave (“full time”) ou então um programa alternado combinando ionóforos
e anticoccidianos químicos:
· Só um ionóforo;
· Só um químico;
· Ionóforo – químico;
· Químico – ionóforo;
· Ionóforo – outro ionóforo;
· Químico – outro químico;
Os ionóforos são drogas que causam desequilíbrio iônico alterando a permeabilidade da
membrana do coccídio, permitindo a entrada de água na célula até sua ruptura. Estas drogas inibem
bactérias celulolíticas gram-positivas do trato gastrintestinal dos animais e podem alterar um pouco a
digestibilidade da fibra ingerida no alimento. As mais utilizados são a monenzima, a lasalocida,
maduramicina, salinomicina, senduramicina, narasina. Acredita-se que os ionóforos apresentem leves
diferenças em sua atividade contra espécies distintas. Por exemplo, a senduramicina é mais eficiente do
que a maduramicina contra Eimeria acervulina e E.maxima, mas menos eficaz contra a E. tenella.
Dentre os químicos, têm-se a sulfonamida (grupo das sulfas – competem com o ácido p-
aminobenzólico por um local enzimático crítico), o amprólio (antagonista competitivo da tiamina ou
vitamina B1, que é de elevada necessidade nos coccídios na sua etapa e divisão), a nicarbazina, a
robenidina (impede diferenciação de merozoítos para formar um esquizonte maduro, iniciando processo
degenerativo), clopidol (coccidiostático que mantém esporozoíto na célula por até sessenta dias),
halofunginona, o diclazuril e o toltrazuril. Em suínos têm-se utilizado o toltrazuril em dose única, como
medida preventiva em leitões.
Pergunta Chave: Você recomendaria a total desverminação de uma animal? Por quê?
ANTISÉPTICOS/DESINFETANTES
Descontaminar: Ato ou efeito de demover ou destruir uma fonte contaminação.
Principais Anti-Sépticos:
Álcoois:
• Usados desde 1855;
• Mecanismo de Ação: Desnaturação de proteínas. Para tanto necessitam da presença de água (por
isto a concentração deve ser de 60% a 80%)
• Quanto mais cadeias de Carbono (maior peso molecular), mais eficientes porém mais tóxico. Em
medicina, só se empregam álcoois de baixo P.M.
• Formas de Utilização:Podem ser utilizados na forma de solução a 70% em água; com ou sem a
associação com outros produtos como o Iodo ou a Clorhexidina (sinergismo).
• Toxidez e Reações adversas: São líquidos inflamáveis; São bons solventes de gorduras, o que
pode levar à ressecamento da pele em caso de uso constante. Toxidez associada à P.M..
Clorhexidina:
• Mecanismo de Ação: Em baixas concentrações – alteração na permeabilidade osmótica e
inibição enzimática. Em altas concentrações – Precipitam proteínas e ácidos nucléicos.
• Bactérias Gram positivas são mais sensíveis.
• Formas de aplicação: Solução saponificada a 4-5%; Solução aquosa a 5% para aplicação sobre
pele íntegra e 0,1 a 0,5% para mucosas e feridas. Boa ação residual.
• Toxidez e Reações adversas: Amplamente tolerada, pouquíssimo alergênica ou irritativa. É
tóxica para tecidos nervosos. Evitar usar em ouvidos (otites) pela possibilidade de exposição do
nervo Ótico.
Iodo e Derivados:
• Mecanismo de Ação: Agente Oxidante. Desnatura proteínas e ácidos nucléicos. É muito ativo
contra todos os microorganismos. São insolúveis em água.
• Formas de Utilização: Em soluções alcoólicas de 0,2% (álcool Iodado) à 2,0% (tintura de Iodo).
• Toxidez e Reações adversas: São diluídos em líquido inflamável. Em concentrações mais
elevadas, podem oxidar tecidos sadíos.
Aniônicos ou “sabões”:
Mecanismo de Ação: São principalmente fundamentados na ação de sais de sódio e potássio que
produzem ação detergente e emulsificante sobre gorduras. Tem muito pouca ação microbicida agindo
mais por simples arraste dos microorganismos no processo de limpeza.
Catiônicos – Amônia Quaternária:
• Mecanismo de Ação: Inativação de enzimas intracitoplasmáticas (desnaturação de proteínas).
Tem boa ação bacteriana embora atuem melhor sobre BG+. É eficaz contra Fungos e Vírus.
• Formas de utilização: de 10 a 50 PPM em solução aquosa ou alcoólica. Tem sido mais
empregado como anti-séptico associados a sabões de limpeza.
• Toxidez: Podem causar dermatites de contato ou irritação nasal, embora seja pouco comum.
Fenóis:
• São potentes anti-sépticos, muito usados em desodorantes, cremes, sabonetes, etc.
• Mecanismo de Ação: Alteração de permeabilidade na M.C. dos M.O. O Triclosan possui amplo
espectro mas parecem não atuar sobre Pseudomonas. O Hexaclorofeno é essencialmente anti-
bacterias gram+ .
• Formas de Utilização: O mais utilizado – Triclosan: Desodorantes: 0,1 a 0,2%; Deo-colonias: 0,1
a 0,2%; Cremes e loções: 0,2 a 0,3%; Sabonete Anti-séptico: 0,5%; Sabonete uso cirúrgico: 1%;
• Toxidez e Reações adversas: O Triclosan é muito bem tolerado, enquanto que o Hexaclorofeno é
associado a intoxicações no SNC, especialmente quando usados em neonatos.
Sais de Prata:
• Mecanismo de Ação: Interagem com o grupo sulfídrico (SH-) de enzimas e proteínas; Forçam a
saída de íons K; Tem ação principal sobre bactérias.
• Formas de utilização: Em baixas concentrações 0,5% podem ser usados até em leitos de ferida
ou mucosas. Em concentrações elevadas podem até ser empregados para combater verrugas.
Sais Mercuriais:
• Entraram em desuso pela fraca ação germicida e pela possibilidade de acumulação tóxica.
Álcoois:
• O álcool etílico a 70% : Desinfecção baixo nível de artigos e superfícies: com tempo de
imersão de 10 minutos ou 3 aplicações (friccionar álcool a 70%, esperar secar e repetir 3
vezes a aplicação);
Glutaraldeído (Glutaraldehyde):
É indicado na desinfecção de alto nível (ou até esterilização dependendo do tempo de
exposição) de artigos e superfícies. É considerado tóxico (Grau de risco 2 – Exige EPI
específico). É considerado perigoso. Pode deixar índice de resíduo relevante, podendo exigir
enxágüe, dependendo da utilização.
Ácido Paracético:
É indicado na desinfecção de alto nível (ou até esterilização dependendo do tempo de
exposição) de artigos e superfícies. É considerado, atualmente, a forma mais adequada de
desinfecção de alto grau e esterilização a frio. Tem grandes vantagens sobre os demais
desinfetantes:
Tempo de imersão é consideravelmente menor que outras substâncias;
• 10 minutos para desinfecção de alto nível 1 hora para esterilização;
• Não há relatos de resistência microbiana a este princípio ativo.
• Atividade na presença de matéria orgânica. É ativo na presença de soro, sangue, fluidos
corpóreos e gorduras e favorece a retirada dos mesmos sobre a superfície do artigo a ser
processado.
• É considerado ATÓXICO, NÃO ALERGÊNICO e considerado irritante leve.
• Não possui efeito residual, uma vez que se decompõe em água, oxigênio e dióxido de
carbono e substancias biocompatíveis. Não possui aldeídos. Embora não seja tóxico,
recomenda-se seu uso em local ventilado e a colocação de EPI padrão (luvas, óculos de
proteção máscara e avental).
• Desinfetantes de uso doméstico–
São indicados para desinfecção de baixo nível de superfícies como pisos e paredes. São
geralmente menos eficientes que o cloro, porém são também menos tóxicos, podendo ser usados
nas rotinas leves de limpeza diária e também em pulverizadores para se borrifar a solução
desinfetante em locais contaminados ou que possa haver suspensão de poeira, antes do
procedimento de limpeza.