Índice
Introdução ................................................................................................................................... 2
O Sistema Nacional de Educação (SNE) ................................................................................... 3
Subsistemas de Sistema Nacional de Educação (SNE) .............................................................. 3
Objectivos Gerais do Sistema Nacional de Educação ................................................................ 4
Objectivos do Ensino Básico...................................................................................................... 5
Perfil do Graduado do Ensino Básico ........................................................................................ 5
Inovações .................................................................................................................................... 6
Ciclos de aprendizagem ............................................................................................................. 6
Ensino Básico Integrado ............................................................................................................. 7
Currículo local ............................................................................................................................ 8
Progressão por Ciclos de Aprendizagem ................................................................................... 9
Linguas Moçambicanas .............................................................................................................. 9
Comunicação e Ciências Sociais .............................................................................................. 10
Actividades Práticas e Tecnológicas ........................................................................................ 11
Sistema de Avaliação ............................................................................................................... 11
Estratégias de Implementação do Currículo ............................................................................. 13
Criação e expansão das Escolas Primárias Completas ............................................................. 13
Promulgada nova Lei de Revisão do Sistema Nacional de Ensino (3.01.2019) ...................... 14
Conclusão ................................................................................................................................. 15
Bibliografia............................................................................................................................... 16
Introdução
O presente trabalho que tem como tema o Sistema Nacional de Educação (SNE) no mesmo
abordaremos acerca de Subsistemas de Sistema Nacional de Educação (SNE) onde consta O
currículo do Ensino Básico do SNE que destaquei as sete classes organizadas em 2 graus. O 1º
grau (EP1) compreende cinco classes (da 1ª à 5ª classe) e o 2º (EP2) duas classes (6ª e 7ª). A
idade de ingresso para o Ensino Básico é de 6 anos.
E dentro do mesmo encontremos alguns subtemas destacando-o Objectivos Gerais do Sistema
Nacional de Educação; Objectivos do Ensino Básico; Inovações; Ensino Básico Integrado;
Sistema de Avaliação; Formação de Professores; Promulgada nova Lei de Revisão do Sistema
Nacional de Ensino (3.01.2019).
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O Sistema Nacional de Educação (SNE)
Em 1983, Moçambique introduziu o Sistema Nacional de Educação (SNE) através da lei 4/83,
de 23 de Março e revista pela lei 6/92, de 6 de Maio.
A introdução do SNE foi gradual (uma classe por ano), tendo-se iniciado com a 1ª classe em
1983.
Subsistemas de Sistema Nacional de Educação (SNE)
O currículo do Ensino Básico do SNE tem sete classes organizadas em 2 graus. O 1º grau (EP1)
compreende cinco classes (da 1ª à 5ª classe) e o 2º (EP2) duas classes (6ª e 7ª). A idade de
ingresso para o Ensino Básico é de 6 anos.
No EP1, um só professor leciona todas as disciplinas curriculares enquanto que no EP2, cada
disciplina é lecionada por um único professor.
A língua de ensino é o Português em todo o sistema educativo não obstante o facto de a grande
maioria das crianças não o falarem à altura de entrada na escola.
No EP1, para cada disciplina foram elaborados livro do aluno e manual do professor. O manual
do professor apresenta, de uma forma detalhada, as actividades que o professor deve realizar
em cada aula bem como as propostas de avaliação.
Esta organização dos manuais tinha por objectivo facilitar o trabalho do professor, visto que se
tinha a consciência da sua fraca preparação pedagógica e didáctica.
Entretanto, estudos efectuados para avaliar a implementação do SNE têm dado indicações de
que os objectivos não estão sendo, cabalmente, atingidos, apresentando-se como factores:
❖ Os programas de ensino e os livros concebidos para os alunos, bem como os manuais
dos professores tratam das matérias de modo compartimentado, não respeitando o
princípio de interdisciplinaridade;
❖ Ensino Primário não destaca as etapas intermédias fundamentais do processo de ensino-
aprendizagem e, consequentemente, não atende ao princípio pedagógico de
diferenciação que reconhece os diferentes ritmos e interesses de aprendizagem dos
alunos;
❖ A avaliação pedagógica é predominantemente sumativa, desempenhando
exclusivamente a função selectiva: não há, praticamente, harmonização e integração do
carácter formativo e sumativo da avaliação pedagógica, um dos princípios fundamentais
da prática do ensino eficaz e efectivo;
❖ A formação de professores ainda não responde às reais exigências do ensino;
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❖ Nível de preparação dos formadores não é o mais adequado, resultando na fraca
preparação dos formandos;
❖ Currículo do Ensino Primário, em vigor, não abre, de uma forma explícita, a
possibilidade de integração do currículo local, o que faz com que os conteúdos temáticos
sejam abordados de modo uniforme e homogéneo em todo o País;
Objectivos Gerais do Sistema Nacional de Educação
De harmonia com a lei nº 6/92, os objectivos gerais do Sistema Nacional de Educação
traduzem-se em:
Educação para a cidadania
a) Proporcionar o desenvolvimento integral e harmonioso da personalidade;
b) Inculcar na criança, no jovem e no adulto padrões aceitáveis de comportamento:
lealdade, respeito, disciplina e responsabilidade;
c) Desenvolver a sensibilidade estética e a capacidade artística das crianças, jovens e
adultos, educando-os no amor pelas artes e no gosto pelo belo;
d) Educar o cidadão a ter amor à Pátria, orgulho e respeito pela tradição e cultura
moçambicanas;
Educação para o desenvolvimento económico e social
a) Erradicar o analfabetismo, de modo a proporcionar a todo o cidadão o acesso ao
conhecimento científico e o desenvolvimento pleno das suas capacidades;
b) Garantir o ensino básico a todo o cidadão, de acordo com o desenvolvimento do país,
através da introdução progressiva da escolaridade obrigatória;
c) Promover a educação da rapariga;
d) Educar a criança, o jovem e o adulto para o respeito e preservação do ambiente e do
ecossistema;
Educação para as práticas ocupacionais
a) Desenvolver na criança, no jovem e no adulto o interesse pelos exercícios físicos,
desporto e recreação;
b) Desenvolver na criança, no jovem e no adulto o hábito para a manutenção de um corpo
saudável através da higiene, prática de actividade física e desportiva, nutrição e cuidados
sanitários.
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Objectivos do Ensino Básico
À luz dos Objectivos Gerais do SNE, os objectivos do Ensino Básico
traduzem-se em:
a) Proporcionar à criança um desenvolvimento integral e harmonioso;
b) Capacitar a criança, o jovem e o adulto com um conjunto de padrões de conduta, que o
tornarão um membro activo e exemplar na sua comunidade e um cidadão responsável
na sociedade;
c) Capacitar a criança, o jovem e o adulto para desenvolver valores e atitudes positivas
para a sociedade em que vive;
d) Dar à criança, ao jovem e ao adulto a oportunidade de apreciar a sua cultura, incluindo
a língua, tradições e padrões de comportamento;
e) Garantir que a criança, o jovem e o adulto conheçam o meio em que vivem, isto é,
conheçam as leis da natureza, a sua comunidade, o país e o mundo;
f) Ajudar a criança, o jovem e o adulto a desenvolver plenamente as suas potencialidades;
g) Educar a criança, o jovem e o adulto na prevenção e combate contra a droga e as
doenças, particularmente as endémicas e epidémicas, tais como a malária, a cólera, o
SIDA e outras de transmissão sexual.
h) Desenvolver o interesse dos alunos pelos exercícios físicos, desporto e recreação;
Perfil do Graduado do Ensino Básico
Pretende-se que, ao concluir o ensino básico, o graduado tenha adquirido conhecimentos,
habilidades e valores que lhe permitam uma inserção efectiva na sua comunidade e na sociedade
em geral.
Cabe ao Ensino Básico formar um aluno capaz de reflectir, ser criativo, isto é, capaz de se
questionar sobre a realidade, de modo a intervir sobre ela, em benefício próprio e da sua
comunidade.
Assim, o graduado do Ensino Básico deve:
No âmbito do desenvolvimento pessoal
a) Conhecer a sua pessoa como um todo íntegro, valorizando as particularidades dos seus
semelhantes;
b) Ser honesto, digno, justo, democrata, solidário, humano, tolerante, criativo e
cooperativo;
c) Comportar-se de forma responsável, face às questões de sexualidade e saúde
reprodutiva;
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d) Respeitar os mais velhos e pessoas portadoras de deficiências.
No âmbito do Desenvolvimento Socioeconómico
a) Respeitar os bens privados e públicos;
b) Fazer uso das diversas instâncias de serviços;
c) Participar, com eficácia e qualidade, em diferentes processos produtivos;
d) Assumir atitudes de apreço sobre o seu próprio trabalho e dos outros;
No âmbito do Desenvolvimento Técnico-Científico
a) Comunicar oralmente e por escrito, de forma clara, em Língua Portuguesa;
b) Comunicar oralmente e por escrito, de forma clara em Língua Moçambicana5 ;
c) Utilizar diversas linguagens simbólicas de uso quotidiano;
d) Utilizar diversas estratégias de raciocínio e de cálculo para enfrentar situações
problemáticas;
No âmbito do Desenvolvimento Cultural
a) Reconhecer a diversidade cultural do País, manifestando atitudes de tolerância,
aceitação e solidariedade em relação aos membros de grupos distintos do seu;
b) Utilizar eficazmente os recursos e as formas básicas da língua oficial oral e escrita,
assim como os da língua moçambicana;
c) Cuidar dos recursos naturais, actuando em harmonia com o equilíbrio ecológico à sua
volta;
d) Valorizar as diversas linguagens e expressões artísticas na sua vivência familiar, escolar
e comunitária;
Inovações
Constituem inovações propostas para o PCEB, os Ciclos de Aprendizagem; o Ensino
Básico Integrado; o Currículo Local; a Distribuição de Professores; a Progressão por Ciclos de
Aprendizagem e a Introdução de Línguas Moçambicanas, do Inglês, de Ofícios e de Educação
Moral e Cívica.
Ciclos de aprendizagem
O currículo do Ensino Básico tem 7 classes organizadas em 2 graus. O 1º grau, está
dividido em 2 ciclos, sendo o 1º correspondente à 1ª e 2ª classes e o 2º, a 3ª, 4ª e 5ª classes. O
2º grau compreende a 6ª e 7ª classes correspondentes ao 3º ciclo. O ingresso para o Ensino
Básico é feito aos 6 anos de idade, devendo o aluno concluí-lo, em princípio, aos 12 anos.
Os ciclos são unidades de aprendizagem com o objectivo de desenvolver habilidades e
competências específicas. Assim:
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– O 1º ciclo vai desenvolver habilidades e competências de leitura e escrita, contagem de
números e realização das operações básicas: somar, subtrair, multiplicar e dividir; observar e
estimar distâncias, medir comprimentos; noções de higiene pessoal, de relação com as outras
pessoas, consigo próprio e com o meio;
O 2º ciclo aprofunda os conhecimentos e as habilidades desenvolvidas no primeiro ciclo e
introduz novas aprendizagens relativas às Ciências Sociais e Naturais sem, contudo, querer
dizer que estas matérias não sejam abordadas no 1º ciclo. Neste âmbito, visa ainda levar o
educando a calcular superfícies e volumes.
– O 3º ciclo, correspondente ao 2º grau, para além de consolidar e ampliar os conhecimentos,
habilidades adquiridos nos ciclos anteriores, vai preparar o aluno para a continuação dos estudos
e/ou para a vida.
Em resumo, apresenta-se a organização curricular do Ensino Básico de Moçambique.
O objectivo do Ensino Pré-escolar é estimular o desenvolvimento psíquico, físico e intelectual
das crianças, contribuindo, deste modo, para a formação da sua personalidade, integrando-as
num processo harmonioso de socialização favorável ao pleno desabrochar das suas aptidões e
capacidades.
Ao MINED, em coordenação com o MISAU e o MMCAS, compete definir normas
gerais do funcionamento do Ensino Pré-escolar, apoiar e fiscalizar o seu funcionamento.
Ensino Básico Integrado
Entende-se por Ensino Básico Integrado, em Moçambique, o Ensino Primário Completo de sete
classes articulado do ponto de vista de estrutura, objectivos, conteúdos, material didáctico e da
própria prática pedagógica. O Ensino Básico Integrado caracteriza-se por desenvolver, no
aluno, habilidades, conhecimentos e valores de forma articulada e integrada de todas as áreas
de aprendizagem, que compõem o currículo, conjugados com as actividades extra-curriculares
e apoiado por um sistema de avaliação, que integra as componentes sumativa e formativa, sem
perder de vista a influência do currículo oculto.
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A presente proposta de PCEB, de acordo com o conceito de Ensino Básico Integrado ora
definido, proporciona ao educando um desenvolvimento integral e harmonioso através de maior
integração das diferentes matérias.
Os programas de ensino são instrumentos, que facilitam o trabalho do professor, ajudando e
mostrando as possibilidades de abordagem integrada das diferentes unidades temáticas.
Os materiais escolares, sobretudo, o livro e o guia do professor, são outros factores de
potenciação da integração. A abordagem integrada das diferentes matérias, versadas pelos
livros, apoia consideravelmente o processo de ensino-aprendizagem na sala de aulas, isto é, a
prática pedagógica.
Currículo local
Um dos grandes objectivos da presente proposta curricular é formar cidadãos capazes de
contribuir para a melhoria da sua vida, a vida da sua família, da comunidade e do país, partindo
da consideração dos saberes locais das comunidades onde a escola se situa. Para tal, os
programas de ensino devem prever uma margem de tempo, que permite a acomodação do
currículo local. Isto é, a escola tem à sua disposição um tempo para a introdução de conteúdos
locais, que se julgar relevante para uma inserção adequada do educando na respectiva
comunidade.
Os conteúdos locais devem ser estabelecidos em conformidade com as aspirações das
comunidades, o que implica uma negociação permanente entre as instituições educativas e as
respectivas comunidades.
As matérias propostas para o currículo local, devem ser integradas nas diferentes disciplinas
curriculares, o que pressupõe uma planificação adequada das lições. A carga horária do
curríiculo local é de 20% do total do tempo previsto
para a leccionação em cada disciplina.
Distribuição de Professores
As turmas do 1º grau (1º e 2º ciclos) do Ensino Básico serão leccionadas por um professor cada
e as do 2º grau (3º ciclo), por 3/4 professores. Cada professor do 2º grau leccionará três a quatro
disciplinas curriculares, podendo ser ou não da mesma área, conforme a sua especialização ou
inclinação. Aos professores bivalentes, em exercício, ser-lhes-ão ministrados cursos de
capacitação para poderem leccionar mais uma ou duas disciplinas, de acordo com a sua
preferência e em função das necessidades da escola.
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A redução do número de docentes por turma no EP2, de sete7 , para três, tem, como pano de
fundo, a organização do currículo em áreas disciplinares. A presente opção tem em vista uma
rápida expansão da rede do EP2, a nível nacional, visto que o sistema de três professores para
o EP2 se afigura menos dispendioso.
Progressão por Ciclos de Aprendizagem
A principal inovação no sistema de avaliação consistirá na adopção de um sistema de promoção
por ciclo de aprendizagem dos alunos que consiste na transição destes, de um ciclo de
aprendizagem para o outro. Esta pressupõe a criação de condições de aprendizagem por forma
a que todos os alunos atinjam os objectivos mínimos de um determinado ciclo, o que lhes
possibilita a progressão para estágios seguintes. Estas condições assentam, fundamentalmente,
numa avaliação predominantemente formativa, onde o processo de ensino-aprendizagem está
centrado no aluno, e permite, por um lado, que se obtenha uma imagem o mais fiável possível
do desempenho do aluno em termos de competências básicas descritas no currículo e, por outro,
o de servir como mecanismo de retroalimentação do processo de ensino aprendizagem.
Linguas Moçambicanas
O processo educacional, em qualquer sociedade, só terá sucesso se for conduzido através duma
língua que o aprendente melhor conhece, respeitando-se, deste modo, os pressupostos psico-
pedagógicos e cognitivos, a preservação da cultura e identidade do aluno e os seus direitos
humanos.
A nível psico-pedagógico e cognitivo, o ensino inicial na L1 é benéfico, pois facilita a
interacção na sala de aula, visto que o aluno, por conhecer a língua, tem maior facilidade de
comunicação. O professor funciona como mediador cultural, usando a língua para animar e
ajudar os alunos a aprender.
A língua não é somente um instrumento de comunicação, mas também um veículo de
transmissão de aspectos culturais. Entre outros aspectos, o vocabulário, as frases idiomáticas,
as metáforas, são os que melhor expressam essa cultura (Baker, 1993).
Língua Inglesa
O Inglês é uma língua de comunicação internacional, usada em vários domínios tais como do
conhecimento científico, transacções comerciais, entre outras, o que torna imprescindível o seu
domínio.
No contexto moçambicano, a introdução da língua inglesa no Ensino Básico é justificada pelas
seguintes razões:
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❖ Contexto geográfico do país – a maioria dos países da África Austral tem o inglês como
Língua Oficial;
❖ Moçambique é membro da SADC e da Commonwealth onde o Inglês é a principal
língua de trabalho;
❖ Fenómeno mundial da globalização – a maioria das interacções sociais e económicas a
nível mundial desenvolvem-se na língua inglesa.
Assim, propõe-se a introdução da língua inglesa a partir do 3º ciclo, com o objectivo de
proporcionar ao aluno o vocabulário básico para a comunicação.
Educação Moral e Cívica
As investigações efectuadas sobre o sistema educativo moçambicano e sobre a sociedade, em
geral, têm demonstrado, cada vez mais, a necessidade de se introduzir uma componente de
Educação Moral e Cívica na formação do cidadão.
No 1º e 2º ciclos do Ensino Básico, esta disciplina não tem uma carga horária. No 2º ciclo está
integrada nas ciências sociais. Entretanto, em ambos os ciclos é tratada de uma forma
transversal, em todas as outras disciplinas curriculares e em todos os momentos do contacto
professor/ aluno, pais e encarregados de educação/aluno.
No 3º ciclo do Ensino Básico, embora se mantenha o carácter transversal da disciplina, vai
funcionar como uma disciplina específica, com carga horária própria.
Comunicação e Ciências Sociais
A área da Comunicação e Ciências Sociais é constituida pelos conteúdos de:
Língua Inglesa - o ensino desta disciplina tem como objectivo proporcionar, ao aluno, o
vocabulário essencial para a comunicação, para a sua integração na região austral de África e
no mundo em geral, bem como para o acesso ao conhecimento e à tecnologia.
Educação Moral e Cívica: no 2º grau (3º ciclo), esta
disciplina aparece independente, com carga horária própria sem, contudo, perder o carácter
transversal proposto para o 1º grau. As razões que ditaram a consagração da
Educação Moral e Cívica em disciplina são de carácter psicopedagógico. É sabido que os alunos
do 2º grau do Ensino Básico já são adolescentes, estágio de formação da personalidade do
indivíduo bastante crítico e requerem um maior acompanhamento e aconselhamento mais
direccionado ao respeito dos valores morais, cívicos, patrióticos e espirituais.
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Actividades Práticas e Tecnológicas
A área de Actividades Práticas e Tecnológicas é constituida por:
Ofícios: que vão desenvolver no aluno habilidades e competências em actividades tais como
escultura, artesanato, culinária, lavouras, costura, jardinagem, agro-pecuária, pesca, marcenaria
e outras.
Esta disciplina surge da necessidade de dotar o aluno de habilidades úteis à sua vida. Este
objectivo só pode ser alcançado através da aprendizagem de actividades práticas e tecnológicas,
quer como actividades curriculares, quer como extracurriculares, com o envolvimento da
comunidade.
Educação Visual - Observar, descobrir, imaginar e expressar-se através da imagem: criando,
desenhando, pintando, modelando, picotando, recortando, colando, estruturando elementos,
traçando e fazendo construções geométricas.
Educação Física – visa desenvolver habilidades e competências psicomotoras de base e
promover actividades físicas e desportivas conducentes à manutenção da saúde e integração
social.
Sistema de Avaliação
A avaliação é um instrumento do processo de ensino, através do qual se pode comprovar como
estão a ser cumpridos os objectivos e as finalidades da educação. Ela permite melhorar ou
adaptar as estratégias de ensino face aos objectivos propostos, os conteúdos e condições
concretas existentes…deve, pois, ser concebida como um processo dinâmico, contínuo e
sistemático que acompanha todo o processo de ensino-aprendizagem. (INDE, 1987:1)
Assim, a avaliação tem por função, por um lado, permitir que se obtenha uma imagem o mais
fiável possível do desempenho do aluno em termos das competências básicas descritas nos
currícula e, por outro, o de servir como mecanismo de retroalimentação no processo de ensino
aprendizagem.
Pretende-se que esta avaliação cumpra os seguintes objectivos:
a) Relativamente ao aluno
❖ Consciencializar o aluno sobre os pontos fortes e fracos do seu desempenho;
❖ Estimular o gosto e o interesse pelo estudo de modo a superar as dificuldades
encontradas no processo de ensino- aprendizagem;
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❖ Desenvolver nos alunos uma atitude crítica e participativa, em relação ao processo de
ensino-aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das suas próprias
potencialidades.
b) Relativamente ao Professor
❖ Identificar o nível de desempenho dos alunos, os principais problemase os factores
associados;
❖ adequar os métodos e materiais de ensino-aprendizagem utilizando a informação
recolhida sobre o desempenho dos alunos;
❖ informar, regularmente, aos pais sobre o progresso (quantitativo e qualitativo) dos seus
educandos.
Relativamente aos pais
❖ Sugerir, em conjunto com o professor e o director da escola, formas e actividades
apropriadas para a melhoria do desempenho do seu educando e da escola no geral.
Métodos e Formas de Avaliação
São propostos para a avaliação os seguintes métodos: Formal e Informal.
Formal - Consiste na realização periódica de testes referenciados a critério. Esta é previamente
planificada, estruturada e avalia competências específicas para verificar em que medida os
objectivos do currículo foram atingidos.
Informal - Consiste numa avaliação levada a cabo no dia a dia, muitas das vezes realizada de
uma forma casual, na sala de aulas ou fora dela.
A avaliação compreenderá as seguintes formas: Diagnóstica, Formativa e Sumativa.
Diagnóstica - Realiza-se no início do processo educativo (início do ano lectivo, semestre,
unidade de ensino, etc.) e tem em vista colher informação sobre o nível inicial de aprendizagem
dos alunos como pré-requisito para o desenvolvimento de uma determinada aptidão e
capacidade.
Formativa - que inclui a diagnóstica, e a contínua, com a função de informar ao professor
sobre o nível de realização dos objectivos do pro grama, informação essa que deve ser utilizada
para melhorar o processo de ensino-aprendizagem.
Sumativa - visa realizar um balanço do aproveitamento do aluno no fim de uma unidade de
ensino, de um período escolar, ano lectivo ou curso e tem em vista identificar os resultados
obtidos, face aos quais o aluno obtém uma classificação, um certificado ou Diploma. Esta
avaliação será conjugada com a avaliação formativa.
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Estratégias de Implementação do Currículo
O sucesso de qualquer plano curricular está, indiscutivelmente, associado à concepção de
estratégias adequadas para a sua implementação. Essas estratégias, por sua vez, prendem-se
com inúmeros factores, tais como os psico-pedagógicos, linguísticos, sócio-económicos e
políticos. Assim sendo, para a implementação da presente proposta de curriculo do Ensino
Básico, propõem-se, entre outras, as estratégias que a seguir se discriminam.
Criação e expansão das Escolas Primárias Completas
Para providenciar o acesso ao Ensino Básico Completo, o Ministérioda Educação vai prosseguir
com a expansão do 2º grau do ensino primário, onde for possível, através da introdução deste
nível, nas escolas primárias do 1º grau, constituindo, deste modo, Escolas Primárias Completas.
Onde não for possível, serão criadas as condições para a concretização deste princípio.
Formação de Professores
A chave do sucesso da implementação dos propósitos do presente Plano Curricular está nas
mãos do professor. Efectivamente, o desempenho do professor constitui um factor de relevo
para o sucesso escolar. Um bom desempenho do professor depende, em larga medida, da sua
formação. Tal como a Lei nº6/92 preconiza, esta formação deve permitir que o professor se
torne num educador e profissional consciente, com profunda preparação científica e
pedagógica, capaz de educar os jovens e adultos.
Com efeito, é imprescindível que o futuro professor não só adquira conhecimentos científicos
e pedagógicos, necessários para o exercício da docência, como também se revela essencial que
seja preparado para uma atitude de análise crítica e sistemática da prática pedagógica, dos
resultados obtidos, de modo a permitir uma contínua inovação pedagógica que se adeque, em
cada etapa, às necessidades dos alunos e da sociedade em geral.
Capacitação de professores
O Ensino Básico é leccionado por um elevado número de professores.
No ano 2000 eram 42.390 professores, sendo 36.187 do EP1 e os restantes 6.203 do EP2.
Do total de professores, 38% não têm formação profissional e os restantes agrupam-se em mais
de 15 diferentes tipos de formação (MINED – DP, INDE/ base de dados). Olhando para o
elevado número de professores, facilmente se depreende que a sua capacitação só pode ser
organizada em cascata, à semelhança do que foi feito aquando da introdução do currículo em
revisão, observando 4 níveis:
❖ Preparação de formadores nacionais;
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❖ Formação de formadores provinciais;
❖ Formação de formadores distritais ou zonais1 ;
❖ Capacitação de professores.
Obs:
Promulgada nova Lei de Revisão do Sistema Nacional de Ensino (3.01.2019)
O Presidente da Republica, Filipe Jacinto Nyusi, promulgou, a nova Lei de Revisão do Sistema
Nacional de Ensino (SNE) em substituição da Lei no 6/92, de 6 de Maio, que vigorava até então.
Nesta lei destacam-se a divisão em seis (6) subsistemas de Educação, nomeadamente:
❖ Pré-escolar; ❖ Profissional;
❖ Geral; ❖ Formação de Professores;
❖ Adultos; ❖ Ensino superior.
Alei aprovada a actual realidade do ensino, que determinava que o ensino público era gratuito
e obrigatório da 1ª à 7ª classe, sendo extensivo à 9ª classe a partir do presente ano. O ensino
primário completo (1ª à 7ª classe) é concluído na 6ª classe e só será ministrado por um professor
atém ao fim do ensino primário, o seja, o secundário tem o inicio na 7ª classe e termina na 12ª
classe. A disciplina de Introdução à Filosofia passará a ser lecionado na área das Ciências com
Desenho (da 10ª à 12 classe), deixando de fazer das disciplinas de Letras e Ciências com
Biologia.
Entre as inovações incluem-se as disciplinas de Historia das Artes, e Técnicas de Expressão.
De salientar que a revisão do SNE teve em vista a sua harmonização com a convenção da
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre educação e formação, da
qual Moçambique é signatário.
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Conclusão
Chegado a este ponto fomos de perceber que no EP1, um só professor leciona todas as
disciplinas curriculares enquanto que no EP2, cada disciplina é lecionada por um único
professor. E de salientarmos que na Progressão por Ciclos de Aprendizagem é la onde assentam,
fundamentalmente, numa avaliação predominantemente formativa, onde o processo de ensino-
aprendizagem está centrado no aluno, e permite, por um lado, que se obtenha uma imagem o
mais fiável possível do desempenho do aluno em termos de competências básicas descritas no
currículo e, por outro, o de servir como mecanismo de retroalimentação do processo de ensino
aprendizagem. E de lamentar que a Alei aprovada a actual realidade do ensino, que determinava
que o ensino público era gratuito e obrigatório da 1ª à 7ª classe, sendo extensivo à 9ª classe a
partir do presente ano. O ensino primário completo (1ª à 7ª classe) é concluído na 6ª classe e só
será ministrado por um professor atém ao fim do ensino primário, o seja, o secundário tem o
inicio na 7ª classe e termina na 12ª classe. A disciplina de Introdução à Filosofia passará a ser
lecionado na área das Ciências com Desenho (da 10ª à 12 classe), deixando de fazer das
disciplinas de Letras e Ciências com Biologia.
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Bibliografia
https://cartamz.com/index.php/politica/item/583-promulgada-nova-lei-de-revisao-do-sistema-
nacional-de-ensino (04.09.2019) - 16h:30Mint.
Autor INDE/MINED – Moçambique - Título: Plano Curricular do Ensino Básico - Edição: ©
INDE/MINED – Moçambique; Nº de registo: 4132/RLINLD/2003.
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