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DASAFIOS

O documento analisa os desafios do ordenamento urbano em Nacala-Porto, especificamente no bairro Ontupaia, destacando os problemas causados pelos assentamentos informais. A pesquisa busca identificar as causas e propor soluções para a desorganização e má gestão do espaço urbano, que afetam a qualidade de vida da população e o meio ambiente. A metodologia inclui consulta documental, observação e entrevistas com residentes e autoridades locais.

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DASAFIOS

O documento analisa os desafios do ordenamento urbano em Nacala-Porto, especificamente no bairro Ontupaia, destacando os problemas causados pelos assentamentos informais. A pesquisa busca identificar as causas e propor soluções para a desorganização e má gestão do espaço urbano, que afetam a qualidade de vida da população e o meio ambiente. A metodologia inclui consulta documental, observação e entrevistas com residentes e autoridades locais.

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Economia e Gestão

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

Desafios do Ordenamento Urbano em Moçambique

Alexandra Plácido Soares Emilio Feliz


Nampula, Junho de 2021
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Economia e Gestão

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

Desafios do Ordenamento Urbano em Moçambique

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Gestão Ambiental
do ISCED. Tutor: Mestre Hélder
Carvalho e Teresa Rungo.

Alexandra Plácido Soares Emilio Feliz

Nampula, Junho de 2021

Índice
INTRODUÇÃO.................................................................................................................5

1.3.Justificativa..................................................................................................................7

1.4.Objetivos......................................................................................................................7

1.4.1.Objetivo geral...........................................................................................................7

1.4.2. Objetivos Específicos..............................................................................................7

1.5.Hipótese.......................................................................................................................8

III. METODOLOGIA......................................................................................................15

3.1.Tipo de pesquisa........................................................................................................15

3.2.Universo da pesquisa.................................................................................................15

3.3.Técnicas de recolha de dados....................................................................................15

CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS..................................17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................................24
INTRODUÇÃO
O presente projecto de pesquisa tem como tema Desafios do Ordenamento Urbano em
Nacala - Porto, caso específico do Bairro Ontupaia, 2020 - 2021 e enquadra – se na
elaboração de Trabalho de caracter avaliativo a ser entregue, na Universidade Rovuma.

Este tem como objectivo geral analisar os problemas criados pelos assentamentos
informais na cidade de Nacala - Porto, sendo a metodologia a usar a consulta
documental, a observação, a entrevista e o questionário, estas duas que findam serão
feitas ao Conselho Municipal da Cidade de Nacala – Porto e alguns residentes do bairro
acima supracitado.

O Assentamento Informal é a gestão da interação Homem/espaço natural. Consiste no


planeamento das ocupações, no potencial do aproveitamento das infraestruturas
existentes e no assegurar da preservação de recursos limitados. A sua realização deve
ser feita com muita diligência e enorme atenção, pois um simples erro pode ser fatal a
sociedade ou a comunidade, levando assim a mesma a viverem em condições precários,
dividindo o mesmo espaço e tendo uma interação não harmónica com o meio ambiente.

Um cenário idêntico ao descrito acima é o do bairro de Ontupaia no distrito de Nacala –


Porto, onde verifica – se um verdadeiro caso cabeludo e de se estudar, pois onde
suponhava – se ser zona industrial tem se visto o contrário, deixando assim algumas
dúvidas no que diz respeito à este cenário, não obstante, existem escolas construídas a
beira de fabricas, mercados e postos de vendas bem como moradias ou habitações
organizadas de uma forma insignificante e sem nexo, neste caso importa nos dizer de
que existe uma ausência de cultura urbana.

É por isso, a partir deste pressuposto o presente projeto de pesquisa se propõe a


investigar o tema supracitado, estando estruturado da seguinte maneira: Introdução,
delimitação do tema, objeto de estudo, a problematização, a justificativa, os objetivos
(geral e específicos), metodologia, a fundamentação teórica e as referências
bibliográficas.
1.2.Problematização

De acordo com factos e aquilo que tem se vivido, o mundo tem vindo a crescer de tal
maneira que o espaço tem se escasseado para poder se exercer uma atividade de
qualquer género ou tipo, e consequentemente tem vindo a comprometer o ordenamento
territorial saudável da população, caracterizando assim um cenário sinistro e cabeludo
no que tange a gestão da interação Homem/espaço natural.

Este cenário, também tem se verificado por quase toda África e em particular nas
cidades moçambicanas, o caso da cidade de Nacala – Porto, particularmente no bairro
de Ontupaia onde competências faltam para poder ajustar alguns ponteiros
preponderantes para que se supere este problema que parece despercebido aos olhos
daqueles que vivem em cidades onde este cenário é típico. Um dos fatores motores para
uma má gestão, distribuição e desequilíbrio do espaço tem sido o crescimento
populacional, bem como os assentamentos informais proporcionados pela população de
baixa renda que se alojam por tudo quanto é lado a procura de melhores condições de
vida e espaço adequado de acordo com as suas necessidades. Importa dizer que estes
dois fatores também tem criado grandes danos ao meio ambiente deixando – o assim
debilitado.

Grande é o problema verificado naquele bairro, onde verifica – se contradições na


organização e distribuição dos espaços, onde também verifica- se uma escola ao lado de
uma fábrica, mercado a beira da estrada sem falar das casas ou moradias que agora estão
sendo contruídas onde supostamente era dita zona industrial, este caso com estas
construções de habitações à sensivelmente poucos metros grandes podem ser os
problemas esperados no futuro, não só no âmbito ambiental bem como nas outras áreas.
Neste caso muitos são os fatores que contribuem para um ordenamento territorial de
risco naquele bairro. De acordo com o pressuposto para o presente projeto de pesquisa
surge a seguinte pergunta como problematização: Quais são os impactos criados pelos
assentamentos informais em Nacala – Porto em particular no bairro Ontupaia?
1.3.Justificativa
Com o advento do crescimento populacional, acentua – se a necessidade de integrar
cada vez mais zonas de expansão, para poder alargar mais o espaço e desenvolver as
atividades da população.

Desde o início do Século XXI, tem se tornado notável um índice elevado da população
em diferentes zonas, causando assim, um aglomerado populacional e um assentamento
informal que culmina numa desorganização e má distribuição bem como uma má gestão
do espaço.

A motivação para a escolha do presente tema pretende – se com o fato do autor ter
constatado um cenário macabro e crítico no que diz respeito ao ordenamento territorial
em Moçambique no geral, mas em particular na Cidade de Nacala – Porto no bairro de
Ontupaia.

O autor também motivou - se de igual modo pelo fato de terem sido três anos de estudo
Gestão Ambiental e onde se lida com assuntos ligados ao meio ambiente e assuntos
ligados com a comunidade.

Neste caso torna – se importante conhecer quais são os riscos que a comunidade pode
correr mediante a um ordenamento territorial não qualificado.

O estudo é importante para os próprios munícipes, como para o governo moçambicano


em particular o governo do distrito de Nacala – Porto, ao qual lhe é incumbido a
responsabilidade de fazer um ordenamento territorial qualificado e de boas condições.

1.4.Objetivos

1.4.1.Objetivo geral
De acordo com MARCONI e LAKATOS (2004), objetivo geral esta ligado a visão
global e abrangente do tema, relaciona-se com o conteúdo e indica os resultados
pretendidos. Assim, o presente projecto tem como objectivo:

 Analisar os problemas causados pelos assentamentos informais na cidade de


Nacala – Porto em particular no Bairro Ontupaia.

1.4.2. Objetivos Específicos


De acordo com MARCONI e LAKATOS (2004), objectivo específico e a
operacionalização do objectivo geral; esta apresenta um carácter concreto, tem função
intermediária e instrumental, permitindo atingir o objectivo geral e aplicar as situações
particulares.

Para o presente projecto temos os seguintes objectivos específicos:

 Identificar as causas que contribuem para o elevado índice de assentamentos


informais;
 Descrever os problemas criados pelos assentamentos informais;
 Propor medidas que levem a melhoria dos assentamentos informais.

1.5.Hipótese
De acordo com GIL (1999), hipótese é uma proposição que pode ser colocada a prova
para determinar sua validade, uma suposta resposta ao problema a ser investigado.

Neste caso o autor formula para a presente pesquisa a seguinte hipótese:

O ordenamento urbano podem causar riscos significativos à comunidade como o caso


de escassos serviços de saneamento básico.

1.5.1.Quadro representativo da hipótese, variáveis e indicadores.

Hipótese Variáveis Indicadores


Os assentamentos Independente: - Falta de cuidados para
informais podem causar com o meio ambiente.
riscos significativos à O ordenamento urbano
comunidade como o caso - Escassez de recursos
de escassos serviços de alternativos para a
saneamento básico. resolução do problema.
- Falta da educação
ambiental nas
comunidades.
Dependente: - Vulnerabilidade a
doenças.
À comunidade como o caso
de escassos serviços de - Extinção das espécies.
saneamento básico.
- Meio ambiente
inadequado para a
sobrevivência das espécies
mais fracas e sensíveis.
II.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No capítulo presente, a autora irá apresentar as diferentes visões e conceitos de vários


autores sobre o ordenamento urbano, relacionados com o distrito de Nacala – Porto.

Abaixo apresenta – se o mapa de localização do distrito de Nacala – Porto:

Fonte: Adaptado pela autora. 2021.

2.1.Assentamentos Informais,

As habitações em assentamentos informais geralmente não têm escrituras legais formais


e podem apresentar padrões de desenvolvimento irregular, falta de serviços públicos
essenciais, como saneamento, e ocorrem em terrenos públicos ou ambientalmente
vulneráveis. Estejam eles em terrenos públicos ou privados, os assentamentos informais
cresceram progressivamente em muitos anos e vários existem há décadas (Correia,
1989, p.64).

Os assentamentos informais existem há muitos anos e muitas vezes constituem grande


parte do tecido residencial urbano na maioria dos países do mundo subdesenvolvido.
Tal tecido é resultante, em parte, da ocupação ilegal ou da divisão não autorizada de
lotes e, em parte, das práticas excludentes que contribuíram para as condições históricas
desiguais de crescimento económico e de distribuição da riqueza.

Ainda que os processos informais para obter acesso à terra tenham propiciado moradia a
um grande número de pobres das cidades, em última análise, são um meio inadequado e
ineficiente para atender à crescente necessidade de desenvolvimento sustentável de
comunidades seguras no mundo.
Um aspecto-chave da informalidade é a falta de escritura formal ou de direito, ainda que
muitos residentes urbanos sintam - se seguros com os direitos de facto da propriedade
baseados em práticas consuetudinárias. Os residentes de assentamentos informais
criados em terrenos privados geralmente têm documentos de venda ou documentos
relacionados e essas propriedades são compradas e vendidas normalmente.

Assim a definição de informalidade é imprecisa e multidimensional, cobrindo aspectos


físicos, socioeconómicos e jurídicos.

Segundo JORGE (1995), as diferenças em definições geram modificações


incomparáveis no tempo e no espaço. Todavia aceita – se que a informalidade seja parte
significativa do tecido urbano das grandes cidades e as que estão em vias de
desenvolvimento, somando um décimo a um terço das moradias urbanas como é o caso
de Moçambique.

2.2.Aspectos sociojurídicos da informalidade

De acordo com OLIVEIRA (2010), embora as práticas locais variem muito, a maioria
dos loteamentos informais em países em vias de desenvolvimento exibe violações da
ordem jurídica formal prevalente do uso da terra, planeamento, registro, edificação e
tributação.

Assim, do ponto de vista jurídico, os assentamentos informais têm problemas básicos de


ilegalidade. No entanto, isso é geralmente minimizado por aqueles que consideram a
ordem jurídica como ilegítima e usam, em vez disso, a noção de “pluralismo jurídico”
para explicar o desenvolvimento fundiário informal.

É evidente, também, que as regras informais não surgem espontaneamente; elas


reflectem processos e práticas tradicionais, tais como os relativos aos direitos de
construção, licenças, direitos de passagem, venda, herança e registo, e estão
constantemente sendo adaptadas para atender às necessidades específicas dos grupos
sociais afectados.(QUEIROS, 2009:20)

A distribuição de direitos e da justiça em assentamentos informais é geralmente


altamente regulamentada, mas informalmente. Em muitos assentamentos consolidados,
o uso e o loteamento informais são estritamente regulados por práticas estabelecidas e
muitas transacções são autorizadas (com taxas cobradas) por poderes informais,
incluindo até mesmo um processo de registo informal.
Normalmente, os assentamentos informais são estabelecidos por incorporadores ou por
novos moradores que ocupam terrenos públicos, comunais ou privados. Na maioria dos
casos, esses incorporadores ou residentes demarcam os lotes e começam a construir
moradias rudimentares.

Inicialmente, os serviços públicos, como pavimentação, iluminação pública, água e


saneamento são inexistentes. Com o passar do tempo, os edifícios são ampliados,
materiais de construção mais duráveis substituem os temporários e alguns serviços
públicos começam a aparecer. A provisão de serviços públicos geralmente estimula
mais a construção. Essa consolidação física pode levar muitos anos, criando bairros com
edifícios de alvenaria com dois andares ou mais, ruas pavimentadas e com condições
adequadas.(JORGE, 1995)

Nos estágios iniciais desses assentamentos, a posse da propriedade muitas vezes é


insegura, especialmente se o assentamento surgir em terrenos públicos, comunais ou
privados que tenham sido ocupados ilegalmente pelos novos residentes.

Assentamentos em terrenos privados normalmente não têm qualquer registro formal de


propriedade, mas os ocupantes muitas vezes compram os lotes demarcados ilegalmente
do proprietário do terreno ou dos ocupantes anteriores, e eles podem até mesmo ter
documentos de venda.

Com o passar do tempo, a segurança da posse pode aumentar, mas é normalmente de


facto e não de direito. Em muitos casos, os assentamentos informais são regularizados
muito mais tarde, por meio do reconhecimento formal das autoridades públicas,
prestação ou modernização dos serviços públicos e pelo reconhecimento formal da
propriedade ou da posse legal do lote de forma individual ou de outras formas.

A falta continuada de reconhecimento legal da posse pode impedir a provisão de


serviços, a disponibilidade de outras infraestruturas urbanas e a legalidade geral da
moradia urbana.

As autoridades governamentais e a opinião pública tendem a ser mais tolerantes com


assentamentos informais em que existe documentação legal precária (por exemplo,
documentos de venda, contratos, recibos) que estabeleça ligações sucessivas na cadeia
de transferência da propriedade, mas elas tratam mais rigorosamente assentamentos
originalmente resultantes da invasão de terrenos (MARTINS, 2009 : 191).
No entanto, um princípio jurídico básico afirma que o tempo gera direitos e as
reivindicações precárias de posse de terrenos podem tornar-se direitos fundiários totais,
como o usucapião.

A maior importância no desenvolvimento e da melhoria dos assentamentos informais,


centra-se essencialmente na necessidade de minimizar os riscos considerados urbanos.
Tal como qualquer ato de planear, no território procura-se prever e evitar qualquer ação
que possa atuar contrariamente da linha de desenvolvimento pretendida. No caso das
ocupações em assentamentos humanos, o planeamento minimiza em larga medida o
risco de desastres naturais tais como cheias, erosão, destruição por ciclones, e outros.

De acordo com CARRILHO et all (2000), ao longo do processo de urbanização


intensiva, marcada de terras especulativas, sistemas políticos clientelistas e regimes
jurídicos elitistas não têm fornecido condições suficientes, adequadas e acessíveis de
acesso a terra urbana e a moradia para os grupos sociais mais pobres, assim colocando a
ocupação desordenada e inadequada do meio ambiente urbano.

As cidades moçambicanas são fortemente marcadas pela presença de assentamentos


informais de grandes riscos, vilas, favelas, que se constituem em espaços irregulares,
vulneráveis e inseguros onde vive grande parte da nossa população. “A irregularidade
no nosso país passou a ser regra e não excepção”.

2.3. As causas que contribuem para os desafios do ordenamento urbano

De acordo com OLIVEIRA (2010), as principais causas que contribuem para os


assentamentos informais são:

 Crescimento populacional;

 Elevado índice de assentamentos informais;

 Falta de procedimentos adequados de planeamento urbano e pesquisa;

 Altas taxas de corrupção.

 Vulnerabilidade política;

 Exclusão do processo de desenvolvimento, planeamento e gestão de áreas


urbanas,

 Direito de posse de terra ambígua e insegura;


 Ausência de urbanização básica e,

 Ausência de uma cultura urbana.

2.4. Os problemas criados pelo ordenamento urbano

CORREIA (1989) destaca algumas consequências criadas pelos assentamentos


informais, como:

 Comprometimento do desenvolvimento sustentável das comunidades;

 Não acesso à água limpa;

 Não acesso ao serviço de saúde pública e nem serviços básicos de saúde;

 Condições ambientais impróprias;

 Acesso restrito dos serviços de saneamento básico e do meio;

 Exploração, contaminação da natureza, uso excessivo dos recursos e o


superpovoamento de zonas;

 Níveis altos de criminalidade;

 Níveis altos de marginalidades e,

 Conflitos de terra.

2.5. Medidas de melhoria da gestão da interação Homem/espaço natural

De acordo com PEREIRA (2009: 77 – 102), enumera algumas medidas para melhorar e
diminuir os riscos da má gestão da interação homem/espaço natural:

 Regularização fundiária dos assentamentos informais;

 Incrementar a segurança sócia ambiental nos assentamentos precários, como


atuação prévia, emergencial¸correctiva e integrada com os programas de
regularização das ocupações do solo;

 Promoção de campanhas de reordenamento urbano – Diminuição da densidade


das ocupações do solo, abertura de vias de acesso, drenagem das águas tanto
residuais como pluviais e orientação das construções para conferir qualidade e
segurança;
 Divulgação da legislação em vigor sobre a matéria – Lei de Ordenamento do
Território e seu Regulamento, Lei de Terra, pacote Autárquico, Lei dos Órgãos
Locais do Estado;

 Divulgação e implementação das técnicas básicas de Planeamento Físico.

 Reforçar a qualidade e a eficiência da gestão territorial, promovendo a


participação informada, ativa e responsável dos cidadãos e das instituições;

 Definir e executar uma Estratégia Nacional de Proteção do Solo.


III. METODOLOGIA
No capítulo presente, o autor apresenta a metodologia a usar na elaboração da presente
pesquisa, nomeadamente, o tipo de pesquisa, as técnicas de coletas de dados e a
amostra.

Para RICHARDSON at all (1999:80) “metodologia quantitativa pode descrever, e


explorar a complexidade de um determinado problema, analisar a interação de certas
variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais,
contribuindo no processo de mudanças de determinados grupos e possibilitar em maior
nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos
indivíduos”.

3.1.Tipo de pesquisa
Quanto ao objetivo é uma pesquisa exploratória, dado que permite explorar diversas
ideias, dos envolvidos na pesquisa.

Para GIL (1999:43) “a pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver,
esclarecer e modificar ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos
ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”.

Habitualmente envolvem levantamentos bibliográficos e documental, entrevista não


padronizada e estudo de caso”.

A escolha deste tipo de pesquisa pressupõe o uso da literatura bibliográfica no sentido e


explicar, compreender a partir de certos autores que tratam sobre o tema em referência.

3.2.Universo da pesquisa
A pesquisa vai abranger um universo de população os indivíduos residentes no distrito
de Nacala – Porto, um numero estimado em 20 pessoas. A amostra escolhida será, feita
de forma aleatória simples, tendo em conta as regras abordadas por RICHARDSON
(1999:157) “ O termo universo e população exprimem o mesmo significado e explicam-
se como sendo o conjunto de elementos que possuem determinadas características
precisas para se estudar”.

3.3.Técnicas de recolha de dados


De referir que a recolha de dados serão usadas técnicas como: entrevista, questionário,
observação direta, análise documental e a revisão bibliográfica.
A escolha destas técnicas foi necessariamente porque são de fácil aplicação por parte do
pesquisador, facilitam a interpretação de dados, aproxima o pesquisador ao problema.

A revisão bibliográfica e análise documental serão importantes na medida em que vão


trazer conhecimentos que servirão de base para a pesquisa.

Para CHIZZOTTI (2003:90) “a observação direta é obtida por meio do contacto do


pesquisador com o fenómeno observado para recolher ações dos atores em seu contexto
natural, a partir da sua perspetiva e seu ponto de vista”.

LAKATOS e MARCONI (2002:93) referindo-se da entrevista advogam que, é um


encontro entre duas pessoas, a fim de uma delas obtenha informações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um
procedimento utilizado na investigação social para a coleta de dados ou para ajudar no
diagnóstico ou tratamento de um problema.

O questionário será usado no trabalho de campo e de acordo com a definição de


LAKATOS e MARCONI (2005:111), é uma técnica de investigação composta por uma
serie de perguntas que deve ser respondidas por escrito e sem a presença do
pesquisador.
CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Requalificação urbana e meio ambiente

De acordo com Lima (2016, p. 9),

As raízes do debate que associa a requalificação de centros urbanos à agenda


socioambiental encontram-se nas discussões sobre reabilitação urbana pautadas na
recuperação e conservação do patrimônio edificado, o qual teve importante papel em
muitos países europeus no segundo pós-guerra, diante da necessidade de prover
habitações para os desabrigados em meio a reconstrução das cidades destruídas pelos
bombardeios.

A requalificação urbana é uma ferramenta importante no que tange aos reajustes da


urbanização de uma determinada cidade, não obstante, ela é um fator preponderante na
conservação e na salvaguarda de espaços chamados conservados e protegidos, tendo
como principal objetivo recolocar uma ordem e beleza em locais não urbanizados, isto
sob ponto de vista ambiental e social.

Segundo Lima (2014, p.9),

As primeiras intervenções de reabilitação urbana remetem a experiência italiana de


recuperação do parque edificado. Nos anos 1970, o governo municipal de Bolonha, sob
o comando do Partido Comunista Italiano (PCI), utilizou como base o princípio da
“reconquista social da cidade” para intervenções em seu centro antigo diante da
destruição em massa ocorrida pela guerra, baseando-se na conservação do patrimônio,
na manutenção da população residente e na mudança das bases econômicas.

REFLETINDO SOBRE O CASO DE NACALA – PORTO (BAIRRO DE


ONTUPAIA)

O município é o principal responsável pela garantia do crescimento ordenado das áreas


urbanas, como demonstrado acima, e o plano diretor é o instrumento básico na
consecução desse objetivo, mas não o único. O Estatuto da Cidade enumera outros
instrumentos de execução da política urbana, além dos jurídicos, vários instrumentos
urbanísticos, orçamentários e tributários.

A poluição do ar, das águas, as “lhas” de calor, enchentes, aumento de doenças na


população, aumento na produção de resíduos são consequências da falta de planeamento
urbano. E nesse sentido adverte Leite (2012, p.137):
As enchentes urbanas que frequentemente ocorrem nas cidades em vias de
desenvolvimento não são catástrofes "naturais", mas, sim, resultados perniciosos de
uma ocupação absolutamente inadequada e irresponsável do território urbano. Uma
mistura explosiva de inexistência e/ou ineficiência de planejamento urbano com falta de
um Estado regulador e eficiente. Falta de educação urbana da sociedade e corrupção
generalizada ainda são a regra nas cidades em vias de desenvolvimento. Quando o
território atinge momentos de uso limítrofes, as catástrofes facilmente emergem. Os
gargalos podem ser vistos em crescentes e prejudiciais congestionamentos nas vias ou
em alagamentos catastróficos nos meses de maior chuva.

Nesse cenário, várias são as responsabilidades e questões a serem enfrentadas pelos


Municípios para possibilitar o bem estar dos seus moradores e o desenvolvimento
sustentável das cidades, dentre elas, o uso e ocupação adequado do solo e seu
parcelamento responsável.

Durante vários anos isso deixou – se passar, o Governo Local perdeu a noção da sua
responsabilidade em criar um bem – estar de uso e ocupação adequado do solo para a
sua comunidade, criando assim maiores possibilidades de ocupações desordenadas da
terra, excluindo o poder e a autonomia de fiscalização, consequentemente viu – se um
bairro totalmente desconfigurado territorialmente.

O bairro de Ontupaia, por muitos anos devido a sua ocupação desordenada, perdeu a
educação urbana que possuía, passando assim a ser um bairro descaracterizado e não
urbanizado, isto na prática, mas por sua vez, o plano urbano daquele bairro dizia outra
coisa, que quando comparado com realidade surgia um paradoxo.

O bairro em estudo, possui um plano urbano condigno, com divisões e marcos,


parcelamento, vias de acesso bem traçadas, desenhadas e definidas ao detalhe. Com o
andar do tempo e com o crescimento rápido populacional e falta de informação e
acompanhamento por parte dos compradores de certas parcelas de terra, estas práticas
tornaram – se comuns.

As pessoas adquiriam os espaços dos outros indivíduos na presença do chefe do bairro e


do quarteirão. Os casos de compra e venda desses talhões supostamente não eram dados
a conhecer ao Governo Local, isto passou a ser um hábito frequente naquele bairro.
Por mais que um reinado ou escravatura dure vários anos, um dia chega a revolução. A
revolução chegou e colocou tudo em ordem, apesar de ter lesado centenas e milhares de
pessoas, na verdade era o lógico e o correto a ser feito.

Ano de 2021, nos primeiros 6 meses começa a requalificação do bairro Ontupaia, o que
parecia impossível tornou – se uma realidade. A população fora avisada que suas
residências seriam demolidas porque foram construídas em lugares impróprios.
Certamente que o arrependimento veio sobre muitos, mas já era tarde... alguns já com o
pensamento no passado gostariam que as coisas fossem diferentes e que tudo conspira –
se ao seu favor.

O atual Governo liderado pela V. Excia Raúl Novinte, Presidente do Conselho


Autárquico de Nacala – Porto, colocou em prática um processo que provavelmente
levariam dezenas ou centenas de anos para ser feito, processo este que devolveu a
beleza paisagística do bairro de Ontupaia, possibilitando assim, a abertura de várias vias
de acesso que outrora tinham sido omissas pelas residências construídas
inapropriadamente.

Não se pode dizer que foi um ato de coragem por parte do atual Governo, mas sim foi o
correto a ser feito, corrigir um erro que vários anos vinha se cometendo no mesmo
bairro e em diversos que existem em Nacala – Porto. Apesar de várias críticas vindas de
vários atores e diversas individualidades, em termos jurídicos não se pode negar que
esta ação era para ser feita já há muito tempo, visto que ninguém ao menos se
pronunciou em levar o caso a justiça. As críticas em relação à esta ação reside no fato de
ter deixado milhares de pessoas sem habitações (humanamente foi uma ação cruel) e
que as mesmas de uma ou de outra forma saíram prejudicadas neste processo de
requalificação urbano, sem direito a indemnização e compensação de um outro espaço
para que podem construir uma morada ou habitação condigna. Neste caso, as pessoas
apenas olharam pelo lado humano e social das coisas, excluindo o lado ambiental. A
intenção não de deixar desalojada a população de uma forma macabra muito pelo
contrário, até porque antes da destruição massiva das habitações já tinham sido
antecipadas do que iria em algum momento e a qualquer instante ocorrer.

Esta ação pelo lado ambiental, diminuiu uma certa pressão que existia sobre o local
requalificado, a produção e o acumulo dos resíduos sólidos abrandou, houve
transformação da paisagem, diminuição dos problemas erosivos, verificou – se uma
queda significativa e considerável da poluição ambiental resultante dos resíduos sólidos
urbanos, entre outros. Desde já com esta requalificação, tornou – se fácil transitar para
outros bairros, através das novas vias de acesso disponíveis, pode – se ainda afirmar
que, em termos urbanístico a situação está cada vez melhor por aquele bairro, pois está
ação ainda está apenas no começo.

Sem sombras de dúvidas para certos intelectuais houve o que se chama por exclusão
social. Viver em zonas de riscos, em locais proibidos e construir habitações e
propriedades em locais impróprios, pela regra a exclusão social é inevitável isto porque,
nestes locais tudo quanto tiver e existir são incontáveis.

Por mais que venha ou parecerá um fenômeno devastador nestas regiões de difícil
acesso como é o caso da zona de Mmorrocolo em Nacala – Porto, que desde cedo foi
declarada uma zona de risco e foram colocadas placas sinalizando que a construção de
habitações e Machambas eram proibidas, a assistência a essas famílias que lá residem
será difícil chega – lás isto, devido a inexistência de condições adequadas das vias de
acesso e pela própria estrutura urbana da própria área.

Nos anos transatos, quando esteve na presidência do Conselho Autárquico da Cidade de


Nacala – Porto o Senhor Rui Saw, registou – se uma queda impetuosa de precipitação
por aquelas bandas, ao ponte de destruir e devastar várias habitações, deixando várias
famílias desalojadas. O governo local foi solicitado a prestar assistência a essas famílias,
o que não resultou. Os motivos da não assistência são lógicos: i) estas famílias suas
habitações não são reconhecidas; ii) suas habitações são ilegais ou informais; iii) o
governo local sabe que existem pessoas a viverem por lá, mas não são reconhecidas; iv)
este local já desde há muito que se deu como inapropriado para se viver e construir
qualquer tipo de empreendimento. Com estes fatos podem – se considerar estas famílias
como excluídas do plano social do distrito.
Conclusão e Recomendações

Conclusão

Em Moçambique, Indiscutivelmente, o modelo de industrialização proposto e


desenvolvido local, no século XX foi um dos responsáveis, se não o mais importante,
por uma série de transformações de ordem social, económica, política, cultural e, acima
de tudo, ambiental.

A concentração industrial nos grandes centros urbanos, sobretudo, nas cidades


industrializadas de Moçambique (Maputo, Beira, Nacala – Porto, etc), fez com que as
cidades sofressem um complexo processo de urbanização, desenvolvido de forma
acelerada e condicionado a outros fatores, como planeamento e gestão pública. Esse
processo comprometeu a qualidade dos espaços urbanos, no que se refere aos serviços
públicos e à própria infraestrutura para a população.

Tal processo de desenvolvimento ocorrido nas últimas décadas tem implicado mudanças
importantes na dinâmica da rede urbana paulista, principalmente no sentido de maior
urbanização do interior e da concentração de sua população urbana em cidades de
médio e grande porte.

Tais mudanças causaram significativas transformações nas cidades de porte médio


(cidades com população entre 100 e 500 mil habitantes), principalmente em relação ao
aumento do contingente populacional desses municípios, provocando, entre diversos
fatores, o que se pode chamar de impactos socioambientais.

Um dos diversos impactos relacionados a esse aumento populacional decorrente de


questões econômico-industriais diz respeito à ampliação das novas áreas residenciais,
sobretudo as de moradias populares, visto que a maior parte dos programas
habitacionais se mostra excludente das mínimas condições estruturais urbanas (bairros
afastados, com transporte coletivo deficitário, distante de centros comerciais etc.).

O destaque existente em Moçambique, passa por ser industrialização-urbanização um


processo de modernização que excluiu a questão da terra. Os mecanismos de
apropriação e ocupação do território e de concentração de renda foram e são
determinantes da periferização das áreas metropolitanas e de cidades médias, cujo
resultado tem sido a degradação ambiental, o aumento da desigualdade social e da
violência, caracterizando o crescente processo de segregação espacial.
O acirramento das formas de segregação socioespacial representa um dos traços mais
expressivos da atual fase crítica da urbanização da sociedade. Assim sendo, refletir
acerca das dinâmicas de segregação socioespacial significa, também, de certa forma,
pontuar as contradições do capitalismo contemporâneo.
Recomendações

O crescimento urbano verificado nos últimos anos em toda parte do mundo, tem criado
grandes problemas sobre o meio ambiente e a nível social. Este fenômeno social, tem
sido discutido nos últimos anos de forma serena e cautelosa, no sentido de poder se
encontrar soluções adequadas e ideias para a resolução de certos impasses relacionados
com as políticas habitações em particular nos países chamados do terceiro mundo, como
é o caso de Moçambique.

Devido a fraca sensibilização por partes dos responsáveis pela área de Urbanização e
devido a fraca fiscalização sobre as terras parceladas e ordenadas, várias habitações
foram construídas de modo desordenado e compulsivo sem uso de nenhum tipo de regra
ou acompanhamento por parte das entidades responsáveis pelo ordenamento territorial.

A requalificação urbana é uma ferramenta importante no que tange aos reajustes da


urbanização de uma determinada cidade, não obstante, ela é um fator preponderante na
conservação e na salvaguarda de espaços chamados conservados e protegidos, tendo
como principal objetivo recolocar uma ordem e beleza em locais não urbanizados, isto
sob ponto de vista ambiental e social
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