GESTÃO ESTRATÉGICA: A NECESSIDADE DE REVER O MODELO DE
CONTROLADORIA PARA ATENDER AS NOVAS NECESSIDADES DOS AGENTES
DE MERCADOS STAKERHOLDERS
Ricardo Sussumu Takatori
Resumo:
A Gestão tradicional tem-se prestado à mensuração de eventos econômicos passados das organizações, na maioria das
vezes, em atendimento às necessidades fiscais. Uma gestão com foco na continuidade da organização não se faz
extrapolando dados do passado. Para atingir os estados futuros desejados, há que se simular eventos futuros, visto que
decisões que se concretizarão no futuro são tomadas no presente. Assim, a Contabilidade, enquanto ciência, tem uma rica
base conceitual da qual devemos nos valer e, interagindo de forma multidisciplinar com os demais ramos do
conhecimento, buscar a construção de uma via alternativa à Contabilidade tradicional, cuja base conceitual é
inadequada para modelar as informações destinadas ao uso dos gestores. Inicialmente aspectos jurídicos entre as escolas
americanas direito amglo saxão e a européias direito romano são correlacionado com os aspectos dos acionistas. A
importância da Controladoria, enquanto setor de gestão é uma nova visão, pois atualmente controladoria é uma extensão
da contadoria, confundindo-se com a própria contadoria acrescentadas de outros setores com características de
contabilidade gerencial. A Missão da Controladoria é discutida com a apresentação dos conceitos dos vários autores
pesquisados. A função da Controladoria varia de autor para autor em função da fixação da missão. A Controladoria está
profundamente envolvida com a busca da eficácia organizacional; para alcança-la, é preciso que sejam definidos
instrumentos que eficientemente conduzam ao cumprimento de sua missão. Portanto os instrumentos são apresentados:
Processo de Gestão e Sistema de Informações.
Palavras-chave:
Área temática: Novas Tendências Aplicadas na Gestão de Custos
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
GESTÃO ESTRATÉGICA: A NECESSIDADE DE REVER O MODELO DE
CONTROLADORIA PARA ATENDER AS NOVAS NECESSIDADES DOS AGENTES
DE MERCADOS – “STAKERHOLDERS”
RESUMO
R ic a r d o S u s s u m u T a k a to r i
F a c u ld a d e d e E n g e n h a ria In d u s tria l
r s ta k a to r i@ u o l.c o m .b r
A Gestão tradicional tem-se prestado à mensuração de eventos econômicos passados
das organizações, na maioria das vezes, em atendimento às necessidades fiscais. Uma
gestão com foco na continuidade da organização não se faz extrapolando dados do
passado. Para atingir os estados futuros desejados, há que se simular eventos futuros,
visto que decisões que se concretizarão no futuro são tomadas no presente.
Assim, a Contabilidade, enquanto ciência, tem uma rica base conceitual da qual
devemos nos valer e, interagindo de forma multidisciplinar com os demais ramos do
conhecimento, buscar a construção de uma via alternativa à Contabilidade tradicional,
cuja base conceitual é inadequada para modelar as informações destinadas ao uso dos
gestores.
Inicialmente aspectos jurídicos entre as escolas americanas – direito amglo saxão e a
européias – direito romano são correlacionado com os aspectos dos acionistas.
A importância da Controladoria, enquanto setor de gestão é uma nova visão, pois
atualmente controladoria é uma extensão da contadoria, confundindo-se com a própria
contadoria acrescentadas de outros setores com características de contabilidade
gerencial.
A Missão da Controladoria é discutida com a apresentação dos conceitos dos vários
autores pesquisados.
A função da Controladoria varia de autor para autor em função da fixação da missão.
A Controladoria está profundamente envolvida com a busca da eficácia organizacional;
para alcança-la, é preciso que sejam definidos instrumentos que eficientemente
conduzam ao cumprimento de sua missão. Portanto os instrumentos são apresentados:
Processo de Gestão e Sistema de Informações.
PALAVRAS CHAVES: Controladoria, Missão, Instrumentos, Gestão Econômica,
Área Temática: Novas Tendências Aplicadas na Gestão de Custos
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
2
GESTÃO ESTRATÉGICA: A NECESSIDADE DE REVER O MODELO DE
CONTROLADORIA PARA ATENDER AS NOVAS NECESSIDADES DOS AGENTES
DE MERCADOS – “STAKERHOLDERS”
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Há muita discussão na Teoria da Contabilidade acerca da utilidade das informações
contábeis, incluindo-se a função do Contador no novo contexto da Controladoria.
Diante deste fato cabe esclarecer e principalmente discernir acerca de um modelo de
Controladoria.
Este é o objetivo básico do presente trabalho: discutir e discernir acerca do papel do
Contador no contexto da Controladoria e elaborar um Modelo de Controladoria.
Na elaboração de um Modelo de Controladoria devemos observar a existência de um
cenário das necessidades dos usuários das informações contábeis:
Duas Teorias: Stakeholder
Disclosure
Agency theory
Assembléia
Cons Administração
Controle
Accountability
Diretoria
Organização
Figura 1 – Relação Usuários / Entidade - apresentada pelo Prof. Dr. Marcos Peters no
dia 19 de outubro 2001 – FECAP – anotação de aula
Na figura 1 devemos entender o fluxo do interesse junto a entidade, ou seja as
informações contábeis tem um direcionamento inverso ao comando. Os investidores,
através dos “stakeholders” – agentes de mercado – tem um interesse concentrado nos
“disclosures” , enquanto o Conselho de Administração tem um interesse concentrado no
“controle” da entidade. Cada qual desempenhando seu papel na manutenção da
entidade. Resumidamente os interesses são demonstrados conforme a figura 2:
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
3
Modelo americano – Controladoria
Externo Interno
= Disclosure = Monitorar resultado econômico
= Fiscal = Apoio a Decisão Econômica
Figura 2 – Necessidade dos usuários – modelo simplista - Dr Marcos Peters –
anotação de aula
A relação contábil interna e externa não se correlacionam de forma intensa, criando-se
duas linhas de pensamentos.
As informações internas e externas devem ser as mesmas, independente da
interpretação dada pelo usuário.
Fluxo de
Capital
Lucro Agente
Econômico
Figura 3 – Fluxo de Capital e interrelação dos Usuários – Dr Marcos Peters – anotação
de aula
Diferença na Formação Econômica - Sistema Jurídico
Sistema Jurídico
CODE (Direiro Romano) COMMOM (Direito Anglo Saxão)
Muitas leis Poucas leis
Legislativos + Executivos Jurisprudência – judiciário
Norma consulta – profissional
Europa continental Países da comunidade britânica
Figura 4 – Diferenças na formação jurídica – Dr Marcos Peters – anotação de aula
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
4
A diferença no Sistema Jurídico de sustentação do sistema econômico, criou enfoques
diferentes na visão de mercado:
Sistema Jurídico – Diferença de Mercado Econômico
CODE COMMOM
Mercado > Bancário Mercado > Capitais
Longo Prazo Curto Prazo
Oligopólio –Market Share Mercado Competitivo
Figura 5 – Diferenças no Mercado decorrente da Diferença no Sistema Jurídico – Dr
Marcos Peters – anotação de aula.
A contabilidade é um imenso Banco de Dados e não deveria ser visto somente pelas
Demonstrações Financeiras, e sim dentro de uma visão sistêmica – enfoque sistêmico.
O Contador é um fiel depositário da informação e deve apoiar a Gestão Empresarial,
observando todos os Princípios Contábeis Geralmente Aceito e de acordo com as
necessidades dos usuários - observando o Disclosure e Accountability.
Portanto a visão da Controladoria não deve ser separada da Contadoria, e sim uma
complementação.
CONCEITO DE CONTROLADORIA
A Controladoria dentro de uma organização tem a função de colaborar na formação das
estratégias, organizando dados coletados, elaborando informações relevantes à
administração; gerando uma influência grande na tomada de decisão que devem ser
lógicas, coerentes e consistentes com a missão e visão da empresa. Podemos dizer
que dependendo das informações reportadas à administração pode haver até uma
mudança na visão e missão da empresa. Tais decisões devem ser tomadas após
verificar-se o passado, o presente e o futuro.
A Controladoria tem como objetivo básico a coleta de dados nos ambientes internos e
externos do universo relacionado a empresa e transforma-los em informações e dados
objetivas, claras e concisas que serão orientadoras na tomada de decisão da
administração, tornando a empresa eficaz.
O Controller tem que estar continuamente acompanhando os acontecimentos mundiais
em todas as áreas: política, econômica, cultural, esportiva, tecnológica, biotecnológica,
e outras. Inclui-se a globalização e o avanço tecnológico, onde novos valores e novas
crenças estão surgindo.
Conforme Yoshitake (1984:19):
“O controller é o executivo financeiro de uma grande ou média empresa que combina
as responsabilidades por contabilidade, auditoria, orçamento, planejamento de lucros,
relatórios de desempenho, controle de impostos e outras atividades da empresa.
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
5
Segundo Goodman, as funções da Controladoria estão sofrendo profundas
modificações paralelamente ao crescimento da complexidade da área financeira como
um todo.
As principais mudanças são as seguintes:
a) a expansão dos negócios trouxe a necessidade da criação dos órgãos de
Controladoria e Tesouraria na área financeira;
b) com a complexidade dos negócios, a alta administração da empresa delegou
responsabilidades e autoridade para o executivo financeiro, ganhando este
último uma nova dimensão em sua área profissional;
c) o executivo financeiro passou a responder ao alto escalão da empresa, como
função de staff, em todos os assuntos relacionados com o planejamento e
controle financeiro;
d) está se tornando comum o fato de o “controller” ser escolhido pelo “boarder of
directors” com funções atribuídos nos estatutos da empresa; ou, ainda, ser eleito
por ato de um comitê de executivos, sendo-lhe atribuídos poderes e
responsabilidades prescritos em resoluções do comitê;
e) devido ao fato de que os problemas atuais estão se tornando cada vez mais
complexos, aumentam também as dificuldades de se estabelecer os limites de
atuação do executivo financeiro;
f) entre os aspectos que estão mudando a direção futura da função do “Controller’,
estão: participação do “Controller” nas áreas de processamento eletrônico de
dados e sistemas de informação gerencial; envolvimento interno nas tomadas de
decisão, tais como: negociações com sindicatos, fusões e aquisições de
empresas, representações junto a órgãos governamentais e outras
organizações, aumento do volume de informações nos vários segmentos da
empresa, proporcionado pela revolução do computador e dados de entrada –
input; e vários aperfeiçoamentos nos conceitos de planejamento através da
construção de modelos, aplicações da pesquisa operacional, estatística e
outros.”
Mosimann e Fisch ( 1999:88) , definem Controladoria:
A Controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão
econômica. Pode ser visualizada sob dois enfoques:
1. como um órgão administrativo com missão, funções e princípios norteadores
definidos no modelo de gestão do sistema empresa; e
2. como uma área do conhecimento humano com fundamentos, conceitos,
princípios e métodos oriundos de outras ciências.
O órgão administrativo Controladoria tem por finalidade garantir informações
adequadas ao processo decisório, colaborar com os gestores em seus esforços de
obtenção da eficácia de suas áreas quanto aos aspectos econômicos e assegurar a
eficácia empresarial, também sob aspectos econômicos, por meio da coordenação dos
esforços dos gestores da área.”
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
6
Almeida, Parisi e Pereira in “Controladoria”, (1999: 370) definem:
“A Controladoria não pode ser vista como um método, voltado ao como fazer. Para uma
correta compreensão do todo, devemos cindi-la em dois vértices: o primeiro como ramo
do conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda base conceitual, e o
segundo como órgão administrativo respondendo pela disseminação de conhecimento,
modelagem e implantação de sistemas de informações.
......
A Controladoria enquanto ramo do conhecimento, apoiada na Teoria da Contabilidade e
numa visão multidisciplinar, é responsável pelo estabelecimento das bases teóricas e
conceituais necessárias para a modelagem, construção e manutenção de Sistemas de
Informações e Modelo de Gestão Econômica, que supram adequadamente as
necessidades informativas dos Gestores e os induzam durante o processo de gestão,
quando requerido, a tomarem decisões ótimas.
......
A Controladoria vista como Unidade Administrativa é responsável pela coordenação e
disseminação desta Tecnologia de Gestão – quanto ao conjunto teoria, conceitos,
sistemas de informações – e também, como órgão aglutinador e direcionador de
esforços dos demais gestores que conduzam à otimização do resultado global da
organização.
......
A Controladoria é por excelência uma área coordenadora das informações sobre gestão
econômica; no entanto, ela não substitui a responsabilidade dos gestores por seus
resultados obtidos, mas busca induzi-los à otimização do resultado econômico.
Portanto, os gestores, além de duas especialidades, devem ter conhecimento
adequado sobre gestão econômica, tornando-se gestores do negócio, cuja
responsabilidade envolve as gestões operacional, financeira, econômica e patrimonial
de suas respectivas áreas.”
Conforme palestra proferida na FECAP em 24/08/01 pelo Professor Doutor Nilton Cano,
temos como Controladoria:
“Além de cumprir as tarefas fixadas pela legislação societária, fiscal e outras,
cabe a controladoria, a identificação, mensuração dos efeitos, acompanhamento e
comunicação integrada de todos os fatores, externos ou internos, que tenham ou
possam ter impactos sobre a produção de valor empresarial e seu desenvolvimento
sustentável”.
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
7
Contadoria Controladoria
V O LTA D A P A R A D EN TR O V O LTA D A P A R A FO R A
V ER I FI CÁ V EL J U LG A M EN TA L
CU STO S CR I A ÇÃ O D E V A LO R
M A N U TEN ÇÃ O D O CA P I TA L R ETO R N O A D EQ U A D O
V O LTA D A P A R A O P A SSA D O V O LTA D A P A R A O FU TU R O
O B J ETI V I D A D E P R EV I SÕ ES
SO M EN TE O R EA LI Z A D O P O TEN CI A L
TA N G Í V EL I N TA N G Í V EL
R EG I M E D E CER TEZ A R EG I M E D E R I SCO
D EM O N STR A TI V O S FI N A N CEI R O S P LA N EJ A M EN TO &
P A R A FI N S EX TER N O S CO N TR O LE
P A SSI V A P R O A TI V A
P A D R ON I Z A D A ESP ECÍ FI CA
D ESCR I TI V A A N A LÍ TI CA E I N V ESTI G A TI V A
P R ECI SÃ O R ELEV Â N CI A
D ESEM P EN H O FI N A N CEI R O D ESEM P EN H O CO M P ETI TI V O
I N SEN SÍ V EL A O A M B I EN TE D O S
CO N SCI ÊN CI A ESTR A TÉG I CA
N EG Ó CI O S
Figura1 – Da Contadoria à Controladoria –Prof. Dr. Nilton Cano – FECAP – anotações
de aula
Para que haja esta complementação é fundamental que sejam fixadas as bases
das estratégias: objetivos, metas e conhecimento relevante:
“Estratégia: é um padrão ou plano que integra os mais importantes objetivos, metas,
políticas e seqüências programadas de ações dentro de um todo coerente voltado para
o incremento da produção de valor das empresa. Uma estratégia bem formulada
procura se basear nos pontos críticos externos e internos da empresa e leva a uma
alocação de recursos, que irá desenvolver a posição competitiva da empresa”
(Henderson – Prof. Dr. Nilton Cano – FECAP – Anotações de aula)
Portanto, Controladoria é uma função dinâmica, decorrentes das necessidades dos
usuários internos e externos, devendo analisar todos os eventos econômicos, através
dos mais modernos instrumentos, que influíram no passados e auxiliem a elaborar
demonstrativos futuros. É uma atividade complementar a Contadoria.
A MISSÃO DA CONTROLADORIA
Missão significa finalidade, objetivo ou propósito básico e permanente da existência de
uma entidade, pessoa, empresa. É uma função ou poder de executar algo previamente
definido.
Figueiredo e Caggiano ( 1997:26) definem Missão da Controladoria, como:
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
8
“A missão da Controladoria é zelar pela continuidade da empresa, assegurando a
otimização do resultado global”
No Manual de Controladoria Financeira ( 1984:40), Yoshitake, define a Missão da
Controladoria:
“A Controladoria em nossa opinião tem por missão obter informações das pessoas
dentro da situação empresarial e, após pesquisas e análises desses dados, definir sua
própria meta, comunicando-a em forma de intenções e efeitos de ordem financeira. Sua
comunicação deve ser dirigida de forma a influenciar e afetar efetivamente os membros
da organização a que ela pertence. A habitualidade no prover informações faz com que
a administração caia numa rotina e não mais indague dos objetivos estabelecidos. A
ineficiência está diretamente vinculada a essa forma rotineira de apresentação daquilo
que deveria ser especificado em termos de objetivos e seu cumprimento. Por outro
lado, o leitor desses relatórios financeiros pode interpretar erroneamente as mensagens
contidas nos mesmos, produzindo, portanto, uma ação ou comportamento diferente
daquele esperado pelos seus autores.”
Mosimann e Fisch ( 1999:89) , definem Missão da Controladoria:
“A Controladoria, assim como todas as áreas de responsabilidade de uma empresa,
deve esforçar-se para garantir o cumprimento da missão e a continuidade da
organização. Seu papel fundamental nesse sentido consiste em coordenar os esforços
para conseguir um resultado global sinérgico, isto é, superior à soma dos resultados de
cada área.
.....
O objeto da Controladoria é a gestão econômica, ou seja, todo conjunto de decisões e
ações orientado por resultados desejados mensurados segundo conceitos econômicos.
Dessa forma, a missão da Controladoria é otimizar os resultados econômicos da
empresa, para garantir sua continuidade, por meio da integração dos esforços das
diversas áreas.”
Almeida, Parisi e Pereira in “Controladoria”, (1999: 372) definem Missão da
Controladoria:
“A gestão das atividades empresariais sob a égide do Modelo GECON é conduzida sob
uma perspectiva sistêmica, visto que a maximização isolada dos resultados das partes
não conduz necessariamente à otimização do todo. Cabe, então, à Controladoria, por
ser a única área com uma visão ampla e possuidora de instrumentos adequados à
promoção da otimização do todo, a responsabilidade pelo cumprimento de uma missão
muito especial.
A missão da Controladoria será:
Assegurar a otimização do Resultado Econômico da Organização.
Para que a missão possa ser cumprida a contento, objetivos claros e viáveis estarão
sendo estabelecidos. Os objetivos da Controladoria, tendo em vista a missão
estabelecida, são:
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
9
promoção da eficácia organizacional;
viabilização da gestão econômica;
promoção da integração das áreas de responsabilidade.”
Portanto, podemos definir a Missão da Controladoria de acordo com a seguinte
conceituação:
A Controladoria tem a missão de assegurar a continuidade da entidade, através de um
Resultado Econômico favorável, por meio da integração dos esforços das diversas
áreas.
FUNÇÃO DA CONTROLADORIA
As funções fixadas para a Controladoria, vária de autor para autor, esta variação ocorre
em função da Missão fixada:
Figueiredo e Caggiano ( 1997:27):
“O órgão administrativo Controladoria tem por finalidade garantir informações
adequadas ao processo decisório, colaborando com os gestores na busca da eficácia
gerencial.
Embora o delineamento da função, do órgão e da posição do executivo possa variar de
uma empresa para outra, existe um conceito que é comumente observado quanto ao
executivo: o controller é o chefe da contabilidade, aquele que supervisiona e mantém os
arquivos financeiros formais da empresa, embora suas funções não tenham que se
restringir apenas às funções contábeis e o que mais se espera é que ele amplie sua
atuação ao desenvolvimento da contabilidade em aplicações gerenciais”
Dentre as funções enumeradas, destacam-se:
1. Planejamento
2. Controle
3. Informação
4. Contabilidade
5. Outras Funções- relacionadas com a atividade Controller
Kanitz citado por Mosimann e Fisch ( 1999:90) destaca:
Informação
Motivação
Coordenação
Avaliação
Planejamento
Acompanhamento
Almeida, Parisi e Pereira in “Controladoria”, (1999: 375) definem Funções da
Controladoria:
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
10
“As empresas têm uma divisão funcional do trabalho, cujo divisor de águas é a
vinculação – destas funções – a suas características operacionais, que são definidas
em função do produto e/ou serviço produzido. Uma Área de Responsabilidade,
independentemente de quantas atividades a compõe, desempenha uma ou um
conjunto de funções. No caso da Controladoria, estas funções estão ligadas a um
conjunto de objetivos e, quando desempenhadas, viabilizam o processo de gestão
econômica.”
As funções desempenhadas pela Controladoria são, conforme os autores citados:
Subsidiar o processo de gestão
Apoiar a avaliação de desempenho
Apoiar a avaliação de resultado
Gerir os sistemas de informações
Atender aos agentes do mercado.
Nakagawa (1995:14), afirma:
“O sistema que integra os padrões, orçamentos e a contabilidade caracteriza-se por
incluir e suprir todas as principais funções e atividades da empresa com informações
não apenas de caráter contábil e financeiro, como também de natureza física e
qualitativa, e de interação da empresa com as variáveis de seu ambiente externo.”
Podemos concluir que as Funções da Controladoria são as seguintes:
Planejamento – estabelecer e manter um plano integrado para as operações
consistentes com os objetivos e as metas da entidade, que deve ser analisado e
revisado constantemente, envolvendo e comprometendo os vários níveis da
empresa.
Controle – interpretar fatos, avaliar resultados, e revisar constantemente os
padrões de avaliação de desempenho, assegurando que os resultado sejam
alcançados.
Informação – preparar, analisar e interpretar os dados econômicos-financeiros
para serem utilizados pelos gestores no processo de tomada de decisões.
Manter
Banco de Dados – delinear, estabelecer e manter todas as informações
econômico-financeiras, em todos os níveis da empresa, preparando relatórios
com as demonstrações econômico-financeiras para todos os usuários – internos
e externos.
INSTRUMENTOS DA CONTROLADORIA
A controladoria está profundamente envolvida com a busca da eficácia organizacional;
para alcança-la, é preciso que sejam definidos instrumentos que eficientemente
conduzam ao cumprimento de sua missão.
Conforme Figueiredo e Caggiano ( 1997:29-36), os instrumentos de da Controladoria
devem constar dos seguintes modelos:
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
11
Modelo de Gestão
Modelo de Decisão
Modelo de Informação
Modelo de Mensuração
Almeida, Parisi e Pereira in “Controladoria”, (1999: 377) conceituam os Instrumentos da
Controladoria:
“No contexto da gestão econômica, visto que “... a execução das atividades, (....) por
sua vez é condição para o desempenho das funções .....” (Almeida, 1996:27), a
Controladoria, na execução de suas atividades, deve utilizar-se de dois instrumentos
fundamentais: Processo de Gestão e Sistemas de Informações”
Ambos os autores definem a necessidade de modelos: Gestão e de Informações.
Nakagawa (1995: 37) define o Conceito de Modelo:
“Modelo é qualquer representação abstrata e simplificada de objetos, sistemas,
processos ou eventos reais.
.....
O modelo tem como objetivo facilitar a compreensão das relações que ocorrem com os
elementos de um sistema, processo ou eventos do mundo real.”
Portanto os Instrumentos da Controladoria podem ser definidos:
PROCESSO DE GESTÃO
Representa um grande processo de controle que tem por objetivo garantir a eficácia da
empresa, entendida como um contínuo processo de tomada de decisões.
As atividades de uma empresa caracterizam o processo de transformação de recursos
em produtos e serviços, onde acontecem uma gama de ocorrências conhecidas como
eventos econômicos. Os recursos consumidos possuem valor econômico assim como
os serviços e produtos pois trazem satisfação no atendimento de necessidades dos
clientes da empresa. Os eventos econômicos constituem-se nos objetivos de tomada de
decisões econômicas.
O processo administrativo ou processo de gestão configura-se com base nas definições
do modelo de gestão da empresa e deve garantir que a dinâmica das decisões tomadas
na organização conduzam-na ao cumprimento de sua missão e garanta sua
continuidade.
O processo de gestão estrutura-se, basicamente, em quatro fases:
Planejamento estratégico;
Planejamento operacional
Execução; e
Controle.
Considerando essas quatro fases, a empresa necessita:
Planejar cuidadosamente suas ações;
Implementar adequadamente seus planos; e
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
12
Avaliar sistematicamente o desempenho realizado em relação aos planos
traçados.
Todo esse processo deve ser calcado nos modelos de: de Gestão, de Decisão, de
Informação e de Mensuração
SISTEMA DE INFORMAÇÕES
A Controladoria cabe administrar o sistema de informações de ordem econômico-
financeiro, que são as informações que afetam a riqueza da empresa.
Os dados que interessam ao sistema de informações gerido pela Controladoria
dependem do modelo de mensuração definido e dos conceitos de riqueza que a
empresa adota.
O processo de gestão constitui-se num processo decisório. Decisões requerem
informações. Os sistemas de informações devem apoiar as decisões dos gestores em
todas as fases do processo de gestão, que requerem informações específicas.
A integração dos sistemas de informações ao processo de gestão determina a eficácia
dos mecanismos de autocontrole e feedback, os quais, conforme estudados
anteriormente, constituem requisitos para que o sistema empresa mantenha-se no rumo
dos resultados desejados.
A efetivação dos resultados desejados é alcançada por meio de informações
gerenciais. Nesse sentido, é necessário o desenvolvimento de sistemas de informações
gerenciais que garantam o suporte requerido à atuação gerencial preconizada.
Os sistemas de informações operacionais têm o papel de processar as transações
planejadas e realizadas no processo físico-operacional, bem como permitir o controle
físico do patrimônio da empresa.
Caracterizam-se por um banco de dados que compreende as variáveis das transações,
tais como: datas, volumes, prazos, taxas, vencimentos, etc. Estas variáveis são
utilizadas pelo sistema de informações econômico-financeiras, para a mensuração, o
planejamento e controle de resultados.
O sistema de informação para gestão econômica contempla , entre outros, os seguintes
aspectos:
É estruturado sob conceito de banco de dados: Planos de Contas, Plano de
Áreas de Responsabilidade/Centro de Resultados; Contabilidade Gerencial e
Contabilidade Societária.
As informações e relatórios atendem os conceitos e o modelo de decisão dos
usuários: Modelo de Informação com base no Modelo de Decisão e Modelo de
Mensuração.
A mensuração das transações é efetuada com a utilização de conceitos
econômicos; valor de mercado; reconhecimento da receita pela produção dos
bens e serviços; preço de transferência; custo de oportunidade; equivalência de
capitais.
Aos recursos e produtos/ serviços das atividades são atribuídos,
respectivamente, custos e receitas com base em valor de mercado: Preço de
Transferência; Preço e Custos Correntes.
XI Congresso Brasileiro de Custos – Porto Seguro, BA, Brasil, 27 a 30 de outubro de 2004
13
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constata-se que o novo arranjo da economia mundial provocado pelo processo de
globalização tem afetado as empresas a fim de disponibilizar as oportunidades surgidas
pela abertura dos novos mercados, porém exige, em contrapartida adequação
competitiva, em que a agilidade e a flexibilidade são fundamentais, como forma de
diminuir os custos e apresentar produtos e serviços que superem as expectativas dos
consumidores.
O papel da Controladoria como órgão administrativo é zelar pelo bom desempenho da
empresa, administrando as sinergias existentes entre as áreas em busca de maior grau
de eficácia empresarial.
O desenvolvimento de sistemas e metodologias que proponham modelos gerenciais
que otimizem o desempenho das empresas por meio de seu sistema de gestão e
informação é a contribuição esperada dos gestores, para aproximar as informações
gerenciais das necessidades atuais do mundo dos negócios através de um novo
modelo de controladoria.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CANO, Nilton. Palestra: Da Contadoria à Controladoria - anotações de aula– São Paulo
- FECAP – 2001
CATELLI, Armando – Controladoria, Uma Abordagem da Gestão Econômica-Gecon,
São Paulo, Atlas, 2001
FIGUEIREDO, Sandra e CAGGIANO, Paulo César. – Controladoria Teoria e Prática. 2ª
ed. São Paulo. Atlas. 1997
FISCH, Silvio e, MOSIMANN, Clara Pellegrinello. Controladoria – Seu Papel na
Administração de Empresas.2ª ed. São Paulo. Atlas. 1999
NAKAGAWA, Masayuki. Introdução à Controladoria – Conceitos, Sistemas,
Implementação. São Paulo. Atlas. 1993
PETERS, Marcos - anotações de aula - curso de Mestrado. FECAP – São Paulo - 2001
YOSHITAKE, Mariano – Manual de Controladoria Financeira. São Paulo. IOB . 1984
