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Doenças Inflamatórias Intestinais - DII

As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) incluem condições inflamatórias do trato intestinal, como Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, que afetam tanto homens quanto mulheres, com prevalência maior em mulheres. O tratamento envolve medicamentos anti-inflamatórios, antibióticos e intervenções nutricionais, sendo crucial a avaliação nutricional devido ao risco de desnutrição. Recomendações nutricionais específicas incluem controle de calorias, proteínas e micronutrientes, além de considerar a fase da doença para a administração adequada da terapia nutricional.

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Doenças Inflamatórias Intestinais - DII

As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) incluem condições inflamatórias do trato intestinal, como Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, que afetam tanto homens quanto mulheres, com prevalência maior em mulheres. O tratamento envolve medicamentos anti-inflamatórios, antibióticos e intervenções nutricionais, sendo crucial a avaliação nutricional devido ao risco de desnutrição. Recomendações nutricionais específicas incluem controle de calorias, proteínas e micronutrientes, além de considerar a fase da doença para a administração adequada da terapia nutricional.

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Doenças Inflamatórias Intestinais- DII

Parte 1
Prof Ma Márcia Vieira
DII
Características:
oAs DIIs envolvem um conjunto de condições inflamatórias de causas
desconhecidas que afetam o trato intestinal
oAlteração no Sistema Nervoso Entérico (SNE)
oAumento na percepção sensorial e na motilidade intestinal
oComprometimento da função intestinal a exemplo das recorrentes
incontinências e urgência fecal
DII
DII
Epidemiologia:
oEX: doença de crohn; retoculite ulcerativa, diverticulite, síndrome de
intestino irritável
oConsidera-se que as taxas de prevalência, incidência e mortalidade no
Brasil ainda são desconhecidas, apesar de relatos regionais
descreverem um aumento no número de casos novos da DC
oAs DIIs atingem tanto homens como mulheres em proporções
semelhantes, sendo a DC presente em maior prevalência nas mulheres
oA faixa etária pode variar entre 15 e 30 anos com um segundo pico a
partir dos 60 a 80 anos
DC – Doença de Crohn
Acomete o trato
Doença inflamatória Não curável por
gastrointestinal de
crônica de etiologia tratamento clínico ou
forma uni ou
ainda desconhecida cirúrgico
multifocal

Íleo terminal e o colo Manifestações Diagnóstico é


são as áreas mais extraintestinais realizado com maior
frequentemente associadas ou isoladas frequência na segunda
acometidas podem ocorrer ou terceira décadas
DC – Doença de Crohn

Grânulos
DC – Doença de Crohn

Diagnóstico

Endoscopia, TC, USG, RM,


Dados clínicos Colonoscopia, endoscopia,EX.
laboratoriais e histológicos
DC – Doença de Crohn
Manifestações Clínicas

Exame
proctocológico:
Diarreia Crônica Dor abdominal Perda ponderal
identificação de
fissuras anais

o Desnutrição,
o Palidez cutâneo-mucosa
o Dor
o Massa abdominal, distensão ou fistulização na parede abdominal
DC – Doença de Crohn
Tratamento

Antiinflamatórios Antobioticos Corticoterapia Cirurgia


Tratamento Nutricional na doença de Crohn
Estado Nutricional X DC
Anorexia

Crianças e adolescentes apresentam redução na


velocidade de crescimento em 15% a 40% dos casos

A desnutrição no pré-operatório aumenta as Desnutrição


complicações cirúrgicas- >morbimortalidade

Aumento Má
do GER absorção
Retoculite Ucerativa
oCaracterizada por processo
inflamatório crônico do cólon e reto
oA RU é uma patologia de barreira
intestinal causada inicialmente por
uma disfunção do epitélio celular ou
estrutural do epitélio intestinal
oAs manifestações clínicas mais
comuns são diarreia, sangramento
retal, eliminação de muco nas fezes
e dor abdominal.
Retoculite Ucerativa
oO diagnóstico é estabelecido pela
avaliação da história clínica, exame das
fezes, exame endoscópico e achados
histopatológicos.
oComo o tratamento é realizado de
acordo com a extensão da doença, a
retossigmoidoscopia flexível é útil
para definir as porções acometidas
DC x CU
Retoculite Ucerativa

oTratamento das agudizações leves a


moderadas é feito basicamente com
aminossalicilatos, orais e tópicos, e
com corticoides e ou/ imussupressores
– casos mais graves
Avaliação Nutricional
 Avaliação de perda de peso (observar uso de corticoides)
Presença de Anemia (ferro, ácido fálico, vitamina Bl2, cálcio)
Deficiência no crescimento em crianças
Hipoalbuminemia (associar com PCR)
FATORES RELACIONADOS A DEFICIENCIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS
INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS (Dll)

Diminuição na ingestão alimentar Anorexia, náuseas e vômitos


Dor abdominal e diarreia
Comportamento negativista
Dietas restritas (iatrogenia)
Má absorção Diminuição da área absortiva (doença,
ressecções) Supercrescimento bacteriano
Deficiência de sais biliares
Aumento das perdas intestinais Enteropatia perdedora de proteínas
Fístulas: perda de eletrólitos, minerais, traços
Sangramento gastrintestinal
Interações droga-nutriente Corticosteroides (cálcio e proteínas)
Sulfassalazina (folato)
Colestiramina (gorduras e vitaminas)
Aumento nas necessidades nutricionais Sepse, febre, fístula
Aumento do turnover celular
Repleção das reservas orgânicas
Terapia com esteroides (catabolismo proteico)
Terapia Nutricional
Objetivos
• Aplicar as recomendações nutricionais adequadas de acordo com o
tipo de doença e grau de atividade;
• Recuperar e/ou manter o estado nutricional;
• Manter o crescimento em crianças;
• Fornecer aporte adequado de nutrientes;
• Contribuir para diminuir a atividade e para aumentar o tempo de
remissão da doença.
Recomendações Nutricionais
Energia 30-35Kcal/Kg de peso ideal/dia FASE AGUDA; 25-30 Kcal/Kg REMISSÃO
PTN 1.0- 1.5g/kg/dia para adultos que não possuam insuficiência renal e 2.0g/kg/dia
para doentes desnutridos e com sepsis
CHO Evitar açúcar e CHO refinados; optar por CHO com fibras solúveis; EVITAR
INTEGRAIS NA FASE AGUDA; Evitar Lactose
LIP Hipolipídica (< 20º/o das calorias totais), uma vez que podem piorar a diarreia
(pode haver deficiência de sais biliares)
Cálcio 1500mg/dia
VIT D 2000 – 4000 ui/dia
Magnésio Suplentação: 120mg/dia via parenteral; 700mg/dia via oral - gluconato de
Magnésio devido à sua elevada solubilidade
Zinco Suplementação - glutamato de Zinco 20-40mg/dia

Folato suplementação oral é recomendada numa dose de 1mg/dia- redução de


hocisteína
B12 A suplementação com vitamina B12 por via parentérica está indicada para
doentes com recessões ileais
Recomendações Nutricionais Específicas
Fibra Literatura inconclusiva 20-35g
TCM Nos indivíduos que apresentem má absorção lipídica, leíte ou recessão
intestinal extensiva – suplementar 50g/dia fracionado
Nutrientes Omega 3; glutamina; pré e probioticos; AGCC- não existem provas concretas
Imunomoduladores do efeito destes “nutrientes imunomoduladores” na DII
Antifermentativa Evitar alimentos:
• relacionados com a formação de gases: brócol is, couve-flor, couve,
repolho, nabo, cebola crua, pimentão verde, rabanete, pepino, batata-doce;
• grão de leguminosas: feijão, ervilha seca, grão-de-bico, lentilha; • frutos do
mar, especialmente mariscos e ostras;
• melão, abacate, melancia;
• ovo cozido ou frito consumido inteiro (mas não quando faz parte de uma
preparação, como em um bolo ou torta);
• sementes oleaginosas: nozes, castanhas, amendoim, castanha de caju, etc.;
• bebidas gasosas como refrigerantes;
• excesso de açúcar;
• doces concentrados, como goiabada, cocada
Lembrar que a formação de gases é muito individual, mantendo relação
com a flora bacteriana intestinal
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS

Via de administração Oral (fase de remissão)


Complementos orais: são recomendados para casos de
DC com inflamação intestinal persistente – uso
corticoesteroides- oferecer até 600 kcal/dia -
associados à via oral Enteral e parenteral (fase aguda)
Na DC ativa A utilização de fórmulas enterais elementares não
• Fórmulas enterais à base de aminoácidos livres, mostrou eficácia superior às fórmulas poliméricas (com
peptídeos proteína intacta)
Na RCUI Contribui para diminuir a resposta inflamatória (3 a 6
• Acido graxo ômega-3 g/dia)

• AGCC Ainda é necessário desenvolvimento de mais estudos


sobre fontes e quantidade

Probióticos Uso de probióticos pode contribuir para o aumento no


tempo de remissão, favorecendo o equilíbrio da flora
bacteriana intestinal. Ainda há necessidade de melhor
definição sobre quais as cepas indicadas e a
quantidade. Cabe ressaltar que pelo risco de
translocação bacteriana é contraindicado o uso na fase
ativa, pela falta de evidência científica
Via de Administração
Na fase aguda, o suporte enteral e parenteral tem sido amplamente
empregado com o objetivo de melhorar o estado nutricional.
Existe na literatura atual uma tendência favorável à utilização de
fórmulas enterais nas DII.
NUTRIÇÃO PARENTERAL TOTAL (NPT)
Indicação Vantagens Desvantagens
• Obstrução intestinal; • Repouso intestinal com • Recidiva quando o paciente
• síndrome do intestino curto; aumento da ação motora e de retorna à dieta normal (quando
• hemorragia colônica; transporte na mucosa usada como terapia primária);
• perfuração intestinal; comprometida; • complicações mecânicas,
• como terapia coadjuvante na • Diminuição do estímulo metabólicas e infecciosas.
fase aguda para pacientes que antigênico (alimentos): a mucosa
não toleram a via enteral está com aumento da
permeabilidade e diminuição da
função imune (linfócitos),
contribuindo para diminuir a
inflamação;
• Oferta de aminoácidos para
renovação celular da mucosa;
• Diminuição do processo
inflamatório local e
fornecimento de substrato para
regeneraçao.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL (TNE)
Indicação Vantagens Desvantagens
• Induzir remissão da doença • A presença de nutrientes • Palatabilidade baixa,
• Quando o uso de corticoides estimula a secreção de necessitando, às vezes, do uso
compromete o crescimento hormônios - efeito trófico na de sonda para infusão, a qual
em crianças mucosa, mantém a integridade poderesultar em lesão no EEI;
da mucosa e previne a • complicações, como diarreia,
translocação bacteriana ( sangramento, refluxo
sepse); gastroesofágico e aspiração;
• evita a atrofia da mucosa, que • não é recomendado usar a
é relatada com a NPT; TNE durante muitos meses por
• remissão da DC, evitando uso ano, quando adotada como
de drogas e promovendo o terapia primaria.
crescimento em crianças;
• custo inferior ao da NPT;
• pode ser usada em nível
domiciliar (não requer
internação);
• paciente pode desenvolver
suas atividades normais.

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