Transferência de Calor e Trocadores
Transferência de Calor e Trocadores
Felipe
Canella)
CP-CEM (Engenharia Mecânica)
Conhecimentos Específicos 2021
(Pós-Edital)
Autor:
Juliano de Pelegrin, Felipe Canella
28 de Junho de 2021
Sumário
CONDUÇÃO ................................................................................................................................................... 6
CONVECÇÃO ............................................................................................................................................... 17
Aletas ........................................................................................................................................................ 25
RADIAÇÃO .................................................................................................................................................... 28
APRESENTAÇÃO DA AULA
Estrategista, nesta aula veremos os principais tópicos inerentes ao mundo da Transferência de Calor
e sua grande importância para a Engenharia.
Na segunda parte da aula, trataremos sobre Trocadores de Calor. Dentro desse segundo grande
tópico, veremos seus principais tipos e os métodos de análise que costumam cair.
Ao término da aula, compilei muitas questões de diferentes bancas para que você "destrua" com a
prova no dia "D"! Busquei questões das grandes bancas do país e todas elas estão comentadas para que você
veja, assim que você as resolver, entenda qual foi o motivo de um eventual erro.
Como de praxe, não deixe de me seguir nas minhas redes sociais para dicas e questões comentadas
que compartilho:
profcanelas t.me/profcanelas
"Simbora" para mais uma? Foco, força e fé! Você está a cada aula, mais próximo do seu sonho!
Avante, Estrategista!
TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Estrategista, diferentemente do campo de estudo da Termodinâmica que está mais relacionada com
o equilíbrio mecânico, térmico e, até mesmo, químico de um sistema analisado, para o campo de estudo da
Transferência de Calor, os fatores tempo e como ela está relacionada ao sistema analisado se tornam
primordiais.
Nesse sentido, a Termodinâmica está mais vinculada ao estudo dos estados macro de equilíbrio sobre
a matéria e sua relação com o sistema a ser analisado.
Para seu campo de estudo são suficientes os princípios da Primeira Lei (energia não é criada e nem
eliminada, mas somente alterada) e da Segunda Lei (a direção de transferência líquida de energia é do(a)
material/região de alta temperatura para o(a) material/região de baixa temperatura, sempre).
Você percebe, Coruja, que não há preocupação com as particularidades do processo em questão,
pois interessa o estado de equilíbrio atual e estado prospectado a ser atingido.
Claro, Estrategista, esse esquema é uma visão geral sem considerar os detalhes específicos de cada
área do conhecimento. É um esquema para que você guarde de maneira generalizada a principal diferença
de abordagem de cada disciplina para sua prova. ;).
Sob o ponto de vista do estudo da Transferência de Calor (doravante denominada para nossa aula
de "Transcal"), o fluxo de calor, considerando o tempo para transferí-lo, se tornam essenciais para o estudo.
Assim, a análise de como essa transferência de calor, considerando o tempo necessário, será objeto de nosso
estudo dentro da nossa disciplina.
Esse tipo de análise mais detalhada da Transcal no que tange ao fluxo de calor a fim de estimar o
custo e o correto dimensionamento de equipamentos para determinado serviço é o principal desafio da
engenharia nessa área do conhecimento.
Depois dessa breve introdução, vamos entrar em um tópico "quente" (que "piadela" horrível, né?
Nossa... rs) para nossa prova: os mecanismos de transferência de calor.
Nesse tópico, Coruja, estudaremos as três principais formas (mecanismos) que embasam os
processos de transferência de calor. São eles: condução, convecção e radiação. Quero que, a partir de agora,
você tenha atenção máxima, pois os exercícios sobre cada um desses mecanismos costumam abordar
aspectos qualitativos (teóricos) além dos quantitativos (aplicação de fórmulas), ok?
Considerando esses mecanismos, Coruja, de maneira mais específica, a condução e a radiação são de
fato processos genuinamente de transcal, já que em ambos há dependência direta da diferença de
temperatura para sua existência.
Já a convecção também vai depender do transporte de massa de natureza mecânica. Todavia, para
nosso estudo, a convecção também é considerada já que também há transmissão de energia de regiões com
Acredito que você já saiba, mas é sempre bom frisar, não é? Calor é uma forma de
energia. Dessa forma, dizer transferência de calor é sinônimo de transferência de
energia, viu? :)
Além desses aspectos, Coruja, uma dúvida que pode surgir é se esses três mecanismos ocorrem em
conjunto ou em separado. Na realidade, em casos reais, eles acontecem simultaneamente, envolvendo uma
análise mais aprofundada de cada mecanismo.
Para a nossa prova, os exercícios que envolvem de dois a três processos costumam ser simples (até
porque não se tem muito tempo para resoluções mais pesadas). Dessa forma, aquelas equações diferenciais
ordinárias de segunda ordem não serão cobradas (Ufa!). As questões não constumam ir além das equações
mais básicas. "Bora" estudar cada um desses mecanismos? "Simbora"!
CONDUÇÃO
Estrategista, esse é o mecanismo de transcal que ocorre no meio do fluido (sólido, por exemplo), no
qual o fluxo de calor irá acontecer, conforme vimos, da região de maior temperatura para a região de menor
temperatura.
Quando estudamos a condução, Coruja, o que você precisa entender e ter em mente é que a
transferência vai ocorrer através do meio, seja qual for o fluido. Nesse sentido, ela é a transferência de calor
(energia) a nível molecular e atômico, entre as partículas do material que possui maior temperatura para
as de menor temperatura.
Na condução em materiais sólidos como um barra de aço, as vibrações dos átomos nos retículos serão
o meio pelo qual a transferência de energia (calor) será estabelecida, ocorrendo as ondas pelo movimento
atômico, átomo a átomo, da região de maior temperatura para a de menor temperatura. Pegou o "bizu"?
"Tá, Professor, entendi. Mas, e como eu faço o cálculo esse fluxo de calor?". Pois bem, Estrategista,
para isso, temos a nossa primeira fórmula da nossa aula usada para calcular a taxa pela qual o calor é
transferido por condução (também denominada Lei de Fourier ou Equação de Fourier):
𝒅𝑻
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙
𝒅𝒙
Na qual, temos:
Sobre nossa fórmula, algumas explicações se fazem necessárias. A primeira é sobre a temperatura e
a segunda sobre a condutividade térmica. A temperatura, Estrategista, pode ser fornecida pelo exercício em
oC (escala Celsius) ou em K (escala Kelvin). Todavia, se a questão não mencionar qual unidade, por
Coruja, a escala Kelvin é importante ser utilizada, pois é somente nela que temos o zero absoluto
com valor 0. Lembre-se do Ensino Médio que as três escalas vão de: Celsius (0 a 100oC); Fahrenheit (32 a
212oF) e a Kelvin (0 a 273 K) para os pontos de mudança de fase da água!
Nesse sentido, 273 é a temperatura em kelvin para a fusão do gelo e 373 a temperatura em Kelvin
para ebulição da água. Assim, somente na Kelvin é que se atinge o 0 absoluto!
Dessa forma, Estrategista, sempre que a questão perguntar se um corpo em uma temperatura de
valor 0 não emite calor ou não transfere energia (seja por qualquer dos mecanismos que falei), fique atento
para a escala!
Se for em Celsius, por exemplo, a alternativa está errada! Somente na escala Kelvin que o 0 é de fato
o estado de agitação das moléculas do corpo que é nulo!
Assim, grave: zero absoluto somente na escala Kelvin, representada pela letra "K" sem
"grau ao lado", como para Celsius e Fahrenheit (oC e oF, por exemplo). ;)
Normalmente, pode vir a aparecer uma questão que exija alguma conversão de uma escala para
outra, Estrategista! Tranquilidade total. Abaixo, fiz a tabela a fim de ilustrar as fórmulas para a conversão,
sem precisar da boa e "véia" interpolação (é a mesma coisa) que aprendemos no ensino médio (o que faz
com que você ganhe tempo na hora da prova):
Conversão Fórmula
De Celsius para Kelvin e vice-versa 𝑻𝑪𝒆𝒍𝒔𝒊𝒖𝒔 = 𝑻𝑲𝒆𝒍𝒗𝒊𝒏 − 𝟐𝟕𝟑
(𝑻𝑭𝒂𝒉𝒓𝒆𝒏𝒉𝒆𝒊𝒕 − 𝟑𝟐)
De Celsius para Fahrenheit 𝑻𝑪𝒆𝒍𝒔𝒊𝒖𝒔 =
𝟏, 𝟖
Outro ponto que merece destaque na Lei de Fourier é sobre a condutividade térmica do material a
ser analisado. Tranquilidade, Estrategista. Dê uma uma olhada novamente na fórmula e você perceberá que
ela é diretamente proporcional a taxa de transferência de calor.
Dessa forma, para cada valor (maior ou menor) na condutividade térmica do material objeto de
estudo da questão, teremos maior ou menor trasnferência de calor.
Nesse sentido, de maneira mais específica e, para fins de prova, memorize: a condutividade térmica
é uma propriedade do material que relaciona o quanto de energia (calor) flui por ele por unidade de espaço
e tempo, com um gradiente de temperatura associado. (Todavia, sem "susto", pois a variação de
temperatura é pequena para os problemas de engenharia).
Na tabela abaixo, eu adaptei alguns valores1 para que você tenha uma "noção" geral de materiais que
são mais condutores e menos condutores de calor. Para a obtenção de cada um desses valores, está
associada a temperatura de 300 K.
"Dê um look"!
1
Adaptado de KREITH, F.; MANGLIK, R.M.; BOHN, M.S. Princípios de Transferência de Calor. Editora: Cengage Learning, 7 a edição, São Paulo. 2016.
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Estrategista, pelo o amor de Deus, hein? Não vai ficar decorando esses valores! A questão irá lhe
fornecer quando for necessário! Coloquei para que você dê uma "olhada" e perceba alguns valores
interessantes, como, por exemplo, o do ar. Veja que ele é o menos condutivo! Dessa forma, podemos
entender que o ar é um material excelente para servir de isolante térmico! Inclusive, muito utilizado na
engenharia em motores de avião e em casas de lugares mais frios do planeta!
Ah, você deve ter se perguntado sobre o sinal negativo na fórmula, né, Coruja? Lembra dela? Vou
repetir aqui para você não ficar subindo e descendo aí o "pdf" que, convenhamos, é um "porre", né? Veja:
𝒅𝑻
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙
𝒅𝒙
9
Então, a função do sinal, Estrategista, é mostrar o sentido do fluxo do calor na tranferência. Como
sabemos, o calor (energia) vai passar da região de maior temperatura para a de menor temperatura. Assim,
como a variação de temperatura será a final (menor) menos a incial (maior), o sinal ficará negativo.
Coruja, para regimes estacionários, que o estado no qual o fluxo de calor e a temperatura não variam
com o tempo (não são dependentes dele, eu quero dizer), a área será considerada uniforme, não havendo
a necessidade de utilizarmos grandes cálculos de integração. Dessa forma, a aplicação da forma acima é
direta.
Vejamos uma questão de prova para ilustrar de que maneira comumente esse assunto pode ser
abordado!
(Cesgranrio/ Mecânica)
Uma parede de 40 cm de espessura e área de 2 m2 possui uma condutividade térmica de 80 W/m.K. Em
regime permanente, as temperaturas superficiais são 120 °C e 60 °C. A taxa de transferência de calor e o
gradiente de temperatura na direção do fluxo de calor, são, respectivamente:
a) 4,8 kW e -30 oC/m.
b) 24 kW e 150 oC/m.
c) 24 kW e -150 oC/m.
d) 12 kW e 75 oC/m.
e) 12 kW e -75 oC/m.
Comentário:
10
Veja, Estrategista, uma questão para a prova de Engenheiro Mecânico da Transpetro, subsidiária da
Petrobrás, pela fundação Cesgranrio, bem tranquila!
Perceba que teremos a aplicação direta da nossa fórmula. Veja que o enunciado já deixou claro que o regime
é permanente! Por isso, Estrategista, a utilização na nossa fórmula é direta! Perceba também que ele
forneceu área (A = 2m2), bem como a dimensão x = 40 cm (espessura da parede) pela qual o fluxo de calor
irá percorrer. Veja que ele nos forneceu em centímetros. Precisamos passar para metro dividindo por 100.
𝑾
Além disso, temos a condutividade térmica desse material fornecida, sendo 𝐤 = , todavia, perceba que
𝒎.𝑲
ela está em Kelvin e o exercício nos fornece as temperaturas na escala Celsius (Tinicial = 120oC e Tfinal = 60oC).
Sem problemas, Estrategista! Conforme estudamos, basta fazer a conversão.
Dessa forma, nosso primeiro passo é converter as temperaturas. Assim, como sabemos no Sistema
Internacional (S.I.):
𝑻𝑲𝒆𝒍𝒗𝒊𝒏 = 𝑻𝑪𝒆𝒍𝒔𝒊𝒖𝒔 + 𝟐𝟕𝟑
Aplicando a fórmula acima, temos:
𝑻𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝟔𝟎 + 𝟐𝟕𝟑 = 𝟑𝟑𝟑 𝑲
e
𝑻𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 = 𝟏𝟐𝟎 + 𝟐𝟕𝟑 = 𝟑𝟗𝟑 𝑲
Estrategista, pode correr para o abraço! Perceba que ele pergunta qual é o gradiente de temperatura. Oras,
ele quer saber qual o valor do nosso:
𝒅𝑻 𝑻𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝑻𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝟑𝟑𝟑 − 𝟑𝟗𝟑 𝑲
=( )=( ) = −𝟏𝟓𝟎
𝒅𝒙 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒂 𝟎, 𝟒 𝒎
Perceba, Estrategista, que as alternativas estão em oC/m. Sem problemas, pois como a conversão é para as
duas temperaturas, não altera o valor. Um ponto interessante que você precisa notar é que fazendo a
variação de temperatura "final - inicial" teremos a resposta "negativa".
Não esqueça de que no cálculo da taxa de transferência, a fórmula possui o sinal negativo e, por isso, você
precisa retirá-lo, se não o resultado final será positivo e você poderá errar o exercício. O sinal negativo é
somente uma convenção para indicar que o gradiente de temperatura é baseado no intervalo da maior para
a de menor, como fizemos acima. ;)
Assim, temos para a taxa, nossa Lei de Fourier:
𝒅𝑻
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙ = −𝟖𝟎. 𝟐. (𝟏𝟓𝟎) = 𝟐𝟒𝟎𝟎𝟎 𝑾 𝒐𝒖 𝟐𝟒 𝒌𝑾.
𝒅𝒙
Gabarito: "c".
"Tá, professor, entendi. Mas, e quando o exercício não for de regime permamente (ou estacionário)?"
Excelene pergunta, Coruja! Quando ele não for regime permanente ou estacionário, teremos que a
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temperatura irá variar conforme o tempo e, dessa forma, em função dele. Nesse tipo de questão, com
certeza o examinador irá lhe fornecer os dados, sem "sustos". rs.
Normalmente, as questões de prova não irão adentrar os cálculos pesados de integral e derivada,
muito por uma questão de tempo, abordando em larga escala o conceito teórico com cálculos rápidos e
simples, pois na prova você não poderá usar nem uma calculadora de relógio de R$ 1,99, diferentemente da
rotina acadêmica, seja na graduação, seja na pós-graduação (Strictu ou Lato Sensu).
Estrategista, outro nome que pode aparecer na sua prova a fim de classificar o
mecanismo de condução é o nome difusão ou difusão térmica. E essa denominação
deriva, justamente, do mecanismo como o calor é transferido de molécula a molécula do
material, conforme seu grau de agitação. Assim, a energia cinética vai se difundindo e
surgindo a transferência de calor, sacou? ;)
Nesse sentido, em casos simples, como de paredes planas nas quais se estuda a transferência de
calor, a parede funciona como uma resistência lá da Elétrica, dificultando o processo de transferência de
calor (no caso, por meio da condução).
Assim, para essa situação e depois de estabelecidos os limites de integração (não cabe adentrarmos
aos cálculos de integral e nem precisaremos - amém, não é? rs) de temperatura em função da área e do
comprimento da parede que são uniformes, chegamos a fórmula de fourier para esse caso:
∆𝑻 ∆𝑻
𝒒𝒌 = 𝒌 ∙ 𝑨 ∙ =
𝑳 𝑳
𝑨. 𝒌
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Perceba, Estrategista, que o comprimento (L) é a extensão da parede nesse caso e que podemos
escrever a relação das duas maneiras que escrevi acima. Nesse sentido, surge a resistência térmica (Rk) para
essa relação (e pela sua característica de abordagem simples, pode cair em sua prova):
𝑳
𝑹𝒌 =
𝑨. 𝒌
Veja que tem o total sentido, não é, Coruja? Analisando a fórmula da resistência térmica,
conseguimos compreender que ela está relacionada ao comprimento (L) da parede (quanto maior, mais
difícil para o calor "passar"), a área (A) da parede (quanto maior, maior será a superfície de contato para o
calor "passar", dimiuindo a resistência) e o coeficente de condutividade térmica - k - (que já vimos, quanto
maior, mais fácil ocorre a condução de calor pelo material e, como percebemos na fórmula, diminui o valor
da resistência).
Pegou o "bizu", Estrategista? Veja a figura a seguir para entender esse "bizu" da analogia com o
sistema elétrico:
2
Adaptado de KREITH, F.; MANGLIK, R.M.; BOHN, M.S. Princípios de Transferência de Calor. Editora: Cengage Learning, 7 a edição, São Paulo. 2016.
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Estrategista, em regime permanente (sem geração de calor) a doutrina nos traz fórmulas específicas
e diretas que podem ser usadas para formatos cilíndricos e esféricos. O formato cilíndrico é mais comum de
ser cobrado em exercícios de tubos com raios diferentes e espessuras de paredes especificadas.
Assim, temos para a formato cilíndrico, teremos a resistência térmica oferecida (com a analogia que
mencionei) da seguinte forma para a condução da parede:
𝑹𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐
𝐥 𝐧 ( 𝑹𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 )
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = ;
𝟐. 𝝅. 𝑳. 𝒌
Oras essa é a "barreira" a resistência para o formato de um cilindro (um tubo, por exemplo) no qual
possui uma temperatura interna e uma temperatura externa, troca calor com esse ambiente.
𝟏 𝟏
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = 𝒆 𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = ;
𝟐. 𝝅. 𝒓𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐. 𝑳. 𝒉𝒊 𝟐. 𝝅. 𝒓𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐. 𝑳. 𝒉𝒆
Em formatos esféricos, temos a seguinte relação, por conta da geometria esférica da área de sua
superfície:
𝐫𝐞𝐱𝐭𝐞𝐫𝐧𝐨 − 𝐫𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐧𝐨
𝑹𝒆𝒔𝒇𝒆𝒓𝒂 = ;
𝟒. 𝝅. 𝒓𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐. 𝒓𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐. 𝒌
𝟏 𝟏
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = 𝟐
𝒆 𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = ;
𝟒. 𝝅. 𝒓𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 . 𝒉𝒊 𝟒. 𝝅. 𝒓𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐𝟐 . 𝒉𝒆
Obviamente, Coruja, em uma situação que envolva os dois mecanismos, temos que somente
adicionar cada resistência como vimos para o caso da parede. Em uma situação simples, num tubo com
parede de espessura, é comum cobrarem a seguinte expressão para a taxa de transferência de calor pela sua
parede:
𝟐. 𝝅. 𝒍. 𝒌. (𝑻𝒊 − 𝑻𝒆)
𝒒= 𝒓𝒆 ;
𝐥𝐧( 𝒓𝒊 )
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Dentro dessas duas categorias, podemos englobar a condutividade térmica (k), relacionada ao
quanto de energia flui pelo material (como já vimos) e a viscosidade cinemática (v) (relacionada a
transferência de momento, movimento do fluido) na primeira categoria: de transporte.
Nessa linha de raciocínio, as propriedades como densidade (d) da matéria e calor específico (c) são
relacionadas a categoria termodinâmica, já que dizem respeito ao estudo do estado de equilíbrio do
material.
Além disso, é pertinente você saber, Coruja, que as propriedades de densidade e calor específico do
material estão relacionadas com a capacidade de armazenamento de energia interna desse material. Dessa
forma, o valor dessa capacidade é dado pelo produto da densidade e do calor específico dele.
Perceba, Estrategista, que quanto mais denso um material (elevada massa por volume), maiores
quantidades de energia ele vai conseguir armazenar! Consequentemente, menos energia ele vai transferir.
Propriedades Termofísicas
Essa relação será importante para entendermos outra propriedade do material denominada
difusividade térmica (α). Tranquilidade! Ela vai relacionar a condutividade térmica do material e a
capacidade calorífica volumétrica. Ou seja, a difusividade térmica é justamente a razão entre a quantidade
de calor que é conduzida pelo material e a quantidade de calor que é armazenada. Assim, temos:
𝒌
𝜶=
𝒅. 𝒄
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Em outras palavras, Coruja, é a relação entre o "quanto de energia o material consegue transferir",
pelo "quanto de energia que ele consegue armazenar".
Dessa forma, materiais com alto valor de difusividade térmica tendem a atingir o equilíbrio térmico
com o meio mais rapidamente. É o caso de uma panela de metal que rapidamente atinge temperaturas
elevadas quando aquecida no fogão.
Já materiais com baixo valor de difusividade térmica demoram para atingir o equilíbrio térmico com
o meio, devido à baixa condutividade térmica. É o exemplo da água de uma piscina que mesmo no verão,
com dia ensolarado, possui, pela manhã, uma temperatura relativamente baixa (diferentemente do final do
dia), sacou? rs.
Estrategista, antes de irmos para o próximo mecanismo (ou processo, como algumas bancas chamam)
convém vermos a tal da dilatação térmica! Coruja, sem problema algum nisso! A sua prova costuma cobrar
a dilatação térmica linear que nada mais é que o quanto um material se dilata (aumenta de tamanho)
conforme sua temperatura também aumenta. Assim, temos a seguinte expressão para seu cálculo:
Δl = α x lo x ΔT;
Onde:
Coruja, a cobrança desse ponto é muito tranquila. O que você precisa ter em mente é que para
diferentes materiais teremos diferentes coeficientes de dilatação linear (óbvio). Com isso, teremos
materiais que dilatam mais e outros menos, sendo fornecido para você pela questão o material e a relação
que ela deseja saber!
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CONVECÇÃO
Na transferência de calor por convecção, Estrategista, temos como pilar principal de sua lógica a Lei
de Resfriamento de Newton na qual explica que a taxa de perda de calor acaba sendo proporcional a
variação de temperatura entre o corpo e sua vizinhança (ambiente onde ele se encontra).
O que precisa ficar claro, antes de mais nada, é que nesse mecanismo de transferência de calor
teremos tanto a transferência outrora estudada na condução (transferência pelo movimento molecular -
difusão) quanto o movimento macroscópico do fluido em sua vizinhança.
Assim, esse movimento macro sob presença de um gradiente de temperatura (variação) irá contribuir
para a transferência de calor.
Nesse sentido, para nosso estudo da engenharia, nos interessa entender o mecanismo da convecção
em relação a essa massa de fluido que se desloca e troca (transfere) calor para outra superfície que ela entra
em contato.
Dessa forma, antes de mais nada, eu quero que você entenda que teremos dois mecanismos, duas
formas que vão atuar no processo de transferência de calor (energia), simultaneamente, dentro do
mecanismo da convecção:
Esse movimento macroscópico, Estrategista, pode se dar por uma diferença de pressão no ambiene
e/ou por ação de uma força externa que impulsiona o movimento, como a ação do vento.
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Assim, conforme uma massa de ar, por exemplo, entra em contato com uma superfície com
temperatura diferente, teremos o processo de transferência de calor por convecção sendo executado.
Um termo não muito utilizado, mas que pode aparecer na sua prova é o termo advecção.
Tranquilidade, Estrategista, pois "advecção" é o nome dado ao movimento macroscópico
que eu expliquei! Já a convecção, no âmbito da transferência de calor, é referente aos
dois movimentos (microscópico e macroscópico). ;)
Da mesma forma que fizemos com o mecanismo da condução, temos também a fórmula da
convecção que relaciona as temperaturas do fluido e da superfície com a área de troca de calor entre elas,
com a proporcionalidade proveniente pelo coeficiente de convecção (também chamado de coeficiente de
película):
𝒒𝒄𝒗 = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻
Na qual, temos:
Estrategista, uma situação muito comum para ilustrarmos o fenônemo do mecanismo da convecção
é compreendermos o que ocorre com a velocidade de deslocamento do fluido e a sua temperatura. Nesse
sentido, na próxima página temos uma figura que ilustra quando a massa do fluido que se movimenta
encontra com a superfície, temos nesse ponto a velocidade igual a zero, denominado ponto de estagnação.
Com a variação de velocidade, forma-se uma região denominada de camada limite hidrodinâmica até
valores finitos de velocidade.
Coruja, não que você precise "tatuar na mente", já que não é comum cobrarem (ainda), mas tem
"cheiro de prova" perguntar: "qual o nome que se dá para a região na qual a velocidade começa em zero do
fluido em contato com superfície na transferência por convecção?", sabe? Então, tente memorizar: a região
desde o ponto de estagnação (ponto de velocidade zero do fluido com a superfície na convecção) que varia
em relação a essa superfície é chamada de camada limite hidrodinâmica.
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Outra região que se faz necessário entendermos e possui a "mesma" lógica que a camada limite
hidrodinâmica é a camada limite térmica. Ela irá surgir não pela variação de velocidade, mas em relação a
variação de temperatura na região do fluido, desde a temperatura da superfície a valores finitos de análise
pela massa do fluido. Estrategista, sem preocupação sobre isso! Muito difícil a prova ir além desses
conceitos!
Primeiramente, Coruja, vamos entender o que essa figura quer dizer, certo? Nela, temos o fluido se
movimentado ao longo de uma superfície que contém uma temperatura (Tsup) diferente da temperatura do
fluido (T∞). Ah, não se preocupe com esse sinal de “infinito”! É só uma convenção para dizer que a
temperatura varia para região afastada da superfície.
Pois bem, conforme o fluido se movimenta, temos, sua velocidade (α0) indo de zero (quando em
contato com a superfície em 𝒚 = 𝟎) a um valor finito (α∞). Dessa forma, perceba pela figura, Estrategista,
que a temperatura do fluido também vai variar desde a temperatura da superfície (Tsup) até uma temperatura
(T∞), conforme a região mais afastada do fluido da superfície.
O que precisa ficar claro, Coruja, é que em uma dado momento, quando temos o contato do fluido
com a superfície no ponto 𝒚 = 𝟎, temos que a taxa (qc) de transferência de calor ocorre por condução!
Além disso, o valor da velocidade apesar de ser utilizado o símbolo de “infinito” pela literatura
dominante, saiba que ela é finita, na convecção natural! É bom avisar você, pois em uma prova, como de
costume, o examinador pode colocar um figura e utilizar as variáveis com símbolos que são usados e acabar
gerando confusão.
Por isso, o que é importante você entender é que elas variam conforme eu coloquei na figura, por
isso usei os símbolos em função da distância y, em ambas as curvas: de temperatura e de velocidade.
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Fluido
α∞ T∞
Variação de Variação da
velocidade, temperatura (Ty)
(αy)
Tsup
αy Superfície Ty
aquecida
3
Coruja, conforme mencionei, temos que ter em mente a relação da variação de temperatura que
ocorre entre a superfície e o fluido. Nesse sentido, com a diferença de temperatura, surge uma região
denominada camada limite térmica! Também saiba que ela pode surgir em sua prova e é uma boa tê-la em
mente! ;).
Ainda no escopo de estudo da transferência de calor por convecção, Estrategista, temos que entender
que ela pode ocorrer de duas maneiras. Basicamente, temos a transferência por convecção natural e a
convecção forçada (tão presente em nossas vidas e você verá o porquê).
• Convecção forçada: justamente ocorre quando se tem a ação de uma força externa que atua
intensificando o processo de convecção. Aqui, cabe o exemplo de um ventilador ou de uma
bomba a depender do fluido. Por exemplo, temos em nossos computadores, entre outras peças,
o microprocessador que atinge altas temperaturas a depender do arquivo que "abrimos" para
3 Adaptado de INCROPERA, F.P.; DEWITT, D. O. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Editora: LTC. Rio de Janeiro, 4ª edição, 1998.
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utilizar. Em jogos que utilizam gráficos super complexos, temos um aumento considerável de
temperatura do processador e, com isso, surge a necessidade de ter uma ação externa, uma força
que intensifique a troca de calor com o meio (no caso, o ar interno do gabinete do computador).
Esse papel é exercido pelo cooler do microprocessador, Estrategista. Sendo também utilizado, em
alguns casos, radiadores com fluxo contínuo de água, além do cooler de refrigeração, sendo ainda
ainda mais eficiente essa troca a fim de abaixar a temperatura do microprocessador. "Pegou o
bizu"?
Seguindo essa linha de raciocínio, Coruja, eu compilei, na tabela4 abaixo, alguns exemplos (nada de
decorar, hein? Novamente, a questão irá lhe fornecer!) de alguns tipos de fluido em um mecanismo de
convecção natural e forçada. Perceba a mudança drástica nos valores do coeficiente de transferência de
calor:
4
Adaptado de KREITH, F.; MANGLIK, R.M.; BOHN, M.S. Princípios de Transferência de Calor. Editora: Cengage Learning, 7 a edição, São Paulo. 2016.
21
𝑲𝒄 = 𝒉 ∙ 𝑨
Perceba que a condutância térmica nada mais é que a relação entre o coeficiente de trânsferência
de calor e a área da superfície de troca.
Nesse sentido, também teremos a resistência térmica (Rc), relacionada a condutância e expressada
pela seguinte relação:
𝟏
𝑹𝒄 =
𝒉∙𝑨
Estrategista, vamos adentrar, agora, no estudo do terceiro mecanismo importante para usa prova: a
radiação!
ADIMENSIONAIS DA CONVECÇÃO
No estudo do mecanismo de transferência de calor por convecção, tivemos vários cientistas que
desenvolveram relações adimensionais importantes. Essa prática de "adimensionalizar" equações,
combinando variáveis que geram os agrupamentos de números adimensionais, tem como foco a redução no
número total de variáveis, como aponta a literatura específica5. Estrategista, os principais adimensionais
que eu quero que você saiba são:
𝒉. 𝑳
𝑵𝒖 = ;
𝒌
• Número de Prandtl: tem como objetivo descrever a espessura relativa das camadas limites
hidrodinâmica e térmica. O número representa a razão, basicamente, entre a taxa de difusão
5
Çengel, Y. A.; Ghajar, A.J.; Kanöglu, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012.
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molecular viscosa (quantidade de movimento) pela taxa de difusão molecular térmica. Sua
importância está em entender essa relação para diferentes materiais, indo de 0,01 (metais
líquidos) até 105 (para óleos). Ou seja, em metais líquidos, o calor se difunde muito mais rápido do
que em óleos, em relação a quantidade de movimento (relacionada a viscosidade do fluido que,
por sua vez, representa a resistência ao escoamento). O valor do número de Prandtl é dado por:
𝒗 𝝁. 𝒄𝒑
𝑷𝒓 = = ;
𝜶 𝒌
• Número de Reynolds: o mais famoso e mais cobrado, representa, como você é estudado na
Mecânica dos Fluidos, a razão entre as forças de inércia e as forças viscosas do fluido. Esse número
vai determinar o tipo de escoamento do fluido (turbulento ou laminar). O valor do número de
Reynolds é dado por:
𝑽. 𝑳𝒄 𝝆. 𝑽. 𝑳𝒄
𝑹𝒆 = = ;
𝒗 𝝁
𝑽. 𝑳𝒄 𝒗 𝑳. 𝑽
𝑷𝒆 = 𝑹𝒆. 𝑷𝒓 = 𝒙 = ;
𝒗 𝜶 𝜶
• Número de Grashof: no âmbito da convecção natural, representa a razão entre as forças que
geram o empuxo da massa de fluido pelas forças viscosas desse fluido. O valor do número de
Grashof é dado por:
23
Além de saber as definições conceituais de cada adimensional, Coruja, é válido você conhecer a tabela
a seguir! Essa tabela provém da doutrina6 e mostra a correlação de alguns adimensionais para determinadas
condições. Já foi alvo de prova saber essas correlações.
Por isso, de tempos em tempos, julgo pertinente você dar uma olhada nessa tabela inteira, mas, sem
decorar. Uma questão que cobre essa decoreba de valor será o "calcanhar de Aquiles" de todo mundo. Custo-
benefício quase "0" em decorar esses valores.
6
Adaptado de INCROPERA, F.P.; DEWITT, D. O.; BERGMAN, T.L; LAVINE, A.S. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Editora: LTC. Rio de Janeiro, 6ª edição, 2008.
24
ALETAS
Coruja, quando falamos em aletas (ou superfícies aletadas) é importante que fique claro para você
algumas características essenciais sobre elas. Esse tópico é mais raro de cair em prova e, quando aparece, é
sobre as características em regime permanente e unidirecional.
O primeiro ponto que você precisa saber é o motivo pelo qual elas existem. Oras, quando há
necessidade de se aumentar a taxa de transferência de calor de uma superfície temos dois cenários possíveis:
ou elevamos o coeficiente de transferência de calor por convecção (h) ou elevamos o tamanho da área
dessa superfície. (Óbvio, né, Estrategista? Ambas as grandezas são diretamente proporcionais, veja a fórmula
novamente):
𝒒𝒄𝒗 = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻;
Como aumentar o coeficiente convectivo é trabalhoso (exigiria colocar uma bomba ou ventilador para
intensificar o movimento do fluido), a solução de aumentar a superfície de contato (aumentando a área) é
uma boa opção. Eis que a aleta passa a ter seu valor, elevando a troca por convecção e, também, por
radiação! (Tenha atenção a esse ponto, pois a doutrina dominante não cita condução e é de onde a banca
se baseia para fazer sua questão!).
Atenção! As aletas são feitas, normalmente, por materiais mais condutores (alumínio) e
são produzidas por extrusão, solda ou fixação de folhas de metal sobre a superfície.
Estrategista, além disso, uma informação que tem "cheiro de prova" é sobre a variação do coeficiente
convectivo ao longo da aleta! Em geral, a doutrina menciona que a análise de aletas é feita em regime
permanente (como eu já disse), sem geração de calor, condutividade do material (k) e coeficiente convectivo
(h) constantes ao longo da superfície da aleta.
Todavia, atenção, pois a literatura específica7 deixa claro que, normalmente, ele possui um valor mais
inferior na base da aleta (região de interface com a superfície) do que na ponta da aleta. Show? Isso porque
ele varia conforme o movimento do fluido na superfície da aleta, Coruja, e, na base da aleta, a superfície da
própria região que a aleta se encontra perturba esse movimento que, por outro lado, na ponta da aleta,
7
Adaptado de ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A.J.; KANÖGLU, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012.
25
tende a ser mais livre, implicando baixa resistência para o fluido se movimentar e aumentando o coeficiente
convectivo. Situação oposto ocorre, dado o mesmo cenário, com a temperatura (ela tende diminuir ao longo
da aleta em direção a sua ponta).
Equação da aleta
Estrategista, se pegarmos um elemento de volume (uma região de volume qualquer de uma aleta
retangular que é o formato mais simples) e formos avaliar o balanço de energia nessa região, temos a
seguinte relação:
Ou seja, a equação quer dizer que o fluxo de calor por condução que passa pelo elemento x é igual a
soma do fluxo de calor que passa pela extensão unidimensional (delta x) desse elemento e o fluxo de calor
por convecção perdido no perímetro "p" da aleta. Veja na figura esquemática8 a seguir:
Elemento de
volume
𝑄̇ convec
𝑄̇ cx
𝑄̇ cx+∆x
hp eT∞
𝑸̇convec = h(p.∆x).(T-T∞);
8
Adaptado de ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A.J.; KANÖGLU, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012.
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𝑸̇𝐜,𝐱+∆𝐱 − 𝑸̇𝐜,𝐱
+ 𝐡𝐩. (𝐓 − 𝐓∞) = 𝟎;
∆𝐱
𝒅𝑸̇𝐜
+ 𝐡𝐩. (𝐓 − 𝐓∞) = 𝟎;
𝐝𝐱
Pela Lei de Fourier que conhecemos para condução, temos a seguinte expressão, na qual a área "A"
é a área transversal da aleta na posição "x":
𝒅𝑻
𝑸̇𝐜 = −𝐤. 𝐀. ;
𝐝𝐱
𝒅 𝒅𝑻
(𝐤. 𝐀. ) − 𝐡𝐩. (𝐓 − 𝐓∞) = 𝟎;
𝐝𝐱 𝐝𝐱
Para aletas de seção transversal constante, Coruja, (como a retangular) e condutividade constante,
conseguimos reduzir essa equação (caso contrário seria difícil solução) a seguinte expressão:
𝒅𝟐 𝑻 𝐡𝐩 𝒅𝟐 𝜽
𝟐
− (𝐓
. − 𝐓∞) = 𝟎 𝐨𝐮 𝟐
− 𝒎𝟐 . (𝛉) = 𝟎;
𝐝𝐱 𝒌. 𝑨 𝐝𝐱
Estrategista, de tudo isso que vimos o que interessa é você saber/conhecer três coisas:
ℎ.𝑝
• A expressão 𝑚2 = (já foi cobrada e somente é preciso saber a relação do perímetro,
𝑘.𝐴
coeficientes e área);
• θ = (T − T∞) equivale ao excesso de temperatura;
• A solução da equação diferencial são funções exponenciais e-mx ou e+mx, ou multiplos constantes
dessas soluções;
Coruja, sobre equação da aleta, acho que fomos até longe demais. Os demais casos específicos que a
doutrina nos mostra, acredito ser de baixíssima probabilidade de cair na sua prova. Aliás, tirando os aspectos
qualitativos, vi somente uma questão abordar a expressão "m" ao longo de milhares de questões avaliadas.
27
RADIAÇÃO
Coruja, quando falarmos em radiação a primeira coisa que precisa vir a sua mente é a palavra energia
eletromagnética. Eu digo isso, porque a radiação nada mais é que uma forma de transferência de calor
(como já falamos várias vezes, de energia) emitida por meio de ondas eletromagnéticas.
Dessa forma, a radiação proveniente do Sol, por exemplo, chega ao nosso planeta por meio do
fenômeno ondulatório, mais especificamente, por ondas eletromagnéticas. Além do Sol, qualquer corpo
que possua energia armazenada em forma de calor, emite radiação, desde que sua temperatura não seja
nula!
"Tá, entendi, Professor! Mas, na prática, como isso ocorre?". Estrategista, a emissão de energia vai
ocorrer, principalmente, pelas mudanças que ocorrem nas configurações eletrônicas dos átomos e
moléculas constituintes do corpo emissor. Nesse sentido, a energia será emitida na forma de fótons, que
são como "pacotes energéticos" que emitem luz.
Além disso, uma característica importante para usa prova e que distingue a radiação dos demais tipos
de mecanismo já visto na aula (condução e convecção) é a possibilidade da energia ser conduzida sem um
meio material presente. Ou seja, as ondas eletromagnéticas podem ser propagadas no vácuo.
É por conta dessa propriedade da radiação (por serem ondas eletromagnéticas e não mecânicas)
que a luz solar consegue atravessar o vácuo do nosso universo e chegar, com energia (calor), na superfície
terrestre. Por isso, grave para sua prova:
A radiação pode ser propagada sem um meio material - como no vácuo - por ser emitida
em forma de ondas eletromagnéticas!
28
Além disso, Estrategista, um detalhe interessante que você deve ter percebido é a menção a
temperatura não nula para emissão de radiação. Será que um corpo a uma temperatura de 0 oC emite
radiação, já que sua temperatura é nula? ATENÇÃO!
Conforme já comentei, você precisa ter em mente a lógica do zero absoluto! Se aparecer em prova,
você precisa avaliar em qual escala a questão se refere. Lembra quando comentei sobre as escalas (Celsius,
Fahrenheit e Kelvin)? Então, se a temperatura for 0 Kelvin, de fato, não há emissão de radiação, pois é a
temperatura nula! Nada de confundir na prova, hein?
Logo, um corpo com uma temperatura de 0 oC ainda emite radiação, sim! Justamente, porque ele
não está no zero absoluto como na escala Kelvin! O que só aconteceria na escala Celsius se fosse -273 oC.
Antes de adentrarmos no estudo das fórmulas no que tange à radiação, vamos entender alguns
conceitos como os de corpo negro e corpo cinzento.
Estrategista, quando se tem um corpo "ideal" sob o ponto de vista da radiação, temos a classificação
denominada de corpo negro - uma classificação inerente ao grau de emissividade de radiação de um corpo,
sendo o corpo negro o grau mais alto possível no qual quase toda energia possível a ser emitida por
radiação é transferida por esse mecanismo.
9
INCROPERA, F.P.; DEWITT, D. O.; BERGMAN, T. L.; LAVINE, A.S. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Editora: LTC. Rio de Janeiro, 4ª edição, 2008.
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Além disso, o ele possui a capacidade de absorver toda a radiação que é emitida para ele por outros
corpos, pois absorve toda a energia que incide em sua superfície.
Por conta desses fatores, o corpo negro é um corpo hipotético e temos que, para ele, em um
ambiente aberto, sem envoltório em sua vizinhança, a taxa de transferência de calor é dada pela seguinte
relação:
𝒒𝒓 = 𝝈 ∙ 𝑨 ∙ 𝑻𝟒
Na qual:
Perceba, Coruja, que essa relação tem sentido para corpo negro e sem envoltório em sua vizinhança.
É como se fosse um corpo negro em um ambiente aberto, sem estar em troca com outro corpo.
𝒒𝒓𝒍 = 𝝈 ∙ 𝑨𝟏 ∙ (𝑻𝟏 𝟒 − 𝑻𝟐 𝟒 )
Na qual, temos:
Repare, Coruja, que agora temos a área a ser identificada como a área do corpo 1 (A1), pois ele é que
está sendo analisado quanto a sua emissão de calor por radiação.
30
Só para você saber, Coruja (vai que alguma questão aborde o tema), Stefan e Boltzmann
foram dois cientistas que contribuíram muito para o desenvolvimento da equação acima
e na determinação da constante por vários experimentos laboratoriais. ;).
Assim, como você pode perceber pela equação, a taxa líquida vai ser estabelecida pela diferença de
temperatura entre os corpos. Veja a figura abaixo para ilustra essa situação:
Nesse sentido, essa variação de temperatura será bem delimitada se os dois corpos forem cada um
corpo negro, já que suas taxas de emissão de radiação e absorção serão ideais sem influência de outros
fatores.
31
A emissão de radiação e absorção são conceitos que andam juntos, Estrategista. Dessa forma, se um
corpo tiver maior temperatura que outro, sua taxa de emissão é maior que sua taxa de absorção de radiação.
Dessa forma, como os dois são corpos negros, temos que somente a diferença de temperatura é o
suficiente para encontrarmos a taxa de transferência de calor líquida do corpo 1 (nesse caso).
Essas duas equações supracitadas, Coruja, satisfazem a lógica para exercícios que vão mencionar um
objeto com característica de corpo negro. Todavia, na realidade, os corpos não se comportam como eles,
sendo que a taxa de transferência de calor será impactada por um índice de emissividade (que varia de 0 a
1).
Assim, para corpos reais, por exemplo, teremos um taxa de transferência líquida de calor que será
uma fração menor daquela aplicada caso fosse um corpo negro.
Como veremos adiante, temos características relacionadas ao índice de emissividade para os corpos
cinzentos e para os corpos reais (que são corpos diferentes, com algumas propriedades similares).
A emissividade, Coruja, é definida como sendo a radiação total emitida dividida pela
radiação total que poderia ser emitida pelo corpo se caso ele fosse um corpo negro (na
mesma temperatura de análise, é claro).
Para esses corpos, a literatura e a academia utilizam o termo corpos cinzentos. A equação que vai
reger a relação para um corpo cinzento irá considerar o índice de emissividade. Dessa forma, Estrategista,
temos a seguinte equação:
𝒒𝒓𝒍 = 𝝐 ∙ 𝝈 ∙ 𝑨𝟏 ∙ (𝑻𝟏 𝟒 − 𝑻𝟐 𝟒 )
Na qual, além das outras variáveis já especificadas anteriormente, teremos o índice de emissividade
expresso por ϵ, adimensional, variando de 0 a 1, conforme o material. Aqui, vale mencionar a Lei de Kirchhoff
que relacionou a absorvidade e a emissividade de um corpo, concluindo que fortes emissores em dado
comprimento de onda (monocromática), são forte absorvedores de radiação também. De maneira análoga,
os corpos que são fracos absorvedores, também são fracos emissores.
32
Alguns renomados autores, como Keith, Manglik e Bohn (2016), citam o fator
emissividade com outras denominações. Na realidade, são fatores relacionados, por
exemplo, ao material e pode ter certeza que a questão lhe fornecerá, sendo o cálculo
para cada tipo pouco relevante para nosso estudo! Mas, saiba que existe!
Assim como para os mecanismos de convecção e condução, Estrategista, também teremos para a
radiação a analogia presente na literatura consagrada com sistemas elétricos, a fim de (como já vimos)
facilitar problemas que englobam mais de um tipo de mecanismo.
Nesse sentido, teremos uma fórmula para a condutância por radiação, expressada por:
𝝐 ∙ 𝝈 ∙ 𝑨𝟏 ∙ (𝑻𝟏 𝟒 − 𝑻𝟐 𝟒 ) 𝑲
𝒌𝒓 = ( );
(𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 ) 𝑾
(𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 ) 𝑲
𝑹𝒓 = 𝟒 𝟒
( );
𝝐 ∙ 𝝈 ∙ 𝑨𝟏 ∙ (𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 ) 𝑾
Estrategista, lembra quando eu mencionei no começo do nosso estudo que a radiação trasmite
energia (calor) por meio de ondas eletromagnética? Pois bem. Algumas propriedades específicas e
importantes para sua prova vão ter origem nas características ondulatórias.
Nesse sentido, Coruja, entender que a radiação vai também depender de alguns fatores inerentes ao
comprimento de onda, além da temperatura do corpo em análise. Lembra do ensino médio, Estrategista,
quando o professor de Física lecionando sobre ondulatória, apresentou a você as diferentes faixas de
comprimento de onda? É exatamente o mesmo princípio.
A depender dos valores de comprimento de onda teremos diferentes impactos nos problemas reais
no que tange a radiação. Um exemplo que posso citar para ilustrar é a radiação solar. O Sol emite radiação
com comprimentos de ondas menores que 3 μm (micrometros) com sua temperatura de cerca de 5800 K.
33
Nesse sentido, a radiação que adentra nossa camada de ozônico consegue atravessá-la e boa parte fica retida
por conta das diferenças no comprimento de onda.
Esse fenômeno gera o efeito estufa (famoso) e que nos permite viver na Terra. O mesmo raciocínio
ocorre com estufas de vidro que permite o raio solar adentrar nesses comprimentos, mas possui o vidro
opaco (não emissor) à radiação que é emitida dentro da estufa. Isso ocorre pelo mesmo princípio já que o
comprimento de onda eletromagnética do inteiror da estufa mudou.
Portanto, Estrategista, fica fácil entendermos o porquê do dióxido de carbono alterar a temperatura
da Terra, já que muda a composição da camada de ozônio e assim permite uma maior absorção da radiação
pela concentração desse gás em faixa de comprimento de onda específica. Com isso, aumenta a energia
(calor) e aumenta a temperatura da Terra. Pegou o "bizu"?
Veja a figura a seguir que mostra as principais faixas de comprimento de onda e as cores respectivas.
10
Perceba na figura acima que temos a radiação monocromática que consiste na quantidade de
radiação emitida para cada faixa de comprimento de onda. Pela figura, podemos perceber os tipos de ondas
emitidas para cada comprimento. Veja como as ondas de rádio e de energia elétrica são consideravelmente
maiores que as ondas de raios gamas, por exemplo.
Todo esse raciocínio, Coruja, vai acompanhar a propriedade que descrevi no começo da aula sobre o
comprimento de onda. O que você precisa levar para sua prova é que ele interfere diretamente na radiação
de um corpo.
Uma dúvida que pode surgir é quanto ao corpo negro. Em seus estudos, o cientista Max Planck
desenvolveu a Lei dos Corpos Negros, na qual permitia analisar a emissão espectral de radiação em função
do comprimento de onda, por tempo e área desse corpo.
Já para corpos cinzentos, Coruja, a direção da radiação também será importante! Isso porque sua
forma física e geometria também vão impactar na emissão de radiação! Em corpos cinzas, o índice de
emissividade (vimos ele anteriormente) será sempre menor que 1, e será uma fração constante da
emissividade de um corpo negro (que é ideal).
Para os corpos reais, Estrategista, o que eu quero que você tenha em mente é que além da radiação
variar conforme a direção, a fração (índice de emissividade) da radiação não será constante e irá oscilar de
acordo com o comprimento de onda. Para nossa prova, Coruja, é isso que você precisa saber!
Coruja, lembre-se: corpos cizentos NÃO são corpos reais! Se a questão afirmar que são
iguais, pode marcar como errado! ;)
35
Temperatura Temperatura
Direção
Além desses fatores, Coruja, por conta dessa natureza do mecanismo de radiação, surge o famoso
Fator Forma que a literatura específica11 costuma definir.
Esse fator nada mais é que uma fração da radiação que deixa a superfície de um corpo (a uma dada
área específica) e atinge a superfíceie de outro corpo (a uma dada área específica). Por conta dessa relação,
esse fator é adimensional e representa para gente que a quantidade de energia trasnferida por radiação
também é impactada pela forma dos corpos que estão trocando essa energia.
Um aspecto interessante sobre o fator de forma é que, a depender do formato da superfície emissora
de radiação, parte da radiação pode ser absorvida por ela mesma. Dessa forma, como os feixes de radiação
(luz) viajam no espaço e, admitindo-se que nenhuma interferência eletromagnética esteja presente, em linha
reta, é fácil visualizar que superfícies planas e convexas em relação a emissão, possui fator de forma = 0
para elas mesmas. Ao passo que para formatos côncavos, o fato de forma é diferente de 0. Veja a figura a
seguir:
11
Çengel, Y. A.; Ghajar, A.J.; Kanöglu, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012.
36
12
Um desses tipos de problemas que é muito comum é o de paredes planas em contato. Nessa lógica,
surge a necessidade de se estabelecer a analogia para sistemas elétricos que vimos anteriormente. Além
disso, percebe-se que entre as paredes teremos diferentes mecanismos: por conta da rugosidade da
superfície, surge ar (fluido) entre elas, ensejando, no cálculo para um regime permanente, o mecanismo de
convecção, além do de condução das próprias paredes.
12
Adaptado de Çengel, Y. A.; Ghajar, A.J.; Kanöglu, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012.
37
A esse mecanismo de convecção é dado o nome de resitência de contato térmica, por conta da falta
de ajuste entre duas superfícies. Um exemplo prático é o chip do processador do computador e o dissipador
de calor acoplado a ele. Por conta da rugosidade, surge essa resistência e para eliminá-la, é necessário a
aplicação de pasta térmica.
13
Estrategista, na tabela14 abaixo eu trouxe alguns valores de resistência de convecção para alguns
fluidos em situações parecidas com as que descrevi e a ilustrada pela figura, para rugosiades na faixa de 10
μm e pressão de contato de cerca de 105 N/m2. Veja:
Perceba, Coruja, que nessa situação ilustrada, assim como em sistema combinados com uma parede
que divide dois ambientes (típica situação colocada em questões de prova), teremos a resistência
equivalente global expressa pela seguinte equação:
∆𝑻 (𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 )
𝒒 = = ;
𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + 𝑹𝟑
13
Adaptado de KREITH, F.; MANGLIK, R.M.; BOHN, M.S. Princípios de Transferência de Calor. Editora: Cengage Learning, 7 a edição, São Paulo. 2016.
14
Adaptado de KREITH, F.; MANGLIK, R.M.; BOHN, M.S. Princípios de Transferência de Calor. Editora: Cengage Learning, 7a edição, São Paulo. 2016.
38
Em uma situação na qual temos um ambiente "A" (que troca calor com uma parede de superfícies de
área X m2 e com uma espessura "L" conhecida) e um ambiente "B" do outro lado da parede, temos a seguinte
equação que provém da equação acima:
∆𝑻 (𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 ) (𝑻𝑨 − 𝑻𝒃 )
𝒒 = = = ;
𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑹𝟏 + 𝑹 𝟐 + 𝑹𝟑 𝟏 𝑬 𝟏
+ +
𝒉𝒂. 𝑨 𝒌. 𝑨 𝒉𝒃. 𝑨
Veja, Estrategista, que essa equação engloba a resistência térmica por convecção e condução na
transferência de calor como vimos em cada mecanismos pela analogia com sistemas elétricos. Vamos fazer
uma questão indédita a seguir, a fim de ilustrar essa situação descrita.
(Questão inédita)
Considere que duas placas de alumínio cuja condutividade térmica (k) é igual a 240 (W/m.K) e cada uma com
1 cm de espessura, possui, admitindo uma rugosidade de 10 μm e pressão de contato de cerca de 105 N/m2,
ar entre a interface de suas superfícies. As temperaturas externas são 390 oC e 400oC.
Desse modo, qual seria a taxa de fluxo de calor por unidade de área que irá atravessar a parede descrita?
a) 2,79.104 W/m2.K.
b) 4,60.104 W/m2.K.
c) 8,25.104 W/m2.K.
d) 2,79.103 W/m2.K.
e) 3,40.104 W/m2.K.
Comentário:
Perceba, Estrategista, que teremos a mesma lógica descrita na figura acima, certo? Ou seja, temos uma
diferença de temperatura entre as superfícies externas das placas, bem como suas resistências térmicas
expressas analogamente a resistência elétricas, tanto para condução de calor de uma placa, quanto para
convecção entre elas e, novamente, para condução da segunda placa.
Assim, temos para nossa resolução:
∆𝑻 (𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 )
𝒒 = =
𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + 𝑹𝟑
39
Sendo que R1 e T1 são as resistências térmicas da superfície externa da placa 1 e R3 e T3 para a placa 2. A
resistência R2 será a resitência térmica para a convecção que irá ocorrer na interface com valor fornecido na
tabela cima mencionada (para o ar, Rar = 2,75 .10-4 m2.K/W).
Como a espessura da parede vale 1 cm, temos que a espessura (l) é 0,01 m. Assim, temos:
Gabarito: "d".
Outro tipo comumente empregado em problemas são as aletas. Sem adentrar aos cáclulos
diferenciais que fazem parte do seu estudo, pois foge do escopo das provas de concurso gerais, é importante
você conhecer para que elas servem.
Nesse sentido, as aletas vão proporcionar dos tipos de mecanimos de transferência de calor
(convecção e condução), principalmente. Dessa forma, em um dissipador de computador ligado ao
processador (uma das peças que mais gera calor no sistema), teremos a transferência de calor por condução,
através do contato do dissipador com o chip do processador (facilitado pela pasta térmica que vai ajudar na
amenização da rugosidade entre as superfícies).
Além desse processo, com a ampliação da área de troca proporcionada pelas aletas, conforme a
figura abaixo, teremos a transferência de calor por convecção, sendo, nesse exemplo, uma convecção
forçada na qual atua o ventilador (cooller), ajudando na dissipação desse calor e amenizando a temperatura
do microprocessador.
15
Além dessa lógica exemplificada, outro conceito que já apareceu em prova, Coruja, é sobre o raio
crítico de isolamento. Este conceito está intimamente relacionado com de espessura crítica.
Em sistemas combinados de troca de calor, Estrategista, nos quais temos dois mecanismos (como
condução e a convecção, nessa situação problema) há uma relação clara entre a condutividade térmica e o
coeficiente de transferência de calor por convecção.
Nesse sentido, temos que a diferença entre o raio externo e o raio interno (mesma lógica para
sistemas de tubos isolados), será a espessura da parede de troca de calor. Nessa parede, teremos os dois
mecanismos: condução (interna pela parede do tubo) e convecção (superfície do tubo externa com o meio).
Assim, com a mesma lógica para se estipular a espessura crítica de isolamento, a raio externo de um
tubo para uma taxa máxima de transferência de calor é dada pela seguinte relação:
𝒌
𝒓𝒆 = ;
𝒉
Onde:
• re: o raio externo, representado em metros (m), sendo ele o nosso raio máximo que representa
a taxa máxima de transferência pela maior superfície de contato com o fluido.
Assim, Estrategista, temos um raio externo que é também um raio crítico, no qual vai representar a
medida pela qual a resistência térmica global (resistência térmica por convecção e por condução) será
mínima e a taxa global de transferência máxima.
É como se por um lado, Coruja, tivermos um raio externo maior de um fio e, assim, uma espessura
desse fio também maior fazendo com que a condução seja menor. Oras, claro, já que temos mais "material"
para o calor atravessar.
41
Todavia, a área superficial desse fio será maior também por conta do raio externo maior o que gera
maior "contato" com o fluido externo e maior troca por convecção. Como a convecção se sobrepõe à
condução, porque seu coeficiente "rouba" mais calor, temos que ela compensa essa espessura maior. Pegou
o "bizu", Coruja?
Para finalizar, Coruja, um tipo de transferência de calor que pode ser explorada na sua prova e
alinhada com o conceito de raio crítico é aquela através de um tubo. Esse tipo de transferência também pode
ser modelada como permanente (estacionária) e unidimensional. A direção, nesse caso, é a radial (considera
o raio do tubo). Como a situação é permanente, o fluxo de calor que atravessa o tubo é igual ao fluxo fora
dele. Assim, considerando o tubo a seguir, temos a Lei de Fourier aplicada para uma área A = 2.π.r.L, na qual
o "r" é o raio que vai depender da posição do tubo e "L" é o seu comprimento. Logo a área "A" será variável,
pois ela depende do raio.
Para essa situação, Estrategista, feita a integração da Lei de Fourier, temos a seguinte expressão para
o fluxo de calor que passa por um tubo como da figura:
𝟐. 𝝅. 𝑳. 𝒌. (𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 )
𝒒̇ = 𝒓 ;
𝒍𝒏. (𝒓𝟐 )
𝟏
Dessa expressão, Coruja, podemos tirar a resistência "R" do cilindro como na analogia dos sistemas
elétricos que já vimos. Assim, temos:
(𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 )
𝒒̇ = ;
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐
𝒓
𝒍𝒏. (𝒓𝟐 )
𝟏
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 =
𝟐. 𝝅. 𝑳. 𝒌
42
TROCADORES DE CALOR
Estrategista, basicamente, de acordo com a doutrina majoritária16, trocadores de calor podem ser
entendidos como dispositivos (equipamentos) utilizados em processos industriais com o intuito de
proporcionar a troca de calor (energia) entre dois fluidos (iguais ou diferentes) que se encontram em
diferentes temperaturas.
Em diferentes tipos de processos eles podem ser utilizados, indo desde sistemas de aquecimento e
condicionamento de ar - seja na indústria, seja em ambientes domésticos.
Como veremos, os trocadores de calor são equipamentos que separam os dois fluidos de troca e, por
conta disso, teremos a transferência de calor sendo aplicada por mecanismos de convecção (entre fluidos e
as paredes do dispositivo) e condução (através da parede).
O que é importante para sua prova, Coruja, é você conhecer os principais tipos de trocadores de
calor, a fórmula do coeficiente global e os métodos de análise.
No âmbito dos métodos de análise veremos o método do balanço de energia para regimes
estacionários e processos contínuos, a Diferença de Temperatura Média Logarítmica - do inglês, Log Mean
Temperature Difference (LMTD) e o método da Efetividade-NTU.
Coruja, antes de começarmos, preste atenção, pois tem "cheiro" de prova ser cobrado
esse detalhe: os trocadores de calor são equipamentos que não permitem a mistura dos
fluidos envolvidos! Isso é diferente da classificação de sem mistura e com mistura que
tem a ver com o escoamento dos fluidos dentro do equipamento! Veremos a seguir. ;)
16
ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A.J.; KANÖGLU, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012 e INCROPERA, F.P.; DEWITT, D. O.; BERGMAN, T.L; LAVINE,
A.S. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Editora: LTC. Rio de Janeiro, 6ª edição, 2008.;
43
Basicamente, Coruja, os tipos de trocadores são classificados tanto quanto a sua configuração de
escoamento quanto ao tipo de construção do equipamento. De maneira geral e de acordo com a doutrina,
temos três tipos de trocadores e, cada um deles, com alguns tipos de escoamento:
• Trocador de Tubo Duplo: é considerado um dos tipos mais simples de trocador de calor. Nesse
tipo, um fluido no trocador de calor passa pelo tubo e outro fluido passa pelo espaço anular que
existe entre os dois tubos. Além disso, o movimento dos fluidos podem ser em paralelo (quando
eles fluem juntos para a mesma direção) ou contracorrente (quando fluem para direções
opostos). Veja a figura a seguir para ilustrar as duas situações desses dois tipos:
17
• Trocador Compacto: esse tipo é comumente projetado a fim de permitir a geração de uma
enorme superfície de transferência de calor por unidade de volume, muito por conta de
limitações de peso e volume no projeto onde ele será instalado. Normalmente, calcula-se a
densidade de área (ẞ) a fim de classificar um trocador de calor nesse tipo (normalmente, quando
ẞ > 700 m2/m3 - estranho, né? Metro ao quadrado por metro cúbico, mas no S.I. é assim, mesmo,
Coruja!). Ou seja, acima desses valores são considerados trocados compactos. Um exemplo
prático desse tipo é o nosso bom e velho radiador automotivo. Além disso, o escoamento entre
os fluidos é perpendicular e recebe o nome de "escoamento cruzado", podendo ser com mistura
ou sem mistura.
No subtipo sem mistura, basicamente ele possui aletas que guiam o fluxo de um fluido sempre
na direção perpendicularmente ao outro fluido (que flui dentro do tubo). No subtipo com mistura,
não temos as aletas e, assim, o escoamento pode ser paralelo entre os fluidos. Veja as figuras18 a
seguir;
17
Adaptado de ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A.J.; KANÖGLU, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012.
18
Adaptado de KREITH, F.; MANGLIK, R.M.; BOHN, M.S. Princípios de Transferência de Calor. Editora: Cengage Learning, 7 a edição, São Paulo. 2016.
44
• Trocador de Casco e Tubos: esse tipo, Coruja, é um dos mais comuns em instalações industriais
(memorize esse detalhe dele, ok?). Seu conceito é bem simples (e parecido com os demais).
Temos os tubos nos quais escoará um fluido, ao passo que no casco (envoltório do equipamento
que envolve os tubos) escoará o outro fluido. Além disso, é comum o emprego de chicanas no
45
casco a fim de induzir e forçar o fluido que está no lado do casco escoar por ele e aumentar a
transferência de calor. Por conta da sua estrutura grande e elevado peso, não são muito utilizados
em aplicações automotivas e aeronáuticas, como nos ensina a literatura específica19. Veja uma
figura genérica de um tipo de trocado de Casco e Tubos:
==2289dc==
20
Além dessas características, memorize, Estrategista, que eles possuem ainda uma classificação
quanto ao número de passes dos fluidos (dos tubos e do casco). Assim, o tipo mais simples, terá um passe
no casco e dois passes nos tubos, outros tipos terão dois passes no casco e quatro passes nos tubos. Veja um
exemplo desse tipo abaixo:
19
ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A.J.; KANÖGLU, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012.
20
Adaptado de INCROPERA, F.P.; DEWITT, D. O.; BERGMAN, T.L; LAVINE, A.S. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Editora: LTC. Rio de Janeiro, 6ª edição, 2008.
46
21
Perceba pela figura, Coruja, que nos tubos internos, teremos 4 passes do fluido que escoa no interior
deles. Ao mesmo tempo, temos 2 passes nos cascos que estão envolta da cada par de tubo.
Estrategista, como você deve ter percebido, qualquer obstáculo ao fluxo de um fluido dentro dos
tubos de um trocador, pode impactar negativamente a transferência de calor do equipamento, certo? Oras,
é claro que um trocador novinho, sem uso, tem um taxa de transferência diferente de um usado, mais
velhinho. E sabe o porquê? Porque conforme se usa, certos materias (sujeiras, óxidos, etc) começam a gerar
incrustações que vão se aglomerando nas paredes desses tubos.
A doutrina especializada menciona o tal Fator de Incrustação! Esse fator representa uma resistência
adicional à troca de calor por conta de uma camada de depósitos que se acumulam na superfície dos tubos
do trocador e geram essas incrustações que representam mais uma resistência térmica. Esse fator depende
tanto da temperatura quanto da velocidade dos fluidos e o tempo de serviço. Admite-se que a incrustação
tende a aumentar conforme se aumenta a temperatura e diminui a velocidade do fluido.
Por conta dessa camada de material a mais dentro dos tubos, as incrustações impactam
negativamente na condutividade térmica, pois uma espessura a mais de material tem que ser "vencida" para
a troca de calor acontecer. Pegou o "bizu", Coruja?
Estrategista, sobre os principais tipos de trocadores era isso que você precisa entender e gravar para
sua prova. Agora, veremos algumas fórmulas importantes para o cálculo do coeficiente global de
transferência de calor, vazão mássica e análises de escolhas de trocadores. Avante, Coruja!
21
Adaptado de INCROPERA, F.P.; DEWITT, D. O.; BERGMAN, T.L; LAVINE, A.S. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Editora: LTC. Rio de Janeiro, 6ª edição, 2008.
47
Oras, Estrategista, como você já deve estar imaginando, teremos alguns mecanismos de transferência
de calor que irão se manifestar nos trocadores de calor. Como os trocadores envolvem, normalmente, dois
escoamentos de fluidos separados pelas paredes de um tubo, teremos: convecção (entre o fluido de dentro
do tubo com sua parede) - condução (através da parede do tubo) - convecção (da parede do tubo com o
fluido que escoa pelo lado externo ao tubo).
Normalmente, a radiação acaba sendo englobada no cálculo da transferência de calor por convecção
e não aparece para a análise e, muito menos, nas provas de concurso. Assim, basicamente, como temos uma
geometria circular na seção do tubo, temos a relação entre a espessura da parede e das áreas para as trocas
de calor por convecção relacionadas ao raio desse tubo.
Nesse sentido, temos a resistência global expressa da seguinte forma em termos de resistência
térmicas parciais (lembra da analogia que vimos em cada mecanismo?) e sem considerações de
incrustações, impurezas (que prejudicam a troca) e aletas:
Perceba que nessa fórmula temos cada "R" representando a resistência térmica em termos de cada
mecanismo. Assim, temos que o De = diâmetro externo do tubo e Di = diâmetro interno, h1= coeficiente de
convecção do fluido interno ao tubo, k = condutividade térmica, h2 = coeficiente de convecção do fluido
externo ao tubo, Ae = área da superfície externa do tubo e A1 = área da superfície interna do tubo.
Oras, mas e qual a relação com o coeficiente global de transferência? Total, Coruja! Normalmente,
ele é expresso em termos de fluxo de calor total. O fluxo total pode ser colocado em equação da seguinte
forma:
𝑸̇ = 𝑼. 𝑨. (Tquente - Tfria);
𝟏 𝟏 𝟏
= =
𝑼. 𝑨 𝑼𝒊 . 𝑨𝒊 𝑼𝒆 . 𝑨𝒆
Perceba que os coeficientes globais são igualados por conta do fluxo de calor, mas coloquei dois, pois
temos duas áreas diferentes - a área interna (Ai) do tubo é diferente da área externa (Ae). Claro! Os raios são
diferentes! Pegou o "bizu"? Por fim, o que você precisa entender é que a relação entre o coeficiente global
e a resistência térmica total é dada por:
48
Estrategista, para fecharmos esse assunto sobre trocadores, precisamos estudar alguns métodos de
análise de troca de energia (calor) em trocadores. Esse tipo de análise é muito importante na prática da
engenharia, pois o engenheiro necessita identificar entre vários tipos de trocadores, aquele que irá atingir a
mudança de temperatura no escoamento da vazão mássica específica ou ainda identificar qual deles trará
melhor benefício de mudança de temperatura (saída de temperaturas dos fluidos) para determinada
situação.
Dessa forma, antes de vermos os dois métodos (LMTD e NUT), convém sabermos sobre a equação de
vazão de massa. Oras, trocadores de calor, na grande maioria das situações (e são elas as cobradas em prova,
Coruja) funcionam por grandes períodos de tempo sem qualquer alteração nas condições desse
funcionamento.
Nessa seara, Estrategista, pode-se relacionar o seu funcionamento com um regime permanente, no
qual a vazão mássica de cada fluido se mantém constante, além de outras propriedades do fluido como
temperatura e velocidade na entrada e saída no equipamento. Além disso, o calor específico do fluido
também pode ser considerado constante sem muita alteração na análise.
Dessa forma, conforme se estuda em termodinâmica, tais idealizações se enquadram na sua primeira
lei e, de acordo com ela, a taxa de transferência de calor do fluido quente será igual à taxa de transferência
de calor para o fluido frio. Assim, temos as seguintes expressões que serão usadas para diversos problemas
na sua prova:
𝐐̇ = 𝐦𝐪
̇ . 𝐜𝐪. (𝐓𝐪𝐞𝐧𝐭 − 𝐓𝐪𝐬𝐚𝐢);
Nas quais:
Antes de vermos os dois métodos e fecharmos a parte teórica da aula de hoje, saiba que temos dois
casos especiais de análise para os condensadores e evaporadores (que são tipos de trocadores de calor).
Oras, nesses equipamentos um dos fluidos irá mudar de fase e, para essa situação, um fluido comum libera
ou absorve muita energia (calor) e para substâncias puras a variação de temperatura é nula (∆T = 0), pois
temos um patamar de mudança de temperatura no gráfico mudança de estado físico (famosa escadinha que
vemos no Ensino Médio).
Nesse cenário, como a taxa de calor (𝑄̇ ) tem valor finito, o produto 𝐦̇. 𝐜 do fluido (que recebe o nome
de capacidade térmica) tende ao infinito. Conclusão: quando um fluido está condensando ou fervendo
admite-se que esse fluido tenha uma taxa de capacidade térmica infinita. (Guarde essa informação para sua
prova, Estrategista! Questão conceitual pode vir a aparecer sobre isso!)
Coruja, veremos, agora, os dois métodos de análise de trocadores, partindo desses princípios de vazão
mássica que vimos. Avante!
Estrategista, antes de vermos as duas fórmulas que você precisará guardar referente aos dois tipos
de escoamento que veremos (paralelo e contracorrente), saiba que a taxa de transferência de calor pode
ser obtida, também, de forma análoga à "lei" de Newton de resfriamento, além da vazão mássica. Dessa
forma, teremos na equação o uso do coeficiente global de transferência de calor (U) que vimos
anteriormente, a área de transferência de calor (A), bem como a diferença média de temperatura (∆Tm):
𝐐̇ = 𝑼. 𝐀. ∆𝑻𝒎
E é aqui que entra o famigerado método, Coruja, pois a forma correta de se calcular a variação média
das temperaturas é pela utilização das ferramentas logarítmicas, por conta de o decaimento de temperatura
ser exponencial. Por isso, o método traz a real diferença de temperatura média entre os fluidos quente e
frio.
Esse método, Estrategista, também denominado de Log Mean Temperature Difference - LMTD, do
inglês, consiste na determinação da diferença entre as variações de temperaturas dos dois fluidos na entrada
e na saída dos trocadores de calor. A expressão deduzida (somente ela que você precisa saber para sua
prova) para o escoamento paralelo (no qual ambos os fluidos - quente e frio - entram e saem pelas mesmas
extremidades) é dada por:
50
∆𝑻𝟏 − ∆𝑻𝟐
∆𝑻𝒍𝒎 = ;
∆𝑻
𝐥𝐧 (∆𝑻𝟏 )
𝟐
Na qual:
"Blz, professor! Manjei! Mas... e quando o escoamento é contracorrente?" Que isso, Coruja, assim
você até emociona o "pai" aqui (rs). Bela pergunta! No escoamento contracorrente, Estrategista, teremos a
mudança nas temperaturas de entrada e de saída do trocador! Isso ocorre porque nesse tipo de escoamento,
os fluidos não entram mais juntos na mesma entrada e nem saem mais juntos na mesma saída! Assim,
temos:
∆𝑻𝟏 − ∆𝑻𝟐
∆𝑻𝒎 =
∆𝑻
𝑳𝒏 (∆𝑻𝟏 )
𝟐
Na qual:
Coruja, guarde porque tem "cheiro" de prova: sempre a diferença de temperatura média
logarítmica de um trocador de calor contracorrente será maior que de um paralelo! Por
isso, é prática comum utilizar o tipo contracorrente, pois necessita de menor área (e,
espaço), impactando em menor custo do equipamento, para uma dada taxa de
transferência igual a um em paralelo! ;).
Estrategista, o método da Efetividade - NUT surge justamente para situações nas quais o método
LMTD torna-se muito trabalhoso. Oras, o LMTD é de fácil aplicação quando temos as temperaturas de
entrada e de saída dos fluidos quente e frio, ou quando é possível encontrá-las pela equação de balanço de
energia (vazão mássica) que vimos.
51
Assim, uma vez conhecida a diferença das temperaturas médias logarítmicas (∆𝑻𝒎), as vazões
mássicas e o coeficiente global de transferência de calor, achar a área de transferência de calor do trocador
a ser escolhido é fácil pela "lei" de resfriamento de Newton.
Nesse cenário, Coruja, pelo método da LMTD o trabalho é muito dispendioso e aí é que entra o
método da Efetividade - NUT. De acordo com a doutrina, esse método é baseado em um parâmetro
adimensional denominado de Efetividade de Transferência de Calor (𝜺) dado por:
Essa relação, Estrategista, engloba a taxa de transferência de calor que é real e facilmente encontrada
pelo balanço de energia (vazão mássica) que vimos, seja no fluido quente, seja no fluido frio. Assim:
Show! Para achar a taxa de transferência de calor máxima (denominador da nossa fórmula),
primeiramente devemos encontrar a diferença de temperatura máxima do trocador que será a diferença
de temperaturas de entrada dos fluidos quente e frio!
Oras, óbvio, né, Coruja? Pensa comigo: a maior temperatura do sistema é a do fluido quente na sua
entrada (ele sofrerá resfriamento e atingirá menor temperatura na saída). Por outro lado, a menor
temperatura do sistema é a do fluido frio na sua entrada (receberá energia do fluido quente e sairá com uma
temperatura maior). Assim, temos:
Agora, basta pensarmos: quando a transferência de calor de um trocador atinge um valor máximo?
Oras, ou quando o fluido frio é aquecido até a temperatura de entrada do fluido quente (máxima
temperatura atingida) ou quando o fluido quente é resfriado até a temperatura de entrada do fluido frio
(mínima temperatura atingida).
52
Claro que ambas as situações só podem ocorrer simultaneamente se os fluidos tiverem a mesma
capacidade térmica (produto C = 𝐦̇ 𝐜). Porém, nem sempre isso é possível e, para fluidos com capacidades
térmicas diferentes, o fluido que possui a menor capacidade térmica (Cmin) será aquele que irá sofrer uma
mudança de temperatura maior!
Assim, esse fluido com maior mudança de temperatura será o primeiro a atingir a temperatura
máxima, na qual a transferência de calor será máxima e irá cessar. Logo, essa taxa de transferência máxima
poder ser obtida por:
Onde Cmin será a menor capacidade térmica entre os fluidos quente e frio que fazem parte do sistema
do trocador de calor!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estrategista, a nossa aula chegou ao fim. Vamos fazer algumas questões, agora, a fim de fixarmos o
conteúdo da aula de hoje! Bora lá! Foco no sucesso e na aprovação, hein!? Lembre-se, dica de mestre:
resolva as questões comentadas amanhã! Foco na sua revisão de 24 horas. :)
Trouxe vários exercícios de diversas bancas renomadas. Dessa forma, você arrebentará na sua
prova!
Aproveito para deixar, novamente, minhas redes sociais! Possuo uma conta no Instagram® na qual
compartilho questões comentadas sobre diferentes assuntos e temas de Engenharia Mecânica de tempos
em tempos.
Além disso, possuo um canal no Telegram®! Por meio desse canal, eu compartilho outros tipos de
informações pertinentes para você como dicas de estudos, esquemas e mapas mentais de matérias e
oportunidades de concurso em Engenharia Mecânica.
prof.canelas; t.me/profcanelas
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QUESTÕES COMENTADAS
Marinha
Um tubo cujo diâmetro externo mede 50mm é mantido a 200°C. Recobrindo o tubo existe um
revestimento cuja espessura vale 75mm. A temperatura do exterior do revestimento é a mesma do ar
circundante. Sabe-se que a potência térmica transferida para um trecho de tubo com comprimento igual
a 1 metro é igual a 60xW. Para temperatura do ar circundante igual a 40°C, pede-se:
a) o nome da propriedade do material que permite verificar seu desempenho como isolante térmico e
qual a unidade dessa propriedade no sistema internacional de unidades; e (4 pontos)
Comentário:
Oras, tranquilidade, Coruja! Questão nos cobra o conhecimento básico sobre a condução de calor em um
tubo dentro do regime permanente. Vejamos cada alternativa:
a) Veja que ele quer saber qual a propriedade intrínseca e específica de cada material que permite
verificar se ele é mais isolante quando ela é de baixo valor ou altamente condutor quando de elevado
valor. Claro, estamos falando da condutividade térmica! Vimos que ela é expressa em termos de calor
(energia) por metro Kelvin ou oC, no sistema internacional de unidades. Assim, as unidades são:
W/m.K ou W/m.oC;
b) Vimos que a fórmula para tubos considera a sua área lateral (que facilita a condutividade) multiplicada
pela variação de temperatura interna e externa, dividido pelo logaritmo neperiado da razão do raio
externo e o raio interno do tubo, dividido pelo nosso "k" da condutividade térmica:
56
𝟐. 𝝅. 𝒍. 𝒌. (𝑻𝒊 − 𝑻𝒆)
𝒒= 𝒓𝒆 ;
𝐥𝐧( 𝒓𝒊 )
Oras, se o diâmetro do tubo é de 50mm, o seu raio (nesse caso interno) é de 25mm. Coisa linda! Ainda,
temos um revestimento de mais 75mm cobrindo esse tudo. Logo, o raio externo é a soma do raio interno
mais os 75mm de espessura de material de revestimento. Logo, substituindo os valores na expressão,
temos:
𝟐.𝝅.𝟏.𝒌.(𝟏𝟔𝟎) 𝟔𝟎.𝟏,𝟒
𝟔𝟎𝝅 = = 𝒌= = 𝟎, 𝟐𝟔𝟐𝟓 W/moC.
𝐥𝐧 (𝟒) 𝟐.𝟏𝟔𝟎
EAOEAR
Quando se trata de processos que necessitam de arrefecimento, os trocadores de calor são utilizados com
frequência na engenharia. Um exemplo são os sistemas de refrigeração, no qual os trocadores de calor
são utilizados para o resfriamento do fluido refrigerante, além de serem utilizados para a refrigeração do
ar ambiente, deixando o recinto a uma temperatura baixa. Com relação aos trocadores de calor, é correto
afirmar que.
a) para as mesmas temperaturas de entrada e de saída, a área superficial necessária para transferir um
calor determinado é menor para um trocador de calor paralelo do que um trocador de calor
contracorrente.
c) deve ser realizada a limpeza periódica nas superfícies dos trocadores de calor para retirar as impurezas
que incrustam nas paredes. Essas incrustações são responsáveis por aumentar a resistência à
transferência de calor por causar, principalmente, distúrbios no escoamento, diminuindo, dessa forma, o
coeficiente convectivo associado ao escoamento.
d) quando se utiliza serpentinas helicoidais como trocadores de calor, a transferência de calor intensifica
devido à indução de um escoamento secundário causada por forças centrífugas no fluido, tornando o
coeficiente convectivo maior nesse tipo de aplicação.
Comentário:
57
Olha aí! Questão interessante sobre vários aspectos dos nossos trocadores de calor! Vejamos cada
alternativa:
Letra "a": errada! É justamente o inverso, Coruja! Oras, sabemos que os trocadores de calor
contracorrente possuem uma diferença de temperatura média logarítmica maior que o paralelo. Logo,
pela equação do fluxo de calor e coeficiente global de transferência de calor (U), temos que a área "A"
pode ser menor para o mesmo fluxo de calor, já que são grandezas diretamente proporcionais 𝐐̇ =
𝑼. 𝐀. ∆𝑻𝒎 ;
Letra "b": errada! A alternativa começa bem, mencionando a efetividade de trocadores de calor (como
vimos nos método de Efetividade - NUT), na qual temos a relação/razão entre a troca real e a troca
máxima de calor possível. Todavia, no final ela erra, pois na verdade a transferência máxima de calor (e
ideal, é claro) ocorre quando o fluido quente transfere toda energia (calor) para o fluido frio. Nessa
situação, a temperatura máxima que o fluido frio pode atingir é a temperatura de entrada (não de saída)
do fluido quente. Oras, óbvio: o fluido com maior temperatura que entra no trocador é o fluido quente e
exatamente quando ele entra, onde ainda não se tem nenhuma troca de calor sendo efetuada;
Letra "c": errada! A alternativa menciona uma característica errada do Fator de Incrustação! De fato,
como vimos, esse fator representa uma resistência adicional à troca de calor por conta de uma camada
de depósitos (sujeira, óxidos, etc) que se acumula na superfície dos tubos do trocador e gera incrustações
que representam verdadeira resistência térmica. Dessa forma, a alternativa está perfeita e começa
caracterizando o problema de maneira correta! Todavia, ela erra ao afirmar que esse fator diminui o
coeficiente conectivo, pois a resistência térmica gerada pelas incrustações está associada ao coeficiente
de condutividade térmica, representando um aumento de espessura de material no tubo e se
comportando com uma barreira à transferência de calor (tem mais material dentro do tubo para o calor
atravessar);
Letra "d": certa! Apesar de ser um ponto raro de aparecer, a banca traz uma informação correta sobre o
uso das serpentinas em formato helicoidal. Oras, por conta da geometria descrita, Coruja, aumenta-se o
ângulo e o número de curvas que o fluido terá que fazer durante o seu escoamento pela serpentina,
seguindo o trajeto helicoidal dela. Dessa forma, surge uma força centrífuga (aparente e inercial) que
tende a jogar o fluido contra as paredes da serpentina conforme as curvas são percorridas por ele. Por
conta disso, o coeficiente convectivo aumenta, já que temos uma advecção (movimento macroscópico
do fluido) em relação a superfície da serpentina maior e que amplifica a troca por convecção (condução
+ advecção) nesse tipo de trocador de calor.
Gabarito: "d".
58
É importante entender os mecanismos físicos presentes nos diferentes modos da transferência de calor
para utilizar as equações das taxas de transferência de calor, de forma a quantificar a energia sendo
transferida por unidade de tempo. Associe as duas colunas relacionando os temas com seus respectivos
conceitos.
a) 1 – 2 – 3
b) 3 – 1 – 2
c) 2 – 1 – 3
d) 2 – 3 – 1.
Comentário:
Opa! Questão super tranquila, Coruja! Ela nos cobra a definição de cada mecanismo de transferência de
calor que vimos: condução, convecção e radiação. Vejamos cada assertiva de cima para baixo:
2 - a descrição se refere claramente ao mecanismo de convecção! Lembre-se que nele temos a condução
(transferência pelo movimento molecular - difusão) quanto o movimento macroscópico do fluido em
sua vizinhança (advecção);
1 - "sem tirar e nem por", Estrategista! Temos a condução! Esse mecanismo precisa de um meio material
para a transferência de energia (calor) entre as partículas (nível molecular e atômico) que compõem cada
material específico;
3 - lembre-se que a radiação (além de ser um mecanismo que não precisa de meio para se propagar
devido a sua natureza de onda eletromagnética), ela corresponde a energia que toda matéria emite desde
que não possua temperatura nula (ou -273oC ou 0 K);
Gabarito: "c".
59
Observe e analise a figura abaixo de uma parede que possui tijolos refratários com espessura igual a L e
condutividade térmica de k.
Considerando o regime estacionário, a taxa de calor perdida através de uma parece com C de
comprimento por A de altura é
Comentário:
Mais uma questão super fácil, Coruja! Basicamente, temos somente a aplicação da nossa Equação de
Fourier para o regime estacionário (permanente). Assim:
𝒅𝑻
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙ ;
𝒅𝒙
(𝑻𝟐 − 𝑻𝟏)
𝒒𝒙 = 𝒌 ∙ 𝑨. 𝑪 ∙ ;
𝑳
60
Veja que, a rigor, faltou o sinal de subtração na fórmula da alternativa, pois a questão considera a
temperatura final T2 e inicial T1 para o cálculo do gradiente de temperatura. Como T2 < T1, temos um
resultado negativo. Assim, caberia o sinal de "menos" para indicar esse detalhe. Todavia, a alternativa
menos errada é a letra "b".
Gabarito: "b".
Cesgranrio
Uma porta separa um forno aquecido do ar ambiente. A porta consiste em um material que suporta altas
temperaturas e possui condutividade térmica k = 0,05 W/m.K. Durante o processo de transferência de
calor permanente, a temperatura da superfície interna da porta é de 300 °C, e a temperatura do ar
ambiente T∞ é de 25 °C, sendo o coeficiente de convecção exterior ao forno h = 25 W/m2.K.
Qual é a espessura da porta, em metros, para garantir que a temperatura da superfície externa da porta
seja de 50 °C?
a) 0,0002.
b) 0,002.
c) 0,02.
d) 0,5.
e) 10.
Comentário:
Estrategista, nesse tipo de questão, muito comum nas provas, há o raciocínio de dois mecanismo em
conjunto. No caso dessa questão, temos o de convecção e o de condução, ambos em regime permanente.
Dessa forma, teremos as fórmulas simplificadas para serem utilizadas.
Assim, temos que a taxa de transferência de calor por condução e por convecção na superfície externa
da porta são iguais nessa situação de regime permanente (ou estacionário). Logo, basta utilizarmos as
fórmulas para o mecanismo da condução e convecção nesses regimes. Veja:
𝒅𝑻
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙
𝒅𝒙
𝒒𝒄𝒗 = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻
61
𝒅𝑻
−𝒌 ∙ 𝑨 ∙ = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻;
𝒅𝒙
𝟓𝟎 − 𝟑𝟎𝟎
−𝟎, 𝟎𝟓 ∙ 𝑨 ∙ ( ) = 𝟐𝟓 ∙ 𝑨 ∙ (𝟓𝟎 − 𝟐𝟓);
𝒙
𝒙 = 𝟎, 𝟎𝟐 𝒎
Gabarito: "c".
Sabe-se que
A espessura de parede do duto que confere a máxima transferência de calor do fluido à água é, em cm,
a) 0,1.
b) 0,5.
c) 2.
d) 4.
e) 8.
Comentário:
Veja, Estrategista, essa questão nos cobra a aplicação direta da espessura crítica de tubos em sistemas
de isolamento e de transferência entre dois meios (caso da questão). De acordo com que vimos na aula,
em sistemas combinados de troca de calor nos quais temos dois mecanismos (como a condução e a
convecção, nessa situação problema) há uma relação clara entre a condutividade térmica e o coeficiente
de transferência de calor por convecção.
62
Nesse sentido, na questão apresentada, temos que a diferença entre o raio externo e o raio interno
(mesma lógica para sistemas de tubos isolados), será a espessura da parede de troca de calor. Nessa
parede, teremos os dois mecanismos: condução (interna pela parede do tubo) e convecção (superfície do
tubo externa com o meio, principalmente).
Todavia, como o coeficiente de transferência de calor por convecção é muito superior à condutividade
térmica (cerca de 10x: h = 400 W/m2.oC e k = 40 W/m.oC ), conforme aumenta o raio do tubo, aumenta
área de superfície de contato com o fluido (água).
Dessa forma, a taxa de transferência de calor para a água aumenta consideravelmente (convecção),
tendo um raio máximo para uma taxa máxima. Assim, como estudamos para tubos com espessura crítica
de isolamento, a raio externo de um tubo para uma taxa máxima de transferência de calor é dada pela
seguinte relação:
𝒌 𝟒𝟎
𝒓𝒆 = = = 𝟎, 𝟏 𝒎 = 𝟏𝟎 𝒄𝒎
𝒉 𝟒𝟎𝟎
Isso quer dizer que até 10 cm de raio máximo atingível temos uma taxa máxima. Todavia, temos um raio
interno do tubo igual a 8 cm (pois seu diâmetro é igual a 16 cm). Assim, basta subtrairmos o raio externo
máximo do raio interno desse tubo a fim de encontrarmos a espessura máxima que possibilita a máxima
taxa de transferência de calor:
𝒆 = 𝒓𝒆 − 𝒓𝒊 = 𝟏𝟎 − 𝟖 = 𝟐 𝒄𝒎
Gabarito: "c".
No que se refere ao processo de transferência de calor por convecção, analise as afirmativas a seguir.
I - Apesar de serem corrosivos, metais líquidos são empregados em situações onde se deseja obter altas
taxas de transferência de calor, sendo que, no caso de um escoamento laminar em uma placa plana para
a situação de convecção forçada, pode-se demonstrar que, para os casos envolvendo números de Prandtl
muito baixos, o número de Nusselt local é função da raiz quadrada do número de Peclet.
II - O regime de convecção mista se refere a uma situação na qual tanto os efeitos de convecção livre e
convecção forçada são relevantes e, nesse caso, o número de Grashof possui a mesma ordem de grandeza
do quadrado do número de Reynolds.
63
a) III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Comentário:
Coruja, tranquilidade! A questão nos cobra apenas as definições de diferentes números adimensionais
que levam o nome, para cada um, do cientista que descobriu/desenvolveu. Assim, como vimos na parte
teórica, é importante você conhecer os principais números, no que tange sua denominação e definição.
No estudo do mecanismo de transferência de calor por convecção, tivemos vários cientistas que
desenvolveram relações adimensionais importantes. Essa prática de adimensionalizar equações,
combinando variáveis que geram os agrupamentos de números adimensionais tem como foco a redução
no número total de variáveis, como aponta a literatura específica22. Vamos relembrá-los:
𝒉. 𝑳
𝑵𝒖 = ;
𝒌
• Número de Prandtl: tem como objetivo descrever a espessura relativa das camadas limite
hidrodinâmica e térmica. O número representa a razão, basicamente, entre a taxa de difusão
molecular viscosa (quantidade de movimento) pela taxa de difusão molecular térmica. Sua
importância está em entender essa relação para diferentes materiais, indo de 0,01 (metais
líquidos) até 105 (para óleos). Ou seja, em metais líquidos, o calor se difunde muito mais rápido do
que em óleos, em relação a quantidade de movimento (relacionada a viscosidade do fluido que,
por sua vez, representa a resistência ao escoamento). O valor do número de Prandtl é dado por:
22
Çengel, Y. A.; Ghajar, A.J.; Kanöglu, M. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 4ª edição. Editora: AMGH Ltda. Porto Alegre, 2012.
64
𝒗 𝝁. 𝒄𝒑
𝑷𝒓 = = ;
𝜶 𝒌
• Número de Reynolds: o mais famoso e mais cobrado, representa, como você é estudado na
Mecânica dos Fluidos, a razão entre as forças de inércia e as forças viscosas do fluido. Esse número
vai determinar o tipo de escoamento do fluido (turbulento ou laminar). O valor do número de
Reynolds é dado por:
𝑽. 𝑳𝒄 𝝆. 𝑽. 𝑳𝒄
𝑹𝒆 = = ;
𝒗 𝝁
𝑽. 𝑳𝒄 𝒗 𝑳. 𝑽
𝑷𝒆 = 𝑹𝒆. 𝑷𝒓 = 𝒙 = ;
𝒗 𝜶 𝜶
• Número de Grashof: no âmbito da convecção natural, representa a razão entre as forças geram
o empuxo da massa de fluido pelas forças viscosas desse fluido. O valor do número de Grashof é
dado por:
65
I: correta, Coruja! Pode parecer difícil, mas basta você lembrar das relações que expliquei em aula
para determinadas condições de escoamento do fluido, velocidade, temperaturas e valores de outros
adimensionais. Oras, vimos que na situação descrita (escoamento externo laminar com convecção
forçada em uma placa plana) temos o número de Nusselt em função da raiz quadrada do número de
Peclet, sendo obtido pela seguinte equação:
Nu = 0,568.Pex1/2;
Como eu falei, Coruja, saber aquelas condições da tabela proveniente da doutrina, é importante!
Todavia, esse tipo de questão que cobra situações empíricas de experimentos específicos, são mais
raras em prova. Procure memorizar, lendo periodicamente para sua prova, caso você tenha tempo
disponível;
II: correto, Coruja! Nessa situação exposta, temos que na convecção natural, o número de Grashof
relaciona as forças de empuxo com as forças viscosas (que tem relação com o número de Reynolds).
66
Sabe-se, empiricamente, que o número de Grashof costuma ser o quadrado do número de Reynolds,
indicando relações para cada tipo de convecção (forçada ou natural), já que cada número representa
um tipo de situação adimensional entre forças e grandezas. Oras, quando o número de Reynolds é
elevado, temos uma relação entre Grashof e Reynolds muito menor que 1 (GrL/ReL2) <<1), indicando
que a convecção natural é desprezível (representada pelo adimensional de Grashof). Caso a relação
seja muito maior que 1, temos um Reynolds muito baixo (GrL/ReL2) >>1, e a convecção forçada
desprezível. Todavia, quando temos a convecção mista (força + natural) temos a relação dos
adimensionais proposta próxima de 1, (GrL/ReL2) ≈ 1. É isso que a assertiva afirma;
III: perfeita! De fato, conforme se coloca aletas dentro de um tubo, o escoamento torna-se mais difícil,
pois ela aumenta a área de contato e servem de obstáculo. Dessa forma, a perda de carga é inerente
ao processo. Todavia, tem-se o aumento da transferência de calor, por conta do aumento da área de
contato e troca por convecção.
Gabarito: "e".
O vapor d’água a alta temperatura e pressão escoa no interior de um tubo circular cuja superfície exterior
troca calor com o ar a temperatura ambiente. Empregando as hipóteses do circuito térmico para esse
caso, a média aritmética das temperaturas das superfícies interna e externa do tubo é igual à média
aritmética das temperaturas do vapor e do ar, se
Comentário:
Estrategista, tranquilidade! Nesse tipo de questão, você precisa imaginar a situação descrita pelo
enunciado e aí começar a aplicar os conceitos que aprendemos.
Perceba que temos um tubo (seção circular) com vapor a um temperatura elevada que troca calor
(transfere) com o ambiente externo à parede do tubo (condução e convecção interna e externa). Matou?
Oras, temos a situação como uma problema que podemos usar da resistência equivalente de cada etapa
(convecção interna do vapor com a superfície interna - condução pela parede - convecção externa com o
ar ambiente).
67
Perceba que o fluxo de calor vai do interior com a temperatura do vapor trocando com a temperatura da
superfície interna do tubo, depois pela condução na parede com a temperatura externa e, mais uma vez,
convecção com a temperatura do ar.
Dito isso, o enunciado quer saber qual a condição para que a média aritmética das temperaturas das
superfícies interna e externa do tubo seja igual à média aritmética das temperaturas do vapor e do ar.
Logo, o problema quer que de alguma forma, a gente chegue a essa conclusão, traduzida em equação:
Que, cortando o "2" de cada média, é a mesma coisa que escrever, matematicamente, a seguinte relação:
Agora, ficou simples. Temos que entender qual a condição (descrita nas alternativas) para chegar a essa
relação da equação acima. Vamos lá.
Coruja, sabemos que o fluxo (Q) de calor em cada etapa será o mesmo, logo:
Utilizaremos a primeira igualdade, já que ele quer saber as médias das temperaturas nas duas etapas
convectivas que temos na situação. Assim, temos:
Oras, vimos na figura acima cada resistência, podemos substituir nas equações:
Opa, perceba pela alternativa "e" que ela nos diz que as resistências térmicas de convecção devem
ser iguais. Vamos testar. Podemos cortar cada resistência e chegar na seguinte nova relação:
Questão "morta", Estrategista! rs. Veja que é só rearranjarmos cada temperatura de lado para obtermos
a seguinte expressão:
De fato, a condição para que a proposta do enunciado seja estabelecida é ter resistências convectivas
iguais.
Gabarito: "e".
a) 5 e 250
b) 2,0 e 250
c) 0,5 e 300
d) 0,2 e 270
e) 0,1 e 280.
Comentário:
Novamente, um problema tranquilo que nos traz uma análise de fluxo de calor aplicada a uma situação
simples e corriqueira em prova. De novo, temos um forno com ar a temperaturas elevadas internas que
troca calor com a parede por convecção. Depois, o calor passa por condução pela parede e a temperatura
externa do forno troca por convecção calor com o ambiente externo. A situação esquemática é a
seguinte:
69
Oras, como sabemos o fluxo é mesmo entre as etapas do processo. Assim, podemos aplicar as fórmulas
(resfriamento de newton - convecção) para encontrarmos a Tinterna. Depois, aplicamos a lei de fourier para
encontrar a Texterna. Por fim, encontramos o nosso coeficiente convectivo do ambiente. Vamos lá?
(𝑻𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂−𝑻𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂) (𝟐𝟓𝟎−𝑻𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂)
Q = k. = 750 = 1. = Texterna = 175oC;
𝑳 𝟎,𝟏
Agora, aplicando novamente a equação da convecção, achamos o nosso coeficiente de convecção do filme
externo:
Gabarito: "a".
Considere um trocador de calor bitubular operando na situação de fluxo concorrente. O fluido interno
escoa com uma vazão de 2 kg/s e tem um calor específico de 4000 J/kg°C, enquanto que a vazão e o calor
específico da corrente externa valem, respectivamente, 1 kg/s e 2000 J/kg°C . Sabendo que as
temperaturas de entrada dos fluidos interno e externo valem, respectivamente, 60 e 25°C, a temperatura
de equilíbrio, em °C, das correntes é:
a) 40
b) 42,5
c) 50
d) 53
e) 55.
70
Comentário:
Questão tranquila, Coruja! Exige nossa compreensão de trocador de calor! Moleza! Primeiramente,
vamos entender a situação: temos um trocador de calor no qual o fluido quente (60 oC) entrará no tubo e
será resfriado pelo fluido frio (25oC), cujo sentido do fluxo entre eles é concorrente (ou seja, o sentido do
fluxo dos dois fluidos não é paralelo).
Perfeito! Perceba que a questão exige somente aplicação de fórmula! Oras, sabemos que o fluxo de calor
do fluido quente para o frio (troca de calor entre eles) perdido pelo fluido quente será igual ao fluxo de
calor recebido pelo fluido frio (óbvio, princípio da troca de calor o equipamento). Assim:
Qquente = Qfrio;
𝑸̇ = 𝒎𝒒
̇ . 𝒄𝒒. (𝑻𝒒𝒆𝒏𝒕 − 𝑻𝒒𝒔𝒂𝒊);
Onde,
Perceba, Coruja, que a questão nos cobra a temperatura final do fluido frio (Tfe) que será a temperatura
de equilíbrio do sistema (entre fluido quente e frio) por conta da troca de calor. Assim, Tqsai = Tfsai. Desta
forma, basta substituirmos os valores na expressão de igualdade do fluxo de calor acima e encontramos
essa temperatura:
Qquente = Qfrio;
̇ .ce.(Tfsai - Tfent);
𝒎̇𝒒.cq.(Tqent - Tqsai) = 𝒎𝟐
Tqsai = Tfsai
71
Gabarito: "d".
O lado interno de uma parede encontra-se a 25°C enquanto que o seu lado externo está submetido a uma
interação com o ar ambiente cujos valores de coeficiente de filme e temperatura valem, respectivamente,
10 W/m² °C e 35°C. Sabe-se também que o fluxo de calor que atravessa a parede é de 50 W/m² e que sua
condutividade térmica é igual a 0,7 W/m°C.
a) 0,1
b) 0,2
c) 1
d) 2
e) 7.
Comentário:
Tranquilidade, Coruja! Veja que esse tipo de questão, envolvendo as várias etapas com diferentes
processos entre um ambiente, com uma parede e outro ambiente é recorrente! Novamente, temos que
entender o enunciado! Temos um ambiente interno (não sabemos qual a temperatura dele e nem nos
interessa para o problema) e uma parede cuja temperatura da superfície interna é 25oC (Ti = 25oC) e
espessura X = ? cm (queremos saber). Essa parede separa esse ambiente de um ambiente externo a uma
temperatura de 35oC (Te = 35oC). Oras, óbvio que teremos um fluxo de calor (Q = 50 W/m2 - já fornecido
por unidade de área) desse ambiente externo (maior temperatura) para o ambiente interno (menor
temperatura).
Coisa linda! Temos nesse sentido de fluxo: convecção (do ambiente externo para a superfície externa da
parede) - condução (através da parede) - convecção (da superfície interna da parede para o ambiente
interno).
Oras, primeiramente, precisamos encontrar a temperatura da superfície externa da parede (Tse). Aqui,
temos a convecção do fluido do ambiente externo que perde calor para a superfície externa da parede.
Assim, temos, pela fórmula da "lei" de resfriamento de Newton:
Q = hexterno.(T∞ - Tse);
Lindo! Com esse valor, basta aplicarmos a fórmula de Fourier para a condução e encontrarmos a
espessura dessa parede:
Gabarito: "e".
I - segundo a Lei do Deslocamento de Wien, o comprimento de onda que torna máximo o poder emissivo
monocromático é diretamente proporcional à temperatura;
III - uma superfície cinza emite menos energia radiante do que uma superfície negra;
IV - a troca de calor radiante entre duas superfícies negras é função apenas das temperaturas de cada
superfície.
a) I e II
b) I e III
c) I e IV
d) II e III
e) II e IV
Comentário:
Tranquilidade, Coruja! Questãozinha boa para treinarmos alguns aspectos qualitativos e conceituais sobre
o mecanismo da Radiação! Vamos lá?
I: errada! Conforme vimos em aula, Coruja, a Lei do Deslocamento de Wien nos diz que o comprimento
de onda que vai tornar máximo o poder emissivo monocromático de um corpo é inversamente
proporcional a ele e não proporcional. Na realidade, o pode emissivo monocromático é proporcional à
frequência da onda de radiação;
73
II: perfeita! O fator de forma consiste na relação (fração) entre a radiação que é distribuída difusamente
por um valor de área determinada e que irradia outra área de outro corpo. Como é uma relação (fração)
entre grandezas de mesma unidade, temos o cancelamento das unidades o que torna esse fator
adimensional;
III: "correctomundo"! Certinha, Coruja! Vimos que o corpo negro é um corpo ideal, sendo um absorvedor
e emissor de radiação ideal (toda energia possível de ser emitida e/ou absorvida será). Além disso, o corpo
negro não depende da direção de emissão das ondas eletromagnéticas da radiação. Diferentemente do
corpo cinza, temos que a radiação refletida ou absorvida é uma fração do potencial de radiação, sendo
expressada pelo índice de emissividade que varia de 0 a 1. Por isso, de fato, um corpo cinza irá emitir
menos energia (calor) por radiação que um corpo negro;
IV: errada! Além da temperatura, os corpos negros também são influenciados pelo comprimento de onda
(principalmente) e pelo Fator Forma, sendo cada superfície geométrica de cada corpo potencializadora
ou inibidora da transferência de energia (calor) por radiação. O único fator que não influencia na emissão
e/ou absorção de radiação do corpo negro é a direção da emissão, como vimos.
Uma parede de 5 cm de espessura tem uma temperatura de 60°C em uma extremidade, enquanto que o
outro lado troca calor por convecção com um meio externo cuja temperatura vale 30°C. Admitindo que a
𝑊
condutividade térmica da parede é igual a 0,1 𝑚.℃ e que a taxa de transferência de calor na parede vale
𝑊 𝑊
30 𝑚2 , o coeficiente de troca de calor por convecção, em 𝑚2 .℃ , do meio externo é:
a) 20
b) 2
c) 0,75
d) 0,5
e) 0,1
Comentário:
Novamente, mesma lógica de questão que já vimos. Temos uma parede de espessura de 5 cm com uma
superfície a 60oC. Do outro lado da parede, temos um ambiente com fluido a 30 oC que irá trocar calor
com a superfície dessa parede. Dessa forma, o problema nos cobra qual o coeficiente convectivo de troca
com o ambiente externo. Para encontrá-lo aplicaremos a fórmula da "lei" de resfriamento de Newton que
envolve o mecanismo de transferência por convecção:
74
𝑸 = h.(Tse - T∞);
Assim, precisamos encontrar a temperatura na superfície externa (Tse) da parede. Oras, como temos a
condutividade térmica k = 0,1 W/m.oC , a espessura L = 0,05 m e a temperatura da superfície interna da
parede Tsi = 60oC, fica fácil:
(𝟔𝟎−𝑻𝒔𝒆) (𝟔𝟎−𝑻𝒔𝒆)
Q = k. = 30 = 0,1. = Tse = 45oC;
𝟎,𝟎𝟓 𝟎,𝟎𝟓
Gabarito: "b".
Uma parede plana, cuja condutividade térmica é constante, apresenta uma distribuição de temperatura
do tipo T(x) = a - bx², onde a e b são constantes conhecidas. A esse respeito, é correto afirmar que:
Comentário:
Questãozinha diferente, né, Estrategista? Vamos analisar cada alternativa sobre a situação proposta pelo
enunciado. Perceba que a distribuição de temperatura segue uma equação de 2 o grau, logo não teremos
uma distribuição linear.
Letra "a": negativo, Coruja! Basta analisar a equação que você percebe que até "a" pode ter a dimensão
de temperatura, mas "b" não terá, pois caso isolássemos a variável b, perceba que ela será também em
função de unidades de comprimento (metros) provavelmente, para "x";
Letra "b": errada, também! Oras, sabemos que o fluxo de calor vai variar conforme se aumenta a
espessura (valor de x) para a função quadrática proposta. Basta analisar a fórmula, pois a temperatura vai
decair em função da espessura não linearmente (função quadrática);
75
Letra "c": equivocada, pois no regime transiente (diferente do regime estacionário) a temperatura vai
variar em função da espessura, mas, também, em função do tempo! Pereba pela função dada no
enunciado que não temos o fator tempo relacionado;
Letra "d": certo, Coruja! Essa é uma alternativa que foge um pouco da maioria da cobrança, pois questiona
sobre a geração de calor por condução na distribuição de temperatura. Para essa situação, temos a
seguinte expressão:
𝒅𝟐 𝑻 𝒒̇ 𝒈
+ = 𝟎;
𝒅𝒙𝟐 𝒌
Oras, vamos analisar a equação acima. Temos uma função de segundo grau, no qual a derivada da
temperatura em relação a x (a segunda) gera uma constante. Oras, essa constante somada com a fração
da taxa de geração de calor dividida pela condutividade térmica tem que dar "0". Dessa forma, a fração
também é uma constante. Como nessa fração temos a condutividade térmica que também uma constante
(inerente ao material), a taxa de geração de calor que é dividida por ela também é.
Letra "e": errado! Não pode. Vimos que a analogia com sistemas elétricos e cálculo por meio de
resistências térmicas é aplicado ao regime permanente (regime estacionário). Oras, vimos que a
temperatura varia com o fluxo de calor de forma não linear.
Gabarito: "d".
a) 0
b) 0,5
c) 1
d) 10
e) infinito.
Comentário:
Tranquilo, Coruja! Lembre-se que o Fator de Forma para superfícies planas e convexas é igual a 0 e para
côncavas é diferente de 0! Isso ocorre pela admissão de que os feixes de luz viajam em linha quando não
submetidos a interferências de forças eletromagnética.
Gabarito: "a".
76
Muitos problemas de transferência de calor são resolvidos utilizando-se uma analogia entre os conceitos
de resistência térmica (R) e de resistência elétrica (Re), conforme ilustrado na Figura abaixo.
Considere a condução unidimensional de calor, em regime permanente, através de uma parede plana de
espessura L, área A e condutividade térmica k.
a) 𝐿. 𝑘. 𝐴
𝑘.𝐴2
b)
𝐿
𝐿
c)
𝑘.𝐴
𝐴
d)
𝐿.𝑘
𝑘
e)
𝐴.𝐿
Comentário:
Oras, questãozinha bem tranquila! Vimos que a resistência térmica (analogia com os sistemas elétricos)
do mecanismo de condução provém da Lei de Fourier e é dada por:
77
𝑳
𝑹=
𝒌. 𝑨
Gabarito: "c".
h3 → condensação de gases.
a) h1 < h2 < h3
b) h1 < h3 < h2
c) h2 < h1 < h3
d) h2 < h3 < h1
e) h3 < h1 < h2.
Comentário:
Oras, Coruja, vimos em aula que o mecanismo da convecção é aquele que depende da variação de
temperatura e que tem como natureza o movimento macroscópico da massa de fluido que se desloca e
entra em contato com uma superfície de troca (seja outro fluido igual, seja outro diferente, sólido, líquido
ou gasoso). Além disso, sabemos que nesse mecanismo, temos a transferência de energia por difusão no
movimento molecular - movimento microscópico que ocorre no material, no caso, o fluido que se desloca.
Dito isso, sabemos que a convecção natural, não é potencializada, tendo seu movimento macroscópico
realizado por diferença de pressão (densidade pautada na temperatura das regiões das massas de fluido)
e alguma força externa, como o vento do ambiente, por exemplo. Por isso, nesse caso, o coeficiente de
convecção (h1) é o menor das três situações.
Na convecção forçada, há a ação de uma força externa considerável (um ventilador, por exemplo), que
intensifica o movimento macroscópico e promove ainda mais a advecção do mecanismo. Dessa forma,
temos um coeficiente de convecção (h2) maior que h1.
78
Por outro lado, vimos que a convecção também é proporcional a diferença de temperatura entre a massa
de fluido e a superfície de contato (com outra região de outro fluido, por exemplo). Assim, na
condensação que é caracterizada por uma mudança de fase do fluido, temos a transferência de calor pelo
mecanismo da convecção (escoamento do condensado - fluido - para o fundo de um recipiente, por
exemplo, que seria o movimento macroscópico dele). Por conta do calor latente de vaporização elevado,
Coruja, são geradas grandes quantidade de calor transferido. Esse fator está associado a temperatura da
superfície (de um condensador, por exemplo) que é menor que a temperatura de saturação do fluido
(temperatura que determina o limite entre os estados líquido e gasoso do fluido, em determinada
pressão). Assim, como a diferença de temperatura normalmente é alta, implica em um coeficiente de
convecção maior ainda do que o fluido em uma fase só (convecção natural e forçada) - h3 > h2 > h1.
Gabarito: "a".
O regime de escoamento na convecção natural é regido pelo adimensional conhecido como número de
Grashof.
Comentário:
Moleza, hein, Estrategista? Questão conceitual que nos cobra de maneira direta a definição do
adimensional denominado Número de Grashof, em homenagem ao cientista que descobriu. Vimos que
ele tem relação com a convecção natural e é definido da seguinte forma:
• Número de Grashof: no âmbito da convecção natural, representa a razão entre as forças que
geram o empuxo da massa de fluido pelas forças viscosas desse fluido. O valor do número de
Grashof é dado por:
79
Gabarito: "e".
8
a) LMTD = 42
𝐿𝑛( )
30
40
b) LMTD = 30
𝐿𝑛( )
42
40
c) LMTD = 42
𝐿𝑛( )
30
52
d) LMTD = 70
𝐿𝑛( )
18
52
e) LMTD = 18
𝐿𝑛( )
70
Comentário:
Outra questão bem fácil, não é, Coruja? Ela só nos cobra o método da Diferença Média Logarítmica de
Temperaturas no âmbito de estudo dos trocadores de calor. Conforme vimos, esse método é dado pela
seguinte fórmula:
∆𝑻𝟏 − ∆𝑻𝟐
𝑫𝑴𝑳𝑻 = ∆𝑻𝒎 = ;
∆𝑻𝟏
𝐥𝐧 (∆𝑻 )
𝟐
Na qual, temos:
Como vimos, Tqentrada é o fluido quente na entrada do trocador e Tqsaída é o mesmo fluido na saída.
Tfentrada é o fluido frio na entrada e Tfsaída é o fluido frio na saída do trocador. Lindo! De acordo com
o enunciado temos que fluido quente entra a 100oC e sai a 60oC e o fluido frio entra a 30oC e sai a 42oC.
Logo:
80
Gabarito: "e".
a) Reynolds
b) Prandtl
c) Grashof
d) Rayleigh
e) Nusselt.
Comentário:
Legal, Coruja! Mais uma que nos cobra a definição conceitual dos adimensionais que vimos! "Bora"
relembrá-los?
𝒉. 𝑳
𝑵𝒖 = ;
𝒌
81
• Número de Prandtl: tem como objetivo descrever a espessura relativa das camadas limite
hidrodinâmica e térmica. O número representa a razão, basicamente, entre a taxa de difusão
molecular viscosa (quantidade de movimento) pela taxa de difusão molecular térmica. Sua
importância está em entender essa relação para diferentes materiais, indo de 0,01 (metais
líquidos) até 105 (para óleos). Ou seja, em metais líquidos, o calor se difunde muito mais rápido do
que em óleos, em relação a quantidade de movimento (relacionada a viscosidade do fluido que,
por sua vez, representa a resistência ao escoamento). O valor do número de Prandtl é dado por:
𝒗 𝝁. 𝒄𝒑
𝑷𝒓 = = ;
𝜶 𝒌
• Número de Reynolds: o mais famoso e mais cobrado, representa, como você é estudado na
Mecânica dos Fluidos, a razão entre as forças de inércia e as forças viscosas do fluido. Esse número
vai determinar o tipo de escoamento do fluido (turbulento ou laminar). O valor do número de
Reynolds é dado por:
𝑽. 𝑳𝒄 𝝆. 𝑽. 𝑳𝒄
𝑹𝒆 = = ;
𝒗 𝝁
𝑽. 𝑳𝒄 𝒗 𝑳. 𝑽
𝑷𝒆 = 𝑹𝒆. 𝑷𝒓 = 𝒙 = ;
𝒗 𝜶 𝜶
• Número de Grashof: no âmbito da convecção natural, representa a razão entre as forças que
geram o empuxo da massa de fluido pelas forças viscosas desse fluido. O valor do número de
Grashof é dado por:
82
Gabarito: "e".
O calor pode ser transmitido de diversas formas. Basicamente, os processos de transmissão de calor são:
Comentário:
"Tranquilinha", né, Coruja? Oras, os três mecanismos (processos) de transmissão de calor, conforme
vimos, são: condução, convecção e radiação! Atente-se que irradiação não é exatamente a denominação
do processo de transferência de calor! Como a literatura específica23 define, a irradiação é a taxa na qual
a energia de radiação (de determinado comprimento de onda) incide sobre uma superfície por unidade
de área. Veja que essa questão cobrou a diferença na definição dos termos! Por isso, atenção!
Gabarito: "c".
a) Condução.
b) Convecção.
c) Condensação.
d) Radiação.
e) Sublimação.
Comentário:
23
INCROPERA, F.P.; DEWITT, D. O.; BERGMAN, T. L.; LAVINE, A.S. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Editora: LTC. Rio de Janeiro, 4ª edição, 2008.
83
Oras, Coruja! Definição claro do nosso mecanismo denominado de convecção! Veja que, como vimos em
aula, na convecção temos a transferência de calor tanto por condução (pela movimento aleatório das
moléculas do fluido - movimento microscópico) quando pelo movimento macroscópico (chamado de
advecção - lembra?) dessa massa de fluido com a sua vizinhança (superfície ou outro fluido).
Gabarito: "b".
Em um trocador de calor de correntes opostas, o fluido quente entra a 520 °C e sai a 420 °C, e o fluido frio
entra a 20 °C e deverá sair a 220 °C. A variação média da temperatura, em °C, nesse caso, é
aproximadamente igual a
a) 200
b) 220
c) 333
d) 420
e) 666.
Comentário:
Opa! Tranquilidade, Coruja! Mais uma questão sobre trocadores de calor que cobra de você o uso do
Método da Diferença de Temperatura Média Logarítimica. Temos, de acordo com o enunciado, um
trocador que funciona com escoamento de correntes opostas (ou seja, contracorrente). Ou seja, pela
situação proposta, temos o seguinte esquema:
Ou seja, a corrente de fluido frio possui a direção oposta de escoamento que o fluido quente. Assim,
utilizando a fórmula que aprendemos para o cálculo por esse método proposto, temos:
84
Onde,
∆𝑻𝟐 − ∆𝑻𝟏
∆𝑻𝒍𝒎 = ;
∆𝑻
𝑳𝒏 (∆𝑻𝟐 )
𝟏
Por isso, acredito que tem ocorrido alguma confusão na hora da elaboração da questão, Coruja!
Gabarito: "c".
Duas correntes líquidas escoam em lados opostos de uma placa de aço. Uma das correntes consiste em
água a 90ºC e, a outra, em água a 20ºC. Os principais mecanismos de transferência de calor que ocorrem
nas correntes líquidas e no aço são
Comentário:
Questão bem tranquila, Estrategista! Ela comente nos cobra as definições dos mecanismos que vimos em
aula com o cenário descrito da transferência de calor. Oras, as duas correntes líquidas (fluido) irão
85
transferir calor coma superfície da placa de aço por convecção (lembre-se que ela é o mecanismo de
transferência entre uma massa macroscópica de fluido com uma superfície de contato ou sua vizinhança
que engloba, também, a condução entre as moléculas pelo seu movimento microscópico).
Além disso, temos que no aço da placa, internamente pela sua espessura, o mecanismos que será
responsável pela transferência de calor é o de condução! Lembre-se que nesse mecanismos temos a
energia (calor) sendo transferida a nível molecular, através do meio, pela a agitação dos átomos que
compõe as moléculas desse material.
Gabarito: "e".
a) 3,90.104.
b) 2,34.105.
c) 2,34.102.
d) 1,95.105.
e) 1,95.102.
Comentário:
Questão tranquila, Coruja, que nos cobra mais o conceito de calorimetria e dilatação térmica do que os
mecanismos de transferência de calor e suas equações. Oras, sabemos que o calor é energia em
movimento e a calorimetria visa medir (está no nome) o quanto de calor é transferido entre corpos.
Assim, para a questão acima utilizaremos a nossa famosa fórmula do calor sensível (sentido, sensível ao
corpo que recebe essa energia, pegou o "bizu"?) denominada de "quêmacete":
Q = m.c.∆𝑻;
Onde:
86
Oras, a única conversão de unidade que precisamos fazer, Coruja, é multiplicar a massa (em grama - g) por
1000 para acharmos ela em kilograma (kg). Depois, substituir e correr para o "abraço":
Gabarito: "e".
De acordo com a Lei do resfriamento de Newton para a convecção, a taxa de transferência de calor é
expressa por
Q = h A (Tₛ - T∞)
a) J/m² ºC
b) J/cm² ºC
c) W/m² K
d) W/m K
e) W/m² ºC.
Comentário:
Que "questãozinha supimpa" de fácil, hein, Coruja? Oras bolas (nossa, essa deu até nojo, né? rs), ela nos
cobra somente nosso conhecimento de unidades no sistema internacional, certo? Sabemos que Joule e o
Watt estão relacionados, já que 1 W = 1 J/s. Oras, no S.I., o coeficiente de convecção é dado em W/m2.K.
Sempre, lembre-se: a temperatura no S.I. é em Kelvin! Além disso, temos a área A na fórmula, indicando
que temos toda a área da superfície de contato com o fluido que troca calor! Veja que se você não se
lembrasse, era só trabalhar com a fórmula fornecida! Isola o "h" e veja que a área (m 2) e a temperatura
(K) necessariamente vão dividir a taxa de calor transmitida (Q) em W.
Gabarito: "c".
87
Uma barra uniforme de comprimento "L", disposta horizontalmente, conduz calor de uma temperatura
mais alta T2 para uma temperatura mais baixa T1, sendo T2 a temperatura da extremidade esquerda da
barra, em x = 0, e T1 a temperatura da extremidade direita, em x = L. As superfícies laterais da barra estão
isoladas, de forma que sua temperatura varia apenas em função de x.
Na figura acima, o perfil que representa o regime estacionário de temperatura, após um tempo
suficientemente longo é o indicado por
a) P1
b) P2
c) P3
d) P4
e) P5.
Comentário:
Estrategista, muito de boa a questão! Veja que ele quer saber de você, para o regime estacionário (fluxo
de calor constante durante todo o tempo com variação de temperatura não dependente, também, do
tempo) temos a equação expressada por Fourier na condução unidimensional na qual apenas uma
direção (eixo x) é considerada para o fluxo e variação de temperatura:
𝒅𝑻
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙
𝒅𝒙
Oras, se trabalharmos a fórmula acima a fim de entendermos o comportamento da curva que expressa a
variação de temperatura (dT), temos:
88
𝒅𝑻 𝒅𝒙. 𝒒𝒌
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙ = 𝒅𝑻 = − ;
𝒅𝒙 𝒌𝑨
Veja que pela equação (de primeiro grau), temos uma curva linear entre x=0 e x=L, com declividade
negativa com conta da temperatura final ser menor que a inicial.
Gabarito: "b".
A figura acima ilustra duas barras de mesmo comprimento, coladas uma na outra. A barra superior é feita
de cobre, enquanto a inferior é de chumbo.
Dados:
Fornecendo-se calor para o sistema e levando-se em conta que as duas barras permanecem unidas, ao
final do processo, as duas barras devem
Comentário:
Que questãozinha, "moleza", hein? Oras, Coruja, veja que o único padrão que devemos analisar é o
coeficiente de dilatação linear de cada material fornecidos para matarmos a questão. Perceba que as
duas barras estão unidas e que possuem a mesma dimensão inicial e sofrem com a mesma variação
térmica.
89
Assim, temos que olhar atentamente somente para os coeficientes propostos. Veja que o chumbo possui
maior coeficiente. Sendo assim, para uma mesma variação de temperatura, temos que ele irá expandir
mais que o cobre, já que a expressão de primeiro grau é dada por:
Δl = α x lo x ΔT;
Onde:
Perceba que, como as barras estão unidas, e a de chumbo irá se dilatar mais do que a barra em cobre,
temos que as duas barras formarão uma curva para cima! Claro! A de cima (cobre) não consegue
acompanhar o crescimento da barra de baixo (chumbo)!
Gabarito: "a".
Um inversor de frequência era utilizado para alimentar uma bomba de recalque localizada no subsolo de
uma indústria. Após analisar o histórico de manutenção do inversor, a equipe de manutenção notou que
tal equipamento apresentava uma durabilidade consistentemente menor que o indicado pelo fabricante.
Após estudos, concluiu-se que a menor durabilidade do equipamento se devia à sua operação em um
local com temperatura ambiente maior que a nominal. Para contornar tal problema, a equipe de
manutenção propôs instalar um sistema de ventilação forçada que aumentasse a circulação de ar no
entorno da carcaça do equipamento.
A solução proposta pela equipe de manutenção diminui a temperatura da carcaça porque melhora a troca
de calor por
a) condução
b) convecção
c) irradiação
d) sinterização
e) sublimação.
Comentário:
90
Oras, Coruja! Como diz nosso ilustre professor Guilherme Neves: "Tá mais fácil que passar manteiga em
beiço de bode! (rs). Falou em um ventilador soprando (forçando) temos que o mecanismo que será
potencializado (pelo movimento macroscópico do fluido em questão) é a convecção!
Gabarito: "a".
Um sistema de refrigeração central leva ar resfriado a diversos ambientes de uma edificação através de
dutos instalados sobre o forro. Esses dutos são formados por três camadas:
• Camada interna: de pouca espessura, composta de ferro galvanizado, com função apenas de garantir
estanqueidade do duto;
Com relação ao isolamento térmico do duto, é função predominante das camadas intermediária e
externa, respectivamente, minimizarem as transferências de calor por:
a) condução e irradiação
b) convecção e condução
c) convecção e irradiação
d) irradiação e condução
e) irradiação e convecção.
Comentário:
Oras, Coruja! Mais uma bem "tranquila". Veja que na camada intermediária teremos a transferência de
calor pelo mecanismo de condução (transferência através de um meio - no caso, grande espessura
formada por lã de rocha - pelo movimento vibracional, átomo a átomo, das moléculas do material que
transmite a energia cinética entre eles da região de maior temperatura para a de menor temperatura).
Já matamos a questão, pois e a condução que será minimizada (muito pela lá - possui ar entre seus
enovelados e o ar possui condutividade térmica baixíssima e pela espessura que aumenta a distância
unidimensional, sendo uma barreira para a transferência).
Todavia, saiba que para o mecanismo de radiação (transferência de calor por ondas eletromagnéticas
sem a necessidade de ter um meio para sua propagação) superfícies reflexivas tendem a ter um índice de
emissividade e absorção menor de radiação. Oras, o alumínio das folhas da camada externa foi polido -
91
ou seja, está altamente reflexivo! Dessa forma, como a radiação provém da luz (luz possui natureza de
onda eletromagnética), parte maior dela é refletida e leva boa parte da energia com ela que é pouco
absorvida e, assim, isolando o fluido (massa de ar resfriado) no interior do duto.
Ps: perceba que essa questão tratou a radiação (mecanismo) e a irradiação (taxa de radiação em uma
dada superfície) como sinônimos. ;).
Gabarito: "a".
Comentário:
Questão bem conceitual que nos cobra detalhes qualitativos de cada definição. Oras, o coeficiente de
transferência (h) da convecção não é uma propriedade termodinâmica. Vimos na Termodinâmica o
tempo para cada processo não é considerado e está vinculada ao equilíbrio entre dois estados de um
corpo no sistema analisado. O coeficiente em questão, por sua vez, está relacionado às característica do
material e sua geometria, por exemplo, impactando no mecanismos de transferência por convecção e a
sua vizinhança ao redor, sendo estipulado de forma empírica por testes em laboratórios para cada
material (letras "a" e "b", erradas).
Além disso, é claro que o valor do coeficiente é inerente às propriedades específicas do material que
compõe o fluido a ser analisado (letra "c", errada) e, obviamente, ele depende da geometria da superfície
envolvida já que a área faz parte da unidade de medida desse coeficiente, expresso em W/m2.K (letra "d",
errada).
A única correta é a letra "e", pois, de fato, ele incorpora a natureza do padrão de escoamento,
dependendo tanto da variação térmica do processo, quanto da área da superfície para o fluxo/taxa de
transferência de calor pelo mecanismo de convecção.
Gabarito: "e".
Um tubo de pequeno diâmetro é recoberto por uma camada de isolante, cuja condutividade térmica é de
0,2 W/(m . ºC).
Considerando-se que o coeficiente de transferência convectiva de calor vale 8 W/(m² . ºC), o raio crítico
de isolamento, em cm, é:
a) 0,4
b) 1,6
c) 2,5
d) 3,2
e) 4,0.
Comentário:
Questão bem tranquila que nos cobra a aplicação da fórmula do raio crítico (ou raio externo). Oras,
lembre-se, Coruja que, por conta da forma geométrica de um fio (secção circular) conforme aumentamos
o raio temos que o mecanismo de condução fica prejudicado, já que temos mais material para a
transferência de calor ter que "vencer".
Todavia, por conta do aumento do raio, temos um aumento na superfície externa desse fio (fio, duto,
tubo, mesma lógica.. eu aqui falando em "fio" e o problema fala em tubo! Rs. A lógica é a mesma, Coruja!).
Voltando... Dessa forma, por meio do aumento da superfície externa (claro, aumentamos o raio) temos
uma maior área de contato com o fluido externo. Assim, intensifica a transferência por convecção.
Nesse sentido, temos um raio crítico de isolamento, no qual irá nos mostrar, pela relação entre a
condutividade térmica (k) e o coeficiente de convecção (h) qual o seu valor para garantir o máximo valor
de transferência de calor:
𝒌
𝒓𝒆 = ;
𝒉
Onde:
• re: o raio externo, representado em metros (m), sendo ele o nosso raio máximo que representa
a taxa máxima de transferência pela maior superfície de contato com o fluido.
93
𝒌 𝟎, 𝟐
𝒓𝒆 = = = 𝟎, 𝟎𝟐𝟓 𝒎 = 𝟐, 𝟓 𝒄𝒎;
𝒉 𝟖
Gabarito: "c".
Comentário:
Questão bem tranquila, Coruja, que relaciona o seu conhecimento específico de cada mecanismo de
transferência de calor com a intepretação de problema. Veja que temos um ambiente (uma sala, por
94
exemplo) com um ar sendo condicionado (resfriado, nesse caso) com uma temperatura de 21oC, uma
parede de tijolos e o ambiente externo com uma temperatura maior de 34oC (deve ser verão, na situação,
rs). Oras, claro que teremos transferência de calor da região de maior temperatura para a região de
menor temperatura. Só com essa compreensão básica, matávamos o problema, certo? Sabemos que a
letra "e" é a correta! Vejamos as demais:
Letra "a": errada! Muito difícil estabelecer qual processo é mais eficiente, já que não temos uma análise
quantitativa. Além disso, a análise qualitativa é precária - temos nenhuma informação do material da
parede, além de ser "eficiente" admite juízo de valor: é eficiente para quê, exatamente? Definitivamente,
alternativa errada;
Letra "b": errada! Aqui tínhamos que ter em mente a mecânica da massa de fluido (no caso, o ar
atmosférico) no mecanismo de convecção. O aspecto cíclico que o esquema demonstra, nos mostra a
troca por conta de densidade do ar quente e do ar frio que ocorre dentro e fora do ambiente. Assim, o
processo 2 é o descrito na alternativa. Já o 1, seria a radiação pela luz proveniente do sol - condução
através da parede - radiação emitida pela parede;
Letra "d": errada! Conforme expliquei antes, o processo é da área aberta (região de maior temperatura
para a região de menor temperatura).
Gabarito: "e".
Na figura, está representado um trocador de calor do tipo casco/tubo. Tanto o fluido interno quanto o
externo é a água, e as temperaturas são, respectivamente, t₁ = 25ºC; t₂ = 35 ºC e T₁ = 80 ºC.
Se a razão entre a vazão volumétrica das correntes frias e quentes é de 2:1, qual a redução de temperatura
da corrente quente?
a) 60 ºC
95
b) 40 ºC
c) 20 ºC
d) 10 ºC
e) 5 ºC.
Comentário:
Questão tranquila, Coruja! Nos cobra somente a aplicação da nossa fórmula de taxa de transferência de
calor entre os fluidos e o funcionamento de um trocador de calor. Oras, vimos que, como esses
equipamentos funcionam por longos períodos sem alteração nas condições de funcionamento, temos um
caráter de escoamento permanente (regime permanente), como o enunciado deixa claro. Assim, por
conta do regime permanente de funcionamento, temos que a vazão de massa, temperatura e velocidade
na entrada e na saída são as mesmas. Assim, a primeira lei da termodinâmica pode ser utilizada e admite-
se que a taxa de transferência do fluido quente é igual a taxa de transferência de calor para o fluido
frio:
𝑸̇ = 𝒎𝒒 ̇ . (𝑻𝒇𝒔𝒂𝒊 − 𝑻𝒇𝒆𝒏𝒕);
̇ . (𝑻𝒒𝒆𝒏𝒕 − 𝑻𝒒𝒔𝒂𝒊) = 𝒎𝒇
Onde,
Oras, como taxa de transferência de calor cedida pelo fluido quente é igual a recebida pelo fluido frio,
temos:
̇ . (𝟑𝟓 − 𝟐𝟓);
̇ . (𝟖𝟎 − 𝑻𝒒𝒔𝒂𝒊) = 𝒎𝒇
𝒎𝒒
Como a razão entre a vazão volumétrica entre o fluido frio e o quente é 2:1, rearranjando a equação
acima, temos:
̇ .
𝒎𝒇
𝒎𝒒 ̇ . (𝟑𝟓 − 𝟐𝟓) = (𝟖𝟎 − 𝑻𝒒𝒔𝒂𝒊) =
̇ . (𝟖𝟎 − 𝑻𝒒𝒔𝒂𝒊) = 𝒎𝒇 (𝟑𝟓 − 𝟐𝟓);
𝒎𝒒̇ .
96
Oras, se a temperatura do fluido quente foi de 80oC para 60oC, Coruja, temos uma redução de 20oC. Assim,
gabarito é a letra c.
Gabarito: "c".
I - Em um incêndio, os gases superaquecidos sobem, propagando o fogo para pontos mais altos do
ambiente.
II - Em um grande incêndio de um prédio, vários outros prédios ao seu redor, mesmo afastados, resultam
queimados, secundariamente.
Verifica-se que, em I e II, o fogo propagou-se de um ponto a outro por meio dos mecanismos de
propagação do calor denominados, respectivamente,
a) condução e irradiação
b) convecção e irradiação
c) convecção e condução
d) irradiação e convecção
e) irradiação e condução.
Comentário:
Olha, aí, Estrategista! Questão bem tranquila, certo? Oras, sabemos que a convecção é um mecanismo
de transferência de calor na qual a energia (calor) é trocada entre uma superfície e uma massa de fluido
em movimento. Nesse mecanismo, temos tanto a transferência pelo mecanismo da condução (pelo troca
de energia cinética feita átomo a átomo, molécula a molécula) como pelo movimento macroscópico da
massa de fluido. Agora, ficou fácil, certo? Claramente a situação I é o mecanismo de convecção, já que os
gases superaquecidos sobem (menor densidade) e propagam o fogo para outras regiões.
Outro mecanismo de transferência de calor que vimos é a radiação, certo? Nele, a energia (calor) é
transferida entre os corpos por meio de ondas eletromagnéticas e, por conta disso, não precisa de um
meio para se propagar (podendo existir no vácuo), diferentemente do demais. Aí, "matamos" a questão,
certo? Mesmo os prédio afastados, tivemos a radiação transferindo energia para eles. Apesar do "leve"
97
equívoco conceitual da questão, pois irradiação é definida pela doutrina24, como uma taxa de radiação
(que é o mecanismo em si) que incide sobre uma determinada superfície pela sua unidade de área.
Gabarito: "b".
I - Ao serem avaliadas através do tato, o aço e a madeira, mesmo em equilíbrio térmico, parecem estar a
temperaturas diferentes, porque esses materiais possuem condutividades térmicas diferentes.
II - As trocas de calor no interior de uma geladeira ocorrem, em sua maioria, por radiação.
III - Na churrasqueira, a convecção é a principal maneira de troca de calor entre o carvão e a carne.
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III.
Comentário:
Mais uma questão que cobra do aluno a interpretação de situações reais, ao passo que exige o
conhecimento conceitual dos mecanismos (condução, convecção e radiação) que vimos. Vamos lá:
I: corretíssima! De fato, como vimos quando estudamos o mecanismo de condução, para cada material
temos um valor de condutividade térmica diferente. Quanto maior, mais fácil e mais rápida a energia
(calor) é transferida através do material. Comparando o aço (liga metálica) e a madeira (composto
orgânico), temos um valor elevado do metal para a condutividade térmica, sendo por isso a diferença de
sensação mesmo em equilíbrio térmico. Lembra da tabelinha que vimos? Tá um look para visualizar
melhor a diferença absurda de valores entre um aço com 1% de teor de carbono e a madeira folhosa:
24
Incropera, F.P.; Dewitt, D.P.; Bergman, T.L.; Lavine, A.S. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. Editora: LTC, Rio de Janeiro, 2008.
98
II: erradassa! A troca no interior de uma geladeira ocorre, em sua maioria, pelo mecanismo de convecção!
Dessa forma, o ar frio proporcionado pelo refrigerador encontra a superfície dos alimentos e pelo
movimento macroscópico do fluido e microscópico com o mecanismo de condução pelos átomos e
moléculas do fluido (massa de ar) a transferência de calor é gerada;
III: incorreta, também! Em uma churrasqueira, o principal mecanismo de transferência de calor entre o
carvão (incandescente) e a carne é a radiação! Esse mecanismo é gerado pelas ondas eletromagnéticas
emitidas pela luz gerado no calor do carvão, sendo o principal meio de troca de calor. Um caso comum é
cozimento, para não queimar a carne, com papel alumínio com o lado altamente reflexivo para fora da
carne. Por ser uma superfície reflexiva, parte da radiação não é absorvida e transferida para carne,
proporcionando um cozimento mais demorado, sem queimar a carne (e a costelinha de porco fica no
"grau", Coruja! rs).
Gabarito: "a".
O trocador de calor casco e tubos é muito utilizado em aplicações industriais. Nesse tipo de trocador, a
transferência de calor ocorre com um fluido escoando no interior dos tubos, enquanto o outro fluido
escoa fora dos tubos através do casco.
99
Com relação ao número de passes envolvidos no casco e nos tubos, o trocador de calor casco e tubos
apresentado na figura acima possui
Comentário:
Olha aí, corujinha alada! Questão sobre trocadores de calor que cobra um tipo muito comum em prova que
é o de casco e tubos. Oras, tranquilidade! Ele quer saber quantos passes temos (quantas vezes o fluido do
tubo e o fluido do casco passa e troca calor com as superfícies).
Perceba, pela figura, que temos quatro passes no tubo (risco mais cinza) e dois passes no casco (retângulo
maior que envolve os tubos). Veja a ilustração com minhas marcações:
100
Em vermelho, temos os 2 passes do casco e em azul claro, os 4 passes do tubo! "Matamos" mais uma,
Estrategista!
Gabarito: "c".
O lado interno da parede de uma planta industrial encontra-se submetido a produtos de combustão a
uma temperatura de 100°C e coeficiente de filme igual a 10 W/m² °C. Esta parede é recoberta por uma
camada de 6 mm de um isolante que apresenta uma condutividade térmica igual a 0,02 W/m °C. O lado
externo do conjunto parede-isolante interage termicamente com o ar ambiente, cuja temperatura e
coeficiente de filme valem, respectiva- mente, 25°C e 5 W/m2 °C. Se a espessura da parede tiver 4 cm, e
se sua condutividade térmica for igual a 0,1 W/m °C, a taxa de transferência de calor referente à parede,
em W/m², e a temperatura na interface parede-isolante, em °C, respectivamente, valerão:
a) 4,7 e 97,65
b) 20 e 27,92
c) 52,5 e 63,25
d) 75 e 62,5
e) 75 e 94,75.
Comentário:
Oras, Corujinha! Questão super tranquila! Ela nos exige somente uma interpretação simples da
transferência de calor em regime estacionário, com aplicação das fórmulas que vimos para condução e
convecção. Nesses exercícios, podemos utilizar tranquilamente a analogia que estudamos com circuitos
elétricos para acharmos as resistências térmicas e encontrarmos o que o enunciado quer. Vamos lá?
101
Bom, primeiramente é bom entendermos o que está ocorrendo no problema. Oras, temos uma região
com produtos à combustão (lado interno da parede - a, na figura) que vai gerar trocar calor por convecção
com a superfície interna da parede. Essa parede contém um isolante de outro lado (por ela e pelo isolante,
teremos a troca de calor por condução) que isola com o outro ambiente - b, na figura - (mais uma troca
por convecção.
Aplicando o conceito da resistência para cada mecanismo, Coruja, temos a sequência: 1- resistência do
ambiente interno (convecção); 2 - resistência da parede (condução); 3 - resistência do isolante (condução)
e, por final, 4 - resistência do ambiente externo (convecção). Oras, basta substituirmos os valores dos
respectivos coeficientes que encontramos o resultado de cada resistência:
1 1
• 1 - 𝑅1 = = = 0,1 m2. oC/W;
ℎ 10
𝑙 0,04
• 2 - 𝑅2 = = = 0,4 m2. oC/W;
𝑘 0,1
𝑙 0,006
• 3 - 𝑅3 = = = 0,3 m2. oC/W;
𝑘 0,02
1 1
• 4 - 𝑅4 = = = 0,2 m2. oC/W;
ℎ 5
Perceba que, como os valores dos coeficientes, já estão por unidade de área, não nos interessa a área de
parede, Coruja. Oras, agora, matamos. Basta aplicarmos a fórmula do fluxo global de transferência de
calor, que encontramos a taxa e a temperatura do isolante. Somando a resistência, temos uma resistência
equivalente de:
∆𝒕 (𝟏𝟎𝟎−𝟐𝟓)
𝑸= 𝑹𝒆𝒒
= 𝟏
= 𝟕𝟓 W/m2;
102
Perfeito! Já encontramos a taxa e eliminamos, assim, as letras "a", "b", e "c". Tranquilo. Agora, com a taxa
de transferência desse processo, encontramos facilmente as temperaturas envolvidas em cada etapa.
Para a convecção entre o ambiente interno e a superfície da parede, encontramos T o. Assim, temos:
(𝟏𝟎𝟎−𝑻𝒐)
𝟕𝟓 = = 𝑻𝒐 = 𝟗𝟐, 𝟓 oC;
𝟎,𝟏
Agora, encontraremos T1 - temperatura na interface da parede com o isolante - pela condução de calor
através da parede até a superfície do isolante:
(𝟗𝟐,𝟓−𝑻𝟏)
𝟕𝟓 = = 𝑻𝟏 = 𝟔𝟐, 𝟓 oC;
𝟎,𝟒
Gabarito: "d".
Uma parede com área de 9m² e 15cm de espessura de concreto, com condutibilidade térmica de
0,3kcal/hm °C, separa dois ambientes às temperaturas de 25 e 5 °C. Nestas condições, o fluxo de calor
pela parede, em kcal/h, é de:
a) 90
b) 180
c) 270
d) 360
e) 450.
Comentário:
Tranquilidade, Coruja! Basta aplicarmos a nossa "boa e véia" equação de Fourier para a condução
(mecanismos de transferência de calor através da parede). Assim, convertendo a espessura de centímetro
para metro, temos:
𝒅𝑻 (𝟓 − 𝟐𝟓) 𝒌𝒄𝒂𝒍
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙ = −𝟎, 𝟑. 𝟗. = 𝟑𝟔𝟎 ;
𝒅𝒙 𝟎, 𝟏𝟓 𝒉
Gabarito: "d".
103
O vidro de uma janela tem 5 mm de espessura e uma área de 2 m² . Suas faces interna e externa são
mantidas a temperatura de 20 °C e -10 °C, respectivamente. Considerando que a condutividade térmica
do vidro vale 1 W/m°C, o fluxo de calor (kW) por condução através dele é:
a) 2
b) 3
c) 4
d) 6
e) 12.
Comentário:
Perceba, Estrategista, que esse tipo de questão pela Cesgranrio é bem comum e, muito provavelmente
aparecerá na sua prova. Novamente, basta aplicarmos a nossa fórmula. Veja que ele quer o fluxo em kW
(basta multiplicarmos por 1000) e passarmos a espessura da parede de milímetros para metro. Assim,
temos:
𝒅𝑻 (−𝟏𝟎 − 𝟐𝟎)
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙ = −𝟏. 𝟐. = 𝟏𝟐. 𝟎𝟎𝟎 𝑾 = 𝟏𝟐 𝒌𝑾;
𝒅𝒙 𝟎, 𝟎𝟎𝟓
Gabarito: "e".
FGV
Um cubo de lado 10 cm foi aquecido de 100 oC até 130 oC durante 20 minutos. Sabendo-se que a
densidade do cubo é de 8000 kg/m3 e seu calor específico é de 0,4 kJ/(kg. oC), a taxa média de
transferência de calor é de
a) 20 W.
b) 40 W.
c) 60 W.
d) 80 W.
e) 100 W.
Comentário:
104
Estrategista, essa é uma questão que envolve mais conhecimento básico de Termodinâmica e do conceito
de potência do que de Transferência de Calor. Isso ocorre, porque no fundo, a Taxa Média de
Transferência de Calor é também dada em unidade de potência (W).
Como sabemos do ensino médio, o Watt (W) é igual a Joule por segundo (J/s), que é justamente uma
medida de energia por tempo. Nesse sentido, a questão nos cobra exatamente isso. Em um dado cubo,
com algumas características inerentes a sua forma e seu material (calor específico), há o aquecimento de
uma temperatura a outra durante um determinado tempo.
Oras, Coruja, se ele foi aquecido, é porque tivemos uma taxa de calor (que é energia, como vimos em
aula, transferida). E é essa taxa que devemos descobrir.
• Primeiramente, temos que achar o quanto de calor (energia) que foi gerado. Para isso, como não
ocorreu mudança de fase, temos a famosa fórmula "Quemacete" do Ensino Médio. Lembra dela,
Estrategista? Veja ela aí:
𝑸 = 𝒎. 𝒄. ∆𝑻
• Precisamos achar a massa (m), em kg, para pode ser substituída em nossa fórmula. Perceba que
o exercício nos forneceu a densidade do cubo e o valor da dimensão do seu lado (10 cm). Assim,
pela fórmula da densidade que é massa por volume, encontramos a massa:
𝒎
𝒅=
𝑽
• Como a densidade está em m3, temos que achar o volume em m3. Sabemos que o volume do
cubo é o produto da sua largura, profundidade e altura. Como seus lados são iguais, temos que
essas dimensões são todas iguais a 10 cm. Assim, primeiramente, precisamos transformar 10 cm
em metros, o que nos gera para cada medida, o valor de 0,1 m, já que 1 m = 100 cm. Dessa forma,
temos o volume (V) e a massa:
𝑽 = 𝟎, 𝟏 ∙ 𝟎, 𝟏 ∙ 𝟎, 𝟏 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟏 𝒎𝟑
𝒎
𝟖𝟎𝟎𝟎 = > 𝒎 = 𝟖 𝒌𝒈
𝟎, 𝟎𝟎𝟏
• Descobrindo a massa, com a fórmula para o cálculo do calor, descobrimos a quantidade de calor
e dividindo essa quantidade pelo tempo, achamos a taxa de transferência de calor, já que temos
a variação de temperatura que foi de 100oC para 130oC (não há necessidade de conversão para
Kelvin, Estrategista, pois temos o calor sensível em Celsius, rs). Outro detalhe que temos que ter
105
em mente é que o calor específico foi dado em kJ, logo, o valor de 0,4 kJ/(kg. oC) precisa ser
multiplicado por 1000 para termos em joules. Assim, temos:
• Como a Taxa Média de Transferência de Calor é dada em Watts (J/s), temos para o tempo de 20
min = 20.60 = 1200 segundos:
𝟗𝟔𝟎𝟎𝟎
𝒒= = 𝟖𝟎 𝑾.
𝟏𝟐𝟎𝟎
Gabarito: "d".
a) a razão entre o calor conduzido por meio do material e o calor armazenado por unidade de volume.
b) a razão entre o calor conduzido por meio do material e o intervalo de tempo transcorrido.
c) a razão entre o calor armazenado por unidade de volume e o intervalo de tempo transcorrido.
d) o produto entre o calor armazenado por unidade de volume e a difusão de calor pelo material.
e) o produto entre o calor conduzido por meio do material e o intervalo de tempo transcorrido.
Comentário:
Conforme vimos em aula, Estrategista, a difusividade térmica está associada ao material que está sendo
analisado, consistindo em uma propriedade termofísica importante que vai relacionar a condutividade
térmica do material e a capacidade calorífica volumétrica. Ou seja, a difusividade térmica é justamente
a razão entre a quantidade de calor que é conduzida pelo material e a quantidade de calor armazenada.
Em outras palavras, Coruja, é a relação entre o "quanto de energia o material consegue transferir", pelo
"quanto de energia que ele consegue armazenar". Dessa forma, materiais com alto valor de difusividade
térmica tendem a atingir o equilíbrio térmico com o meio mais rapidamente. É o caso de uma panela de
metal que rapidamente atinge temperaturas elevadas quando aquecida no fogão.
Já materiais com baixo valor de difusividade térmica demoram para atingir o equilíbrio térmico com o
meio, devido à baixa condutividade térmica. É o exemplo da água de uma piscina que, mesmo no verão,
com dia ensolarado, possui, pela manhã, uma temperatura relativamente baixa (diferentemente do final
do dia), sacou?
Gabarito: "a".
106
a) 40 W/m
b) 50 W/m
c) 60 W/m
d) 70 W/m
e) 80 W/m
Comentário:
Opa! Tranquilidade, Coruja! Essa é uma questão interessante para treinarmos tanto o conceito de raio
crítico quanto a condução em tubos. Oras, perceba que o examinador quer a máxima transferência de
calor entre o tubo e o meio externo - logo, ele quer que usemos o raio crítico.
Lembre-se que a fórmula do raio crítico relaciona o coeficiente de transferência por convecção e a
condutividade térmica, considerando o quanto maior é o raio para a troca por convecção ainda se
sobressaia em relação a condução (que, com maior raio e maior raio é prejudicada). A relação do raio
crítico é:
𝒌
𝒓𝒄 = ;
𝒉
Assim, para calcularmos a resistência térmica do material isolante (Risolante) temos que considerar o
raio crítico como sendo o máximo possível para a transferência. Por isso, ele seria o nosso raio máximo
externo. Logo, temos, de acordo com o enunciado:
𝟎, 𝟐
𝒓𝒄 = = 𝟓𝟎 𝒎𝒎 = 𝟎, 𝟎𝟓 𝒎;
𝟒
Agora, podemos encontrar a resistência térmica do tubo de material isolante, que sofrerá a condução
de calor por esse mecanismo. Lembre-se que para os tubos, temos:
107
(𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 )
𝒒̇ = ;
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐
𝒓
𝒍𝒏. (𝒓𝟐 )
𝟏
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 =
𝟐. 𝝅. 𝑳. 𝒌
Oras, o nosso r2 é justamente o raio crítico que encontramos, ao passo que o r1 será o raio do tubo
considerando a espessura da parede. Como o diâmetro do tubo é de 40 mm, temos o seu raio igual a 20
mm, somado com a espessura da parede de isolamento. Assim, rtubo = 25 mm. Agora, podemos encontrar
o Rcilindro, em função de "L", pois não temos o comprimento do tubo, considerando Ln(2) = 0,7:
𝟎, 𝟎𝟓
𝒍𝒏. ( ) 𝒍𝒏. (𝟐) 𝟎, 𝟕 𝟕
𝟎, 𝟎𝟐𝟓
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = = = = ;
𝟐. 𝟑. 𝑳. 𝟎, 𝟐 𝟔. 𝑳. 𝟎, 𝟐 𝟔. 𝑳. 𝟎, 𝟐 𝟏𝟐𝑳
Ótimo. Vamos guardar essa informação. Agora, precisamos encontrar a resistência térmica do mecanismo
de convecção, já que ele também irá trocar calor com o fluido que está a 115 oC. Assim, precisamos achar
a área da superfície que, para um tubo cilíndrico é 2.π.r.L. Pela a analogia com sistemas elétricos e
considerando o raio crítico para achar a área "A", pois ele é o maior raio externo para a máxima taxa de
transferência, temos:
𝟏 𝟏 𝟏 𝟏𝟎𝟎 𝟓
𝑹𝒄𝒐𝒏𝒗𝒆𝒄çã𝒐 = = = = = 𝑳;
𝒉. 𝑨 𝟒. 𝟐. 𝝅. 𝒓𝒄. 𝑳 𝟒. 𝟐. 𝟑. 𝟎, 𝟎𝟓. 𝑳 𝟒. 𝟐. 𝟑. 𝟓. 𝑳 𝟔
Pronto, Coruja! Acabou. Agora, aplicamos a lógica da transferência de calor para sistemas combinados
(já que esse é um sistema que temos condução e convecção) com as resistências térmicas que
encontramos acima. Assim, temos:
𝑸
= 𝟔𝟎 𝑾/𝒎;
𝑳
Veja que o resultado está em função de "L" (comprimento do tubo). Todavia, não precisávamos saber
esse valor, pois as respostas são colocada em W/m.
Gabarito: "c".
Uma parede divide dois ambientes mantidos a temperaturas TA e TB . A parede tem sua espessura (E)
muito menor do que a altura e a largura e a condutividade térmica (k) é conhecida. Os coeficientes médios
108
de transmissão de calor por convecção para as duas superfícies externas da parede são respectivamente
hA e hB. Na situação descrita acima a radiação térmica pode ser desconsiderada e o fluxo de calor
(watt/m2 ) que atravessa a parede pode ser calculado pela expressão:
Comentário:
Questão muito tranquila, Coruja! Ela nos cobra o conhecimento da analogia com sistemas elétricos que
vimos em aula, em um cenário no qual temos os mecanismos de condução e convecção para a
transferência de calor. Lembre-se que teremos condução através da parede e convecção entre a
superfície do ambiente "A" e do ambiente "B". Assim, admitindo os respectivos coeficientes de convecção
e a condutividade térmica, temos a resistência térmica em A, por convecção expressa por Rc = 1/ha como
em B, expressa por Rc = 1/hb e a resistência para condução Rk = E/k:
∆𝑻 (𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 ) (𝑻𝑨 − 𝑻𝒃 )
𝒒 = = =
𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + 𝑹𝟑 𝟏 𝑬 𝟏
+ +
𝒉𝒂 𝒌 𝒉𝒃
Perceba que a área "A" não precisa ser colocada, pois o fluxo de calor "q" já está por unidade de área
(como o enunciado nos fala q = watt/m2). Assim, a alternativa que nos traz a expressão correta como
acima é a letra "a".
Gabarito: "a".
A parede externa de uma casa é composta por uma camada de 25 cm de espessura de tijolo comum e
uma camada de gesso. A taxa de transferência de calor por unidade de área é 40 W.m⁻², já a face externa
da parede se encontra a 40 °C e a face interna à 20 oC. Presume‐se que a condutividade térmica, em W.m⁻¹
K⁻¹, do tijolo é 0,7 e a do gesso 0,5.
a) 1,00 cm
b) 2,35 cm
109
c) 5,10 cm
d) 10,00 cm
e) 23,5 cm.
Comentário:
Tranquilidade, Coruja! Apesar da questão querer de você a resolução pelo tal do "kmédio" (que, já
adianto, é uma aproximação meio "porca" para quando se tem dois sólidos em contato) essa questão é
tranquila. Ela cobra de nós somente a aplicação da fórmula da Lei de Fourier para o mecanismo de
condução de calor em regimes estacionários. Lembre-se dela (sinal negativo é para indicar que a variação
de temperatura é sempre da maior, que é a inicial, para a menor, que é a final, caso contrário o resultado
daria sempre negativo par ao fluxo de calor o que não tem o menor sentido):
𝒅𝑻 𝒅𝑻
𝒒𝒌 = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙ = 𝒌∙𝑨∙
𝒅𝒙 𝒅𝒙
qk = 40 W.m-2; ktijolo= 0,7 W.m⁻¹ K⁻¹; kgesso= 0,5 W.m⁻¹ K⁻¹; dxtijolo = 0,25 m ; dxgesso = ?
Oras, as paredes estão juntas e sabemos qual é a variação de temperatura (Final - Inicial) ou (Inicial -
Final). Basta aplicarmos, Coruja, a equação para a parede de tijolo e encontrar a temperatura entre as
superfícies (de tijolo e de gesso - Tstg) e, depois, aplicar essa variação de temperatura para a parede de
gesso. Veja o esquema:
Assim, primeiro encontramos aplicamos a equação para encontrarmos a temperatura da superfície entre
as paredes de tijolo e gesso (Tstg):
(𝟒𝟎 − 𝑻𝒔𝒕𝒈)
𝟒𝟎 = 𝟎, 𝟕 ∙ = 𝑻𝒔𝒕𝒈 = 𝟐𝟓, 𝟕 ℃;
𝟎, 𝟐𝟓
Agora, com essa temperatura que fica na interface das paredes, podemos achar a espessura do gesso.
Vejamos:
110
(𝟐𝟓, 𝟕 − 𝟐𝟎)
𝟒𝟎 = 𝟎, 𝟓 ∙ = 𝒅𝒙 = 𝟕, 𝟏 𝒄𝒎;
𝒅𝒙
Oras, você perceberá que não tem a resposta. Isso porque a banca considerou uma resolução mais simples
(porém, na minha opinião sem grandes rigor acadêmico, já que gesso e tijolo são materiais diferentes,
com condutividades diferentes) utilizando um valor de k médio (condutividade média) dos dois materiais.
Assim, para chegar ao gabarito deveríamos fazer uma média aritmética dos dois valore de k (do tijolo e
do gesso) e aplicarmos na Lei de Fourier:
(𝟒𝟎 − 𝟐𝟎)
𝟒𝟎 = 𝟎, 𝟔 ∙ = 𝒅𝒙𝒈𝒆𝒔𝒔𝒐 = 𝟎, 𝟎𝟓 𝒎 = 𝟓 𝒄𝒎.
𝟎, 𝟐𝟓 + 𝒅𝒙𝒈𝒆𝒔𝒔𝒐
E, assim, chegamos ao "gabarito" menos errado que é a letra "c". Sugestão: na hora da prova, calcule pelo
método que ensinei acima, separando cada espessura e seu material. Caso não encontre uma resposta
próxima (com diferença apenas na casa decimal), faça o "kmédio" dos materiais nessas situações de dois
materiais sólidos unidos.
Gabarito: "c".
A respeito dos mecanismos de transferência de calor, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a
falsa.
( ) Transferência de calor através de materiais sólidos pode ocorrer por condução e/ou radiação.
a) F, V e F.
b) V, V e V.
c) F, F e V.
d) V, F e V.
e) V, V e F.
Comentário:
111
Mais uma questão tranquila, Estrategista! Ela nos cobra os conceitos básicos sobre cada mecanismo de
transferência de calor. Vejamos cada assertiva.
I: correta! De fato, tanto a condução quanto a radiação podem ocorrer através de materiais sólidos.
Lembre-se que a condução é o mecanismo de transmissão de calor (energia) partícula a partícula,
molécula a molécula do material (ou seja, a nível molecular e atômico). A radiação é um mecanismo que
não precisa de um meio para se propagar (como na condução e convecção). Todavia, ela também se
propaga em sólidos, líquidos e em gases (claro, o fato de ela ter natureza de ondas eletromagnéticas e ser
propaga no vácuo, não impede sua propagação em meios materiais);
II: errada! Vimos que fluidos também transferem energia (calor) por condução (inclusive, dá origem ao
termo convecção, caso contrário seria somente advecção que tem relação somente com o movimento
macroscópico) e por radiação;
III: correta! Conforme falamos, de fato, somente a radiação, por conta da sua emissão ser por ondas
eletromagnéticas (como a luz solar, por exemplo) que ela pode se propagar sem a necessidade de meio
material, como o vácuo;
Gabarito: "d".
I. Um trocador de calor se caracteriza por transferir calor de um fluido para o outro, sob temperaturas
diferentes, podendo ou não ser misturados, com intuito de arrefecer ou aquecer um determinado fluido.
II. Os trocadores de calor são projetados para maximizar a área de superfície da parede entre os dois
fluidos, enquanto minimiza a resistência ao fluxo do fluido através do trocador com intuito de aumentar
eficiência.
III. As aletas são usadas em toda área da tubulação para aumentar a troca de calor, construídas em
materiais de excelente condutibilidade térmica e acarretam em um aumento drástico da pressão de
entrada e saída.
IV. Em trocadores de calor contracorrente os fluidos entram no trocador em lados opostos, é mais
eficiente, e os fluidos fluem aproximadamente perpendiculares entre si através do trocador.
Assinale:
Comentário:
Essa foi uma questão muito sacana e, ao mesmo tempo, mal formulada, Coruja! Vejamos cada assertiva
e você vai entender:
I: correta! Essa é uma assertiva muito capciosa, pois, de fato, temos trocadores de calor que podem ser
classificados em sem mistura e com mistura (como os de escoamento cruzado, que vimos em aula).
Todavia, a sacanagem é que essa mistura não é dos fluidos que estão passando pelo equipamento e,
sim, a como o escoamento é feito. No escoamento sem mistura, temos a presença de aletas que não
permite que o fluido que um fluido percorra a direção transversal dos tubos, ao passo que o com mistura,
não se tem as aletas para direcionar o fluxo sempre na perpendicular aos tubos e não que ambos os
fluidos se misturam no trocador, como a assertiva poderia dar a entender (e o que estaria errado).
Assertiva muito maldosa;
II: correta! De fato, Coruja, o objetivo é justamente projetar o trocador para máxima transferência de
calor com maior contato de área de superfície e permitir que o fluxo ocorra sem obstrução para que os
mecanismos de transferência de calor (como a convecção) seja potencializado;
III: errada! De fato, um dos efeitos das aletas pode ser evidenciado com o aumento da troca de calor, pelo
aumento da área de superfície de contato. Todavia, a pressão na saída do trocador não será maior,
justamente porque elas podem gerar alta perda de carga no fluxo do fluido durante o escoamento;
IV: correta! Apesar de, na minha opinião, a assertiva fazer uma confusão com o escoamento perpendicular
(depende se o trocador tem ou não tem chicanas para isso), o trocador contracorrente, de fato, os fluidos
quente e frio entram em sentidos opostos e, por conta disso, são mais eficientes;
Gabarito: "d".
Uma parede com 0,1m de espessura é submetida a uma diferença de temperatura de 100K. A
condutividade térmica dessa parede é igual a 2 W/(m.K). Sabe-se que a face mais fria da parede troca
calor por convecção com uma atmosfera submetida a uma temperatura 20 oC menor que a temperatura
da face fria da parede. Determine o coeficiente de transferência de calor por convecção entre a referida
atmosfera e a parede em W/(m2K):
a) 100
113
b) 1000
c) 2000
d) 200
e) 0,01
Comentário:
Estrategista, tranquilidade! Primeira coisa a se fazer é verificar se precisamos converter alguma unidade.
De fato, não precisamos (estão todas em Kelvin e metros, sem nenhuma surpresa nas alternativas ou no
enunciado).
Oras, temos uma parede que sofre o mecanismo de condução e que possui uma variação de temperatura
(∆T1 = Tsuperfície interna - Tsuperfície externa), ao passo que, a superfície externa troca calor com o meio
ambiente por convecção, cuja temperatura do ambiente externo é 20oC menor que a Tsuperfície externa
da parede. Maravilha!
Coruja, concorda comigo que a transferência de calor por condução será a mesma (em valor) que a
transferência por convecção nesse problema? Claro! Teremos uma situação na qual o fluxo de calor que
atravessa a parede por condução é "roubado" pelo ambiente por convecção. Dessa forma, podemos
igualar as equações do fluxo de calor por condução com a equação do fluxo de calor por convecção. Assim,
podemos achar o coeficiente por convecção pedido pelo enunciado, já que o de condução (condutividade
térmica) ele fornece. Assim, temos:
Condução:
𝒅𝑻
𝒒𝒌 = 𝒌 ∙ 𝑨 ∙
𝒅𝒙
Convecção:
𝒒𝒄𝒗 = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻
𝒅𝑻
𝒌∙𝑨∙ = 𝒉. 𝑨. ∆𝑻
𝒅𝒙
O pulo do gato, Coruja, está em perceber que a temperatura do ambiente é igual a temperatura superfície
externa (face fria da parede, como ele chama) menos 20oC. Vamos escrever isso:
114
𝒌. 𝑨. 𝒅𝑻 𝟐. 𝟏𝟎𝟎 𝟐. 𝟏𝟎𝟎 𝑾
𝒉= = = = 𝟏𝟎𝟎 ( 𝟐 ) ;
𝑨. 𝒅𝒙. ∆𝑻 𝟎, 𝟏. (𝑻𝒔𝒆𝒙𝒕 − 𝑻𝒂𝒎𝒃) 𝟎. 𝟏. (𝑻𝒔𝒆𝒙𝒕 − 𝑻𝒔𝒆𝒙𝒕 + 𝟐𝟎) 𝒎 .𝑲
Gabarito: "a".
a) Aço.
b) Água.
c) Alumínio.
d) Cobre.
e) Óleo.
Comentário:
Questãozinha pura decoreba que nos cobra o calor específico (nada mais é que a razão entre a
quantidade de calor que é transferida pela unidade de massa da substância específica e a elevação de
temperatura que essa quantidade de calor gerou). Logo, cada substância terá o seu valor, Coruja, e querer
de você a memorização de todas, realmente, é um absurdo.
Todavia, é bom que você conheça as principais (principais materiais utilizados) e saber que a água é a
substância que possui um dos maiores valores encontrados na natureza (1,0 cal/g.oC) e dentre as opções
é a que possui, de fato, o maior valor. Abaixo coloquei uma tabela para que você tenha uma ordem de
grandeza para sua prova (não precisa decorar os números), pois é bom saber dessas
substâncias/materiais:
115
Cobre 0,0921
Óleo (generalizado) 0,400
Gabarito: "b".
O ar a 20 oC escoa sobre uma placa de 1m2 a uma temperatura de 250 oC. Sabendo que o coeficiente de
transferência de calor é 25 W/m2.oC, avalie a transferência de calor.
a) 6,250 kW
b) 6250 kW
c) 500kW
d) 57,5 kW
e) 5,75kW
Comentário:
Olha aí, Coruja, mais uma questão super tranquila. Veja que basta aplicarmos a nossa "formuleta" da
transferência de calor por convecção. Oras, temos uma massa de ar se deslocando sobre uma superfície
(placa de 1 m2) - cenário clássico desse mecanismo. Assim, temos:
𝒒𝒄𝒗 = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻
Substituindo os valores, temos (perceba que está tudo em Celsius, e nas mesmas unidades de área - não
precisamos fazer nenhuma conversão para acharmos a respostas):
Gabarito: "e".
Comentário:
Pelo o amor de Deus, hein, Coruja? Que "pai" a FGV! Claro que o gabarito é a letra "e": os mecanismos
(ou modos) de transferência (ou transmissão) de calor são: condução, convecção e radiação.
Gabarito: "e".
NUCEPE
III - Pela distribuição de Planck a radiação de corpo negro depende unicamente da temperatura.
a) II e III.
b) I.
c) II.
d) III.
e) I e II.
Comentário:
Conforme vimos em aula, Estrategista, o corpo negro, também chamado de irradiador ideal, é um corpo
cuja emissão e absorção de radiação, a uma temperatura específica, é máxima, seja qual for o
comprimento de onda eletromagnética (como vimos, a radiação se propaga porque é emitida na forma
de onda eletromagnética).
O cálculo para saber o quanto um corpo negro consegue emitir e absorver de energia foi amplamente
estudado por Max Planck no começo do século passado, pelo estudo de sua teoria quântica. De acordo
com a Lei de Planck, como vimos em aula, temos que um corpo negro possui potência emissiva a
diferentes temperaturas e em função de diferentes comprimentos de onda, diferentemente do que
ocorre em um corpo cinzento.
117
Assim, temos:
I: de fato, a radiação emitida pelo corpo negro é sim dada em função do comprimento de onda e da sua
temperatura. Todavia, a assertiva erra em dizer que depende da direção, pois a direção impacta na
radiação em corpos cinzentos e não em corpos negros. Assertiva errada;
II: de fato, na distribuição de Planck, temos que a radiação emitida vai variar de maneira contínua
conforme varia o comprimento de onda. Assertiva correta;
III: como vimos, a emissão de radiação pela distribuição de Planck não depende somente da temperatura,
mas também do comprimento de onda. Assertiva errada.
Gabarito: "c".
A parede de um forno com 10 cm de espessura possui condutividade térmica igual a 1 W/m. ºC, o seu
interior encontra-se à temperatura de 410ºC, e o coeficiente de troca de calor por convecção é de 45
W/m².ºC. O ambiente externo também troca calor com o forno por convecção a uma temperatura de
25ºC. Admitindo que a taxa de transferência de calor na parede é 450 W/m², a temperatura da superfície
interna do forno em ºC, vale:
a) 445.
b) 300.
c) 325.
d) 250.
e) 400.
Comentário:
Nesse tipo de questão, Coruja, perceba que alguns dados serão irrelevantes, como a temperatura externa
ao forno (25oC), bem como o processo de transferência de calor condução que utiliza a condutividade
térmica (1 W/m.oC), além da espessura da parede (10 cm).
Oras, perceba que nesse tipo de exercício no qual existem dois mecanismos presentes, não
necessariamente teremos que usá-los, bastando entender o que a questão realmente quer. Veja que ele
deseja saber a temperatura da superfície interna do forno em oC. Assim, basta utilizarmos a nossa fórmula
inerente a taxa de transferência de calor por convecção, pois dentro do forno teremos o mecanismo de
118
convecção entre a superfície e o seu interior (seja qual for o fluido que esteja dentro desse forno, já que
ele nos fornece o coeficiente de troca de calor por convecção, h = 45 W/m2.oC).
Assim, basta aplicarmos a nossa fórmula já estudada, considerando que a área, não mencionada no
enunciado, seja igual a 1 m2, já que a taxa de transferência de calor está em W/m2 (qcv = 450 W/m2).
Vejamos.
Gabarito: "e".
CEPS-UFPA
I - Na condução a energia é transferida de uma região de alta temperatura para outra de temperatura
mais baixa dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contato direto.
II - Na radiação o calor é transferido de uma superfície em alta temperatura para outra superfície em
temperatura mais baixa, quando tais superfícies estão em contato uma com a outra no espaço ou mesmo
separadas, ainda que exista vácuo entre elas.
III - Na convecção a energia é transferida das regiões quentes para as regiões frias de um fluido através
da ação combinada de condução de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura.
Estão corretas
a) II e IV, somente.
b) I e III, somente.
c) I, II e IV, somente.
d) I, II e III, somente.
e) II, III e IV, somente.
Comentário:
I: conforme vimos em aula, Estrategista, de fato, no mecanismo de transferência de calor por condução,
temos a transferência de energia (calor) de uma região de temperatura mais alta, para outra mais baixa,
119
seja qual for o meio. Além disso, também ocorre condução entre meios diferentes, com contato direto.
Assim, imagine que se você pegasse uma colher de metal e colocasse ela com a ponta da haste no fogo
do fogão e segurasse na outra extremidade. Você perceberia, Estrategista, que a temperatura se igualaria
e você, rapidamente, queimaria a mão rs. Isso ocorre pela condução molécula a molécula do metal da
colher que transfere por difusão a energia térmica entre o meio (a colher), além da sua mão em contato.
Assertiva correta;
II: conforme vimos, a radiação também ocorre com corpos juntos no espaço, em contato, além de corpos
separados, sendo inseridos em algum meio (ar, água ou qualquer outro tipo de fluido) ou sendo inseridos
no vácuo - ausência total de meio para transferência de calor. Isso ocorre porque a radiação é transferida
por ondas eletromagnéticas e, por sua natureza, essas ondas não precisam de matéria para sua
propagação. Assertiva correta;
III: de acordo com nossos estudos, vimos que a convecção natural ocorre tanto pelo movimento do fluido,
como uma massa macroscópica que se desloca, ocasionando a mistura dos fluidos por diferença de
pressão entre os regiões de alta temperatura e de baixa temperatura, quanto pelo movimento molecular
da agitação de suas moléculas, o que caracteriza a transferência por condução. Assertiva correta;
IV: como vimos em aula, Estrategista, os corpos com temperatura de 0 oC não estão no zero absoluto,
transmitindo, sim, calor por radiação! Não vai errar isso em prova, hein? Foco! Assertiva errada;
Gabarito: "d".
Dobrando apenas a espessura de uma parede de alvenaria, sua resistência térmica de condução será
a) igual à anterior.
b) metade da anterior.
c) o triplo da anterior.
d) o dobro da anterior.
e) um terço da anterior.
Comentário:
Oras, Estrategista, questão muito simples. Lembre-se da analogia que falamos em aula para as situações
de paredes planas. Aqui a lógica é a mesma, sendo a analogia com a resistência elétrica a base para a
resistência térmica. Lembra de sua relação? Veja:
𝑳
𝑹𝒌 =
𝑨. 𝒌
120
Oras, perceba pela fórmula que a espessura da parede (L) é diretamente proporcional a resistência
térmica (Rk). Assim, se dobrarmos a espessura, teremos a resistência também dobrada. Esse cenário
independe do material (alvenaria, aço, papelão, etc.), pois a condutividade térmica (k) será a mesma.
𝟐𝑳 𝟐𝑳 𝑳
𝟐𝑹𝒌 = = 𝟐𝑹𝒌 = = 𝑹𝒌 =
𝑨. 𝒌 𝑨. 𝒌 𝑨. 𝒌
Gabarito: "d".
UECE-CEV
a) a radiação térmica é emitida pela matéria como resultado de mudanças na configuração eletrônica
dos átomos ou moléculas no seu interior. A radiação térmica necessita de um meio para se propagar,
não ocorrendo no vácuo.
b) a transferência de calor por condução pode ocorrer em sólidos, líquidos e gases. A taxa temporal de
transferência de calor por condução é quantificada macroscopicamente pela lei de Fourier.
c) a taxa de transferência de calor por convecção é quantificada macroscopicamente pela lei de Stefan-
Boltzmann.
d) a transferência de calor por convecção ocorre somente em gases, onde a energia é transportada por
ondas eletromagnéticas.
Comentário:
Letra "a": a primeira parte da alternativa está correta, Estrategista! Realmente, temos na literatura a
vertente que defende a radiação térmica como sendo proveniente de mudanças na configuração
eletrônica (elétrons que vão "pular" nos subníveis de energia) nas quais emitem energia em forma de luz
(fótons). Todavia, a segunda parte da alternativa está errada, pois conforme vimos em aula, a radiação
térmica é propagada por meio de ondas eletromagnéticas e, assim, por sua natureza, não há necessidade
de se ter matéria (meio) para propagação, também ocorrendo no vácuo. Assim funciona a radiação solar
que se propaga no universo (vácuo) e chega a Terra, por exemplo. Alternativa errada;
Letra "b": conforme vimos em aula, Estrategista, o mecanismo de transferência de calor por condução
vai ocorrer pela difusão da energia cinética interna molecular e atômica, passando molécula a molécula,
átomo a átomo, da região de maior para a região de menor temperatura. Mesmo sendo um fluido (sólido,
líquido ou gasoso) teremos a presença desse mecanismo, juntamente com o mecanismo de transferência
121
por convecção, em relação ao aspecto macroscópico com outra superfície. Além disso, como vimos
também, a lei de Fourier é quem rege a quantificação do mecanismo de condução a nível macroscópico.
Alternativa correta;
Letra "c": alternativa encontra-se equivocada, Coruja! Lembre-se que vimos isso em aula e a lei de Stefan-
Boltzmann rege a emissividade de radiação térmica de um corpo e foi desenvolvida em laboratório pelos
dois cientistas que dão nome à lei. Alternativa errada;
Letra "d": conforme vimos em aula, já daria para "matar" essa até como senso comum, não é? Impossível
a convecção estar presente somente em fluidos na forma gasosa! Ela também ocorre, por exemplo, em
fluidos na forma líquida, além da energia não ser transportada, nesse mecanismo, por ondas
eletromagnética e, sim, pela movimentação do fluido em relação a uma superfície sólida. Alternativa
errada.
Gabarito: "b".
UFPR
Considere um ambiente de 200 m² (10 x 20 m) a ser climatizado. A densidade normatizada para a atividade
exercida nesse local é de 10 pessoas por 100 m². Nesse ambiente, cada computador dissipa 400 W, e a
densidade de pessoas é a máxima. Cada pessoa que ocupa o local dissipa 100 W, e todas utilizam um
computador. A iluminação dissipa 10 W/m². A temperatura do ar externo é de 35 °C, enquanto o ambiente
interno deve estar a 20 °C. O pé-direito dessa sala possui 3 metros de altura, e o número de trocas de ar
com o exterior é de 8 ACH (air change per hour). O ar possui uma massa específica aproximada de 1 kg/m³.
O calor específico do ar pode ser aproximado por 1000 J/kgK. Todas as paredes recebem insolação, com
um acréscimo de insolação de 5 °C. O coeficiente global de transferência de calor pelas paredes e pela
laje horizontal é de 15 W/m²K. No local há ainda uma geladeira que dissipa 300 W e 5 televisores que
dissipam 40 W cada. Sabendo que 1 TR é 3,51685 kW, a capacidade do equipamento que deve ser
instalado no sistema é de:
a) 42 TR.
b) 36 TR.
c) 30 TR.
d) 24 TR.
e) 18 TR.
Comentário:
122
Parece um "bicho de 7 cabeças", não é, Estrategista? Mas, é bem simples. A única coisa que você teria
que lembrar é o conceito de potência (está na sua própria unidade internacional - energia por tempo) e
a fórmula do ensino médio para quantidade de energia interna (calor) de um corpo em estado de
equilíbrio (e sem mudança de fase): q = m.c.∆T.
Vejamos, Coruja, o pensando do profissional de engenharia. Você possui um ambiente que precisa ser
climatizado. Oras, precisamos saber que nesse ambiente o quanto de energia (calor) ele está
"produzindo" pelo o que contém nele a fim de saber a capacidade do ar condicionado a ser instalado.
Assim, vamos fazer primeiro o cálculo da quantidade total de energia (calor) que está presente nessa
situação-problema. Vejamos:
Assim, temos uma geração de energia (calor) que é dissipada pelas coisas e pelas pessoas igual a P total
= 12500 W ou 12,5 kW.
Todavia, além disso, temos a insolação na parede que vai fazer com que o ar existente dentro do ambiente
também aqueça e passe a fornecer calor para esse mesmo ambiente.
Como a área do ambiente é 200 m2 e a altura do pé direito é de 3 metros, temos um volume de ar de 600
m3, pois:
𝑽 = 𝟑 𝒎 ∙ 𝟐𝟎𝟎 𝒎𝟐 = 𝟔𝟎𝟎 𝒎𝟑 ;
Além disso, como temos a massa específica desse ar que é 1 kg/m3, temos uma massa de ar total igual a
600 kg. Calculando a quantidade de calor para o calor específico do ar de 1000 J/kg.K e variação de
temperatura de 20 oC (o desejado internamente no ambiente) e 35 oC (do ambiente externo com sol no
"talo", rs), temos:
Como temos o valor de 8 ACH (trocas de ar por hora, ou seja, quantas vezes esse ar é trocado por abertura
de porta e de janelas, por exemplo), passando para segundos e dividindo a energia em joules, achamos o
123
quanto de energia (em Watts) precisamos fornecer para climatizar esse ar e deixá-lo na temperatura de
20oC. Assim:
𝟗. 𝟎𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝑸= ∙ 𝟖 = 𝟐𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝑾 𝒐𝒖 𝟐𝟎 𝒌𝑾;
𝟔𝟎. 𝟔𝟎
Será que acabou? Não, Estrategista! Ainda temos a energia é derivada da troca de calor por convecção
entre as paredes desse ambiente e com o ar exterior, configurando uma taxa de transferência de calor
por convecção.
Temos que a área total das paredes que sofrem com a insolação é de 180 m2. Conforme mostra o
enunciado, o pé direto é de 3 metros (altura desse ambiente). Assim, temos, necessariamente, duas
paredes com 60 metros quadrados (20 m x 3 m - fornecidos pelo enunciado quando ele cita a dimensão
de área do ambiente de 200 metros quadrados) e duas paredes com 30 metros quadrados (10 m x 3 m).
Dessa forma, com a nossa fórmula da taxa de transferência de calor por convecção e o nosso coeficiente
convectivo (h=15 W/m2.K) fornecido pela questão, temos:
Logo, só precisamos somar todas as potências (energias/calor) que terá que ser dissipada a fim de termos
esse ambiente climatizado e, por fim, transformá-la em TR:
𝟏𝟏𝟒 + 𝟐𝟎 + 𝟏𝟐, 𝟓
𝑷(𝑻𝑹) = ~ 𝟒𝟐 𝑻𝑹
𝟑, 𝟓𝟐
Gabarito: "a".
Considere um forno cujo ambiente interno deve ser mantido a 308 °C, com coeficiente de convecção
natural de 10 W/m²K. A parede do forno possui uma área total de 5 m² e é composta por duas chapas
metálicas de 10 mm de espessura, com condutividade térmica de 50 W/mK recheadas com um material
isolante de 20 mm de espessura e condutividade térmica de 1 W/m²K. O ambiente externo está a uma
temperatura de 20 °C, com um coeficiente convectivo forçado de 50 W/m²K. A transferência de calor por
124
radiação pode ser desprezada. As expressões de calor utilizando o conceito fundamental de resistências
térmicas, a lei de Fourier e a Lei do resfriamento de Newton são:
Assinale a alternativa que indica o calor transferido aproximado e a temperatura aproximada da parede
externa.
a) 7,5 kW e 45 °C.
b) 7,5 kW e 60 °C.
c) 10 kW e 45 °C.
d) 10 kW e 60 °C.
e) 15 kW e 60 °C.
Comentário:
Veja, Estrategista, uma questão que relaciona mais de um tipo de mecanismo de troca de calor no mesmo
problema. Perceba que teremos a transferência de calor sendo aplicada por 5 diferentes tipos de meio:
primeiro, interno ao forno (convecção); depois, a parede composta por 2 chapas e 1 material isolante
interno (condução) e o último, meio externo (convecção).
Para cada meio, o exercício nos fornece os dados dos coeficientes convectivos (convecção) e das
condutividades térmicas (condução). Além disso, temos as diferenças de temperaturas e a área da
parede desse forno.
Perceba que o exercício até no forneceu as fórmula que iremos utilizar para cada mecanismo de
transferência em cada meio. Além disso, perceba a relação que ele faz com a variável "U", que será nossa
resistência térmica global, envolvendo a resistência de todos os meios para o cálculo da taxa de
transferência global (q) que vai atravessar nosso sistema.
Assim, com essa taxa de transferência, a gente encontra a temperatura da parede externa, aplicando a
equação de newton (equação da taxa de transferência de calor por convecção) para o último meio
(parede externa do forno e o ambiente externo). Vamos lá?
Primeiramente, vamos fazer as conversões das espessuras para metro (m) e achar a resistência térmica
global desse sistema para a taxa de calor que sai de dentro do forno e vai até o ambiente externo. O
exercício nos fornece que:
𝟏
𝑼= = 𝟕, 𝟏𝟐𝟑 𝑾/𝒎𝟐 ∙ 𝑲
𝟏 𝟎, 𝟎𝟏 𝟎, 𝟎𝟏 𝟎, 𝟎𝟐 𝟏
𝟏𝟎 + 𝟓𝟎 + 𝟓𝟎 + 𝟏 + 𝟓𝟎
Pronto, Estrategista, só jogar na nossa boa e velha fórmula já fornecida pelo exercício que engloba tanto
a troca por convecção e condução nesse regime permanente da situação problema:
Agora, como temos a taxa de transferência global que passa por esse sistema, vamos usá-la na situação
local entre a parede externa do forno e o ambiente externo. Oras, como você deve ter percebido, Coruja,
essa troca será por convecção, como o exercício nos informou. Assim, temos:
Gabarito: "d".
UFGD
A temperatura da superfície de uma determinada parede é 44° C. A área desta parede é de 200 mm2. A
temperatura ambiente no local é 24° C. Assinale alternativa que apresenta o correto valor do coeficiente
de transferência de calor por convecção necessário para remover o calor dessa parede a uma taxa de
1,9W.
a) 0,475 W/m2.K.
b) 4,75 W/m2.K.
c) 285 W/m2.K.
d) 475 W/m2.K.
e) 2,85 W/m2.K.
Comentário:
126
Tranquilidade, hein, Estrategista? Mais uma questão que nos cobra a aplicação direta da famigerada
fórmula do mecanismo de convecção, certo? rs.
𝒒𝒄𝒗 = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻
Perceba que ele quer o coeficiente de transferência de calor já em Kelvin, certo? Portanto, primeira dica,
Estrategista: sempre dê um "look" nas alternativas. Veja as unidades, pois mesmo parecendo besteira, na
hora da prova, uma questão simples pode nos derrubar pela pressa! Nesse caso, por conta da fórmula,
não nos fará diferença a unidade da temperatura estar em Kelvin ou em Celsius. Mas, sempre confira! Na
dúvida, faça a conversão que eu te ensinei!
Sabemos o valor da taxa de transferência de calor por convecção (qcv = 1,9 W).
Além disso, ele nos fornece as temperaturas do ambiente e da superfícies (Tamb = 44oC e Tsup = 24oC) e a
área (A = 200 mm2).
Oras, Coruja, depois de fazermos a conversão da área para m2, é só "correr para o abraço", certo?
Vejamos. Como para cada 1 metro temos 1000 mm ou 103 mm, logo, 1 m2 vai equivaler a 106 mm2. Certo?
Olha lá:
𝟏𝒎 𝟏𝟎𝟑 𝒎𝒎
= > 𝑨 = 𝟐𝟎𝟎 𝒎𝒎𝟐 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟐 𝒎𝟐
𝟏 𝒎𝟐 (𝟏𝟎𝟑 𝒎𝒎𝟏 )𝟐
Logo, Estrategista, utilizando nossa fórmula, depois das conversões de área (sem necessidade de
converter a temperatura para Kelvin porque o somatório de 273 também vai ser subtraído) temos:
Gabarito: "d".
O processo de transferência de calor conhecido como "condução de calor" é regido pela lei de Fourier. A
Figura 3 apresenta o esquema do processo de transferência de calor através da condução.
127
q: fluxo de calor;
L: comprimento da barra.
Assinale a alternativa que apresenta a correta relação entre as variáveis para essa lei.
Comentário:
Veja, Coruja! Mais uma questão super simples, de mera aplicação de formula dentro do nosso estudo.
Aqui temos, mais uma vez, uma questão que aborda o regime estacionário (ou permanente) para a
transferência de calor por condução!
Você bem lembra que a Lei de Fourier vai reger nossos cálculos e ela relaciona tanto a variação de
temperatura, a área da seção transversal, o comprimento e a condutividade térmica do material em
questão. Veja a seguir a nossa equação:
∆𝑻
𝒒𝒌 = 𝒌 ∙ 𝑨 ∙
𝑳
Com ela em mente na sua prova, Estrategista, fica fácil acertar a questão, certo? Vejamos cada alternativa!
128
Letra "a": oras, Estrategista, não precisava nem entender de termodinâmica e, muito menos, de
transferência de calor por condução para "matar" essa alternativa, certo? Perceba pela equação que,
realmente, a condutividade térmica é diretamente proporcional a taxa de transferência de calor (ou
fluxo de calor). E não teria como ser diferente, certo? Já que é a condutividade que vai especificar o
quanto cada material "permite" que "passe" de energia por ele! Alternativa correta;
Letra "b": pelo mesmo raciocínio da alternativa "a", temos que a condutibilidade (ou condutividade é a
mesma coisa) térmica não é inversamente proporcional a taxa de transferência (ou fluxo) de calor.
Alternativa errada;
Letra "c": de maneira análoga a condutibilidade ou condutividade térmica, o fluxo de calor é diretamente
proporcional à área de seção transversal. Alternativa errada;
Letra "d": oras, Estrategista, nem precisamos dialogar muito, não é? O comprimento é, na verdade,
inversamente proporcional ao fluxo de calor. Mesmo sem observar a fórmula é possível deduzir essa
lógica, certo? Na condução, essa medida de distância só dificulta a passagem de calor, já que maiores
medidas o fluxo precisa vencer. Alternativa errada;
Letra "e": de maneira alguma, Coruja! É claro que o fluxo de calor é em função da diferença de
temperatura! Justamente ele ocorre devido a ela, pois o fluxo irá da região de maior temperatura para a
região de menor temperatura. Se as temperaturas são iguais, por exemplo, não há troca de calor por
difusão entre as moléculas do material! Alternativa errada.
Gabarito: "a".
Instituto AOCP
A parede de uma casa de fornalha é construída em alvenaria com material refratário, com espessura de
0,3 m, altura de 0,5 m, comprimento de 1,2m e condutividade térmica de 1,8 W/(m.K). As Aferições
executadas durante a operação e regime estacionário indicaram que, na área interna da fornalha, a
temperatura era de 1400 K(Kelvin) e, na superfície externa da parede, 1150 K(Kelvin). Considerando a
condução térmica unidimensional e a condutividade constante, a perda de calor através da alvenaria é
a) 1500 W/(m.K).
b) 1500 W/m².
c) 900 W/m².
d) 900 W.
e) 900 W/(m.K).
129
Comentário:
Tranquilidade, Coruja! Um questão que nos cobra a aplicação da nossa fórmula de Fourier (tranquilidade),
por conta do regime estacionário, com condução térmica unidimensional e condutividade térmica
constante:
∆𝑻
𝒒𝒌 = 𝒌 ∙ 𝑨 ∙
𝑳
Oras, sabemos que o mecanismo de condução está relacionado com a espessura do material no qual o
fluxo de calor irá atravessar, pela transferência de energia cinética entre as colisões a nível molecular e
atômico, que irá difundir o calor pelo material.
Perceba que para o cálculo da nossa área "A" da parede da fornalha, utilizaremos as dimensões dadas
pelo enunciado. Assim, temos que A = 0,5 x 1,2 = 0,6 m2. Coisa linda! Oras, como a nossa espessura "L"
vale 0,3 m e temos a condutividade térmica k = 1,8 W/(m.K), matamos o probleminha:
(𝟏𝟒𝟎𝟎 − 𝟏𝟏𝟓𝟎)
𝒒𝒌 = 𝟏, 𝟖 ∙ 𝟎, 𝟔 ∙ = 𝟗𝟎𝟎 𝑾
𝟎, 𝟑
Gabarito: "d".
Qual é a vazão do fluido quente e a área de um trocador de calor contracorrente operando nas condições
a seguir e com coeficiente global de transferência de calor igual a 400 kJ/(h.m2 .°C)?
Fluido frio (FF): cp = 4 kJ/kg°C ; Tentrada = 20°C ; Tsaída = 80°C ; vazão 2000 kg/h
Comentário:
130
Questão muito interessante que vai cobrar de você tanto a relação da vazão mássica de um trocador de
calor, o coeficiente global de transferência de calor (U), bem como uma particularidade da diferença
média logarítmica de temperatura (∆Tm). Vamos lá!
Primeiramente, Coruja, temos que entender que todo fluxo de calor proveniente do fluido quente no
sistema irá para o fluido frio (fazendo com que sua temperatura aumente). Assim, temos:
Qquente = Qfrio;
𝐐̇ = 𝐦𝐪
̇ . 𝐜𝐪. (𝐓𝐪𝐞𝐧𝐭 − 𝐓𝐪𝐬𝐚𝐢);
Igualando as equações, conseguimos encontrar o valor da vazão mássica do fluido quente (primeira
incógnita que o enunciado nos cobra):
Legal! Veja que já "matamos" duas alternativas. Agora, precisamos encontrar a nossa área (A). Para isso,
utilizaremos a nossa fórmula do coeficiente global de transferência de calor (U). Aqui, devemos ter
atenção a um detalhe! O certo seria termos os valores dos logaritmos em base neperiana (ln) para
encontrarmos o real valor de ∆Tm. Todavia, o enunciado não forneceu. Tudo bem! Melhor pra gente que
temos que fazer menos cálculo, ganhando tempo. Veja que o trocador é do tipo contracorrente. Oras, é
esse esquema aqui, olha:
131
Perceba que teríamos os dados para calcular a ∆Tm caso tivéssemos as informações de ln que a fórmula
nos exige. Como proceder? Aqui, devemos lembrar do método de Efetividade-NUT. Lembre-se que por
esse método, devemos escolher o fluido que tenha o ∆Tmáx para fazermos a análise. Além disso, vimos
que podemos escolher tanto o fluido quente quanto o frio para a análise, certo? Todavia, devemos
sempre escolher aquele que tenha a capacidade térmica (C = 𝐦̇. 𝐜). Perceba que para o nosso caso, é
irrelevante qual fluido escolher (quente ou frio), porque a capacidade térmica (C) deles é igual! Não
visualizou? Veja:
Pegou o "bizu"? Também, se não fossem iguais, tranquilo! Bastaria fazer essas continhas tranquilas acima
e, depois, escolher o fluido com a menor capacidade térmica, pois é ele que terá a maior variação de
temperatura. Assim, finalizando o problema, temos o seguinte:
𝐐̇ = 𝑼. 𝐀. ∆𝑻𝒎
𝐐̇ = 𝐦𝐪
̇ . 𝐜𝐪. (𝐓𝐪𝐞𝐧𝐭 − 𝐓𝐪𝐬𝐚𝐢);
𝐐̇ = 𝑼. 𝐀. ∆𝑻𝒎 = 𝐦𝐪
̇ . 𝐜𝐪. (𝐓𝐪𝐞𝐧𝐭 − 𝐓𝐪𝐬𝐚𝐢);
Gabarito: "a".
Em um cozinha, durante o processo de fervura de uma porção de água e ao utilizar o micro-ondas, uma
copeira envolve os mecanismos de troca de calor. Desconsiderando a transmissão entre o recipiente e a
água, esses mecanismos de troca de calor são denominados, respectivamente:
a) convecção / radiação.
b) convecção / convecção.
c) radiação / condução.
132
d) radiação / radiação.
e) radiação / convecção.
Comentário:
Opa! Que isso, "novinhos" (rs)! Diz, aí, Estrategista: nessa altura do "campeonato" os caras virem com
uma questão dessa é uma afronta a sua intelectualidade, "tchierto"? Coruja, conforme estamos
"calejados", sabemos que no recipiente com o fluido de água se descolando, trocará calor por convecção!
Claro, teremos o movimento desse fluido macroscopicamente. Por outro lado, o micro-ondas fornecerá
energia para o fluido por meio de ondas eletromagnéticas (de baixa frequência) inofensivas ao alimento
(se não, metade da humanidade já estaria morta) para aquecer o alimento, fazendo com que as moléculas
de água presente nos alimentos vibrem, aquecendo a comida!
Gabarito: "a".
Comentário:
Opa! Mais um questão mais tranquila que passar manteiga em beiço de bode (como já diria o nosso
grande mestre e colega, Prof. Guilherme Neves de Matemática e RLM, rs). Coruja, conforme comentei na
parte teórica, a função das aletas é justamente aumentar a taxa de transferência de calor por contado
aumento da área superficial de contato com o fluido. São dispositivos baratos e sua falta não guarda
relação com otimização de processos e nem perda de carga (está relacionada com a troca de calor e não
com o escoamento do fluido), além de não representarem resistência à transferência de calor, já que elas
facilitam a troca (letras "b", "d" e "e", erradas). Além disso, não são invariavelmente utilizadas em
trocadores de calor. Podem ter equipamento não-aletados. Dependerá do projeto (letra "a", errada).
Gabarito: "c".
133
Certo processo produtivo utiliza um trocador de calor do tipo bitubular para aquecer uma vazão de 100
L/min de água de 30 ⁰C a 80 ⁰C, por um óleo vegetal, em contracorrente, que entra no trocador a 120 ⁰C
e sai a 50 ⁰C. Para este tipo de trocador e sob estas condições operacionais, sabe-se que o coeficiente
global de transferência de calor é, 500 W/m². Nessas condições, a área de troca térmica (em m²) é
aproximadamente, igual a
a) 14.
b) 18.
c) 24.
d) 140.
e) 240.
Comentário:
Oras, Coruja, mais uma vez teremos a aplicação das nossas equações de vazão mássica e coeficiente
global de transferência de calor. Além disso, teremos também a possibilidade de usarmos a diferença de
temperatura média logarítmica que nos trará a variação exata de temperatura (mais próxima da real). O
único problema é que exigia de você o conhecimento sobre o ln = 2 (que equivale a, aproximadamente,
0,7). Eu acho isso bem "triste", pois é pura decoreba e a prova acha que esses valores mais banais (como
log de 2, por exemplo) o aluno deveria saber. Enfim...
𝐐̇ = 𝑼. 𝐀. ∆𝑻𝒎
Na qual:
134
Oras, em uma condição de equilíbrio, podemos dizer que o calor (energia) que saí do fluido quente, servirá
diretamente para aquecer o fluido frio e, dessa forma, podemos igualar as equações de coeficiente global
de transferência de calor com a vazão mássica (que provém da primeira lei da termodinâmica que vimos
em aula). Assim, temos:
Perceba que o enunciado nos fornece o valor de conversão de joule para watts (lindo). Encontramos o
valor do fluxo de calor facilmente. Como sabemos que 1 litro de água equivale a 1 kg, nem precisamos
nos preocupar em converter a vazão mássica. Não se esqueça de multiplicar por 1000 o calor específico
da água. Veja:
𝟏𝟎𝟎
̇ . 𝐜𝐟. (𝐓𝐟𝐬𝐚𝐢 − 𝐓𝐟𝐞𝐧𝐭) =
𝐐̇ = 𝐦𝐟 . 𝟒𝟐𝟎𝟎. (𝟖𝟎 − 𝟑𝟎) = 𝟑𝟓𝟎𝟎𝟎𝟎 𝑾;
𝟔𝟎
Legal, encontramos o fluxo de calor. Agora, utilizaremos esse fluxo para encontrarmos a área na equação
do coeficiente global. Todavia, antes, precisamos encontrar a ∆Tm. Para isso, temos que entender que no
trocador contracorrente, as variações de temperatura de entrada e saída são:
∆𝑻𝟏 − ∆𝑻𝟐 𝟒𝟎 − 𝟐𝟎 𝟐𝟎 𝟐𝟎
∆𝑻𝒎 = == = = ;
∆𝑻 𝟒𝟎 𝑳𝒏 𝟐 𝟎, 𝟕
𝑳𝒏 (∆𝑻𝟏 ) 𝑳𝒏 (𝟐𝟎)
𝟐
Agora, pegando esse valor encontrado, substituiremos na fórmula do coeficiente para acharmos o valor
da área (deixei sem dividir para facilitar os cálculos):
𝟐𝟎
𝐐̇ = 𝑼. 𝐀. ∆𝑻𝒎 = 𝟑𝟓𝟎𝟎𝟎𝟎 = 𝟓𝟎𝟎. 𝑨. 𝟎,𝟕 = 𝟑𝟓. 𝟎. 𝟕 = 𝑨 = 𝟐𝟒, 𝟓oC;
Gabarito: "c".
135
IBFC
Avalie as afirmações que seguem tendo como base o tema “Fundamentos e mecanismos de transmissão
de calor”.
I. Pela definição, um processo adiabático não envolve nenhum fluxo de calor, ou seja, não ocorre troca de
energia nem por radiação, nem por condução, nem por convecção.
II. A única forma de realizar um processo adiabático perfeito seria com um corpo que não absorve nem
emite radiação no vácuo, eliminando a condução e a convecção.
III. Diversos processos mais comuns ao nosso redor são considerados adiabáticos, pois quando analisados
ao longo de um longo período, torna-se inexpressivo a troca de calor entre os corpos.
a) I, II e III
b) I e II, apenas
c) I e III, apenas
d) II e III, apenas
e) II, apenas.
Comentário:
Opa! Questãozinha tranquila, que mais envolve o conhecimento de termodinâmica do que da nossa aula
de hoje. O "peguinha" era saber o que é um processo adiabático. Coruja, quando falamos nesse processo,
temos que ter em mente que não há troca de calor entre o meio e o sistema pelos mecanismos que
estudamos (convecção, condução e radiação). Dito isso, vamos ver cada assertiva:
I: certo! De fato, conforme vimos, nesse tipo de processo não teremos o fluxo de calor ocorrendo entre o
sistema em análise e o meio;
II: certo! Lembre-se que o único mecanismo que consegue transferir energia (calor) no vácuo é o da
radiação, por conta da sua natureza de ondas eletromagnéticas. Assim, caso tivéssemos uma situação
ideal, na qual o corpo não conseguisse trocar calor por meio da radiação, teríamos, de fato, um processo
adiabático (já que no vácuo, nem a condução e nem a convecção, também, estariam presentes pela falta
de meio material e fluido);
136
III: errada! Muito pelo contrário, na natureza temos vários processos que não são adiabáticos, nos quais
evidenciamos, justamente, a troca de calor (de energia) do meio/corpo de maior temperatura para o de
menor, por intermédio de diferentes mecanismos (condução, convecção e radiação). O que o examinador
faz é tentar lhe confundir é em relação ao tempo - realmente, se o tempo for muito pequeno (e não
grande/longo), alguns processos podem ser considerados adiabáticos, pois torna-se imperceptível a troca
de calor.
Gabarito: "b".
Idecan
Um sistema de refrigeração a ar usa aletas tipo pino conforme a ilustração apresentada. Sabe-se que m é
o coeficiente de aleta dado por:
a)
b)
137
c)
d)
Comentário:
Questão muito tranquila, Coruja! Veja que a Idecan foi um "pai" para você, colocando a fórmula e o
desenho esquemático da aleta. Oras, precisamos, na verdade, conhecer o perímetro da aleta (basta saber
o perímetro de um cilindro) e a área da seção transversal (que é circular). Ou seja, questão de geometria,
né, xuxu? Vamos lá. Do ensino "mérdio", sabemos:
𝒉. 𝑷 𝒉. 𝟐. 𝝅. 𝒓 𝒉. 𝟐. 𝝅. 𝒓 𝟐. 𝒉
𝒎= √ = √ 𝟐
=√ 𝟐
= √ ;
𝒌. 𝑨𝒕 𝒌. 𝝅. 𝒓 𝒌. 𝝅. 𝒓 𝒌. 𝒓
Gabarito: "c".
138