LINO DE ALBERGARIA
Ilustrações
SÔNIA MAGALHÃES
Obra “Altamente Recomendável para o Jovem”, FNLIJ, 1997
Selecionado para o Programa de Bibliotecas das
Escolas Estaduais/GO 2001, para o Programa Bibliotecas Escolares/MG 1998 e
para o programa Fome de Saber, da Faap, que integra a
ação do Governo Federal Quero Ler – Biblioteca para Todos.
ABUTI
8ª edição
Conforme a nova ortografia
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Copyright © Lino de Albergaria, 1997
Editora: CLAUDIA ABELING-SZABO
Assistente editorial: NAIR HITOMI KAYO
Suplemento de trabalho: FLORIANA TOSCANO CAVALLETE
Coordenação de revisão: LIVIA MARIA GIORGIO
Gerência de arte: NAIR DE MEDEIROS BARBOSA
Diagramação: EDSEL M. GUIMARÃES
Finalização: MAURO MOREIRA
Produtor gráfico: ROGÉRIO STRELCIUC
Impressão e acabamento:
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Albergaria, Lino de, 1950 —
De Paris, com amor / Lino de Albergaria;
ilustrações Sônia Magalhães. — 8. ed. — São
Paulo: Saraiva, 2009. — (Jabuti)
ISBN 978-85-02-02360-4
1. Literatura infantojuvenil I. Magalhães, Sônia.
II. Título. III. Série.
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura infantojuvenil 028.5
2. Literatura juvenil 028.5
10ª tiragem, 2017
SARAIVA Educação S.A.
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CAE: 603371
Todos os direitos reservados.
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Para Marie Stolinski
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Caro Paulo Sérgio,
Você deve ser um cara muito distraído.
Senão, já teria prestado atenção em certas coisas
ou em certas pessoas. Espero que ache este postal
dentro do livro de Matemática. Não é linda esta
praia, o mar azul, os coqueiros e esta areia tão lisa
e branca? Quem sabe um dia, você também
apareça por lá? Foi onde passei as férias,
pensando em você. Pena que, provavelmente, você
não pensava em mim.
A Ignorada
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Paulinho,
Acho que posso chamar você assim, com mais
intimidade, pelo diminutivo. Já vimos, nas aulas
de Português, que o diminutivo é também usado
para tornar a linguagem mais afetiva. Está
lembrado? Bom, com esta dica, você já pode
imaginar que eu frequento a mesma sala que você.
Por isso, foi fácil colocar o cartão no livro de
Matemática e agora vou tentar novamente,
colocando esta cartinha dentro de seu caderno.
Vi com o canto dos olhos quando você achou
meu cartão. Esperei que você olhasse em volta,
talvez direto para mim. Pensei que você pudesse
imaginar quem eu sou. Mas acho que nem
imagina, pois você não olhou para lado nenhum.
E, de repente, meu postal desapareceu da sua
frente. Não percebi se você o
guardou. De todo jeito,
examinei a lixeira da sala e
tenho a certeza, pelo menos, de que você não jogou
fora a minha primeira mensagem. Foi o que me
animou a enviar esta segunda, agora um pouco
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maior. Espero que goste deste papel. Escolhi com
muito carinho. Adoro esta cor.
Continuo sem saber se você gosta ou não de
receber estas coisas que eu escrevo. Então, tive uma
ideia. Gostaria que você também me escrevesse. Só
que eu não quero me entregar. Pelo menos, até
saber se você está ou não a fim de me conhecer
melhor. Se quiser, escreva um bilhete, use a
beirada de uma página do seu caderno, depois
dobre e guarde no fundo de sua carteira. Dou um
jeito e apanho. Combinado?
A Ignorada
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Ignorada ou quem quer que seja,
Se estiver curtindo com a minha cara,
pode ir desistindo. Brincadeira tem hora. Se
acha que estou morrendo de curiosidade, já
dançou. Nem vou voltar, quando a aula
acabar, para flagrar quem mexer na minha
carteira. Se você faz tanta questão de ter um
pedaço do meu caderno com a minha letra,
não custa satisfazer esse desejo. Tudo bem
assim?
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Paulo Sérgio,
Não estou, de
modo nenhum, querendo
curtir com a sua cara.
Mas é verdade que eu
estava muito a fim de ter um
pedaço de seu caderno, essa beiradinha de
papel rasgado, escrita com a sua letra. Ela
não é tão bonita, mas é uma letra bem firme e
legível. Acho que as pessoas se parecem com suas
letras. Você deve ser mesmo firme e claro, pelo que
eu conheço de você. E é também um sujeito honesto,
pois não voltou para a sala no intervalo nem
tentou me surpreender, quando fui buscar o bilhete.
Espero que seja o primeiro. Pois basta fazer do
mesmo jeito para me escrever. Deixe no mesmo
lugar, que eu dou um jeito de buscar. Só peço que
continue não sendo curioso. Eu morreria de
vergonha, se você me descobrisse.
Você não foi tão receptivo assim, mas pelo
menos me deu alguma resposta. Acabo de
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