PRINCIPAIS CONDIÇÕES QUE
ALTERAM O EAS E
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Profa. Esp. Giovanna Perillo Massalino
EXAME DE ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOSCOPIA (EAS)
Exame
Urina Sumário Urina
EAS de urina
tipo I de urina rotina
de rotina
▪ Um dos exames mais solicitados na prática clínica
Processos
Triagem em infecciosos e/ou
assintomáticos inflamatórios do
trato urinário
Doenças
Disfunções do trato sistêmicas, Indicações
urinário alterações
metabólicas gerais
Distúrbios renais
Profa. Giovanna Perillo
EAS – COLETA DA AMOSTRA
Após assepsia,
despreza o 1° jato e
colhe o jato médio
• Recomendações básicas • Tipos de amostras
Sexo feminino:
Pelo menos 2h Amostra 1ª urina da Preferencial
evitar coleta no
de retenção
urinária
período aleatória manhã Mais concentrada
menstrual
2ª urina da
Anotar horário Informar uso de manhã
da coleta medicamentos
Tempo de envio
ao laboratório:
Assepsia local
no máximo 1h
da coleta
Profa. Giovanna Perillo
EAS – COLETA DA AMOSTRA
• Tipos de coleta
Emitida Punção supra
Saco coletor Cateterismo vesical
espontaneamente púbica
Casos particulares: coleta
espontânea não é possível
Profa. Giovanna Perillo
Principalmente
crianças
FASE ANALÍTICA - RECOMENDAÇÕES
▪ Analisar em até 2h da coleta
▪ Condições de armazenamento:
▪ preferencialmente T.A
▪ Se não puder analisar em até 2h:
▪ Refrigerar (2-8°)
▪ Estável por até 12h Precipitação de
▪ Esperar atingir T.A uratos e fosfatos
▪ Nunca congelar
Profa. Giovanna Perillo
ALTERAÇÕES PRÉ-ANALÍTICAS APÓS 2H EM T.A
Profa. Giovanna Perillo
EXAME DE ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOSCOPIA (EAS)
Análise física Análise química Sedimentoscopia
Profa. Giovanna Perillo
COLORAÇÃO DA URINA – ANÁLISE FÍSICA
• Indivíduos saudáveis: amarelo citrino
• Estado de hidratação
• Medicamentos
• Alimentação
• Estados patológicos
Profa. Giovanna Perillo
ANÁLISE FÍSICA – ASPECTO E DENSIDADE
• Aspecto
Obs: odor não
Límpido Ligeiramente turvo é mais
reportado
Turvo
▪ Turbidez pode se dar por: presença de cristais (cristalúria), bactérias, leucócitos, células epiteliais,
filamentos de muco, fungos
• Densidade
• Tiras reagentes ou refratômetro
• Varia de acordo com a quantidade de solutos presentes
• Variação normal: 1.005 – 1.030
• Estado de hidratação
Profa. Giovanna Perillo
EAS - ANÁLISE QUÍMICA
▪ Análise química
▪ Fitas reagentes/tiras reativas
Profa. Giovanna Perillo
ALTERAÇÕES NA ANÁLISE QUÍMICA E POSSÍVEIS CONDIÇÕES
ASSOCIADAS
Nem sempre
PINTO, Wagner de Jesus. Bioquímica clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Profa. Giovanna Perillo
LEMBRETE – METABOLISMO DA BILIRRUBINA
Profa. Giovanna Perillo
EAS – SEDIMENTOSCOPIA
Hemácias Lesões na membrana glomerular, lesões no sistema urogenital,
cálculos, tumores, cistites
Leucócitos Infecções ou processos inflamatórios no trato urinário
Células Pavimentosas/escamosas: se em grande quantidade -> indicativo
epiteliais de contaminação (assepsia inadequada);
De transição: origem da bexiga e porção superior da uretra, se
pequenas quantidades -> sem significado patológico importante
Do túbulo renal: mais importantes clinicamente -> associação com
lesão tubular
Muco Contaminação por secreção vaginal
Processos inflamatórios
Bactérias Infecção do trato urinário inferior (cistites) ou superior
(pielonefrites)
Contaminação da amostra (assepsia inadequada)
Leveduras Candidíase
Infecção fúngica verdadeira do trato urinário
Pacientes em uso de imunossupressores
Pacientes com DM
Protozoários Trichomonas vaginalis -> contaminação da urina com secreção
vaginal Profa. Giovanna Perillo
EAS – SEDIMENTOSCOPIA Composição da dieta habitual ou
situações metabólicas
específicas
Cristais Patológicos e não patológicos
Quando presença persistente e intensa ->
pode ser alteração metabólica
Não patológicos/habituais
Alimentação rica em purinas, aumento catabolismo
proteínas, pct tratamento quimioterápico, gota
Sem significado clínico
Dieta rica em ácido oxálico (tomate, aspargo, espinafre,
chocolate, chá, alho, laranja), litíase renal
Sem significado clínico
Cálculos, infecções por bactérias produtoras de urease
(Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, p.ex.)
Amostras de urina não recente
Pode estar associado à presença de amônia (produzida pelas bactérias produtoras
de urease)
Achado raro em humanos, significado clínico não conhecido
Pode estar associado à elevada ingestão de vegetais
Profa. Giovanna Perillo
EAS – SEDIMENTOSCOPIA
Cristalizam mais
Cristais Patológicos e não patológicos facilmente em pH ácido
Anormais/patológicos
Cistinose, Cistinúria congênita, hepatopatias tóxicas
Síndrome nefrótica; quadros neoplásicos
Doenças hepáticas; hepatite viral
Enfermidades hepáticas graves
Hepatopatias
Relacionado à administração dessas substâncias
Fatores que favorecem aparecimento: superdosagem,
desidratação do paciente
Profa. Giovanna Perillo
EAS – SEDIMENTOSCOPIA
Celulares:
Cilindros hemáticos – danos glomerulares; após exercício físico extenuante
Cilindros leucocitários – inflamação ou infecção nos néfrons (pielonefrite,
nefrite intersticial, p.ex.)
Cilindros epiteliais – necrose tubular, lesões nos túbulos
Acelulares:
Cilindros Hialinos – mais frequentes; baixas quantidades -> normal.
Atividades físicas intensas, desidratação e febre
Em grande número: doenças renais moderadas a graves (glomerulonefrites,
nefrites intersticiais)
Granulosos – desintegração dos cilindros celulares, células tubulares ou de
agregados proteicos
Céreos – estase urinária extrema; doença renal crônica (DRC)
Profa. Giovanna Perillo
PRINCIPAIS CONDIÇÕES QUE ALTERAM O EAS NA PRÁTICA CLÍNICA
DM Nefrolitíase
ITU Outros
descompensado
• Geralmente: • Glicosúria • Síndrome
• Hematúria
• Leucocitúria (piúria) • A depender do nefrótica
• Pode haver
• Bacteriúria nível de • Mais comum
cristais
• Nitrito positivo (se for descompensação: em crianças
bactéria produtora de cetonúria • Proteinúria
nitrato redutase) • Pode haver significativa
• Correlação com leveduras
urocultura: > ou igual
10^5 UFC/mL • Correlacionar com
• Principal etiologia: glicemia
bacteriana
• Principal agente:
Escherichia coli
• Outros Gram-negativos
Profa. Giovanna Perillo
▪ Paciente sexo masculino,
33 anos
▪ Exame periódico de
rotina
Profa. Giovanna Perillo
▪ Paciente sexo feminino, 25
anos
▪ Proveniente do Pronto
Atendimento
▪ Queixa principal: disúria, dor
abdominal
▪ Coleta de amostra aleatória
Profa. Giovanna Perillo
• Paciente sexo feminino, 11 anos
• Deu entrada no PS, acompanhada da
tia, com queixa de cefaleia
• Refere episódio de náuseas e vômitos
por volta das 6h da manhã
• Relata que há 4 dias foi à festa do
pijama, comeu muitos doces e não
levou o glicosímetro, desde o evento
tem tido poliúria e polidipsia.
• Exame físico: REG, desidratada
moderada (olhos fundos, mucosa oral
seca), corada, anictérica, acianótica,
afebril
• Antecedentes familiares: avó e tia
materna com DM
• APP: DM 1
• MUC: uso irregular de insulina
Profa. Giovanna Perillo
▪ Paciente sexo masculino, 2 anos
▪ Proveniente do PS pediátrico
▪ Edema generalizado (anasarca)
há 4 dias
▪ Outros exames
▪ Albumina sérica: 1,1 g/dL
VR: 3,5 a 4,8 g/dL
Profa. Giovanna Perillo
REFERÊNCIAS
▪ Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): realização de exames
em urina. -- Barueri, SP: Manole, 2017. Disponível em: <Nova
Biblioteca Digital SBPC/ML (bibliotecasbpc.org.br)>
▪ BATISTA, et al. Avaliação microscópica do sedimento urinário no
exame de urina de rotina: comparação entre dois métodos.
Revista Brasileira de Análises Clínicas. 2019. Disponível em:
<https://www.rbac.org.br/artigos/avaliacao-microscopica-do-
sedimento-urinario-no-exame-de-urina-de-rotina-comparacao-
entre-dois-metodos/>
▪ PINTO, W. J. Bioquímica clínica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017. recurso online.
▪ Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e
Medicina Laboratorial (SBPC/ML): Exames laboratoriais na
medicina de emergência. 2023. Disponível em:
<https://bibliotecasbpc.org.br/arcs/pdf/ExamesLabMedEmergenc
i a.pdf> Profa. Giovanna Perillo