A Síndrome de Burnout é caracterizada por estresse crônico no ambiente
de trabalho, e que na ausência de gerenciamento adequado resulta em
exaustão extrema / esgotamento. É um fenômeno ocupacional – os
sinais e sintomas são evidenciados no contexto de trabalho, não
experienciado em outras áreas da vida.
O diagnóstico é baseado em uma anamnese completa, buscando os
sinais e sintomas associados à síndrome. Não há uma diretriz para o
diagnóstico, mas algumas ferramentas podem ajudar – como o
Questionário de Avaliação da Síndrome de Burnout.
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1 Questionário de Avaliação da Síndrome de Burnout
2 Como interpretar o questionário?
3 Limitações e armadilhas
Questionário de Avaliação da Síndrome
de Burnout
O Questionário de Avaliação da Síndrome de Burnout foi baseado no
“Link Burnout Questionnaire (LBQ)” e no “Maslach Burnout
Inventory (MBI)”, e é uma ferramenta que deve ser utilizado
em pacientes que apresentam qualquer sintoma de estresse
excessivo, exaustão ou esgotamento relacionado ao trabalho.
É uma ferramenta de fácil aplicação, e auxilia no diagnóstico da
Síndrome de Burnout. As perguntas são respondidas pelo paciente,
baseadas em como ele se sente em relação ao trabalho, e são divididas
em três grupos: exaustão, despersonalização e desmotivação.
São dadas 6 opções de resposta, e o paciente deve escolher a que
melhor se encaixa na sua situação atual: nunca, raramente, uma ou
mais vezes por mês, mais ou menos toda semana, várias vezes por
semana ou todos os dias.
Como interpretar o questionário?
Como comentamos, os pacientes podem escolher qual melhor resposta
se enquadra na sua situação atual, e cada resposta apresenta uma
pontuação:
Nunca = 1 ponto; Raramente = 2 pontos; Uma ou mais vezes por mês =
3 pontos; Mais ou menos toda semana = 4 pontos; Várias vezes por
semana = 5 pontos; Todos os dias = 6 pontos. Após a soma dos pontos e
determinação da pontuação:
Pontuação 20 = nenhum indício aparente de Síndrome de Burnout.
Conduta: não há necessidade de intervenção.
Pontuação 21-40 = é possível que o paciente venha a desenvolver a
condição se não houver medidas de prevenção. Conduta: oferecer
medidas de prevenção, como manutenção de uma rotina saudável,
prática regular de exercícios físicos e manejo do estresse.
Pontuação 41-60 = o paciente está em fase inicial da Síndrome de
Burnout. Conduta: oferecer medidas de prevenção de forma mais
assertiva, como manutenção de uma rotina saudável, prática regular de
exercícios físicos e manejo do estresse. Considerar modificação de tarefa
ou de emprego.
Pontuação 61-80 = o paciente está com a condição estabelecida.
Conduta: considerar tratamento com psicoterapia e técnicas
de mindfulness, e orientar medidas preventivas para que a condição não
evolua. Considerar modificação de tarefa ou de emprego.
Pontuação > 80 = o paciente está em estágio avançado da síndrome.
Conduta: Considerar tratamento com psicoterapia e técnicas
de mindfulness. Se houver pensamentos depressivos ou ansiosos em
alta intensidade, considerar farmacoterapia específica. Sempre que
possível, propor afastamento do trabalho até melhora.
A presença de sintomas por mais de 3 meses sugere um diagnóstico,
assim como a melhora na ausência do agente estressor.
Lembre-se: a síndrome de esgotamento profissional é tratável. Em casos
mais leves, apenas mudanças de rotina podem ser suficientes. Em casos
mais graves, a troca de emprego deve ser considerada, o que pode
resultar na melhora completa do paciente.
Limitações e armadilhas
O questionário é uma adaptação de outras duas ferramentas, portanto,
pode ser modificado – o que representa tanto uma vantagem como uma
limitação. Além disso, há risco de confusão com sintomas depressivos
ou ansiosos. É importante excluir tais diagnósticos.
Por fim, é importante destacar que o uso do questionário não é um
critério diagnóstico definitivo. Apenas auxilia na identificação de uma
das possíveis causas de estresse excessivo ou crônico.
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Referências:
Suleiman-Martos N, et al. The effect of mindfulness training on burnout
syndrome in nursing: A systematic review and meta-analysis. J Adv Nurs.
2020 May;76(5):1124-1140. doi: 10.1111/jan.14318.
Maresca G, et al. Coping Strategies of Healthcare Professionals with
Burnout Syndrome: A Systematic Review. Medicina (Kaunas). 2022 Feb
21;58(2):327. doi: 10.3390/medicina58020327.
Maslach Burnout Inventory™ (MBI). https://www.mindgarden.com/117-
maslach-burnout-inventory-mbi
Maslach, C.; Jackson, S.E. (1981). “The measurement of experienced
burnout”. Journal of Occupational Behavior. 2 (2): 99–
113. doi:10.1002/job.4030020205.