Geografia Biblica SEM.
Geografia Biblica SEM.
1) Introdução...........................................................................................................................................04
2) Os rios do Jardim do Éden .................................................................................................................05
3) O Fértil Crescente ..............................................................................................................................08
4) Fértil Crescente – países atuais ..........................................................................................................11
5) As famílias das nações .......................................................................................................................13
6) Clima (estações e ventos) ...................................................................................................................18
7) Os desertos que cercam Israel ............................................................................................................19
8) Montanhas e rios de Israel .................................................................................................................21
9) Hidrografia..........................................................................................................................................24
10) A estatigrafia de um Tel .....................................................................................................................26
11) Antigas civilizações: os sumérios ......................................................................................................27
12) Antigas civilizações: os hicsos ...........................................................................................................37
13) A migração de Abraão .......................................................................................................................39
14) Império egípcio ..................................................................................................................................40
15) Bibliografia ........................................................................................................................................45
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INTRODUÇÃO
DEFINIÇÃO DE GEOGRAFIA:
Éden
Significa delícias. O Éden é o jardim ou paraíso, que Deus preparou para receber o
homem (Gn 2.8). A localidade do Jardim do Éden não pode ser exatamente
determinada, embora dois dos seus quatro rios sejam indubitavelmente o Tigre e o
Eufrates. Não tem dado resultado a identificação de Pisom e de Giom. Talvez o “rio”
que se tornou em quatro cabeças seja o golfo Pérsico, para o qual o Tigre e o Eufrates
com dois outros rios corriam primitivamente. Provavelmente se pensou que o golfo era
como um rio, explicando os fenômenos das marés a sua divisão em quatro partes. Desta
maneira estaria o Éden nas férteis planícies de Babilônia.
Desde a sua origem até à foz a extensão do Eufrates é de 2.850 km. o Eufrates foi
um dos quatro rios do Éden, e formava o limite oriental da terra que fora prometida à
descendência de Abraão. Os rubenitas ocuparam o país até ao Eufrates (1 Cr 5.9) - foi
também possuído por Davi (2 Sm 8.3), tendo então o Eufrates o nome de “o Rio”, e por
seu filho Salomão (1 Rs 4.21 - 2 Cr 9.26). O rio foi visitado por Jeremias (Jr 13.4-7 ). A
última menção que se faz do Eufrates, na Bíblia, é no Apocalipse, onde o termo é usado
simbolicamente (9.14-16.12). Como acontece à maior parte dos grandes rios que têm a
sua origem em terras altas, o Eufrates estava sujeito a cheias anuais, quando a neve se
derretia.
Desde tempos antigos era a água das inundações cuidadosamente utilizada, pela
irrigação, numa grande porção de terras. Este rio era navegável, e durante séculos foi,
com o auxilio dos caminhos de caravanas, a via comercial entre o mar Mediterrâneo e o
golfo Pérsico. Barcos feitos de vime, e alcatroados, bem como jangadas, eram
empregados na condução de mercadorias. Nas margens do rio Eufrates havia, além da
cidade da Babilônia, numerosas povoações de grande população: os caldeus habitavam
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aquele território que ficava nos dois lados da sua foz. Devido a encherem-se de lodo as
águas, há muita terra pantanosa ao longo do seu curso, e especialmente na sua foz. Diz-
se que a antiga cidade de Eridu foi primitivamente um porto do mar.
Curiosidades :
o Bdélio
(Gn 2.12). Goma aromática, comum no oriente, e é produção da terra de Havilá.
Supõem escritores autorizados que a palavra significa pérola, ou qualquer outra
pedra preciosa. Diz-se em Nm 11.7 que o maná tem a aparência do bdélio. Ora,
sendo em Êx 16.14 assemelhado o maná à geada branca, deve o bdélio ter tido o
mesmo brilho que tem a pérola e algumas espécies de goma, na ocasião em que esta
transuda da árvore.
o Ônix
Uma pedra preciosa, assim chamadado grego onuz, a unha, em razão da sua cor
e semelhança com o mármore. É mencionada pela primeira vez na Bíblia com o
ouro e o bdélio do rio Pisom do Éden (Gn 2.12). Pedras ônix foram preparadas por
Davi para o templo (1 Cr 29.2). Eram provavelmente pedras do mármore ônix ou
onyckus. Devia ser difícil o emprego das pedras preciosas no exterior do templo,
embora estivesse ali bem o variegado mármore. A pedra do peitoral do sumo
sacerdote era, sem dúvida, a preciosa pedra de ônix, especialmente própria para a
gravura.
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O Fértil Crescente
O Fértil Crescente da Ásia Ocidental: Este retângulo, limitado pelos paralelos de
latitude 38º e 28º Noroeste e os meridianos 30º Leste e 50º Leste de Greenwich, encerra
uma área de 2.184.000 km2 aproximadamente, dentro da qual se acha uma região de
terra fértil, que foi o verdadeiro cenário do drama bíblico.
Seu lado oriental foi o berço da raça humana e de sua primeira civilização: em suas
grandes curvas levantaram-se um após outro os grandes impérios dos amorreus, dos
assírios, dos caldeus e dos persas; e finalmente foi em seu extremo ocidental que nasceu
o Salvador do mundo.
Antigamente toda esta planície era de uma fertilidade exuberante e sustentava uma vasta
população;
Palestina
Constituía o extremo Sudoeste do Fértil Crescente, compreendido entre o Líbano ao
Norte e a fronteira do Egito ao Sul, o Mediterrâneo a Oeste e o deserto da Arábia ao
Leste.
Pérsia
Que se estendia desde o Golfo Pérsico até a Média, entre Carmânia pelo Leste e
Elão pelo Oeste.
o Cordilheira do Cáspio
Que vai em direção ao mar do mesmo nome e depois estendendo-se pelo Leste ao
Sul ao aludido mar, forma o limite setentrional da Média. Nele encontra-se o Monte
Ararate, onde acredita-se ter pousado a Arca de Noé.
o Cordilheira de Zagros
Que segue rumo à curva oriental do Fértil Crescente para o Golfo Pérsico.
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o Cordilheira do Líbano
Desprende-se do lado ocidental da cordilheira do Ararate. Consta de duas cadeias
que correm de Norte a Sul, separadas uma da outra no Ocidente (Líbano) e Oriente
(Ante-Líbano) pelos vales de Orontes e Leonte, respectivamente. Dita depressão
constitui a Baixa Síria.
o Cordilheira do Tauro
Estende-se para o Oeste para formar o litoral meridional da Ásia Menor.
Jordão
Rio que desce do monte Hermom por uma fenda que atravessa o país de norte a sul
e deságua no mar Morto.
o Nilo
O grande rio do Egito nasce em Uganda, corre em direção norte e desemboca no
mar Mediterrâneo próximo da extremidade ocidental do Fértil Crescente.
o Araxes
Corre do lado noroeste de sua curva oriental para depois lançar suas águas no mar
Cáspio.
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Iraque
Corresponde uma faixa de terra que abrange desde o sudeste (na fronteira com o
Kuwait e o Golfo Pérsico), passando pelo meio-oeste até alcançar o noroeste iraquiano.
Síria
Abrange todo o norte e nordeste sírio, ocupando ainda uma pequena porção ao sul
do território.
Turquia
Abrange uma parte ao sul na fronteira com a Síria.
Líbano
Compreende toda a nação libanesa.
Israel
Abrange parte do centro e todo o norte israelita.
Jordânia
Uma pequena porção a noroeste na fronteira com Israel.
Egito
Corresponde todo o território do percurso do rio Nilo e seus afluentes.
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Foi o filho mais novo de Noé, e o antepassado dos povos ao Norte do Mediterrâneo
procedendo dele também as raças indiana e mongólica. Jafé significa engrandecimento;
alargando-se. Os descendentes de Jafé formam os povos indo-europeus ou arianos. Não
se distinguiram na história antiga, embora constituam em nossos dias as raças
dominantes do mundo. Apresentamos, a seguir, suas divisões principais:
NOÉ
Meseque – Russos
Tiras – Trácios
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Gômer
Provavelmente sinônimo do povo que os sírios chamavam Gimirai. Seu nome
está perpetuado na Criméia. Uma divisão desta família emigrou para o Ocidente,
conhecida como os Cimbros, enquanto que outro ramo se estabeleceu nas Ilhas
britânicas, sendo seus descendentes os gauleses, os irlandeses e as raças célticas das
quais surgiram em parte os franceses, pertencentes à mesma família;
o Magogue
Crê-se que os descendentes de Magogue sejam os Citas, que tiveram sua
residência na parte nordeste da Europa e da Ásia Central e Setentrional;
o Madai
Equivale à Média. Os medos habitavam no início a região ao sul do Mar Cáspio,
estendendo-se mais tarde até o Mediterrâneo;
o Javã
É a palavra hebraica para grego. É a mesma palavra que Jônia. A Grécia e as
ilhas que a circundam são as terras de Javã. Os descendentes de Javã ocuparam
também a Síria e a Macedônia;
o Tubal e Meseque
São mencionados juntos nas escrituras. Radicaram-se nas proximidades dos
mares Negro e Cáspio; são considerados ancestrais dos russos. Os seus descendentes
aparecem nas inscrições da Assíria com a denominação de Muska e Tubla. Dos
clássicos geográficos eram conhecidos pelos nomes de Mosqui e Tibareni. Os
modernos georgianos pertencem à raça de Meseque e Tubal.
o Tiras
Seus descendentes provavelmente representam os trácios da região ao sudoeste
do Mar Negro. Um povo que outrora habitou na costa setentrional e ilhas do Mar
Egeu, sendo muito temidos dos gregos pela sua pirataria.
Cam
(Gn 10.6). Cam foi um dos filhos de Noé. É possível que o nome signifique crestado
ou preto, sendo esta qualidade peculiar aos povos tidos como seus descendentes, por
Cuxe, seu filho mais velho; e esses povos são : os assírios, os babilônios, os cananeus,
os sidônios, os egípcios e os líbios (Gn 10.6). Os descendentes de Cam, em geral foram,
muitas vezes, uma raça marítima, e mais depressa podiam ser civilizados do que os seus
irmãos pastores das outras duas famílias.
o Cuxe
Filho de Cam, neto de Noé, e pai de Ninrode. O nome é mais geralmente
empregado como termo geográfico e étnico, significando o país e povo da Etiópia,
que é a sua usual versão no Antigo Testamento. A Etiópia correspondia, em geral,
ao que hoje se conhece pelo Sudão do Egito, incluindo também a costa ocidental do
sul da Arábia, bem com a costa fronteira da África. Era habitada na sua maior parte
pela raça branca, cujos característicos físicos manifestam a sua conexão com os
egípcios. Mas, no vale meridional do Nilo estava esta raça em contato com duas
raças pretas, a negra e a dos Núbios. Esta última excetuando a cor da pele e do
cabelo, possuía uma estrutura física mais aperfeiçoada e melhor aparência do que os
negros. Um cuxita é mencionado no Antigo Testamento como fundador da
Babilônia;
o Mizraim
O segundo filho de Cam, e o nome hebraico do país (Egito), habitado pelos seus
descendentes. Tem-se suposto que a palavra é uma forma dual hebraica “os dois
Mazors” ou “praças fortes”, havendo referências às defesas das suas regiões: o
Baixo Egito, a parte do sul, em que o país se acha dividido desde os tempos pré-
históricos;
o Pute
É o termo que se traduz por Líbia na História Sagrada;
o Canaã
Quarto filho de Cam, progenitor de vários povos que antes da conquista dos
israelitas, se tinham estabelecido no litoral da Palestina, ocupando, dum modo geral,
todo o país ao ocidente do rio Jordão. Significa baixo, plano. Uma maldição foi
lançada sobre a terra de Canaã, em virtude do procedimento pouco respeitoso de
Cam para com seu pai Noé (Gn 9.20-27).
Sem
(Gn 10.22). Foi o mais velho dos três filhos de Noé. Significa nome afamado.
Povoaram a Ásia desde as praias do Mediterrâneo até ao Índico, ocupando maior parte
do terreno entre Jafé e Cam. Sem era antecessor de cinco grandes raças e de muitas
tribos subalternas. Foi de Arfaxade, o seu terceiro filho, que surgiu a nação eleita, e
deste povo o Messias, no qual “todas as famílias da terra haviam de ser abençoadas”.
o Elão
Filho mais velho de Sem, cuja família deu seu nome a um território que fica ao
Sul da Assíria, tendo a Pérsia ao oriente. Dele descenderam os elamitas e os persas.
O país estava situado na Baixa Mesopotâmia, no cimo do Golfo Pérsico, ao sul da
Assíria e ao ocidente da Pérsia. Era uma província da Babilônia quando Susã era a
capital. O povo elamita era guerreiro, e distinguia-se no manejo do arco. Muitos
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judeus viviam neste país, o que se prova pelo número dos que tinham ido a
Jerusalém, e ali se achavam no dia de Pentecoste;
o Assur
É sinônimo de Assíria;
o Arfaxade
O progenitor dos caldeus, as quais pertenceu Abraão, pai do povo escolhido;
o Lude
Possivelmente representava os lídios que se estabeleceram na Ásia Menor
Ocidental. Sob seu rei Creso chegou a ser uma nação poderosa;
o Arã
Foi o quinto filho de Sem. Significa levantada. É o país situado ao norte e
nordeste da Palestina, alta planície que está 600 metros acima do Mediterrâneo.
Estendia-se desde o Líbano, Fenícia e Mediterrâneo até o Eufrates. Até certo ponto,
incluía a Mesopotâmia e o território a que chamam Síria, sem a Palestina. (Devemos
notar que a Síria dos tempos bíblicos e a Síria moderna não são idênticas).
O país foi povoado por Arã, cujos descendentes colonizaram as férteis terras ao
norte da Babilônia, chamadas Arã, entre os dois rios, o Eufrates e o Tigre, sendo-
lhes mais tarde dado o nome de Mesopotâmia pelos gregos e de Padã-Arã pelos
hebreus. Na Escritura, Arã geralmente é traduzido pelo termo Síria. Os terrenos
montanhosos fazem parte da alta e extensa cadeia de serras, conhecidas pelo nome
de Líbano, incluindo os Montes de Hermom e Hor. Orontes, Abana e Farfar são os
seus principais rios.
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Montanhas
Israel é um país essencialmente montanhoso. O ponto culminante é Hebrom, com
pouco mais de 1.000 m. Jerusalém ergue-se a uma altitude máxima de 800 m. Nas
montanhas, o clima é sempre fresco e ventilado, exceto quando esporadicamente
sopram ventos do sul ou do ocidente, o que ocorre quase sempre no verão. Jerusalém,
por exemplo, no inverno o termômetro desce a 6º e algumas vezes a zero com neve. As
geadas são mais freqüentes. No verão o termômetro oscila entre 14º e 29º.
Litoral
Israel confina a ocidente com o Mar Mediterrâneo. A brisa marinha é constante,
principalmente à noite. No inverno, em Gaza e em Jafa, a temperatura baixa para 14º,
algumas vezes, um pouco menos. No verão, nessas regiões, sobe para 23º e na maior
intensidade do verão, até 34º. Em Haifa, Naharia e outros lugares mais ao norte, o frio é
rigoroso. Nas cidades fronteiriças com o Líbano, o inverno é insuportável.
Deserto
Quando o Jordão sai do Mar da Galiléia, corre a 200 m abaixo do nível do Mar
Mediterrâneo; em Jericó a 300 m e, finalmente, quando entra no Mar Morto está a 400
m. O Jordão corre de norte para o sul entre duas muralhas de montes. O vale desse rio,
não recebe ventos de nenhum lado. Os raios de sol se concentram no vale, tornando seu
clima insuportável. No inverno a temperatura chega a 25º e no verão varia entre 43º, 45º
e até 50º.
Jericó é um lugar diferente e com um clima também diferente. Nunca chove. Está a
300 m abaixo do nível do mar. É a cidade mais verde de Israel e seu clima constante
durante o ano é de 32º de dia e 28º à noite.
Ventos:
o Vento Norte
Safon, Mezarrim. Traz frio e calmaria. Portador de geadas. Jó 37.9; Pv 25.23.
o Vento Sul
Daron, Teman. Traz tempestade e calor. Is 21.1; Zc 9.14; Lc 12.55.
o Vento Oriental
Qadim. Vem do deserto. Traz seca e crestamento. Gn 41.6; Ex 10.13; Os 13.15;
Ez 17.10; 19.12.
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o Vento Ocidental
Chamado de “O”. Procedente do mar Mediterrâneo. Traz nuvens e chuvas. 1 Rs
18.44; Lc 12:54.
Estações
Em Israel e em todo o Oriente Médio havia somente duas estações:
o Verão
Ou estação seca, começava em abril e se estendia até setembro. O tempo era
bom e seco; era o tempo das colheitas, dos trabalhos agrícolas. Eram seis meses de
completa seca. Caracterizava-se por seus dias cálidos e noites de copioso orvalho.
o Inverno
Ou estação chuvosa, iniciava em outubro e ia até março. Seis meses de chuva e
frio. Muito vento, principalmente do norte. Nos montes, havia, entre janeiro e
fevereiro, geadas e neve.
Anos
Os rabinos dividiam o ano em seis estações de dois meses cada uma:
Chuvas
Chuvas: Em Israel não é como no Egito, que não chove. São abundantes as chuvas
na estação própria. Dt 11.14; 1 Sm 12:17,18.
o Chuva temporã
Constitui a chuva forte e de pouca duração que costuma cair por um ou diversos
dias consecutivos pelo fim de outubro, ou às vezes em começo de novembro.
Inaugura o ano agrícola, pois refresca a terra depois de um verão cálido, abrandando
o solo gretado para a lavra e semeadura. Dt 11.14.
o Chuva tardia
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o Orvalho
À noite a terra esfria mais que o ar, determinando que a evaporação contida na
atmosfera se condense e se deposite na superfície refrigerada. Isto é o que constitui
o orvalho. No Sl 133.3 se faz referência ao orvalho do Monte Hermom, formado
pelo ar úmido e cálido, que sobe do vale do Jordão e que se condensa ao chocar-se
com as geladas encostas do aludido monte, produzindo orvalho. O orvalho na
Palestina favorece grandemente o crescimento da vegetação durante o estio, época
em que é abundante. Gn 27.28; Dt 32.2.
o Granizo
Também conhecida como chuva de pedras de gelo. Js 10.11.
O sul de Palestina encontra-se numa faixa de zona árida que rodeia o globo. As
extensas regiões desérticas incluem a Terra Santa ao sul e a leste, com o majestoso
monte Seir projetando-se como um dedo em direção à parte central do deserto.
Não existe uma fronteira natural definitiva separando a área povoada das regiões
desérticas, e os famintos pastores da estepe bateram às portas da Terra Santa desde
tempos imemoriais. A influência da estepe e do deserto na história da Terra Santa é
profunda, e a percepção desse deserto repete-se através das páginas da Bíblia.
o Jericó:
Região atravessada pelo caminho que “desce de Jerusalém a Jericó”, semeada
profusamente de enormes calhaus e estreitos e rochosos desfiladeiros, servia
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o Tecoa:
A solitária região de abundantes pastos, contígua ao deserto de Judá, que se
estende desde a população do mesmo nome, até a margem direita do Arroio Cedrom
(Am 1.1; 2 Cr 20.20);
o Judeia
Às vezes chamado “Jesimom”, representa aquela faixa de terra despida,
pedregosa e de aspecto agreste, que percorre quase toda a costa ocidental do Mar
Morto (1 Sm 17.28; Nm 23.28);
o En-Gedi
Situado nas alturas do lado ocidental do Mar Morto a 40 km a sudeste de
Jerusalém. Seu solo árido e gretado contém inúmeras covas e espaçosas cavernas (1
Sm. 24:1-23);
o Berseba
Situado no limite meridional da palestina, adjacente ao território filisteu (Gn
21:14).
Cornos de Hatim
Ou das “Bem-aventuranças” (Mt 5.1). Com este nome se designa comumente
um monte a oeste de Tiberíades, onde o Salvador pronunciou o “Sermão do Monte”
(Altura 365 m);
Tabor
(Js 19.22). Grande e formosa montanha de cujo topo se pode obter uma sublime
vista panorâmica de quase toda a Palestina; ergue-se a nordeste da ubérrima planície de
Esdraelom. Suas ladeiras em tempos passados eram cobertas de verdor e ricos pastos e,
em parte, de formosos bosques de grossos carvalhos e louros, além de milhares de
arbustos e flores perfumadas. Aqui Baraque passou em revista os 10.000 homens com
os quais desbaratou o exército de Sísera.
Alguns opinam que foi neste monte que e deu a Transfiguração, porém um forte
argumento para desfazer esta crença é o fato de que na meseta que constitui seu cume,
havia no tempo do Salvador uma fortaleza. (Altura 552 m);
Gilboa
(1 Sm 28.4). Constitui o ramal nordeste do Monte Efraim, cadeia que se dirige
ao oeste-nordeste e leste-sudeste numa distância de 12,5 km com uma largura de 5 a 8
km, em cujas cercanias do lado oriental teve lugar a trágica morte de Saul e seus filhos.
(Altura 504 m).
Carmelo:
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Ebal e Gerizim
(Dt 11.29). Montes de Samaria, são separados entre si por um pequeno vale, em
cuja entrada se encotrava a antiga Siquém. Nada mais belo na Palestina do que o
panorama que se domina do Ebal, que compreende todo o país, exceção do Neguebe.
(Altura 924 e 853 respectivamente);
Sião e Moriá
(Gn 22.2; 2 Cr 3.1). Montes sobre os quais estava construída Jerusalém. A arca
foi guardada em Sião, até que Salomão a transferisse para o templo que fora construído
sobre o monte Moriá. Mais tarde o nome Sião servia para incluir Moriá também. É por
esta razão que se menciona Sião 154 vezes na Bíblia e Moriá somente 2. (Altura 765
m);
Das Oliveiras
(Zc 14.4; Mt 24.3). Situado a 1,5 km a leste de Jerusalém, da qual está separado
pelo vale do Cedrom. (Altura 799 m);
Hebrom
(Js 14.12,13). Situado a sudoeste de Jerusalém. (Altura 909 m).
Gileade
(Gn 31.23). Monte de regular elevação situado a sudeste do Hieromax. (Altura
900 m);
Pisga
(Dt 3.27). Era o nome dado àquela parte da Cordilheira de Abarim perto do
ângulo nordeste do Mar Morto. Do alto de seu cume, Nebo, Moisés pôde avistar a Terra
Prometida desde Dã até Berseba, pouco antes de morrer;
Nebo
(Dt 32.49,50). Um pico dos montes Abarim, “que está defronte de Jericó”. (Altura 801
m).
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Hidrografia
Os rios da palestina formam duas vertentes:
Vertente do Mediterrâneo
A ela pertencem todos os riachos que nascem na fralda ocidental da Cordilheira
Central que correm para o oeste para lançar suas águas no Mar Mediterrâneo. Quase
todos constituem caudalosas torrentes na estação chuvosa, porém durante o estio
míngua tanto o caudal de suas águas que podem ser vadeados com facilidade. Os
principais são:
Leontes
Forma o limite setentrional de Canaã, deságua na parte sul de Coelesíria. Depois
de correr na direção sudeste até um ponto próximo do monte Hermom, vira subitamente
em direção oeste, seguindo seu curso quase em linha reta até o Mediterrâneo, onde verte
suas águas a 8 km ao norte de Tiro;
Belus: O Sior-Libnate, mencionado em Js 19.26, é um pequeno arroio situado a
sudoeste da tribo de aser, que vai desembocar no Mediterrâneo ao norte da baía de Acre.
A margem desse rio é o lugar tradicional do descobrimento do vidro;
Quisom: Depois do Jordão é, talvez, o rio mais importante da Palestina. Dimana do
oeste de Bete-Sexa e corre de sudeste a noroeste banhando a planície de Esdraelom, e
seguindo seu curso sinuoso atravessa depois a planície de Acre. Finalmente lança suas
águas no Mediterrâneo. (Jz 5:21);
Soreque: Esta torrente sinuosa que tem sua origem a 21 km a oeste e um pouco ao sul
de Jerusalém, segue em direção noroeste até sua desembocadura entre Jope e Ascalom.
(Jz 16.4);
Besor: Acha-se situado ao sudoeste de Canaã. É o principal dos rios que deságuam na
costa ocidental da Palestina ao sul do Carmelo. Verte suas águas no mar ao sul de Gaza.
(1 Sm 30.9,10);
Sior: (Sihor Rinocoluro) é uma corrente hibernal do deserto na fronteira meridional da
Palestina. (Js 13.3).
o Vertente do Jordão
Esta compreende :
Jordão: Único em seu gênero, é formado pela confluência de quatro correntes que
se unem perto da extremidade setentrional do Lago Merom, a saber:
A distância em linha reta de seu trajeto desde as neves do Hermom até sua
desembocadura chega a 215 km, porém tomando-se suas múltiplas sinuosidades dá uns
320 km. Sua largura varia entre 27 e 45 m, oscilando sua profundidade entre 1,50 e 3,50
m. (Gn 32.10).
Afluentes Orientais:
Mar Morto: Ocupa a parte inferior da depressão vulcânica que se estende através da
Palestina de norte a sul. Alem do caudal do Jordão, recebe as águas de muitos riachos e
mananciais, a maioria dos quais nascem de fontes sulfurosas ou atravessam um terreno
salitrado, de maneira que seu conteúdo salino é muito elevado antes de desaguar no
lago. Sua profundidade máxima chega a 390 m. Em quase toda a sua extensão está
rodeado por um baluarte de penhascos nus, dispostos em formas de terraços, que
chegam às vezes pelo lado ocidental até à beira do mar, por trás dos quais, pelo lado
oriental, levantam-se os elevados montes de Moabe.
A estreita praia de cascalho de espessura variável está semeada de
enormes quantidades de madeira de deriva, branqueada ao sol, além de massas de
betume e fragmentos de enxofre. Apesar da vegetação que brota ao redor dos
mananciais de água doce que borbulham por entre o cascalho, o aspecto em geral de
toda essa região é de melancolia e desolação.
Este mar se distingue por não ter saída, porém suas águas se mantém
num nível constante, devido, em parte, à infiltração, mas principalmente à evaporação; o
25
A estratigrafia de um Tel
Em 1890, Flinders Petrie provou que os outeiros de cume achatado, em pontos
estratégicos de uma determinada região eram o acúmulo de escombros de cidade após
cidade, construídas no decorrer dos séculos. Tais outeiros são geralmente chamados tell,
termo semítico significando “outeiro” ou “morro pequeno”, que gradualmente
adquiriram tratamento específico designando um monte formado por ruínas antigas. Tell
é o termo arábico para outeiro, e tel, o hebraico.
Nos últimos sessenta anos, inúmeras escavações foram feitas em sítios importantes
da Palestina. As camadas de entulho são o foco principal da escavação; as camadas de
ocupação são chamadas de estratos (daí estatigrafia). Todas as características
arquitetônicas e outros artefatos são atribuídos às suas respectivas camadas. A data
relativa é baseada na natureza dos artefatos encontrados em cada estrato, especialmente
ferramentas de pedra e vasos de cerâmica (geralmente em pedaços).
A cerâmica se adapta perfeitamente a esta tarefa por duas razões : quando um vaso é
quebrado, ele se torna inútil e é descartado; mas os fragmentos de cerâmica,
especialmente os vasos queimados no forno são duros como pedra e sobrevivem assim
às devastações do tempo (ao contrário dos materiais orgânicos que logo se desintegram
no solo úmido). Os muitos fragmentos de louça de barro em cada camada são
classificados segundo seu estilo e tipo (tipologia). Uma comparação entre as descobertas
nos vários estratos de diferentes escavações está gradualmente formando uma escala
reconhecida de tipologia da cerâmica para datação arqueológica. A descoberta de
inscrições ou de objetos importados de estilos artísticos datáveis também ajuda a
depurar a datação.
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O próprio termo 'sumério' é geralmente usado para se referir a uma língua isolada
no campo da Lingüística, já que ela não pertence a nenhuma família lingüística
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A origem e a história antiga dos sumérios ainda são pouco conhecidas. Sabe-se que
no final do período neolítico, os povos sumerianos, vindos do planalto do Irã, fixaram-
se na Caldéia e fundaram diversas cidades autônomas, verdadeiros Estados
independentes, como Ur, Uruk, Nipur e Lagash. A primeira cidade que conseguiu
estabelecer controle sobre a totalidade da Suméria foi Kish. Mais tarde, Kish, Ur e
Erech travaram renhida luta pela hegemonia na região suméria.
Após um período de domínio dos reis elamitas (que viviam no sudoeste do atual
Irã), os sumérios voltaram a gozar de independência. As cidades de Lagash, Umma,
Eridu, Uruk e principalmente Ur tiveram seus momentos de glória.
Mais tarde, por volta de 2.369 a.C., Sargão, o Velho, patési da cidade de Ágade,
unificou a maioria das cidades-templos. O grande rei acádio, guerreiro e conquistador,
tornou-se conhecido como "soberano dos quatro cantos da terra". Apesar da unificação,
as estruturas políticas da Suméria continuaram existindo. Os reis das cidades-estados
sumerianas foram mantidos no poder e reconheciam-se como tributários dos
conquistadores acadianos.
Renascença Sumeriana
O domínio intermitente dos guti durou um século, sendo substituído no século
seguinte (cerca de 2.100 a.C. – 1.950 a.C.) por uma dinastia proveniente da cidade-
estado de Ur. Expulsos os guti, Ur-Nammur reunificou a região sobre o controle dos
sumérios. Foi um rei enérgico, que construiu os famosos zigurates e promoveu a
compilação das leis do direito sumeriano. Os reis de Ur não somente restabeleceram a
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Declínio
Uma vez que os estados locais cresceram em força bruta os sumérios começaram a
perder sua hegemonia política sobre a maioria das partes da Mesopotâmia.
Administração e Política
Os sumérios habitaram várias cidades-estados, cada uma erigida em torno de seus
respectivos templos, dedicados ao deus a cuja proteção a cidade competia. Estas
cidades, grandes centros mercantis, eram governadas por déspotas locais denominados
patésis, supremo-sacerdotes e chefes militares absolutos, auxiliados por uma
aristocracia, constituída por burocratas e sacerdotes.
Os templos estavam ligados ao poder estatal e suas riquezas eram usufruídas pelos
soberanos, considerados intermediários entre os deuses e os homens. Junto com os
tempos das cidades, homenageando o seu deus patrono, não raramente eram erguidos
zigurates - pirâmides de tijolos maciços cozidos ao sol, que serviam de santuários e
acesso aos deuses quando desciam até seu povo.
Dentre cidades mais importantes do território sumério estavam Eridu, Kish, Lagash,
Uruk, Ur e Nippur. Com o desenvolvimento dessas cidades, a tentativa de supremacia
duma sobre a outra tornou-se inevitável. O resultado foi um milênio de embates quase
incessantes sobre o direito de uso de água, rotas de comércio e tributos a tribos
nômades.
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Agricultura e Caça
Os sumérios mantinham uma produção de cevada, grão-de-bico, lentilha, milhete,
trigo, nabo, tâmara, cebola, alho, alface, alho-poró e mostarda. Eles também criavam
gado, carneiro, cabra e porco. Além disso usavam bois como opção principal no
trabalho de carga e burros como animal de transporte. Os sumérios pescavam peixes e
caçavam aves galináceas.
Arquitetura
A planície Tigre-Eufrates carecia de minerais e árvores. As edificações sumérias
compreendiam estruturas planoconvexas feitas de tijolos de barro, desprovidas de
argamassa ou cimento. Uma vez que tijolos planoconvexos são de composição
relativamente instável, os pedreiros sumerianos adicionavam uma mão extra de tijolos,
postos perpendicularmente a cada poucas fileiras.
Por outro lado, templos sumérios e palácios fizeram uso de materiais e técnicas mais
avançadas como reforços (suporte para os tijolos), recessos (quinas), pilastras e pregos
de argila.
Economia e Comércio
Empreendedores e criativos, os sumérios estabeleceram relações comerciais com
vários povos da costa do Mediterrâneo e do Vale do Indo.
Medicina
Como em qualquer sociedade pré-moderna, os sumérios possuíam um conhecimento
limitado de diagnose e tratamento médicos. Laxantes, purgantes e diuréticos formavam
a maioria dos remédios daquele povo. Determinadas cirurgias também eram postas em
prática.
tentavam a sorte com uma estátua, que, se conseguisse transferir o demônio para dentro
de si, seria coberta de betume.
Características Militares
As cidades sumérias eram defendidas por muralhas. Os sumérios engajavam-se em
guerras de sítio entre suas cidades, e as muralhas de tijolos de barro obviamente não
podiam deter os inimigos, que já conheciam o material.
Os sumérios usavam fundas e arcos simples (só mais tarde a humanidade inventaria
o arco composto).
Religião
Tratar dum assunto tal como a "Religião Suméria" pode ser complicado, uma vez
que as práticas e crenças adotadas por aquele povo variaram largamente através do
tempo e distância, cada cidade possuindo sua própria visão mitológica e/ou teológica.
Os sumérios acreditavam que o universo consistia num disco plano fechado por uma
cúpula de latão. Já a vida após a morte envolvia uma descida ao vil submundo, onde se
passava a eternidade numa existência deplorável, em uma espécie de inferno, chamado
Sheol.
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Tecnologia
Exemplos da tecnologia suméria incluem: serras, couro, cinzéis, martelos,
braçadeiras, brocas, pregos, alfinetes, anéis, enxadas, machados, facas, lanças, flechas,
espadas, cola, adagas, odres de água, caixas, arreios, barcos, armaduras, aljaves,
bainhas, botas, sandálias e arpões.
Astronomia
Os sumérios são geralmente considerados os inventores da astronomia, o estudo da
observação dos astros. Nas ruínas das cidades sumérias escavadas por arqueólogos
desde o principio do século XX, foram encontradas muitas centenas de inscrições e
textos deste povo sobre suas observações celestes. Entre estas inscrições existem listas
especificas de constelações e posicionamento de planetas no espaço, bem como
informações e manuais de observação.
Língua e Escrita
A língua suméria é uma língua isolada, o que significa que não está diretamente
relacionada a nenhuma outra língua conhecida, apesar das várias tentativas equivocadas
de provar ligações com outros idiomas. A língua suméria é aglutinante, ou seja, os
morfemas (as menores unidades com sentido da língua) se justapõem para formar
palavras.
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A compreensão dos textos sumérios hoje em dia pode ser problemática até mesmo
para especialistas. Os textos mais antigos são os mais difíceis, pois não mostram a
estrutura gramatical da língua de forma sólida.
Legado
Os sumérios talvez sejam mais lembrados devido às suas muitas invenções. Muitas
autoridades lhes dão crédito pelas invenções da roda e do torno de oleiro. Seu sistema
de escrita cuneiforme foi o primeiro sistema de escrita de que se tem evidência, pré-
datando os hieróglifos egípcios em pelo menos 75 anos. Os sumérios estavam entre os
primeiros astrônomos, possuindo a primeira visão heliocêntrica de que se tem
conhecimento (a próxima apareceria por volta de 1.500 a.C. por parte dos Vedas na
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Essas invenções e inovações facilmente colocam os sumérios entre uma das culturas
mais criativas de toda a pré-história, e mesmo da história.
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Alguns reis da 15ª dinastia continuaram a usar seus nomes semitas. Os egípcios
continuaram a chamá-los de “governantes estrangeiros”, devido à sua origem levantina.
A influência desses reis “hicsos” chegou pelo menos até a cordilheira do Carmelo,
desde que camafeus dos seus reis e de numerosos oficiais da corte foram encontrados
nas cidades cananitas em todo o sul da Palestina. Objetos com os nomes dos reis hicsos
foram também encontrados por toda parte no Oriente Próximo da Antiguidade.
Os reis hicsos foram expulsos do delta do Egito por Amósis I, fundador da 18ª
dinastia em Tebas. O único testemunho de captura de Avaris, capital dos hicsos, e o
cerco subseqüente de Saram / Sarom (possivelmente equipara-se com Sharuhen, lugar
que a Bíblia chama de corrupto) na terra de Reteno (Canaã) é a inscrição na tumba de
Amósis, filho de Ébem. Ele relata que a guerra contra Saram / Sarom durou três anos. A
cidade avançada dos hicsos talvez ficasse em algum ponto próximo ou logo além de
Gaza. Não se sabe quantas outras campanhas foram conduzidas por Amósis I e seu
sucessor Amenotepe, mas o mesmo soldado, Amósis, filho de Ébem, conta como ele
acompanhou Tutmósis I numa campanha em Naarina (a Naarim bíblica), na região do
alto Eufrates. Ele atacou ali o principal governante antes que este reunisse as suas
forças. Tutmósis III encontrou mais tarde uma Estela deixada por Tutmósis I do lado
leste do Eufrates. A partir desses testemunhos, é óbvio que os egípcios já tinham obtido
o controle do sul do Levante, caso contrário, não poderiam ter-se movido tão facilmente
para o norte.
podiam agora expandir o seu reino, chamado Mitani, a partir da sua capital Washukanni
(possivelmente Tell el-Fakheriyeh).
A migração de Abraão
(Gn 11.31-25.8). Em resposta ao chamamento divino Abraão partiu de:
o Ur
Sua cidade natal, rumo a Canaã, viagem que o conduziu por toda a extensão do
Fértil Crescente. O politeísmo prevalecia na cidade, mas por outro lado os
progressos realizados pela civilização naquela época foram notáveis. A arte de
escrever, por exemplo, havia sido cultivada muito antes de Abraão. Subiu o curso do
Eufrates, acompanhado de grande número de sua parentela até:
o Harã
Destacou-se esta cidade por ter sido santuário da Lua e também grande centro
comercial da Mesopotâmia, situada num dos afluentes setentrionais do Eufrates.
Depois da morte de Terá, Abraão partiu de novo para Canaã. Depois da breve
parada, foi para
o Damasco
Possivelmente a cidade mais antiga do mundo. Constituiu provavelmente o
primeiro lugar onde fez uma pausa em sua viagem para o sul. Era o ponto de
encontro de várias rotas de caravanas que conduziam à Arábia, ao Egito, ao
Mediterrâneo e a Babilônia. Depois estacionou em:
o Betel
Situada a oeste de Ai, na linha fronteiriça entre Benjamim e Efraim. Chamava-se
Luz pelos cananeus, porém, Jacó mudou seu nome para Betel, por motivo da visão
que teve nesse lugar.
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Império Egípcio
Geografia do Egito Antigo
Seria impossível imaginar o Egito sem o rio Nilo. Olhando o mapa, constatamos ser
este país um verdadeiro oásis em meio a uma região desértica. A área povoada tinha um
comprimento superior à largura abrangendo 30.000 km2 de área cultivável.
O chefe de Estado era um rei conhecido como faraó, proprietário nominal de todas
as terras. O faraó era considerado um verdadeiro deus, por isso dizemos que o Egito é
uma teocracia. Os camponeses tinham que produzir um excedente, entregue aos fiscais
do faraó. Parte dessa riqueza servia ao sustento da família real, de um vasto corpo de
funcionários burocráticos e dos militares. O resto era destinado a financiar obras de
drenagem e irrigação e uma parte da produção era armazenada para as épocas de baixas
colheitas. Os camponeses não eram escravos, pois viviam em comunidades, produziam
alimentos e construíam suas moradias. Recebiam também uma certa ajuda do Estado em
momentos de calamidade pública. A esta forma de produção alguns historiadores deram
o nome de Modo de Produção Asiático.
A Sociedade e a economia
A atividade mais importante na sociedade egípcia era a agricultura. O tempo
disponível nos períodos de entressafra era absorvido na construção de monumentos,
pirâmides, templos, sepulcros, no artesanato e em obras de irrigação. Além dos produtos
agrícolas, os egípcios complementavam sua alimentação com a pesca e a caça.
Fabricavam vinho de uva e tâmara, pão e cerveja de trigo e cevada. Com o papiro
faziam cordas, redes, barcos e o famoso tecido para escrever.
A sociedade egípcia pode ser comparada à construção que mais popularizou sua
cultura: a pirâmide. No vértice estava o faraó, depois vinha a alta burocracia (altos
funcionários, sacerdotes e altos militares) e, na base, os trabalhadores em geral
(camponeses, artesãos e uns poucos escravos).
Durante a 5ª. Dinastia, o culto ao deus Hórus e ao deus Sol (Rá), que se
identificavam com o próprio faraó, aumentou ainda mais seu poder absoluto.
O Egito voltou a ser dividido em pelo menos dois reinos : o do Alto e o do Baixo
Egito. A reunificação foi feita pelo faraó Mentuhotep, por volta de 2.060 a.C.
A nível político surgiu uma nova modalidade sucessória : o faraó dividia o trono
com seu filho, para garantir a sucessão ainda em vida. O cargo de nomarca (autoridade
provincial dos nomos) foi suprimido. O poder central controlava rigorosamente o país :
faziam-se recenseamentos para aferir o número de homens, cabeças de gado e terras
aráveis, podendo assim serem fixados os impostos.
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O Egito voltou a ficar dividido. Foi Kamés, chefe militar de Tebas, que iniciou a
luta contra os invasores, e Amósis, seu sucessor, que conseguiu derrota-los
definitivamente, tomando Ávaris.
o O uso do cavalo;
o O carro de guerra;
o Tear vertical para fabricar tecidos;
o Introdução do gado zebu na pecuária;
o E, principalmente, introduziram a fundição em bronze.
Amósis iniciou a 18ª. Dinastia com a expulsão dos Hicsos e aumentou o poder dos
sacerdotes do templo do deus Amom. Tutmés III dominou o reino de Mitani, tendo-se
efetivado o militarismo no Egito com a formação de um exército permanente.
Apesar das alianças com Esparta e outras cidades gregas, o Egito foi dominado pelo
soberano persa Cambises, depois da batalha de Pelusa.
No ano 404 a.C., o Egito conseguiu sua independência, sendo novamente tomado
pelos persas em 343 a.C. Esse domínio durou até 332 a.C., quando Pérsia e Egito foram
dominados por Alexandre Magno. O Egito passou a ser um importante domínio d
império alexandrino.
A cultura e a religião
Os egípcios possuíam um pensamento empírico, ou seja, pensavam a partir de
experiências anteriores, do acúmulo de exemplos. Eram conservadores, conformistas e
profundamente místicos: acreditavam que o mundo tinha sido governado por deuses em
tempos mais remotos e que o monarca passou a exercer esse governo por ser a
encarnação dos deuses na terra.
A cultura era privilégio das altas camadas e as letras eram ligadas ao Estado
faraônico. Os escribas, por exemplo, auxiliavam a formação do governo com seus
conhecimentos.
Para o egípcio antigo a morte tinha um especial interesse. Havia uma crença
absoluta no renascer, daí a necessidade de preservação do cadáver e o desenvolvimento
da técnica da mumificação.
BIBLIOGRAFIA:
SHEDD, Russell P. Bíblia Vida Nova, São Paulo : Edições Vida Nova e SBB,
1995.
Bíblia Sagrada – Nova Versão internacional, São Paulo : Editora Vida, 2000.