Livro - Clamper - 2° Ed
Livro - Clamper - 2° Ed
2ª Edição
Lagoa Santa - MG
Editora CLAMPER
2024
Editora CLAMPER
Proteção de equipamentos elétricos e eletroeletrônicos contra surtos elétricos em instalações
Revisão:
Versão Final
Capa: Mariana Aramuni / Desenhos: J.O.S. Paulino e Rafael Sola / Impressão: Gráfica Formato
Catalogação na fonte:
Outros autores: Célio Fonseca Barbosa, Ronaldo Kascher Moreira, Wagner Almeida
Barbosa, Marcelo Augusto Freire Lobo, Ailton Ricaldoni Lobo.
Bibliografia.
ISBN 978-85-93065-01-9
1. Circuitos elétricos 2. Descargas elétricas
3. Engenharia elétrica 4. Equipamentos elétricos 5. Geradores elétricos 6. Medidores
elétricos 7. Raios I. Paulino, José Osvaldo Saldanha
II. Barbosa, Célio Fonseca. III. Moreira, Ronaldo Kascher. IV. Barbosa, Wagner Almeida. V.
Lobo, Marcelo Augusto Freire. VI. Lobo, Ailton Ricaldoni.
24-234247 CDD-621.3192
Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por nenhum meio sem a autorização prévia por escrito da Editora
(CLAMPER.com.br)
José Osvaldo Saldanha Paulino é Doutor em Engenharia Elétrica, Professor Titular aposentado do Departamento
de Engenharia Elétrica e Professor Emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Célio Fonseca Barbosa (in memoriam) era Doutor em Engenharia Elétrica e pesquisador da Fundação CPqD.
Ronaldo Kascher Moreira é Doutor em Engenharia Elétrica, professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais e empresário.
Wagner Almeida Barbosa é Engenheiro Eletricista, MBA em Gestão de Empresas e Negócios, membro do comitê
IEC TC37/SC37A – Proteção contra surtos elétricos e coordenador da ABNT CE037.001 – Comissão para estudo de
dispositivos de proteção contra surtos elétricos em baixa tensão e COO da CLAMPER.
Marcelo Augusto Freire Lobo é Engenheiro Eletricista, MBA em Gestão de
Empresas e Negócios e CEO da CLAMPER.
Ailton Ricaldoni Lobo é Engenheiro Eletricista. Iniciou como Pesquisador no Dep. de Eletrônica do Centro Técnico
Aeroespacial. Trabalhou na CEMIG de 1976 a 1996, chegando ao cargo de gerente da Área de Desenvolvimento
Energético. É Diretor da ACMinas, ABINEE Nacional, ex-Diretor da ABINEE Regional MG, ex-Coordenador do CE C6
do CIGRÉ-Brasil (Geração Distribuída e Energia Renovável), Presidente do Conselho Técnico Consultivo do CIT/
SENAI, membro das Câmaras da Indústria da Defesa e Segurança; e Industria de Energia Petróleo e Gás, ambas da
FIEMG. Fundador da CLAMPER Indústria e Comércio S/A, Presidente do Conselho e sócio da Nanum Nanotecnologia
S.A, além de participar do Desenvolvimento de Projetos de Geração Eólica e Solar Fotovoltaico, principalmente no
Estado de Minas Gerais.
HOMENAGEM
Dr. Célio Fonseca Barbosa foi um ilustre engenheiro brasileiro que
infelizmente faleceu antes da publicação da segunda edição desse livro.
A condução da empresa foi sempre pautada O mundo empresarial exige de quem toma a
pela observância de dois princípios decisão de implantar e dirigir uma empresa,
fundamentais; ética e qualidade. Esses são os a exemplo da CLAMPER, algumas qualidades
pilares de uma produção de excelência, além fundamentais: conhecimento, determinação,
de serem propulsores da marca “CLAMPER”. confiança, coragem, visão de longo prazo,
ideias inovadoras e “ESPÍRITO PÚBLICO”.
O nosso lema é Generosidade Foi a partir desse conjunto de atributos e da
gera Prosperidade. colaboração de pessoas que acreditaram na
proposta que colocamos em prática a ideia
Nessa empreitada, tivemos as participações acalentada, por muito tempo, de encarar o
fundamentais de sócios, colaboradores, desafio e criar a CLAMPER em 1991.
clientes, fornecedores e parceiros de diversos
setores, que ajudaram a escrever esta Na ocasião, percebemos uma grande
história de sucesso. oportunidade de oferecer ao mercado
um produto de extrema importância e A missão inovadora da empresa levou
necessidade, principalmente por ser o Brasil a CLAMPER a adquirir uma empresa
o país com a maior incidência de raios no
de nanotecnologia na incubadora da
mundo.
Universidade Federal de Minas Gerais
As atividades da CLAMPER foram iniciadas, (UFMG) em 2008. O objetivo principal era
exclusivamente, com projetos customizados desenvolver componentes utilizados nos
para atender a demandas específicas. Não protetores, com melhor desempenho e
havia, até então, produtos de prateleira
menor custo, a partir do desenvolvimento
padronizados. Com muito empenho e
dedicação da equipe, em 1998 lançamos de materiais nanoestruturados. Contudo, ao
o VCL, desenvolvido para instalação nos mirar em um alvo, a empresa acertou em
quadros de distribuição de energia de todo cheio em outro, tornando-se produtora de
tipo de instalação: residencial, comercial, e uma tinta magnética nanoestruturada para
industrial.
aplicação em impressoras de jato de tinta.
Naquele momento a empresa ganhou
grande destaque e passou a ser conhecida Um dos grandes desafios da empresa está
mais amplamente pelo mercado. Mesmo na escolha dos colaboradores. Costumamos
com esse direcionamento ao mercado mais
chamá-los de “cúmplices” (no bom sentido,
massificado, a empresa manteve e mantém
até hoje sua oferta de soluções customizadas. é óbvio) porque, graças ao comprometimento
e à dedicação de cada um, conseguimos
Apesar das várias crises econômicas pelas levar a CLAMPER até este patamar e vamos
quais o país passou, a condução da empresa continuar almejando chegar onde queremos
sempre valorizou o aprendizado com as
no futuro.
vicissitudes, estabelecendo novos rumos
e tomando novas decisões. Foi durante a
crise econômica de 2003 que decidimos, por Como otimista confesso que sou, mesmo
exemplo, expandir os negócios da empresa diante de dificuldades que às vezes
para além das nossas fronteiras. Foi então bambeiam as pernas, sempre tive confiança
que começamos a estruturar as atividades
de exportação. no que faço. A nossa inspiração profissional
vem de uma característica que os amigos
Participamos de missões da Federação mais próximos identificam em mim e gostam
das Indústrias do Estado de Minas de destacar: o espírito público. É importante
Gerais (FIEMG) para diversos países e
acreditar que devemos pensar global e agir
de feiras internacionais para entender o
funcionamento dos mercados lá fora e local.
divulgar nossa empresa. Evoluímos para
a abertura de uma empresa no México, a Por isso, tenho a crença de que a CLAMPER
CLAMPER México, com o objetivo de explorar seja fruto da coragem, do comprometimento,
a segunda maior economia da América
da dedicação e da competência dos nossos
Latina. Hoje, exportamos para mais de 15
países na América Latina, Europa, África “cúmplices”, colaboradores, clientes e
além dos Estados Unidos. fornecedores.
ABREVIATURAS E SIGLAS...................................................................................................................................... 20
TABELA DE SIMBOLOGIA....................................................................................................................................... 22
4.4 - Isolamento...........................................................................................................................................................................125
4.4.1 - Isolamento entre Partes Internas e o SPDA........................................................................................................125
4.4.2 - Interfaces de isolamento.............................................................................................................................................127
8.1- Introdução.............................................................................................................................................................................200
12.3 - Medições.............................................................................................................................................................................297
12.3.1 - Medições realizadas com pontas de prova de tensão..................................................................................297
12.3.2 - Medições realizadas com transformadores de corrente............................................................................298
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capítulo 1........................................................................................................................................................................................303
Capítulo 2........................................................................................................................................................................................304
Capítulo 3........................................................................................................................................................................................304
Capítulo 4........................................................................................................................................................................................306
Capítulo 5........................................................................................................................................................................................307
Capítulo 6........................................................................................................................................................................................308
Capítulo 7........................................................................................................................................................................................308
Capítulo 8........................................................................................................................................................................................309
Capítulo 9........................................................................................................................................................................................309
Capítulo 10......................................................................................................................................................................................310
Capítulo 11......................................................................................................................................................................................311
Capítulo 12......................................................................................................................................................................................311
P Protetor de
Impedância Aterramento SC sobrecorrente
DPS
DPS
Resistência de
aterramento Centelhador DPS
DPS
Fonte Diodo I
impulsiva supressor T RELÉ
DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
Trópico de
Câncer
Equador
Trópico de
Capricórnio
Figura 1.1 - A região tropical fica situada entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio
+
+ + + +
+ + +
+
+ + +
+
+ +
+ +
+ + I0
+
+ + + + + + + + +
Os seres humanos detectam a ocorrência A nova versão da NBR 5419-2 [3] traz mapas
de uma descarga atmosférica por meio detalhados da densidade de descargas
de dois sentidos: a visão e a audição. A para a terra em todo o país. Os mapas são
descarga atmosférica provoca uma grande divididos por região e podem ser acessados
luminosidade detectada pelo olho humano no site do Instituto Nacional de Pesquisas
chamada relâmpago e produz um grande Espaciais (INPE): www.inpe.br/webeleat/
ruído captado pelos ouvidos chamado trovão ABNT_NBR5419_Ng.
(provocado pela expansão do ar aquecido
Número de dias
de trovoada por ano
0-2
2-4
4-8
8 - 12
12 - 30
30 - 60
60 - 80
80 - 100
100 - 140
140 - 180
15 15
descargas /km2/ ano
<1
1a2
17 17 2a3
3a4
4a5
19 19 5a6
6a7
7a8
Figura 1.8 - Foguete lançado para iniciar uma descarga Figura 1.9 - Descarga iniciada por foguete no campo de testes do
atmosférica no campo de testes do INPE em Cachoeira Paulista INPE em Cachoeira Paulista - SP
- SP
Medições indiretas dos valores das correntes As medições mostram que é comum a
das descargas atmosféricas também são ocorrência de várias descargas no mesmo
feitas. A partir da medição dos campos canal ionizado (relâmpago). A primeira
eletromagnéticos gerados pelas descargas, descarga geralmente tem maior intensidade e
que são captados por antenas, é possível é chamada de descarga principal. As demais
estimar o valor e a forma de onda das são chamadas de descargas subsequentes.
correntes de descarga. Se forem utilizadas As formas de onda típicas de uma descarga
várias antenas, é possível estimar o ponto de principal e das subsequentes são mostradas
incidência das descargas por meio de técnica na Figura 1.11.
de triangulação. A Figura 1.10 mostra uma
ilustração do primeiro desses sistemas: o que
Tempo (µs)
foi instalado em Minas Gerais pela CEMIG
na década de 80. A partir desse sistema 0 10 20 30 40
Norte [10].
24
48
72
24
48
20 76
31 50
Figura 1.12
50 22
Probabilidade acumulada
P ( I0 ≥ i0 ) é a probabilidade de que o de ocorrência de valores
70 11 valor de pico da corrente tenha um de pico das descargas
valor I0 que seja superior ao valor i0 principais negativas
nuvem-solo. Expressão
100 5
retirada de [11]
1.0
Descarga subsequente
Corrente (kA)
0.5
100 kA
2 kA
Componentes de longa duração
0 0,5 kA
Tempo (µs)
Tcauda
< 500µs < 5 ms <1s
1.0
A onda de corrente mostrada na Figura
0.9
1.15 submete a aeronave a três esforços
distintos: o eletrodinâmico, o térmico e o
Corrente (kA)
eletromagnético.
0.5 Ipico
A norma brasileira (NBR) 5419 [1 a 4], revisada Parte 3 são relevantes, elas também serão
e reeditada em 2015, apresenta um conjunto detalhadas. Em relação ao gerenciamento
de critérios a serem adotados para a proteção de riscos (Parte 2 da norma), este capítulo
de edificações contra descargas atmosféricas. vai explorar apenas os aspectos relativos aos
A norma é dividida em quatro partes conforme riscos e danos às instalações eletroeletrônicas
pode ser visto na Figura 2.1. internas. A Parte 4 da norma basicamente
analisa as Medidas de Proteção Contra Surtos
A nova edição da norma é bastante completa e detalhadas na Figura 2.2.
as duas maiores inovações estão nas partes 2
e 4 que tratam respectivamente da análise de As interseções da NBR 5419 com a NBR 5410
riscos e da proteção de equipamentos e sistemas [5], que trata da proteção das instalações de
elétricos e eletrônicos internos. baixa-tensão, também precisam ser analisadas,
pois algumas medidas sugeridas são comuns
O objetivo deste livro é analisar a proteção às duas normas e outras são complementares.
dos sistemas internos. Portanto, vai ser As maiores superposições são relativas ao
dado destaque à Parte 4. Como algumas das aterramento, à equipotencialização e à instalação
técnicas de proteção (projeto da malha de de DPS (Figura 2.3) a serem analisados nos
aterramento e SPDA interno) descritas na Capítulos 4 e 6.
}
Malha de
aterramento
Parte 3: Danos físicos a
estruturas e perigos à vida
SPDA
interno
Figura 2.1
Divisões da
NBR 5419.
Em destaque, os
itens que serão
Parte 4: Sistemas elétricos e
eletrônicos internos na estrutura
examinados
em profundidade
neste livro
Aterramento
Equalização de potenciais
Blindagem eletromagnética de ambientes e de cabos
Roteamento de linhas e cabos
Instalação coordenada de (Dispositivos de Proteção contra Surtos) DPS
Utilização de interfaces de isolamento Figura 2.2
Medidas de
proteção contra
surtos (MPS)
Aterramento e equipotencialização
S3
Descarga direta na
S2 S1 linha de energia ou
Descarga nas Descarga direta de telecomunicações
proximidades na edificação
da edificação
As quatro possibilidades de
interação podem provocar
os três tipos de danos
mostrados na Figura 2.5.
Figura 2.6
Tipos de perdas
L1 L2 L3 L4 devido aos
Perda de Perda de serviço Perda de patrimônio cultural Perda de valor danos causados
vida humana ao público econômico pelas descargas
atmosféricas
250 250
200 kA
200 200
150 kA
Corrente (kA)
Corrente (kA)
150 150
100 kA
100 100
50 50
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 50 100 150 200 250 300 350
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 2.7 - Onda de corrente com características de uma descarga principal de polaridade positiva,
tempo de frente de 10µs e tempo de cauda de 350µs
0 0
-20 -20
-40 -40
Corrente (kA)
Corrente (kA)
-80 -80
-75 kA
-100 -100
-100 kA
-120 -120
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 2.8 - Onda de corrente com características de uma descarga principal de polaridade negativa,
tempo de frente de 1 µs e tempo de cauda de 200 µs.
0 0
-5 -5
-10 -10
-15 -15
Corrente (kA)
Corrente (kA)
-20 -25 kA -20
-25 -25
-30 -30
-35 -37,5 kA -35
-40 -40
-45 -50 kA -45
-50 -50
0 0.5 1 1.5 2 2.5 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 2.9
Onda de corrente com
características de uma
descarga subsequente de
polaridade negativa, Tempo
Corrente contínua de longa duração de frente de 0,25 µs e tempo
(0,5 s) de cauda de 100 µs
Corrente (A)
Carga total
Q = 200, 150 e 100 C
a representação das ondas de corrente mostradas nas Figura 2.7 a 2.9. A Figura 2.11
mostra as expressões.
1 + t / T1
Falha do
Os valores mínimos são utilizados para a sistema de
captação
TABELA 2.1
Valores de pico das correntes de descarga utilizados para os estudos de proteção relativos aos esforços
térmicos, eletrodinâmicos e eletromagnéticos
Níveis de proteção
PARÂMETROS
I II III IV
+
+ + + +
+ + +
+
+ + +
– – – – – – – – – – – – – – – – – –
– – – –
– – – – – –
– – – – – –
– – –
– – – – – – – – – – – – –
– – – – – – – – – – – –
– – – – – – – – – –
– – – – – – – – –
– –
– – – – – – – –
– – – – – – – –
– – – – 0,65
– – – – R Atração= 10 I0
+
+
+
+
R Atração
+ + + + + + + + + + + + + + +
pontos onde não há captores do SPDA. Isso significa que, nesse caso, o sistema de captação falhou
e a edificação pode ser atingida diretamente.
Cabos
do SPDA
rE 2
rE 1
Figura 2.14 - Edificação e duas esferas rolantes relativas a dois Figura 2.15 - Esfera que ao rolar sobre a edificação só toca nos
valores diferentes de corrente. A esfera de raio rE1 corresponde a captores do SPDA. Para o valor de corrente associado a essa
uma corrente de valor menor do que a corrente relativa à esfera esfera, o sistema de captação funciona eficientemente
de raio rE2
Para o valor de corrente associado à esfera mostrada na Figura 2.16, o SPDA precisa ser
melhorado para que seja eficiente. A Figura 2.17 mostra um novo SPDA que atua de forma
eficiente.
Falha do
Sistema
de Captação
TABELA 2.2
Valores de pico das correntes de descarga utilizados para o cálculo dos raios das esferas
rolantes utilizadas nos projetos
Níveis de proteção
PARÂMETROS
I II III IV
rE 3 Figura 2.18
raios das esferas
rolantes propostos
na norma NBR
5419.
rE 2
rE 1
I0 I0
IC IC
KC = 0,74 KC = 0,47
Figura 2.20
Divisão de correntes
pelos condutores do
SPDA externo.
A divisão de correntes
I0 I0 é caracterizada pelo
fator kc . Adaptado
de [3]
IC IC
KC = 0,43 KC = 0,36
Os limites de uma ZPR são definidos pelas ZPR 1: zona onde a corrente de surto é
medidas de proteção empregadas no projeto. limitada pela distribuição das correntes
A Figura 2.23 apresenta uma estrutura e interfaces isolantes e/ou por DPS
dotada de SPDA com as ZPR 0A, 0B , 1 e 2. ou blindagem espacial instalados na
As ZPR são definidas na NBR 5419 [4] como: fronteira das zonas. Blindagens
ZPR 0 B
ZPR 0 A
ZPR 1
ZPR 0 B
∆Y
ZPR 2
DPS
ZPR 1
∆Y
DPS
DPS ZPR 0 A
ES1 = ND PC
PC - Probabilidade de um evento S1
danificar equipamentos internos
3h
No cálculo de AD , a altura
h
w da estrutura tem muito
d peso. Em estruturas
3h simples, calcula-se a área
da estrutura planificada,
multiplicando-se por
três a sua altura (Figura
2.25).
2
AD = dw + 2(3h)(d + w) + π(3h)
Em estruturas complexas
com partes mais altas,
como em estações de
telecomunicações com
torres, calcula-se a área
hTORRE
equivalente do disco com
3 x hTORRE
raio igual a três vezes a
sua altura (Figura 2.26).
TABELA 2.3
Fator de localização da estrutura CD (Tabela A.1 da NBR 5419-2)
LOCALIZAÇÃO RELATIVA CD
Probabilidade de um evento S1
danificar equipamentos internos
PC = PDPS CLD
TABELA 2.5
Valores dos fatores CLD (descargas diretas)e CLI (descargas indiretas)
(Tabela B.4 da NBR 5419-2)
Nota: Os valores de CLD referem-se aos sistemas internos blindados; para sistemas internos não blindados CLD =1
1
PeríodoS1 = (anos)
ES1
Esse período é fortemente dependente da 71 e 142 anos para instalação sem DPS e
altura da estrutura e do NP utilizado para a com DPS coordenado com NP III/IV, II e I,
especificação dos DPS. Considerando uma respectivamente.
instalação clássica de telecomunicações
dotada de torre muito alta, tem-se o gráfico Caso a torre tivesse altura de 80 metros, os
mostrado na Figura 2.30. Para a situação períodos passariam a ser de 0,6; 11; 28 e 55 anos
considerada com altura de torre de 50 metros, para instalação sem DPS e com DPS coordenado
ter-se-ia um período entre falhas de 1,4; 28; com NP III/IV, II e I, respectivamente.
1000
100
Período entre danos (anos)
Análise de S1
10
DPS NP I
DPS NP II
DPS NP III - IV
Sem DPS
ES2 = NM PM
PM - Probabilidade de um evento S2
danificar equipamentos internos
500 m
h
w
O fator K S1 considera a blindagem, O fator KS3 é obtido por meio da Tabela 2.6
eventualmente provida pelo arranjo do (Tabela B.5 da norma). Ele está relacionado
SPDA externo utilizado para compor a ZPR com a forma na qual os cabos internos de
1, ao campo magnético total produzido pela energia e de sinais internos estão roteados
descarga. O fator KS2 considera a blindagem, dentro da estrutura.
500 m
500 m 500 m
Estrutura
Figura 2.33
500 m Área equivalente
AM para cômputo
da quantidade de
eventos S2
Probabilidade de um evento S2
danificar equipamentos internos
PM = PMS PDPS
WM2
1 UW a tensão de suportabilidade
KS4 =
UW dos equipamentos internos em kV
Cabo não blindado - sem preocupação com o roteamento para evitar laços a 1
Cabo não blindado - preocupação com o roteamento para evitar grandes laços b 0,2
Cabo não blindado - preocupação com o roteamento para evitar laçosc 0,01
10000
1000
Período entre danos (anos)
100 Análise de S2
DPS NP I
DPS NP II
DPS NP III - IV
10
Sem DPS
Figura 2.35
Período entre falhas devido
1 à S2 em função da largura
da malha Wm1 e de PDPS.
Considerou-se NG = 10
descargas/km2/ano,
KS3 = 1, W=10 m,
0,1 L = 20 m, Uw = 2,5 kV
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Largura da malha WM1 (m)
ES3 = NL PL
PW - Probabilidade de um evento S3
danificar equipamentos internos
NL - Número de eventos S3
por ano linha externa
NG - Densidade de descargas
no local da estrutura
ROTEAMENTO CI
Aéreo 1
Enterrado 0,5
INSTALAÇÃO CT
Suburbano 0,5
No cômputo de AL, caso a linha esteja perto
Urbano 0,1 de outra estrutura, a contribuição dessa
Urbano com edifícios mais altos que 20 metros 0,01 estrutura no aumento da área de exposição
à S3 deve ser levada em consideração. O
Calcula-se AL considerando a área em torno cálculo da probabilidade de um evento S3
da linha delimitada por um retângulo com danificar equipamentos internos (PW) é dado
o mesmo comprimento da linha (limitado na Figura 2.38.
Figura 2.37
Linha Área equivalente de exposição
da linha para cômputo do
número de eventos S3
40 m Estrutura
Até 1 km
a
Para linha subterrânea AL = 40LL
400
Figura2.38
LL = Comprimento da linha (m) Probabilidade de um
= Resistividade aparente do solo (Ωm) evento S3 danificar
a
equipamentos
internos (PW )
Probabilidade de um evento S3
danificar equipamentos internos
TENSÃO SUPORTÁVEL Uw EM kV
TIPO DE LINHA CONDIÇÕES DO ROTEAMENTO, BLINDAGEM E INTERLIGAÇÃO
1 1,5 2,5 4 6
100000
10000
Período entre danos (anos)
Análise de S3
1000
DPS NP I
DPS NP II
DPS NP III - IV
Sem DPS
100
Figura 2.39- Período entre
falhas devido à S3 em função
da PLD e PDPS. Considerou-se
NG = 10 descargas/km2/ano,
CLD = 1,
10 PDPS = 0.05, LL =1000 m,
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 ρa = 400 Ω.m, CI = 1, CE =1,
PLD (UW e Rb) CT = 0,2, Uw = 2,5 kV
ES4 = NI PZ
PZ - Probabilidade de um evento S4
danificar equipamentos internos
S4
Descarga nas proximidades NI = NG AI CI CT CE 10-6
das linhas de energia
ou telecomunicações
NG - Densidade de descargas
no local da estrutura
AI - Área de exposição da
linha para S4 (km2)
Linha
4000 m Estrutura
Até 1 km
Probabilidade de um evento S4
danificar equipamentos internos
TABELA 2.11
Valores da probabilidade PLI dependendo do tipo de linha e da tensão suportável de impulso Uw dos
equipamentos (Tabela B.9 da NBR 5419-2)
TENSÃO SUPORTÁVEL Uw EM kV
TIPO DE LINHA
1 1,5 2,5 4 6
1000
Período entre danos (anos)
Análise de S4
100
DPS NP I
DPS NP II
DPS NP III - IV
Sem DPS
10
TABELA 2.12
Parâmetros fixos utilizados nos casos estudados
TABELA 2.13
Parâmetros variáveis utilizados nos casos estudados
1 - 0,05 -
Probabilidade de falha dos equipamentos quando um sistema PDPS 0,02 - 0,01 2.4
de DPS coordenados é instalado - 0,001
A Figura 2.44 ilustra o caso que será fonte de danos para a composição do período
estudado. Na Tabela 2.14 são mostradas total esperado entre falhas.
hTorre = 100 m
d = 30 m
w = 20 m
h = 10 m
Figura 2.44 - Estação de telecomunicações. Arranjo típico com torre de 100 metros de altura
TABELA 2.14
Situações estudadas para o caso de uma estação de telecomunicações com torre de 100 metros de altura
12500
4200
1250
748
416
354
250
223
Anos
83
75
22
15
5
entre falhas. Estação de
telecomunicações com torre
de 100 m de altura
S1 S2 S3 S4 Total
Fonte de danos
Na Situação 1 foi instalado DPS para entrante não sejam empreendidas. Nota-se
Nível de Proteção III/IV, a fiação interna que o período total passou a ser de 223 anos.
formando laços e a largura da malha do
SPDA externo de dez metros. Verifica-se na Nesse exemplo, a análise mostra que a
figura um período total de cinco anos entre mitigação de S1 como fonte de dano na
danos. A Fonte S1, que causa um dano a instalação é possível adotando sistemas
cada sete anos, é a maior contribuinte de internos blindados e agindo sobre a linha
danos. Destaca-se a altura da torre como a entrante. A linha deve ser instalada em
responsável pela quantidade de eventos S1. eletrodutos metálicos ou tubos metálicos,
conectados na entrada da estrutura ao
Na Situação 2 foi instalado o DPS para Nível barramento de equipotencialização. Pode-se,
de Proteção I, separada a fiação interna nesse caso, prescindir da blindagem dos
formando laços, largura da malha do SPDA sistemas internos, caso se comprove que
externo de dez metros. Observa-se que o as descargas na estrutura não induzam
DPS NP I diminui a contribuição de todas as internamente tensões maiores que as
fontes de danos, aumentando o período total suportadas pelo equipamento (Uw).
para 22 anos. A Fonte S1 passa a contribuir
com um dano a cada 35 anos. 2.3.2 - CASO 2 - ESTRUTURA
Aplicando-se DPS com características HORIZONTALIZADA COM GRANDES
superiores às especificadas para o NP I, DIMENSÕES EM PLANTA
Situação 3, tem-se o período máximo possível,
supondo que outras modificações na linha A Figura 2.46 ilustra o caso que será estudado.
W = 100 m
Figura 2.46
NG = 10 descargas / km2 / ano Estrutura
H=6m horizontalizada
com grandes
dimensões em
L = 100 m
planta
TABELA 2.15
Situações estudadas para o caso de uma edificação de grande extensão horizontal
Largura da malha
Arranjo otimizado Período entre
SITUAÇÕES ESTUDADAS DPS instalado do SPDA externo
da fiação interna falhas (anos)
(m)
Os valores dos períodos entre falhas referentes às fontes de danos S1, S2, S3 e S4 e o período
total entre falhas são mostrados na Figura 2.47.
793
625
625
625
317
275
274
274
250
250
250
208
208
208
110
110
110
88
88
83
83
83
47
35
35
32
24
Anos
19
13
10
S1 S2 S3 S4 Total
Fonte de danos
Figura 2.47 - Períodos esperados entre falhas devido às fontes de danos S1, S2, S3 e S4 e período total esperado entre falhas.
Estrutura horizontalizada de grandes dimensões em planta
W = 30 m
H = 20 m
Figura 2.48
Estrutura
L = 60 m verticalizada
de grandes
dimensões
TABELA 2.16
Situações estudadas para o caso de estrutura verticalizada
Largura da malha
Arranjo otimizado Período entre
SITUAÇÕES ESTUDADAS DPS instalado do SPDA externo
da fiação interna falhas (anos)
(m)
Os valores dos períodos entre falhas referentes às fontes de danos S1, S2, S3 e S4 e o período
total entre falhas são mostrados na Figura 2.49.
625
625
275
250
250
208
208
209
209
110
84
84
83
83
68
36
27
26
Anos
14
13
13
10
6
4
4
4
4
1,4
1
S1 S2 S3 S4 Total
Fonte de danos
Figura 2.49 - Períodos esperados entre falhas devido às fontes de danos S1, S2, S3 e S4 e período total esperado entre falhas.
Estrutura verticalizada tipo prédio de escritórios de grandes dimensões
h=5m
d = 15 m
w=8m
TABELA 2.17
Situações estudadas para o caso da casa simples de um pavimento
Os valores dos períodos entre falhas referentes às fontes de danos S1, S2, S3 e S4 e o período
total entre falhas são mostrados na Figura 2.51.
3296
3296
1319
1319
625
625
288
250
250
208
208
119
99
83
83
66
Anos
40
39
31
16
13
12
4
1
S1 S2 S3 S4 Total
Fonte de danos
Figura 2.51 - Períodos esperados entre falhas devido às fontes de danos S1, S2, S3 e S4 e período total esperado entre falhas.
Casa simples de um pavimento
A análise a seguir é referente aos dados laços e largura da malha do SPDA externo
mostrados na Figura 2.51. de dez metros. Computa-se um período
total de 0,61 ano (7,3 meses) entre danos
Considera-se na Situação 1 que a casa não (arredondado para 1 ano na figura). Por
tem DPS instalado, fiação interna formando ordem de contribuição decrescente para
V(t)
V
V0
L
V(t)
TFRENTE t
A B
ZL
i
V(t)
h = 2 m Z V Z V
l = 30 m
Figura 3.2. (A) - Laço excitado por uma corrente; (B) - Circuito equivalente
tratados como laços, enquanto aqueles com A vantagem de tratar um circuito como laço
comprimento elétrico igual ou maior que 0,5 reside na possibilidade de desprezar os
devem ser tratados como linhas. Circuitos com fenômenos de propagação, o que simplifica
comprimento elétrico entre 0,1 e 0,5 podem muito o cálculo das tensões e correntes
ser tratados como laços com base em uma induzidas.
aproximação que se torna progressivamente
melhor à medida que o comprimento elétrico 3.1.3 - CAMPO ELÉTRICO VS CAMPO
diminui e vice-versa. Dependendo do tempo MAGNÉTICO
de frente da grandeza indutora, um mesmo
circuito pode ser classificado como laço ou Duas abordagens podem ser utilizadas para
como linha. Por exemplo: se a corrente do o cálculo de tensões induzidas: (i) baseada na
exemplo tivesse um tempo de frente de 0,1 µs variação temporal do fluxo magnético na área
o mesmo circuito de 30 metros teria de ser formada pelo laço; e (ii) baseada na integral do
tratado como uma linha. campo elétrico ao longo do condutor.
Para uma análise mais detalhada sobre os O cálculo das tensões induzidas com base no
critérios para essa classificação, recomenda-se campo magnético é bastante adequado para
a referência [1].
E 1( t ) E 2( t ) E k (t)
l1 l2 lk
l 1E 1( t ) l 2E 2( t ) l k E k (t)
A B
i i
- + - +
Figura 3.5 - Laço iluminado por campo magnético. (A) Corrente ascendente; (B) Corrente Figura 3.6 - Regra da Mão Direita
descendente
A B
- + - +
i i
C D
- +
- +
i i
Figura 3.7 - Variações da tensão induzida em um laço. (A) Caso de referência; (B) Área do laço reduzida; (C) Laço em ângulo; (D) Laço
transposto
(3.2)
Autor: Baran Ivo - Imagem
em domínio público obtida
de wikipedia.org
(3.3)
3.2.2 - TENSÃO INDUZIDA EM UM LAÇO
ABERTO
Observa-se que, na equação (3.3), o sinal
A seção anterior trouxe vários aspectos negativo indica a polaridade da tensão
qualitativos que afetam a tensão induzida. induzida, conforme visto na seção anterior.
Esta seção vai abordar os aspectos A permeabilidade magnética do ar é muito
quantitativos - aqueles que possibilitam próxima da do vácuo e vale μ0 = 4π 10-7 H/m.
o cálculo da tensão induzida em um laço Inserindo-se esse valor em (3.3), obtém-se:
aberto.
(3.4)
Considera-se a situação mostrada na Figura
3.9, em que a corrente indutora flui por um
condutor com comprimento muito maior que
Por exemplo: considera-se que o laço tem dois
a distância que o separa do laço e situado no
metros de altura, quatro metros de largura e
mesmo plano que contém o laço. A resistência
está situado a 20 metros de uma torre metálica
do voltímetro é assumida como muito elevada.
atingida por um raio. Nessas condições, h =
Assim o laço pode ser considerado aberto na
2 m, a = 20 m e b = 24 m. Considera-se que a
posição do voltímetro. De acordo com a Lei de
taxa de variação da corrente é di/dt = 100 kA/
Ampère [6], a intensidade do campo magnético
μs, que corresponde ao valor padronizado para
é proporcional à corrente e inversamente
a descarga negativa principal [7]. Inserindo-se
proporcional à distância x do fio.
esses valores em (3.4), obtém-se o valor de pico
da tensão induzida Vp = 7,3 kV. A fórmula (3.4)
pode ser escrita de uma forma mais compacta,
(3.1) conforme indicado na Figura 3.9.
i(t) a
b
x Lm = 2 x 10-7h ln
a
V(t) h
di Figura 3.9
V(t) = Lm
dt Dimensões
H consideradas no
cálculo da tensão
induzida:
a = 20 m;
b = 24 m;
h=2m
A B
I(kA) V(kV)
100 7,3
1 t(µs) 1 t(µs)
Figura 3.10 - (A) Corrente trapezoidal; (B) Tensão induzida no laço da Figura 3.9
A B
120 12
100 10
Corrente (kA)
80 8
60 6
40 4
20 2
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
-2
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 3.11 - (A) Corrente de descarga negativa principal; (B) Tensão induzida no laço da Figura 3.9
Considera-se a situação mostrada na Figura Cabe observar que essa expressão é a base
do funcionamento de transformadores de
3.12, em que o voltímetro foi substituído por
corrente, em que a corrente do secundário
um amperímetro, caracterizando um laço
(no caso, i 2 ) reproduz a corrente do
em circuito fechado. Conforme foi visto, a
primário (no caso, i1), reduzida pelo fator
corrente induzida no laço tende a cancelar de transformação. Para um transformador
o campo magnético incidente. De fato, caso de corrente, a relação entre a indutância
a resistência dos fios do laço seja nula, a própria e a mútua corresponde à relação de
corrente que flui pelo laço é necessária para espiras.
cancelar totalmente a tensão induzida pela
corrente indutora. Em termos matemáticos, Considerando o laço da Figura 3.12 e que
essa condição de contorno se expressa por: o raio do fio é de um milímetro, obtém-se
uma indutância própria de Lp = 17,1 μH.
Portanto, a corrente induzida é idêntica à
corrente indutora, multiplicada pelo fator
(3.5)
Lm / Lp = 0,073 / 17,1 = 0,00427. O valor
de pico da corrente induzida é 100 kA ×
i 1 é a corrente indutora, i 2 é a corrente 0,00427 = 427 A. Em termos práticos,
induzida, Lm é a indutância mútua entre o supondo-se que o laço esteja conectado
circuito da corrente indutora e o laço, e LLaço na porta de um equipamento eletrônico
é a indutância própria do laço. Considerando protegida por um DPS, esse DPS deve ser
que inicialmente tanto i1 quanto i2 são nulas capaz de conduzir a corrente do surto.
(i.e., i1(0) = i2(0) = 0), a expressão (3.5) pode
ser simplificada pela expressão mostrada A aplicação dessa fórmula é ilustrada na
na Figura 3.12. Essa expressão mostra que Figura 3.13, considerando as dimensões do
a corrente induzida i2 é idêntica à corrente laço da Figura 3.9. A corrente indutora e a
indutora i1, exceto pela sua amplitude, que é corrente induzida são mostradas na Figura
reduzida pelo fator Lm / LLaço. A Figura 3.12 3.13(A) e na Figura 3.13(B) respectivamente.
também apresenta uma expressão para a Observa-se que a corrente induzida é uma
indutância própria de um laço retangular. “miniatura” da corrente indutora.
Laço em curto-circuito
i1
Lm
i2 i2 = il
LLaço
2h 2l
r r
LLaço = 0,8 l 2 + h 2 - 0,8 (l + h) + 0,4 l ln + 0,4 h ln
2 2
h l
1+ 1+ 1+ 1+
l h Figura 3.12
Corrente
induzida em
um laço em
Em que h é a altura, l é o comprimento e r é o raio do fio do laço. curto-circuito
A indutância calculada está em µH.
120 0,5
80
0,3
60
0,2
40
20 0,1
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 3.13 - (A) Corrente de descarga negativa principal, segundo IEC62305-1; (B) Corrente induzida no laço da Figura 3.12
As seções anteriores abordaram casos de um Além da fonte de tensão, foi inserida no laço
laço em circuito aberto e em curto-circuito, uma indutância correspondente à indutância
que são situações extremas que se aproximam própria do laço. Para um laço retangular,
de alguns casos encontrados na prática. No essa indutância pode ser calculada pela
entanto, na maioria dos casos práticos há fórmula da Figura 3.9. Observa-se que foi
sempre alguma carga no circuito: a terminação também inserida no laço uma resistência
capacitava da porta de um equipamento, a que corresponde à resistência do condutor
resistência e indutância do condutor do laço ou do laço. Em muitos casos, essa resistência é
mesmo a impedância não linear apresentada desprezível, especialmente quando há outras
por um DPS. Esta seção analisa esses casos, resistências no laço. No entanto, não se pode,
fazendo uso das expressões desenvolvidas nas a priori, desprezar a resistência do condutor
seções anteriores. do laço, principalmente para condutores finos
como os usados em linhas de comunicação.
Considera-se o circuito da Figura 3.14(A), em A resistência Rf do fio pode ser obtida pelas
que a impedância Z1 pode ser uma combinação expressões dadas na Figura 3.15, em que r e l
de cargas resistiva, capacitiva e indutiva. são o raio e o comprimento do fio. Dessa forma,
Interessa saber a tensão desenvolvida nessa o condutor de cobre de um milímetro de raio
impedância. Em termos práticos, Z1 pode ser e 12 metros de comprimento, considerado no
a impedância de entrada de um equipamento exemplo anterior, apresenta uma resistência
eletrônico. Supõe-se, para simplificar, que o de 65 mΩ.
outro lado do laço tenha entrado em curto-
circuito provocado por um DPS. O circuito Um aspecto a ser considerado na determinação
vertical da corrente indutora pode representar da resistência do condutor é o efeito pelicular,
uma torre de telefonia celular instalada nas que é o aumento na resistência devido à
imediações da edificação. O objetivo do migração da corrente para a periferia do
estudo é saber se um raio pode danificar o condutor. Esse efeito é difícil de ser modelado
equipamento de comunicação, caso venha a com precisão no domínio do tempo. A alternativa
atingir uma torre. é uma adaptação do modelo aproximado
desenvolvido por Al-Asadi et al. [8], que também
Para calcular a tensão em Z1, é necessário é mostrado na Figura 3.15.
montar um circuito equivalente para o laço,
como mostra a Figura 3.14(B). Observa-se Considerando o efeito pelicular e o tempo
nessa figura que foi introduzida uma fonte de frente da corrente indutora de 1 μs, o
de tensão V(t) que depende da corrente condutor do exemplo anterior terá sua
da descarga atmosférica e das dimensões resistência aumentada de 65 mΩ para
envolvidas. A tensão fornecida por essa fonte é 390 mΩ. Como visto, o efeito pelicular
L R
i
V(t)
ZL V ZL V
Figura 3.14 - (A) Laço com carga Z1 exposto aos efeitos da corrente indutora i; (B) Circuito equivalente para o cálculo da tensão
induzida observada em Z1
-1
2
l -r
Rf = r -
2
r - 1 -e
Resistência do fio do laço: πr 2
l
Rf =
πr 2 e = 2,718 é a base de logaritmos naturais e
é a profundidade de penetração dada por:
l
2r 2TFRENTE
=
πµ
Cabo UTP
Roteador
Área do laço
Figura 3.17
Possível
situação prática
Condutor PE
de um laço
conectando dois
equipamentos
10
Tensão (kV)
R1 V 5
V(t)
C1
0
-5 1 2 3 4 5 6
0
Tempo (µs)
O resultado da simulação é mostrado na Figura Supõe-se agora que o equipamento seja dotado
3.21, em que se observa que as oscilações de um DPS na sua porta LAN para limitar a
na cauda ficam bem mais nítidas e menos tensão em níveis seguros. Nesse caso, importa
atenuadas. Isso ocorre porque a capacitância do saber a corrente conduzida por esse DPS,
circuito dobrou e a resistência caiu praticamente visando verificar se ele não será danificado
para a metade, devido ao centelhamento na porta por conduzir uma corrente excessiva. Para
LAN do computador. A capacitância dobra porque simplificar, o DPS é simulado por um curto-
L R
400
300
Figura 3.24 - Circuito equivalente da situação apresentada
Corrente (A)
100
500
0
400
20 40 60 80 100
-100
0 Tempo (µs)
300
Corrente (A)
100
No exemplo anterior, os DPS foram representados
como curto-circuito. Essa aproximação é válida 0
pois a impedância do arco elétrico normalmente Figura 3.25 - Corrente através dos DPS baseados em tecnologia
pode ser desprezada. No entanto, DPS baseados MOV ou semicondutor instalados nas portas LAN dos
em varistores de óxido metálico (MOV) ou em equipamentos da Figura 3.17
d w1 d
d w1
U OC/M AX
b
I S C/M AX
2 rc LS
Figura 3.26
Expressões
H 1/MAX
aproximadas
UOC/MAX = µ0 x b x d x da NBR 5419-4
0,8 d 2 + b 2 - 0,8 d + b + T1 [10] para o
cálculo dos
H 1/MAX
valores de pico
2b / rc ISC/MAX = µ0 x b x d x das correntes
LS e tensões
LS = 0,4 dln 2 + 10 -6
1+ 1+ b/d induzidas
I0 em um laço
2b / rc H1/MAX = d por uma
2 x π x ( d W1 + )
0,4 bln 2
2 corrente em
1+ 1+ b/d um condutor
vertical longo
µ0 = 4 x π x 1 0 - 7 H / m
Esse valor concorda muito bem com o valor calculado na Seção 3.2.2 para uma corrente
trapezoidal (7,29 kV). Nesse caso, a diferença entre os valores decorre da aproximação feita
pela NBR 5419-4 ao considerar o campo magnético constante. Essa aproximação se mostra
muito boa para a condição considerada, em que a largura do laço (4 m) é muito menor do
que a distância entre o laço e a corrente indutora (20 m).
Por outro lado, ao considerar a forma de onda padronizada pela NBR 5419-1 [7] para a
primeira descarga positiva, obtém-se 10,2 kV para o valor de pico da tensão de circuito
aberto. Conforme comentado, essa diferença decorre do maior valor de pico da derivada
temporal da corrente (di/dt) da descarga padronizada.
Esse valor concorda muito bem com a das linhas geram tensões e correntes
corrente de curto-circuito de 427 A calculada perigosas nos condutores dessas linhas,
na Seção 3.2.3. Essa boa concordância se que são conduzidas para o interior da
deve ao fato de a largura do laço (4 m) ser edificação e aplicadas nas portas dos
muito menor do que a distância entre o laço equipamentos elétricos e eletrônicos (ver
e a corrente indutora (20 m). A indutância Figura 3.27). Caso as tensões e correntes
própria do laço considerado é Ls = 17,1 μH, sejam superiores ao nível de resistibilidade de
calculada com a expressão mostrada na um dado equipamento, ele será danificado. As
Figura 3.26. descargas que incidem diretamente nas linhas
também implicam em correntes elevadas que
3.3 - TENSÕES E CORRENTES INDUZIDAS são conduzidas para o interior da edificação.
EM LINHAS QUE ATENDEM A EDIFICAÇÕES Essa situação será analisada no Capítulo 6.
dA
E = - grad -
V V dt
I0
A B C
Figura 3.28 Formação da descarga de retorno segundo o modelo TL: (A) Carga depositada no canal pelo líder; (B) Carga depositada no
canal pela descarga de retorno; (C) corrente associada com a descarga de retorno. Adaptado de [12]
I0
EH1
H A EV1 h
EV 2 E
Figura 3.29(A) Campo magnético e elétrico gerado pela corrente; (B) Campo elétrico gerado pela carga depositada no canal de descarga
de retorno
também dá origem a mais duas componentes apresentam dois inconvenientes: (i) são de
de campo elétrico: (i) Componente resultante difícil convergência; (ii) são expressas no
da circulação de correntes induzidas no domínio da frequência. Esses inconvenientes
solo; (ii) Componente resultante do fluxo de fazem com que a sua solução numérica para
corrente pela base do canal da descarga. uma excitação impulsiva (como no caso de
Essas componentes são ilustradas na Figura descargas atmosféricas) requeira alto recurso
3.30. computacional, em termos de capacidade
e tempo de processamento, o que é crítico
Um trabalho clássico que modela de mesmo para computadores modernos.
forma consistente o fenômeno da indução
de tensões em uma linha aérea por uma Uma solução aproximada para o problema foi
descarga atmosférica foi realizado por S. desenvolvida por Rubinstein [15], tendo como
Rusck [12], em que o solo é modelado como base a impedância de superfície modelada
sendo um condutor perfeito. O tratamento por Cooray [16]. A expressão resultante é
do solo como imperfeito (com condutividade conhecida como fórmula Cooray-Rubinstein
finita) para efeito do cálculo dos campos e tem sido amplamente utilizada para
eletromagnéticos gerados por uma descarga cálculo de tensões induzidas por descargas
atmosférica foi realizado pela primeira vez atmosféricas em linhas [17]-[19]. No entanto,
por Zeddam [13]. Ele utilizou uma solução a fórmula Cooray-Rubinstein é no domínio da
numérica das integrais de Sommerfeld [14]. frequência, o que impõe algumas limitações
No entanto, as integrais de Sommerfeld no seu uso. A primeira delas é o custo
A B
I0
EH2 I0
H
EH3
Figura 3.30 - Campos originados no solo. (A) Campo elétrico gerado pelas correntes induzidas no solo; (B) Campo elétrico gerado pela
corrente que flui pela base do canal
EH = EH1 + EH2 + EH 3
I0
EV = EV1 + EV2 h
Figura 3.31
Campos elétricos
atuando em um
condutor aéreo
R=Z
V I ND
I0
h=5 m
R= Z
y=50 e 300 m
800 250
700
200
600
Tensão induzida (kV)
300 100
200 = 100 Ωm
= 100 Ωm
50
100 =0 =0
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 3.33 - Tensões induzidas em um condutor a h = 5m de altura; Descarga principal negativa (110 kA) incidindo a a 50 m e 300 m
para diferentes valores de resistividade do solo
300 80
250 = 1000 Ωm
60
200
= 100 Ωm
150 40
= 100 Ωm
100
=0 20
50 =0
0 0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 3.34 - Tensões induzidas em um condutor a h = 5 m de altura; Descarga subsequente (50 kA) incidindo a 50 m e 300 m, para
diferentes valores de resistividade do solo
de pico duas vezes menor do que a descarga provocou uma variação de apenas 30%
principal. no valor da corrente induzida. A variação
relativamente pequena no valor da corrente
Foram também simuladas algumas formas ocorre porque a impedância de surto da
de onda da corrente induzida em uma linha linha, que é da ordem de 500 Ω, limita o
aérea de um condutor, conforme mostrado valor da corrente.
na Figura 3.35. As curvas da Figura
3.36 mostram que as correntes induzidas Portanto, um DPS conectado a uma linha
atingem valores bem elevados, da ordem aérea deve ser capaz de drenar uma corrente
de milhares de ampères, mas com caudas impulsiva de alguns milhares de ampères
relativamente curtas (da ordem de 10 μs). de pico com uma forma de onda que pode
Observe-se que uma variação de dez vezes ser representada pela onda padronizada de
no valor da resistência de aterramento 8/20 μs.
R=Z
I I ND
I0
h=5 m
R=Z
R=10, 50 ou 100 Ω
y=50 e 300 m
Figura 3.35 - Arranjo para cálculo da corrente induzida em um condutor aéreo aterrado
3500 1000
R = 10 Ω R = 10 Ω
900
3000
R = 50 Ω 800 R = 50 Ω
Corrente induzida (A)
2500 700
R = 100 Ω 600 R = 100 Ω
2000
500
1500
400
1000 300
200
500 = 1000 Ωm = 1000 Ωm
100
0 0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 3.36 - Correntes induzidas em uma linha de um condutor aéreo aterrado. Descarga Principal Negativa (100 kA) a 50 ou 300 m
da linha, ρ = 1000 Ωm e R = 10, 50 ou 100Ω
150 m
0,90 m
= 1000 Ωm
75 m 75 m
10 m
50 m
Figura 3.37 - Arranjo para cálculo da corrente induzida em um condutor enterrado aterrado
R = 50 Ω
2000 R = 100 Ω
Corrente (A)
1000
-500
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tempo (µs)
Figura 3.38 - Correntes induzidas em uma linha de um condutor enterrado aterrado. Descarga Principal Negativa (100 kA) a 50 ou
300 m da linha, ρ = 1000 Ωm e R = 10, 50 ou 100 Ω
Fio 1
V12 V2B
V1B
IB Fio 2
Figura 3.39 - Tensões que aparecem nos fios internos devido à circulação de corrente pela blindagem de um cabo
A B
0,8 0,8
Corrente (p.u.)
Tensão (p.u.)
0,6 0,6
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 3.40 - Formas de onda do Gerador de Onda Combinada para linhas de energia. (A) Tensão de circuito aberto; (B) Corrente de
curto-circuito
Ramal de
Entrada
Equipamento
QDF
Fase + Neutro
Padrão de
Entrada
Condutor PE
Figura 3.42 - Exemplo para cálculo da sobretensão aplicada pela rede elétrica de baixa-tensão em um equipamento no interior da
edificação
Figura 3.43 -
Circuito para
representar um
A B surto conduzido
pela rede externa
de baixa-tensão.
L R L R (A) Equipamento
sem proteção.
(B) Equipamento
protegido com DPS
VZ (varistor).
L1 V
Up = 6 kV;
V(t) V(t)
L = 15 μH;
C1
A R = 400 mΩ;
L1 = 20 μH;
C1 = 4,4 nF;
Vz = 1200 V
5
Tensão (kV)
2
Figura 3.44
Tensão na
1 entrada do
equipamento
representado na
0 Figura 3.41
0 20 40 60 80 100
Tempo (µs)
1
0,9
0,8
0,7
Corrente (kA)
0,6
0,5
0,4
Figura 3.45
0,3
Corrente
através do
0,2 DPS instalado
na entrada
0,1 de força do
equipamento
0 (Figura 3.42)
0 10 20 30 40 50
Tempo (µs)
A B
0,5 0,5
Tempo de cauda = 700 µs Tempo de
cauda = 320 µs
0 0
0 200 400 600 800 1000 0 200 400 600 800 1000
Tempo (µs) Tempo (µs)
Figura 3.46 - Formas de onda do Gerador de Onda Combinada para linhas de telecomunicações. (A) Tensão de circuito aberto;
(B) Corrente de curto-circuito
R1 R2 = 15 Ω; R3 = 25 Ω.
C1 C2
TABELA 3.1
Amplitude dos Surtos nas Linhas de Telecomunicações
VALOR DE PICO
NÍVEL IMPEDÂNCIA (Ω)
Tensão (kV) Corrente (A)
REFORÇADO 6 150 40
Caixa de
Derivação
Cabo
Modem ADSL Telefônico
Fio drop
Caixa de
passagem
PTR
Figura 3.48 - Exemplo para cálculo da sobretensão aplicada na rede de telecomunicações em um equipamento no interior da
edificação
A B
L R L R
V(t) C V V(t) A
Figura 3.49 - Circuito para representar um surto conduzido pela rede externa de telecomunicações.
(A) Equipamento sem proteção. (B) Equipamento protegido com DPS (centelhador a gás)
Up = 6 kV; L = 30 μH; R = 800 mΩ; C = 2 nF
5
Tensão (kV)
160
120
Corrente (A)
80
40
ATERRAMENTO, EQUALIZAÇÃO DE
POTENCIAIS E ISOLAMENTO
Fase
Fase
Neutro interrompido
Aterramento do neutro
Figura 4.2 - Utilização do neutro como cabo de proteção. Se o cabo neutro for interrompido, a carcaça fica energizada, mesmo se não
houver contato acidental
Falha no isolamento
Aterramento do
condutor de proteção
Fase
Neutro
Aterramento do
condutor de proteção
Carcaça interligada
Fase
na infraestrutura
Neutro
Figura 4.4 - Utilização do condutor de proteção e da interligação das carcaças via infraestrutura
A B
Figura 4.5
VFF VFF Formas de
aterramento do
neutro, a) isolado,
b) solidamente
VFN VFN aterrado, c)
aterrado via
resistor e d)
aterrado via
indutor. VFF é
tensão fase-fase
e VFN é a tensão
VFF = 3 VFN fase-neutro
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C
PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES
D 101
VFF = 3 VFN
C D
Figura 4.5
VFF VFF Continuação
VFN VFN
A Figura 4.6 mostra um curto-circuito fase-terra nos quatro sistemas mostrados na Figura
4.5.
A Tabela 4.1 mostra os valores das correntes e as condições de curto-circuito fase-terra.
A B
V = VFF V = VFF
V = VFF V = VFF
C D
Figura 4.6
V < VFF V = VFF Curto-circuito
fase em
sistemas com
V < VFF V = VFF neutro: (a)
isolado, (b)
solidamente
aterrado, (c)
aterrado via
resistor e (d)
ICC ≠ 0 ICC = 0 CF-Terra aterrado via
indutor
R
Subestação
Concessionária industrial
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Configuração TN
Tem um ponto da alimentação diretamente aterrado e as massas
são ligadas a esse ponto por meio de condutores de proteção
R R
S S
T T
PEN N
PE
Esquema TN-C-S
R
S
T
PEN N
PE
TN-C TN-S
Figura 4.8 - Configuração TN e suas variantes: TN-C, TN-S e TN-C-S. Adaptado de [3]
Configuração TT
Tem um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando
as massas da instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento
eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento da alimentação
R R
S S
T T
N N
PE
PE PE
R R
S S
T T
N N
PE PE
Configuração IT (B)
Um ponto da alimentação é aterrado por meio de impedância
R R
S S
T T
N N
PE
PE PE
R
S
T
N
PE
Figura 4.11 - Configuração IT e sua variantes: IT-B1, IT-B2 e IT-B3. Adaptado de [3]
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O valor do resistor é escolhido de maneira não provocar estresse nos equipamentos.
que a corrente de curto-circuito fase-terra Além disso, a redução no valor da corrente de
seja suficientemente alta para permitir a curto limita os valores das tensões de passo
coordenação e a escolha da proteção de e de toque.
sobrecorrente e suficientemente baixa para
TN-C-S
TN-C Neutro
Fase R
Fase S
Fase T
PE
Neutro + PE = PEN
Fase R
Fase S
Fase T TN-S
Figura 4.12 - Configuração TN-C-S. Configuração TN-C no circuito da concessionária de energia e TN-S na rede interna do consumidor
IT (B) Neutro
Fase R
Fase S
Resistor de Fase T
aterramento PE
Figura 4.13 - Configuração IT com neutro aterrado via resistor de aterramento. Arranjo muito utilizado na área industrial do Brasil
A Figura 4.14 mostra três situações: (A) o anel A Figura 4.16 fornece o valor do comprimento
é a própria ferragem do alicerce da edificação; mínimo (L1) para cada um dos quatro níveis
(B) o anel está afastado da edificação (1 m); de proteção sugeridos na norma, em função
(C) além de estar a um metro da edificação, o da resistividade do solo.
anel foi complementado por um reticulado de
cabos que envolve a edificação e se estende a Algumas vezes, não existe área disponível para
pontos mais distantes. a construção da malha. Então o anel tem de
ser suplementado com eletrodos horizontais
A melhor opção é a A, que mostra a e verticais. O comprimento dos eletrodos
utilização da própria ferragem estrutural da suplementares deve ser calculado conforme
A B C
d1 < 1 m d2 < 5 m
Figura 4.14 - Malha de aterramento da edificação. (A) Malha em anel embutida no alicerce; (B) Malha em anel ao redor da edificação;
(C) Malha em anel complementada por um reticulado
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requivalente
A1 Área da malha = A1 + A2
A2
2
Área da malha = π requivalente requivalente = Área da malha
π
100
90
80 Nível I
Para > 3000 Ωm
70 Nível I L1 = 0,03 - 10
Nível II L1 = 0,02 - 11
60
L1 (m)
50 Nível II
40
30
20
10
Níveis III e IV
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Figura 4.16 - Comprimento mínimo L1. O raio equivalente da malha deve ser igual ou superior ao comprimento mínimo. Adaptado de
[1]
mostrado nas Figuras 4.17 e 4.18 para eletrodos suplementares, eles devem ser
eletrodos verticais e horizontais. instalados o mais próximo possível dos
Os comprimentos LV e LH mostrados nessas pontos onde os condutores de descida forem
figuras são referentes a cada um dos conectados ao anel.
eletrodos suplementares. O comprimento
necessário de eletrodos verticais corresponde A norma também estabelece que apenas
à metade do comprimento de eletrodos 20% do valor do comprimento mínimo pode
horizontais. No caso da utilização de aflorar, ou seja, não estar enterrado.
2
1 LM
LV = L1 -
2 π
LM
LV
Figura 4.17 - Utilização de condutores suplementares verticais. O valor L1 é dado na Figura 4.16
2
LM
LH = L 1 -
π
LM
LH
Figura 4.18 - Utilização de condutores suplementares horizontais. O valor de L1 é dado na Figura 4.16
A NBR 5419-3 [1] é totalmente baseda na do concreto úmido é baixa (<200 Ωm) [1].
Norma IEC-62305-3 [5] e uma das poucas Uma característica do concreto é que, mesmo
diferenças é que a IEC permite a utilização na época seca, ele retém a umidade por um
de dois tipos de malhas de aterramento: Tipo longo período. A Figura 4.20 mostra que a
A, que utiliza eletrodos verticais e horizontais utilização das fundações contribui bastante
sem formar um anel; e Tipo B, que utiliza para a redução do valor da resistência de
eletrodos em anel e é adotada pela NBR aterramento da malha.
5419.
Para que não haja danos na estrutura
Como foi dito, as ferragens estruturais da fundação, recomenda-se que sejam
podem e devem ser utilizadas como parte do feitas boas conexões elétricas entre
sistema de aterramento, pois a resistividade suas ferragens. Ressalta-se que existem
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restrições para a utilização das ferragens malha da edificação para a área externa é
estruturais como parte do SPDA nos utilizar anéis de equalização concêntricos.
casos em que elas trabalham tensionadas A Figura 4.23 ilustra um arranjo de anéis
(concreto protendido) [1]. concêntricos que envolvem a edificação.
Figura 4.20
Utilização
da ferragem
estrutural
como parte
da malha de
aterramento
I0
V = R AT I 0
R AT
d ∞
Figura 4.22
Tensões de
passo e toque
nas imediações
da malha de
aterramento
Vtoque Vpasso
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1m 3m
Figura 4.23
Utilização
de anéis
concêntricos
que envolvem
a edificação
para estender
0,5 m a equalização
1m
proporcionada
pela malha até a
área externa
Asfalto
ou brita
Figura 4.24
Recobrimento da
área externa da
edificação com
material de alta
Asfalto T = 50 mm
resistividade [5]
Brita T = 200 mm
os cálculos, utilizou-se uma corrente com A Figura 4.26 mostra que não precisa
forma de onda impulsiva 1,2/20 µs. O valor aumentar o valor do comprimento do cabo da
do comprimento crítico depende do valor malha acima do valor do comprimento crítico.
do tempo de frente da onda de corrente. Entretanto, para o valor da resistência de
Quanto maior o tempo de frente, maior o aterramento, quanto maior for o comprimento
comprimento crítico. do cabo, menor será o valor da resistência.
450
Comprimento
400 = 5000 Ω (Ωm) crítico (m)
350 1000 35
Impedância transitória (Ω)
= 2400 Ω 2400 60
300
3500 78
= 3500 Ω 5000 98 Comprimento do cabo
250
100
1,2/20 µs
50 I (A)
0
T (µs)
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Comprimento do cabo enterrado (m)
Figura 4.26 - Comprimento crítico de malha de aterramento constituída de um cabo horizontal enterrado em solos de 1000, 2400,
3500 e 5000 Ωm. Adaptado de [7]
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A consequência é uma redução do valor da Os efeitos da variação dos parâmetros do
resistência e da impedância transitória do solo com a frequência são mais claros em
aterramento. Esse fenômeno não é detectado solos de resistividade acima de 1000 Ωm.
nas medições usuais porque elas medem As curvas da Figura 4.28 mostram os
correntes de baixa intensidade. valores das impedâncias de uma malha
constituída por um cabo horizontal de 30
As curvas da Figura 4.27 mostram resultados metros enterrado em um solo de 4000 Ωm.
de medição feitas no campo de testes do Os valores das impedâncias transitórias na
Laboratório de Extra-Alta-Tensão da UFMG Figura 4.28 são muito influenciados pela
pelos autores [9]. Eles usaram ondas de variação dos parâmetros do solo.
corrente impulsiva com valores de até 5 kA.
Nessa medição, a impedância (Z) é a relação Portanto, a impedância apresentada por
entre o valor de pico da tensão medida pelo um sistema de aterramento em relação à
valor de pico da corrente. Os resultados corrente de uma descarga atmosférica é
obtidos se referem a duas malhas constituídas bem diferente da resistência medida em
de hastes verticais. Pode-se ver nas curvas baixa frequência. Além disso, a impedância
que o valor da impedância diminui com o depende de diversos fatores difíceis de
aumento do valor de pico da corrente. No determinar.
caso de descargas atmosféricas reais, os
valores das correntes nas hastes podem ser Devido aos fatos mencionados e conforme
mais elevados, causando maior redução da visto na seção anterior, os requisitos para
impedância em relação à resistência. um sistema de aterramento prescritos pela
NBR 5419-3 não especificam valores para
Outro fator que dificulta o cálculo das a resistência nem para a impedância de
impedâncias de malhas de aterramento são aterramento.
os parâmetros elétricos do solo (resistividade
e permissividade), pois eles variam com 4.3 - EQUALIZAÇÃO DE POTENCIAIS
a frequência. Então, cada forma de onda
da corrente de descarga gera um valor A NBR 5419-4 [2] considera a equalização de
diferente de impedância na malha. As curvas potenciais um conjunto de medidas usadas
mostradas na Figura 4.28 foram obtidas com para reduzir os valores das tensões causadas
dois modelos que descrevem a variação dos por descargas atmosféricas. As equalizações
parâmetros do solo com a frequência [10, 11]. devem ser feitas dentro e fora das edificações.
Os cálculos foram feitos com a metodologia
descrita em [12].
100
90
Malha B
80
70
60 Ionização do solo
(Z / R) x 100%
50
Malha A
40
30
20 Figura 4.27
Impedância
10 de hastes
verticais de
0 aterramento
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 Malha A Malha B normalizada
Valor de pico da corrente (kA) R=215 Ω R=48 Ω pela
resistência
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V Indutância típica de um cabo
na horizontal: L = 1 µH / m
di
V= L
dt
di
= 10 kA / µs a 200 kA / µs
dt
I
Para um cabo de 5 m de comprimento
di
= 10 kA / µs V = 50 kV
dt
L
di
= 200 kA / µs V = 1000 kV
dt
RATERRAMENTO
PEN
Luva
isolante
Energia
Figura 4.32
Interligação das
Água tubulações metálicas
Para SPDA
que adentram a
edificação por meio
de uma barra de
equalização (BEP).
Adaptado de [3]
Esgoto Comunicação
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N PE N PE
Quadro de Quadro de
distribuição distribuição
principal principal
Barra de Barra de
equalização equalização
Configuração TN principal Configuração TT principal
PEN N
Figura 4.33 - Detalhe da interligação do barramento de equalização principal com os barramentos do neutro e do condutor de proteção
localizados no quadro de distribuição. Adaptado de [3]
PEN
Energia
Água
Esgoto Comunicação
Figura 4.34 - Procedimento para equalização de tubulações metálicas que adentram a edificação em local afastado da BEP. Adaptado de
[3]
BEP
Figura 4.35
Interligação
das partes
metálicas
Canos de Sistema de em uma
Neutro estação
água e gás aterramento
radiobase
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Carcaça do Equipamento
equipamento eletrônico
BEP
Condutor de proteção
Figura 4.36 - Aterramento das carcaças via condutor de proteção. Adaptado de [13]
Carcaça do Equipamento
equipamento eletrônico
BEP
Barra PE
Equalização suplementar
Configuração Configuração
estrela (S) em malha (M)
Figura 4.38
Configurações
recomendadas
pela NBR 5419
para interligação
das partes
metálicas
internas da
edificação.
Adaptado de [2]
A Configuração em Malha (M) é mais A Figura 4.40 mostra uma visão detalhada
indicada para sistemas de grande porte com da utilização de uma malha de referência
vários cabos interligando equipamentos e de sinais, incluindo o condutor de proteção
cabos adentrando a edificação em mais de (PE). Em edificações com regiões de alta
um ponto. Nesse arranjo, os componentes concentração de equipamentos eletrônicos
metálicos dos sistemas internos devem ser sensíveis, a utilização de várias malhas de
integrados ao sistema de equalização por referência de sinal é uma boa alternativa,
meio de múltiplos pontos de interligação. conforme ilustrado na Figura 4.41.
Carcaça do Equipamento
equipamento eletrônico
Figura 4.39
Utilização de
uma malha de
BEP Malha de referência de
Barra PE Condutor de proteção referência sinais. Adaptado
de sinal
de [14]
Malha de
referência
de sinal
Condutor PE
Figura 4.40
∆Y
Instalação com o
aterramento dos
equipamentos na
malha de referência
e utilização conjunta
do condutor de
proteção. Adaptado
de [14]
Para o sistema
de equalização Para o barramento PE
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Para edificações cujos equipamentos já esses eletrodutos e leitos não tenham uma boa
estejam instalados, uma alternativa é interligação elétrica, a utilização de cordoalha
instalar uma malha de referência de sinais de cobre interligando as várias partes é uma
no teto, conforme mostrado Figura 4.42. boa alternativa, conforme ilustrado na Figura
4.43. Além da equalização, as bandejas vão
Os eletrodutos e leitos de cabos (canaletas, proporcionar uma blindagem para os cabos nela
eletrocalhas e bandejas) metálicos também instalados.
podem ajudar na equalização interna. Caso
∆Y
Figura 4.41 - Malhas de referência de sinal em instalação de Figura 4.42 - Malha de referência de sinal instalada no teto da
grande porte sala
Cordoalha de cobre
Cordoalha de cobre
Figura 4.43 - Bandejas eletricamente bem conectadas que podem integrar o sistema de equalização interno
∆Y ∆Y
Figura 4.44
Circulação de
R AT- 1 R AT-2
corrente pela
blindagem de
um cabo que
interliga duas
edificações
Figura 4.45
Redução da
corrente que
circula pela
blindagem
de cabo de
comunicação
∆Y ∆Y devido à
interligação
das malhas
por condutores
R AT- 1 R AT-2 enterrados
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de curto-circuito para a terra for muito pontas da blindagem na BEP. O DPS deve
elevada, valores consideráveis de corrente ter uma tensão de operação contínua (UC)
de frequência industrial (60 Hz), além da igual ou superior à tensão fase-terra do
parcela da corrente da descarga, podem sistema elétrico para não atuar nas tensões
circular pela blindagem do cabo, conforme resultantes do curto-circuito. A NBR 5419-4
ilustrado na Figura 4.46. Nessas condições, sugere a utilização de DPS tipo comutador
as parcelas de corrente que circulam pelos (centelhador a gás) para essa aplicação.
condutores da malha e pela blindagem do
cabo vão ser inversamente proporcionais às Outra possibilidade é a utilização de um cabo
suas resistências. A blindagem do cabo pode com dupla blindagem, em que a segunda
ser danificada dependendo da amplitude e blindagem deve ser dimensionada para
da duração da corrente que flui pela malha. suportar elevadas correntes resultantes
dos curto-circuitos. Em muitos casos, um
Uma alternativa para impedir o fluxo de eletroduto metálico contínuo e corretamente
corrente de frequência industrial pela dimensionado pode fazer o papel dessa
blindagem do cabo e, ao mesmo tempo, segunda blindagem. A Figura 4.47 mostra as
garantir a equalização da blindagem no alternativas para a equalização da blindagem
caso de uma sobretensão atmosférica, é nessas situações.
utilizar um DPS para conectar uma das
Transformador Transformador
Figura 4.46
Corrente de
curto-circuito
circulando pela
blindagem do
cabo
A
C = 0,5 μF
ƒ = 60 Hz Xc = 5,3 kΩ
ƒ = 25 kHz Xc = 12,7 Ω
Figura 4.47
ƒ = 250 kHz Xc = 1,3 Ω
Alternativas
para o
aterramento da
blindagem de
um cabo que
interliga duas
B edificações (A)
utilizando DPS;
(B) utilizando
uma segunda
blindagem ou
um eletroduto
metálico
µ0d l s
LM = n
2π r
s VI N D
I0
dI0 Figura 4.48 -
VIND = LM
dt Tensão induzida
2r em um laço
formado em parte
pelo condutor que
conduz a corrente
I0 I0
Ki Ki
S2 = Kc d2 S1 = Kc d1
Km Km
Figura 4.49 -
Tensões induzidas
(V1 e V2) em laços
Km = 1 Km = 1 formados pelos
Kc = 1 I0 I0 Kc = 1 condutores de
descida do SPDA e
por equipamentos
V2 da edificação.
Estrutura com
V1 apenas um
s2 condutor de descida
d2
s1 d1 e isolamento de
ar [1]
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Material km
Ki
S= Kc d Ar 1
Km
Concreto, tijolo e madeira 0,5
II 0,06 2 0,66
Figura 4.50 - Cálculo da distância de segurança S a ser observada entre partes metálicas internas da edificação e os condutores do
SPDA. Adaptado de [1]
Quando é utilizado mais de um tipo de concreto armado em que a ferragem não está
material (em série) nas paredes, com valores integrada ao SPDA externo, que tem dois cabos
de km diferentes, a norma sugere a adoção de descida. Os fatores km e kc podem ser vistos
do menor valor para o fator km. Quando nessa figura.
forem utilizados materiais diferentes dos
listados na Figura 4.50 o fabricante deve ser A Figura 4.52 mostra uma situação em que
consultado sobre a capacidade de isolamento o equipamento interno é ligado no sistema de
do material para a definição do fator km. Os equalização, mas, devido ao seu porte, um laço
valores do fator kc mostrados na Figura 4.50 é formado e a distância de segurança precisa
são válidos para uma edificação com malha ser adotada. Já para uma edificação com mais
de aterramento em forma de anel envolvente. de dois cabos de descida, a norma sugere kc =
A Figura 4.51 mostra uma estrutura de 0,44, como mostrado na Figura 4.53.
Km = 0,5
I0 Kc = 0,66
Km = 0,5
Kc = 0,66
I0 / 2 I0 / 2
s
d
Concreto
d s
Figura 4.51 - Distância de segurança considerando dois cabos Figura 4.52 - Distância de segurança para um equipamento
de descida numa edificação com estrutura de concreto armado e vinculado ao SPDA pela sua base. Devido às dimensões do
cuja ferragem não está interligada ao SPDA equipamento, um laço é formado com o cabo de descida do SPDA
kc = 0,44
Figura 4.53
Fator kc para
edificação com mais
de dois cabos de
descida
Figura 4.54 - Em edificações com estrutura metálica ou de concreto armado com ferragem interligada ao SPDA não é necessário
observar uma distância de segurança
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ser instalado junto das cargas e ter uma A Figura 4.55 ilustra essa situação.
blindagem eletrostática. O transformador Duas alternativas para estabelecer um
atenua as induções de modo comum enlace de telecomunicações entre duas
e a blindagem eletrostática diminui edificações, sem utilizar cabos metálicos,
consideravelmente a chegada de ruídos de são mostradas na Figura 4.56. Essas
alta frequência nas cargas, uma vez que a alternativas utilizam fibra óptica ou enlace
blindagem elimina a capacitância entre os de rádio. No caso de cabos de fibra óptica, é
enrolamentos primário e secundário. Para importante que eles não tenham condutores
ser efetiva, a blindagem eletrostática deve auxiliares metálicos, comumente utilizados
ser vinculada ao sistema de equalização de para tração ou para proteção mecânica.
potenciais da instalação.
Carcaça do
transformador
Blindagem Fase
eletrostática
Neutro
Figura 4.55
Transformador
com blindagem
eletrostática.
Interligação com o Adaptado de [14]
sistema de equalização
A Fibra óptica
Figura 4.56
Metodologias
para o
Rádio Rádio estabelecimento
de enlace de
comunicação
entre edificações
com malhas de
B
aterramento
distintas
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CAPÍTULO 5
Neste capítulo são analisados a blindagem problema em duas aproximações [1, 2]:
eletromagnética proporcionada pela própria
estrutura da edificação e pelo SPDA, a Blindagem na região de campo próximo;
utilização de cabos blindados e o arranjo
otimizado da fiação interna visando a redução Blindagem na região de campo distante.
de laços. Essas Medidas de Proteção contra
Surtos (MPS) contribuem para a redução A região de campo próximo é o entorno da
dos campos eletromagnéticos e das tensões fonte de campo onde a relação entre o campo
induzidas que atingem os equipamentos elétrico e o campo magnético é complexa.
eletrônicos. Nessa região, os dois campos são tratados
como se fossem independentes e a blindagem
5.1 - CONCEITOS BÁSICOS DE BLINDAGEM é calculada para cada um deles. Na região
ELETROMAGNÉTICA de campo próximo os campos são muito
influenciados pela presença da fonte de
Os princípios físicos da blindagem campo. É o caso dos problemas envolvendo
eletromagnética são simples, mas o seu as frequências e os circuitos utilizados na
cálculo é relativamente complexo. Visando geração e distribuição de energia elétrica (60
simplificar o cálculo, é comum dividir o Hz).
Região da antena
Antena
r 2
r = 2D / se d <
2
r = 2D / + se d <
Figura 5.1
Regiões de
campo próximo e
campo distante
E
Ondas em
fase no tempo
Tempo
y E μ0
= = 120π ≈ 377 Ω
H 0
E
Ondas defasadas V
de 90º no espaço
x
Figura 5.2 - Região de campo distante em que os campos se comportam como uma onda plana. Ex: campo elétrico; H: campo
magnético; v: direção da propagação
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A B C
Os mesmos efeitos ocorrem no caso de uma diâmetro dos furos for muito menor do que
onda de campo eletromagnético de frequência o comprimento de onda do campo incidente,
mais baixa que a da luz e que atinge uma a blindagem será bastante eficaz. O mesmo
chapa metálica. A onda é parcialmente vale para telas metálicas.
refletida na superfície (esse efeito é chamado
de perda por reflexão) e a porção transmitida Em geral, a literatura sobre blindagem
é atenuada quando se propaga através do trabalha no domínio da frequência utilizando
meio. Esse último efeito é chamado de perda ondas senoidais para representar os campos
de absorção ou penetração. Essa atenuação eletromagnéticos. A análise da blindagem
ocorre porque são induzidas correntes na eletromagnética para campos em forma
chapa metálica que aquecem o material. de impulso, que é o caso da descarga
Nesse processo ocorrem reflexões dentro da atmosférica, é tarefa difícil e só recentemente
própria chapa, conforme mostrado na Figura vem sendo apresentadas algumas
5.4. modelagens no domínio do tempo [3]. Devido
à complexidade do problema, a utilização
Mesmo no caso de chapas com perfurações, de programas de cálculo de campo é uma
o campo incidente será atenuado. Se o alternativa interessante para a determinar a
Incidente
Hi
Refletido Hr Ht
Transmitido Et
Er
Ei
μ0 , 0
μ0 , 0
μ,
μ0 , 0 μ, ,
Para uma descarga atmosférica não é trivial Como as expressões para o cálculo da
definir as regiões de campo próximo e campo blindagem são deduzidas no domínio da
distante. Em geral, essa definição é feita em frequência, a sua aplicação no caso de
função do comprimento da antena (fonte de descargas atmosféricas requer a definição
campo) e da frequência (Figura 5.1). No caso de frequências representativas. A definição
da descarga atmosférica, o canal ionizado de uma frequência representativa a partir do
tem um grande comprimento, da ordem de valor do tempo de frente de onda da corrente
1000 a 2000 metros. Em vez de uma onda é conhecida como aproximação de Vance
de corrente senoidal estacionária como em [12]. A Figura 5.5 mostra as frequências
uma antena, tem-se uma onda impulsiva de representativas das ondas de corrente
corrente que se propaga pelo canal. sugeridas na NBR 5419.
I (A)
I0
1
ƒ=
4TFRENTE
TF Tempo
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A blindagem proporcionada pelos cabos 5.2.2 - DESCARGAS QUE ATINGEM
do SPDA e pela ferragem da estrutura da PONTOS PRÓXIMOS DA EDIFICAÇÃO
edificação reduz os valores dos campos
magnéticos originados nas descargas O fator de blindagem da edificação é definido
atmosféricas que incidem diretamente conforme mostrado na Figura 5.7 [4]. Para o
na edificação ou na vizinhança. A norma cálculo do fator de blindagem são utilizadas
analisa a blindagem para duas situações: equações clássicas, deduzidas para ondas
(i) uma descarga que atinge um ponto nas planas e válidas para telas, conforme
vizinhanças da edificação, denominada fonte mostrado na Figura 5.8.
de danos S2 pela NBR 5419 e mostrada na
Figura 5.6(A); (ii) e uma descarga que atinge Na Figura 5.8, os fatores de blindagem para
diretamente o SPDA, denominada fonte de o aço e o cobre/alumínio são diferentes para
danos S1 e mostrada na Figura 5.6(B). baixas frequências (25 kHz) porque o valor da
A B
A B
I0
r0
H0 H1
I0 Fator de H0
H0 = blindagem em dB H1 = FB
2πr0 10 20
H0
FB = 20log
H1
Figura 5.7 - Definição do fator de blindagem (em dB) provido pelo SPDA. H0 é o campo calculado sem considerar a blindagem e H1 é o
campo calculado considerando a blindagem
rc 8,5
FB = 20log
wm
H0
H1
ƒ = 25 kHz
8,5
Tela de cobre ou alumínio - FB = 20log
wm
E1
Se FB < 0 FB = 0
Figura 5.8 - Fatores de blindagem (em dB) para uma tela de grandes dimensões. Campo magnético modelado como uma onda plana.
Adaptado de [4]
Figura 5.9 -
Sistema de
aterramento
com um anel s<5m
malhado que
envolve o
perímetro da
edificação
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TABELA 5.1
Fatores de blindagem para o caso de uma descarga próxima da edificação.
Blindagem formada pelos vergalhões de aço da estrutura
CABO DE AÇO - rc = 5 mm
10 0 1 0 1
Tipo 3
Tipo 2
10 m
100 m
Tipo 1
50 m
50 m
10 m
10 m 10 m
10 m 50 m 10 m
Figura 5.10 - Modelos de edificações utilizados para o cálculo do fator de blindagem de uma edificação atingida diretamente por uma
descarga atmosférica. O canal de descarga foi modelado como um condutor vertical de 100 m de comprimento. Adaptado de [4]
kh I0 wm
H1 =
I0 dw dr
Kh = 0,01
dr
H1
dw
Figura 5.11 - Cálculo do campo magnético dentro da edificação atingida diretamente por uma descarga atmosférica. Adaptado de [4]
De maneira análoga ao caso da descarga vai ser preciso tomar medidas adicionais de
indireta, se na edificação for adotado um proteção.
sistema de aterramento com um anel que
envolve o seu perímetro e esse anel for malhado, Para avaliar o efeito de blindagem proporcionado
conforme mostrado na Figura 5.9, os valores pelos condutores do SPDA e pela ferragem,
de campo devem ser reduzidos à metade [4]. serão calculados alguns dos valores do campo
magnético dentro da estrutura e esses valores
Os valores de campo magnético calculados serão confrontados com os calculados supondo
devem ser confrontados com os valores a inexistência de SPDA na estrutura, conforme
suportáveis pelos equipamentos. Se os valores ilustrado na Figura 5.12. Os valores calculados
suportáveis forem inferiores aos calculados, estão relacionados na Tabela 5.2.
I0
H0 =
wm 2π ( 2 dw )
0,01 I0 wm
dr H1 =
H1 dw dr
dw
H0
H1
Atenuação = x 100
H0
Figura 5.12 - Efeito de blindagem proporcionado pelos condutores do SPDA e pela ferragem da edificação, no caso de incidência de
uma descarga direta. Adaptado de [4]
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TABELA 5.2
Valores de campo dentro de uma edificação atingida por uma descarga direta comparados aos valores
calculados sem a presença do SPDA
I0 = 100 kA - Dw= 10 m - Dr = 10 m
8 1126 253 22
5 1126 158 14
2 1126 63 5,6
HFPP-MAX HFSN-MAX
Figura 5.13 - Formas de ondas dos campos magnéticos utilizadas em ensaios de suportabilidade de equipamentos. Adaptado da NBR-5419
wm
d r1
d w1 d
d w1
b V IND - MAX
I IND - MAX
2 rc L L aç o
d wm I0 d wm I0
VIND - MAX = 0,01µ 0 bln 1+ IIND - MAX = 0,01µ 0 bln 1+
dw1 dr1 TF re n te dw1 dr1 LLa ço
Figura 5.14 - Cálculo das correntes e tensões induzidas em um laço formado pela fiação interna de uma edificação, considerando o
efeito de blindagem do SPDA. Adaptado de [4]
TABELA 5.3
Tensões e correntes induzidas em um laço de 50 m2 dentro de uma edificação com SPDA malhado
atingida por uma descarga direta comparadas aos os valores calculados para uma edificação com
SPDA de apenas um cabo de descida
5 36 4,6 9 1,2
2 36 1,8 9 0,48
1 36 0,9 9 0,24
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5.2.4 - VOLUME SEGURO PARA A redes que alimentam a edificação reduzem os
INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS valores das correntes e tensões conduzidas
para dentro da edificação. A análise feita a
As expressões apresentadas para o cálculo do seguir é válida para cabos blindados cujo
campo magnético dentro de uma edificação comprimento é inferior ao comprimento de
são válidas para o chamado volume seguro onda do campo incidente e a blindagem é feita
para a instalação de equipamentos ou volume de material não magnético.
para sistemas eletrônicos. A definição desse
volume é mostrada na Figura 5.15. É preciso Como visto no Capítulo 3, a circulação de
separar as paredes do volume seguro e da corrente em um condutor perto de uma espira
edificação porque os campos em pontos (laço) induz uma corrente, caso a espira esteja
muito próximos de cabos e ferragens da fechada e uma tensão, caso a espira esteja
edificação diferem dos valores fornecidos aberta. Também foi visto que a amplitude da
pelas expressões aproximadas da NBR 5419. corrente e da tensão induzida depende da
No volume seguro, os valores calculados área da espira e da intensidade do campo
são válidos. Os fatores de blindagem (FB) magnético incidente.
utilizados na definição das distâncias ds1 e
Se vários laços forem conectados em série,
ds2 são os mostrados na Figura 5.8.
a tensão induzida pode ser a soma ou a
subtração das tensões induzidas nos vários
5.3 - USO DE CABOS BLINDADOS laços, dependendo da forma de ligação desses
laços. Essa característica é mostrada na
5.3.1 - MODO COMUM E MODO Figura 5.16.
DIFERENCIAL
A Figura 5.16 mostra o princípio de
A utilização de cabos blindados ou cabos funcionamento de um cabo de par trançado.
instalados em dutos metálicos na edificação A indução entre os dois condutores é anulada
reduz os valores de tensões e correntes pela transposição dos condutores do par
induzidas pelos campos magnéticos. Os cabos (trança). Entretanto, a tensão dos condutores
blindados ou em dutos metálicos usados nas para a terra não é anulada.
d s1 ou d s2 ds1 = wm se FB < 10 dB
d s1 ou d s2 FB
ds2 = wm10 se FB ≥ 10 dB
ds2 = wm se FB < 10 dB
Figura 5.15 - Volume de segurança para a instalação de equipamentos dentro de uma edificação. FB é fornecido na Figura 5.8.
Adaptado de [4]
V1 V2 V1 V2
V = V1 + V2 V = V1 - V2 = 0
I0
V 12 0
V 1 = V/ 2 S V 1 = V/2 V 2 = V 1 + V 12
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I0
V 12 0
IB S
VC = RT - IB
RT RT
ele também é nulo em qualquer ponto da com o aumento da frequência, pois a corrente
blindagem. Essa demonstração é obtida pela passa a fluir pela periferia da blindagem,
aplicação direta da Lei de Ampère. devido ao Efeito Pelicular.
A B C
H=0 H=0
I E INT Vt
I I IB
I
Figura 5.20 - Campo magnético dentro de um cabo blindado. Aparecimento de um campo elétrico interno devido à circulação de
corrente na blindagem
V1B
IB
RT
V 1B = d Z T I B
Para os cabos usuais de blindagem tubular e A Figura 5.23 mostra o detalhe de uma
frequências até algumas centenas de kHz, a cordoalha trançada comumente utilizada
espessura da blindagem T é muito menor que como blindagem, com destaque para regiões
a profundidade de penetração e a impedância sem recobrimento que facilitam a entrada
de transferência se iguala à resistência em do campo magnético. Para minimizar esse
corrente contínua da blindagem Rb. efeito, é comum o uso de diversas camadas
de cordoalhas sobrepostas para aproximar o
Muitos cabos blindados utilizados na prática desempenho da blindagem daquele propiciado
apresentam blindagem não tubular. As por uma blindagem tubular. A vantagem do
blindagens feitas com lâminas metálicas uso de blindagem com cordoalha em lugar de
longitudinais, com lâminas espiraladas e blindagem tubular é a flexibilidade mecânica
cordoalhas trançadas (braided shield) são um da cordoalha.
exemplo. Nesses casos, uma parte do campo
- T
1
ZT = 2 2 e T >>
2πr
r d
ZT = RB T <<
= 1
T ƒπμ
Figura 5.22 - Detalhe da blindagem tubular para o cálculo da impedância de transferência [1]-[2]
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Figura 5.23
Cordoalhas
sobrepostas
utilizadas como
blindagem, com
destaque para
a região sem
recobrimento.
Adaptado de [11]
1000,0
Espiral de Lâmina de
Al ou Cu Al ou Cu
Impedância de transferência (mΩ/m)
Cordoalha de
100,0 cobre trançada
Figura 5.24
Impedância de
Blindagem composta transferência
para blindagens.
0,1 Adaptado de [11]
0 0,01 0,1 1 10 100
Frequência (MHz)
100 m
VB
IB
Figura 5.25 -
Tensão induzida
entre o condutor
dI B interno e a
I B = 200 A = 1 k A / µs ZT = 5 mΩ / m R B = 0,5 Ω blindagem devido
dt
à circulação de
1 corrente pela
VB = R B I B = 50 V
2 blindagem.
Blindagem sem
aberturas
100 m
0,5 m
1,5 mm
0,1 m VB
IB
IB
dI B
I B = 200 A = 1 kA / µ s ZT = 5 mΩ / m R B = 0,5 Ω
dt
1 1 dI B
M = 0,4 µH V 1B = RB IB + M = 50 + 20 0 = 2 50 V
2 2 dt
µ0 d y Figura 5.26 -
M = ln
2π r Tensão induzida
V/2 V/2 y entre o condutor
dI B interno e a
V = M blindagem, devido
dt
à circulação de
corrente pela
blindagem.
2r Blindagem com
IB
abertura
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O mesmo fenômeno ocorre nas terminações inglês pig tail (rabo de porco), pois, algumas
de cabos blindados. Se a blindagem não for vezes, o instalador faz uma espiral com a
adequadamente conectada ao gabinete ou sobra de condutor, o que aumenta ainda
ao painel metálico, ela perde muito da sua mais a indutância de transferência. Esse
eficácia. A Figura 5.27 ilustra essa situação, tipo de instalação (inadequada) é mostrado
mostrando o lado esquerdo do cabo dotado na Figura 5.28, em que o fio espiralado (pig
de um conector apropriado para a blindagem, tail) acrescenta uma indutância que prejudica
mas o lado direito com uma conexão significativamente o efeito da blindagem
inadequada que usa um condutor. Esse contra surtos.
condutor é usualmente designado pelo termo
Área S
IB
Figura 5.27 - Terminação malfeita de um cabo blindado, deixando uma abertura denominada pig tail
A B C
IB IB IB
Figura 5.29 - Terminação de um cabo blindado. (A) Ruim: terminação do lado de dentro com pig tail; (B) Melhor: terminação do lado de
fora com pig tail; (C) Ideal: terminação com um conector coaxial apropriado
I I ND I I ND
I I ND
I I ND I I ND
Figura 5.30 - Corrente na blindagem de um cabo que é aterrado no interior da edificação e induz tensões perigosas no cabeamento
interno. O correto é aterrar o cabo na entrada da edificação
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5.4 - ARRANJO DA FIAÇÃO REDUZINDO é diretamente proporcional à redução na área
LAÇOS do laço. A Figura 5.32 ilustra um exemplo
em que a mudança da posição de uma das
A escolha adequada das rotas dos cabos redes implica uma redução significativa da
internos dos sistemas de energia e de área do laço.
telecomunicações de uma edificação pode
evitar a formação de laços e consequentemente Mesmo no caso de equipamentos instalados
sobre malhas de referência de sinal, conforme
reduzir os valores de tensões e correntes
mostrado na Figura 5.33, a redução dos
induzidas. Os laços podem ser formados por laços formados pelos cabos é uma técnica
cabos da mesma rede ou por cabos de redes eficiente.
diferentes. O caso clássico é mostrado na
Figura 5.31, em que os cabos das redes de No caso de cabos externos, a minimização
telecomunicações e de energia formam um das áreas dos laços também reduz os valores
grande laço. de tensões e correntes conduzidas para
dentro da edificação, conforme mostrado na
A redução nos valores das tensões induzidas Figura 5.34.
I0
V/2
I0 Rede AC
I0
Rede
Telefônica
S
V/2
Figura 5.31 - Tensão induzida em laço formado pela rede de telecomunicações e pela rede elétrica
S VS
se S 1 = V S1 ≈
10 10
I0 I0
S1
VS VS1
Figura 5.32 - Redução do valor da tensão induzida devido à redução da área do laço
Figura 5.33 - Redução de laços em cabos que interligam equipamentos instalados sobre malhas de referência de sinal
A B C
Figura 5.34 - Redução do valor da tensão induzida devido à redução da área dos laços formados pelas linhas de alimentação e de
comunicação de uma edificação
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CAPÍTULO 6
Uma das medidas de proteção contra surtos Este capítulo apresenta os resultados obtidos
(MPS) mais eficazes é a instalação coordenada em simulações computacionais que mostram
de dispositivos de proteção contra surtos que o tipo de instalação interfere muito nos
(DPS). Entretanto, para a correta especificação valores e nas formas de onda das correntes.
dos DPS, é fundamental o conhecimento dos Mostra também que os valores obtidos nas
valores de pico e das formas de onda das simulações são coerentes com os valores
correntes que eles devem suportar. típicos sugeridos nas normas.
A NBR 5419-4 [1] sugere que, para a A modelagem utilizada nas simulações
especificação dos DPS a serem instalados em computacionais apresentadas pode ser
uma edificação, seja feito um estudo para útil para a realização de outros estudos de
determinar os valores de pico das correntes proteção. Além disso, as simulações e os
e das formas de onda, se possível, com o resultados obtidos ajudam a compreender
auxílio de simulações computacionais. Caso a origem dos valores típicos recomendados
não seja possível fazer um estudo específico, na norma. Foram analisados os valores das
a norma sugere valores típicos. A NBR 5410 correntes nas seguintes situações:
[2], por sua vez, estabelece valores mínimos
para os valores de pico das correntes que Descargas diretas que incidem na
os DPS devem suportar e sugere formas de edificação (fonte de danos S1);
onda de corrente que devem ser utilizadas
nos ensaios de qualificação. Descargas próximas da edificação
(fonte de danos S2);
Circuito equivalente
SPDA SPDA
Neutro
Fase R
Fase S
Fase T
RED RED
BEP DPS em condução
RN
RN Figura 6.2
Edificação
RED RN alimentada por
rede elétrica
com neutro
multiaterrado
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A onda de corrente de descarga utilizada é mostrada na Figura 6.4 com base em valores
mostrada na Figura 6.3. Ela corresponde medidos pela CEMIG [4].
à onda da descarga principal positiva, com
forma de onda de 10/350 µs e valor de pico de A edificação é classificada com o Nível de
100 kA. Esses parâmetros são sugeridos na Proteção III ou IV. Como visto no Capítulo
NBR 5419-1[6] para os estudos de proteção 4, para esse tipo de edificação, a NBR
de edificações com Níveis de Proteção III e IV. 5419-3 [5] sugere a adoção de uma malha
de aterramento em forma de anel, em que
O valor da resistividade do solo foi considerado o raio equivalente da malha deve ser maior
de 1700 Ωm, que corresponde à mediana dos do que cinco metros. A Figura 6.5 mostra a
valores da resistividade aparente dos solos do geometria considerada para a malha e o valor
estado de Minas Gerais. Essa distribuição é da sua resistência de aterramento.
120
80
Corrente (kA)
100
80
% de valores acima da abscissa
0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Intervalo de classe de resistividade (Ω.m)
requivalente > L1
Níveis de proteção III e IV
d = 9 m L1 = 5 m
= 1700 Ωm
RED = = 85 Ω
4 requivalente
Figura 6.5 - Malha de aterramento sugerida pela NBR 5419 para utilização em edificações com Níveis de Proteção III ou IV instaladas
em um solo de resistividade de 1700 Ωm
O aterramento do neutro é feito com três hastes verticais de 2,4 metros de comprimento
cada. A Figura 6.6 mostra o valor da resistência de cada ponto de aterramento do neutro.
A mesma figura mostra o arranjo utilizado para o cálculo dos parâmetros da linha.
2r Ca bo
r Hast e = 7 , 9 mm
h
L H a ste = 2, 4 m
h=8m - rCabo = 5 mm
4 LHaste
R1 Haste = ln -1 Z = 484 Ω
2 π LHaste r Haste
R 1 Haste
R3 Hastes = 1,19
3
Figura 6.6 - Aterramento do neutro da rede de baixa-tensão com arranjo típico composto de três hastes. Resistividade do solo igual a
1700 Ωm e impedância de surto dos cabos de 484 Ω. Expressões retiradas de [5]
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elétrico é lE = 0,15 m. Como o comprimento Os valores das indutâncias próprias e mútuas
elétrico é inferior a meio metro, é razoável foram calculados com as expressões e os
modelar os condutores da rede elétrica como parâmetros mostrados na Figura 6.8.
indutâncias concentradas.
O circuito utilizado na simulação é o mostrado
Foi considerado um circuito com três fases na Figura 6.9, em que LF é indutância própria
representadas por um condutor de raio do condutor equivalente que representa as
igual ao raio geométrico (RMG), conforme três fases, LN a indutância própria do neutro
mostrado na Figura 6.7. e LM a indutância mútua dos dois condutores.
9 3 2 2 2
R MG = r F d RS d ST d RT
Figura 6.7
d RS dRS = dST = 200 mm Representação
d RT
dRT = 400 mm
das três
d ST fases por um
rF = 5 mm
condutor
RMG = 68 mm
equivalente
de raio igual
2r F ao raio médio
geométrico
Neutro
2h F
2r N L F = 0,2ln ( μH / m)
rF
hN = 8 m - rN = 5 mm
2h N
L N = 0,2ln ( μH / m) hF = 7,6 m - rF = 68 mm
2r F rN
hN
L’F = 1,08 µH/m
Figura 6.8
hF Fase hN + hF L’N = 1,61 µH/m
L M = 0,2ln ( μ H/m) Parâmetros da
hN - hF L’M = 0,73 µH/m
linha elétrica
e valores das
indutâncias
LF = 54 µH
LN = 81 µH
LM = 37 µH
RED = 85 Ω
RN = 287 Ω
I0
IFASES
LF LF
LM LM
IN
LN LN
IED RED RN RN RN RN
Figura 6.9
50 m Circuito
utilizado na
simulação
1 2 9 10
60
IN = 45 kA
IED = 34 kA
40
Corrente (kA)
IFASES = 29 kA
Figura 6.10 - Valores
das correntes na
malha da edificação no
20 condutor neutro e nas
fases da linha elétrica
para o caso mostrado
na Figura 6.2
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Tempo (µs)
IN = 45 kA
IF = 9,7 kA RN
RN
RED IED = 34 kA RN
Figura 6.11 - Distribuição de correntes no caso de uma edificação alimentada por uma rede de baixa-tensão trifásica com neutro
multiaterrado
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2 Ltubulação
rtubulação Rtubulação = ln -1
π Ltubulação r tubulação
Ltubulação
LTUBULAÇAO = 100 m - rTUBULAÇÃO = 25 mm
RTUBULAÇAO = 43 Ω
Figura 6.12 - Modelagem adotada para o cálculo da resistência de aterramento da tubulação metálica enterrada que está interligada
na malha de aterramento da edificação. Foi considerada uma tubulação de cem metros de comprimento enterrada diretamente em um
solo de 1700 Ωm. Expressão proposta em [7]
Os valores das correntes são mostrados diferença que foram utilizadas três tubulações
na Figura 6.13, em que Is é a corrente que metálicas enterradas e interligadas na malha da
circula na tubulação enterrada. edificação. A modelagem utilizada foi a mesma.
O valor da corrente (Is = 66 kA) mostrado na
A Figura 6.14 mostra a mesma edificação figura corresponde ao valor total da corrente
utilizada na simulação anterior, com a que circula pelas três tubulações.
Figura 6.13
IN = 30 kA Edificação
alimentada por rede
de baixa-tensão com
neutro multiaterrado.
IF = 6,3 kA RN Destaque para a
tubulação metálica
RN
enterrada de 100 m
de comprimento e
interligada na malha
RED IED = 20 kA RN de aterramento da
IS = 40 kA edificação. Indicação
dos valores de pico das
correntes
Figura 6.14
Distribuição de
IN = 17 kA
correntes em uma
edificação alimentada
por rede de
baixa-tensão com
IF = 3,7 kA RN neutro multiaterrado.
Destaque para as
RN três tubulações
metálicas de 100
RED RN
m de comprimento
IED = 11 kA
cada, enterradas
diretamente e que
IS = 66 kA estão interligadas na
malha de aterramento
da edificação
LM
ILAÇO = I0
I0 LLAÇO
b - r
LLAÇO ≈ 0,4 (b + h) ln - 0,55b
r
I0
b=5m r = 5 mm Válida para h≥b e b >> r
d=1m
ILAÇO
h = 10 m
b + d
L M = 0,2 h ln
r
Figura 6.15 - Arranjo utilizado para o cálculo da corrente induzida em um laço de 50 m2 instalado dentro de uma edificação, por uma
descarga direta que incide na edificação. A corrente da descarga circula no único condutor de descida do SPDA que dista 1 m do laço
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10000
9000
9300 A r = 5 mm
8000
7000 I0 5m
6000
Corrente (A)
4600 A
5000
1m
4000 ILAÇO
3000 2315 A
2000
1000
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo (µs)
Figura 6.16 - Corrente induzida que circula
no laço e no DPS devido à incidência de
Principal positiva - 100 kA uma descarga direta na edificação. Foram
Principal negativa - 50 kA consideradas as correntes dos Níveis de
Subsequente negativa - 25 kA Proteção III e IV
Pode ser visto na Figura 6.17 que os valores de principal positiva, a resistência do laço provoca
pico das correntes induzidas para os casos das uma redução de cerca de 10% no valor de
descargas principal negativa e subsequente pico da corrente induzida. Em todos os casos,
negativa não são influenciados pelo valor a duração da corrente é significativamente
da resistência do laço. No caso da descarga influenciada pela resistência do laço.
10 9300 A
8415 A
I0
Corrente (kA)
5 4600 A
1m
ILAÇO
2315 A
RLAÇO
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo (µs)
Figura 6.17 - Corrente induzida que circula no laço e no DPS devido à incidência de uma descarga direta na edificação para
diferentes valores de resistência do laço. A tensão induzida foi calculada considerando a resistência do laço de zero e de 400 mΩ
RAtração
r-h
Figura 6.18
Distância mínima
b=8m - h=8m
de incidência de
I0 = 100 kA yMínimo = 60 m uma descarga nas
h
I0 = 50 kA yMínimo = 48 m proximidades de
uma edificação.
I0 = 25 kA yMínimo = 39 m Adaptado de [1]
yMínimo b/2
450
400 414 A
350
300
256 A
Corrente (A)
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A Figura 6.21 mostra os valores das correntes 6.3 - DESCARGAS DIRETAS NAS
induzidas no laço interno para o caso da LINHAS QUE ATENDEM À EDIFICAÇÃO
descarga principal positiva e considerando (S3)
os fatores de blindagens proporcionados pelo
reticulado formado pelos cabos do SPDA. O Essa seção trata das correntes que circulam
laço utilizado é o mostrado na Figura 6.15. nos DPS devido a descargas atmosféricas
Os fatores de blindagem utilizados são os que incidem nas linhas de energia elétrica e
mesmos calculados no Capítulo 5 (Tabela telecomunicações que atendem à edificação,
correspondendo à fonte de danos S3 definida
5.1). Como foi visto, se a resistência dos
na NBR 5419. Quando uma descarga direta
cabos que formam o laço for considerada nos atinge uma linha aérea, um elevado valor de
cálculos, as formas de onda das correntes corrente circula nos cabos, conforme mostrado
terão uma duração menor (cauda mais curta) na Figura 6.22. Como resultado, uma tensão
do que as mostradas na Figura 6.20. elevada surge no isolamento fase-terra da
Vergalhão de aço - rC = 5 mm
Wm Wm FB (db) H1 / H2 ILAÇO
(m) 25 kHz 25 kHz (A)
10 0 1 414
Figura 6.21 - Valores das correntes induzidas no laço interno para o caso da descarga principal positiva e considerando os fatores de
blindagens proporcionados pelo reticulado formado pelos cabos do SPDA. H1 é o valor do campo magnético considerando a presença
do SPDA reticulado e H2 o campo sem a presença do SPDA
I 0 /2
I0
I 0 /2
Figura 6.22
Descarga direta em uma
rede aérea e divisão de
corrente da descarga
Z Z
2h
Z = 60l n
r
h
V
Figura 6.23 - Valor da tensão da fase atingida para a terra devido à circulação da corrente de descarga. A expressão para o cálculo da
impedância de surto da fase (Z) é mostrada na figura
I0
I0 /2
h=8m Z = 484 Ω
I0 = 31 kA
V = 7,5 MV
Figura 6.24 - Disrupções que ocorrem nas estruturas da linha devido ao elevado valor da tensão fase-terra. Podem também ocorrer
disrupções entre as fases
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I MAX
TSI
I MAX =
Z
Figura 6.25 - Valor máximo de corrente impulsiva que circula pela linha sem a ocorrência de disrupções
Figura 6.26 - Valores típicos das TSI de estruturas de redes de distribuição de 13,8 kV e valores máximos da corrente que se propaga
pela rede sem provocar disrupções
baixos, conforme mostrado na Figura 6.26. curto-circuito. Esse é o caso de uma linha
No caso das linhas de baixa-tensão e de terminada em um DPS (Figura 6.28). Como
cabos de telecomunicação, a TSI ainda é as correntes que se propagam pelas linhas
mais baixa, conforme mostrado na Figura são de valores relativamente baixos, os casos
6.27. A TSI entre a blindagem de um cabo críticos serão aqueles em que as estruturas
típico de telecomunicações e um poste de diretamente atingidas estão localizadas nas
concreto é da ordem de 100 kV. Se o cabo proximidades da edificação. O pior caso é o
for isolado do poste por um isolador de de uma descarga que atinge o poste mais
roldana, esse valor pode subir um pouco, próximo da edificação, conforme mostrado
mas este capítulo vai considerar o valor de na Figura 6.29. Essa figura mostra uma
100 kV. edificação alimentada por uma linha de
baixa-tensão constituída de três fases e o
Ressalta-se que a corrente dobra de valor neutro multiaterrado.
em uma extremidade de linha terminada em
Figura 6.27 - Valores típicos das tensões suportáveis de impulso atmosférico de estruturas de rede de baixa tensão e cabos telefônicos,
e valores máximos da corrente que se propaga pela rede sem provocar disrupções
IMAX
IDPS
Figura 6.28 - Corrente que circula em um DPS instalado na extremidade de uma linha de grande comprimento
RN
RN
Figura 6.29 - Se a distância entre a edificação e o primeiro poste for pequena (d < 100 m), os efeitos de uma descarga direta no poste
vão ser similares aos de uma descarga direta na edificação
circulam pelo DPS de uma edificação devido de variação da corrente de descarga também
a tensões induzidas nas linhas de energia é importante porque se beseia no cálculo de
elétrica e de telecomunicações por descargas correntes induzidas, considerando a corrente
que incidem nas proximidades. principal positiva, a corrente principal negativa
e a corrente subsequente negativa.
6.4.1 - CORRENTES INDUZIDAS NOS
CABOS DA LINHA AÉREA DE ENERGIA Foram utilizadas descargas relativas aos
ELÉTRICA Níveis de Proteção III e IV, ou seja, corrente
principal positiva com pico de 100 kA,
No caso das tensões induzidas em linhas, a taxa corrente principal negativa com pico de
21
IDPS 1
20
11
8m
RED 2
Figura 6.30 - Arranjo que representa uma edificação alimentada por uma linha aérea em que são induzidas tensões e correntes devido
à incidência de uma descarga nas proximidades
V IND
I0
h VIND = k3 VR + 1,28 Io
y
DISTÂNCIA DESCARGA
CORRENTE VALOR DE PICO (kA) TENSÃO INDUZIDA (kV)
LINHA (y) (m)
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Os resultados estão na Figura 6.33, que mostra
Pode ser visto na Tabela 6.1 que as tensões as formas de onda das correntes que circulam
induzidas são superiores às TSI de redes de pelo DPS, obtidas por meio do programa
distribuição de energia de alta e baixa-tensão computacional TIDA [8]-[9]. No caso da descarga
e de cabos blindados com capa isolante. positiva, a polaridade da corrente induzida foi
Nessa situação vão ocorrer disrupções nos invertida para facilitar a comparação entre as
postes, como ilustrado na Figura 6.30. As
ondas mostradas na Figura 6.33.
disrupções que ocorrem nos postes colocam
o cabo da rede elétrica em contato com o
poste. Se esse poste for de concreto armado ou Os valores obtidos nas simulações
metálico, ele vai funcionar como um ponto de computacionais mostram que as formas de
aterramento. Nas simulações apresentadas a onda das correntes induzidas têm a cauda mais
seguir, a resistência de aterramento dos postes curta do que as das ondas das correntes de
foi considerada de 287 Ω, ou seja, valor do descarga. As caudas das ondas de correntes
aterramento do neutro. O circuito utilizado na induzidas se aproximam da cauda da onda
simulação é o mostrado na Figura 6.32, em normalizada (8/20 µs).
que foram utilizados 21 postes espaçados de 50
metros entre eles.
= 1700 Ωm 21
RED = 85 Ω
12
RPoste = 287 Ω
11
10
1
IDPS RPoste
RPoste
RED
RPoste I0
RPoste
Figura 6.32 - Circuito para o cálculo da corrente induzida considerando disrupções nos postes. Foram considerados 21 postes
condutores espaçados de 50 metros entre eles. A resistência de aterramento de cada poste foi de 287 Ω
3000
2000
Corrente (A)
1500 1410 A
Figura 6.33
Correntes que circulam
pelo DPS para solo com
1000
resistividade de 1700 Ωm
e para ondas de corrente
principal positiva de 100
500 kA, principal negativa
de 50 kA e subsequente
negativa de 25 kA.
0 Resistência de aterramento
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 da edificação de 85 Ω e
distâncias descarga-linha
Tempo (µs) iguais a 70, 42 e 25 m
8m
IB
ITELECOM
y = RAtração I0
RED
Figura 6.34 - Arranjo representando um cabo aéreo blindado que alimenta uma edificação e no qual são induzidas
tensões e correntes devido à incidência de uma descarga nas proximidades
= 1700 Ωm
RED = 85 Ω 11
RPoste = 287 Ω
2
IB
RPoste
RPoste
RED RPoste
I0
Figura 6.35 - Circuito utilizado para o cálculo da corrente induzida na blindagem considerando que ocorrem disrupções
em todos os postes. Foram considerados 11 postes condutores com o espaço de 50 metros entre eles. A resistência de
aterramento de cada poste é de 287 Ω
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2500
1500
993 A
1000
500
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo (µs)
Figura 6.36 - Correntes induzidas na blindagem do cabo. Foi considerado um solo de 1700 Ωm e as ondas de corrente principal positiva de
100 kA, principal negativa de 50 kA e subsequente negativa de 25 kA. A resistência de aterramento da edificação é de 85 Ω e as distâncias
descarga-linhas são de 70, 42 e 25 m
500 m
VINTERNO
IB
IB = 1991 A ZT = 4 mΩ / m RB = 2 Ω
Figura 6.37
Cálculo da corrente que
1
V INT E RNO = RB IB = 1991 V circula pelo DPS instalado
2
entre um dos condutores
internos e a barra de
equalização da edificação.
ZCABO
Foi considerado um cabo
telefônico blindado, tipo
CTP-APL, com resistência
da blindagem de 4 mΩ/m.
V IN T E RN O 1991 A impedância de surto
VINTERNO ITELECOM I T E LE COM = = = 20 A
Z C AB O 100 interna do cabo (Zcabo ) foi
considerada como sendo
de 100 Ω
2rE
2h
2rI ZBLINDAGEM = 6 0 l n
rE
2r E
r Figura 6.38
60 rE
ZCABO = ln Impedâncias de
rI surto da blindagem
r
em relação ao solo
h1 (ZBLINDAGEM) e entre o
r - permissividade relativa condutor interno e a
do dielétrico do cabo blindagem (ZCABO)
= 1700 Ωm
RED = 85 Ω
Blindagem Blindagem
aterrada aterrada Figura 6.39
via DPS diretamente Arranjo para o cálculo
da corrente induzida
na blindagem de um
cabo subterrâneo
que interliga duas
edificações. Uma
RED das extremidades da
blindagem é aterrada
IDPS 2 IDPS 1 I0 diretamente na malha
150 m
da edificação e a outra
extremidade é aterrada
via DPS
RED 50 m
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Novamente foram utilizadas as ondas blindagem do cabo são mostradas na Figura
correspondentes à descarga principal positiva 6.40. A Figura 6.41 mostra o cálculo da
de corrente com 100 kA de valor de pico. A corrente que circula pelo DPS instalado
corrente principal negativa tem valor de pico entre um dos condutores internos do
de 50 kA e a corrente subsequente negativa, cabo blindado e a barra de equalização da
o valor de pico de 25 kA. As formas de onda edificação. O cálculo foi feito para a corrente
das correntes induzidas na extremidade da principal positiva de 100 kA de pico.
1200
Principal positiva - 100 kA
1100 A Principal negativa - 50 kA
Subsequente negativa - 25 kA
780 A
800 Corrente principal positiva - 100 kA
= 1700 Ωm
Corrente (A)
400
192 A
IDPS-1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo (µs)
Figura 6.40 - Correntes induzidas que circulam na extremidade da blindagem de um cabo subterrâneo que interliga duas edificações.
IDPS-1 é a corrente que circula na extremidade aterrada pelo DPS. Corrente de descarga principal positiva com 100 kA de pico, corrente
principal negativa com 50 kA de pico e corrente subsequente negativa com 25 kA de pico
150 m
VINTERNO
Figura 6.41
IB Cálculo da corrente
que circula pelo
DPS instalado entre
um dos condutores
I B = 11 00 A Z T = 1 0 mΩ / m RB = 1,5 Ω
internos e a barra
de equalização
1 da edificação. Foi
V I N TE R N O = R B I B = 825 V
2 considerado um
cabo blindado, com
blindagem de fios
ZCABO de cobre trançados,
com resistência
da blindagem
de 10 mΩ/m. A
V I NTERNO 825 impedância de
VINTERNO IDPS 2 I DPS 2 = = = 8,3 A surto interna do
Z C ABO 100
cabo (ZCABO) foi
considerada de
100 Ω. Descarga
principal positiva
TABELA 6.2
Valores de corrente que circulam pelos DPS de uma edificação obtidos em simulações computacionais (kA)
CORRENTE DE DESCARGA
Corrente no DPS de edificação alimentada por rede aérea 2,5 2,0 1,4
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Os valores mostrados na Tabela 6.2 permitem 6.6 - VALORES DE CORRENTES
formular as seguintes conclusões: PROPOSTOS NAS NBR 5419 E NBR 5410
O maior valor de corrente no DPS (9,7 kA)
A NBR 5419-4 [1] sugere que, para a execução do
foi no caso da descarga direta em uma
projeto de proteção, seja feito um estudo para a
edificação alimentada por rede de baixa-
tensão com neutro multiaterrado e sem determinar os valores das correntes, se possível
tubulações metálicas. com o auxílio de simulações computacionais.
Um pequeno roteiro de cálculo aproximado é
A presença de longas tubulações metálicas apresentado na norma. Para os casos nos quais
enterradas diretamente no solo (maiores não é possível fazer um estudo específico, a
que 100 m) reduzem significativamente NBR 5419-1 [6] sugere valores típicos que são
a corrente que circula pelos DPS. Numa apresentados e comparados com os valores
edificação com uma tubulação, a corrente é obtidos nas simulações realizadas.
reduzida para 6,3 kA e, com três tubulações,
para 3,7 kA. Uma aproximação sugerida na norma considera
Para o caso das descargas diretas, a forma que, no caso de uma descarga direta na
de onda das correntes que circulam nos edificação, cerca de 50% da corrente de descarga
DPS é de cauda longa e se aproxima da flua pela malha de aterramento da edificação e
onda padronizada 10/350 µs. 50%, pelos condutores e tubulações que atendem
à edificação. Para uma edificação atendida
Nos casos das correntes induzidas nos por uma rede elétrica de quatro condutores e
condutores internos, as ondas apresentam atingida por uma descarga principal positiva de
cauda curta, aproximando-se da onda 200 kA de pico, 100 kA passam pela malha de
padronizada 8/20 µs. aterramento e 25 kA seguem em cada um dos
condutores da rede, como mostrado na Figura
Nos casos das correntes induzidas na
rede externa, as ondas apresentam 6.42.
cauda curta, aproximando-se da onda
padronizada 8/20 µs. Para o caso de uma edificação que, além da
rede elétrica, recebe duas tubulações metálicas
As simulações foram feitas com a onda de enterradas, o critério da NBR 5419 fornece
corrente de descarga principal positiva de uma corrente de 8,3 kA em cada fase da rede,
100 kA. Para correntes de descarga de maior conforme mostrado na Figura 6.43.
valor de pico, as correntes nos DPS serão
proporcionalmente maiores. A NBR 5419-1 apresenta duas tabelas (E.2
e E.3) que mostram valores de corrente que
As correntes induzidas nos condutores
internos da edificação também podem circulam pelos DPS para várias situações. Os
atingir valores elevados (da ordem de valores propostos são baseados em medições e
9 kA) para um laço interno de 50 m2. O na experiência operativa de várias entidades ao
maior valor de corrente foi induzido pela redor do mundo.
descarga principal positiva.
Os valores mostrados nas tabelas são função
No caso das tensões induzidas por do nível de proteção adotado para a edificação
descargas que incidem nas proximidades e ordenados em função da fonte de danos
das linhas aéreas que alimentam a considerada. Conforme visto no Capítulo 2, para
edificação, o maior valor de corrente foi cada Nível de Proteção são definidos valores de
devido à incidência da descarga principal pico máximo para as ondas de corrente. Para a
positiva (2,5 kA). Entretanto, esse valor
comodidade do leitor, são repetidas na Figura
é bem próximo do valor induzido pela
6.44 as definições das fontes de danos (S1,
descarga principal negativa (2 kA).
S2, S3 e S4) e, na Tabela 6.3, os valores de
No caso de cabos subterrâneos blindados corrente associados a cada Nível de Proteção.
que atendem à edificação, os valores de
corrente induzidas na blindagem podem
atingir números elevados no caso de solos
de alta resistividade.
Figura 6.43
Influência de
tubulações metálicas
interligadas na malha
de aterramento da
edificação. A corrente
que flui pelos DPS
fica reduzida a
um terço do valor
calculado, sem
considerar a presença
IF = 8,3 kA das tubulações
enterradas. Para uma
corrente de descarga
de 200 kA de pico,
8,3 kA vão circular
por cada um dos DPS
RED ligados nas fases
S4
Descarga nas proximidades
das linhas de energia
ou de telecomunicações
S3
Descarga direta na
S2 S1 linha de energia ou
Descarga nas Descarga direta de telecomunicações
proximidades na edificação
da edificação
Figura 6.44
Fontes
de danos
conforme a
NBR 5419
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TABELA 6.3 - Valores de pico das correntes de descarga para cada Nível de Proteção
NÍVEIS DE PROTEÇÃO
PARÂMETROS
I II III IV
As Tabelas E.2 e E.3 da NBR 5419-1 são reproduzidas a seguir nas Tabelas 6.4 e 6.5.
TABELA 6.4 - Valores esperados de correntes de surto devido à incidência de descargas nas linhas de
baixa-tensão. Adaptada da NBR 5419-1 (Tabela E.2)
Descargas nas
Descargas diretas e nas proximidades Descargas diretas
proximidades da
das linhas na edificaçãoa)
edificaçãoa)
Fonte de danos Fonte de danos
NÍVEL DE PROTEÇÃO Fonte de danos S3 Fonte de danos S4
S2 (corrente S1 (corrente
(descarga direta)b) (descarga indireta)c) induzida) induzida)
Forma de onda da Forma de onda da Forma de onda da Forma de onda
corrente: corrente: corrente: da corrente:
10/350 µs (kA) 8/20 µs (kA)
8/20 µsd) (kA) 8/20 µsd)(kA)
I 10 5 0,20 10
TABELA 6.5 - Valores esperados de correntes de surto devido à incidência de descargas nas linhas de
telecomunicações. Adaptada da NBR 5419-1 (Tabela E.3)
Descargas nas
Descargas diretas e nas proximidades Descargas diretas
proximidades da
das linhas na edificaçãoa)
edificaçãoa)
I 2 0,160 0,20 10
Os fatores KS1, KS2 e KS3 citados nas fases da rede elétrica estão relacionados na
Tabelas 6.3 e 6.4 e já analisados no Tabela 6.6.
Capítulo 2 levam em conta a existência de
blindagem proporcionada pelos cabos do A NBR 5410 também fornece dados para a
SPDA, existência de blindagem interna especificação de DPS para proteção de linhas
na edificação e as técnicas adotadas para telefônicas. Ela recomenda a utilização de
evitar a formação de laços [15]. DPS curto-circuitante (centelhador a gás)
para instalação nos pares telefônicos e
para aterramento de blindagens e capas
Se os valores mostrados na Tabela 6.1,
de cabos. A corrente mínima sugerida para
obtidos em simulações computacionais, o caso de cabos telefônicos com blindagem
forem comparados com os valores sugeridos aterrada é 5 kA e para cabos com blindagem
na NBR 5419-1 (Tabelas 6.3 e 6.4), será não aterrada é 10 kA. No caso de regiões
observada uma boa concordância entre com atividade atmosférica severa, a norma
eles. sugere que sejam adotados maiores valores
de corrente. A NBR 5410 não especifica a
A NBR 5410 [2] também recomenda valores forma de onda de corrente.
mínimos para a capacidade de condução
de corrente dos DPS a serem utilizados em Os valores mínimos sugeridos na NBR 5410
edificações. Os valores de corrente sugeridos são conservativos e trabalham no lado da
nessa norma para DPS instalados nas segurança.
TABELA 6.6 (ADAPTADA DA NBR 5410) - Valores de pico das correntes utilizadas nos testes dos DPS
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corrente induzida se assemelha á onda Plataformas computacionais que simulam
padronizada de forma 8/20 µs; circuitos elétricos são ferramentas úteis
para o estudo da distribuição de correntes
em edificações e redes atingidas por
No caso das correntes induzidas em descargas atmosféricas diretas;
laços internos, a cauda da onda também
fica de curta duração, caso a resistência Os valores calculados neste capítulo
do laço não seja desprezível. Para laços são coerentes com os valores típicos
de resistência desprezível, a onda de sugeridos na NBR 5419-1;
corrente se aproxima da forma de onda
da corrente de descarga atmosférica; Nas simulações, os DPS em condução
foram modelados como tendo uma
No caso das correntes originadas em impedância desprezível. As referências
descargas diretas nas linhas ou na [16] e [17] apresentam resultados de
edificação, as caudas das ondas são medições e simulações mais elaborados,
longas e a onda se aproxima da onda da que mostram as correntes que circulam
corrente de descarga atmosférica; pelos DPS instalados em redes de baixa-
tensão;
Nas redes com cabos enterrados (linhas
subterrâneas), as correntes induzidas A NBR 5410 [2] recomenda valores
nas blindagens dos cabos podem atingir mínimos para as capacidades de
valores elevados; condução de corrente dos DPS a serem
utilizados em edificações.
Este capítulo apresenta os principais aspectos Um DPS comutador de tensão ideal pode ser
relativos aos Dispositivos de Proteção contra representado por uma chave conectada em
Surtos (DPS). Analisa os componentes que paralelo com o circuito ou equipamento que
formam um DPS, as técnicas de instalação e se quer proteger. Essa chave é comandada
os parâmetros necessários para a sua correta pelo valor da tensão nos seus terminais.
especificação. Se a tensão está abaixo de certo limite,
a chave permanece aberta. No entanto,
7. 1 - O QUE É E COMO FUNCIONA UM DPS se a tensão atinge o limite, a chave fecha
automaticamente, conforme mostrado na
A ABNT 5419-4 [1] define DPS como Figura 7.1. O limite especificado para o
“Dispositivo destinado a limitar as fechamento da chave (Up) deve ser menor
sobretensões e desviar correntes de surto. que o valor de tensão suportável pelo
Contém pelo menos um componente não equipamento protegido (Uw). A a tensão de
linear”. A mesma norma classifica o DPS em serviço contínuo (Uc) não pode provocar o
dois tipos: comutador de tensão e limitador fechamento da chave.
de tensão.
S
UC
UW é a tensão suportável
Tensão de serviço + surto pelo equipamento
Figura 7.1
Atuação simplificada
Z de um DPS. Ele não
atua para a tensão
de serviço (Uc) e atua
S se a tensão atingir
UP
o valor (Up), que
deve ser inferior ao
valor suportável pelo
equipamento (Uw)
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A Figura 7.2(A) mostra a situação em que Máxima tensão de serviço contínuo da
a chave está fechada porque o valor da linha (Uc );
tensão da fonte somado ao valor da tensão
de um surto presente na linha atingiu o valor Tensão de proteção do DPS (Up );
Up. Nessa situação, circula pelo DPS uma
Máxima tensão que o equipamento
parcela de corrente proveniente da fonte (If )
suporta (Uw );
e outra do surto. Considera-se aqui que a
corrente do surto é igual à corrente nominal Corrente nominal do DPS (In );
do DPS (In ).
Corrente subsequente da fonte (If );
A Figura 7.2(B) mostra a situação em que
a corrente do surto já se extinguiu e circula Máxima corrente subsequente que o
pelo DPS apenas a corrente subsequente da DPS consegue interromper (Ifi ).
fonte (If ). Caso a corrente que o DPS seja
capaz de interromper por si mesmo (Ifi ) seja Como foi visto, um DPS comutador de
maior que a corrente subsequente da fonte tensão apresenta uma baixa-tensão entre
(If ), a chave interrompe a corrente da fonte seus terminais quando no estado de
e abre o circuito, restabelecendo a condição condução. Já um DPS limitador de tensão
normal do serviço (ver Figura 7.2.(C)). apresenta uma impedância não linear no
estado de condução, resultando em uma
A análise permite identificar alguns dos tensão entre seus terminais que é próxima
principais parâmetros envolvidos na de seu nível de proteção (Up ). A Figura 7.3
especificação de um DPS: ilustra os dois tipos de DPS.
IN
IF
S
A
IF
S
B
IF
S
C
Figura 7.2 - Correntes drenadas por um DPS. Ele deve drenar a corrente do surto (In) e interromper a corrente de curto-circuito da
fonte (If) para restabelecer o serviço
Z 0
É importante fazer a distinção entre um DPS A Figura 7.4 mostra um DPS de rede elétrica de
e um componente de proteção (centelhador, baixa-tensão instalado normalmente no quadro
varistor ou diodo). Um DPS contém um ou de força. Observe-se que, além do varistor, o
mais componentes de proteção encapsulados DPS contém um desconector térmico (para
em um invólucro seguro e apropriado para a o caso de sobreaquecimento), contatos para
instalação. Isso inclui um sistema de fixação sinalização remota (normalmente aberto e
mecânica e conectores elétricos apropriados normalmente fechado), uma bandeirola
para a aplicação. Além disso, é comum que frontal para sinalização local, conectores
o DPS seja capaz de indicar o seu fim de para instalação dos condutores e sistema de
vida útil, facilitando a manutenção. Dados fixação no painel (padrão DIN). Além disso,
os aspectos de segurança envolvidos, é o seu desenho mecânico é similar ao de um
altamente recomendável que um DPS atenda disjuntor termomagnético, o que facilita a sua
às normas aplicáveis. instalação em quadros de força.
I
T
L/N ( L / N)
14
12
Sinalização remota
11
Figura 7.4 - Exemplo de DPS utilizado em rede elétrica de baixa-tensão e seu diagrama elétrico
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7.2 - COMPONENTES DE UM DPS enquanto a Figura 7.6 mostra imagens
desses componentes. Além dos componentes
Esta seção resume os principais componentes descritos nas Figura 7.5 e 7.6, existem DPS
utilizados em DPS, como centelhadores, varistores constituídos por tiristores e centelhadores
e diodos. O texto foi adaptado da referência [2]. especiais. Esses últimos são capazes de
A Figura 7.5 mostra a simbologia utilizada para extinguir valores significativos da corrente de
representar os componentes mais usuais, seguimento de 60 Hz.
Centelhador
Varistor
Diodo supressor
clamper.com.br PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES 181
A
Par trançado
Surto
modo
diferencial
Surto
modo
comum
CG 1 CG2
Surto
CG modo
diferencial
Surto
modo
comum
Figura 7.7 - Conversão de surto em modo comum para modo diferencial em função de operação assíncrona de centelhadores bipolares.
O centelhador tripolar evita esse problema
assíncrona dos centelhadores CG1 e CG2. Uma desvantagem do varistor é que a tensão
No caso do Circuito B, o surto induzido da rede provoca a circulação permanente
em modo comum provoca a ionização da de uma corrente de fuga. O valor dessa
câmara única do centelhador tripolar, o que corrente é muito baixo (da ordem de micro
resulta em um surto em modo diferencial àmperes) quando o componente é novo. Só
desprezível. que ele vai aumentando ao longo do tempo.
Essa corrente de fuga aquece o componente
7.2.2 - VARISTORES e pode levá-lo a uma degradação térmica.
Dessa forma, é recomendável que um
Após um tratamento térmico (ou processo de varistor seja instalado em uma linha de
sinterização) do óxido de zinco associado com potência acompanhado de um dispositivo
outros óxidos metálicos (óxido de antimônio, de segurança que o desliga em caso de
bismuto, cobalto e manganês), obtém-se sobreaquecimento.
um material cerâmico que apresenta uma
resistência ôhmica dependente da tensão Como o varistor mantém uma tensão
aplicada. Esse material é denominado varistor residual entre os seus terminais, ele não
ou Metal Oxide Varistor (MOV). causa um curto-circuito na linha. Essa
característica torna esse componente
Em baixa-tensão, a resistência do varistor é da particularmente apropriado para a proteção
ordem de 1 MΩ e a sua resistência aparente de linhas de potência, já que ele interrompe
cai para menos de 1 Ω durante a condução a corrente após o surto. Além disso, há
de uma corrente impulsiva elevada. O varistor varistores capazes de drenar várias dezenas
é normalmente caracterizado pela tensão de kA. Essas características permitem que
desenvolvida entre os seus terminais quando os varistores sejam largamente utilizados em
ele é percorrido por uma corrente de 1 mA. É sistemas elétricos de potência. Essa aplicação
a chamada “tensão de varistor” ou “tensão de vai desde os pequenos varistores na entrada
referência”. de força dos equipamentos de uso doméstico
clamper.com.br PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES 183
1,2 VCC, em que R é a resistência do resistor 7.2.5 - OUTRAS TECNOLOGIAS
e ID é a corrente nominal do diodo. Essa DE COMPONENTES DE PROTEÇÃO
condição garante que o centelhador vai
atuar quando a corrente drenada pelo diodo A seção anterior descreveu as principais
atingir o seu valor nominal. tecnologias de componentes de proteção.
Ao utilizar um resistor para a coordenação No entanto, existem outras tecnologias,
entre dois componentes de proteção, é variantes das tecnologias apresentadas na
inevitável haver uma perda de sinal (perda seção anterior. Uma análise abrangente
de inserção). Dessa forma, as características dessas tecnologias foge ao escopo deste
dos componentes devem ser escolhidas para capítulo, mas vão ser brevemente descritas.
minimizar o valor da resistência necessária. Para ilustrar as mais utilizadas:
Por exemplo: um resistor de 20 Ω em série
com uma linha ADSL causa uma perda de Centelhador a ar com disparo
inserção de 0,35 dB. forçado: Trata-se de um centelhador
com gap de ar (spark-gap) cujo disparo
Quando a capacitância paralela do diodo é provocado por um circuito dedicado
representar um problema maior de perda por que produz uma pequena centelha que
inserção, uma solução bastante praticada é ioniza o gap principal. O objetivo dessa
inserir o diodo em uma ponte retificadora. tecnologia é associar a capacidade de
A capacitância resultante será a da ponte, corrente do centelhador a ar com uma
que é bem menor do que a capacitância do tensão de disparo mais precisa. Esse
diodo. Já existe disponível diodo e ponte componente é utilizado em DPS Classe
retificadora juntos, montados no mesmo I, conforme será visto na Seção 7.4.
encapsulamento.
A V CC VD
Centelhador Diodo
B V CC VD
Centelhador Diodo
Figura 7.8 - Exemplo de coordenação entre centelhador a gás e diodo, formando um DPS híbrido
Transição de linha
aérea para subterrânea
Junto do Limite entre área
equipamento externa e interna
Figura 7.9 - Instalação de DPS nos limites entre áreas de exposição e junto de equipamento sensível
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7.3 - PRINCIPAIS PARÂMETROS DE UM DPS Para DPS do tipo comutador de tensão,
Up é igual ao maior valor entre:
7.3.1 - CLASSES DE DPS
Valor de pico da tensão residual obtida
Um DPS especificado para suportar uma quando o DPS drena uma corrente com
parcela da corrente de uma descarga valor de pico igual a In e forma de onda
atmosférica é classificado como Classe I. O 8/20 μs;
DPS Classe I é normalmente utilizado na
entrada de edificações expostas às descargas Valor de pico obtido quando é aplicado
atmosféricas diretas e ele deve ser capaz de no DPS um impulso de tensão com onda
conduzir uma corrente impulsiva (Iimp ) com 1,2/50 μs e 6 kV de pico (tensão de
forma de onda 10/350 μs. Conforme a IEC circuito aberto do gerador).
61643-11 [3], o nível de proteção Up de um
DPS Classe I é determinado da seguinte A Classe III de DPS é normalmente utilizada
forma:
no interior de edificações, imediatamente a
montante do equipamento a ser protegido.
Para DPS do tipo limitador de tensão,
Up é igual ao valor de pico da tensão Essa classe de DPS é especificada de acordo
residual obtida quando o DPS drena com o surto fornecido por um Gerador de
uma corrente com valor de pico igual a Onda Combinada. Esse gerador apresenta
Iimp e forma de onda 8/20 μs; tensão de circuito aberto e corrente de curto-
circuito com formas de onda 1,2/50 μs e
Para DPS do tipo comutador de tensão, 8/20 μs e uma impedância de 2 Ω. Conforme
Up é igual ao maior valor entre: a IEC 61643-11 [3], a tensão de proteção Up
de um DPS Classe III é igual à máxima tensão
Valor de pico da tensão residual obtida
quando o DPS drena uma corrente com obtida quando o DPS é submetido a uma
valor de pico igual a Iimp e forma de onda descarga do gerador de onda combinada.
8/20 μs;
Alguns fabricantes produzem DPS que podem
Valor de pico obtido quando é aplicado
no DPS um impulso de tensão com onda
ser classificados tanto como Classe I quanto
1,2/50 μs e 6 kV de pico (tensão de como Classe II, com os respectivos valores de
circuito aberto do gerador). Iimp e In. Esses DPS costumam ser designados
por Classe I/II.
Um DPS especificado para suportar
apenas correntes induzidas por descargas A Figura 7.10 mostra as formas de onda
atmosféricas é classificado como Classe II. 8/20 μs e 10/350 μs na mesma escala de
O DPS Classe II é normalmente utilizado
tempo para ilustrar a maior duração da
na entrada de edificações que não estão
última. A Figura 7.11 mostra as formas
expostas às descargas atmosféricas diretas
(no SPDA da edificação ou nas linhas que de onda da tensão de circuito aberto e da
atendem à edificação) e em quadros internos corrente de curto-circuito do Gerador de
das edificações em geral. De acordo com a Onda Combinada.
IEC 61643-11 [3], o nível de proteção Up de
um DPS Classe II é determinado da seguinte Como foi visto no Capítulo 6, a NBR 5419
forma: sugere que seja feito um estudo específico
para calcular os valores das correntes que
Para DPS do tipo limitador de tensão,
devem ser especificados para cada classe
Up é igual ao valor de pico da tensão
de DPS em função de sua aplicação. Na
residual obtida quando o DPS drena
uma corrente com o valor de pico igual impossibilidade de fazer esse estudo, a norma
a In e forma de onda 8/20 μs; sugere os valores conservativos mostrados
nas Tabelas 6.4 e 6.5 do Capítulo 6.
10
8
Corrente
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Tempo (µs)
Figura 7.10 - Ondas de corrente para ensaio de DPS Classe I (10/350 µs) e Classe II (8/20 µs)
12
Onda de corrente 8/20 µs
Onda de tensão 1,2/50 µs
10
8
Corrente ou tensão
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tempo (µs)
Figura 7.11 - Ondas de corrente (8/20 µs) e de tensão (1,2/50 µs) para ensaio de DPS Classe III
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7.3.2 - TENSÃO MÁXIMA DE com a terra, a tensão nas fases sãs pode
OPERAÇÃO CONTÍNUA (UC) atingir valores iguais à tensão fase-fase.
Nesses casos, a máxima tensão de operação
7.3.2.1 - LINHAS DE ENERGIA ELÉTRICA contínua do DPS deve ser maior ou igual à
tensão fase-fase da linha, mesmo que o DPS
O DPS não deve atuar com a tensão de esteja instalado entre fase e neutro.
operação da linha onde ele está instalado. O valor
da tensão de operação de uma linha pode variar. De acordo com a NBR 5410 [4], a máxima
Por exemplo: nas linhas de energia é permitida tensão de operação contínua (Uc ) deve ser
a operação da rede com 6% de sobretensão
maior ou igual aos valores indicados na
permanente. Portanto, deve ser considerada uma
Tabela 7.1. O valor de Uc depende do esquema
margem de segurança para especificar a tensão
máxima de operação contínua do DPS. de aterramento e dos cabos onde o DPS está
Como foi visto no Capítulo 4, em redes com instalado. U é o valor da tensão entre fases e
o neutro isolado ou aterrado via impedância, U0 o valor da tensão fase-neutro.
durante a ocorrência de contato de uma fase
ESQUEMAS DE ATERRAMENTO
DPS CONECTADO ENTRE
TT TN-C TN-S IT COM NEUTRO IT SEM NEUTRO
Neutro e PE U0 - U0 U0 -
Falha na rede BT da
Falha na rede BT do Faltas na rede de média/
concessionária ou perda
Configuração consumidor alta-tensão
de neutro
(duração: 5 s) (duração: 0,2 s)
(duração: 120 min.)
L-PEN
TN 1,45 U0 1,1 U -
L-N
N-PE - - 1200
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V por uma régua de força conectada a um A corrente nominal de um DPS corresponde
quadro equipado por um DPS. Supõe-se que a um valor de corrente que tem uma baixa
foram tomadas precauções na instalação probabilidade de ocorrer no seu local de
para a tensão efetiva ficar igual à tensão de instalação e é utilizada para especificar
proteção do DPS (Up/f = Up). Considerando que o DPS Classe II. Naturalmente o DPS
os equipamentos de TIC são homologados deve suportar essa corrente, sem que suas
pela Anatel, eles apresentam um nível características de proteção sejam alteradas.
de resistibilidade Uw = 4 kV para surtos A corrente nominal (I n) é definida com
aplicados da linha elétrica para a terra (modo forma de onda 8/20 μs, a qual é também
comum). Nessas condições, a instalação característica de correntes induzidas por
do DPS CLAMPER Front V 275V 20kA [6] descargas atmosféricas.
no quadro de força garante que a máxima
tensão aplicada em modo comum na linha 7.3.6 - CORRENTE MÁXIMA DE DESCARGA
elétrica é dada por Up = 1,2 kV. Essa tensão (Imax)
é bem inferior ao nível de resistibilidade dos
equipamentos (Uw = 4 kV), o que garante a A corrente máxima de descarga de um DPS
sua proteção. A tensão máxima de operação corresponde a um valor de corrente que tem
contínua desse DPS é 275 V. Essa condição uma baixíssima probabilidade de ocorrer no
fornece uma boa margem de segurança em
seu local de instalação. Essa corrente tem
relação à tensão nominal da linha elétrica
forma de onda 8/20 μs e é utilizada para
(127 V).
determinar a capacidade máxima de um DPS
Classe II. Após conduzir a corrente máxima,
A NBR 5410 estabelece que a tensão de
o DPS não deve ter as suas características de
proteção do DPS deve ser compatível com
proteção significativamente alteradas.
a Categoria II de suportabilidade indicada
no Anexo A. Por exemplo: para sistema
trifásico com tensão 127/220 V, a tensão 7.3.7 - CORRENTE SUBSEQUENTE QUE
de proteção do DPS não deve ser superior a O DPS É CAPAZ DE INTERROMPER (Ifi)
1,5 kV. Dessa forma, verifica-se que o DPS SEM OPERAR O DESLIGADOR
CLAMPER Front V 275V 20kA também
atende à recomendação da NBR 5410. O DPS deve ser capaz de interromper a
corrente subsequente ao surto para restaurar
O Anexo A apresenta os valores de tensão as condições normais de funcionamento
suportáveis de equipamentos (Uw), de acordo do circuito. A corrente máxima que o DPS
com a NBR 5410 [4], enquanto no Anexo B consegue interromper é designada por IFI,
são apresentados os valores especificados que depende das características do circuito
pela Anatel para a certificação compulsória considerado (tensão de serviço). Os DPS
de equipamentos de telecomunicações [5]. tipo comutador de tensão, por exemplo,
centelhadores e spark-gaps, normalmente
7.3.4 - CORRENTE IMPULSIVA (Iimp) têm capacidade limitada de interromper
correntes subsequentes.
A corrente impulsiva de um DPS corresponde
a um valor de corrente que tem uma baixa 7.3.8 - SUPORTABILIDADE AO
probabilidade de ocorrer no seu local de CURTO-CIRCUITO (Isccr)
instalação e é utilizada para especificar o DPS
Classe I. Naturalmente o DPS deve suportar Um DPS para proteção de linhas de energia
essa corrente, sem que suas características deve ser capaz de interromper correntes
de proteção sejam alteradas. A corrente de valor igual ou superior ao da corrente de
curto-circuito presumida no ponto onde ele
impulsiva (Iimp) é definida com forma de onda
está instalado. Será necessário associar um
10/350 μs, que visa reproduzir os estresses
dispositivo de proteção contra sobrecorrente
decorrentes da condução de uma parcela da ao DPS, compatível com a corrente de curto-
corrente de uma descarga atmosférica direta. circuito presumida no ponto de instalação
do DPS, caso a corrente de curto-circuito
7.3.5 - CORRENTE NOMINAL (In) presumida no ponto de instalação do DPS
for superior à capacidade de interrupção do
P
SC
P
SC
DPS
DPS
Figura 7.12 - DPS com protetor de sobrecorrente exclusivo e com protetor de sobrecorrente compartilhado
Transição de linha
aérea para subterrânea
Junto do Limite entre área
equipamento externa e interna
Figura 7.13
Instalação
de DPS nos
limites entre
áreas de
exposição
e junto de
equipamento
sensível
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O grau de exposição do local onde será 7.4.2.1 - COMPRIMENTO DOS
instalado o DPS define a sua capacidade de CABOS DE CONEXÃO
corrente: quanto maior o grau de exposição,
maior deve ser a capacidade de condução de
Um fator muito importante em uma
corrente. A Figura 7.14 ilustra a instalação
instalação é o comprimento dos cabos
coordenada de DPS em uma linha de
energia que alimenta uma edificação. Um utilizados para a conexão do DPS. Cada
DPS Classe I tem uma suportabilidade de cabo tem indutância própria. Quando ele
corrente superior ao DPS Classe II, que tem é percorrido por uma corrente impulsiva,
capacidade superior ao DPS Classe III. Essas dá origem a uma tensão indutiva que pode
classes são definidas na Seção 7.3. atingir valores significativos. A Figura
7.15 ilustra a situação em que a tensão
7.4.2 - COMO INSTALAR UM DPS desenvolvida nos cabos (ΔU1 e ΔU2) também
é aplicada ao equipamento a ser protegido.
A forma de instalação do DPS pode resultar A tensão resultante (U p/f ) é de proteção
em tensões a jusante do DPS que são efetiva do DPS e pode ultrapassar o nível de
significativamente maiores do que a tensão resistibilidade do equipamento (Uw ).
de proteção do DPS (Up ). Essas tensões são
aplicadas ao equipamento a ser protegido
Se o DPS for do tipo limitador (varistor), a
e podem danificá-lo, mesmo que o nível de
tensão resultante Up/f pode ser calculada
resistibilidade do equipamento (Uw ) seja
superior ao da UP. As principais causas de forma conservativa por Up/f = ΔU + Up.
dessas sobretensões são: (i) comprimento Como os valores de pico da tensão indutiva
dos cabos de conexão; (ii) laço a jusante ΔU e de Up ocorrem em instantes um pouco
do DPS; e (iii) reflexão de onda. Os itens a diferentes, somar esses valores de pico
seguir descrevem técnicas de instalação para implica uma margem de segurança.
mitigar essas sobretensões.
3 2
DPS
DPS
DPS
Figura 7.14 - Exemplo de instalação de DPS. As Classes de DPS são descritas na Seção 7.3
I
Se o DPS for do tipo limitador, o nível
de proteção efetivo (UP/F) é dado por:
Equipamento
∆U 1 = L 1di/dt L1
UP/F = ∆U1 + ∆U2 + UP
UP DPS UP/F
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A Tensão induzida no laço formado pela
I fiação entre o DPS e o equipamento
Equipamento
DPS
H
U1
Equipamento
U1
DPS
De acordo com esse critério, se o comprimento de proteção efetiva do DPS (Up/f ). Esse caso se
dos cabos é desprezível, a máxima tensão aplica a DPS instalados no circuito de entrada
esperada na porta do equipamento é a tensão do próprio equipamento. Para DPS instalados
UP/F Equipamento
DPS
UP/F ≤ UW se d = 0 m
UP/F ≤ 0,8 UW se d < 10 m
UP/F ≤ (UW - UI) / 2 se d > 10 m
Figura 7.18 - Sobretensão na entrada do equipamento a ser protegido devido à reflexão de onda
R R
S S
T T
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
PE PEN PE
Figura 7.19 - Esquemas de ligação dos DPS em linha elétrica sem neutro e com neutro aterrado
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A linha de baixa-tensão que alimenta a edificação
tem neutro, mas ele não está aterrado
R R
S S
T T
DPS
DPS
DPS
N
DPS
DPS
DPS
DPS
N
DPS
A B
Figura 7.20 - Esquema de ligação dos DPS em linha elétrica com neutro não aterrado
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
Figura 7.22
Exemplo
de DPSM
CLAMPER
Rede de
telecomunicações
A
Fase
DPS
DPS
B
DPS
DPS
Laço
DPS
Figura 7.23 - Arranjo para proteção de equipamento eletrônico que é ligado simultaneamente nas redes de energia elétrica
e de telecomunicações
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PTC1
F ou N L1
+0
F1
A B
F2
Figura 7.24
N ou F L2 DPS Multiproteção
(DPSM) para
+0
proteção de
PTC2
equipamentos ligados
simultaneamente nas
redes de energia e de
F e N - Pontos de conexão da rede de energia elétrica (fase e neutro) telecomunicações
L1 e L2 - Pontos de conexão da linha de sinal ou de comunicação de Ponto de conexão A-B: ligação
dados, via par metálico entre linha de dados e linha de energia
EP1 - Varistores de óxido de zinco desacoplada via centelhador a gás
EP2 - Centelhador tripolar a gás
EP3 - Centelhador bipolar a gás Para linha de dados ou sinal de TV em
F1 e F2 - Fusíveis térmicos cabo coaxial, os fusíveis regenerativos
PTC1 e PTC2 - Fusíveis regeneráveis PTC1 e PTC2 não são utilizados
Corrente impulsiva (Iimp), para DPS Os DPS protegem tanto contra surtos
Classe I; originados por descargas atmosféricas
quanto contra surtos originados por outras
Corrente nominal (In), para DPS Classe fontes (manobras no sistema elétrico).
II;
CATEGORIA DE PRODUTO
Produto a ser
Sistemas Produto a ser utilizado em
Produtos
Sistemas trifásicos monofásicos com utilizado na circuitos de Equipamentos de
especialmente
neutro entrada da distribuição utilização (2)
e circuitos protegidos (1)
instalação (4)
terminais (3)
IV III II I
115-230
120/208
120-240 4 2,5 1,5 0,8
127/220
127-254
220/380
230/400 - 6 4 2,5 1,5
277/480
400/690 - 8 6 4 2,5
Para componentes associados a linhas de sinal utilizados na entrada da instalação (categoria IV de suportabilidade), a tensão de
impulso suportável mínima é de 1500 V (ver IEC 61663-2)
(1) Produtos a serem conectados à instalação elétrica fixa da edificação, mas providos de alguma proteção específica situada na
instalação fixa ou entre ela e o equipamento;
(2)Também a serem conectados à instalação elétrica fixa da edificação (aparelhos eletrodomésticos, eletroprofissionais, ferramentas
portáteis e cargas análogas);
(3) Componentes da instalação fixa propriamente dita (quadros, disjuntores, condutores, barramentos, interruptores e tomadas) e
outros equipamentos de uso industrial (motores, por exemplo);
(4) Produtos utilizados na entrada da instalação ou nas proximidades, a montante do quadro de distribuição principal (medidores,
dispositivos gerais de seccionamento e proteção e outros itens usados tipicamente na interface da instalação elétrica com a rede
pública de distribuição).
ANEXO B
Tensões suportáveis de equipamentos de telecomunicações de acordo com a
Resolução 442/2006 da ANATEL
MODO
SERVIÇO CONECTOR MODO COMUM TENSÃO CORRENTE
DIFERENCIAL
Alimentação
Plugue de força 4 2 1,2 / 50 8 / 20
elétrica CA
Linha externa de
RJ11 1,5 1,5 10 / 700 -
telecomunicações
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CAPÍTULO 8
Este capítulo detalha os arranjos utilizados A Figura 8.1 mostra como são identificados os
para a instalação de DPS em edificações de principais parâmetros de um DPS CLAMPER
pequeno e médio porte. São utilizados como para redes elétricas.
Front V
DPS Classe I / II
275 V Tensão máxima de operação contínua (UC): 275 V
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B
Figura 8.1 - Identificação dos principais parâmetros de um DPS CLAMPER para redes elétricas. (A) DPS Classe I/II; (B) DPS Classe II
Os principais modelos que serão utilizados nos exemplos apresentados nos Capítulos 8 a
11 são mostrados na Figura 8.2.
Figura 8.2 - Principais modelos de DPS CLAMPER para redes elétricas que serão utilizados nos exemplos
clamper.com.br PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES 203
É importante lembrar que a classe do DPS
está associada à possibilidade ou não de
circulação de parcela da corrente de des
carga pelo DPS. O DPS Classe I suporta
parcela da corrente de descarga (onda
10/350 µs) e o Classe II suporta apenas
as correntes induzidas (onda 8/20 µs). Por
outro lado, o Nível de Proteção da edificação
está associado ao valor de pico da corrente
de descarga esperada.
275 V
TABELA 8.1
Modelos indicados para aplicação em uma casa com tensão 220/127 V
TABELA 8.2
Modelos indicados para aplicação em uma casa com tensão 380/220 V
NOTA 1 - O CLAMPER Front V 275V 20kA tem corrente nominal (In) de 10 kA. Apesar da indicação de corrente nominal (In) ser de 5 kA,
conforme Tabela 6.4 do Capítulo 6, o DPS com corrente nominal de 10 kA oferece a melhor relação custo-benefício do que o DPS de 5 kA
clamper.com.br PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES 205
A tensão nominal do DPS varia de acordo discutidos no item anterior. A Figura 8.7
com as sobretensões temporárias a que as ilustra a instalação de DPS na origem de
edificações possam estar sujeitas. Com tensão uma instalação elétrica TN-S trifásica.
nominal de 275 V em sistemas de 220/127
V, o DPS não vai chegar a ser acionado
porque o valor da sobretensão originada no
rompimento do neutro é baixa. E para a
proteção de equipamentos que atendam aos
níveis de suportabilidade da NBR 5410 [5]
(neste caso, tensão suportável Uw = 1,5 kV),
o DPS de tensão nominal 275 V garante uma
margem de proteção adequada, pois a tensão
de proteção do DPS (Up = 1,2 kV) é inferior à
tensão suportável pelo equipamento.
275 V
Front V
275 V
Front V
275 V
Cabo Ethernet
Figura 8.8
Localização
dos DPS em
rede TN-S
TABELA 8.3 - Período esperado entre falhas para o caso de uma casa simples de um pavimento
com SPDA externo com malha de 10 m de largura
DPS INSTALADO DPS PARA NÍVEL DE PROTEÇÃO PERÍODO ESPERADO ENTRE FALHAS (ANOS)
Sim III e IV 12
Sim II 30
clamper.com.br PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES 207
Para essa situação, deve ser determinado o Considerando as correntes induzidas (onda
valor da corrente (onda 10/350 µs) que vai 8/20 µs), as Tabelas 6.4 e 6.5 do Capítulo
circular pelo DPS. O valor máximo para a 6 indicam correntes de 5 kA, 7,5 kA e 10
corrente de descarga principal positiva para kA para os Níveis de Proteção III-IV, II e I
o Nível de Proteção I é 200 kA, para o Nível de respectivamente.
Proteção II, 150 kA e para Nível de Proteção
III-IV, de 100 kA. Considera-se que a casa As recomendações contidas na Seção
é alimentada por uma rede elétrica de três 8.3.2 devem ser seguidas para os demais
fases e neutro, uma linha telefônica metálica equipamentos. Adicionalmente devem
e um cabo coaxial (TV a cabo). Utilizando a ser previstos DPS para os seguintes
metodologia descrita na NBR 5419-1, 50% equipamentos expostos aos surtos:
da corrente de descarga flui pela malha de
aterramento e 50%, pelas linhas que atendem Portão eletrônico;
à edificação. Espera-se uma corrente da
Interfone;
ordem de 4,2 kA fluindo pelos DPS para NP
III-IV; 6,25 kA para NP II e 8,3 kA para o NP Sistema de segurança por câmeras (CFTV).
I. Independentemente do Nível de Proteção
da edificação, a NBR 5410 sugere um valor A Figura 8.9 mostra os diversos DPS que
mínimo de 12,5 kA. Portanto, especificar Iimp devem ser instalados na edificação.
= 12,5 kA atende à NBR 5410 e garante uma
longa vida útil para o DPS. As Tabelas 8.4 e 8.5 apresentam modelos de
DPS para utilização em redes de 220/127 V e
Figura 8.9
Localização e tipos
de DPS em uma
residência
Interfone 822.B.020 01
TABELA 8.5
Modelos indicados para aplicação em casa com sistema de aterramento TN-S e SPDA externo
Tensão de alimentação 380/220 V
Interfone 822.B.020 01
380/220 V. Foi considerada uma edificação tem corrente nominal igual a 20 kA. Esse
com Nível de Proteção II. valor é superior aos valores esperados (5 kA
e 7,5 kA para os Níveis de Proteção III-IV e
O CLAMPER Front V 275V 12,5/60kA tem II), como foi estimado.
corrente nominal (In) de 20 kA e o CLAMPER
Front V 275V 20 kA, uma corrente nominal 8.4 - UM PRÉDIO DE 20 ANDARES
(In) de 10 kA. Em geral, o valor da corrente
nominal (forma de onda 8/20 µs) de um DPS
Classe I é elevado porque, como o dispositivo 8.4.1 - PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE
deve suportar correntes com forma de onda BAIXA-TENSÃO
10/350 µs, ele naturalmente tem uma maior
suportabilidade a correntes com forma 8/20 Os DPS primários para linhas de energia e
µs. Essa é a razão para a especificação do de telecomunicações devem ser instalados
CLAMPER Front V 275V 12,5/60kA, que na origem da instalação, sendo necessário
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Figura 8.10
Prédio
elevado com
SPDA externo
TABELA 8.6
Período esperado entre falhas para o caso de um edifício de 20 m de altura e área de 30 m x 60 m
com SPDA externo com malha de 10 m de largura
DPS INSTALADO DPS PARA NÍVEL DE PROTEÇÃO PERÍODO ESPERADO ENTRE FALHAS (ANOS)
Sim III e IV 10
Sim II 26
Sim I 52
TABELA 8.7
Modelos indicados para aplicação nas linhas de telecomunicações na entrada da edificação
DPS para instalação no Distribuidor Geral (DG)
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8.4.2 - PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE A Tabela 8.7 apresenta modelos de
TELECOMUNICAÇÕES DPS para utilização nas redes de
telecomunicações que atendem à
Os DPS para linhas de telecomunicações edificação. As recomendações contidas na
devem ser instalados no Distribuidor Seção 8.3.2 devem ser seguidas para os
Geral (DG) de telecomunicações do prédio, demais equipamentos.
conforme mostrado na Figura 8.12.
Distância de segurança
Figura 8.14
Fotografias de
instalações típicas
de DPS em redes
elétricas
clamper.com.br PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES 213
CAPÍTULO 9
No Brasil, os raios são responsáveis por cerca de 40% dos desligamentos na rede de
distribuição. Eles também são responsáveis por 55% da queima dos transformadores [2],
conforme ilustra a Figura 9.1.
Causas de danos em transformadores de distribuição
60
55
50
40
(%)
30
21 Figura 9.1
20
Dados referentes
à queima de
10 8 9 transformadores
4 3 de distribuição.
Retirado de [2]
0
É padrão das concessionárias de distribuição Como foi visto, não é possível fazer um
de energia elétrica instalar para-raios aterramento com impedância nula. O item
de média-tensão (PRMT) no primário do 4.2.2 do Capítulo 4 mostra que a corrente
transformador. Ocorre que o procedimento conduzida pelos PRMT não é totalmente
não é suficiente para garantir a proteção drenada pelo sistema de aterramento.
total do equipamento. O condutor de neutro Então parte dessa corrente é direcionada
multiaterrado, conectado ao tanque do para o lado de baixa-tensão pelo condutor
transformador, expõe o transformador a do neutro. Esse fenômeno está ilustrado na
elevados níveis de tensão na ocorrência de Figura 9.2.
surtos.
Figura 9.2 -
Transferência do surto
da média para a baixa-
tensão devido à atuação
dos PRMT
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9.1.1.1 - SURTOS ELÉTRICOS EM podendo provocar danos cumulativos no
TRANSFORMADORES transformador. A ilustração da Figura 9.3
mostra esse fenômeno.
As interações das descargas atmosféricas
com a rede de baixa-tensão podem se dar
por [3]:
de baixa-tensão;
Neutro
Transferência de surtos da média para
a baixa-tensão;
= +
Fase 3
Fase 2
Fase 1 Fase 2
Fase 1
Neutro Fase 1
Neutro
Neutro
Figura 9.6 - Instalação de para-raios de baixa tensão em circuitos monofásico, bifásico e trifásico
Figura 9.7
Detalhe de
instalação do
para-raios de
baixa tensão
no secundário
de um
transformador
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A Figura 9.7 mostra uma instalação real
dos para-raios de baixa tensão no circuito
secundário de um transformador.
TABELA 9.1
Especificação e modelos de CLAMPER Grid
CLAMPER Grid 280V 10kA C CLAMPER Grid 440V 10kA C CLAMPER Grid 280V 10kA I CLAMPER Grid 440V 10kA I
Transformador
Ramal cliente 1
PRMT
ΔV
CLAMPER Grid
Padrão de
entrada
Ramal cliente 2
00
Aterramento MRT
Aterramento do
Transformador
Esses fatores corroboram a importância dos para-raios de baixa tensão. Sua aplicação
em redes MRT seguem os mesmos princípios do sistema trifásico. A Figura 9.10 ilustra a
instalação dos para-raios de baixa tensão e a Tabela 9.1 apresenta os modelos de para-raios
de baixa tensão adequados a cada nível de tensão presente da rede.
clamper.com.br PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES 219
surtos elétricos pode ser feita por DPS Classe
II. A Figura 9.11 ilustra a instalação de
Transformador
auxiliar um religador em uma rede de distribuição,
e a Figura 9.12, a instalação do protetor
Alimentação
220/127 V
CLAMPER Front V junto do cubículo de
Religador controle.
TABELA 9.2
Modelos de DPS para proteção do circuito de controle
Máxima tensão
Corrente nominal
de operação Tipo de
Modelo de descarga
contínua conexão
(In)
(UC )
Também é possível instalar os para-raios de baixa tensão junto dos gabinetes do circuito
de controle, conforme indica a Figura 9.13.
Além da função de proteger, os religadores
podem enviar dados coletados para as Fase 1
CP – Concentrador primário
CS – Concentrador secundário
TLI – Terminal de leitura individual
Concessionária
CP CS
TLI
Rede de
baixa tensão
A posição dos concentradores na rede de
baixa-tensão, com DPS instalados nos
Alimentação
transformadores como visto no item 9.1.1.1,
contribui para que eles sejam posicionados
do CS
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A exemplo do projetado para os CS, devem ser
previstas proteções para os Concentradores
Primários (CP). Como os CP não têm conexão
com as unidades consumidoras, a proteção
contra surtos deve ser aplicada junto da
alimentação. O DPS utilizado precisa ter
corrente máxima de descarga a partir de 10
kA. Assim como acontece com os protetores
para os CS, os CP podem ser protegidos por
DPS do tipo perfurante.
TABELA 9.3
Modelos de DPS para proteção de SMC
Máxima tensão
Corrente máxima
de operação Tipo de
Modelo de descarga
contínua conexão
(Imax)
(UC )
TABELA 9.4
Modelos de DPS para instalação nos padrões de entrada
Máxima tensão
Corrente nominal
de operação Tipo de
Modelo Classe de descarga
contínua conexão
(In)
(UC )
Para evitar danos, é preciso usar DPS Se o DPS vai ser instalado em corrente
apropriados para mitigar os riscos de queima contínua ou corrente alternada.
de componentes do sistema, protegendo o
investimento feito no SFV. Os critérios para a instalação de DPS descritos
a seguir foram baseados na norma IEC 61643-
A seleção e a instalação de DPS em sistemas 32 [16]. Do ponto de vista da suportabilidade
fotovoltaicos depende de vários fatores: dos equipamentos instalados nas linhas
de corrente contínua, os DPS devem ter um
Densidade de descargas para a terra, Ng nível de proteção inferior ao suportável pelos
(descargas/km2/ano); equipamentos.
424 4 4 4
600 4 4 6
800 5 4 5 6
849 6 6 8
1000 6 6 6 8
1500 8 8 8 12
corrente contínua e Uw, a suportabilidade dos circuitos e o inversor for menor que dez metros,
equipamentos em relação às sobretensões não vai ser preciso instalar o DPS 2, como está
impulsivas. sendo mostrado na Figura 9.18.
Nos sistemas instalados em locais com baixa O mesmo ocorre na Figura 9.19: se a distância
incidência de descarga direta pode ser instalada entre o inversor e o painel fotovoltaico for menor
apenas proteção contra os surtos induzidos que dez metros, o nível de proteção UP do DPS
pelas descargas que caem nas proximidades 1 for menor ou igual a 0,8 UW ou se o nível de
dos painéis e das linhas de alimentação. Os proteção UP do DPS 1 for menor ou igual a 0,5 UW
tipos de DPS e seus locais de instalação estão (apresentado na Tabela 9.5), não vai ser preciso
discriminados na Figura 9.18, que coloca uma instalar o DPS 4. O comprimento dos cabos
edificação sem SPDA como exemplo. utilizados para a conexão do DPS deve obedecer
aos requisitos propostos na Seção 7.3.2.1
Se a distância entre o quadro de distribuição de (capítulo 7).
3 2 1 4
DPS
DPS
DPS
DPS
Sistema de aterramento de instalação
Figura 9.18
Barra de aterramento Legenda Diagrama
principal de instalação 1 - DPS Classe II para CC esquemático de
BEP
2 - DPS Classe II localização dos
3 - DPS Classe I ou II
4 - DPS Classe II para CC DPS. Adaptado
de [16]
Caixa de junção
d > 10 m
Figura 9.19
Esquema de
L1 L1 conexão de
DPS instalado
DPS
DPS
na estrutura
de corrente
contínua (no
L1 L1 lado CC) do SFV.
Adaptado de [16]
TABELA 9.6
Especificação e modelos indicados para proteção contra descargas indiretas
CLAMPER Solar
II 300 V - 40 kA 18 kA ≤ 2,0 kV
300V 40kA
1e4
CLAMPER Solar
II 600 V - 40 kA 18 kA ≤ 2,7 kV
600V 40kA
CLAMPER Solar
II 1040 V - 40 kA 18 kA ≤ 5,0 kV
1040V 40kA
CLAMPER Front V
2 II - 275 V 20 kA 10 kA 1,2 kV
275V 20kA
CLAMPER Front V
3 II - 275 V 20 kA 10 kA 1,2 kV
275V 20kA
Nota: Os modelos indicados para aplicação em corrente contínua têm três módulos integrados, preparados para conexão
tipo estrela, conforme detalhado no item 9.2.3.1.
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9.2.1.1 - INSTALAÇÃO DE PAINÉIS
FOTOVOLTAICOS EM EDIFICAÇÃO COM
SPDA EXTERNO ISOLADO DO SFV
Distância de separação (s)
DPS
4
DPS
DPS
1
DPS
se utilizar, junto do BEP, um DPS Classe I com BEP
1 - DPS Classe II para CC
2 - DPS Classe II
3 - DPS Classe I
TABELA 9.7
Especificação e modelos indicados para proteção contra descargas diretas, SPDA dos painéis fotovoltaicos
CLAMPER Solar
II 300 V - 40 kA 18 kA ≤ 2,0 kV
300V 40kA
1e4
CLAMPER Solar
II 600 V - 40 kA 18 kA ≤ 2,7 kV
600V 40kA
CLAMPER Solar
II 1040 V - 40 kA 18 kA ≤ 5,0 kV
1040V 40kA
CLAMPER Front V
2 II - 275 V 20 kA 10 kA 1,2 kV
275V 20kA
CLAMPER Front V
3 I/II - 275 V 60 kA 20 kA 1,5 kV
275V 20kA
Nota: Os modelos indicados para aplicação em corrente contínua têm três módulos integrados, preparados para a
conexão tipo estrela, conforme detalhado no item 9.2.3.1
Da resistência de aterramento da
edificação;
DPS
4
DPS
DPS
1
DPS
1 - DPS Classe I para CC
A Tabela 9.8 mostra valores mínimos para corrente contínua. O número de cabos de
a corrente nominal (In) e a corrente de descida influi na parcela da corrente a ser
impulso (Iimp) para os DPS do tipo limitador desviada pelos condutores do sistema de
de tensão a serem instalados nas linhas de geração fotovoltaica [16].
100% Sistema de
captação
Um condutor
Suporte
de descida
de
de cada lado
fixação
do
1
painel
DPS 3
BEL
DPS
DPS
DPS
4
DPS
L1
5
DPS
L2 BEP
6
DPS
L3
7
DPS
(PE) N
Sistema de Resistência
aterramento de aterramento
Figura 9.22 - Diagrama esquemático de instalação de DPS em estrutura com dois cabos de descida. Adaptado de [16]
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TABELA 9.8 - ADAPTADO DE [16]
Valores estimados de In e Iimp para DPS tipo limitador de tensão para instalação na linha de corrente contínua
<4 ≥4
I 200 kA 17 / 10 34 / 20 10 / 5 20 / 10
Uma instalação com SPDA de Nível de caso o inversor esteja junto do quadro
Proteção III requer a instalação de um DPS de distribuição de circuitos, conectado
nos cabos de corrente contínua com corrente à mesma barra de terra do quadro, com
de impulso Iimp mínima de 5 kA e corrente comprimento de cabo menor que meio
nominal de descarga In mínima de 8,5 kA. metro. O DPS 4 deve ser instalado o mais
Como os condutores estão ligados em próximo possível dos painéis fotovoltaicos.
paralelo com os condutores de aterramento,
os DPS devem ser de Classe I, conforme Sugestão de modelos a serem aplicados
mostra a Figura 9.22. considerando Nível de Proteção III e instalação
com até quatro descidas, conforme Tabela
O DPS 2 da Figura 9.21 não será necessário, 9.9.
TABELA 9.9
Especificação e modelos indicados para proteção contra descargas diretas, SPDA conectado à estrutura dos
painéis
Máxima tensão
Corrente de Corrente de
de operação Corrente de Nível de
contínua descarga descarga
DPS Modelo Classe impulso Iimp proteção
máxima Imax nominal In UP
(10/350 μs)
UCPV UC (8/20 μs) (8/20 μs)
CLAMPER Solar
I/II 150 V - 60 kA 20 kA 5 kA ≤ 1,2 kV
150V 60kA
CLAMPER Solar
I/II 300 V - 60 kA 20 kA 5 kA ≤ 3,0 kV
300V 60kA
1e4
CLAMPER Solar
I/II 600 V - 60 kA 20 kA 5 kA ≤ 2,5 kV
600V 60kA
CLAMPER Solar
I/II 1040 V - 60 kA 20 kA 5 kA ≤ 5,0 kV
1040V 60kA
CLAMPER Front
2 I/II - 275 V 60 kA 20 kA 12,5 kA 1,5 kV
275V 60kA
CLAMPER Front
3 I/II - 275 V 60 kA 20 kA 12,5 kA 1,5 kV
275V 60kA
Nota: Os modelos indicados para aplicação em corrente contínua têm três módulos integrados, preparados para conexão
tipo estrela, conforme detalhado no item 9.2.3.1
Haste do SPDA
Arranjos
Fotovoltáicos
Figura 9.23
Planta de geração
fotovoltaica com
vários painéis
interligados
Malha do Aterramento
III e IV 100 kA 5 10 15 30 10 20
* Refere-se ao modos de proteção: polo positivo para o polo negativo, polo positivo para a terra e polo negativo para a terra
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A Tabela 9.11 sugere DPS com níveis de proteção III e IV e instalação com até quatro
descidas.
TABELA 9.11
Especificação e modelos indicados para proteção de planta de geração fotovoltaica de grande porte
Máxima tensão
Corrente de Corrente de
de operação Corrente de Nível de
contínua descarga descarga
DPS Modelo Classe impulso Iimp proteção
máxima Imax nominal In UP
(10/350 μs)
UCPV UC (8/20 μs) (8/20 μs)
CLAMPER Solar
I/II 150 V - 60 kA 20 kA 5 kA ≤ 1,2 kV
150V 60kA
CLAMPER Solar
I/II 300 V - 60 kA 20 kA 5 kA ≤ 3,0 kV
300V 60kA
1e4
CLAMPER Solar
I/II 600 V - 60 kA 20 kA 5 kA ≤ 2,5 kV
600V 60kA
CLAMPER Solar
I/II 1040 V - 60 kA 20 kA 5 kA ≤ 5,0 kV
1040V 60kA
CLAMPER Front V
2 I/II - 275 V 60 kA 20 kA 12,5 kA 1,5 kV
275V 60kA
CLAMPER Front V
3 I/II - 275 V 60 kA 20 kA 12,5 kA 1,5 kV
275V 60kA
Nota: Os modelos indicados para aplicação em corrente contínua têm três módulos integrados, preparados para conexão
tipo estrela, conforme detalhado no item 9.2.3.1
tipo estrela;
tipo delta;
Módulos FV
em modo comum.
Recomenda-se o uso de uma combinação
de DPS ligados em série para proteger um
sistema de geração fotovoltaica com tensões
Saída em CA
Inversor
CLAMPER
Ethernet Rede ETHERNET
em corrente contínua entre 100 VCC e 1,5 kVCC.
A Figura 9.25 detalha uma ligação tipo estrela.
Os DPS 1, 2 e 3 devem trabalhar com a mesma
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
CLAMPER Solar SB
DPS
polos é aterrado. Nos sistemas aterrados, 1 2
T T T
DPS
DPS
DPS
1 2 3
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A conexão em delta, detalhada na Figura instalação (DPS 2). A Figura 9.29 detalha
9.27, representa a conexão clássica essa estrutura. Se a conexão do DPS 1 for
utilizada para proteção em modo comum: executada na mesma barra de aterramento
entre linha e terra e modo transversal, entre do polo ou se a distância (L) for menor que
linhas. Os DPS 1, 2 e 3 devem trabalhar dez metros, não precisa instalar o DPS 2.
com a mesma tensão nominal e ter a mesma Na conexão transversal, o DPS 1 precisa ter
capacidade de corrente nominal. O DPS 1, a tensão nominal superior à tensão máxima
conectado em modo transversal, deve ter do sistema (Uocmax) entre o polo positivo e o
tensão nominal superior à tensão máxima negativo. Se for indicado o uso do DPS 2,
do sistema (Uocmax) entre os polos positivo e a sua tensão nominal pode ser menor que
negativo. a tensão entre os polos positivo e negativo.
-
+ -
1
DPS
+
L 1
DPS
DPS
2 3
DPS
Na conexão em modo comum detalhada na Figura 9.29 - Conexão em sistema aterrado. Adaptado de [16]
Figura 9.28, deve ser levada em consideração
a suportabilidade dos equipamentos às 9.2.4 - CAIXA DE JUNÇÃO (STRING BOX/
sobretensões (ver Tabela 9.5). Na operação
dos DPS, a tensão residual a ser estabelecida COMBINER BOX)
entre os polos positivo e negativo deve ser a A proteção contra surtos entre os módulos
soma das tensões residuais dos DPS 1 e 2. fotovoltaicos e o inversor é provida pela
utilização dos DPS ou de caixas de junção
chamadas string box ou combiner box.
- De acordo com a NBR 16690 [18], a caixa
+ de junção é um invólucro que conecta em
paralelo subarranjos, séries ou módulos
DPS
DPS
1 2
fotovoltaicos e pode alojar dispositivos de
proteção e/ou de manobra. Uma string box
pode ser composta por DPS e elementos de
proteção e/ou seccionamento para proteger
os elementos da geração fotovoltaica contra
os surtos elétricos. Se for preciso, a caixa de
junção pode fazer o isolamento do circuito
Figura 9.28 - Conexão em modo comum para sistema isolado.
para impedir acidentes elétricos, como
Adaptado de [16] curtos-circuitos e choques.
Curto-Circuito
+ L
- N
Entradas Saída
Módulos Fusíveis Inversor
E1+ S1+
E1- S1-
E2+ Chave
Seccionadora
E2-
E3+
E3-
PE
Figura 9.31
L+ L- Diagrama elétrico da
DPS
DPS
DPS
Uma caixa de junção deve ser versátil invólucro próprio totalmente protegido
para atender aos variados modelos de contra poeira, jatos de água (IP65) e raios
equipamentos fotovoltaicos existentes e ultravioleta (UV) para resistir às intempéries
conseguir protegê-los. Essa versatilidade de uma instalação externa.
contempla, por exemplo, modelos com
quantidades de entradas, saídas e A Figura 9.32 traz uma visão geral de um
tensões distintas. Por causa das variadas sistema fotovoltaico em uma aplicação
características dos locais de instalação, residencial. É preciso prever proteções
a caixa de junção também precisa de um contra surtos elétricos no lado da corrente
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contínua (CC) - com a utilização de string box CLAMPER Solar SB e/ou DPS CLAMPER
Solar - e na corrente alternada (CA) - com a utilização dos DPS CLAMPER Front V.
CC
Clamper
Solar SB
Inversor
Quadro de
Distribuição
(Disjuntores)
Medidor
de Energia
Figura 9.32
Legenda
CA Visão geral de um
CA - Conrrente Contínua
CC - Corrente Alternada sistema fotovoltaico
Além dos fatores apontados no item 9.2.1, operação e a corrente máxima por entrada
a seleção da string box em um SFV vai obtidas na ficha técnica do fabricante
depender da: da string box. As características do SFV
(dentre elas, a quantidade dos painéis e a
Máxima tensão de circuito aberto; máxima corrente por entrada no inversor)
definem a quantidade de string box e de
Máxima corrente contínua (CC); suas entradas e saídas.
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
DPS
Inversor
CLAMPER Solar SB
Figura 9.33 - Exemplo de aplicação da string box CLAMPER Solar SB 1040V 32A 3E/3S P24 em um SFV com três séries fotovoltaicas
Os principais componentes de um
aerogerador são: A Figura 9.34 ilustra um aerogerador. Alguns
sistemas trabalham com uma caixa de
torre; engrenagens para aumentar a velocidade
instalada entre a turbina e o gerador.
nacele; Outros, mais modernos, têm a turbina ligada
diretamente ao eixo do gerador, conforme a
cubo do rotor (hub); Figura 9.35.
Balizamento Anemômetro
Pás
Nacele
Rotor Gerador
Caixa de
engrenagens
Sistema
de freio
Torre
Casa de controle
clamper.com.br PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETROELETRÔNICOS CONTRA SURTOS ELÉTRICOS EM INSTALAÇÕES 235
A
Turbina
Conversor Rede
eletrônico elétrica
Caixa de Gerador
engrenagens
A frequência de danos a aerogeradores que 75% dos danos ocorrem nas pás. A
na Europa variava entre 4% e 8% ao ano referência [20] afirma que, considerando
(dados obtidos no período 1991 a 1998 aerogeradores de todas as potências, 50%
[19]). Em levantamentos feitos entre 2002 e dos danos ocorrem nos sistemas elétrico e
2006, o Japão apresentava uma frequência de controle.
de danos nos aerogeradores bem maior que
a da Europa: entre 10% e 20%. E o número Os aerogeradores são conectados à rede
subiu ainda mais - para 30% - quando a elétrica, e os elementos que compõem o
região analisada foi a costa japonesa. circuito elétrico precisam de proteção. O
cubo do rotor é responsável pela rotação
Para o caso de aerogeradores de alta das pás da turbina em função da velocidade
potência (> 1 MW), a referência [20] indica e da direção do vento. Se o acionamento e
3
1
5 4
Figura 9.37 - Sistemas que devem ser protegidos com a instalação de DPS
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A classe dos DPS para um Sistema de às zonas de proteção. As zonas de proteção
Geração Eólica deve ser escolhida em função podem ser vistas na Figura 9.38.
do posicionamento do dispositivo em relação
ZPR 0A ZPR 0B
ZPR 1
ZPR 2
Cabos de
energia e dados
ZPR 1 ZPR 1
Linhas externas
ZPR 2
ZPR 2
Figura 9.38 - Zonas de proteção contra descargas, conforme definido na NBR 5419
DPS
DPS
1 3
6 Gabinete
4 de controle
G
DPS
DPS
DPS
7
DPS
5
Gerador (Rotor)
5 - Gerador (Estator)
DPS
6 - Gabinete de Controle
7 - Gabinete de Controle
8 - Rede elétrica principal
DPS
DPS
20kV/690V
9 - Inversor Transformador auxiliar
9 10
10 - Gabinete de Controle
DPS
11 - Gabinete de Controle 8
Transformador auxiliar
Figura 9.39 - Circuito elétrico típico de um aerogerador indicando os pontos para a instalação de DPS
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TABELA 9.12
Modelos recomendados de DPS para proteção de aerogeradores (rede elétrica) com tensão de estator 690 V
Anemômetro
e anemoscópio
ZPR 1 ZPR 0A
Sistema de controle
instalado em
gabinete metálico
DPS
1 Rede externa de
Modem telecomunicações
DPS
4
Figura 9.40 - Circuito
CLP de telecomunicação
e de dados típico de
DPS
DPS
2 3 um aerogerador com
indicação dos pontos
ZPR 2
Rede interna de
dados e controle
para instalação dos DPS
TABELA 9.13
Modelos recomendados de DPS para proteção de aerogeradores (rede de telecomunicações)
1) Os DPS 2 e 3 foram especificados para uma aplicação em RS232 ou RS485. Para outras aplicações, como loop de corrente e entradas e
saídas digitais de controladores programáveis, utilizar os protetores 922.B.0m3 para sinais analógicos ou 922.B.010 para sinais digitais.
Esses protetores estão disponíveis nas tensões de 12 Vcc, 24 Vcc, 48 Vcc ou 60 Vcc para sinais analógicos e 12 Vcc, 24 Vcc, 48 Vcc, 60 Vcc,
127 VRMS ou 220 VRMS para sinais digitais.
2) Para as conexões ethernet, com conectores tipo RJ45, utilizar o modelo CLAMPER Ethernet CAT5e
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CAPÍTULO 10
ZPR 0 A
ZPR
ZPR 11
ZPR
ZPR2 2
ZPR
ZPR3 3
i DESCARGA
D D
c P P f
S S
D BEL
D
b P P e
(a) , (b) , (c) - DPS de acordo com a
S S
Tabela 3 da IEC 61643-21
(d) , (e) , (f) - DPS de acordo com as
classes de teste I, II e III da ABNT NBR
IEC 61643-11
D D
a P BEP
0,5 iDESCARGA P d
S S
TABELA 10.1
Mecanismos de acoplamento - Adaptado de [2]
Formas de onda de
--- 1,2/50 µs 1,2/50 µs --- 10/700 µs 60 Hz
tensão
Requisitos
D1 C2 C2 D1, D2 B2 A2
do DPS b
a) Também se aplica aos acoplamentos capacitivos/indutivos de comunicação em redes de alimentação de energia adjacentes
b) Conforme Tabela 3 da IEC 61643-21
A seleção dos DPS deve ser norteada pela análise de risco, considerando a escolha da
categoria do DPS compatível com a zona de proteção onde será aplicado. A Tabela 10.2 traz
a categoria recomendada para os protetores de acordo com as zonas de proteção.
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TABELA 10.2
Seleção da categoria de acordo com a zona de proteção - Adaptada de [2]
Limite entre zonas de proteção ZPR 0 / ZPR 1 ZPR 1 / ZPR 2 ZPR 2 / ZPR 3
A Tabela 10.3 apresenta a relação entre classes e categorias dos DPS. Ela se baseia nos
valores das correntes dos ensaios propostos pelas normas IEC 61643-11 [5] e IEC 61643-
21 [6].
TABELA 10.3
Relação entre classes e categorias de DPS - Adaptado de [2]
ZPR 0 / ZPR 1 D1 I
ZPR 1 / ZPR 2 C2 II
O item 7.5 do capítulo 7 explica as características individuais dentro do DPSM pode ser feito por
do DPS Multiproteção (DPSM) e descreve sua ligação direta ou indireta. Uma tecnologia
aplicação. O DPSM complementa as proteções a adequada promove o isolamento sob tensões
montante porque combina circuitos de proteção nominais numa ligação indireta e garante a
de, no mínimo, dois serviços no mesmo invólucro eficácia na proteção dos serviços, caso ocorra
e fornece ligação equipotencial entre eles. um surto elétrico. A Figura 10.2 ilustra a
ligação equipotencial ao aterramento dentro
O aterramento compartilhado entre os serviços do DPSM feita por ligação direta e indireta.
Estação de
telecomunicações
Rede
telefônica
pública
comutada
Comutação
Modem
Cabo Cabo ADSL
Metálico Metálico
DSLAM
Internet
DG Residência / escritório
Armário de
distribuição
Figura 10.3 - Diagrama simplificado de rede de telefonia fixa e de comunicação de dados usando pares metálicos
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10.2.1 - PRÉDIO DA ESTAÇÃO diretas. A Tabela 10.4 , mostrada no Capítulo
DE TELECOMUNICAÇÕES 2 e repetida a seguir, reforça que o Nível de
Proteção da edificação também interfere no
De acordo com a NBR 5419 [3], o prédio da valor do período esperado entre falhas. Para
central telefônica normalmente está exposto uma proteção adequada, o Prédio da Estação
aos riscos S1, S2, S3 e S4. O Capítulo 2 de Telecomunicações requer a instalação de
enfatizou que instalações com torres elevadas DPS nos sistemas de energia e no distribuidor
estão ainda mais vulneráveis às descargas geral.
TABELA 10.4
Período esperado entre falhas para o caso de uma Estação de Telecomunicações com torre de 100 m de altura.
SPDA externo com malha de 10 m de largura e sem utilização de arranjo otimizado para a fiação interna. Região
com Ng = 10 descargas/Km2/ano
III e IV 5
I 22
Figura 10.4
Exemplo de
aplicação de DPS
na entrada de
energia elétrica
da Estação de
Telecomunicações
Figura 10.5 - Exemplo de distribuidor geral (DG) equipado com Figura 10.6 - Diagrama elétrico do Módulo Protetor Regenerável
módulos protetores (MP-R)
A Figura 10.7 mostra diversos tipos de módulos protetores MP-R e os respectivos blocos
terminais utilizados em um DG. O bloco C303 era o padrão da época da Telebrás. Esse módulo
ainda é muito encontrado nas estações de telecomunicações mais antigas. Os blocos IDC Contato
Cilíndrico e IDC Engate Rápido têm sido preferidos nas novas instalações, principalmente por
ocuparem menos espaço.
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Para os pares de fios destinados simultaneamente Para facilitar a diferenciação entre os
a linhas telefônicas e comunicação de dados, módulos MP-R e MP-N, as operadoras de
como as linhas ADSL, os módulos protetores telecomunicações padronizam cores distintas
devem ter baixa perda de inserção. Assim eles conforme descrito a seguir:
minimizam o impacto na transmissão digital.
Então é preferível utilizar o Módulo Protetor
Preto - destinado à proteção de linha
Normal (MP-N), que tem proteção paralela contra
sobretensão. A Figura 10.8 mostra o circuito telefônica fixa;
típico de um MP-N.
Verde - destinados à proteção de linha
de comunicação de dados (ADSL/VDSL).
Estação de
telecomunicações
Rede
telefônica
pública
comutada
Rede IP
Modem
Cabo Cabo ADSL
Óptico Óptico
Rede IP
Figura 10.10
Diagrama
Internet simplificado de rede
DGO Residência / Escritório de telefonia fixa e
Armário comunicação de
Óptico dados usando de
Armário Óptico
Figura 10.11 - Detalhe CLAMPER Front V 275V 45kA/SR instalado na linha de energia de um Armário Óptico para a proteção do
retificador
Bloco tipo IDC geleado Bloco tipo IDC contato cilíndrico Bloco tipo IDC engate rápido
Módulo MP-N ERBG Módulo MP-N-CC Módulo MP-N ERCP
Figura 10.12 - Exemplos de módulos protetores e blocos terminais para Armário Óptico
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10.3 - ESTAÇÕES DE RADIOBASE principais componentes de uma ERB externa
DE TELEFONIA MÓVEL CELULAR são mostrados na Figura 10.13, com destaque
para:
As estações radiobase (ERB) estão espalhadas
pelas cidades, no topo de edifícios, nas Torre;
montanhas e até mesmo em terrenos comuns.
Existem estações internas, tipo micro-ERB, e Container ou armário;
externas. As estações externas, principalmente
as localizadas em topo de edifícios ou de morros, Fonte de alimentação (retificador);
estão expostas aos riscos S1, S2, S3 e S4,
conforme NBR 5419 [3]. Por isso, elas devem ser Iluminação de balizamento;
protegidas contra as descargas atmosféricas. Os
Rádio instalado no armário ou na torre.
Figura 10.15 - DPS Classe I, modelo CLAMPER Front V 275V 12,5/60kA, aplicado na entrada da instalação, próximo ao medidor da
concessionária de energia
10.3.2 - BALIZAMENTO
de balizamento deve ser instalado no limite
A fonte de alimentação e o controle da entre a ZPR 0 e a ZPR 1, conforme mostra a
iluminação de balizamento do container ou Figura 10.16. Para sistemas alimentados em
do armário estão expostos aos riscos S1 e S2. -48 Vcc, a tensão nominal do DPS deve ser de
O conjunto de DPS para a proteção do sistema 75 V.
Figura 10.16 - Detalhe de aplicação de DPS CLAMPER Front V 75V 45kA para proteção de iluminação de balizamento em estação
radiobase alimentada em -48 VCC
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10.3.3 - CABOS COAXIAIS E GUIAS 10.3.4 - LINHAS DE TELECOMUNICAÇÕES
DE ONDA CONECTADOS ÀS ANTENAS
DA TORRE Em algumas ERBs pode haver conexões com
estações de telefonia fixa utilizando cabos
Os cabos coaxiais das antenas e das guias metálicos. Nesses casos, devem ser aplicados
de onda são blindados e estão conectados DPS nas conexões do limite entre a ZPR
à malha de aterramento em vários pontos. 0 e a ZPR 1. O tipo de DPS a ser utilizado
Mesmo quando os cabos estão longe da vai depender da tecnologia de comunicação
torre, essa proteção permanece para afastar adotada.
o risco de centelhamento. Ainda assim pode
ser necessário fazer a proteção específica
10.4 - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
dos cabos coaxiais para bloquear correntes
originadas por acoplamentos indutivos.
A automação das indústrias e a implantação
Quando aplicáveis, os DPS devem ser da indústria 4.0 são uma realidade no
instalados na transição entre a ZPR 0B e a cenário nacional. O principal objetivo dos dois
ZPR 1 (Tabela 10.1) e pertencer à categoria C2. conceitos é aprimorar processos produtivos,
A Figura 10.17 mostra um arranjo típico de integrar setores, controlar a planta fabril e
aterramento das blindagens dos cabos coaxiais usar diversos equipamentos eletroeletrônicos
no limite entre a ZPR 0 e a ZPR 1. para cumprir seu encargo. Essa meta pode
não ser alcançada devido a falhas ocasionadas
pelos surtos elétricos. Comumente, as
infraestruturas industriais são compostas
pelos seguintes equipamentos:
Sensores;
Inversores de frequência;
Atuadores.
TABELA 10.5
Linha de DPS indicados para proteção de CLP
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O item 1 da Tabela 10.6 apresenta os modelos de DPS para CLP destinados à alimentação
elétrica em corrente alternada. O item 2 apresenta os modelos destinados à alimentação
em corrente contínua.
TABELA 10.6
Modelos indicados para aplicação na alimentação de Controladores Lógicos Programáveis (CLP)
Como foi citado, a proteção desses componentes deve ser feita nas extremidades, conforme
ilustrado na Figura 10.23.
Figura 10.23
Esquema de conexão
protetor NPT 1/2”
Conforme apresentado no item 10.1, as linhas metálicas de transmissão de sinais também estão
sujeitas às diferenças de potencial. Então é preciso atenção na interligação dos aterramentos,
principalmente quando se tratar de edificações distintas. As Figuras 10.24 e 10.25 demonstram
as equipotencializações necessárias entre os equipamentos protegidos, os DPS e as barras
de aterramento, conforme explicado no item 4.3 do Capítulo 4. A ausência das barras de
equipotencialização (BEP) pode expor os DPS e equipamentos a uma tensão de regime contínuo
acima dos limites, devido à distinção entre aterramentos. Esse caso é análogo ao do sistema de
aterramento TT e pode causar danos ou queima dos DPS.
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Figura 10.25
Exemplo de aplicação
em sensor indutivo
referenciado ao
barramento de
equipotencialização
TABELA 10.7
Modelos recomendados de DPS para proteção dos inversores de frequência
Tensão de instalação
Protetor DPS
Tensão de fase (V) Tensão de linha (V)
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Figura 10.28 - Correia
transportadora de cimento
Como esses locais demandam dispositivos mais robustos, recomenda-se a instalação de DPS
de classes que atendam aos requisitos de surtos diretos (10/350 µs). A Tabela 10.8 indica
os DPS com valores mínimos para essa aplicação.
TABELA 10.8
Modelos recomendados de DPS para proteção dos inversores de frequência
Tensão da instalação
Protetor DPS
Tensão de fase (V) Tensão de linha (V)
10.4.3 - ATUADORES
CLAMPER Control 4 2
IB Fio 2
5 1 3
TABELA 10.9
Modelos de protetor recomendados para proteção de solenoides eletropneumáticas
2 CC 24 V 923.B.010.024 Faster
Válvula
eletrohidrosolenóide
CLP(ITE)
Distância > 10 m
CLAMPER CLAMPER
Control Control
Geralmente essas válvulas são alimentadas em 127 Vca ou 12 Vcc. Os protetores recomendados
para essa aplicação são apresentados na Tabela 10.10.
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TABELA 10.10
Modelos de protetor recomendados para proteção de solenoides eletro-hidropneumáticas
2 CC 12 V 923.B.010.012 Faster
Sinalização Remota
Essa sinalização pode ser integrada aos atingirem o fim de vida útil, um dos contatos
sistemas de automação para detectar a fecha e aciona o contator K3. Por sua vez,
necessidade de substituição do DPS. Os o contato de K3 aciona a Sinalização SL1 e,
contatos SR-DPS1 e SR-DPS2 demonstrados simultaneamente, envia o sinal para o CLP
na Figura 10.33 são as sinalizações remotas detectar a necessidade de substituição do
dos dispositivos protetores. Quando os DPS protetor.
PE
N
L
-X
L
-T
1 2
SR -DPS1 11 SR -DPS2 11 13
-DPS1 -DPS2 -V
-K3 PE
12 14 12 14 14 + -
3 4
A1 X1
-K3 -SL1
A2 X2
Figura 10.33 - Exemplo de
CLP utilização da sinalização
remota de acionamento de
lâmpada ao fim de vida útil
do DPS
A Figura 10.34 demonstra o arranjo feito Por fim, o sinalizador SL1 é energizado,
com os contatos SR-DPS1 e SR-DPS2 que demonstrando para a equipe de manutenção,
correspondem aos contatos de sinalização via sistema supervisório, que os DPS 1 e 2
remota do dispositivo CLAMPER Front V. precisam ser substituídos.
PE
N
L
-X
L
-T
1 3 13
1 2
-K3 -K3
2 4 14 -V
PE
+ -
3 4
X1 X1 X1
DPS
DPS
CLP
A1
-K3
A2
Figura 10.34 - Exemplo de utilização da sinalização remota para introdução de DPS backup
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e preconiza a aplicação de DPS de Classe I ou em corrente contínua e barramentos de
Classe I e II no quadro geral. Nos quadros de comprimentos superiores a dez metros, o
circuitos estão previstos os DPS de Classe II, mais adequado é instalar DPS Classe III, de
de acordo com a análise de risco feita. Para acordo com o demonstrado na Figura 10.35.
a proteção dos equipamentos com fontes
0 – 65 V CC – 10 A
Fonte de
alimentação CC Equipamento 1
CA
CLAMPER Front
722.8.010.050 722.8.010.050
CLAMPER Front
Equipamento 2
CLAMPER Front
Equipamento 3
CLAMPER Front
A Tabela 10.11 apresenta os modelos de DPS para instalação na linha de alimentação para
equipamentos que utilizam fontes chaveadas. A tabela também indica os modelos de DPS
para o quadro de distribuição geral (QDG), o quadro de distribuição de circuitos (QDC) e
aplicados na entrada da fonte.
TABELA 10.11
Modelos de DPS aplicados em linha de alimentação
TABELA 10.12
Modelos a serem aplicados na linha de sinal de sistemas de detecção
Serial 822.B.020
Endereçável
Ethernet S800 Ethernet CAT5e
Energia
iCLAMPER Pocket
Cabo RJ45 com PoE
DVR/NVR
CLAMPER Energia 3 +
iCLAMPER Ethernet
Cabo Ethernet
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A Tabela 10.13 apresenta modelos de DPS para sistemas de monitoramento dos tipos
analógico e digital, considerando que os equipamentos estão localizados na ZPR 1.
TABELA 10.13
Modelos a serem aplicados na linha de sinal dos sistemas de CFTV
812.X/F F 10 kA Analógica
Câmara de 1 4
monitoramento
D 24 VCC RS 485 D
2 P P Detetor de
Alarme S S fumaça
D
P
S Botoeira
1 1 de saída
D D
P P
Sensor S S
de porta
D
P 3
S
Ethernet Figura 10.39
D Exemplo da
P
Fechadura S aplicação de DPS
em sistemas de
5 segurança
D
P Alimentação AC –127 V
S
TABELA 10.14
Modelos de DPS aplicados em sistemas de segurança
1 722.B.010.050 6,5 kA
4 822.B.020 10 kA
5 722.B.010.127 12 kA
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CAPÍTULO 11
Pátio 1 Pátio 2
Até
2,5 km
DD DD DD DD
MC MC MC MC
Sinaleiro
DD Detector de descarrilamento
MC Máquina de chave elétrica
CDV MC
A Figura 11.3 mostra a estrutura de um abrigo edificado em alvenaria e outro, tipo bastidor,
chamado de Case, ambos instalados ao longo da ferrovia
Figura 11.3 - Abrigo típico utilizado para equipamentos de sinalização e bastidor Case
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Todas as linhas elétricas ou de sinais devem os DPS Classe I e corrente nominal de descarga
ser protegidas. As linhas de sinais vitais são de 20 kA para os DPS Classe II. Quando o
destinadas ao tráfego de sinais essenciais sistema ferroviário for alimentado por linhas
à segurança e ao correto funcionamento do elétricas não diretamente aterradas (sem
aterramento do neutro) sujeitas a elevadas
sistema básico de sinalização ferroviária. O sobretensões temporárias, recomenda-se que
CDV, a máquina de chave e o sinaleiro fazem a tensão máxima de operação contínua (UC )
parte dessa estrutura e podem requerer DPS dos DPS seja igual ou superior à tensão entre
especiais em função da segurança envolvida linhas do sistema (U).
na operação.
Os DPS devem ser instalados na entrada das
11.1.2 - LINHAS DE ENERGIA linhas de energia, na ZPR 0 e, internamente,
na ZPR 1. Pode ser preciso usar dispositivos
Quando o sistema ferroviário for alimentado de coordenação entre os DPS, caso a distância
por linhas elétricas com neutro aterrado entre eles seja inferior a dez metros, conforme
(esquema de aterramento tipo TN), a seleção do pode ser visto na Figura 11.5 que mostra a
DPS deve atender aos requisitos da NBR 5410 localização dos DPS. Caso não exista cabine
[1]. Considerando a possibilidade de descarga de alimentação com distância adequada,
direta, os DPS devem ser mais robustos, com elementos adicionais de coordenação se
corrente de impulso Iimp mínima de 25 kA para tornam mandatórios.
Figura 11.4
Coordenação entre
os DPS. Módulo de
coordenação modelo
MCP - 20
Figura 11.5
Exemplo de
localização de DPS
para linha de energia
Figura 11.6
Diagrama da
conexão de
DPS para a
sinalização
ferroviária.
Adaptado de [2]
A Figura 11.8 mostra a barra de DD, a caixa de junção e um DPS curto-circuitante Classe I.
DPS 3, 4 e 5
CLAMPER Rail
175V 7,5/90kA
DPS 1 e 2
CLAMPER Front G
250V 50kA
Figura 11.7
Diagrama
simplificado
do circuito de
detecção de
descarrilamento
(DD). Adaptado
de projeto
VALE/ MRS-
CLAMPER
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CLAMPER Front G
250V 50kA Slim
Figura 11.8 - Imagens de um DPS CLAMPER Front G 250V 50kA Classe I instalado na caixa de junção próxima ao trilho
11.1.3.2 - CIRCUITO DE VIA (CDV) diretas, uma vez que os condutores que levam
os sinais são conectados diretamente aos
A Figura 11.9 mostra um diagrama simplificado trilhos.
do circuito de via responsável pela localização da
composição na via. O dispositivo é considerado A Figura 11.10 mostra detalhe do DPS
um sinal vital para o sistema de sinalização curto-circuitante Classe I aplicado na caixa
ferroviária e está mais exposto às descargas de junção do circuito de via junto do trilho.
Figura 11.9
Diagrama simplificado
do circuito de via
(CDV). Adaptado de
projeto VALE/MRS-
DPS 5 a 10 - CLAMPER Rail 175V 7,5/90kA DPS 1 a 4 - CLAMPER Front G 250V 50kA CLAMPER
Figura 11.11
Diagrama
simplificado do
circuito da máquina
de chave. Adaptado
de projeto VALE/
MRS - CLAMPER
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A Figura 11.12 mostra um detalhe de DPS Classe I instalado em caixa de junção próxima
da máquina de chave.
Figura 11.12
Imagens de DPS
CLAMPER Front G CLAMPER Front S Classe I instalados
(linha de sinal) (linha de sinal) em caixa de junção
próxima ao trilho.
11.1.3.4 - SINALEIROS
lâmpadas LED, e no lado do abrigo. A Figura
O sistema de sinalização visual, também 11.13 mostra, de forma simplificada, a proteção
considerado como vital para o sistema dos circuitos sinaleiros.
ferroviário, está exposto a surtos induzidos A Figura 11.14 mostra a imagem de um
por descargas atmosféricas próximas. Deve ser sinaleiro com DPS instalados na caixa de
protegido no campo, principalmente no caso de junção localizada no poste metálico.
Figura 11.13
Diagrama simplificado
da proteção dos circuitos
sinaleiros. Adaptado de
projeto WABTEC/ MRS-
CLAMPER
A Figura 11.16 mostra a instalação de um Figura 11.17 - DPS plugável adequado para fixação em conector
DPS Classe I em detectores de descarrilamento padrão AREMA [3]
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Um abrigo pode receber uma quantidade expressiva assim, essa estrutura de cabeamento é muito
de sinais vindos do campo. A intensidade da encontrada nas instalações. Os DPS com
operação demanda a instalação dos DPS em comprimentos de cabos mais longos até a
painéis com superfície equipotencial de baixa barra de equipotencialização terão tensões
impedância. A Figura 11.18 mostra uma prática residuais mais elevadas, podendo ser
não recomendada de cabeamento que pode adicionadas tensões de até 2 kV por causa da
comprometer o desempenho da proteção. Mesmo queda de tensão indutiva nos cabos.
Figura 11.18 - Prática de cabeamento não recomendável devido ao grande comprimento dos cabos de aterramento. Adaptado de [2]
A Figura 11.19 mostra uma forma mais 11.2 - DUTOS DE ÓLEO E GÁS
adequada para fazer a conexão de aterramento
dos DPS. Cada DPS é ligado diretamente à 11.2.1 - PROTEÇÃO CATÓDICA
estrutura metálica de sustentação do bastidor, O uso de dutos metálicos para transportar óleos,
que serve de superfície equipotencial de baixa gases combustíveis ou água requer uma série
impedância. de cuidados especiais. As características das
instalações ou algumas finalidades - transporte
de inflamáveis, por exemplo - justificam essa
atenção. Técnicas de proteção catódica contra
corrosão acelerada por meio da injeção de
corrente contínua no duto são largamente
utilizadas, conforme mostrado na Figura 11.20.
ISOLANTE
Corrente
induzida
A existência de indução de 60 Hz de
forma permanente no duto;
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11.2.2 - SELEÇÃO DE DPS
proteção catódica, os DPS devem ser de
PARA O RETIFICADOR
Classe I na entrada em 60 Hz e na saída em
Considerando o elevado nível de exposição corrente contínua conectada diretamente ao
do retificador que alimenta o sistema de duto, conforme indicado na Figura 11.25.
Figura 11.25
Proteção do
retificador
Figura 11.26
Ligação elétrica
do DPS à junta.
Adaptado de [4]
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11.2.4 - SELEÇÃO DE DPS PARA a) Tecnologia de estado sólido;
DUTO COM INDUÇÃO DE 60 Hz EM b) Frequência de operação de 60 Hz;
REGIME PERMANENTE c) Tensão de bloqueio de -3 V a 1 V;
d) Corrente de regime de 45 Arms;
Nos casos de tensão induzida em função
e) Corrente de falta máxima (30 ciclos) de
da proximidade do duto com linhas de
3,7 kA;
transmissão, como o apresentado na
Figura 11.29, o DPS deve ser combinado e f) Corrente de impulso máxima (8/20 μs) de
adequado para: 100 kA.
Figura 11.29 - Indução de 60 Hz em duto próximo à linha de transmissão de energia. As correntes de carga normal e as de curto-
circuito provocam induções no duto enterrado
Figura 11.30 - Instalação de DPS desacoplador nos Figura 11.31 - Protetor desacoplador de corrente
dois lados do duto sujeito à indução de tensão 60 Hz alternada modelo DDCC instalado no citygate
Medidor
QDC
kWh
Figura 11.32
Elementos
básicos de
Carregamento via tomada um sistema
de recarga de
veículos elétricos
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A norma IEC 61851-1 (Electric vehicle amplitude de corrente maior, se comparado
conductive charging system - Part 1: General ao modo 1 de recarga: (I) 250 VCA e 32 A
requirements) [6] relaciona quatro possíveis para sistema monofásico e (II) 480 VCA e 32
modos de conexão para a recarga de Veículos A para sistema trifásico.
Elétricos (VE):
Modo 3 - Conexão do VE a uma estação
Modo 1 - Conexão direta do VE a uma de recarga permanentemente conectada
tomada de corrente alternada (CA) por a uma rede pública de energia de CA
meio de cabo e plugue do próprio VE. que tem um sistema de monitoramento
É obrigatório que haja no cabo e na e controle da recarga (control pilot
tomada o condutor de proteção contra function).
choques elétricos (PE). Os limites de
tensão e corrente para esse modo são (I) Modo 4 - Conexão do VE a uma estação
250 VCA e 16 A para sistema monofásico de recarga que fornece energia em
e (II) 480 V CA e 16 A para sistema corrente contínua (CC) que permite
trifásico. recarga rápida e tem um sistema de
Modo 2 - Conexão do VE a uma tomada monitoramento e controle da recarga
de CA por meio de um equipamento com (control pilot function).
cabo e plugue dotado de um sistema
para monitorar e controlar a recarga A Figura 11.33 ilustra os modos de conexão
(control pilot function). O modo 2 tem para recarga.
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Considerando os pontos de recarga expostos (A) As estações de recarga conectadas à
às fontes de danos S1 e S3, o valor mínimo rede pública de energia devem atender à
para a corrente de impulso Iimp deve ser de categoria IV de suportabilidade;
12,5 kA.
(B) As estações de recarga conectadas
Os DPS destinados à proteção dos pontos a circuitos de distribuição internos das
de recarga expostos às fontes de danos S2 edificações, como as estações de modo
3, devem atender à categoria III de
e S4 devem ter corrente nominal In mínima
suportabilidade;
de 5 kA. O item 2.2 do Capítulo 2 detalha o
conceito das fontes de danos. (C) VE e acessórios que atendam ao
modo 2 de conexão devem suportar
Assim como ocorre com os aparelhos impulsos de acordo com a categoria II
eletrodomésticos, as estações de recarga e de suportabilidade.
os veículos elétricos têm tensão de impulso
suportável. Isso é caracterizado pelo nível A NBR 5410 [1] e a NBR 5419 [7],
de sobretensão transitória que o isolamento compatibilizadas com a IEC 62305 [8],
da estação de recarga ou o VE é capaz de categorizam as instalações e estipulam os
suportar sem sofrer disrupções nem danos. valores mínimos que os componentes devem
A norma IEC 61851-1 [6] indica as categorias ter de acordo com o local de sua aplicação. A
Tabela 11.1 apresenta os valores de “Tensão
de suportabilidade a impulsos transitórios a
de Impulso Suportável Requerida”. Os valores
que as estações de recarga devem atender. de suportabilidade estão correlacionados ao
Os níveis desses impulsos dependem modo de conexão e ao valor da tensão nominal
diretamente do local onde essas estações do sistema elétrico de alimentação.
serão instaladas, a saber:
TABELA 11.1
Suportabilidade Uw requerida aos impulsos de tensão
DPS
DPS
DPS
DPS
Figura 11.36 - Proteção para VE com recarga direta no sistema de CA - Modos 1 e 2
Uma alternativa é usar a proteção Classe III antes da tomada de CA. A Figura 11.37 ilustra
esse modelo. O DPS Classe III pode ser suprimido, caso o valor de suportabilidade do veículo
seja maior que o valor Up do DPS a montante da tomada de CA e se a distância entre eles
for inferior a dez metros.
Já os modos de recarga 3 e 4 são constituídos por estações que geralmente estão sob forte
influência dos efeitos das descargas atmosféricas diretas (danos S1). Essas estações estão
próximas à ZPR 0 e sem proteção a montante. Assim é prudente instalar DPS Classe I ou
Classe I e II junto da estação de recarga. A Figura 11.38 ilustra esse tipo de aplicação.
ZPR 0
DPS
DPS
DPS
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Se a estação de recarga estiver abrigada na agregada ao DPS, caso a corrente de curto-
ZPR 0B ou maior e contar com uma proteção circuito no ponto de instalação da estação
a montante, a utilização de DPS Classe II ou de recarga seja maior que a capacidade de
desconexão do DPS.
superior deve ser considerada.
A Tabela 11.2 traz exemplos de DPS a serem
Devido à localização das estações de recarga, aplicados aos modos 1 e 2 de recarga dos
é importante haver uma proteção backup VE, de acordo com a ZPR onde o VE estiver.
TABELA 11.2
Sugestão de modelos de DPS para os modos 1 e 2 de recarga do VE em função da ZPR
A Tabela 11.3 sugere modelos de DPS para aplicação na proteção de estações de recargas,
de acordo com a tensão nominal do sistema de alimentação e a ZPR onde a estação de
recarga está instalada.
TABELA 11.3
Sugestão de modelos de DPS aplicados às estações de recarga de acordo com as zonas de proteção
110 a 127 220 a 254 CLAMPER Mobi Box 220V CLAMPER Front V 275V 12,5/60kA
220 a 254 380 a 480 CLAMPER Mobi Box 380V CLAMPER Front V 460V 12,5/60kA
380 a 480 658 a 830 CLAMPER Mobi Box 680V CLAMPER Front V 680V 12,5/60kA
Alguns modelos de estação de recarga têm conexão com redes de dados via ethernet ou
outras tecnologias de comunicação. Como foi abordado no capítulo 6, as linhas de dados
estão sujeitas às fontes de danos S2 e S4. Então elas também devem ser protegidas e
equipotencializadas com as linhas de energia. A Tabela 11.4 traz exemplos de DPS para
essas aplicações.
TABELA 11.4
Sugestão de modelos de DPS aplicados às portas de comunicação das estações de recarga
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TABELA 11.5
Especificação de DPS para proteção contra descargas indiretas
Alta II 10 kV 2 10 kA2
A Figura 11.40 mostra o esquema de proteção da luminária LED e a Tabela 11.6 mostra os
modelos adequados para linhas de energia com tensão nominal de 127 ou 220 V.
Figura 11.40
Esquema de
proteção da
luminária de
LED
TABELA 11.6
Modelos a serem aplicados em linhas de energia com tensão nominal de 127 ou 220 V
Tensão de
Corrente máxima
circuito Corrente nominal
Classe de descarga Imáx Modelo
aberto VOC de descarga In
(8/20 μs)
(1,2/50 μs)
A Figura 11.42 ilustra a aplicação de DPS em luminária com risco de descarga direta e a Tabela
11.7 mostra os modelos adequados para linhas de energia com tensão nominal de 127 ou 220 V.
CLAMPER Light
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TABELA 11.7
Modelos a serem aplicados em linhas de energia com tensão nominal de 127 ou 220 V
Corrente Corrente
Tensão de Corrente de
máxima de nominal de
Item Classe circuito aberto impulso Iimp Modelo
descarga Imáx descarga In
VOC (1,2/50 μs) (10/350 μs)
(8/20 μs) (8/20 μs)
1 II 10 kV NA 12 kA 5 kA CLAMPER Light
As luminárias de áreas internas - ZPR 1 - devem ser protegidas com DPS Classes II e III,
conforme indicado na Figura 11.43.
Figura 11.43
Indicação de
locais com DPS
para proteção de
sistema interno de
iluminação
TABELA 11.8
Modelos a serem aplicados em linhas de energia com tensão nominal de 127 ou 220 V
Tensão de
Corrente máxima Corrente nominal
circuito
Classe de descarga Imáx de descarga In Modelo
aberto VOC
(8/20 μs) (8/20 μs)
(1,2/50 μs)
Figura 11.45
Detalhe conexão em série
com a luminária
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Figura 11.46
Detalhe conexão em
paralelo com a luminária
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menor intensidade de energia conduzidos pelos A onda de corrente com forma de 8/20
cabos das redes onde os DPS estão instalados. μs é utilizada para testar DPS Classes
Além dos surtos de origem atmosférica, há os I e II. Durante a operação, esses DPS
originados em manobras da concessionária e podem ser submetidos às correntes
por faltas na rede elétrica, geralmente causadas
por interrupções no fornecimento. Os diversos conduzidas por uma linha ou por uma
geradores visam reproduzir essas condições, rede metálica. As correntes também
utilizando formas de onda e valores típicos são geradas por uma descarga direta
desses eventos. ou nas proximidades das redes;
Como foi analisado no Capítulo 7, há três Uma forma simples de gerar ondas
formas de onda usadas para reproduzir os impulsivas de tensão e de corrente é
principais fenômenos que ocorrem durante a utilizando um circuito ressonante -
operação dos DPS no campo. Os ensaios são composto por um Resistor, um Indutor e
feitos nos DPS Classes I, II e III:
um Capacitor, também conhecido como
circuito RLC. Nessa estrutura, um capacitor
A onda de corrente com forma de 10/350 é descarregado no circuito chamado de
μs é utilizada para testar DPS Classe I. conformador de onda e no DPS ensaiado.
Durante a operação, esses DPS podem ser
submetidos a uma parcela das correntes A Figura 12.1 mostra um circuito básico de
provenientes de descargas atmosféricas um gerador de impulsos ou de surtos e o
diretas; sistema de medição geralmente utilizado.
Relé de
Retificador Alta tensão Circuito conformador de onda
R2 L
DPS
Objeto
C1 R1 C2 de teste
Objeto
de teste
Transformador
de corrente
S1
DPS
C1 S2
R1 R2
TC
Figura 12.2 - Circuito do gerador de corrente impulsiva para ensaios em DPS Classe I. Forma de onda 10/350 µs
Figura 12.3 - Gerador de corrente de 150 kA para a forma de onda de 10/350 µs - Laboratório da CLAMPER
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Figura 12.4 - Gerador de corrente 150 kA para a forma de onda de 10/350 µs - Laboratório da CLAMPER
R L
Objeto
C de teste
Figura 12.5 - Circuito do Gerador de corrente impulsiva para ensaios em DPS Classe I e Classe II para forma de onda 8/20 µs
R2 L
DPS
Objeto
C1 R1 R3 de teste
Figura 12.7 - Circuito do gerador de onda combinada para ensaios em DPS Classe III. Forma de onda de tensão de 1,2/50 µs em
circuito aberto e forma de onda de corrente de 8/20 µs em curto-circuito
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Figura 12.8 - Gerador de onda combinada de 20 kV na forma de onda de 1,2/50 µs e de 10 kA na forma de onda de 8/20 µs -
Laboratório CLAMPER
12.2.4 - ACOPLAMENTO E
DESACOPLAMENTO
utilizar elementos de acoplamento e
No caso de ensaios com amostras desenergizadas, desacoplamento, de acordo como o tipo de
o circuito de montagem consiste basicamente em DPS. Esses elementos devem garantir uma
conectar o DPS à saída do gerador de surtos. alimentação sem distorções nem perturbações,
evitando que ruídos sejam inseridos nos ensaios.
A Figura 12.9 mostra o circuito simplificado do
Em situações em que são requeridos ensaios de arranjo para ensaio com tensão de operação
surtos com a amostra energizada, é necessário usando o gerador de surtos.
Circuito de Circuito de
desacoplamento acoplamento
Fase
DPS
Figura 12.9
Neutro Circuito da montagem
com elementos
de acoplamento e
PE desacoplamento, de
Referência de terra
acordo com a norma
IEC 616000-4-5 [1]
12.3 - MEDIÇÕES
A
DPS
Objeto
Objeto
de teste
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12.3.2 - MEDIÇÕES REALIZADAS COM De rotina: feitos durante a fabricação
TRANSFORMADORES DE CORRENTE do DPS ou para validar o seu
funcionamento adequado em campo.
Esse tipo de ensaio tem o caráter não
Em vez de usar resistores shunt para
destrutivo.
fazer a medição das correntes de surto, os
transformadores de corrente (TC) devem operar
considerando uma isolação completa do canal De aceitação / recebimento: acontecem
de medição do osciloscópio. Essa condição mediante acordo entre o fabricante e o
permite a medição de altas correntes de comprador.
surto com precisão e segurança. A Figura
12.11 mostra os circuitos para a medição da 12.4.2 - ENSAIOS DE TIPO
corrente com resistor shunt e com TC de alta
frequência.
Para avaliar a efetividade na proteção contra
surtos elétricos, os DPS precisam atender a
uma série de requisitos. Essa é uma forma
A
DPS
Objeto
de teste de garantir a segurança da operação nas
condições normais em regime permanente
Resistor
shunt
e no final de vida útil do DPS. Para verificar
o atendimento a esses requisitos, é preciso
executar uma ampla sequência de checagem
e de ensaios. Os Ensaios de Tipo avaliam os
seguintes requisitos:
B
DPS
Objeto
de teste Identificação: critérios e ensaios para
assegurar que as marcações do produto
sejam adequadas e duradouras. Dessa
forma, o usuário fica seguro sobre a
Transformador
de corrente
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Nas medições em campo, os valores que medidas durante os ensaios. Assim o mau
estiverem fora dos limites mencionados acima contato ou as configurações que adicionem
indicam que o DPS alcançou o fim de vida útil impedâncias desnecessárias ao circuito de
ou está próximo disso. Nesses casos, o DPS ensaio não comprometem o procedimento.
precisa ser substituído imediatamente. Recomenda-se evitar, por exemplo, o uso
de garras tipo “jacaré” e cabos longos para
montagem do circuito de conexão das
12.4.4 - ENSAIOS DE ACEITAÇÃO /
amostras.
RECEBIMENTO
Os ensaios de aceitação / recebimento Também é preciso ficar atento aos efeitos
normalmente são feitos mediante acordo indutivos ao circuito de medição que podem ser
entre o fabricante e o comprador. Quando provocados pelas altas correntes impulsivas.
o comprador não especifica ensaios de Essa observação é importante para tornar as
recebimento / aceitação no contrato de coletas de dados mais confiáveis.
compra, os seguintes ensaios devem ser feitos:
A conexão do sistema de medição no circuito de
Inspeção visual das identificações e ensaio deve priorizar o uso de cabos coaxiais.
marcações; Se não for possível, recomenda-se utilizar um
par de condutores trançados, distanciando-
Medição do nível de tensão de proteção -os apenas o suficiente para fazer a conexão
(Up ) na corrente nominal (In ) do DPS. nos terminais da amostra. O uso de pares de
fios separados deve ser evitado, pois o loop
(enlace) criado pode acoplar tensões induzidas
E podem ocorrer outros ensaios elétricos,
pela passagem da alta corrente de surto pela
caso tenham sido requeridos pelo
amostra. Esse efeito eleva o nível de tensão
comprador.
residual medida, mascarando o resultado real.
As Figuras 12.12 e 12.13 mostram exemplos
12.5 - TÉCNICAS DE MEDIÇÃO E BOAS de conexão da ponta de tensão ao DPS
PRÁTICAS ensaiado.
Para obter dados confiáveis e garantir As figuras 12.12 A) e 12.13 A) mostram um loop
segurança na operação, alguns detalhes formado pelos cabos de conexão da ponta de
devem ser levados em conta no momento dos prova no DPS. A tensão induzida pela corrente
ensaios de surtos. de ensaio nesse loop é adicionada à tensão a
ser medida, levando a erros significativos no
As conexões entre o gerador de surtos e o DPS
valor de tensão medida. As figuras 12.12 B)
devem ser as melhores possíveis para reduzir
e 12.13 B) mostram a conexão adequada em
desvios e/ou variações nas formas de onda
que o loop foi reduzido.
A B
DPS
DPS
Figura 12.12 - Exemplo de conexões entre sistema de medição de tensão e DPS ensaiado
A) Arranjo com formação de loop nos cabos de medição.
B) Arranjo otimizado.
O arranjo b é o melhor caso
Para o mesmo valor de corrente de ensaio (10 kA), a Figura 12.14 mostra as tensões residuais
medidas no DPS com e sem a formação de loop nos cabos de conexão. Na Figura 12.14, os
casos A e B correspondem aos arranjos de medição mostrados nas Figuras 12.12 e 12.13.
Nota-se na Figura 12.14 que o loop formado pelos cabos de conexão eleva em mais de 50%
o valor da tensão residual medida.
3,00 12,00
2,50 10,00
Corrente
2,00 8,00
1,50 6,00
Caso A
1,00 4,00
Caso B
0,50 2,00
0,00 0,00
-0,50 -2,00
-10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (µs)
Figura 12.14 - Exemplo da variação da tensão residual medida em função de acoplamentos no circuito de medição. Caso A: enlace
aberto; Caso B: enlace fechado. Medição feita no Laboratório da CLAMPER
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12.6 - LABORATÓRIO CLAMPER Pontas de prova e divisores para medição
de tensões de até 40 kV;
Em 2021, a CLAMPER iniciou a instalação Transformadores de corrente para
de um novo laboratório, mais completo e medição de correntes impulsivas de até
moderno, para substituir a estrutura anterior. 300 kA;
Osciloscópios digitais.
Em uma área com mais de 400 m², a nova
estrutura é composta pelos seguintes 12.7 - CONCLUSÕES DESTE CAPÍTULO
equipamentos principais:
As seguintes conclusões podem ser formuladas
Gerador de surtos de corrente, onda 8/20 com base no exposto ao longo deste capítulo:
µs, corrente máxima de 250 kA;
Gerador de surtos de corrente, onda Para garantir que os DPS cumpram com
10/350 µs, corrente máxima de 150 kA; a função de proteger os equipamentos
Gerador de surtos de corrente, onda 8/20 eletroeletrônicos contra os efeitos dos
µs, corrente máxima de 50 kA; surtos elétricos, os DPS passam por
Gerador de surtos de corrente, onda ensaios em laboratório com o uso de
10/350 µs, corrente máxima de 15 kA; geradores de surtos padronizados para
simular as descargas atmosféricas e as
Gerador de surtos de onda combinada sobretensões transitórias.
1,2/50 µs (tensão máxima de 20 kV) e
8/20 µs (corrente máxima de 10 kA);
Gerador de surtos de tensão onda 10/700 Os geradores de surtos clássicos são
µs; baseados na descarga da energia
armazenada em bancos de capacitores,
Gerador de surtos de corrente onda em um circuito conformador de onda e
10/1000 µs; no DPS ensaiado.
Fonte de alimentação para testes de
surtos com amostras energizadas em até
1000 Vac; O objetivo dos ensaios é garantir que o
DPS suporte valores altos de corrente sem
Fonte de alta tensão para teste de sofrer danos. Os ensaios também servem
sobretensão temporária (TOV); para garantir que, durante a operação do
Equipamento para ensaios de desligadores DPS, as tensões desenvolvidas tenham
em DPS AC (ensaio de estabilidade valores inferiores aos limites suportáveis
térmica em corrente alternada); pelos equipamentos protegidos.
Equipamento para ensaios de desligadores
em DPS DC (ensaio de estabilidade Além dos ensaios com ondas de corrente
térmica em corrente contínua); impulsiva, é preciso fazer uma série
Dispositivo para ensaios de grau de de ensaios - elétricos, dimensionais,
proteção IP X5 até IP X8; mecânicos, de adequação ao ambiente,
Câmara Climática; etc. - para garantir a qualidade e a
Equipamento para ensaio de Fio estabilidade dos DPS.
incandescente (Glow Wire);
Equipamento para ensaio de Resistência
ao trilhamento (Tracking);
Dispositivo para ensaio de Pressão de
esfera (Ball Pressure);
Dispositivo para ensaio de Impacto.
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Lagoa Santa - MG
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2021