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Arquitetura de Redes

O documento aborda os fundamentos de redes de computadores, incluindo topologias físicas e lógicas, e detalha o modelo TCP/IP e suas camadas. Ele explica as principais topologias de rede, como barramento, estrela, anel e malha, além de descrever as funcionalidades das camadas do modelo TCP/IP, que é essencial para o funcionamento da internet. O texto também menciona o modelo de referência OSI e o padrão IEEE 802, destacando a importância da arquitetura em camadas para a comunicação em redes.

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Arquitetura de Redes

O documento aborda os fundamentos de redes de computadores, incluindo topologias físicas e lógicas, e detalha o modelo TCP/IP e suas camadas. Ele explica as principais topologias de rede, como barramento, estrela, anel e malha, além de descrever as funcionalidades das camadas do modelo TCP/IP, que é essencial para o funcionamento da internet. O texto também menciona o modelo de referência OSI e o padrão IEEE 802, destacando a importância da arquitetura em camadas para a comunicação em redes.

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FUNDAMENTOS

DE REDES DE
COMPUTADORES

Jonathan de Carvalho Silva


Arquitetura de redes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Exemplificar modelos de arquiteturas de redes de computadores.


 Descrever o modelo TCP/IP e o seu funcionamento.
 Reconhecer as funcionalidades das camadas do modelo TCP/IP.

Introdução
Os computadores se conectam em redes de diversas formas: com cabos
de metal, de fibra óptica, Wi-Fi, etc. Essa conexão é denominada topologia
e se divide em duas categorias básicas: física ou lógica.
Neste capítulo, você vai estudar arquitetura de redes de computa-
dores, vendo exemplos de modelos de arquiteturas de redes existentes
atualmente. Além disso, você vai se aprofundar no modelo TCP/IP e em
seu funcionamento e vai reconhecer as funcionalidades de cada camada
do modelo TCP/IP.

Modelos de arquiteturas de redes


de computadores
Com tantos dispositivos comunicando-se entre si, o mundo de redes de com-
putadores é complexo. Quando estamos implementando uma rede de com-
putadores, uma das coisas que precisamos pensar é em como conectar os
computadores. Podemos fazê-lo utilizando cabos de metal, de fibra óptica,
Wi-Fi, entre outras maneiras, mas a forma pela qual os computadores se
conectam na rede é chamada de topologia.
2 Arquitetura de redes

Topologias de rede
Quando estamos falando da maneira pela qual os computadores estão co-
nectados fisicamente, dizemos que essa é a topologia física. Porém, não
basta dois computadores estarem conectados fisicamente para que possam
comunicar-se. Para isso, devem existir regras de comunicação, que falam
como essa comunicação pode ser feita. Ou seja, dependendo da regra, po-
demos ter meios diferentes de os computadores se comunicarem uns com os
outros — neste caso, falando sobre as conexões lógicas que os computadores
fazem ou sobre as topologias lógicas (ALBINI, 2015).
Veja, a seguir, as duas categorias básicas de topologias de rede que
existem.

 Topologia física: é representada pela conexão dos equipamentos de


rede. A topologia de rede designa a disposição em que os equipamentos
de rede foram conectados, por exemplo: anel, barramento, árvore,
estrela, entre outros. Essa topologia influencia em diversos pontos,
como disponibilidade, escabilidade, velocidade e flexibilidade.
 Topologia lógica: maneira com que os dados são transmitidos, através
da rede, de um equipamento de rede para o outro. Essa topologia pode
ser configurada remotamente e dinamicamente por equipamentos
de rede, como roteadores e switches. Alguns exemplos são Ethernet,
Token Ring, entre outros.

Nos próximos tópicos, serão abordadas as principais topologias utilizadas


comercialmente.
Arquitetura de redes 3

Topologia de barramento
Neste tipo de topologia (Figura 1), todos os computadores estão interco-
nectados por um mesmo barramento físico de dados. Com isso, somente
uma única máquina pode enviar dados ao barramento físico em um dado
momento. Assim, as outras máquinas ficam observando o barramento físico
com o intuito de receber dados destinados a elas.

Figura 1. Topologia de barramento.


Fonte: Reis (2016, documento on-line).

Entre suas vantagens, destaca-se:

 o uso de cabo é econômico e de fácil instalação e expansão;


 baixo custo de matéria-prima e mão de obra;
 simples e relativamente confiável.

Em relação às desvantagens, pode-se apontar:

 lentidão e congestionamento na rede;


 falha no barramento interrompe a rede inteira;
 dificuldade de encontrar a causa de problemas.
4 Arquitetura de redes

Topologia em estrela
Mais comum atualmente, a topologia em estrela (Figura 2) utiliza cabos de par
trançado e um concentrador como ponto central da rede (FRANCISCATTO;
CRISTO; PERLIM, 2014). O equipamento de rede se encarrega de transmitir todos
os dados para todas as máquinas. Com isso, há a vantagem de localizar possíveis
problemas, pois somente o componente defeituoso ficará sem acesso à rede.

Figura 2. Topologia em estrela.


Fonte: Barbosa (2011, documento on-line).

Entre suas vantagens, estão:

 adição de novas máquinas de maneira simples devido ao gerenciamento


centralizado;
 uma falha em uma máquina não afeta o restante da rede.

Uma desvantagem dessa topologia é que falha ocorrida no equipamento


de rede central paralisa a rede toda.
Arquitetura de redes 5

Topologia em anel
Nesta topologia (Figura 3), as máquinas são conectadas em série, formando
um circuito fechado que se parece com um anel, e os dados são enviados de nó
em nó até atingir a máquina de destino. A mensagem é recebida pela máquina
de destino, em caso de sucesso, ou pela máquina de origem, em caso de falha.

Figura 3. Topologia em anel.


Fonte: Reis (2016, documento on-line).

A vantagem da topologia em anel é que todas as máquinas acessam a rede


igualmente e sem impacto em performance; a desvantagem é que falhas são
difíceis de encontrar e podem afetar toda a rede.
6 Arquitetura de redes

Topologia em malha
A topologia em malha (Figura 4) é muito utilizada em diversas configurações,
já que facilita a instalação e a configuração da rede. Nesse cenário, todas as
máquinas têm conexão com todas as outras máquinas possíveis e a informação
pode ser transmitida da origem até o destino.

Figura 4. Topologia em malha.


Fonte: Ribeiro (2009, documento on-line).

Entre suas vantagens, destaca-se maior redundância e confiabilidade e


facilidade de diagnóstico. Como desvantagem, pode-se considerar sua insta-
lação, que é dispendiosa.

Modelo de camadas
O modelo de camadas prevê que cada camada em uma arquitetura de rede
deve ser responsável pela disponibilidade dos serviços, interfaces e protocolos.
Segundo Maia (2013), pode-se ter uma série de benefícios com uma arquite-
tura que defina claramente esses conceitos, já que se simplifica o projeto e a
implementação de seus componentes; além disso, a manutenção e a evolução
Arquitetura de redes 7

da arquitetura são facilitadas. Assim, é possível melhorar serviços já existentes


ou incluir novos serviços sem afetar os demais níveis do modelo com o efetivo
isolamento entre as camadas.
Dessa forma, para facilitar o entendimento de todo esse processo de comu-
nicação em redes, uma abordagem em camadas foi desenvolvida e chamada de
arquitetura de camadas ou, também, arquitetura de protocolos, desenvolvida
para padronizar hardware, software e protocolos de comunicação. Desse modo,
os diversos fabricantes podiam basear-se em um modelo para desenvolver seus
equipamentos e aplicações. A seguir, você vai conhecer dois modelos de camadas:
um modelo usado como referência e outro modelo usado como aplicação, isto é,
o modelo de referência OSI e o modelo de referência TCP/IP (SERVIÇO..., 2012).

Modelo de referência OSI


Devido ao surgimento de distintas redes, o modelo de referência OSI foi criado
com o objetivo de garantir a interoperabilidade e compatibilidade das redes.
Na Figura 5, você pode conferir as sete camadas em que se divide o modelo.

Figura 5. Modelo de referência OSI.


Fonte: Adaptada de Dye, Mcdonald e Rufi (2008).

Cada camada do modelo OSI possui funções e características distintas.


Veja, a seguir, uma função resumida de cada camada (SERVIÇO..., 2012).

 Aplicação: representa os serviços de rede disponíveis aos usuários.


 Apresentação: realiza a comunicação fim a fim entre aplicações.
8 Arquitetura de redes

 Sessão: gerencia o início e o término das sessões entre as aplicações.


 Transporte: gerencia o início e o término de circuitos virtuais entre
equipamentos de rede.
 Rede: endereça e determina a melhor rota de rede (por exemplo,
roteadores).
 Enlace: realiza o controle de acesso ao meio de rede (por exemplo,
switches).
 Física: responsável pela transmissão de bits através dos meios físicos
de redes (por exemplo, cabeamento, hub).

Modelo IEEE 802


O modelo IEEE 802 (Figura 6) refere-se a um conjunto de padrões desenvol-
vidos pelo IEEE para definir métodos de acesso e controle para redes locais
(LANs) e metropolitanas (MANs).

A série 802 não foi a única série de padrões de protocolos criadas pelo IEEE,
porém, a mais importante. Os protocolos IEEE 802 correspondem à camada
física e à camada enlace de dados do modelo ISO/OSI, largamente adotado
na interconexão de sistemas abertos, porém divide a camada de enlace em
duas subcamadas (KOLB, 2017).

Figura 6. Modelo IEEE 802


Fonte: Kolb (2017).
Arquitetura de redes 9

Camada LLC do padrão 802

Esta camada possui mecanismos de endereçamento e conexões dos equipa-


mentos de rede em relação ao meio. Seu objetivo é controlar erros e troca
de dados entre os usuários por meio da geração de mensagens em forma de
quadros. Esta camada define SAPs (Access Points) e o protocolo HDLC, que
são base para a operação desse padrão de rede.
A camada LLC estabelece a conexão a partir dos seguintes padrões:

1. sem conexão e sem reconhecimento.


2. sem conexão e com reconhecimento.
3. com conexão.

O padrão IEEE 802.2 especifica o funcionamento dessa camada, os demais


padrões operam na camada de Controle de Acesso ao Meio (MAC) e na camada
física, como veremos adiante.

Camada MAC do padrão 802

A camada MAC do padrão 802 permite controle do acesso ao meio de trans-


missão e detecção de colisões e mantém uma tabela dos endereços físicos dos
equipamentos de rede conhecidos. Cada equipamento de rede deverá ter um
endereço MAC único, a partir do qual será reconhecido pela rede.

Camada física do padrão 802

A camada física é composta pelos meios físicos para a transmissão dos dados,
como, por exemplo: RJ45, fibra ou Wi-Fi. A IEEE 802 apresenta diversos
padrões que são associadas a partir dos meios físicos. Dentre os mais conhe-
cidos, estão os seguintes.

 IEEE 802.3 (Ethernet): utiliza o protocolo CSMA/CD para controlar o


acesso ao meio de transmissão.
 IEEE 802.4 (Token-Bus): utiliza o controle de acesso por meio de token
comum a todos os equipamentos de rede.
 IEEE 802.5 (Token-Ring): utiliza o controle de acesso por meio de
token em uma topologia de anel físico.
10 Arquitetura de redes

Um planejamento bem realizado permite o crescimento da rede, melhora o roteamento


da rede e economiza endereços IP.

Modelo TCP/IP
Nas seções anteriores, vimos o modelo de referência OSI, que serve como
base para o entendimento do funcionamento da rede e de protocolos de co-
municação. Isso se torna evidente principalmente quando há a necessidade
de nos referirmos ao funcionamento de dispositivos de rede, já que, ao falar
em camadas, citamos as camadas do modelo de referência OSI.
Segundo Comer (2015), o modelo de referência TCP/IP (Figura 7), como
seu próprio nome já diz, é um modelo utilizado na aplicação de toda a internet
e redes de computadores, ou seja, o modelo OSI é usado como uma referência,
enquanto o modelo TCP/IP é o modelo a partir do qual a internet se desenvolveu
e funciona até hoje.
Segundo Maia (2013), este modelo foi desenvolvido pelo Departamento de
Defesa dos EUA com o objetivo de criar uma rede tolerante a falhas; assim,
caso uma bomba caísse em um quartel general, a comunicação não seria
interrompida. Esse modelo foi desenvolvido como um padrão aberto e é nele
em que, atualmente, toda a internet tem o seu funcionamento.

Figura 7. Modelo de referência TCP/IP.


Fonte: Adaptada de Dye, Mcdonald e Rufi (2008).
Arquitetura de redes 11

Na Figura 8, você pode conferir a integração de todas as camadas do modelo


TCP/IP e que garantem o correto funcionamento da rede.

Figura 8. Funcionamento do modelo TCP/IP.


Fonte: Reis (2017, documento on-line).

Na camada de aplicação, estão os protocolos de aplicação, tais como o


SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), para e-mail, o FTP (File Transfer
Protocol), para a transferência de arquivos, e o HTTP (Hypertext Transfer
Protocol), para navegação web. “Cada tipo de programa se comunica com
um protocolo de aplicação diferente, dependendo da finalidade do programa”
(TORRES, 2007).
Este protocolo na camada de aplicação se comunica com um outro protocolo
na camada de transporte via TCP (Transmission Control Protocol) ou UDP
(User Datagram Protocol). Essa camada é responsável por obter os dados da
camada superior com o objetivo de verificar e dividir em pacotes que serão
enviados em ordem à camada internet. Nessa camada, está o IP (Internet
12 Arquitetura de redes

Protocol), que adiciona informações de endereço do computador que está


enviando os dados e o endereço do computador que receberá os dados. Em
seguida, os pacotes são enviados para a camada interface com a rede, na qual
os pacotes são chamados datagramas (MAIA, 2013).
A camada interface com a rede recebe esses pacotes e os envia para a rede
em forma de quadros. Atualmente, a maioria das conexões e transferências
de dados utilizam um tipo de rede chamado Ethernet (que está disponível
em diferentes velocidades; as redes sem fio também são redes Ethernet) e,
portanto, você deve encontrar na camada Interface com a Rede as camadas do
Ethernet, que são controle do link lógico (LLC), controle de acesso ao meio
(MAC) e física, listadas de cima para baixo. Os pacotes transmitidos pela rede
são chamados quadros (IBRAHIM, 2011).

Modelo TCP/IP de 5 camadas (modelo híbrido)


Com a tendência de unificar os conceitos das camadas do modelo OSI, surge o
modelo híbrido do TCP/IP com somente 5 camadas. Neste modelo, a camada
física tem acesso ao meio físico com a função de adaptar os bits, chamado
PDU, ao meio físico. Enquanto isso, a camada de enlace interliga a camada
física com a camada de rede com a função de transmitir sua PDU, o quadro
ou frame, entre dois equipamentos de rede em distinto meio físico. A camada
de rede é chamada de internet ou inter-rede e é responsável por localizar e
descobrir a melhor rota para enviar as informações para a máquina de destino
a partir de um endereço IP por meio de sua PDU denominada datagrama.
A camada de transporte é responsável por estabelecer a uma conexão virtual
para a comunicação entre duas máquinas através de sua PDU denominada
segmento.
A camada de aplicação é a última camada que é responsável pela comu-
nicação com os serviços ou aplicativos utilizados por usuários finais através
de sua PDU denominada mensagem ou dado.
Entre suas vantagens, podemos destacar que:

 possuem suporte para a maioria dos equipamentos de rede;


 permitem a comunicação entre equipamentos de diferentes empresas.

Já as suas desvantagens se referem a que:

 é uma tecnologia não flexível;


 pode haver diversos padrões para a mesma função em cada camada.
Arquitetura de redes 13

As funcionalidades das camadas do modelo TCP/IP


Nesta seção, vamos estudar cada uma das camadas do modelo TCP/IP, suas
características, funcionalidades e principais protocolos da pilha.

Camada de acesso à rede


A camada de acesso à rede tem como responsabilidade o encaminhamento
local entre dois hosts diretamente conectados. Enquanto a camada de rede leva
uma informação de uma origem até um destino qualquer, por meio de vários
saltos, a camada de acesso à rede leva as informações de um salto ao outro.
Essa camada controla como será o acesso ao meio físico. Várias tecnologias
podem ser utilizadas para executar as funções dessa camada e, no decorrer
do trajeto, da origem ao destino. A informação pode transitar por diferentes
tecnologias, como Ethernet e PPP1. A especificação dessa camada deixou a
cargo da especificação dos protocolos a forma como se dará a interação com
o meio físico. Dessa forma, permite que a pilha de protocolos TCP/IP possa
ser executada sobre qualquer tecnologia de camada física/hardware.

Camada de internet
O IP é um protocolo não confiável e sem conexão e, por não oferecer garantias,
é conhecido como protocolo de melhor esforço. Os sistemas de roteamento e
dispositivos da camada farão o possível para entregar os pacotes, mas esses
dispositivos que compõem o núcleo da rede não operam nas camadas de trans-
porte e aplicação, deixando a cargo dos dispositivos finais a tarefa de avaliar
os pacotes recebidos utilizando serviços da camada de transporte e aplicação.
Apesar de não garantir, o IP é responsável pela definição de quando mensagens
de erros serão geradas. Para gerar essas mensagens de erro relacionadas ao
encaminhamento e à entrega dos pacotes, é utilizado o protocolo ICMP.

Camada de transporte
A camada de transporte é responsável pela transferências entre dois equipa-
mentos de rede, independentemente do tipo e da aplicação utilizada. No caso
do UDP, os dados da camada de aplicação estão diretamente relacionados ao
número de porta, na qual possuem menos recursos de correção de erros. No
protocolo TCP, temos o conceito de socket, que é uma relação existente entre
o conjunto de números de porta e endereço IP.
14 Arquitetura de redes

 TCP (Transmission Control Protocol): protocolo orientado à conexão


confiável. Fragmenta um fluxo de bytes em mensagens e as entrega
à camada inter-rede (rede). No destino, o TCP remonta às mensagens
recebidas sem fluxo de bytes. É responsável pelo controle de fluxo,
controle de erro, sequencialização e multiplexação do acesso ao nível
inter-rede (rede).
 UDP (User Datagram Protocol): protocolo sem conexão e não confiável
para aplicações que não necessitam de controle de fluxo ou de sequen-
cialização das mensagens (voz e vídeo). O serviço fornecido é somente o
de multiplexação e demultiplexação do acesso ao nível inter-rede (rede).

Essa relação é utilizada para identificar a conexão existente entre dois


hosts. Por exemplo, temos o conjunto 192.168.1.1:1893, que representa o host
cliente que está no Sagah, e o conjunto 172.17.103.25:80 que representa o
host da Empresa Grupo A. Dessa forma, o TCP é capaz de identificar o uso
simultâneo de uma mesma aplicação por dois clientes diferentes.

Camada de aplicação
Nesta camada, a comunicação entre as aplicações ocorre por meio de protocolos
de aplicação. Quando uma aplicação depende de um protocolo dessa camada, esse
protocolo tem como objetivo encaminhar os dados para a camada de transporte,
e a camada de aplicação fornece o serviço para que as aplicações de usuário
possam interagir com a rede. Por exemplo: o HTTP para navegação em páginas
web, o DNS para resolução de nomes, o FTP para transferência de arquivos, o
SMTP/POP/IMAP para transferência de mensagens de e-mail, o DHCP para
configuração de hosts e o SNMP para gerenciamento de rede. Note que cada
um desses protocolos utiliza um ou mais protocolos da camada de transporte.

Apesar de o modelo de referência OSI ser utilizado como base para o desenvolvimento
de protocolos, o modelo TCP/IP foi definido primeiro, e muitas de suas características
foram incorporadas ao modelo OSI.
Arquitetura de redes 15

Modelos TCP/IP e OSI: uma comparação


Como você já viu, o modelo de referência OSI possui sete camadas, en-
quanto o modelo TCP/IP possui somente quatro. Apesar dessa divergência
no número de camadas, mesmo utilizando o TCP/IP, referimo-nos às
defi nições das camadas do modelo OSI, o qual continua sendo de grande
importância, pois a forma como é apresentando auxilia na compreensão do
funcionamento das redes de computadores e protocolos (TANEMBAUM;
WETHERALL, 2011).
O modelo TCP/IP teve uma adoção ampla, pois, apesar de ainda não
estar com uma especificação madura, foi imediatamente inserido em
sistemas Unix. Essa implementação levou a um grande número de usuá-
rios. Ao contrário do TCP/IP, o modelo OSI exigia que diversas etapas de
maturação da especificação fossem completadas para poder implementar
códigos. Essas exigências geravam uma morosidade que acarretou na falta
de adesão aos protocolos do modelo OSI.
Mesmo havendo diferenças em relação ao sucesso e adoção de protocolos
de cada modelo, eles têm diversas características em comum. A Figura 9,
a seguir, mostra uma relação existente entre as camadas de cada modelo.

Figura 9. Relação entre os modelos de referência OSI e TCP/IP.


Fonte: Adaptada de Dye, Mcdonald e Rufi (2008).
16 Arquitetura de redes

Os modelos OSI e TCP/IP possuem muitos pontos em comum, mas também


muitos pontos diferentes. Veja, no Quadro 1, as semelhanças e diferenças
entre eles.

Quadro 1. Semelhanças e diferenças entre os modelos OSI e TCP/IP

Semelhanças Diferenças

Modelos baseados em camadas com Número de camadas


pilha de protocolos independentes

A camada de transporte implementa As camadas de aplicação, apresen-


serviços orientados à conexão e não tação e sessão do modelo OSI estão
orientados à conexão agregadas na camada de aplicação
do TCP/IP

A camada de internet realiza basica- No modelo TCP/IP de 4 camadas, a


mente a mesma tarefa de endere- camada acesso à rede de agrega as
çamento lógico e encaminhamento camadas física e enlace do OS
de pacotes (no OSI, denominados de
A camada acesso à rede do modelo
pacotes, e, no TCP/IP, chamados de
TCP/IP de 4 camadas não é muito
datagramas)
bem definida

Os serviços da camada de rede no


modelo TCP/IP são implementados
pelo IP, como um serviço sem co-
nexão, enquanto no modelo OSI a
camada de rede implementa serviço
com conexão

Fonte: Adaptado de Fey e Gauer (2013).

Podemos perceber que a relação mais significativa ocorre entre as ca-


madas de transporte, rede e internet. A camada de rede tem sua função bem
definida em ambos os modelos, que é a capacidade de endereçar e rotear as
mensagens na rede. No caso da camada de transporte, a definição considera a
responsabilidade de recuperação de erros, garantia da entrega dos segmentos
na sequência correta e confiabilidade na comunicação fim a fim.
Como o modelo TCP/IP possui menos camadas, algumas das funções das
camadas de apresentação e sessão do modelo OSI ficam a cargo da camada
Arquitetura de redes 17

de aplicação do TCP/IP. O mesmo acontece com a camada de enlace de dados


e camada física do modelo OSI, que fica a cargo da camada de acesso à rede
do TCP/IP.

Você pode aprender mais sobre o TCP/IP consultando o link a seguir.

https://qrgo.page.link/qo7Gi

A camada de acesso à rede elenca como deve ser feita a interação entre
a camada de internet e o meio físico, mas não especifica os protocolos e
nem como eles realizam essa tarefa. Todos os procedimentos para que sejam
estabelecidas as conversações nessa camada são especificados pelas camadas
física e de enlace do modelo OSI.

UDP versus TCP


Um dos colegas de João Pedro estuda Desenvolvimento de Sistemas. Ele tem interesse
em atuar no desenvolvimento de aplicativos de comunicação de voz, mas não tem
conhecimento suficiente na área de redes de computadores. Sabendo que João Pedro
é um grande conhecedor dessa área, resolve consultá-lo sobre o uso de protocolos de
rede para a comunicação de voz. João Pedro sabe que as aplicações de voz exigem
interação em tempo real e, de imediato, descartou o TCP devido à sua sobrecarga com
informações de controle. Sugeriu ao seu colega que procurasse conhecer melhor os
protocolos UDP e IP, principalmente questões de endereçamento de rede. Além disso,
João Pedro sugeriu que ele também visse como funciona o protocolo de DNS, já que
o uso de aplicações de rede geralmente envolve nomes de domínio. Apesar de sua
excelente instrução, seu colega questionou sobre o uso de um protocolo confiável,
para que a aplicação seja atualizada automaticamente quando novas versões forem
lançadas. Para esse caso, João Pedro sugeriu que ele estudasse sobre o TCP, pois é um
protocolo que garante a entrega dos segmentos de rede.
18 Arquitetura de redes

ALBINI, L. C. P. Interligação redes de computadores I. Curitiba: UFPR, 2015.

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Arquitetura de redes 19

Leituras recomendadas
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Campus, 2004.
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OLIFER, N.; OLIFER, V. Redes de computadores: princípios, tecnologias e protocolos para o
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