0% acharam este documento útil (0 voto)
6 visualizações194 páginas

Gestão de Sistemas e Informações Públicas

O livro 'Gestão de Sistemas de Informações Públicas' de Simone Cristina Aléssio aborda a gestão de tecnologias da informação no setor público, enfatizando a importância do alinhamento entre TI e as necessidades organizacionais. Dividido em três unidades, o conteúdo inclui a evolução dos sistemas de informação, metodologias de planejamento e a gestão de pessoas mediada por tecnologia. O material visa desenvolver competências essenciais para a liderança em TI e a efetividade na administração pública.

Enviado por

Alcyone Novais
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
6 visualizações194 páginas

Gestão de Sistemas e Informações Públicas

O livro 'Gestão de Sistemas de Informações Públicas' de Simone Cristina Aléssio aborda a gestão de tecnologias da informação no setor público, enfatizando a importância do alinhamento entre TI e as necessidades organizacionais. Dividido em três unidades, o conteúdo inclui a evolução dos sistemas de informação, metodologias de planejamento e a gestão de pessoas mediada por tecnologia. O material visa desenvolver competências essenciais para a liderança em TI e a efetividade na administração pública.

Enviado por

Alcyone Novais
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 194

Gestão de Sistemas de

Informações Públicas
Prof.ª Simone Cristina Aléssio

Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019

Elaboração:
Prof.ª Simone Cristina Aléssio

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

AL372g

Aléssio, Simone Cristina

Gestão de sistemas de informações públicas. / Simone Cristina Aléssio.


– Indaial: UNIASSELVI, 2019.

184 p.; il.

ISBN 978-85-515-0362-1

1. Tecnologia da informação na gestão pública. - Brasil. II.


Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 004

Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico, bem-vindo à disciplina Sistemas de Informações
Públicas. Este livro de estudos foi elaborado com o intuito de contribuir e
aprimorar o seu desenvolvimento acerca da gestão das tecnologias, recursos
e pessoas envolvidas na TI das organizações, bem como alinhar o seu
entendimento acerca das tecnologias utilizadas na gestão de organizações
públicas.

O conteúdo está dividido em três unidades, constituindo um


histórico da adoção dos Sistemas de Informações pelo Governo, enfatizando
a dimensão de gestão, contemplando simultaneamente tanto os gestores
e os profissionais que atuam em empresas usuárias de TI, quanto os que
atuam em empresas fornecedoras de serviços de TI. A estrutura da disciplina
atende aos interesses específicos de cada grupo de profissionais, bem como
de gestores organizacionais.

A disciplina também enfatiza o desenvolvimento de competências


pessoais que envolvem conhecimentos e habilidades imprescindíveis para
a efetiva liderança de TI. São habilidades importantes e com peculiaridades
específicas neste contexto, como comunicação, relacionamento, negociação
e prontidão para a mudança. Essas habilidades são importantes, tanto nas
empresas privadas, quanto nas empresas públicas.

Aproveitamos esse momento para destacar que os exercícios não são


opcionais. O objetivo de cada exercício deste livro de estudos é a fixação de
determinado conceito através da prática. É aí que reside a importância da
realização de todos. Sugerimos fortemente que, em caso de dúvida em algum
exercício, você entre em contato com seu tutor externo ou com a tutoria da
UNIASSELVI e que não passe para o exercício seguinte enquanto o atual não
estiver completamente compreendido.

Bom estudo!

Prof.ª Simone Cristina Aléssio

III
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS................................ 1

TÓPICO 1 – HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM EMPRESAS


PÚBLICAS........................................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM EMPRESAS PÚBLICAS.................. 3
2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA....................................................................................................... 5
2.2 FASES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................. 6
3 TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL....................................... 7
3.1 A QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS AO CIDADÃO ................................... 7
4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....................................................................................................... 8
4.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EXISTENTES NA ADMINISTRAÇÃO ................................ 8
4.2 SUBSISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA....... 10
4.3 PORTAIS DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL ................................................ 12
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 18

TÓPICO 2 – CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.....19


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 19
2 RECURSOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO................................................................... 20
2.1 OS ATIVOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO................................................................. 22
2.2 CAPACITAÇÃO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO....................................................... 23
2.3 AS ROTINAS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO............................................................ 24
2.3.1 As competências para gestão da TI....................................................................................... 25
2.3.1.1 As competências do CIO............................................................................................................ 26
2.3.1.2 As competências dos analistas de tecnologia da informação.............................................. 28
2.4 AMBIENTES DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO........................................................................... 28
2.5 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO ENTRE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
E NEGÓCIO....................................................................................................................................... 30
3 OS MODOS DE EMPREGO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO..................................... 32
3.1 CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.................. 33
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 34
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 35

TÓPICO 3 – ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.....37


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 37
2 USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO........................................................................... 38
2.1 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO................................................................................................ 39
2.2 A TI E A AGREGAÇÃO DE VALOR NA ORGANIZAÇÃO....................................................... 39
2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO...................................................................................................... 41
2.4 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO COM A TI............................................................................. 43
3 A GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (GTI).......................................................................44
3.1 METODOLOGIAS DE GESTÃO DE TI......................................................................................... 45

VII
3.1.1 Six Sigma................................................................................................................................... 46
3.1.2 DMAIC...................................................................................................................................... 46
3.1.3 ISO/IEC...................................................................................................................................... 48
3.1.3.1 ISO/IEC 27002....................................................................................................................... 48
3.1.4 ITIL............................................................................................................................................. 50
3.1.5 COBIT........................................................................................................................................ 50
3.2 COMPARATIVO ENTRE ITIL E COBIT........................................................................................ 51
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 53
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 55
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 56

UNIDADE 2 – TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES


EM EMPRESAS PÚBLICAS........................................................................................ 59

TÓPICO 1 – A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS ....................................... 61


DE INFORMAÇÃO.................................................................................................................................. 61
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 61
2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES............................................................ 63
2.1 PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO............................................................................................. 66
3 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO DA INFORMAÇÃO................................................ 70
3.1 BUSINESS SYSTEMS PLANNING (BSP) DA IBM...................................................................... 70
3.2 STRATEGIC SYSTEMS PLANNING (SSP)................................................................................... 72
3.3 INFORMATION ENGINEERING – ENGENHARIA DA INFORMAÇÃO (IE)...................... 73
3.4 CRITICAL SUCCESS FACTORS – FATOR CRÍTICO DE SUCESSO (CSF).............................. 75
3.5 MODELO ECLÉTICO DE SULLIVAN.......................................................................................... 75
3.6 BALANCED SCORECARD – INDICADORES DE EQUILÍBRIO (BSC).................................. 75
4 GOVERNANÇA, COBIT E ITIL......................................................................................................... 77
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 78
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 80

TÓPICO 2 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS EM
EMPRESAS PÚBLICAS.................................................................................................... 83
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 83
2 GESTÃO DA ARQUITETURA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO................................ 84
2.1 APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO PARA INTEGRAÇÃO
DA GESTÃO EMPRESARIAL........................................................................................................ 85
2.2 EFFICIENT CONSUMER RESPONSE (ECR) – RESPOSTA EFICIENTE AO
CONSUMIDOR................................................................................................................................. 91
2.3 DATA MINING.................................................................................................................................. 92
2.4 BUSINESS INTELLIGENCE – INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS (BI)...................................... 93
2.5 FERRAMENTAS DE BI – DATA MART E DATA WAREHOUSE/ OLAP................................ 94
2.6 DATA MART...................................................................................................................................... 95
2.7 OLAP................................................................................................................................................... 95
3 EMPRESAS DIGITAIS......................................................................................................................... 95
3.1 FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA EMPRESAS DIGITAIS... 96
3.1.1 E-Business................................................................................................................................. 99
3.1.2 E-procurement (compra e venda de produtos pela internet).......................................... 101
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 104

VIII
TÓPICO 3 – GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.......................................................................... 107
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 107
2 O PAPEL DO NOVO RH.................................................................................................................... 108
3 RH COMO DESENVOLVEDOR DO CAPITAL INTELECTUAL.............................................. 110
3.1 EXEMPLO DE EXCELÊNCIA OPERACIONAL........................................................................ 112
4 CONTRIBUIÇÃO DA TI PARA OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS...... 112
4.1 TI PARA AS DIMENSÕES DA GESTÃO DE PESSOAS E O NOVO PAPEL DO RH.......... 113
5 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ENVOLVIDAS NA GESTÃO POR
COMPETÊNCIAS................................................................................................................................ 117
5.1 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ENVOLVIDAS NA GESTÃO DO
CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM................................................................................... 118
6 TI PARA GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL............................................................... 119
7 TI PARA A GESTÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL..................................................... 120
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 121
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 125

UNIDADE 3 – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA


GESTÃO PÚBLICA..................................................................................................... 127

TÓPICO 1 – ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


NA GESTÃO PÚBLICA.................................................................................................. 129
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 129
2 O PLANEJAMENTO E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA... 130
3 PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM EMPRESAS PÚBLICAS... 132
4 AS DECISÕES ENVOLVENDO TECNOLOGIA E OS RISCOS ASSOCIADOS EM
EMPRESAS PÚBLICAS...................................................................................................................... 133
4.1 GASTOS COM TI: DESPESA OU INVESTIMENTO? .............................................................. 135
5 OS BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS PELA TI ....................................................................... 137
5.1 OS BENEFÍCIOS INTANGÍVEIS E OS BENEFÍCIOS FUTUROS DA TI................................ 138
5.2 INDICADORES E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO QUE PROCURAM CAPTURAR
OS INTANGÍVEIS . ........................................................................................................................ 139
6 EXEMPLOS DE TICs QUE AUXILIAM A GESTÃO PÚBLICA................................................. 139
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 142
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 144

TÓPICO 2 – DESAFIO DAS TICS PARA A GESTÃO PÚBLICA................................................. 147


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................147
2 O DESAFIO DAS TICS PARA OS GOVERNOS..........................................................................147
3 O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA ...........................148
4 ÉTICA E SIGILO DE INFORMAÇÕES NA GESTÃO PÚBLICA..............................................151
5 O SIGILO E SEUS REFLEXOS NA CULTURA ORGANIZACIONAL DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................................153
5.1 A GESTÃO DA INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS E SUA
RELAÇÃO COM A LAI.................................................................................................................156
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................158
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................159

IX
TÓPICO 3 – AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA A
GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA SOCIEDADE...................................... 161
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 161
2 O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA CIDADES INTELIGENTES......... 162
2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E MEIO AMBIENTE NAS CIDADES
INTELIGENTES............................................................................................................................. 164
2.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA MOBILIDADE DAS CIDADES
INTELIGENTES.............................................................................................................................. 165
3 TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO........................................................... 166
4 INTERNET DAS COISAS (IoT)....................................................................................................... 167
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 169
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 176

REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 179

X
UNIDADE 1

GESTÃO DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÕES PÚBLICAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:

• conhecer historicamente a evolução dos sistemas de informações no setor


público;

• conhecer os principais conceitos, recursos e ativos que envolvem a TI;

• entender como se faz o alinhamento dos negócios com as tecnologias de


cominicação e informação mais atuais.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM


EMPRESAS PÚBLICAS

TÓPICO 2 – CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO

TÓPICO 3 – ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM


EMPRESAS PÚBLICAS

1 INTRODUÇÃO
A tecnologia da informação para a gestão pública tem modificado a forma
como o governo interage com a população. Além disso, ferramentas avançadas
de gerenciamento permitem agilizar os processos do setor, aprimorar o uso dos
recursos financeiros e facilitar a vida de gestores e servidores públicos.

A comunicação é a chave para qualquer relacionamento, e isso não é


diferente quando nos referimos à relação entre o poder público e a sociedade civil.
Essa interação se faz necessária em diversos momentos. Os cidadãos têm buscado
canais mais eficientes para serem ouvidos por suas autoridades a fim de fazer
reclamações, registrar denúncias, expressar opiniões ou fazer requerimentos.

Com base nisso, elaboramos a Unidade 1 deste livro didático com


conteúdos que permitam que você conheça de forma aprofundada a evolução
dos sistemas de informações no setor público, bem como os ativos e alinhamento
da tecnologia da informação com os negócios.

2 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM


EMPRESAS PÚBLICAS
Os primeiros administradores que chegaram ao Brasil, desde a época
da colonização, tinham como objetivo principal enriquecer os governantes
portugueses. Sabe-se também que as pessoas que foram enviadas ao Brasil,
na maioria das vezes, não eram as mais competentes para desempenhar
funções governamentais e de gestão. Para deixarem o conforto de seus lares e
se aventurarem mar adentro, com destino ao recém-descoberto Brasil, essas
pessoas, que eram apadrinhadas do Rei, recebiam cortesias e mordomias, que
se estendiam a amigos e familiares que os acompanhavam ao destino em terras
brasileiras (FILHO, 2014).

3
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

Com estas práticas, surgiu o patrimonialismo, que permaneceu forte até o


início da República e teve seu fim no governo de Getúlio Vargas, por volta de 1936,
quando surgiu a burocracia cuja validade durou até a reforma administrativa
ocorrida em 1995, ano de início da administração gerencial. Cabe ressaltar que,
durante o período militar, era praticamente inexistente a transparência de ações,
operações e governabilidade.

Aconteceu então a abertura do governo militar aos civis – o que conhecemos


hoje como democracia – e a população necessitava de uma Carta Magna, a fim de
comumentar o tão importante período. Acatando as solicitações de transparência
do povo, os legisladores da época incluíram na Constituição, tópicos que
obrigavam os gestores a planejarem as receitas e despesas governamentais em
curto, médio e longo prazos. Deu-se início então, às primeiras divulgações de
gastos do Estado. Em 18 de novembro de 2011 a Lei nº 12.527, regulamentando o
acesso dos cidadãos às informações públicas, com aplicação em todos os poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Assim, surgiram em
todo o país os portais da transparência exigidos por esta lei (FILHO, 2014).

Na maioria dos países onde a democracia impera e se faz “valer”, as


atividades de Administração Pública (gastos, investimentos, definição de
prioridades) são pautadas pela participação popular e definida pela vontade da
maioria. Isso é fato em nações desenvolvidas e cultas. Em uma parcela de países
democráticos, isso não é realidade pelo fato da população, na maioria das vezes,
desconhecer as ferramentas de transparência disponíveis para acompanhamento,
resultando em descontrole dos gastos e prejuízo ao bolso dos contribuintes,
ocasionado por desvio de verbas, o superfaturamento de obras e serviços, além
da utilização dos bens do Estado por particulares. A população tem o direito de
fiscalizar, mas deve se capacitar para poder exigir dos governantes a adequada
postura com os recursos públicos para agir no que é prioridade e de modo
eficiente. Neste sentido, surgem os sistemas de informações e portais cujo objetivo
principal é fornecer informações verídicas e consistentes sobre os atos de seus
governantes (ALBERTIN, 2015).

FIGURA 1 – SISTEMAS DE INFORMAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FONTE: <https://ufc.unasus.gov.br/curso/spi/politica/unid_04/top_02/03.html>. Acesso em:


10 abr. 2019.
4
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM EMPRESAS PÚBLICAS

Atualmente, os sistemas de informação utilizados e disponibilizados pelo


governo brasileiro são disponibilizados em acesso livre, na plataforma WEB
(internet – através de portais). Esse fato é muito significativo, pois permite a
população (que é o fiscalizador) acessar as informações de qualquer lugar, em
qualquer hora.

2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


A colonização no Brasil teve início com o descobrimento. Conforme já
vimos, a corte Portuguesa enviou ao Brasil muitos apadrinhados sem as devidas
competências para a gestão. Essa prática durou muito tempo e somente após a
Proclamação da República os governantes começaram a se preocupar em mitigar
os danos causados pela administração patrimonialista, dando início ao período
de administração democrática.

As práticas de gerência do século XX culminaram na administração


gerencial praticada na atualidade. A constituição de 1988 implantou os ideais
de administração gerencial, mas, somente no ano 2000, através da publicação da
Lei Complementar nº 101 (também denominada Lei de Responsabilidade Fiscal),
que o ciclo da moralidade pública se completou: a LRF estabeleceu as normas de
responsabilidade na gestão fiscal. Um grande avanço para o país (FILHO, 2014).

Nesse sentido, a Lei Complementar nº 101 corrobora com quatro alicerces


importantes:

• planejamento (metas a serem atingidas durante a gestão);


• transparência (ampla divulgação das contas da administração pública);
• controle (monitoramento realizado tanto pelos órgãos competentes como pela
sociedade);
• responsabilização (punições decorrentes da má utilização dos recursos
públicos).

A grande contribuição desta lei é que ela disciplina os gestores em


relação à aplicação dos recursos públicos ditando regras e normas que devem
ser cumpridas rigorosamente. Ela também contribui em relação ao controle
social, ao discorrer sobre a transparência das contas públicas, cujo objetivo é dar
conhecimento à sociedade sobre o destino dos recursos públicos.

5
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

2.2 FASES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Para lembrar: a Administração Pública no Brasil está dividida em três
etapas, conforme apontado por (ALBERTIN, 2010):

• Patrimonialista: não há diferenciação entre o que é público ou privado.


• Burocrática: segue os princípios da lei (exige documentos, protocolos, padrões
etc.) para a prestação de contas; existe a separação do que é público e privado.
• Gerencial: fundamento para gerenciar com estratégia e planejamento, visando
a maior eficiência nas ações.

FIGURA 2 – MODELOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FASES (MODELOS) DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Patrimonialista

Administração
Pública

Burocrática Gerencial

FONTE: <http://www.portal-administracao.com/2014/06/administracao-publica-brasileira-
modelos.html>. Acesso em: 5 jun. 2019.

Em 1988, a Constituição garantiu diretrizes para a correta aplicação dos


recursos públicos, exigindo a utilização de ferramentas de controle. Um exemplo
disso, é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que impôs limites para endividamento
e gastos públicos, determinando a fixação de um limite prudencial que proíbe
gastos superiores a 95% do limite legal do poder público.

A lei também foi eficiente em limitar os gastos com pessoas no setor


público (50% da receita corrente líquida para a União e 60% da receita corrente
líquida para Estados e Municípios). Preocupado com o cumprimento das regras
impostas pela LRF, o legislador inseriu punições aos administradores relapsos
que descumprissem os limites estipulados, como a suspensão de transferências
voluntárias, de contratação de operações de crédito e da concessão de garantias
para a obtenção de empréstimos.

6
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM EMPRESAS PÚBLICAS

A LRF busca reforçar o papel da atividade de planejamento e, mais


especificamente, a vinculação entre o planejamento e a execução dos gastos
públicos (FILHO, 2014). Logo, podemos entender que a LRF se transformou
em um mecanismo de transparência e fiscalização, permitindo maior controle
de gastos públicos evitando acúmulo de empréstimos e dívidas desnecessárias.
Isso pode ter como efeito colateral, um Estado mais forte do ponto de vista
administrativo, fiscal e na legitimação de sua própria democracia.

Adotou-se como premissa no Brasil, que só um Estago/Governo capaz


e organizado, pode regulamentar mercados que sejam eficientes em alocar os
fatores produtivos. Com isso, os efeitos colaterais são positivos e prontamente
sentidos e percebidos pela população.

3 TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL


Antigamente não havia regras para os controles dos gastos públicos.
Todas as esferas de governo (federal, estadual e municipal) não assumiam
responsabilidades na elaboração e configuração dos orçamentos. Logo, diante
desta falta de regulamentação, os gestores mais éticos passaram a se preocupar
com a elaboração de ferramentas e metodologias para um controle mais eficiente
dos recursos públicos. Entre as ferramentas e metodologias, podemos destacar:

• O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI):


sistema de informação cuja função é controlar as receitas e despesas públicas.
• A criação de um planejamento governamental de médio a longo prazo, por
meio do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e
da Lei do Orçamento Anual (LDO).

Estas ferramentas são de extrema relevância, pois combinadas com a Lei


de Responsabilidade Fiscal (LRF) tornaram viável a moralização e conscientização
dos administradores públicos de forma geral e em todos os Poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) e em todas as esferas (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) (FILHO, 2014).

3.1 A QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS AO


CIDADÃO
Em 2010, mais especificamente em 27 de maio, o governo federal publicou
o Decreto nº 7.185, que dispõe sobre o padrão mínimo de qualidade do Sistema
Integrado de Administração Financeira e Controle, no âmbito de cada Estado da
Federação. O Item III do Parágrafo 2º do Artigo 2º do decreto define o marco da
transparência ao determinar que todos os agregados da federação (União, Estados

7
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

e Municípios) deverão disponibilizar, em tempo real, um sistema eletrônico de


informações que possibilite acesso público via internet, para todo e qualquer
cidadão, sem exigir cadastro prévio, bem como a utilização de senhas específicas
para a consulta dos dados.

O Decreto nº 7.185 teve origem na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio


de 2000. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) teve parte de seu texto alterada
pela Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009, motivando a sociedade a
fiscalizar os gastos do Estado.

Com a publicação do Decreto e a força das leis de responsabilidade, e


também com o avanço tecnológico e a acessibilidade da internet, os governantes
iniciaram a construção de portais de transparência, faciliatando o papel de
fiscalização pela sociedade civil. Os portais da transparência surgiram em
novembro de 2004, sendo o resultado do esforço do governo federal, por
intermédio da Controladoria-Geral da União (CGU), para dar publicidade aos
gastos públicos, ao mesmo tempo em que assegura ao contribuinte a possibilidade
de fiscalizá-los.

4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Os sistemas de informação podem ser definidos como um conjunto de
componentes (hardware e software) interligados que podem coletar, recuperar,
processar, armazenar, compartilhar e analisar informações a serem utilizadas na
tomada de decisões organizacionais, além de facilitar as práticas de coordenação
e controle (LAUNDON; LAUNDON, 2007). Os sistemas de informação armazem
todos os tipos de dados, que combinados, se transformam em informações sobre
pessoas, localizações geográficas, empresas privadas e públicas, ONGs etc.

4.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EXISTENTES NA


ADMINISTRAÇÃO
Com o início do regime democrático e o final da ditadura, a transparência
das ações governamentais começa a ser notada no Brasil. Nesta fase aconteceu
um grande desenvolvimento tecnológico mundial, especialmente na área de
tecnologia da informação. Com base nisso, o novo governo optou por criar
sistemas que pudessem organizar e controlar a gigantesca planilha contábil do
país (ALBERTIN, 2010).

Foi criado então, no ano de 1976, o SIAFI (Sistema Integrado de


Administração Financeira do Governo Federal) – que era um sistema de
contabilidade pública que organizou os procedimentos de caixa (entradas e
saídas) de conta única, dando mais visibilidade e possibilidade de fiscalização
das aplicações dos recursos públicos do governo.

8
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM EMPRESAS PÚBLICAS

Quando o SIAFI foi implantado ainda era inexistente a integração entre


sistemas. Com um número de fontes e programas elevados e tipos de dados
incompatíveis, a tomada de decisão pelos gestores públicos ainda não era tarefa
fácil nesta época.

O poder executivo foi o primeiro a utilizar o SIAFI, que em seguida foi


replicado aos demais poderes. Em dias atuais, todos os orgãos da administração
direta (dos Três Poderes) e da administração indireta utilizam este sistema de
informações que foi customizado especialmente para as características do país
(FILHO, 2014).

A grande vantagem do SIAFI é que ele integra despesas e receitas geradas


por órgãos diferentes, o que permite aos gestores uma visão abrangente para
possibilitar melhor controle dos gastos públicos. A unificação é um conceito
importante e associado ao SIAFI: ao padronizar métodos e rotinas de trabalho
no governo federal, o SIAFI possibilita uma normatização única entre os diversos
órgãos federais.

Através do desenvolvimento e uso do SIAFI foram criados meios para


agilizar a programação finaneira unificando os recursos do governo federal, sendo
que em 1988, foi criada uma conta única no Banco do Brasil. A operacionalização
desta conta é feita pelo próprio BB ou por outros bancos autoriados pelo Ministério
da Fazenda. A conta única facilita a realização de operações financeiras on-line,
sem perda de autonomia na gestão de recursos. Isso torna o controle de gastos
mais eficaz.

A movimentação de recursos na conta única do Tesouro Nacional é


realizada por meio de documentos do SIAFI. Podemos destacar como os mais
utilizados:

• NC – Nota de Movimentação de Crédito: destina-se ao Registro das


transferências de créditos orçamentários, entre Unidades Gestoras de um
mesmo órgão e entre Unidades Gestoras de Órgãos distintos.
• ND – Nota de dotação: destina-se ao registro de detalhamento dos créditos
previstos no Orçamento Geral da União, bem como à inclusão destes créditos.
• NE – Nota de Empenho: destina-se a registrar os eventos vinculados ao
comprometimento de despesa (empenho), bem como aos casos em que se faça
necessário o reforço ou a anulação de despesa.
• OB – Ordem Bancária: destina-se ao pagamento de compromissos e à liberação
de recursos para fins de adiantamento de suprimento de fundos.
• GR – Guia de Recebimento: destina-se a registrar os eventos vinculados ao
recolhimento de numerário à conta bancária da unidade gestora.

Para finalizar, entre as funões mais importantes do SIAFI, podemos


destacar o acompanhamento e o controle da elaboração e execução orçamentária,
financeira e contábel do governo brasileiro. Isso envolve desde os registros

9
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

de orçamentos iniciais de receitas e despesas, até a emissão de comprovantes


contábeis. O retorno do SIAFI consiste em fornecer uma fonte segura de
informações, de fácil controle e ampla transparência.

4.2 SUBSISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA BRASILEIRA
Segundo Filho (2014, p. 37), várias são as subdivisõs de informações no
Governo brasileiro. Isso ocorre também no setor de tecnologia da Informação,
que atribui nomenclaturas distintas para grupos específicos de Sistemas de
Informação. Isso significa que os sistemas existentes se ramificam em categorias,
como acontece com o SIG (Sistema de Informação Gerencial). Com base nisso,
o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) criou vários outros
sistemas, como:

• Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR).


• Sistema de Controle de Imóveis Funcionais (CIF).
• Portal de Compras do Governo Federal (Comprasnet).
• Portal do Governo Eletrônico (Infovia Brasília).
• Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP).
• Sistema Integrado de Administração Patrimonial (SIAPA).
• Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG).
• Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF).
• Sistema de Convênios (SICONV).
• Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR).
• Sistema de Informações das Empresas Estatais (SIEST).
• Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento (SIGPLAN).
• Sistema de Convênios (SICONV).
• Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR).
• Sistema de Informações das Empresas Estatais (SIEST).
• Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento do Plano Plurianual
(SIGPlan).
• Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios
(SIAFEM).
• Sistema Integrado de Administração de Serviços para Estados e Municípios
(SIAGEM).
• Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento para Estados e Municípios
(SIPLAN).

O Siasg – Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais foi criado


pelo Ministério de Planejameto, Orçamento e Gestão (MPOG). A função deste
sistema é dar apoio a todas as atividades operadionais do Sistemas de Serviços
Gerais. Ela representou uma modernização da gestão federal no relacionamento
com fornecedores e cadastro de suprimentos, serviços, materiais e registro
de preços. Agilizou os processos de licitação e compra, dando transparência

10
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM EMPRESAS PÚBLICAS

nos processos licitatórios. O SICAF – Sistema de Cadastramento Unificado de


Fornecedores é um módulo do sistema SIASG. Este sistema é responável pelo
cadastro e habilitação de pessoas físicas e jurídicas que desejam participar
das licitações públicas. O sistema pode ser acessado pelo portal <http://www.
comprasnet.gov.br/>.

Existe um sistema destinado aos convênios (SICONV) cuja finalidade é


garantir eficiência, agilidade e transparência na liberação de recursos financeiros
para Estados e Municípios. Este sistema de informação está disponível no Portal
dos Convênios e atende às exigências do Decreto nº 6.170/07, que determinou as
novas regras para a celebração de parcerias com a União.

Destaque também para o SIDOR – cuja função é aperfeiçoar e melhorar


continuamente o processo orçamentário federal. Seu principal produto é o
Projeto de Lei Orçamentária enviado, anualmente, ao Congresso Nacional para
aprovação e consequente geração da Lei Orçamentária Anual. Este sistema está
sendo substituido pelo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do
Governo Federal (SIOP).

O SIEST – Sistema de Informações das Empresas Estatais é um sistema de


apoio para o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais
(DEST) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na captação de
propostas de investimentos das empresas estatais para o exercício financeiro
posterior ao ano de exercício. O SIEST é responsável ainda da manutenção das
informações usadas no Balanço Geral da União.

É composto por cinco módulos agregados:

• Programa de Dispêndios Globais (PDG).


• Orçamento de Investimento.
• Cadastro Geral das Empresas Estatais.
• Balanços Patrimoniais.
• Endividamento.

O sistema SIGPlan – Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento


do Plano Plurianual – é uma ferramental eficiente usada na elaboração Plano
Plurianual (PPA). É um meio de comunicação útil, pois age na integração
entre as pessoas responsáveis pelos programas governamentais, oferecendo as
informações necessárias para a assertividade na tomada de deciões estratégicas
e operacionais.

Outro sistema de informação importante é o SIAGEM – Sistema Integrado


de Administração de Serviços para Estados e Municípios, que tem sua origem e
suporte baseado no Sistema Integrado de Administração de Serviços (SIADS).
O sistema SIAGEM tem como objetivo precípuo fazer a adequada gestão do
patrimônio e materias de consumo. Ele possui uma interface interligada de forma

11
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

on-line com o SIAFI, provendo o usuário de todos os instrumentos de controle


exigidos pela Lei nº 8.666 e demais normatizações da Administração Pública.

Outro sistema que atende a Estados e Municípios é o Sistema Integrado


de Planejamento e Orçamento para Estados e Municípios (SIPLAN), que está
apoiado na Programação Orçamentária (Progorcan). Esta aplicação tem como
finalidade contribuir para a elaboração do orçamento, o planejamento e a gestão
da distribuição de receitas e despesas. Este aplicativo tem como finalidade a
elaboração orçamentária, o planejamento e a gestão do processo na fase de
execução e reprogramação na distribuição das receitas e despesas orçamentárias,
atendendo à legislação vigente no país.

Muitos são os Sistemas de Informações que atendem às empresas públicas.


Vimos acima, um resumo da aplicabilidade destes aplicativos computacionais e
podemos perceber que os sistemas de informações tornam-se indispensáveis para
a tomada de decisão gerencial das organizações (tanto públicas, quanto privadas).
Fica claro também que os sistemas de informações favorecem o crescimento dos
planos de ações das organizações, gerando informações rápidas e íntegras, o
que favorece a prática de uma gestão estratégica pautada na assertividade do
processo de tomada de decisão por parte dos gestores e no fiel acompanhamento
da aplicação dos recursos públicos por parte da população de cada Estado e
Município do país.

4.3 PORTAIS DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL


O portal de transparência do governo federal permite a realização de
consulta pública sobre:

• Transferências de Recursos.
• Gastos Diretos com a Presidência.
• Receitas.
• Convênios firmados pelo Governo Federal.
• Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas.
• Situação funcional dos Servidores Públicos do Poder Executivo do Governo
Federal.
• Direitos do cidadão.
• Empresas punidas.
• Acordos de leniência (delação premiada).
• ONGs.
• Informações de cartões de crédito do governo.
• Informações de orgãos e servidores.
• Informações de convênios.
• Recursos destinados aos Estados e Municípios, entre outras informações.

12
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM EMPRESAS PÚBLICAS

A Figura 3 apresenta a página inicial do portal de transparência do governo


federal. Na área central existe um mapa. Clicando em um Estado específico,
uma nova aba será carregada com as informações específicas desta unidade da
federação. Aproveite a disponibilidade de informações e consulte os dados que
você julgar importantes para o seu Estado.

FIGURA 3 – PORTAL DA TRANSPARÊNCIA – GOVERNO FEDERAL

FONTE: <http://portaldatransparencia.gov.br/>. Acesso em: 1 out. 2018.

A Figura 4 demonstra informações do estado de Santa Catarina. Os dados


são apresentados de forma individualizada, em cada ano de exercício fiscal.
Observe que os dados demonstrados são atuais (ano 2018). Neste caso específico,
são exibidos os montantes financeiros transferidos para SC e seus municípios, os
gastos diretos do Estado (e municípios) e os benefícios federais recebidos pelos
cidadãos catarinenses.

13
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

FIGURA 4 – PORTAL DA TRANSPARÊNCIA – DADOS DE SANTA CATARINA

FONTE: <http://portaldatransparencia.gov.br/localidades/SC-SANTA-CATARINA>. Acesso em:


1 out. 2018.

A Figura 5 exibe detalhadamente os dados do orçamento anual do


governo, divididos em despesas e receitas. Assim, fica mais fácil entender quanto
o governo arrecada e quanto gasta. Percebemos pela imagem que a receita foi de
3,51 trilhões e as despesas giram em torno de 3,45 trilhões.

14
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM EMPRESAS PÚBLICAS

FIGURA 5 – PORTAL DA TRANSPARÊNCIA – ORÇAMENTO (DESPESAS E RECEITAS)

FONTE: <http://portaldatransparencia.gov.br/orcamento>. Acesso em: 1 out. 2018.

A Figura 6 exibe o montante financeiro que o governo investe em benefícios


ao cidadão. Aqui entram Bolsa Família, as bolsas de estudo, recursos do INSS
para pensões, afastamento de trabalho, dentre outras situações.

15
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

FIGURA 6 – PORTAL DA TRANSPARÊNCIA – BENEFÍCIOS DESTINADOS À POPULAÇÃO

FONTE: <http://portaldatransparencia.gov.br/orcamento>. Acesso em: 1 out. 2018.

Fique atento! Ajude a fiscalizar as ações do governo. Acesse o Portal da


Transparência sempre que possível e ajude a construir para um país melhor.

Encerramos o conteúdo do Tópico 1. O objetivo dos próximos tópicos


é que você entenda o alinhamento da TI e seus profissionais com os objetivos
organizacionais. Lembre-se: as empresas públicas possuem os mesmos processos
de gestão que as empresas privadas. E os sistemas de informação servem de
alicerce para o alcance dos objetivos organizacionais e governamentais.

16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• A Administração Pública no Brasil está dividida em três etapas: patrimonialista,


burocrática e gerencial.

• As práticas de gerência do século XX culminaram na administração gerencial


praticada na atualidade.

• No ano 2000 foi publicada a Lei Complementar nº 101 (também denominada


Lei de Responsabilidade Fiscal).

• A Lei Complementar nº 101 tem quatro alicerces importantes: planejamento,


transparência, controle e responsabilização.

• Boa parte das mudanças na Administração pública brasileira ocorreu na década


de 1930, na amplamente conhecida “era Vargas”.

• Em 1936 foi criado o Conselho Federal do Serviço Público Civil (CFSPC), e,


em 1938 passou a ser chamada de Departamento Administrativo do Serviço
Público (DASP), a administração patrimonialista deu lugar à burocrática.

• O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI)


controla as receitas e despesas públicas.

• No ano de 2010, mais especificamente em 27 de maio, o governo federal publicou


o Decreto nº 7.185, que dispõe sobre o padrão mínimo de qualidade do Sistema
Integrado de Administração Financeira e Controle, no âmbito de cada Estado
da Federação, garantindo maior transparência nas ações do governo.

• Sistemas de informação podem ser definidos como um conjunto de componentes


(hardware e software) interligados que podem coletar, recuperar, processar,
armazenar, compartilhar e analisar informações a serem utilizadas na tomada
de decisões organizacionais.

• São inúmeros os sistemas de informações públicas existentes atualmente, mas


conheceu os portais de transparência do governo brasileiro.

17
AUTOATIVIDADE

1 Com base na leitura do Tópico I, marque a opção que representa um sistema


de informação de grande importância utilizado atualmente na gestão e que
começou a ganhar visibilidade no final da década de 1990 (com o advento da
internet):

a) Administração Pública Patrimonialista.


b) Administração Pública Burocrática.
c) Administração Pública Gerencial.
d) Governo eletrônico (e-gov).
e) Planejamento de ações do governo (Siplan).

2 A população brasileira tem amplo acesso às informações governamentais,


que são disponibilizadas pela internet e podem ser acessadas em qualquer
hora e de qualquer lugar por qualquer cidadão. Todos os sistemas
relacionados a seguir são mantidos pelo governo federal como instrumentos
de transparência, exceto:

a) ComprasNet.
b) SIAFI.
c) Portal Brasil.
d) Portal da Transparência.
e) Portal de Convênios.

3 Em relação ao seu entendimento sobre o que é “Transparência na


Administração Pública”, marque a opção que melhor representa o
entendimento acerca deste conceito:

a) A divulgação de dados e informações, pré-formatados segundo critérios


estabelecidos pela administração, garante a ampla transparência.
b) A população não tem interesse e não acessa as informações
c) O custo de divulgação das informações é elevado.
d) Informação transparente não significa que é informação pública e de direito
de todos.
e) As informações dos portais de transparência são encomendadas e
manipuladas.

4 Acesse o site <http://portaldatransparencia.gov.br/>. Procure o Portal de


Transparência do seu Estado de origem. Verifique os valores financeiros
destinados bem como a aplicação dos recursos.

18
UNIDADE 1
TÓPICO 2

CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA


DA INFORMAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
A evolução tecnológica abrange todas as atividades desenvolvidas na
atualidade ao permitir o compartilhamento rápido e livre de um volume muito
grande de informações por meio da rede mundial de computadores. Essa rapidez
na evolução foi impulsionada pela necessidade de melhorias na qualidade de
processos e customização de produtos. Schreiber et al. (2002, p. 36) destaca os
fatores importantes deste processo:

(a) o rápido crescimento da rede mundial de computadores World Wide


Web (www), que estabeleceu uma infraestrutura de compartilhamento do
conhecimento; (b) a identificação do conhecimento como fator-chave de
produção, além do trabalho e do capital.

A tecnologia da informação (TI) precisa do conhecimento das pessoas para


ser percebida e aplicada em diversos fins, utilizada por pessoas e organizações
como meio facilitador no acompanhamento das inovações, no aumento da
produtividade para melhorar a qualidade de produtos e serviços, e para tornar
rápida e eficiente a comunicação com mercados, clientes e fornecedores. Por
causa disso, é considerada uma importante ferramenta para manter operantes
todos os envolvidos em um negócio, sendo mais intensa a conscientização de que
ela não pode ser dissociada de atividade organizacional alguma a fim de agregar
valor aos produtos e serviços ofertados.

Os sistemas de informação ou tecnologia de informação são o conjunto


de partes (quaisquer) que gerem informações, ou, também, o conjunto de
software, hardware, recursos humanos e respectivos procedimentos que
antecedem e sucedem o software. Tem como maior objetivo o apoio nos
processos de tomada de decisões na empresa, e seu foco está direcionado
ao principal negócio empresarial (REZENDE, 2002, p. 84).

De forma bem objetiva, pode-se entender a tecnologia da informação como


um conjunto de atividades e suas soluções, ambas tendo como alicerce recursos
computacionais que facilitam o armazenamento, o acesso, o gerenciamento e o
posterior uso das informações.

19
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

2 RECURSOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


De acordo com Stair (2002), a tecnologia da infomração têm como
componentes principais:

• Tecnologia: as redes de computadores são sistemas de componentes de


processamento de informações que utilizam uma multiciplicidade de hardware,
software, gerenciamento de dados e tecnologia de redes de telecomunicações.
• Aplicações: aplicações de negócios e e-commerce envolvem sistemas de
informações interconectadas.
• Desenvolvimento: as formas de desenvolvimento, para utilizar tecnologia
da informação na empresa, abrangem o projeto de componentes básicos dos
sistemas de informação.
• Administração: o gerenciamento da tecnologia da informação enfatiza a
qualidade, o valor estratégico para um negócio e a segurança dos sistemas de
informação de uma organização.
• Hardware: equipamento do computador utilizado para realizar atividades de
entrada, processamento e saída. Os equipamentos de entrada incluem teclado,
mouse etc.
• Software: são programas que comandam operações do computador. Esses
programas permitem que o computador processe dados financeiros, de
Recursos Humanos, de produção etc.
• Banco de dados: coleção organizada de fatos e informações, constituindo dois
ou mais arquivos de dados relacionados.
• Telecomunicações: transmissão eletrônica de sinais para comunicações que
permitem com que as organizações realizem processos e tarefas por meio de
redes efetivas de computadores.
• Internet: maior rede de computadores do mundo, consistindo em milhares de
redes interligadas que trocam informações simultânea e livremente.

Há dois tipos de pessoas:

• Pessoas de TI: inclui toda pessoa que gerencia, administra, programa, mantém
e executa o sistema.
• Usuários: pessoas que trabalham com TI.

Procedimentos: incluem estratégias, políticas e regras organizacionais.

Os sistemas de informação, em sua maioria, são definidos com base nos


componentes citados anteriormente. Os elementos se relacionam e trabalham
com um objetivo em comum, a fim de produzir resultados. A figura a seguir
representa a composição dos sistemas de informação, com base nos componentes
da tecnologia da informação. Conforme vimos, a tecnologia da informação é
conhecida como o conjunto de hardware, software, pessoas e culturas envolvidas.

20
TÓPICO 2 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

FIGURA 7 – ESTRUTURA BÁSICA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

FONTE: <https://sites.google.com/site/profnewtonti/>. Acesso em: 11 jun. 2018.

Em meio a todos estes componentes, o sistema de informação pode ser


entendido como um conjunto de elementos que se relacionam “[...] para coletar
(entrada de dados), manipular (processamento de dados) e disseminar (saída dos
dados) as informações para atender a um objetivo específico” (ALBERTIN, 2015,
p. 12).

Ao conhecer o conceito de sistemas de informação, você já deve ter


entendido que todos os sistemas de informação utilizam recursos humanos,
tecnológicos, informações e redes para executar todas as atividades e etapas de
manipulação relacionadas aos dados.

Alguns estudos a respeito dos recursos de TI os separam em duas categorias


distintas, conforme Weill e Aral (2007): ativos de tecnologia da informação e
capacitações em tecnologia da informação.

Os recursos são resultados dos investimentos feitos pelas empresas


no setor de TI, e os mesmos são difíceis de serem copiados, pois
necessitam de tempo, aprendizagem e otimização, pois o avanço da
tecnologia nas empresas trouxe uma grande variedade de serviços,
equipamentos e sistemas para o ambiente de TI, que aumentam a
complexidade na gestão do ambiente, mas requerem ainda mais
cuidados no gerenciamento para garantir que todos os recursos
estejam sempre disponíveis e seguros (WEILL; ARAL, 2007, p. 46).

De acordo com Albertin (2015, p. 6), “os cuidados com o gerenciamento


de recursos de TI são necessários para evitar uma série de incidentes e surpresas
desagradáveis” para melhorar os resultados dos serviços entregues pela TI e os
resultados do negócio.

A figura a seguir representa os recursos de TI que devem ser prioridade


no processo de gestão.

21
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

FIGURA 7 – MODELO TEÓRICO DOS RECURSOS DE TI

Recursos de TI

Capacitação em TI

Ativos de TI
Competências Rotinas
- Infraestrutura - Habilidade em TI - Cultura do uso de TI
- Transacional - Qualidade da - Transações Digitais
- Informacional gestão de TI - Arquitetura de Internet
- Estratégico

FONTE: Adaptado de Weill e Aral (2007)

2.1 OS ATIVOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


Weill e Aral (2007) atestam que os investimentos financeiros feitos no
setor de tecnologia da informação refletem na estratégia e afetam diretamente o
desempenho organizacional. Com isso, pode-se concluir que os resultados obtidos
pelas empresas dependem do tipo e do volume financeiro investido nos ativos.
Quanto maior e mais bem definido o investimento, maiores serão os benefícios
retornados pelos ativos.

Os autores classificam os ativos em quatro categorias distintas:


infraestrutura, transacional, informacional e estratégico, além disso, listam para
cada uma o objetivo estratégico, bem como os resultados do investimento em
cada categoria. O quadro a seguir mostra a classificação dos ativos de TI:

QUADRO 1 – ATIVOS E OS BENEFÍCIOS DE PERFORMANCE ESPERADOS

Ativos de TI Propósito estratégico Benefícios esperados


- Curto Prazo: maior custo e
Fundação para os serviços
menor rentabilidade.
compartilhados de TI. Provê uma base
Infraestrutura - Maior valor de mercado.
flexível para as iniciativas de negócios
- Longo Prazo: maior lucro e
futuras.
menores custos.
Automatiza os processos, corta custos
Transacional e aumenta o volume de negócios por -Menores custos.
unidade de custo.
Provê informação para a gestão,
contabilidade, relatórios, suporte de - Menores custos.
Informacional
decisões, controle de planejamento, - Maior rentabilidade.
análises e data mining.
Apoia a entrada em um novo
Estratégico mercado, provê um novo serviço ou - Mais inovação de produto.
viabiliza um novo produto.

FONTE: Adaptado de Weill e Aral (2007)


22
TÓPICO 2 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Infraestrutura: a área de TI é essencial para qualquer organização e sua


manutenção deve ser estratégica. Os investimentos em infraestrutura envolvem
troca de equipamentos como servidores, cabeamento de rede, troca do sistema
gerenciador de banco de dados. Tal investimento tem um custo alto, mas trazem
benefícios em longo prazo, pois melhoram a produtividade e a competitividade
organizacional.

Transacional: aqui se concentram os investimentos para melhorar


processos, cortar custos e melhorar o desempenho dos negócios. O foco é cortar
recursos de operações que são repetitivas e, por isso, tendem a causar uma
redução imediata do custo financeiro para mantê-las.

Informacional: são investimentos que envolvem diretamente a coleta, o


processamento e a análise dos dados, permitindo maior segurança nas decisões.
Geralmente são adquiridos novos sistemas de informação para dar suporte à
tomada de decisões. Esses sistemas reduzem custos e facilitam a identificação de
novos cenários e oportunidades de negócios.

Estratégico: são investimentos que tornam a empresa mais inovadora,


pois mudam a natureza de entrega de produtos ou serviços. Podem envolver
tanto a tecnologia quanto novas metodologias de trabalho.

2.2 CAPACITAÇÃO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


O ato de capacitar os profissionais de tecnologia da informação visa
promover o aprendizado contínuo, valorizar os servidores, desenvolver
competências, difundir conhecimento e melhorar, cada vez mais, a qualidade dos
serviços prestados e dos produtos entregues. Capacitar somente não é suficiente
(COHEN; LEVINTHAL, 1990). Só o conhecimento técnico não basta. A equipe
precisa ser especialista no campo de atuação, tendo amplo conhecimento do
negócio, das atividades, dos procedimentos e rotinas organizacionais.

A capacitação em tecnologia da informação deve interligar as rotinas


organizacionais com as competências da equipe de tecnologia da informação, no
intuito de agregar valor nas construções e customizações. Lembre-se: as rotinas
organizacionais envolvem todas as atividades necessárias para se concluir algo,
como um produto, um serviço ou uma tarefa específica. Além disso, também
fazem parte das rotinas organizacionais os processos de documentação que
auxiliam na conclusão das atividades.

23
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

2.3 AS ROTINAS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


Na visão de Westerman e Weill (2006), as empresas que obtêm mais
benefícios da tecnologia da informação são as que buscam excelência na execução
de cinco princípios básicos: identificar as necessidades, desenvolver as aplicações,
gerenciar a mudança organizacional, redesenhar os processos de negócio e
supervisionar a TI. Nesse sentido, a figura a seguir mostra o modelo de criação
de valor através da tecnologia da informação de Westerman e Weill (2006).

FIGURA 8 – CICLO DA GERAÇÃO DE VALOR EM TI

Identificar as
Necessidades

Transparência
Supervisionar TI Medição dos
dos
Investimentos Resultados

Desenvolver RPN & Mudança


Aplicações Organizacional

FONTE: Adaptado de Westerman e Weill (2006)

Identificar as necessidades: o primeiro passo é identificar a real


necessidade da organização em relação aos desfalques tecnológicos. Isso é
necessário para que não se invista um volume financeiro absurdo em tecnologias
que não terão o devido aproveitamento. Essa etapa é importante, pois auxilia os
gestores a identificarem problemas, e como consequência, serve de orientação
na escolha da melhor tecnologia para resolvê-los. Para obter sucesso nessa fase,
o gerente de TI deve estar alinhado e em constante comunicação com os gestores
do negócio.

Desenvolver as aplicações: essa é a fase mais importante para o negócio,


pois depende do desenvolvimento das aplicações para que os objetivos sejam
alcançados. Para haver êxito, é necessária uma efetiva gestão dos projetos de
desenvolvimento, para que se decida corretamente a respeito de tudo que se
relaciona ao escopo, prazos e custos. A gestão do projeto deve prever um método
de aferição, ter uma equipe qualificada e envolver, sempre que possível, os
gestores do negócio para garantir a entrega do resultado esperado nos prazos e
custos estabelecidos.

24
TÓPICO 2 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A tecnologia da informação está deixando de ser um desafio técnico


para ser um desafio de gestão, pois o retorno percebido depende diretamente do
comprometimento e da iniciativa dos gestores do negócio que, na maioria das
vezes, não sabem como se envolver ou não tem a devida consciência do valor da
tecnologia da informação para os negócios.

Gerenciar a mudança e redesenhar os processos de negócio: Westerman


e Weill (2006) defendem que o gestor da área de TI e equipe podem fomentar e
gerenciar tanto as mudanças técnicas quanto os processos de negócio. No entanto,
precisam utilizar métodos adequados, ter uma equipe capacitada e certificar-se
de que as mudanças e o redesenho dos processos estão alinhados com a estratégia
organizacional.

Supervisionar a TI: a supervisão da TI é importante para deixar


transparentes os investimentos e também para aferir os resultados. Westerman
e Weill (2006) afirmam que a transparência nos investimentos é necessária para
direcionar recursos adequados aos projetos com maior potencial de retorno,
através de um processo claro e justo. A medição dos resultados, segundo os
autores, rastreia os resultados obtidos pela aplicação da tecnologia da informação,
para tanto, podem ser usadas medidas quantitativas, como o Service Level
Agreements (SLA), ou seja, Acordo de Nível de Serviço e a evolução dos custos
com TI, além de medidas qualitativas, como a satisfação dos usuários, clientes e
fornecedores. Contudo, os autores ressaltam que a medição dos resultados dos
projetos de desenvolvimento das aplicações e revisão dos processos de negócio é
mais difícil que a medição da performance da infraestrutura de tecnologia.

2.3.1 As competências para gestão da TI


As competências para gerir a TI fecham o ciclo dos elementos que
contemplam a capacitação em tecnologia da informação, completando também a
definição dos recursos de TI proposta por Weill e Aral (2007).

Os principais atores envolvidos na TI são:

• Chief Information Officer (CIO): executivo responsável pelas funções da área


de TI.
• Analistas da informação: técnicos responsáveis pelo atendimento aos usuários
e pelo desenvolvimento e manutenção da infraestrutura e dos sistemas de
informação. Como analistas da tecnologia da informação, podemos citar:
programadores, projetistas, analistas de sistemas, gerentes de projetos, entre
outras funções.

25
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

2.3.1.1 As competências do CIO


A principal função do Chief Information Officer (CIO) é gerenciar a
operação dos sistemas de informação no intuito de mantê-los alinhados à
estratégia de negócios, facilitando qualquer processo de mudança ou alteração
(CARTER et al., 2011). Os autores destacam a relevância do conhecimento técnico
do CIO e afirmam que sua importância é determinada pela intensidade com
que a tecnologia da informação é utilizada na organização. Dessa forma, quanto
mais a organização enviar demandas ao setor de TI, mais relevante e necessário
internamente será o CIO.

As competências do CIO são divididas em três papéis principais: papel


Informacional, papel de Decisor e papel Interpessoal (CARTER et al., 2011). O
quadro, a seguir, sintetiza os papéis dos gestores da tecnologia da informação e
descreve, brevemente, suas características.

QUADRO 2 – PAPÉIS DOS GESTORES DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Papel Descrição da Atividade


Papel Informacional
Envolve a comunicação de informações ou ideias às pessoas fora
Representante
da função de TI.
Busca e recebe informações em um esforço para entender a
Monitor organização e seu ambiente. Escaneia o ambiente por mudanças
na tecnologia e na competição.
Papel de Decisor
Identifica as necessidades do negócio e desenvolve soluções que
mudam a situação da empresa. Age como iniciante e designer
Empreendedor
de grande parte das mudanças controladas, que acontecem na
organização.
Alocador de Responsável pela alocação dos recursos humanos, financeiros,
Recursos materiais e informacionais da empresa.
Papel Interpessoal
Responsável por contratar, treinar, motivar e monitorar os
Líder
subordinados.
Intermediário Estabelece uma rede pessoal de relacionamentos externos.

FONTE: Adaptado de Carter et al. (2011)

26
TÓPICO 2 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Papel Informacional: uma linguagem comum em toda a organização é


fundamental para o sucesso organizacional para alcançar os objetivos. O CIO
desempenha um papel fundamental ao compreender a linguagem de negócio,
uma vez que entende problemas e busca melhores soluções técnicas. Nesse
sentido, ele desempenha duas funções importantes: Representante e Monitor.

A função de Representante impõe uma expansão das funções do CIO


dentro da empresa ao se envolver em todos os departamentos e em contato com
todos os gestores e principais usuários dos sistemas de informação. Nesse sentido,
ele é um disseminador de informação que desempenha um papel mais político.

A função de Monitor exige que o CIO observe o ambiente externo no


sentido de acompanhar as inovações e mudanças tecnológicas. Assim, torna-
se referência ao conhecer as oportunidades de utilização da TI no ambiente de
negócio.

Papel de Decisor: na função de decisor cabe ao CIO alocar corretamente


os recursos de tecnologia da informação no intuito de obter maior vantagem e
melhores resultados no negócio. Nesta função, o CIO aloca os recursos humanos,
tecnológicos e financeiros. O papel de decisor está dividido em duas funções:
Empreendedor e Alocador de Recursos (CARTER et al., 2011).

Na função de Empreendedor, o CIO precisa identificar as necessidades do


negócio e desenvolver soluções eficientes para os problemas organizacionais. Ele
precisa garantir que as necessidades e oportunidades técnicas sejam rapidamente
entendidas, planejadas, implementadas e implantadas.

Por sua vez, na função de Alocador de recursos, o CIO precisa decidir


adequadamente sobre a melhor forma de alocar os recursos humanos, técnicos e de
informação. Nesta função, ele precisa ser justo e coerente para não sobrecarregar
a equipe na distribuição das atividades.

Papel interpessoal: este papel representa a função do CIO como líder da


TI e em sua forma de se relacionar com os clientes externos, fornecedores. Esse
papel está dividido em dois papéis distintos: de Líder e de Intermediário.

O Líder é importante para que haja um bom desempenho da equipe, pois


é ele quem guia, treina, aloca, realoca, contrata etc. Esse papel é importante na
mediação de conflitos e para auxiliar a equipe a resolver conflitos, além de fazê-la
permanecer motivada.

O Intermediário faz a mediação entre clientes externos, equipe de


desenvolvimento, fornecedores e demais interessados nos projetos desenvolvidos.
É responsável por criar uma linguagem de comunicação que seja de fácil
entendimento por todos os envolvidos.

27
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

2.3.1.2 As competências dos analistas de tecnologia da


informação
A carência por mão de obra qualificada é evidente no Brasil quando trata
da área específica de Tecnologia da Informação. Para contornar esse problema,
a maioria das organizações oferece programas de capacitação e incentivos para
atrair e reter talentos (ALBERTIN, 2015).

Podemos entender a competência como um conceito que descreve as


habilidades e conhecimentos que uma pessoa deve ter para torná-la capacitada
a realizar algo. No entanto, a competência não pode ser considerada um
conhecimento que a pessoa possui ou o resultado da capacitação pela qual o
profissional passou. Significa, simplesmente, que a pessoa sabe em que aplicar
aquilo que aprendeu e que sabe lidar com imprevistos e com pessoas de
personalidades distintas. A pessoa competente sabe gerenciar os recursos que
necessita para realizar uma atividade (CHIAVENATO, 2010).

A função específica de analista de tecnologia da informação envolve os


programadores, projetistas, analistas de sistemas, gerentes de projetos e demais
funções técnicas relacionadas ao desenvolvimento de sistemas e o departamento
de tecnologia da informação. Estas funções estabelecem o conhecimento
necessário para desenvolver sistemas e para operar as novas tecnologias do setor
em se tratando de hardware e software.

As competências necessárias para esses profissionais geralmente


envolvem: relacionamento interpessoal, conhecimento técnico de ferramentas,
capacidade de propor mais de uma solução para o mesmo problema, caráter
proativo, organização, liderança, capacidade de concentração e de exposição de
ideias, fluência no idioma inglês, responsabilidade, disposição para o aprendizado
contínuo, construção de modelos mentais para a solução de problemas complexos,
conhecimento do negócio da organização, facilidade para assumir riscos,
facilidade para gerenciar o tempo, entre outras (ALBERTIN, 2010).

2.4 AMBIENTES DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


Conforme estudamos nos tópicos anteriores, a tecnologia da informação é
conhecida como um conjunto de hardware, software, pessoas e culturas envolvidas
em um ambiente de trabalho. No âmbito da tecnologia da informação estão os
administradores que sabem da importância de prever a alteração tecnológica
e o impacto disso nas suas atividades. As inovações profundas produzem
uma reorganização social e nas tarefas diárias. Esse processo leva a mudanças
relevantes no conhecimento, na cultura e nas relações de poder, acarretando
na elaboração de novos instrumentos de controle e intervenção. Uma vez que
o desafio tecnológico coloca em discussão alguns equilíbrios fundamentais da
sociedade, conforme apontamento feito por Albertin (2015):

28
TÓPICO 2 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

• Nível de ocupação.
• Profissão e conhecimento adquirido.
• Local e forma de construção da experiência social e da identidade da sociedade.

Para entender como tais alterações modificam a realidade de uma


organização, vamos entender dois conceitos básicos que dizem respeito à
empresa, segundo Albertin (2010), que são:

a) Componentes da empresa: diversas áreas de trabalho, ou ainda, atividades que


são necessárias para o funcionamento adequado da empresa como um todo.
b) Níveis de decisão: hierarquia existente dentro da empresa.

Desse modo, veremos agora quais os quatro tipos comuns de ambientes


da Tecnologia da Informação, ou seja, condições em que os trabalhos que
envolvem TI acontecem em uma organização. Que de acordo com Albertin (2004)
são divididos em:

a) Ambiente estratégico: neste tipo de ambiente as organizações podem ser


dependentes da funcionalidade das atividades de tecnologia para que suas
operações diárias sejam executadas de modo adequado. Essas organizações
precisam de planejamento e a distância entre o sistema de informação e a alta
gerência é reduzida. Portanto, a funcionalidade adequada dos serviços de
sistemas de informação é essencial à continuidade do negócio. Um exemplo
típico desse ambiente são os bancos. Se a TI parar, as operações bancárias não
serão realizadas.
b) Reviravolta: neste tipo de ambiente as organizações recebem suporte
operacional para a manutenção do sistema de informação, mas não possuem
dependência de uma funcionalidade contínua para alcançar seus objetivos.
As aplicações em desenvolvimento, no entanto, são vitais para os objetivos
estratégicos da organização. Portanto, nesse ambiente a interrupção do sistema
de informação não significa suspensão do negócio. Um exemplo de ambiente
são as empresas que usam sistemas e que recebem suporte para mantê-los
funcionando. Nem sempre uma parada no sistema causa uma parada das
operações de negócio.
c) Fábrica: neste ambiente, as organizações dependem do suporte de sistema de
informação para realizar suas operações. O planejamento possui um caráter
de curto prazo e é mais operacional, equilibrando o serviço, custo e eficiência.
Uma parcela considerável do sistema de informação está na manutenção das
aplicações existentes e as aplicações em desenvolvimento não são críticas para
o negócio, pode-se afirmar que o essencial é o suporte às operações diárias.
Exemplo: empresa têxtil que utiliza máquinas que fazem moldes e cortes de
tecidos orientados por sistemas de informação.
d) Suporte: neste ambiente, a organização possui grande orçamento para o sistema
de informação, todavia, as operações não são fundamentalmente dependentes
da perfeita funcionalidade das atividades do sistema de informação. Exemplo:
consultório médico.

29
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

2.5 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO ENTRE TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO E NEGÓCIO
O alinhamento estratégico da TI com o negócio pode ser definido
“como uma adequação estratégica de integração entre os ambientes externos e
internos a fim de desenvolver competências ou para maximizar o desempenho
organizacional mediado pelo adequado uso da tecnologia da informação”
(ROSINI; PALMISANO, 2006, p. 37).

Para esses autores, os modos para obter o alinhamento estratégico em


uma organização são:

• O estágio da integração administrativa.


• O estágio da integração sequencial, ou seja, o plano de TI vem posteriormente ao
plano de negócio.
• O estágio da integração recíproca, que ocorre por meio da formulação de dois
planos em conjunto.
• O estágio da integração total ocorre por meio de um único plano.

O modelo de alinhamento estratégico com a integração recíproca é baseado


em duas hipóteses, de acordo com Henderson e Venkatraman (1996), vejamos:

a) A performance econômica está relacionada à habilidade do gerenciamento


para estabelecer uma adequação estratégica.
b) A adequação estratégica é dinâmica, assim, o alinhamento não é considerado
um evento isolado, mas um processo contínuo de adaptação e mudança.

O alinhamento da TI com o negócio pode ser encontrado nas organizações


em diversos estágios, cabendo destacar dois nas organizações que almejam
desenvolvê- lo, sendo:

a) Nível de operacional: integração operacional, quando há necessidade de planos


operacionais de negócio, bem como de tecnologia da informação. Este nível é
caracterizado por meio de requisitos e funções dos sistemas de informação e do
negócio em nível operacional.
b) Nível de gestão: integração no nível mais alto de gestão. A integração ocorre
por meio da adequação estratégica dos objetivos da tecnologia de informação
com as estratégias, objetivos e competências fundamentais do negócio.

Os elementos e variáveis considerados mais significativos para a


promoção do alinhamento estratégico são agrupados em dois conjuntos (ROSINI;
PALMISANO, 2006):

30
TÓPICO 2 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

a) Elementos do contexto organizacional: representam o alinhamento por meio


de variáveis que observam as condições, bem como o direcionamento do
negócio.
b) Elementos de modelo de planejamento estratégico: representam o alinhamento
por meio de variáveis que definem o modelo e o processo de planejamento.

Portanto, você pode observar que a aplicação da TI orientada de forma


estratégica pode ser implantada em todos os níveis da organização, dos níveis
mais operacionais aos níveis de tomadores de decisões (PORTER; MILLAR, 1986).
A tecnologia da informação pertence também aos executivos, que podem tirar
vantagens da mesma aplicação. O reconhecimento por parte do setor executivo já
ocorreu, porém há dificuldade do uso estratégico da tecnologia. A figura a seguir
exibe um modelo de alinhamento estratégico.

FIGURA 9 – MODELO DE ALINHAMENTO ESTRATÉGICO ENTRE TI E NEGÓCIO

FONTE: <http://www.tiespecialistas.com.br/2010/10/a-governanca-de-ti-e-oalinhamento-
estrategico/>. Acesso em: 21 jun. 2018.

Na figura anterior pudemos visualizar o Nível Operacional e o Estratégico


entre o Negócio e a Tecnologia da Informação, sempre na busca constante da
adequação estratégica e da integração funcional.

Tais processos de alinhamento estratégico, entre Negócio e TI, garantirão


que a estratégia mais adequada no momento seja realizada pela empresa, e a

31
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

Governança de TI contribuirá para que isso ocorra. O que se busca, na verdade,


é o aumento da percepção da importância da TI para o negócio, e o aumento da
eficiência e da eficácia em relação ao uso, como custos adequados, garantia da
capacidade atual e futura dos recursos e perenidade, além de, claro, da garantia
dos aspectos ligados à sustentabilidade da empresa (ALBERTIN, 2015).

Alinhar e integrar os recursos da TI ao negócio da empresa é assunto


de destaque e um problema estratégico para as organizações. O alinhamento
estratégico integrado entre as áreas de negócio e de TI tem se tornado uma
exigência nas organizações que visualizam, mantêm e crescem sustentavelmente
em um ambiente competitivo.

3 OS MODOS DE EMPREGO DA TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO
Os autores Nolan e McFarlan (2005) propuseram uma Grade de Impacto
estratégico em TI a fim de identificar como as organizações a empregam
internamente. A figura a seguir exibe o modelo que resume como as organizações
usam a tecnologia da informação.

FIGURA 10 – IMPACTO ESTRATÉGICO DA TI


ALTA TI DEFENSIVA TI OFENSIVA
Modo Estratégico (Ambidestro)
NECESSIDADE DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO CONFIÁVEL

Modo Fábrica (Exploit)


- Se o sistema falhar, há uma perda - Se o sistema falhar, há uma perda
imediata de negócios; imediata de negócios;
- Queda do tempo de resposta tem - Queda do tempo de resposta tem
consequências sérias para os usuários consequências sérias para os usuários
internos e externos; internos e externos;
- A maior parte das atividades de negócios - Novos sistemas prometem transformações
é on-line; de processos e serviços;
- Os sistemas trabalham, em grande parte, - Novos sistemas prometem reduções de
para manutenção das atividades; e custo; e
- O trabalho dos sistemas resulta em pouca - Novos sistemas reduzem as diferenças
diferenciação estratégica ou dramática de performance de custo, serviço ou
redução de custos. processo em relação aos competidores.

Modo Suporte Modo Turnaround (Explore)


(Sem orientação estratégica)
- Novos sistemas prometem
- Mesmo com repetidas interrupções nos transformações de processos e serviços;
serviços de TI, não há consequências - Novos sistemas prometem reduções de
sérias para a performance da empresa; custo;
- Tempo de resposta altos são aceitos - Novos sistemas reduzem as diferenças
sem consequências sérias para a de performance de custo, serviço ou
performance da empresa;
processo em relação aos competidores;
- A empresa pode reverter grande parte
- Investimentos em TI consomem grande
das suas atividades para procedimentos
manuais; e parte do capital disponível; e
- Os sistemas trabalham, em grande - Despesas com TI representam mais que
parte, para manutenção das atividades. 15% das despesas corporativas.

BAIXA NECESSIDADE DE NOVA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ALTA

FONTE: Nolan e McFarlan (2005, p. 37)

32
TÓPICO 2 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

3.1 CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA


DA INFORMAÇÃO
Alguns questionamentos se fizeram importantes para o estudo dos autores:

a) O quanto a empresa depende de sistemas de informação que sejam seguros,


estáveis, ininterruptos e efetivos em relação ao custo? Essa questão está
relacionada ao que os autores chamam de TI defensiva, ou seja, a TI focada em
prover confiabilidade operacional.
b) O quanto a empresa depende, para seu sucesso competitivo, de sistemas de
informação que entregam serviços e produtos com valores adicionais novos
e que tenham grande capacidade de resposta às demandas dos clientes? Essa
questão está associada ao que os autores chamam de TI ofensiva.

Segundo os autores Nolan e McFarlan (2005), as organizações que


praticam a TI ofensiva colocam as questões estratégicas da TI no mesmo nível
ou até acima da confiabilidade dos sistemas. Tais empresas estão mais dispostas
a experimentar e inovar. Já a TI ofensiva caracteriza as organizações mais
ambiciosas, pois envolvem mudanças organizacionais importantes sempre que a
organização precisa se reposicionar no mercado de atuação.

Ainda, de acordo com os autores, o modo suporte caracteriza as


organizações em que a TI não tem orientação estratégica, é perceptível a baixa
necessidade de confiabilidade e inovação. Não há equilíbrio na utilização de
recursos. O setor apenas serve para apoiar atividades rotineiras. O modo Fábrica
necessita de alta confiabilidade e baixa necessidade de inovação. Existe estratégia
na exploração dos recursos de TI no intuito de atingir a máxima eficiência
operacional.

O modo Turnaround enquadra as organizações que precisam de alta


necessidade de inovação e baixa necessidade de confiabilidade. Aqui são
experimentadas novas tecnologias e processos com o objetivo de reposicionar a
empresa.

E
IMPORTANT

Finalizamos o Tópico 2. Agora que você tem uma visão geral dos principais
conceitos e práticas da disicplina, seria muito proveitoso se você começasse a estabelecer as
relações entre os conceitos e tecnologias abordados, explorando sua experiência profissional,
sempre que for possível. Especifiamente na Unidade 2 e na próxima Unidade (3) procure
visualizar a aplicabilidade dos conteúdos estudados no cotidiano da organização onde você
trabalha e estuda. Compartilhe as descobertas com os colegas de sala, professores e tutores.
Procure formar uma rede colaborativa para reforçar o aprendizado e a troca de experiências.

33
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• A Tecnologia da Informação (TI) precisa do conhecimento das pessoas para ser


percebida e aplicada em diversos fins, sendo utilizada por pessoas e organizações
como meio facilitador no acompanhamento das inovações, no aumento da
produtividade, para melhorar a qualidade de produtos e serviços, para tornar
rápida e eficiente a comunicação com mercados, clientes e fornecedores.

• As redes de computadores são sistemas de componentes de processamento


de informações que utilizam uma multiplicidade de hardware, software,
gerenciamento de dados e tecnologia de redes de telecomunicações.

• As aplicações de negócios e e-commerce envolvem sistemas de informações


interconectadas.

• O desenvolvimento para utilizar tecnologia da informação na empresa abrange


o projeto de componentes básicos dos sistemas de informação.

• Na administração, o gerenciamento da tecnologia da informação enfatiza a


qualidade, o valor estratégico para um negócio e a segurança dos sistemas de
informação de uma organização.

• Hardware é o equipamento do computador utilizado para realizar atividades


de entrada, processamento e saída. Os equipamentos de entrada incluem
teclado, mouse etc.

• Software são os programas que comandam operações do computador. Esses


programas permitem que o computador processe dados financeiros, de RH, de
produção etc.

• Banco de dados é a coleção organizada de fatos e informações, constituindo


dois ou mais arquivos de dados relacionados.

• Telecomunicações é a transmissão eletrônica de sinais para comunicações,


o que permite que as organizações realizem processos e tarefas por meio de
redes efetivas de computadores.

• Internet é a maior rede de computadores do mundo, consistindo em milhares


de redes interligadas que trocam informações simultânea e livremente.

• Há dois tipos de pessoas: pessoas de TI, inclui toda pessoa que gerencia,
administra, programa, mantém e roda o sistema; e os usuários, pessoas que
trabalham com TI para conseguir resultados.

• Os procedimentos incluem estratégias, políticas e regras organizacionais.


34
AUTOATIVIDADE

1 A palavra tecnologia é usada diariamente por pessoas que exercem profissões


distintas. Muitas vezes, os conceitos empregados são confusos, o que causa
o emprego indiscriminado do termo. Em relação ao conceito de tecnologia,
analise as sentenças propostas:

I- A tecnologia contempla hardware, software, pessoas, cultura e todos os


processos comunicacionais que envolvem a informação.
II- Tecnologia equivale somente à parte de hardware.
III- Tecnologia diz respeito ao conjunto de todas as técnicas de que dispõe uma
determinada sociedade em qualquer fase de desenvolvimento.
IV- O termo tecnologia deve ser aplicado somente às inovações tecnológicas.

Marque a opção que representa a resposta correta:


a) ( ) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
b) ( ) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) ( ) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.

2 A incorporação das novas tecnologias da informação, tanto no âmbito


público como no privado, tem-se limitado com frequência a justificativas
eminentemente técnicas. Avolumam-se, todavia, evidências de que esse
tipo de abordagem é, em grande parte, responsável pelos decepcionantes
resultados obtidos em inúmeras experiências. Constata-se, portanto,
uma realidade aparentemente paradoxal: iniciativas de modernização
caracterizadas pela incorporação de equipamentos inquestionavelmente
mais potentes revelam pífios resultados.
FONTE: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_ artigo/201>.
Acesso em: 21 jun. 2018.

Sobre a incorporação de novas tecnologias de informação, é correto


afirmar que:
a) ( ) Não exerce influência sobre a estrutura e cultura organizacional.
b) ( ) É sempre um risco para a organização.
c) ( ) Torna o gerenciamento mais difícil pois aumenta o fluxo de informações.
d) ( ) Contribui para o correto gerenciamento em todos os níveis organizacionais.

3 A Gestão do conhecimento está intrinsicamente ligada à forma de como o


conhecimento é utilizado/organizado na vida, no quotidiano das pessoas ou
mesmo em uma organização. Quando falamos em gestão de conhecimento
nas organizações, podemos considerar que a filosofia dessa gestão seria
controlar e facilitar o acesso ao conhecimento ou às informações geradas
dentro dela por seus colaboradores, gestores etc. Para isso, as empresas vêm
utilizando em larga escala os Sistemas de Informação.
FONTE: <http://portal.estacio.br/docs%5Crevista_estacao_cientifica/08-13. pdf>. Acesso
em: 21 jun. 2018.

35
No que se refere à gestão da informação e do conhecimento, é correto
pressupor que:
a) ( ) O uso intensivo da tecnologia da informação favorece a criação de
repositórios para armazenar experiências e conhecimentos.
b) ( ) A tecnologia da informação não auxilia no aprimoramento e retenção do
conhecimento organizacional.
c) ( ) Somente a tecnologia de ponta pode garantir a evolução do conhecimento
organizacional.
d) ( ) O conhecimento das pessoas não é de interesse organizacional.

4 A Governança de TI é, basicamente, uma “extensão” da Governança


Corporativa (conjunto de ações, políticas, regras e processos que regem uma
organização específica) direcionada para a gestão das ferramentas, recursos
e soluções em TI. Quando implantada, ela deve ser adotada por todos os
usuários de softwares e sistemas, incluindo gerentes e gestores, auditores e
diretores.
FONTE: <https://www.opservices.com.br/governanca-de-ti/>. Acesso em: 21 jun. 2018.

Em relação à governança de TI, é correto afirmar que:


a) ( ) Tem um custo elevado, sendo inviável para pequenas e médias organizações.
b) ( ) Ela é de responsabilidade do nível operacional.
c) ( ) Depende diretamente do planejamento estratégico para ser implantada.
d) ( ) Prioriza somente a TI sem se preocupar com o negócio.

5 Sobre a gestão estratégica de TI e o alinhamento estratégico entre TI e negócio,


é correto afirmar:

a) ( ) A gestão efetiva e eficaz de TI depende exclusivamente do seu alinhamento


com o negócio.
b) ( ) A gestão da TI é somente um processo de suporte aos negócios
organizacionais.
c) ( ) A Governança de TI deve garantir o alinhamento da TI ao negócio, tanto no
que diz respeito às aplicações como à infraestrutura de serviços.
d) ( ) Alinhar a TI aos negócios eleva o custo das operações organizacionais.

36
UNIDADE 1
TÓPICO 3

ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA


DA INFORMAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
No cenário de negócio atual, as organizações precisam que todas as partes
de seus sistemas sejam integradas e trabalhem em conjunto. É improdutivo cada
setor buscar aperfeiçoar a produtividade de forma isolada, achando que está
contribuindo com os demais setores. Otimizar individualmente é bom, mas não
garante a otimização do todo. Por isso, é importante perceber o negócio além de
seus departamentos, a fim de considerar a relação entre as partes e a necessidade
do trabalho conjunto (ALBERTIN, 2015).

Nesse contexto, a TI é uma das áreas que sofre maior influência do


dinamismo dos cenários, refletindo em frequentes mudanças na sua forma de
gestão, e influenciando a organização interna e o seu reposicionamento para o
futuro.

A TI está envolvida diretamente com as questões de inovação, adequação


de tecnologias na melhoria dos processos de gestão e na própria gerência dos
sistemas de gestão. Uma vez que contribui com informações precisas para o ato
decisório, considerada uma área estratégica que agrega valor para a organização.
No entanto, o alinhamento estratégico da TI com os negócios ainda é um grande
desafio para os gestores.

É importante ressaltar que não é suficiente adquirir e disponibilizar as novas


tecnologias na organização. É necessário implantar o alinhamento estratégico para
que a tecnologia contribua, no sentido de aperfeiçoar os resultados do negócio,
o que reflete diretamente na contínua melhoria do desempenho organizacional
(BERGERON, 2004).

A TI, quando implantada e gerida adequadamente, agrega valor aos


produtos e serviços, auxiliando a organização a tirar maior proveito de suas
inteligências competitivas e empresariais (LUFTMAN; BRIER, 1999), tornando-a
mais competitiva no mercado de atuação (WILKINSON, 2006). Por esse motivo, é
importante que as organizações reforcem o papel relevante da TI a partir de uma
atuação alinhada com a organização, elevando-a ao status de recurso estratégico
e transformador dos negócios (HUANG HU, 2007).

37
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

2 USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO


Vários são os fatores que interferem no adequado uso das tecnologias
de informação, como: “orientação, estímulo, vontade política, determinação,
liderança, comprometimento, compartilhamento de visões, planejamento,
capacidade de assimilar inovações e consciência por parte de toda a organização,
principalmente do alto escalão organizacional” (FREITAS, 2009, p. 5).

Muitos fatores contribuem para a complexidade do uso das tecnologias:


cenários de negócios complexos, globalização, mudanças internas constantes,
ambientes competitivos. Por sua vez, os ambientes estáveis facilitam o uso dos
recursos de TI e maximizam os benefícios oferecidos. Embora as organizações
estejam investindo mais em TI, boa parte delas ainda usufrui de forma tímida das
vantagens competitivas ou das melhorias em processos. Isso acontece por causa
da falta de planejamento e gestão da tecnologia da informação, influenciada, na
maioria das vezes, por fatores legais, econômicos e cultura organizacional da
empresa (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005).

Estudos realizados com Gestores de TI comprovam que menos da


metade dos usuários que deveriam acessar as TIs conseguem fazer
isso de forma adequada. Isso faz com que as empresas não consigam
atingir todos os benefícios, como redução de custos, aumento de
receita, diferenciação competitiva, entre outros, que são os principais
motivos pelos quais os investimentos em software acontecem
(COMPUTERWORLD, 2018).

Infelizmente, observa-se que é comum as organizações negligenciarem


investimentos em áreas de negócio que comprometam diretamente a percepção
em relação aos benefícios oferecidos pela TI. Por exemplo: de nada adianta um
software de logística de última geração, se a organização não investe no fluxo da
logística melhorando os meios de transporte dos seus produtos.

A utilidade de uma TI pode ser maximizada se os componentes


de “Feedback” e “Controle” forem incorporados a sua utilização.
Adaptando essa definição para a TI, pode-se utilizar o “Feedback”
para avaliar o desempenho dessas tecnologias, preferencialmente
de forma integrada com a avaliação de desempenho empresarial, e
o “Controle” como forma de avaliar o resultado do “Feedback”. O
planejamento e a gestão da TI devem estar alinhados com as estratégias
gerenciais da organização. Assim, ocorre um alinhamento entre o
uso dessas tecnologias com as metas e resultados que a empresa
deseja alcançar. Ward e Peppard (2002) enfatizam que “uma série de
pesquisas demonstraram que a utilização intensiva de TI, a qual deve
estar particularmente alinhada com as estratégias empresariais pode
fornecer uma gama de oportunidades e benefícios para organizações de
todos os ramos e portes”, fortalecendo a importância do alinhamento
estratégico da empresa com a estratégia de gestão e planejamento do
uso das TI. Esse alinhamento irá minimizar os problemas e fatores
que influenciam no uso da TI nas organizações e maximizar os seus
resultados e benefícios (O’BRIEN, 2004, p. 8).

38
TÓPICO 3 |ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

2.1 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO


A área de TI tem a capacidade de atender à demanda de mais de um tipo
de necessidade, de mais de um perfil de cliente e de tipos distintos de mercado.
Grande parte das organizações que obtêm significativas vantagens com o uso
da TI, geralmente não segue um modelo específico de utilização dos recursos
tecnológicos para otimizar os resultados (ALBERTIN, 2015).

Zimath (2007, p. 79) propõe uma metodologia para “identificar a


importância dos fatores que interferem no uso da TI, e que podem minimizar os
benefícios e o atendimento de forma mais clara os desafios na área de TI (listados
anteriormente)”.

Segundo o autor, o fator deverá ser considerado de criticidade relevante


quando:

a) Receber a devida atenção e investimento da organização, desde o financeiro até


o tempo e esforço.
b) For acompanhado de informações que permitam o controle e consequentemente
ações de correção e melhoria.
c) Estar intimamente ligado ao negócio da organização.

Para obter sucesso no uso da TI, Zimath (2007, p. 15) sugere aos gestores
de TI da organização:

a) Ter conhecimento a respeito de como as novas tecnologias da


informação podem ser integradas no ambiente organizacional, bem
como entre as diferentes tecnologias e arquiteturas.
b) Conhecer o plano tático e estratégico na gestão empresarial.
c) Participar e contribuir para definição das estratégias.
d) Compreender os pontos fortes e fracos das tecnologias em questão
e as implicações em toda a empresa.

2.2 A TI E A AGREGAÇÃO DE VALOR NA ORGANIZAÇÃO


O ambiente organizacional é determinado pela sua cultura, e isso envolve
os fatores sociais, legais, econômicos, físicos e políticos que afetam as atividades
internas. Qualquer mudança em algum desses fatores pode criar reflexo no
desempenho comercial da organização. Atualmente, as mudanças são constantes
e com forte influência da globalização. Isso faz com que as organizações tenham
que se readaptar rapidamente a novos cenários. Neste sentido, a TI é um fator
determinante na adaptação (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005).

39
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

O setor de tecnologia da informação está sempre cheio de novidades.


Compreender a necessidade de acompanhar a evolução e a inovação tecnológica é
um fator importante para os gestores, seja para trocar servidores, renovar licenças
de uso ou investir em hardware. Boa parte dos gestores nem sempre reconhece
que isso não é um ato de aderir a uma novidade, mas que impreterivelmente é
um investimento necessário.

A tecnologia, quando usada isoladamente, não promove grandes


mudanças. É preciso a implantação de uma prática de governança de TI consciente
e capaz de torná-la um alicerce estratégico no alcance aos objetivos. A TI tem o
poder de transformar o ambiente organizacional (ALBERTIN, 2010), tornando a
entidade competitiva, pois agrega valor no sentido de:

a) Melhorar os controles de uma organização.


b) Promover a melhoria de qualidade.
c) Aumentar a efetividade da organização.
d) Alavancar a produtividade e eficiência.
e) Reduzir custos.
f) Garantir um diferencial competitivo ao negócio.
g) Viabilização das operações da organização.
h) Melhorar a capacidade de análise dos processos, permitindo o aperfeiçoamento
e otimização.
i) Enxugar processos e aumentar a produtividade por meio da automatização.
j) Proporcionar informações essenciais à tomada de decisões na empresa.
k) Viabilizar o acompanhamento do mercado e da concorrência.
l) Reduzir tempo de desenvolvimento de atividades.

De acordo com Albertin (2010), as organizações precisam ser preparadas


para usufruir dos benefícios citados e, desta forma, agregar valor ao negócio. Essa
preparação consiste em integrar os departamentos para que trabalhem em prol
dos mesmos objetivos, sabendo como utilizar os recursos da TI para produzir
resultados.

Albertin (2010) afirma que garantir um retorno sobre a tecnologia positivo


não é suficiente para escolher a tecnologia adequada. Torna-se primordial
repensar os processos de negócio, realizando mudanças culturais na organização
no intuito de criar as condições necessárias para gerar resultados reais e concretos.

A figura a seguir demonstra como as organizações são afetadas por fatores


externos, incluindo o mercado no qual atua, criando um ambiente altamente
competitivo.

40
TÓPICO 3 |ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

FIGURA 11 – SUPORTE DA TI PARA RESPOSTAS ORGANIZACIONAIS

Pressões de Negócios

Pressões

Organizações
Pressões

Pressões
e suas
respostas

Suporte Suporte
Tecnologia da
Informação

FONTE: Adaptado de Potter (2005)

São muitas as dimensões que podem definir quanto uma organização é


competitiva no seu ramo de atuação. Geralmente, as dimensões principais são:
o custo, a qualidade do produto, a velocidade na entrega, a confiabilidade na
entrega, a flexibilidade de mudança na demanda, a sensibilidade e velocidade no
lançamento de novos produtos e alguns critérios específicos de produto (CHASE;
JACOBS; AQUILANO, 2006). Por isso, o investimento em TI se justifica, ela é
uma ferramenta de suporte organizacional para enfrentar as pressões impostas
pelo mercado (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005). Com base nisso, a Gestão
de TI precisa gerir as TIs de forma que se mantenham alinhadas às estratégias
organizacionais, fazendo com que tais ferramentas possam agregar valor nas
dimensões competitivas propostas por Chase, Jacobs e Aquilano (2006).

2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO


Podemos entender o planejamento estratégico como um processo de base
administrativa que viabiliza, através de metodologias, o melhor caminho a ser
seguido. Esse planejamento é de suma importância para que a gestão da TI possa,
de fato, ser alinhada às estratégias organizacionais. Para realmente ser importante
para a TI, o planejamento estratégico precisa cumprir quatro aspectos de atuação
fundamentais, propostos por Oliveira (2007):

41
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

a) O que a empresa pode fazer em termos de ambiente externo, onde estão os


fatores não controláveis pela empresa.
b) O que a empresa é capaz de fazer em termos de conhecimento, capacidade e
competência.
c) O que a alta administração da empresa quer fazer, consideradas as expectativas
pessoais e das equipes.
d) O que a empresa deve fazer, considerando as restrições sociais e éticas.

A TI também tem relevância para o planejamento estratégico, uma vez


que este planejamento consiste sistematicamente em analisar informações
oriundas dos sistemas de informações utilizados internamente. Esses sistemas
integram as informações organizacionais, permitindo aos gestores uma visão
completa dos negócios e facilita a adoção de estratégias de solução de problemas
e reposicionamento comercial sempre que for necessário.

O planejamento estratégico é um processo contínuo nas organizações


que tem por finalidade alcançar os objetivos desejados e que possam ser
executados de maneira eficiente, usando o mínimo de recursos. Consiste em
análise crítica dos cenários futuros e traçar as estratégias, planos e rumos
da organização, visando concentrar esforços no objetivo de tornar real a
visão da organização, tendo em vista a definição e a obtenção de objetivos
organizacionais. O planejamento estratégico aponta para aonde a companhia
deve ir. No entanto, como todos os outros “planos de viagem”, ao saber para
onde quer ir, deve-se criar os detalhes sobre como chegar. O planejamento
estratégico define para onde a empresa está se dirigindo.

O que determina a importância do planejamento estratégico é o


impacto de toda a organização nas decisões. Ele fica acima e cumpre o papel de
informar todos os outros planos da organização. É, portanto, uma espécie de
mestre condutor de todos os planos de ação.

Também é preciso dizer que o planejamento estratégico pode fornecer


uma orientação estratégica global para a gestão da organização, além de indicar
uma direção específica para áreas como finanças, marketing, desenvolvimento
organizacional e recursos humanos, entre outras, para alcançar o sucesso.

Esses outros tipos de planejamento, alguns dos quais são confundidos


com o planejamento estratégico, são destinados a partes da organização, ou
funções específicas e processos. Todos esses outros tipos de planejamento
devem ser guiados por ele.

Qual é o momento ideal para planejar?

O planejamento estratégico é um momento de reflexão, de discussão,


avaliação e direcionamento dos rumos do negócio. Por isso, esse período
que abrange de dezembro a fevereiro é o mais indicado para fazer um

42
TÓPICO 3 |ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

check-up da companhia e determinar metas para o ano que está por vir.
No planejamento estratégico são avaliados os pontos fortes e fracos da
empresa, a concorrência, as oportunidades de negócio, as lições aprendidas
etc. Depois de fazer estas avaliações, o planejamento deve se desdobrar em
planos de ação e projetos práticos.

Deve-se definir o que será feito, quando, por quem e com quais custos.
É aí que o final do ano e o início do novo ano são as melhores datas para que o
corpo executivo faça o planejamento estratégico.

No que consiste um bom planejamento estratégico?

O objetivo do processo de planejamento empresarial é alcançar um


consenso entusiástico entre os altos executivos da empresa para um punhado
de decisões que eles têm de tomar a fim de colocar o negócio em uma posição
forte para enfrentar o ano. Assim, existem alguns aspectos fundamentais a
serem considerados.

FONTE: SILVA, L. A. M. da; PASTOR, C. S.; STÁBILE, S. A importância do planejamento estratégico


no ambiente organizacional: um estudo sobre as dificuldades de gestão. Disponível em: <revista.
unicuritiba.edu.br/index.php/admrevista/article/download/1232/836>. Acesso em: 22 jun. 2018.

2.4 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO COM A TI


Podemos entender o alinhamento estratégico da TI como uma série de
decisões que são tomadas pelos executivos com a função principal de conduzir
e orientar as estratégias organizacionais. “Essas decisões são pautadas pela
inovação, facilitando à organização o devido acompanhamento das mudanças
em processos sofridos pela organização” (LUFTMAN, 2004, p. 30).

Quando não existe alinhamento estratégico da TI, seus benefícios


não geram o resultado esperado; as informações utilizadas terão pouco valor
agregado, minimizando os resultados que as ferramentas tecnológicas podem
oferecer. Não alinhar estrategicamente a TI significa minimizar o seu papel dentro
da organização, tornando-a apenas uma ferramenta de suporte na execução das
atividades. Nesse sentido, podem ser citadas as seguintes questões sobre a falta
de alinhamento estratégico da TI com o negócio (O’BRIEN ,2004, p. 21):

a) Incapacidade de atingir o pleno potencial do negócio.


b) Incapacidade de identificar e aproveitar as oportunidades de negócio
que poderia surgir a partir do alinhamento com a TI.
c) Custos de Exploração Potencialmente mais elevados e, portanto, certa
desvantagem em relação ao mercado.
d) Distribuição dos recursos relacionados com TI incorreta e ineficaz.
e) Incapacidade de recrutar e manter alta qualidade dos recursos de TI.
f) Maiores custos globais.
g) Desinteresse dos stakeholders ao longo do tempo.

43
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

O alinhamento estratégico organizacional com a estratégia de TI não pode


ser negligenciado. Sua elaboração deve priorizar a Gestão de TI a qual determina
como as decisões são tomadas no que diz respeito à priorização das iniciativas de
TI e como os fundos são atribuídos a essas iniciativas, se preocupando tanto com
os aspectos externos quanto internos da organização (LUFTMAN, 2004).

3 A GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (GTI)


A prática de gerir a tecnologia da informação é essencial para monitorar
as operações, informações e os conhecimentos organizacionais, facilitando a
sobrevivência ou expansão dos negócios. O gestor de TI é a autoridade responsável
por decidir sobre o uso da TI, bem como a melhor forma de alocar os recursos
envolvidos, sejam eles humanos ou tecnológicos.

A GTI tem o objetivo principal de garantir que se faça o melhor uso dos
recursos de TI. Ao integrar a administração corporativa consistindo em praticar
a liderança, conhecendo e administrando as estruturas e processos internos
a fim de garantir que a TI seja o suporte das estratégias organizacionais. É de
responsabilidade dos diretores e da gerência executiva avaliar formas de estruturar
seus modelos de governança, de maneira a adequar-se plenamente às tendências
e às demandas estratégicas de negócio, revisando papéis, responsabilidades,
processos e procedimentos, assim como o portfólio de produtos e serviços para
que tenham completa aderência aos requisitos de competitividade exigidos nos
mercados em que atuam, aponta Oliveira (2007).

Os resultados gerados pela gestão da tecnologia da informação podem ser


tangíveis ou intangíveis. Esses resultados podem ser aferidos por metodologias
distintas. As metodologias geralmente se apoiam em indicadores cuja função é
medir os resultados e o impacto da própria gestão da TI em relação ao resultado
da organização como um todo.

Independente da metodologia de gestão adotada, o objetivo da GTI


sempre será o de auxiliar a organização a ser mais competitiva e produtiva. A
competitividade é percebida sempre que a organização se torna mais eficiente
e mais eficaz na execução de suas operações. Isso significa fazer algo com custo
mais baixo, fazendo o que é necessário para agregar maior valor aos produtos e
serviços ofertados.

Os indicadores usados para medir a GTI devem estar alinhados aos


indicadores que regem a organização. Isso facilita a relação/integração entre a
percepção dos resultados da empresa e a utilização da TI. A crescente busca por
metodologias e normas para GTI pelas organizações tem origem na lei americana
Sarbanes-Oxley.

A lei Sarbanes-Oxley foi criada em 2002, depois que órgãos


governamentais perceberam que as organizações estavam manipulando seus

44
TÓPICO 3 |ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

resultados financeiros. Em função da TI ser a principal ferramenta para as


organizações gerarem suas informações, a confiabilidade das informações
financeiras depende diretamente dos sistemas de informações e outros recursos
tecnológicos utilizados. Por causa disso, as organizações vêm adotando
sistematicamente o uso dessas metodologias para normalizar os processos de
gestão da TI, promovendo transparência e segurança no ambiente de negócios.

FIGURA 12 – RESUMO DO UNIVERSO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

GRAU DE INFORMAÇÃO

Uso
Organizacional
da TI

Gastos Ativos Impactos Performance


de TI da TI da TI da empresa

Gestão
da TI

Características operacionais da empresa

FONTE: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-56482007000200004>.
Acesso em: 22 jun. 2018.

3.1 METODOLOGIAS DE GESTÃO DE TI


Gerenciar a Tecnologia da Informação não é uma tarefa fácil. O
desempenho de sistemas de informação frequentemente encontra problemas em
muitas empresas. Os dez benefícios prometidos pela tecnologia da informação
não ocorreram em muitos casos documentados. Portanto, é visível que, em muitos
casos, a TI não está sendo utilizada de maneira efetiva e eficaz por consequência
das falhas no gerenciamento de TI (FOINA, 2006).

É fundamental analisar a viabilidade para a efetiva gestão da TI, como


custos, benefícios mensuráveis e não mensuráveis e respectivos resultados.
Considerando neste cenário a realidade econômica, financeira e político-social
da empresa com o estado da arte e o sucateamento das tecnologias disponíveis
no mercado, além das questões sociopolíticas do ambiente organizacional que
podem surgir em função do impacto das TIs implantadas (ALBERTIN, 2015).

Outros itens também são necessários, como: respeito à legislação vigente,


plano de necessidades e contingência, foco na inteligência empresarial e plano de

45
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

gestão da mudança (REZENDE; ABREU, 2008). A empresa que possui uma boa
gestão em TI, com os prazos bem controlados e cumpridos, além de sistemas que
forneçam as informações corretas no tempo exigido, terá um lugar destacado no
mercado (FERNANDES, 2008).

Algumas ferramentas e metodologias auxiliam no sentido de se obter


maior controle operacional e gerencial das atividades de TI. Vamos revisá-las!

3.1.1 Six Sigma


Six Sigma é um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e
maximizar o sucesso empresarial. É uma metodologia impulsionada pela estreita
compreensão das necessidades dos clientes e pelo uso disciplinado dos fatos,
dados e análises estatísticas, e atenção diligente à gestão, melhoria e reinvenção
dos processos de negócios.

As cinco etapas essenciais para o planejamento e execução da


metodologia Six Sigma:

a) Definir: determinar as principais necessidades da empresa e os pontos mais


importantes para a qualidade dos processos envolvidos no negócio.
b) Mensurar: medir e avaliar o desempenho desses processos.
c) Analisar: estudar e mapear os dados colhidos, para que seja possível apontar
a origem dos problemas nos processos e identificar oportunidades de
melhorá-los.
d) Melhorar: otimização dos processos, por meio da implantação de soluções
que sejam ao mesmo tempo corretivas e preventivas.
e) Controlar: acompanhar o efeito das soluções a curto, médio e longo prazo,
controlando o desempenho dos processos e apontando eventuais novas
melhorias.

FONTE: FARIA, V.; CARDOSO, Á.; CHAVES, C. A. Estratégia Seis Sigma: variação de um processo
produtivo de tratamento térmico em atmosfera controlada. XXVI ENEGEP. Ceará: Fortaleza,
2006. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ enegep2006_tr470319_7911.pdf>.
Acesso em: 22 jun. 2018.

3.1.2 DMAIC
Em 1994, Eduard W. Deming desenvolveu um ciclo de aprendizado
conhecido como “ciclo de aprendizado de Deming”, cujo foco é a Gestão da
Qualidade Total (TQM), baseada na gestão e melhoria contínua dos processos,
amplamente utilizada pelas organizações. Esse ciclo também é conhecido como
Planejar, Executar, Controlar e Agir (PDCA). A metodologia Seis Sigmas tem como

46
TÓPICO 3 |ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

base o ciclo de aprendizado de Deming ou PDCA para reduzir a variabilidade


dos processos. Basicamente, ela consiste em:

D – Definição: consiste na definição precisa do problema e do escopo do projeto.


M – Mensuração: determinar a localização ou foco do problema.
A – Análise: identifica as causas dos problemas elegidos como prioritários.
I – Melhoria: visa implementar soluções para os problemas prioritários.
C – Controle: busca o alcance das metas e sua manutenção em longo prazo.

DICAS

Caro acadêmico, acesso o link a seguir e conheça mais a respeito da DMAIC.


Disponível em: <http://www.fm2s.com.br/o-mapa-dmaic/>. Acesso em: 22 jun. 2018.

FIGURA 13 – CICLO DMAIC/PDCA

o
ue ta
rq
r a nti a me D
efi
a
Ga nce d tido o
a n es nir
alc ma razo co co
j a p po m
se go
lon do pre
pr cis
oj ão
et
o
e imp
Propo tar soluçõe
para
lemen blema
prior
o pro

r, ava

ou caliz inar
itário

pr foco ação
liar

a l eterm

lem do
a

Det
erm
D
o
s

cau inar
ob

s a
pro as do s
b
pri lema
orit
ário

FONTE: Adaptado de Werkema (2004)

47
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

O DMAIC (sigla para os termos Define, Measure, Analyse, Improve e


Control) é um método que faz parte do conjunto de práticas dos Seis Sigmas e
tem como meta melhorar um processo existente na empresa. Um projeto DMAIC
é efetivo também para o aumento da produtividade, redução de custos, melhoria
em processos administrativos e outros afins.

3.1.3 ISO/IEC
Um aspecto importante da gestão da tecnologia da informação é a
própria segurança que envolve todos os recursos da TI. Vários são os riscos ou
vulnerabilidades dos ambientes de tecnologia: ataques terroristas, incêndios,
inundações, terremotos e outros desastres, além de acessos e alterações propositais
em informações críticas. Nesse sentido, A ISO, ou Organização Internacional
de Normalização, foi fundada em 1947, em Genebra, na Suíça, com o objetivo
precípuo de criar e aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos,
com exceção da eletricidade e eletrônica que é gerido por outra organização
(Comissão Eletrônica Internacional – IEC). Atualmente a ISO abrange 170 países.

As normas que regem as questões de segurança em tecnologia da


Informação é a ISO/IEC 17799, que foi atualizada em 2007, para as numerações
ISO/ IEC 27002. Esse padrão é um conjunto de recomendações para práticas
na gestão de segurança da informação. Essa norma compreende uma série de
boas práticas no sentido de auxiliar os gestores a avaliar os riscos que envolvem
as informações, além de sugerir implementações para garantir um nível adequado
de segurança tecnológica.

3.1.3.1 ISO/IEC 27002


A ISO IEC 27002 é utilizada por várias metodologias de GTI, como ITIL,
COBIT e Seis Sigma. Foi atualizada em 2007 e revisada/validada por mais de
100 especialistas em TI de 35 países, e as principais mudanças que ocorreram na
última versão da norma são (ISO IEC, 27002):

• A norma se tornou mais clara e de fácil entendimento e leitura, proporcionando


que os objetivos do controle de segurança sejam entendidos.
• Foi desenvolvida uma seção específica para o tratamento de riscos, onde se
recomenda como deve ocorrer a análise e avaliação dos riscos pertinentes à TI.
Esse enfoque aborda a estimativa de dimensionamento dos riscos existentes,
comparando-os a padrões predefinidos.
• Através da análise e avaliação dos riscos, a organização identificará os
requisitos da TI, conhecendo a legislação vigente que legaliza essas tecnologias,
utilização e comercialização, cláusulas contratuais que deverão ser atendidas
pela organização.

48
TÓPICO 3 |ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

• A preservação, proteção, confidencialidade, integridade e disponibilidade da


informação foram consideradas sobre uma nova ótica da definição de TI, que
contempla propriedades como a autenticidade e confiabilidade da informação.
• Em relação aos ativos, ampliou-se o conceito para abranger como ativos
pessoas e imagens da organização, além das informações, software, ativos
físicos e serviços que eram abordados na versão anterior.
• Foi adicionada na norma uma seção sobre incidentes ocorridos na TI, com
práticas a serem seguidas para gestão de imprevistos.
• Foram incorporados à versão 2005 da normatização 17 novos controles que
servem como atualização, complemento e melhoria dos demais controles
existentes.

A norma de segurança da informação está subdividida em 11 seções,


conforme ISO/IEC 27002 (2007, p. 37, grifo do original):

a) Política de Segurança da Informação: orientar e apoiar a gestão de


segurança da informação em conformidade com os requisitos de
negócios e conforme regimentos das leis e regulamentações.
b) Organizando a Segurança da Informação: gerenciar a segurança
da informação dentro da organização, estabelecendo um quadro
de gestão para controlar e implementar a segurança da informação
dentro da organização.
c) Gestão de Ativos: contabilizar e manter a proteção adequada dos
ativos da organização. A implementação de controles específicos
pode ser delegada pelo proprietário, mas o proprietário continua
responsável pela proteção adequada dos ativos.
d) Segurança em Recursos Humans: busca garantir que os funcionários,
fornecedores e terceiros entendam suas responsabilidades.
e) Segurança Física e do Ambiente: impedir o acesso físico não
autorizado, danos e interferência às instalações da organização e
da informação.
f) Gerenciamento das Operações e Comunicações: garante a operação
correta e segura das facilidades de processamento de informações.
g) Controle de Acesso: controlar o acesso à informação, instalações
de processamento de dados com base em requisitos de negócios e
segurança. As regras de controle de acesso deverão levar em conta
as políticas de disseminação de informação e autorização.
h) Aquisição, Desenvolvimento e Manutenção de Sistemas
de Informação: os sistemas de informação incluem sistemas
operacionais, infraestrutura, aplicativos de negócios, produtos,
serviços e aplicações desenvolvidos pelo usuário.
i) Gestão de Incidentes de Segurança da Informação: garantir
a segurança da informação e suas fragilidades associadas aos
sistemas de informação que devem ser comunicadas para permitir
ações corretivas a serem tomadas em tempo hábil.
j) Gestão da Continuidade de Negócios: acompanha a interrupção
das atividades e protege processos críticos do negócio contra
os efeitos de grandes falhas dos sistemas de informação ou de
desastres, deve assegurar a sua retomada no menor período de
tempo.
k) Conformidade: tenta evitar a violação de qualquer legislação,
obrigações regulamentares ou contratuais, bem como de quaisquer
requisitos de segurança. O projeto, operação, uso e gestão dos
sistemas de informação podem estar sujeitos a requisitos de
segurança legais, regulamentares contratuais.

49
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

3.1.4 ITIL
ITIL é uma biblioteca que reúne as melhores práticas em gerenciamento
de serviços em tecnologia da informação. ITIL significa Information Technology
Infrastructure Library, isso é, Biblioteca de Infraestrutura de Tecnologia da
Informação.

A ITIL descreve a base dos processos da área de TI dentro de


uma organização, visando à gestão de serviços de tecnologia da
informação. As diferentes práticas reunidas descrevem os objetivos,
atividades gerais, pré-requisitos necessários e resultados esperados
dos processos, os quais podem ser incorporados dentro das áreas
da TI. Não define os processos a serem implementados na TI, mas
ao invés disso, procura demonstrar as melhores práticas que podem
ser adotadas. Tais práticas podem ser adotadas de modo que melhor
puder atender às necessidades de cada empresa. A adoção do ITIL
fornece uma base onde colocar os processos existentes em um contexto
estruturado, validando suas atividades, tarefas, procedimentos e
regras (PEREIRA, 2012, p. 35).

3.1.5 COBIT
COBIT (Control Objectives for Information and Related Technologies) é
um framework de boas práticas criado pela ISACA (Information Systems Audit
and Control Association) para a governança de tecnologia de informação (TI).

Anteriormente conhecido como Control Objectives for Information


and related Technology, a palavra agora não é mais um acrônimo, sendo
representado apenas como um nome: COBIT®. É uma coleção de processos,
princípios e diretrizes que uma TI deveria executar e ter para conseguir ser
governada. Quando iniciado, o COBIT era muito utilizado para fazer auditorias,
então foi se desenvolvendo e começou a tratar sobre controle, gerenciamento e,
até o momento, Governança de TI.

O COBIT funciona por meio da aplicação de diversas práticas de


controle da informação, que vão desde o planejamento até o monitoramento de
resultados. Assim, de modo geral, o COBIT começa por estabelecer as melhores
práticas de governança de TI que estejam em consonância com os objetivos da
empresa.

A avaliação dos modelos e dos processos também é importante para


corrigir não conformidades e, de maneira geral, a gerência pode ser ajudada
com um guia de boas práticas que auxilia, por exemplo, na delegação de tarefas
e na avaliação da interação entre processos.

FONTE: <https://www.opservices.com.br/o-que-e-cobit-governanca-ti/>. Acesso em 22 jun. 2018.

50
TÓPICO 3 |ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

3.2 COMPARATIVO ENTRE ITIL E COBIT


Alguns pontos diferenciais entre as metodologias ITIL e COBIT, conforme
a COBIT (v 4.1) e a ITIL (v. 3):

• Os processos são amplamente descritos no ITIL, para orientar o uso da TI de


forma eficiente e eficaz.
• Os fatores críticos de sucesso são melhor descritos pela metodologia COBIT.
• O COBIT está melhor estruturado para auditorias de TI; relaciona fatores
críticos de sucesso, indicadores de desempenho e modelos de maturidade.
• O COBIT oferece maior suporte para a governança de TI.
• O COBIT é voltado para negócios e ITIL para serviços.
• O ITIL se preocupa com o gerenciamento de incidentes. Esta prática é inexistente
no COBIT.
• O ITIL envolve os acordos de níveis de serviços e operações.

O quadro a seguir apresenta as principais características que diferenciam


as duas metodologias.

QUADRO 3 – COMPARATIVO DE PROCESSOS ITIL E COBIT

ITIL COBIT
Gerenciamento de Incidentes Administrar os problemas e incidentes
Gerenciamento de Problemas Administrar os problemas e incidentes
Gerenciamento de Configurações Administra e configura
Gerenciamento de Alterações Administra as alterações
Gerenciamento de Versões Administra as alterações e configurações
Gerenciamento de Níveis de Serviço Define e gerencia os níveis de serviços
Gerenciamento de Financeiro dos Serviços
Identifica e realiza apropriações de custos
de TI
Gerenciamento da Capacidade Administra Performance e Capacidade
Gerenciamento de Continuidade de
Garantir a continuidade dos serviços
Serviços
Gerenciamento da Disponibilidade Administra performance e capacidade

FONTE: Adaptado de COBIT (versão 4.1, 2017) e ITIL (versão 3, s.d.)

Conforme abordado anteriormente, a norma ISO/IEC 27002 é muito


utilizada para garantir a segurança da tecnologia da informação. Desta
forma, não é possível compará-la completamente com as metodologias ITIL e
COBIT. Esta regra, quando combinada com as metodologias citadas reduzem
significativamente as vulnerabilidades e ameaças que interferem diretamente nos

51
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

projetos da TI e em sua gestão. Esta norma visa garantir a segurança global em


elevados níveis para toda a organização, sendo que o ITIL e o COBIT não possuem
uma estrutura equivalente. Por isso, a norma complementa as metodologias nas
questões relacionadas à segurança da informação em TI.

Você deve ter em mente que COBIT e ITIL são metodologias amplamente
utilizadas, porém, lembre que a aplicabilidade das mesmas é distinta:

• O COBIT tem como objetivo principal auxiliar as organizações a atingirem


suas metas e criar valor por meio da tecnologia da informação, mantendo o
equilíbrio entre a otimização dos riscos e da eficiente utilização dos recursos
disponíveis. É uma metodologia voltada para o negócio.

O objetivo do ITIL é voltado para os serviços prestados pela TI de foma


geral e visa a satisfação de todos os envolvidos (usuários e prestadores de serviço).
Também é objetivo do ITIL alinhar a TI com os objetivos organizacionais.

Uma empresa (seja ela pública ou privada) que quer satisfazer as


necessidades de negócios pode aplicar ambas as metodologias, adaptando-as a
sua realidade no intuito de facilitar a resolução de problemas tanto de negócios
quanto de infraestrutura.

52
TÓPICO 3 |ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

LEITURA COMPLEMENTAR

TI COMO FATOR CRÍTICO DE SUCESSO

Vinícius Passos Silva

Por muitos anos, algumas organizações puderam manter e continuar seus


negócios com pouco ou nenhum apoio da área de Tecnologia da Informação.
Atualmente, a realidade é totalmente diferente! A Tecnologia da Informação é
um fator crítico de sucesso para as organizações, e em muitos casos, torna-se o
diferencial competitivo no mercado. Existem determinados segmentos de negócio
que é quase impossível imaginá-los sem o apoio da TI, por exemplo, o segmento
bancário. Seria impossível tentar controlar as contas dos clientes ou as diversas
funções bancárias sem o apoio de sistemas de informação e bancos de dados.

A Tecnologia da Informação, hoje, para muitas empresas, se tornou


um parceiro estratégico, faz parte do negócio. Atualmente, as decisões sobre os
investimentos em TI são tratadas nas reuniões de planejamento estratégico pelo
conselho administrativo da empresa, não é mais possível tratar a TI isoladamente.
A TI deixou de ser tratada por técnicos e passou a ser incorporada na estratégia da
empresa para alcançar objetivos. Com o aumento do peso de importância dentro
das organizações, a TI passou a ter vários desafios. Vejamos alguns:

• Alinhamento dos serviços de TI com as necessidades atuais e futuras do


negócio. A TI precisa começar a entender de negócios para poder participar
junto ao plano estratégico da empresa. As decisões de investimentos de TI
devem levar em conta os objetivos da empresa a longo prazo. Os esforços nos
investimentos em tecnologia devem ser orientados para trazer resultados para
os negócios da empresa.
• Ambientes de TI cada vez mais complexos. O número de tecnologias e
fornecedores aumentou, fazendo com que a vida do gestor de TI se complicasse
ainda mais. Em muitas empresas, a área de TI passou por terceirizações,
preocupando-se em gerir contratos, entender as demandas dos clientes e
usuários, e manter o relacionamento com fornecedores. As empresas também
expandiram seus negócios, as quais possuem unidades no Brasil e em diversos
países, e para cada unidade, a área de TI deve prover suporte.
• Dependência da TI para o Negócio. A dependência tão grande sobre os serviços
de TI também fez com que as empresas dessem maior atenção, chegamos a
um ponto em que se os serviços de TI parassem, todas as outras operações da
empresa também param. Os serviços de TI devem buscar arranjos, fórmulas
para manter sua disponibilidade máxima com o melhor custo, trazendo o
menor prejuízo para o negócio em suas paradas.

53
UNIDADE 1 | GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS

• Redução de custos e riscos. Devido à grande dependência da TI para o negócio


e também para os altos investimentos feitos nos projetos, a administração tem
buscado minimizar os custos através de uma melhor gestão de projetos,
tratando também os riscos relacionados a novas mudanças. Além disso, a cada
ano que passa os orçamentos estão cada vez mais apertados, é preciso buscar
formas para reduzir custos.
• Justificativa para Retorno sobre os investimentos em TI. Os investimentos em
TI devem trazer retorno para a empresa através de melhorias para os processos
administrativos e agregação de valor para o negócio.
• Conformidade com leis e regulamentos. Instituições financeiras e empresas com
ações em bolsas internacionais são obrigadas, agora, a cumprir regulamentos
impostos pelo Governo e outras entidades. A TI está totalmente relacionada ao
cumprimento dessas leis, buscando adequação dos seus sistemas e processos
para atender aos requisitos impostos.
• Manter a segurança sobre as Informações. A necessidade por informação em
qualquer lugar fez com que os sistemas e bancos de dados fossem expostos
à vulnerabilidade de ataques de hackers e vírus. A segurança é um ponto de
grande relevância para os gestores de TI, a empresa não pode correr o risco
de perder suas informações, pois isto pode trazer prejuízos financeiros e até
mesmo prejudicar a reputação da empresa no mercado.

FONTE: <https://www.tiespecialistas.com.br/2013/05/ti-como-fator-critico-de- sucesso/>. Acesso


em: 22 jun. 2018.

54
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• Vários são os fatores que interferem no adequado uso das tecnologias de


informação: orientação, estímulo, vontade política, determinação, liderança,
comprometimento, compartilhamento de visões, planejamento, capacidade
de assimilar inovações e consciência por parte de toda a organização,
principalmente do alto escalão.

• Muitos fatores contribuem para a complexidade do uso das tecnologias:


cenários de negócios complexos, globalização, mudanças internas constantes,
ambientes competitivos. Ambientes estáveis facilitam o uso dos recursos de TI
e maximizam os benefícios oferecidos.

• Não é incomum as organizações negligenciarem investimentos em áreas de


negócio que comprometem diretamente a percepção em relação aos benefícios
oferecidos pela TI.

55
AUTOATIVIDADE

1 Para atingir seus objetivos estratégicos de curto, médio e longo prazos,


toda organização precisa de informação. Para gerar, armazenar, acessar,
analisar e gerenciar a informação é utilizada a TI, que abrange os métodos,
o software e a infraestrutura que suportam o uso de sistemas de informação.
O planejamento da implantação e a utilização da TI, e o alinhamento desse
planejamento com o planejamento estratégico e os objetivos da organização
são nossas principais atividades nesta área de atuação. O Planejamento e o
Alinhamento Estratégicos de TI são partes fundamentais da Implementação
da Governança de TI, complementados pelas práticas e metodologias de
Gestão da TI.
FONTE: <http://www.brodbeck.com.br/servicos/planejamento-alinhamento/>. Acesso em:
25 jun. 2018.

Sobre a gestão estratégica de TI e o alinhamento estratégico entre TI e


negócios, analise as sentenças propostas:

I- A TI é mais que um processo de suporte. Ela é estratégica e agrega valor


à estrutura de negócios quando utilizada de forma integrada.
II- As práticas de governança de TI auxiliam em todos os níveis de
gerenciamento, criando indicadores, apontando tendências e
oportunidades.
III- Somente com a implantação de COBIT e ITIL se consegue alinhar
estrategicamente a TI com os objetivos organizacionais.
IV- O planejamento estratégico de TI se faz necessário para gerenciar todos os
recursos de TI em alinhamento com as prioridades e estratégias de negócio.

Marque a resposta correta:


a) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e III.
b) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e IV.
c) ( ) Estão corretas as sentenças II, III e IV.
d) ( ) Estão corretas as sentenças I, II, III e IV.

2 O Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI) é um


documento de nível estratégico que complementa o Planejamento Estratégico
Institucional por meio do planejamento dos recursos de TI, possibilitando a
definição de objetivos específicos para a área de TI em consonância com os
objetivos da Instituição. Ele estabelece as diretrizes e as metas que orientam
a construção do Planejamento de TI da organização.
FONTE: <http://www.inpe.br/cti/arquivos/PETI-2015_2016.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2018.

A respeito do planejamento estratégico da TI, analise as sentenças


propostas:

56
I- O plano estratégico deve melhorar o entendimento das partes interessadas
no que diz respeito às oportunidades e limitações da TI.
II- O plano estratégico deve avaliar o desempenho atual e esclarecer o nível
de investimento requerido.
III- Não é necessário dispor de tecnologia avançada para criar o documento
PETI.
IV- O PETI deve ser criado antes de se definir o planejamento estratégico da
organização.

Marque a resposta correta:


a) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e III.
b) ( ) Estão corretas as sentenças I e II.
c) ( ) Estão corretas as sentenças II e III.
d) ( ) Estão corretas as sentenças III e IV.

3 O Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI) tem por


objetivo estruturar diretrizes e princípios na gestão de TI em um processo
dinâmico e interativo para organizar estratégica e operacionalmente os
sistemas de informação e infraestrutura.
FONTE: <http://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/gesto-estratgica- sectionmenu-
423/5832-planejamento-estrategico-de-tecnologia-da-informacao-peti>. Acesso em: 25
jun. 2018.

Em relação ao PETI, assinale a alternativa correta:


a) ( ) O planejamento estratégico de sistemas de informação ou o planejamento
estratégico da tecnologia da informação é uma importante ferramenta
de gestão utilizada hoje em dia por muitos analistas de sistema e
administradores de empresas, sendo uma metodologia integrante do
planejamento estratégico empresarial.
b) ( ) O PETI não integra o planejamento estratégico organizacional.
c) ( ) O PETI tem um custo elevado, não sendo acessível às empresas de pequeno
e médio porte.
d) ( ) O PETI não pode ser considerado uma ferramenta de gestão dinâmica
e coletiva.

4 A Governança de TI foi criada com o objetivo de planejar e elaborar estratégias


que possam dar vantagens competitivas às ferramentas de TI implantadas.
FONTE: <https://www.opservices.com.br/governanca-de-ti/>. Acesso em: 25 jun. 2018.

É correto afirmar que o principal objetivo da Governança de TI é:


a) ( ) Dar prioridade à TI em relação aos outros setores organizacionais.
b) ( ) Alinhar a TI e seus recursos aos objetivos organizacionais.
c) ( ) Alinhar a TI aos desejos da diretoria executiva.
d) ( ) Alinhar a TI às habilidades e às competências da equipe de
desenvolvimento.

57
58
UNIDADE 2

TECNOLOGIA, SISTEMAS E
PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES
EM EMPRESAS PÚBLICAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:

• diferenciar os conceitos de Sistemas de Informação e Tecnologia da


Informação, aprofundando o conhecimento em ambos;

• entender a importância e influência do planejamento da Tecnologia da


Informação na gestão moderna e integrada dos negócios públicos;

• conhecer as principais tecnologias disponíveis para facilitar o processo de


gestão de pessoas em uma organização pública.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE


INFORMAÇÃO

TÓPICO 2 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA


DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

TÓPICO 3 – GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS


MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

59
60
UNIDADE 2
TÓPICO 1

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS


DE INFORMAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
É importante entender separadamente os conceitos de Sistemas de
Informação (SI) e de Tecnologia da Informação (TI), visto que nos referimos às
áreas de conhecimento que apresentam forte dependência (ALBERTIN, 2006).
Na Unidade 1 nos certificamos que a TI compreende hardware, software,
telecomunicações, automação, multimídia, pessoas e todos os demais recursos
que permitem fornecer dados e informações que resultam em conhecimento. Um
sistema de informação fornece informações integradas para todos os usuários e
a tecnologia da informação contribui com estratégias integradas da Computação
e da Administração, facilitando a implementação e a implantação de Sistemas de
Informação que permitam à organização a otimização de todos os seus recursos
(CORREIA NETO; LEITE, 2014). Turban et al. (2013), por sua vez, defende que a
TI é o lado tecnológico dos Sistemas de Informação.

Nesse sentido, Foina (2013) argumenta que os SIs são ótimos aliados na
solução de problemas, contudo, para que a TI possa ser utilizada adequadamente,
os profissionais envolvidos (tanto os usuários finais quanto a equipe de
desenvolvimento) precisam conhecer as inovações tecnológicas sem menosprezar
o conhecimento das necessidades organizacionais envolvidas no trabalho.
Foina (2013) considera como exemplos de aplicação da TI em um ambiente
organizacional:

• Migração de sistemas (hardware e software).


• Escolha de paradigmas de Engenharia de Software (ES).
• Compra de software.
• Compra de hardware.

Inovações tecnológicas são importantes fatores de mudanças


organizacionais. A adoção de inovações geralmente traz efeitos colaterais.
O primeiro deles é a resistência interna pela substituição de uma tecnologia.
E, em seguida, a adaptação à nova tecnologia. Passada a fase de adaptação,

61
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

os benefícios passam a ser percebidos sempre que a troca foi adequadamente


planejada e adequada às necessidades organizacionais (TURBAN, 2013). Além
disso, salientam-se alguns aspectos importantes a serem observados para que
uma organização potencialize o uso dos sistemas de informação (TURBAN, 2013):

• Envolver a alta e a média gerência diretamente.


• Fazer um planejamento geral.
• Perceber a importância do valor humano para a organização.
• Averiguar a habilidade dos executivos com o uso das informações.
• A habilidade dos executivos para tomar decisões com base em informações.
• Conhecer e confiar no SI utilizado.
• Atualizar continuamente as informações.

São os recursos tecnológicos que facilitam a elevação da produtividade,


o controle de desempenho das equipes e a identificação de novas oportunidades
de negócio. É fácil perceber que os SIs facilitam, praticamente, todo e qualquer
tipo de trabalho organizacional. Entretanto, essa evolução ocorreu de forma
gradativa, conforme as bases de dados e as técnicas de programação e análise que
foram evoluindo. Isso pode ser percebido através do agrupamento exibido pelo
quadro a seguir.

QUADRO 1 – MUDANÇA DE REGRAS DE TRABALHO INTRODUZIDAS PELA TI

REGRA ANTIGA TECNOLOGIA USADA NOVA REGRA


Bancos de dados As informações são
As informações aparecem
compartilhados baseados exibidas simultaneamente
em um único local de
em cliente/servidor, onde sejam
cada vez.
correio eletrônico. necessárias.
Somente um especialista Os principiantes podem
Sistemas especialistas,
pode executar um executar um trabalho
computação neural.
trabalho complexo. complexo.
Sistema para o suporte de
Os gerentes tomam todas decisões, sistemas para A tomada de decisões faz
as decisões. suporte de empresas e parte do trabalho de todos.
sistemas especialistas.
O pessoal de campo
Comunicação sem fio e O pessoal de campo pode
precisa de escritórios
computadores portáteis, gerenciar as informações
para receber, enviar,
supervias de informações e em qualquer local.
armazenar e processar
correio eletrônico.
informações.
Tecnologia de
Localizar os itens rastreamento, groupware, Os itens são localizados
manualmente. software de workflow, automaticamente.
cliente/servidor.
Os planos são Os planos são revisados
Sistemas de computação de
revisados instantaneamente, sempre
alto desempenho.
periodicamente. que necessário.

62
TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

As pessoas precisam se Groupware e sistemas


As pessoas podem
reunir em um único local de suporte a grupos,
trabalhar em conjunto, em
para trabalhar em telecomunicações, correio
diferentes locais.
conjunto. eletrônico, cliente/servidor.
Os produtos e serviços Ferramentas CAD-CAM, É possível produzir
personalizados são CASE, sistemas on-line produtos personalizados
dispendiosos e seu para tomada de decisão, de modo rápido e barato
desenvolvimento é muito JIT, sistemas (personalização em
lento. especialistas. massa).
É investido muito
CAD – CMA, intercâmbio
tempo entre a concepção O tempo para
eletrônico de dados,
de uma ideia e sua comercialização pode ser
groupware, processamento
implementação (tempo reduzido em até 90%.
de imagens (documentos).
para comercialização).

O trabalho deve ser Robôs, tecnologias de


transferido para os geração de imagens, O trabalho pode ser feito
países com mão de obra programação orientada em países com altos
barata (produção no a objetos, sistemas salários e ordenados.
estrangeiro). especialistas.

FONTE: Adaptado de Turban (2013)

Cabe ressaltar que a evolução das bases de dados, colocada no Quadro


1, permitiu maior agilidade no trato da informação. Antigamente, somente
pessoas especializadas poderiam executar determinadas atividades e os gerentes
centralizavam a tomada de decisões. Dessa forma, as ideias demoravam para
serem implementadas. Em contrapartida, atualmente, as informações podem
ser acessadas de qualquer lugar, 24 horas por dia. Decisões são tomadas
mais rapidamente e com maior segurança, devido à integridade das bases de
dados. As pessoas podem trabalhar em um mesmo projeto, a partir de lugares
geograficamente distantes.

2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES


Albertin (2006) coloca que o elemento principal de um sistema de
informação é a própria informação. A função dos sistemas de informação é
captar, armazenar, manipular e fornecer resultados que apoiam as organizações
em operações e decisões. Os sistemas de informações são compostos de uma
parte social (pessoas, processos, informações, documentos), e de outra parte
automatizada (máquinas, softwares, servidores, redes de comunicação e seus
cabeamentos). Portanto, as pessoas também fazem parte de um sistema de
informações: desenvolvedores, usuários, arquitetos etc. Logo, entende-se que
um sistema de informações é algo mais abrangente do que um software ou um
programa, pois inclui também aspectos que não são executados pelas máquinas
(ALBERTIN, 2006). É responsabilidade dos principais usuários e dos analistas de
sistemas definir os objetivos da aplicação que será construída, quais informações
controlar, que pessoas estarão envolvidas e quais as responsabilidades serão
atribuídas a elas.
63
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

Uma organização é formada por um conjunto de pessoas e de recursos


envolvidos para o alcance dos objetivos, entre tais recursos estão os sistemas de
informações que oferecem soluções administrativas de fortes bases tecnológicas,
facilitando o enfrentamento de desafios propostos pelos cenários de negócios
altamente mutáveis e competitivos. Com isso, os administradores precisam
ter domínio das dimensões organizacionais e das tecnologias de informação
disponíveis e qual É o poder delas na solução dos problemas organizacionais
(LAUDON; LAUDON, 2006). A figura a seguir apresentará as dimensões
organizacionais.

FIGURA 1 – DIMENSÕES DA ORGANIZAÇÃO

Organizações Tecnologia

Sistema de
Informação

Pessoas

FONTE: Laudon e Laudon (2006, p. 46)

Laudon e Laudon (2006) defendem que os sistemas de informação


atualmente afetam diretamente o modo como os administradores decidem,
planejam e gerenciam negócios e colaboradores. Eles apontam que a
responsabilidade sobre os sistemas não deve ser atribuída aos técnicos, mas aos
administradores do negócio.

O quadro a seguir apresenta as principais fases para o desenvolvimento


e a implantação de um SI em uma organização em que se percebe claramente o
envolvimento e as ações dos seus administradores do negócio.

64
TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

QUADRO 2 – FASES DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE SI


1ª Planejamento estratégico da empresa.
2ª Planejamento estratégico de informação.
3ª Análise da área de negócio.
4ª Projeto do sistema.
5ª Construção do sistema.
6ª Implantação do sistema.
7ª Manutenção do sistema.
FONTE: Adaptado de Laudon e Laudon (2006, p. 38)

Um estudo com CIOs (Gestores de TI), realizado por Turban (2013), aponta
as principais questões/situações enfrentadas por eles na execução das atividades
de TI e na necessidade de alinhá-la ao negócio e aos objetivos organizacionais. O
quadro a seguir apresenta as 10 principais questões com as quais CIOs precisam
lidar na execução de suas atividades.

QUADRO 3 – PRINCIPAIS QUESTÕES QUE OS CIOs ENFRENTAM

Classificação Questão
1ª Alinhamento entre a TI e o negócio.
2ª Atrair, desenvolver e reter profissionais de TI.
3ª Segurança e privacidade.
4ª Planejamento estratégico da TI.
5ª Velocidade e agilidade.
6ª Regulamentos governamentais.
7ª Redução da complexidade.
8ª Medir o desempenho da organização de TI.
9ª Criar uma arquitetura de informações.
10ª Governança de TI.
FONTE: Adaptado de Turban (2013, p. 36)

Turban (2013) destaca que, a partir das questões apontadas no quadro


citado anteriormente, é necessário adotar estratégias para medir o desempenho
das operações, com base nos três pontos propostos a seguir:

• Criar indicadores no intuito de medir desempenho financeiro e não financeiro.


• Os processos de gestão devem se adaptar aos indicadores definidos.
• Dispor de infraestrutura para coletar, filtrar, analisar e disseminar os
indicadores dentro da organização.

65
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

E
IMPORTANT

A utilização potencializada da TI é decorrência de um alinhamento com


as estratégias de negócios. Tal pensamento reflete a ideia de que o sucesso depende da
combinação de estratégia de negócio; infraestrutura e processos organizacionais; estratégia
de TI e infraestrutura e processos de TI.

Para conseguir alinhar a TI com as estratégias de negócio é importante


fazer um planejamento para uso das informações e seus respectivos sistemas.

2.1 PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO


CONTEXTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Planejar o uso, a manutenibilidade da informação, os sistemas e a
tecnologia da informação de modo geral é fator de grande relevância na gestão
organizacional. Podemos entender o planejamento como um conjunto de ações
que, por meio da análise de um cenário atual, facilita a projeção da situação
desejada e considerada ideal. É o esforço a ser dispensado para se alcançar o cenário
almejado (MATTOS, 2006). Neste sentido, pode-se dizer que o planejamento dos
sistemas de informação é uma atividade que visa definir e planejar o futuro dos
sistemas utilizados e de como serão suportados pelas novas tecnologias.

Mattos (2006) argumenta que a primeira ação para avaliar a situação em


que a TI de uma organização se encontra é verificar objetivos, políticas, normas
e práticas organizacionais. A partir disso, são gerados planos que seguem uma
orientação vertical (de cima para baixo), respeitando todos os níveis hierárquicos.
Nesse sentido, Albertin (2006) colabora com o estudo do planejamento
das informações e sistemas, atestando que ele é considerado como função
administrativa base para alcance dos objetivos traçados, e que o planejamento
tem como principal objetivo prever o ambiente político, econômico e social,
através do qual a organização irá operar e aplicar recursos, antecipando, desta
forma, na resolução de problemas. Para Albertin (2006, p. 68), as características
mais relevantes levam a considerar que é o planejamento:

• É sempre voltado para o futuro.


• Garante mais segurança nas decisões.
• É uma opção de seleção entre várias opções.
• Deve ser sistêmico e interativo.
• Pode ser visto como uma técnica para melhor destinar recursos.
• É uma função de gestão que interfere em todos os setores
organizacionais.
• É uma forma eficiente de coordenar ações.

66
TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Albertin (2006) ainda afirma que o planejamento envolve:

• A definição de objetivos.
• A tomada de decisão.
• A definição de estratégias.
• A organização dos planos operacionais.

Em relação ao planejamento da TI, ele pode ser considerado um processo


complicado (ALBERTIN, 2006). Nessa área, o planejamento geralmente é pensado
após uma ocorrência de destaque, como a fusão de organizações ou o desempenho
inadequado, ou a troca de gestores. Na área de TI, o planejamento deve ocorrer
com maior frequência (geralmente não é um planejamento anual) por causa das
constantes mudanças tecnológicas (TURBAN, 2013).

Para Turban (2013), os CIOs (gestores) de TI definem o planejamento


geralmente de forma semestral ou trimestral, assegurando que o setor permaneça
alinhado às estratégias organizacionais, apesar das mudanças tecnológicas. Isso
é necessário porque não é suficiente desenvolver uma estratégia de TI de longo
prazo e reexaminar a estratégia regularmente. Por essa razão, o planejamento
de TI não é um processo único. O processo de planejamento de TI pode resultar
em uma estratégia de TI formal ou em uma reavaliação anual (ou trimestral) do
portfólio existente dos sistemas a serem desenvolvidos.

De forma geral, as organizações têm dificuldades para mudar rapidamente


uma estratégia adotada, pois geralmente não há domínio de pensamento
estratégico por parte dos gestores. O planejamento estratégico da TI é importante
tanto para quem planeja (gestores e gerentes) quanto para o usuário final. O que
se observa é que o usuário final faz o planejamento para suas unidades de acordo
com os recursos que dispõe, participando também do planejamento estratégico
corporativo. Por este motivo, os usuários finais precisam ter uma noção clara do
processo de planejamento (FOINA, 2013).

Lederer e Sethi (1992) identificaram um dos principais conceitos que


envolvem o planejamento de sistemas de informação, definindo o processo
básico para mapear os aplicativos tecnológicos que auxiliarão a organização na
execução do planejamento dos negócios e no alcance dos objetivos. Esse processo
conhecido como Strategic Information System Planning (SISP), em português,
Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação. O SISP
também auxilia no levantamento de bases de dados e aplicativos para melhor
atender às necessidades específicas. Além disso, planejar estrategicamente
os sistemas de informação ajuda a organização a entender qual o impacto dos
sistemas na estratégia de negócios (LEDERER; SETHI, 1992).

Para tanto, a tecnologia da informação apresenta três funções distintas


dentro do processo de planejamento (TURBAN, 2013), sendo elas:

67
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

• Poder ser percebida como um elemento reativo, que auxilia no reposicionamento


em situações não previstas e que geram impacto ou riscos.
• Poder ser entendida como uma alavanca para tornar a organização mais
proativa.
• Poder ser considerada um auxílio importante na definição das estratégias
organizacionais.

No entanto, de que forma realmente podemos perceber que a TI está


alinhada às estratégias organizacionais? Percebemos isso sempre que ela
automatiza de forma eficiente os processos, buscando apoio e induzindo decisões
para que todos sejam mais proativos ou simplesmente percebida como um
elemento integrante das estratégias que segue alterando e também sendo alterada
pelo ambiente de negócios, pelos fatores internos e externos à organização.

O alinhamento estratégico é considerado, atualmente, um conceito


primordial para os gestores, pois considera aplicar corretamente a TI, envolvendo
pessoas e sistemas na busca constante do alcance dos objetivos traçados no
planejamento estratégico da organização. Nesse sentido, temos uma via dupla: a
TI se alinha ao negócio e o negócio se alinha à TI (ALBERTIN, 2006).

Embora se admita a importância do alinhamento estratégico da TI, o


interesse real por essa questão ainda não é considerado adequado. É uma atividade
difícil diretamente relacionada à complexidade dos negócios (TURBAN, 2013). O
planejamento de TI é o planejamento organizado da infraestrutura de TI e dos
portfólios das aplicações feitas em vários níveis da organização. Isso, por sua vez,
determina quais aplicações os usuários finais podem instalar. Assim, o futuro de
cada unidade na organização poderia ser tocado pela infraestrutura de TI.

É importante ter em mente que o planejamento é uma atividade continuada


e permanente, que cria um processo sistemático para a tomada de decisão e de
auxílio na resposta das seguintes questões:

• O que fazer?
• Para que fazer?
• Como e quando fazer?
• Onde fazer?
• Com quais recursos deve ser feito?

Todo planejamento envolve ações políticas e ações técnicas. A figura a


seguir mostra o relacionamento entre as estratégias de negócio, de Sistemas de
Informação e a Tecnologia da Informação.

68
TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

FIGURA 2 – RELACIONAMENTO ENTRE AS ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIO, TI E SI

Estratégia de Negócio
Para onde está
indo a empresa
• Decisões de Negócio e por quê
• Objetivos e Direção
• Mudança

Suporte aos Direção para


Negócios os Negócios

Estratégia de SI
O que é
• Baseada em negócios requerido
• Determinada pela demanda
• Focalizada na aplicação
Infraestrutura Necessidades
e serviços e prioridades

Estratégia de TI

• Baseada na atividade Como pode


• Determinada pela oferta ser entregue
• Focalizada na tecnologia

FONTE: Turban (2013, p. 12)

Como ocorre, de fato, o planejamento da TI? Como dito, é a partir de


ciclos trimestrais ou semestrais. Em cada ciclo são identificadas as necessidades
para, em seguida, realizar a análise de custo/benefício para alocação dos recursos
necessários para cada projeto elencado. Em síntese, os projetos aprovados são
mapeados para uma agenda de desenvolvimento, normalmente incluindo
um intervalo de tempo entre um e três anos. Essa agenda se torna a base para
determinar os requisitos dos recursos de TI, como hardware de longo prazo,
software, pessoas, instalações e requisitos financeiros. Ademais, a agenda de
desenvolvimento de projetos pode ser estendida. Esse prazo de desenvolvimento
varia de acordo com as características e necessidades da organização (CORREIA
NETO; LEITE, 2014).

Segundo Correia Neto e Leite (2014), existem planos de médio prazo.


Neste tipo de planejamento são identificados os principais projetos de TI que
foram aprovados e estão em conformidade com o plano de longo prazo. Nesta
situação entram projetos que podem durar mais de um ano ou que começam
em um ano e terminam no ano subsequente. Os planos de curto prazo envolvem
projetos menores e que são mais afetados pelas constantes mudanças tecnológicas.
As prioridades de um projeto podem ser determinadas pelo diretor de TI, pelo
seu superior, pela política da empresa ou por definições mais específicas, por
meio das filas: primeira necessidade ou o projeto a entrar terá prioridade no
atendimento (CORREIA NETO; LEITE, 2014).

69
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

E
IMPORTANT

No planejamento da TI está incluso o planejamento dos Sistemas de Informação.

3 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO DA INFORMAÇÃO


A importância de planejar os sistemas de informação encontra notável
justificativa no fato de que qualquer alteração nesses sistemas informacionais
pode afetar diretamente a evolução dos processos de negócios. Nesse sentido,
é possível fazer uso de várias metodologias que facilitam o planejamento da TI
e de seus respectivos sistemas. Tais metodologias são utilizadas para auxiliar as
organizações e para alinhar as estratégias de TI/SI do negócio com as estratégias
organizacionais, além de identificar oportunidades para utilizar a TI como
vantagem competitiva e de análise dos processos internos. A maioria dessas
metodologias começa com alguma investigação da estratégia que verifica o
setor, a competição e a competitividade, bem como as relacionam à tecnologia
(TURBAN, 2013).

As metodologias de planejamento da informação consistem na


especificação de um novo sistema, que é melhorado a partir de um sistema já
existente. Isso inclui os processos, as funções que o sistema executa e os dados
armazenados.

3.1 BUSINESS SYSTEMS PLANNING (BSP) DA IBM


Business Systems Planning (BSP) significa Planejamento de Sistemas
Empresariais. Trata de uma metodologia desenvolvida na década de 1970, pela
International Business Machines (IBM), que explora o planejamento de sistemas
de informação e as relações deles com os negócios, a fim de que os sistemas de
informação possam dar suporte às necessidades organizacionais.

ATENCAO

A pesquisa desenvolvida por Soares et al. (2008) destaca o uso de Business


Systems Planning (BSP) por permitir uma ênfase nos processos de negócio, além de identificar
a visão estratégica da organização.

70
TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Para Albertin (2006), os objetivos dessa tecnologia consistem:

• Na definição das prioridades organizacionais.


• Em definir melhor os investimentos de TI a partir de investimentos nos sistemas
de vida longa.
• Em gerenciar continuamente os recursos de TI.
• Em melhorar o relacionamento entre o setor de TI com a equipe técnica e os
usuários dos sistemas de informação.
• Em tratar os dados e as informações como ativos importantes que devem ser
planejados e gerenciados.

Perceba que o BSP é uma metodologia que propõe estudar o relacionamento


da organização com os negócios para, em seguida, definir a melhor arquitetura de
informações. A definição dessa arquitetura é dividida em duas etapas (TURBAN,
2013). A etapa 1 envolve o alto escalão organizacional para determinar questões
estratégicas e o cenário atual dos sistemas de informações. Os objetivos, aqui,
consistem em identificar os pontos fortes e fracos, as vulnerabilidades dos sistemas
em uso, além de identificar a necessidade de melhorias ou a aquisição de novas
tecnologias. Resumidamente, pode-se dizer que é preciso entender o negócio e
avaliar até que ponto os sistemas existentes dão suporte para o desenvolvimento
e a competitividade. Por sua vez, a etapa 2 diz respeito ao aprofundamento o
levantamento feito na etapa 1 (TURBAN, 2013).

ATENCAO

Com o trabalho em conjunto, as duas etapas criam uma forma estruturada para
que as pessoas conheçam todos os aspectos organizacionais, tendo uma visão do todo.

Um dos pontos positivos do BSP é que com ele se torna possível planejar
melhorias em sistemas existentes, bem como a aquisição de novos aplicativos.
São dois os níveis nos quais o BSP pode ser implantado para facilitar o alcance
dos objetivos: hierárquico e funcional (TURBAN, 2013).

71
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

E
IMPORTANT

Para os gestores: deve proporcionar uma forma de avaliar a criticidade dos


sistemas de informações já existentes na organização. Proporcionar o investimento em
sistemas de informações e recursos computacionais, e ainda determinar as necessidades
futuras de recursos computacionais, de acordo com os negócios da organização.
Para a Administração Funcional e Operacional: proporcionar a solução de problemas
relacionados ao controle gerencial e operacional. Possibilitar a consistência e o
compartilhamento dos dados. Assegurar que os sistemas de informações serão orientados
pelas necessidades da administração e dos usuários.
Para a TI: criar um canal de comunicação com a alta administração. Determinar uma escala de
prioridades. Criar um planejamento de médio a longo prazo para as atividades de informática
na organização. Segundo Souza Filho (2001), o BSP tem como finalidade determinar
atividades e tarefas a serem executadas em um Plano Diretor de Informática Empresarial. O
BSP foi um dos primeiros métodos utilizados para o planejamento de desenvolvimento de
SI em organizações, e serviu como base para os outros métodos de planejamento de SI que
surgiram nos últimos anos.

FONTE: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/GOXLSQEJRWFO.pdf>. Acesso em:


28 jun. 2018.

3.2 STRATEGIC SYSTEMS PLANNING (SSP)


O Planejamento Estratégico de Sistemas (SSP) é uma metodologia que
propõe um modelo funcional de negócios, ele é elaborado através da análise
das funções de cada área da organização. As áreas mapeiam a necessidade de
informação organizacional para montar a arquitetura dos dados (ALBERTIN,
2006).

A condição essencial para que se empreenda o planejamento


estratégico de um sistema de informação é que exista, de maneira inequívoca, o
reconhecimento de sua utilidade pelos escalões gerenciais superiores e vontade
político-administrativa no sentido de legitimar a sua implantação e operação.
Sem isso, não obstante ser inquestionável a utilidade do planejamento, ele não
terá efetividade ou viabilidade de implementação.

O segundo aspecto essencial é a clara definição dos usuários: quem são,


onde se localizam e quais as suas necessidades, preferências e idiossincrasias.
Um dos maiores problemas nesse sentido é que, de modo geral, os usuários dos
sistemas de apoio a decisões não definem com clareza ou não são capazes de
antecipar as suas necessidades – e, de fato, muitas delas não são antecipáveis,
delegando tal incumbência a seus assessores.

72
TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Para minimizar essa tendência será indispensável que, após a


determinação dos usuários, se realizem entrevistas entre os principais
assessores, que se promova a análise de seus papéis, que se empreenda o
acompanhamento das demandas derivadas de sua rotina de trabalho, e que se
realizem simulações de atendimento dentro da dinâmica de operações normais
de tais usuários. Confirmada a conveniência do sistema e reconhecidos os
usuários e suas necessidades, o desenvolvimento do sistema de informação
deve iniciar pela precisa definição dos seus objetivos – correlacionados aos
da organização e às necessidades das gerências que dele se utilizarão – e das
respectivas fontes de alimentação.

Outro elemento essencial no planejamento desses sistemas são as fontes


de informação. Com relação a estas, é indispensável que se evite o suprimento
seletivo, ou seja, que a fonte só forneça informações que tenham conotação
positiva em relação as suas ações ou operações. Consolidada a premissa de que
informação é poder, quanto mais relevante e atualizada esta for, maior será a
resistência dos supridores em torná-la disponível.

Por outro lado, os dados e informações apenas têm relevância quando


possuem sentido utilitário para que o usuário instrumentalize os seus
processos decisórios, carecendo de utilidade prática às informações defasadas,
de domínio público ou de limitada expressividade.

FONTE: <http://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/artigos/antes-de-2005/
Artigo240.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2018.

3.3 INFORMATION ENGINEERING – ENGENHARIA DA


INFORMAÇÃO (IE)
A Information Engineering propõe o uso de técnicas específicas para
construir modelos organizacionais e modelos de processo por meio de bases
de conhecimento de longo alcance, capazes de manter sistemas de informações
focados na estratégia (ALBERTIN, 2006). Nesse sentido, as diferenças entre
engenharia de software e engenharia da informação são descritas a seguir:

A engenharia de software aplica técnicas estruturadas a um projeto.


A engenharia da informação aplica técnicas estruturadas à empresa como
um todo, ou a um de seus setores. As técnicas de engenharia da informação
englobam as técnicas de engenharia de software de uma forma diferente (como
uma organização é bastante complexa, o planejamento, análise, projeto e
construção não podem ser efetuados sobre a empresa como um todo sem o uso
de ferramentas automatizadas). Albertin (2006) aponta outra definição para
engenharia da informação (EI), fazendo referência a técnicas automatizadas
elas podem ser vistas como:

73
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

Um conjunto interligado de técnicas automatizadas no qual são


construídos modelos da organização, modelos de dados e modelos de
processos em uma abrangente base de conhecimentos, a fim de serem usados
para criarem e manterem sistemas de processamento de dados.

Um conjunto de disciplinas automatizadas em nível de organização,


cuja finalidade é fornecer as informações certas às pessoas certas e na hora
certa. A EI não é uma metodologia rígida como a engenharia de software,
porém tem que ser formal, computadorizada e aceita em todo o segmento da
organização que utiliza a EI.

Características da EI: a EI emprega técnicas estruturadas em nível de


organização e não em nível de projeto.

A EI se processa na direção top-down, através das seguintes etapas:

• Planejamento dos sistemas estratégicos da organização.


• Planejamento das informações da organização.
• Análise da área de negócios.
• Projeto de sistemas.
• Construção.
• Corte.

A medida que se passa por essas etapas, a EI cria um repositório


(enciclopédia) de conhecimentos sobre a organização, os seus modelos de
dados, os modelos de processos e os projetos de sistemas.

• A EI cria uma estrutura para o desenvolvimento de uma organização


computadorizada.
• Os sistemas confeccionados separadamente se encaixam numa estrutura.
• Dentro da estrutura pode-se construir e modificar sistemas rapidamente,
através de ferramentas automatizadas.
• A EI facilita ao máximo o uso de projetos e programas reaproveitáveis.
• A EI conta com a participação ativa dos usuários finais em cada uma das
suas etapas.
• A EI facilita a evolução dos sistemas a longo prazo.
• A EI identifica como a informática pode alcançar da melhor forma possível
os objetivos estratégicos da empresa.

FONTE: <http://www.ifba.edu.br/professores/pablovf/repositorio/siEinf1.pdf>. Acesso em: 28


jun. 2018.

74
TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

3.4 CRITICAL SUCCESS FACTORS – FATOR CRÍTICO DE


SUCESSO (CSF)
O Critical Success Factors (CSF) é uma metodologia de planejamento
que busca identificar as necessidades do alto escalão da empresa em relação aos
sistemas de informação, priorizando os fatores críticos de sucesso. Nesse sentido,
a alta administração repassa suas necessidades individuais para que sejam
identificadas aplicações de TI que deem suporte a elas.

3.5 MODELO ECLÉTICO DE SULLIVAN


O modelo eclético de Sullivan estabelece uma matriz de fatores
organizacionais, sistêmicos e tecnológicos da organização.

O modelo em questão não prevê uma metodologia de planejamento


pronto que atenda às características da empresa, mas, sim, o desenvolvimento
de uma metodologia adequada para satisfazer as necessidades específicas.

O modelo eclético de Sullivan não focaliza sua atenção no


desenvolvimento e programação de software, mas no planejamento estratégico
da empresa. Não segue os processos mecânicos de planejamento de eras
anteriores, mas procura desenvolver uma metodologia com características que
suportam as necessidades e as exigências de informação.

No modelo eclético de Sullivan ocorre a transformação da atividade de


desenvolvimento de aplicações, antes focalizada na mecanização das atividades
e funções empresariais, agora orientada ao produto da empresa. Tal fato é
óbvio nas empresas de serviços financeiros e indústrias de informação, menos
frequente nas indústrias de manufatura. Tais empresas estão acrescentando
valor ao produto, usando convenientemente os sistemas de informação. Outra
mudança ocorre com os métodos de administração, em que os executivos
de sistemas se tornaram menos controladores, desenvolvendo uma postura
voltada à mudança.

FONTE: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2002
000300005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 jun. 2018.

3.6 BALANCED SCORECARD – INDICADORES DE EQUILÍBRIO


(BSC)
O conceito de Balance ScoreCard (BSC) foi criado por Kaplan e Norton
em 1992, consistindo em um sistema de gestão que usa indicadores para
avaliar o desempenho (BARBIERI, 2014). O BSC utiliza a missão e a estratégia

75
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

organizacionais em forma de objetivos e medidas divididos em quatro


perspectivas: financeira; clientes; processos internos; aprendizado e crescimento
(BARBIERI, 2014). É considerado um valioso instrumento para a gestão de
estratégias para longo prazo. Os sistemas de informação estão inseridos nesse
contexto, pois estão acoplados a um planejamento maior, que é o planejamento
estratégico da TI (ALBERTIN, 2006).

“A estrutura do BSC apresenta alguns componentes fundamentais


para a sua elaboração: o mapa estratégico, que descreve a estratégia através
dos objetivos relacionados entre si e distribuídos entre as quatro perspectivas;
o objetivo estratégico, que define aquilo que a organização quer alcançar; o
Indicador, que tem a função de medir e acompanhar o sucesso da estratégia
organizacional; as metas, que se referem ao nível de desempenho ou a taxa de
melhorias que tem que ser realizadas para que os objetivos sejam alcançados; e
o Plano de Ação que relata as ações práticas necessárias para que se alcancem
os objetivos estratégicos organizacionais”.

Para desenvolver uma avaliação de desempenho utilizando o BSC,


primeiramente é preciso compreender que esta ferramenta faz parte de um
processo contínuo dentro do planejamento estratégico da organização e
a sua elaboração tem que seguir uma linha de raciocínio lógico para que o
resultado possa ser um BSC bem estruturado e condizente com a realidade da
organização. O processo de elaboração do BSC está decidido em quatro etapas
principais:

1. Planejamento Estratégico: a empresa define os aspectos que irão direcionar


a segunda etapa, as estratégias. Durante o processo de planejamento
estratégico a empresa determina qual é o seu negócio; em seguida a missão,
para que ela existe?; depois define quais princípios e valores são importantes;
e por último cria a visão de valor, aonde quer chegar?
2. Gestão Estratégica: definido os aspectos de planejamento, a organização
inicia o processo de elaboração das estratégias, primeiramente determina
quais as políticas estratégicas a se adotar, qual será o foco a ser seguido;
em seguida realiza a análise SWOT, verificando no ambiente interno quais
os pontos fortes e fracos, e no ambiente externo quais as oportunidades e
as ameaças existentes; após essa análise detalhada, segue a terceira parte
que a proposição dos fatores críticos de sucesso para o negócio, o que exige
uma atenção maior pela empresa, pois constituem os pontos-chave para o
sucesso.
3. BSC: a partir do planejamento e da Gestão Estratégica, o BSC auxilia
na identificação e tradução dos objetivos estratégicos e indicadores da
organização como um todo. Na criação do mapa estratégico ele define como
transformar a estratégia em objetivos dentro das quatro perspectivas, e em
seguida auxilia na elaboração do painel de controle em que os indicadores,
responsáveis por medir o desempenho, são definidos e alinhados com os
objetivos estratégicos em todas as perspectivas.

76
TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

4. Operação: na quarta e última etapa são definidas as formas como os objetivos


serão atingidos, definidas as metas, as iniciativas e as ações; quando se realiza
um estudo aprofundado sobre a ferramenta do BSC, é possível entender
o motivo de tantas empresas o adotarem como método de avaliação de
desempenho.

FONTE: <http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/4CCF/20101220082235.pdf>. Acesso em:


15 jul. 2018.

4 GOVERNANÇA, COBIT E ITIL


COBIT e ITIL são ferramentas para planejar a informação, os sistemas e a
tecnologia da informação de modo geral. Por causa da grande importância para
o planejamento da tecnologia da informação, estudamos as duas propostas na
Unidade 1.

GOVERNANÇA DE TI é o framework que garante o suporte da


infraestrutura de sua organização, facilitando a realização das estratégias e
objetivos corporativos (FERNANDES; ABREU, 2014).

ITIL e COBIT são dois conceitos fortemente acoplados ao conceito de


Governança de TI. Existem diferenças entre as metodologias, porém, podemos
considerar que apesar das diferenças são conceitos complementares um ao outro
(FERNANDES; ABREU, 2014).

Relembrando que:

• COBIT: concentra-se na definição, implementação, fiscalização, medição e


melhoria dos controles para processos específicos, abarcando todo o ciclo de
vida da TI. É considerado no mercado o melhor modelo para a governança de TI.

• ITIL: fornece as definições de melhores práticas e os critérios para operações


de gestão, concentra-se principalmente na definição do funcional, dos atributos
operacionais e organizacionais para as operações de gestão, tais como service
support e service delivery.

E
IMPORTANT

Se você tiver oportunidade e tempo, faça uma certificação COBIT e ITIL. Será um
diferencial valioso para o seu currículo profissional.

77
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Existe diferença entre planejamento de tecnologia da informação (TI),


planejamento de sistemas de informação (SI) e planejamento da informação.

• Um SI é um sistema cujo elemento principal é a informação. Seu objetivo é


armazenar, tratar e fornecer informações de modo a apoiar as funções ou os
processos de uma organização.

• O SI é composto por um subsistema social e um subsistema automatizado. O


primeiro inclui as pessoas, processos, informações e documentos. O segundo
consiste dos meios automatizados, máquinas, computadores e redes de
comunicação que interligam os elementos do subsistema social.

• Uma organização é formada por um conjunto de pessoas e todos os recursos


envolvidos para o alcance dos objetivos.

• Planejar a informação, os sistemas e a tecnologia da informação, de modo geral,


é fator de grande relevância na gestão organizacional. Podemos entender o
planejamento como um conjunto de ações que, fazendo uso da análise de um
cenário atual, faz a projeção do cenário desejado e considerado ideal.

• Um conceito importante relacionado ao planejamento da área é o Strategic


Information Systems Planning (SISP), considerado o processo utilizado para
identificar o conjunto de aplicações baseadas em sistemas de informação que
apoiarão a organização na execução de seus planejamentos de negócios e na
realização de seus objetivos.

• O planejamento dos sistemas de informação define os objetivos da utilização


dos aplicativos computacionais. Também identifica as áreas cujas necessidades
demandam a implementação de novas tecnologias para dar suporte às
aplicações.

• O planejamento estratégico de SI é a etapa inicial em que se estabelecem os


propósitos básicos para que possamos implantar sistemas computadorizados
estáveis e de apoio à tomada de decisões.

• O planejamento estratégico de SI é o recurso usado para ajudar o tomador de


decisão da organização na identificação das oportunidades de SI para apoiar
os negócios empresariais, no desenvolvimento de arquiteturas de informação
baseadas nas necessidades dos usuários, e no desenvolvimento de planos de
ação dos SI a longo prazo.

78
• O planejamento estratégico de SI deve analisar as funções e os dados
necessários para suportar o negócio, os objetivos, os fatores críticos de sucesso
e as necessidades de informação da alta administração da empresa. Da mesma
forma, deve retratar como a tecnologia pode ser utilizada para criar novas
oportunidades ou vantagens competitivas.

• Um planejamento estratégico de SI deve, inicialmente, definir o negócio antes


do desenvolvimento e implantação de sistemas, considerando os fatores críticos
de sucesso do negócio. Simultaneamente, o planejamento cria oportunidades
de identificar funções e armazenamentos duplicados, apontar problemas
e oportunidades, além de fornecer uma base para o desenvolvimento de
estratégias de hardware, software, recursos humanos e rede de comunicação
de dados.

• O campo de sistemas de informação junta diversas tecnologias complexas,


importâncias comportamentais abstratas e atenções especializadas em
inúmeras áreas organizacionais e não organizacionais. Assim, os componentes
do sistema são elementos ativos para seu funcionamento, porém, o sistema não
funciona se não houver um sincronismo entre os subsistemas, eles precisam
trabalhar alinhados.

79
AUTOATIVIDADE

1 O campo de sistemas de informação junta diversas tecnologias complexas,


importâncias comportamentais abstratas e atenções especializadas
em inúmeras áreas organizacionais e não organizacionais. Assim, os
componentes do sistema são elementos ativos para seu funcionamento,
porém, o sistema não funciona se não houver um sincronismo entre os
subsistemas, eles precisam trabalhar alinhados. Sobre os componentes de
um sistema de informação, analise as opções a seguir:

I- Usuários, especialistas, programadores, clientes.


II- Vantagem competitiva, segurança, controle.
III- Dados, informações.
IV- Hardware, periféricos.
V- Software e aplicativos.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I, II e V estão corretas.
b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.

2 O projeto estratégico é o procedimento administrativo que acomoda uma


sustentação mercadológica para estabelecer a melhor direção adotada
pela empresa, buscando melhor grau de interação com os fatores externos,
não controláveis, e agindo de forma inovadora e distinta. As decisões
estratégicas caracterizam-se pelo alto grau de dúvida, principalmente
quando trata de situações competitivas, normalmente encargo dos níveis
mais altos da organização. Sobre o nível de decisão estratégica, analise as
sentenças a seguir:

I- Decisões dependem, em grande parte, de habilidades e de processos


sistemáticos, de análise e resolução de problemas. São projetadas a longo
prazo.
II- Decisões que consideram a interação entre as informações externas e
internas da empresa analisam os fatores e os subfatores externos, como a
concorrência, a missão e os objetivos estratégicos e políticos da empresa.
III- Decisão tomada unicamente sobre assuntos comuns, por exemplo:
problemas os quais a organização tem familiaridade ou experiência, ou
seja, apresentam-se de forma igual a cada ocorrência.
IV- Decisões sobre investimentos e procura de fontes de financiamentos.

80
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças, II, III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.

3 Planejamento é a metodologia administrativa que permite diagnosticar e


analisar situações atuais, estabelecer resultados – objetivos e metas – a serem
alcançados pelas organizações e delinear ações – estratégicas – para alcançar
os resultados, bem como estabelecer leis e normas – políticas – que servem
de sustentação a esse procedimento administrativo em uma organização.
No que diz respeito ao Planejamento, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Operacional é realizado pelos executivos, geralmente tem um médio


alcance de tempo e salienta indicadores de problemas, também provê
acesso de dados históricos e recentes.
b) ( ) Estratégico é realizado nas funções mais elevadas da empresa, tem
um maior alcance de tempo e as decisões envolvidas englobam a
organização como um todo.
c) ( ) Operacional é o menos genérico e mais delineado, tem um prazo longo
de tempo e aborda cada unidade de operação da empresa ou cada
conjunto de recursos separadamente, como os fatores críticos de sucesso
através de indicadores como hipertextos e hipermídia.
d) ( ) Tático normalmente demanda curto alcance de tempo, ou seja,
produz informação correta e extensivo uso de dados externos. Produz
informações em vários níveis de detalhamento.

81
82
UNIDADE 2 TÓPICO 2

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS
EM EMPRESAS PÚBLICAS

1 INTRODUÇÃO
As mudanças sofridas no ambiente de negócios podem ser analisadas
sob algumas perspectivas: novos cenários econômicos estão alterando a forma
de se buscar e, posteriormente, usar as informações; mudanças exigem que as
organizações reestruturem suas práticas na solução de problemas. Por causa
disso, as informações têm um papel importante, auxiliando no entendimento
daquilo que está mudando, além de facilitar a tomada de decisões e favorecer
um reposicionamento mais rápido em cenários cada vez mais competitivos
(FERNANDES; ABREU, 2014). É importante, portanto, que se estabeleça uma
arquitetura de gestão da informação à altura dos desafios apontados pelas
distintas perspectivas. Este é o alicerce da gestão da tecnologia da informação,
cuja intenção é dar consistência ao alcance dos objetivos, mitigando os custos e
tirando o maior proveito das informações disponíveis.

Nesse sentido, pode-se dizer que é um desafio reduzir a resistência às


mudanças, principalmente as de cunho tecnológico, em função dos vícios dos
usuários das informações, envolvendo os aspectos organizacionais, tecnológicos e
humanos. Para tanto, Davenport e Prusak (2002, p. 109) apontam que é necessário
entender como as pessoas usam a informação:

Em diversos setores, gerentes de todos os níveis descobriram,


pesarosos, que a dimensão comportamental e cultural da mudança
com frequência é a mais difícil de obter. Empresas que procuram
aperfeiçoar a qualidade, redefinir processos ou aumentar a satisfação
do cliente percebem que as coisas aparentemente mais fáceis são, na
verdade, as mais difíceis, e o planejamento de novos processos de
trabalho, novas estruturas organizacionais, novas estratégias, parece
brincadeira de criança quando comparado às alterações diárias de
comportamento e atitudes.

83
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

O comportamento humano é complexo e por esse motivo torna-se


mais complicado controlar, mudar ou gerenciar. As pessoas têm necessidades
diferentes em relação à informação: diferenciam-se na forma como a buscam,
usam e compartilham, e também ao valor que atribuem a esse valioso recurso.
Podendo-se destacar os aspectos que envolvem os requisitos para garantir a
segurança da informação (FERNANDES; ABREU, 2014).

A segurança da informação depende diretamente do tipo de acesso e por


esse motivo envolve quase que exclusivamente os usuários dela. Tendo como
alicerce esse pressuposto, torna-se indispensável a construção de aplicações que
agem de forma integrada na gestão da TI e dos negócios. Esse fato implica a
importância do estudo da arquitetura da informação e do seu impacto no âmbito
organizacional, envolvendo todos os recursos para o planejamento das estratégias
propostas pela administração (ALBERTIN, 2006).

Por serem considerados assuntos relevantes na Gestão da TI, neste


tópico, focaremos nossos esforços no aprendizado na gestão da Arquitetura da
Informação, nas aplicações de TI para a integração da gestão da organização e nas
ferramentas de TI para organizações digitais.

2 GESTÃO DA ARQUITETURA DA TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO
O referencial teórico para o estudo deste tema é vasto. Inúmeras são as
publicações que têm como foco a TI e sua ligação com todos os tipos de Sistemas
de Informação. Cada tipo de Sistema tem seu objetivo principal, auxiliando na
gestão da TI e em todos os setores organizacionais. Albertin (2006, p. 62) defende
que o entrelaçamento dos SI com a TI gera:

[...] um grupo de telas e relatórios, habitualmente gerados na unidade


de Tecnologia da Informação, que possui a maioria dos recursos de
processamento de dados e gerencia a tecnologia da informação da
empresa e seus recursos, gerando informações profícuas e oportunas
aos clientes e/ou usuários.

Não é difícil perceber que a gestão da tecnologia da informação gera


estratégicas para haver controle próprio e gestão de negócios. Os requisitos de
transparência, amplamente divulgados pelas práticas de governança, também
são características que viabilizam a eficiência e a eficácia dos processos de gestão:
tanto tecnológicos, quanto de negócios. As práticas da governança de tecnologia,
que se destacam pelas metodologias ITIL e COBIT (estudados no Tópico 1 e no
Livro de Governança de TI) reproduzem as práticas da governança corporativa,
pois a base é organizar e otimizar as práticas organizacionais (FERNANDES;
ABREU, 2014).

84
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

E
IMPORTANT

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)


define que governança corporativa envolve conceber estrutura compatível com os objetivos
institucionais vigentes e, para além, estruturar também os dispositivos de monitoramento de
progresso dessas metas estatuídas. Para Sousa Neto (2009), a estratégia define o modelo de
governança a ser utilizado que, por sua vez, define o modelo de governança de TI, mas prioriza
fundamentalmente o aspecto do alinhamento entre negócio e a TI. Tal posicionamento é
corroborado por Rau (2004) quando defende que é a excelência do “design” da governança
da empresa que gera o êxito de sua governança de TI, adicionalmente referindo-se à
necessidade de aliança com parceiros envolvidos para assegurar tal êxito.
Há, ainda, uma vertente de governança de TI que considera aspectos de centralização e
descentralização do sistema de tomada de decisões na área. Esse modelo é referido por
Lucas Júnior (2006, p. 44):
• Monarquia do Negócio: abordagem mais centralizada em que os executivos seniores
tomam as decisões de TI.
• Monarquia de TI: as decisões são tomadas pelos executivos de TI.
• Federalismo: executivos de diversos níveis e parte da organização colaboram com o
departamento de TI.
• Dualidade: decisões compartilhadas entre TI e as áreas de negócios.
• Feudalismo: decisões separadas das unidades de negócio ou líderes de processos com
base em suas necessidades.
• Anarquia: cada usuário, ou pequenos grupos, definem sua própria agenda de TI.

FONTE: https://studylibpt.com/doc/6122312/fatores-inibidores-%C3%A0- ado%C3%A7%C3%


A3o-de-tecnologias-de-informa%C3%A7%C3%A3o-... Acesso em: 6 jun. 2019.

Todos os modelos citados anteriormente são importantes, pois


favorecem o entendimento sobre como a TI é gerida. No entanto, em todos
eles, é apropriado ter em mente que a validação depende do perfil profissional
das pessoas envolvidas nos serviços da TI, na segurança dos sistemas em
função do modelo adotado e, por fim, na arquitetura de TI que precisa ser
planejada e gerenciada. Cada modelo percebe de forma distinta essas situações
(FERNANDES; ABREU, 2014).

2.1 APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO


PARA INTEGRAÇÃO DA GESTÃO EMPRESARIAL
Podemos entender que o grande desafio dos gestores de organizações,
sejam elas privadas ou públicas, é obter informações claras, objetivas e em um curto
intervalo de tempo para viabilizar uma tomada de decisão mais assertiva, eficiente
e segura. A democratização da internet possibilitou a criação de uma infinidade
de soluções que permitem às organizações maior organização e otimização nas
atividades e processos executados. Com maior controle, obviamente se alcança
um favorável indicador de qualidade, lucros e posicionamento de mercado
(COLANGELO FILHO, 2001).

85
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

Podemos entender que para se manter competitiva, as organizações


precisam gerenciar adequadamente todos os seus recursos, informações e
procedimentos. Para dar suporte a todos os controles, essas organizações adotam
os tão famosos Sistemas de Gestão Integrados (SIGE) ou ERPs.

E
IMPORTANT

Um SIGE pode ser entendido como um Sistema Integrado de Gestão Empresarial,


mais conhecido atualmente como ERP: Sistema de Planejamento de Recursos Corporativos.

FIGURA 3 – MÓDULOS DE UM SIGE OU ERP

SIGE

Gestão de Gestão de Gestão de Gestão de Gestão


Contratos Processos Qualidades Pessoal Operacional

Gestão de Gestão de Gestão de Gestão de Gestão


Contratos Engenharia Custos Administração Contábil

Gestão de Gestão de Gestão de Gestão de Gestão


Vendas Materiais Controle Finanças Fiscal

FONTE: <http://egta.eu/en/smart-it-cluster-intelligent-solutions-mobility-and-energy>. Acesso


em: 29 jun. 2018.

GESTÃO DE QUALIDADE: a gestão mais ampla do sistema está


pulverizada nas diversas gestões, exigindo que os principais processos sejam
alvo de rígidos controles. Atendendo às normas Good Manufacturing Practices
– GMP, possuem um amplo cadastro de laudos, parametrizáveis conforme
a complexidade das análises. Essas e os apontamentos de resultados são
efetuados em vários pontos do processo: entrada e saída de materiais, início,
meio e fim do processo produtivo até a saída para o cliente, tudo apontado e
etiquetado a cada fase.

GESTÃO DE CONTRATOS: a Gestão de Contrato tem o propósito de


estruturar a redação dos contratos com fornecedores, clientes, bancos e outras
entidades. Organizado em níveis de objeto do contrato, cláusula, garantias e

86
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

relacionamento entre contratos permitem o Follow-up dos mesmos, avisando


sobre os eventos e as ações a tomar. Todo o módulo é controlado por senhas,
dentro do conceito de Responsáveis e Executores, a quem é permitida a liberação
de eventos. Integrável à maioria dos módulos do sistema, a liberação de eventos
pode gerar ordens de produção, solicitações de compra, faturamento, liberação
de pagamento, cobrança e outros.

GESTÃO DE MATERIAIS: é uma das gestões que mais integra


módulos no sistema. Abrange todo o Controle de Estoque, em níveis diversos
de local, sublocal, lote e data de entrada além de campos parametrizáveis, o
que permite melhor adaptação do sistema a qualquer tipo de negócio. Dessa
forma, se mantém pleno controle sobre as Ordens de produção e compras,
assim como sobre as necessidades geradas pelos processos de planejamento e/
ou carteira de pedidos.

GESTÃO DE COMPRAS: concentra informações básicas e específicas


sobre todos os fornecedores da empresa, inclusive com funcionalidade
exclusiva de avaliação de fornecimento baseado em níveis de pontuação. Todas
as compras do sistema estão concentradas nesta gestão, inclusive no mercado
internacional, devido à existência das tabelas de moedas. A tabela de Material x
Fornecedor permite que informações específicas de compra para determinado
fornecedor sejam facilmente respeitadas. A variedade da consulta da carteira
de pedidos em tela quase elimina a necessidade de relatórios impressos. Ainda
assim, o sistema oferece muitas opções de relatórios gerenciais e operacionais.

GESTÃO DE ENGENHARIA: nesta gestão estão armazenadas todas


as informações sobre os diversos tipos de itens controlados pela empresa,
desde sua forma básica até as modelagens específicas de relacionamento com
outras gestões do sistema. As Estruturas de Produtos e informações sobre
os centros produtivos e Roteiro de Fabricação estão detalhadas em módulos
independentes, de forma sintética e analítica, possibilitando aos profissionais
de engenharia melhor visualização, controle e manutenção das informações.

GESTÃO FISCAL: É a gestão mais abrangente e complexa do sistema,


também a mais integradora e parametrizável, o que permite que todas as
situações de entrada e saída de notas fiscais sejam contempladas no sistema.
Os módulos de Faturamento e Recebimento de notas são integrados com os
demais módulos do sistema, o que significa que a nota é digitada uma única vez
e integrada aos Livros Fiscais, que disponibiliza todos os livros de operações
exigidos legalmente, com a contabilidade, financeiro e ativo.

GESTÃO DE PESSOAL: a Gestão de Pessoal atende a todas as exigências


legais atuais. Possibilita perfeita integração a todos os relógios de ponto do
mercado, bem como seus softwares de tratamento. Seu processo de atualização
constante, visando acompanhar às necessidades. Dentre todas as rotinas
e processamentos normais, podemos destacar: tratamento de autônomos,

87
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

transferência de funcionários entre empresas do mesmo grupo e tratamento de


dois ou mais vínculos para um mesmo funcionário. Emite inúmeros relatórios
gerenciais, entre eles o relatório de Seguro Desemprego.

GESTÃO ADMINISTRATIVA: esta gestão compreende a


Contabilidade Geral, com funcionalidades facilitadoras para o controle
gerencial da empresa, além de todos os relatórios exigidos por lei, apresentados
de forma sintética e analítica. Integrada ao módulo de Planejamento e Controle
Orçamentário (PCO), permite comparar o orçamento planejado no período com
o efetivamente realizado, possibilitando ao gestor aplicar medidas corretivas
a tempo. Nesta gestão também está todo o controle do Ativo Imobilizado da
empresa, com controle de correção, depreciação e impostos.

GESTÃO DE CUSTOS: esta gestão está dividida entre dois módulos


que abrangem todas as informações sobre os custos da empresa. No primeiro, o
Mark-up, é possível calcular o custo padrão de produtos acabados, semiacabados
ou semielaborados, permitindo a visualização direta e acumulada de cada um
e comparando-os ao custo corrente. São possíveis também diversos tipos de
Mark-up para cálculo de preço de venda e funções exclusivas de simulação.
No segundo, a Contabilidade de Custos, estão valorização dos estoques e dos
processos, com relatórios legais e gerenciais que permitem fácil controle do
profissional de custos em suas análises. Em ambos os módulos é possível a
visualização em moeda corrente e em moeda alternativa.

GESTÃO FINANCEIRA: nesta gestão está todo o controle financeiro


da empresa, contemplado pelos módulos de Contas a Pagar e Contas a Receber,
com uma variedade de relatórios que amplia a visão do gestor financeiro para
a tomada de decisões. Além disso, disponibiliza ferramentas de interface
eletrônica com bancos, através dos módulos de Cobrança Escritural e Pagamento
Escritural. Esses módulos atendem a todas as situações em qualquer banco e,
por serem parametrizáveis, permitem alterações rápidas pelo próprio usuário.
Integrando os módulos financeiros a vendas e compras, a gestão disponibiliza
o Planejamento e Controle Financeiro (PCF), que demonstra em tela o fluxo
de caixa analítico e sintético, permitindo, além das integrações, lançamentos
livres, como previsões.

GESTÃO DE PROCESSOS: a gestão de processos é responsável pela


programação das ordens de produção, analisando os recursos disponíveis
de hora homem e hora máquina, atualizando as capacidades de cada centro
produtivo controlado, permitindo diversas visualizações e possibilitando
reprogramação que atenda a exigências específicas para Custos. Todo
Apontamento de mão de obra é realizado nesta gestão, também visando
abranger todas as necessidades. Entra nesse apontamento o planejamento
mestre de necessidades e recursos de produção.

88
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

GESTÃO DE VENDAS: contém todos os dados de Clientes, inclusive


análise de crédito com informações atualizadas a partir da Gestão Financeira,
permitindo à área de vendas uma tomada de decisão rápida. O módulo de
Pedidos de Vendas, por ser integrado com diversos outros módulos, traz muitas
informações default, tornando ágil a digitação de pedidos. Para atingir uma
agilidade ainda maior, pode estar integrado à captação de pedidos via web.
Este módulo também disponibiliza listas de preços, margem de contribuição
e metas de vendas, esta última parametrizada de acordo com as regras
estabelecidas pela empresa.
FONTE:<http://www.academia.edu/25853641/Sistema_Integrado_de_Gestao_Empresarial>.
Acesso em: 20 abr. 2018.

A figura a seguir exibe exemplos de soluções integradas, usadas a partir


do ERP adotado por uma organização.

FIGURA 4 – APLICAÇÃO DE TI PARA INTEGRAÇÃO DA GESTÃO EMPRESARIAL

FONTE: <http://facilfacil.com/novosite/consultoria-e-treinamento/>. Acesso em: 29 jun. 2018.

O Sistema Integrado de Gestão Empresarial (SIGE) é adquirido na forma


de um pacote de software comercial com a finalidade de dar suporte à
maioria das operações gerenciais e operacionais de uma empresa. São
geralmente divididos em módulos que se comunicam e atualizam uma
mesma base central de dados, de modo que informações alimentadas
em um módulo são instantaneamente disponibilizadas para os demais
módulos que delas dependam (FERRO; NETO; WAQUED, 2010, p. 4).

89
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

Colangelo Filho (2001), por sua vez, coloca que se deve ponderar a respeito
de alguns fatores para uma implantação de sucesso de um ERP, ou seja, um SIGE:

• Comprometimento da alta direção com a implantação, que deve ser totalmente


transparente.
• Intercomunicabilidade com o mundo exterior: a organização deve permitir que
as pessoas envolvidas como colaboradoras do processo tenham acesso as suas
políticas e métodos de trabalho.
• Gerenciamento das expectativas, para administrar eventuais atrasos naturais
no processo de implantação.

Não definição de data limite para a finalização do projeto: normalmente,


a implantação de um sistema é proporcional à capacidade de absorção de
mudanças da organização, das pessoas e da tecnologia que está sendo utilizada.
Não alteração do programa fonte: é recomendável documentar modificações
para serem processadas pelo profissional responsável, preservando na medida
do possível o programa como foi concebido.

Importante destacar que tanto o SIGE quanto os ERPs são bastante


utilizados por organizações de grande porte, não sendo predominante em
organizações de médio e pequeno porte, em função do alto custo de implantação.

Os sistemas ERP podem ser considerados uma plataforma que engloba


todos os departamentos organizacionais, possibilitando a automação e o
armazenamento de todas as informações de negócios. Esses sistemas são
adquiridos na forma de pacotes de software comercial para suportar a maioria
das operações organizacionais. São geralmente divididos em módulos que
se comunicam e atualizam uma mesma base central de dados, de modo que
informações alimentadas em um módulo são instantaneamente disponibilizadas
para os demais módulos que delas dependam (COLANGELO FILHO, 2001).

Para você entender melhor, imagine uma empresa que possui


vários aplicativos (contábil, Recursos Humanos (RH), produção, financeiro,
administrativo etc.). Ao invés de haver vários sistemas isolados para cada
departamento, é mais fácil fazer com que os usuários tenham todas as informações
disponíveis e integradas em um único ambiente (um único aplicativo, neste caso,
o ERP). Com um único sistema integrando a todos os departamentos ou pelo
menos integrando os setores mais importantes, a comunicação interna se torna
mais fácil e as operações mais rápidas e seguras. Outro grande benefício para a
organização que implanta um ERP é a redução do número de fornecedores de
TI, ocasionando redução de custos, número de licenças, melhor suporte técnico,
entre outros ganhos (ALBERTIN, 2006).

90
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

2.2 EFFICIENT CONSUMER RESPONSE (ECR) – RESPOSTA


EFICIENTE AO CONSUMIDOR
Podemos entender a ECR como uma estratégia cuja característica principal
consiste no fato de que distribuidores e fornecedores trabalham em conjunto para
proporcionar maior valor ao consumidor final.

No conceito ECR, as informações geradas pelos hábitos de compras


dos consumidores comandam a cadeia a fim de um resultado mais satisfatório
para todos os componentes. A cadeia de distribuição moderna do segmento
de produtos de consumo de massa é uma cadeia na movimentação do fluxo
de mercadorias e eficiente na transmissão de informações entre os integrantes.

O segmento de supermercados vem tradicionalmente operando com


margens operacionais muito pequenas e tem estado sob intensa pressão de
várias fontes. De um lado, consumidores esperam maior variedade, qualidade
e atratividade em preços baixos. De outro lado, novos canais de distribuição de
produtos alimentares e não alimentares, como lojas de conveniência, depósitos
de descontos e outros tipos de varejos mistos têm aumentado as pressões
competitivas, impactando dessa forma nas margens.

Ao mesmo tempo, o custo de fazer negócios e gerir a empresa continua


a crescer, apesar de várias iniciativas contrárias. Esta iniciativa que está
transformando relações de negócio entre os integrantes dessa cadeia logística
utiliza ferramentas e adota estratégias que permitem responder às necessidades
crescentes e variadas dos consumidores, a saber:

Existe uma forte inter-relação entre o ECR e o SCM (gestão da Cadeia


de Suprimentos) A cadeia de distribuição do ECR tem a mesma base conceitual
da cadeia de logística integrada, o Supply Chain. Envolve todos os integrantes
por meio de processos interligados e compartilhados.

O relacionamento da empresa com o cliente evoluiu de um modelo de


parceria para um modelo simbiótico (associação de dois indivíduos de espécie
diferente, com benefício mútuo). A gestão dessa cadeia, em sua totalidade,
pode proporcionar uma série de maneiras pelas quais é possível aumentar
a produtividade, em consequência contribuir significativamente para baixar
custos. No primeiro plano estariam a redução de estoques, as compras mais
vantajosas, a racionalização de transportes e a eliminação de desperdícios. O
valor, por outro lado, pode ser criado mediante prazos confiáveis, atendimento
nos casos de emergências, facilidade de colocação de pedidos, serviços pós-
venda e desenvolvimento mais rápido de produtos.

FONTE: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/304>. Acesso em:


29 jun. 2018.

91
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

2.3 DATA MINING


Data Mining é uma expressão inglesa que surgiu em 1990, em comunidades
de bases de dados. Pode ser considerada uma funcionalidade que agrupa e
organiza dados, buscando encontrar padrões, anomalias, associações e mudanças
significativas (CAIÇARA JÚNIOR, 2009).

NOTA

O Data Mining consiste em um processo analítico projetado para explorar


grandes quantidades de dados (tipicamente relacionados a negócios, mercado ou pesquisas
científicas), na busca de padrões consistentes e/ou relacionamentos sistemáticos entre
variáveis para, então, validá-los aplicando os padrões detectados a novos subconjuntos
de dados. O processo consiste, basicamente, em três etapas: exploração, construção de
modelo ou definição do padrão e validação/verificação. A premissa do Data Mining é uma
argumentação ativa, isto é, ao invés do usuário definir o problema, selecionar os dados
e as ferramentas para analisar tais dados, as ferramentas do Data Mining os pesquisam
automaticamente a procura de anomalias e possíveis relacionamentos, identificando, assim,
problemas que não tinham sido identificados pelo usuário. Em outras palavras, as ferramentas
de Data Mining analisam os dados, descobrem problemas ou oportunidades escondidas
nos relacionamentos dos dados, e então diagnosticam o comportamento dos negócios,
requerendo a mínima intervenção do usuário. Assim, ele se dedicará somente a ir em busca
do conhecimento e produzir mais vantagens competitivas.

FONTE: <http://www.devmedia.com.br/conceitosetecnicassobredatamining/19342>. Acesso


em: 29 jun. 2018.

O Data Mining se divide em algumas etapas fundamentais: exploração;


construção de modelo; definição de padrão e validação; e verificação. Essa prática
pode ser considerada recente e utiliza técnicas de recuperação da informação,
inteligência artificial, reconhecimento de padrões e estatística, procurando
correlações entre diferentes dados. É mais comum ser usada em grandes bases de
dados (COLANGELO FILHO, 2001).

ATENCAO

Data Mining e Business Intelligence (BI) são poderosas ferramentas de grande


uso dos administradores e Gestores da Tecnologia da Informação.

92
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

2.4 BUSINESS INTELLIGENCE – INTELIGÊNCIA DE


NEGÓCIOS (BI)
Ao longo dos anos de 1990 foram desenvolvidas diversas linhas de
softwares que viabilizavam processos interdepartamentais, ou seja, permitiam que
a gestão das atividades organizacionais ocorresse de forma integrada e em todos
os níveis decisórios; esses sistemas foram denominados de sistemas de gestão
integrada. Em paralelo ao amadurecimento desses sistemas, ocorreu a evolução
das redes computacionais, sobretudo a internet, que se tornou um ambiente
propício a pesquisas, a informações e a relações comerciais e potencializou a
aproximação do cidadão aos serviços públicos. Os sistemas desenvolvidos para a
internet, sob a ótica comercial, cobriam apenas a venda de artigos, e a gestão dos
negócios era tratada por outros sistemas e processos.

Posteriormente, os sistemas orientados a processo também encontraram


espaço na internet, abrangendo toda a rotina de negócio, integrando relações
com clientes, fornecedores, parceiros, governo e procedimentos internos. Essa
integração sistemática em larga escala é denominada de e-business. Assim como
o comércio eletrônico, o governo eletrônico vem trilhando esse mesmo caminho
de integração de dados e de serviços em todas as esferas. Esse conjunto composto
de sistemas integrados e de serviços eletrônicos tem gerado um volume de
informações difícil de ser tratado, mas com grande potencial de gerar novas
oportunidades de serviços, o Business Intelligence (BI) é uma tecnologia que
possibilita minerar tais oportunidades.

O termo BI consiste em um amplo processo de coleta, organização,


armazenamento, análise, interpretação e compartilhamento para a
tomada de decisões importantes e estratégicas para a organização.
Em síntese, pode ser considerado uma combinação de teorias,
metodologias, processos, estruturas e tecnologias que transformam
uma grande quantidade de dados brutos em informação útil para as
tomadas de decisões estratégicas (CAIÇARA JÚNIOR, 2009, p. 49).

Basicamente, funciona com dados internos e externos à organização.


São coletadas as informações internas oriundas do ERP. Em seguida, outras
informações importantes são agregadas para a análise dos dados: as necessidades
do consumidor, o processo de decisão do cliente, as pressões competitivas, as
condições industriais relevantes, os aspectos econômicos e tecnológicos e as
tendências culturais. Cada sistema de BI determina uma meta específica, com
base no objetivo organizacional e na visão da empresa, existindo em ambos
objetivos, sejam eles de longo ou curto prazo, as disputas nos negócios, a coleta
de informação (COLANGELO FILHO, 2001). Aplicativos de BI geralmente têm
tamanho reduzido (número reduzido de funcionalidade). No entanto, possuem
considerável inteligência, sendo aplicada às funções que compõem o módulo.

93
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

2.5 FERRAMENTAS DE BI – DATA MART E DATA


WAREHOUSE/ OLAP
Como vimos, BI é uma inteligência de negócio. Para a construção de
funcionalidades com alta capacidade de análise, faz-se necessário o uso de
ferramentas específicas, como Datawarehouse (ou Data Warehouse), Data Mart e Olap.

Data Warehouse (DW) é um repositório de dados em formato digital cuja


função é armazenar detalhadamente as informações organizacionais, através
de históricos que posteriormente são usados para a tomada de decisões. O data
warehouse é um banco de dados de negócio.

Ou seja, é direcionado para um assunto ou segmento específico. É


capaz de manter histórico das informações, criando e comparando
padrões, analisando as exceções, sem afetar as operações e transações
de rotina. No final da análise e validação das informações, apresenta
um cenário final para a situação, sempre organizando o resultado
para que seja facilitada a análise dos gestores” (CAIÇARA JÚNIOR,
2009, p. 56).

Vantagens do data warehouse

Algumas das principais vantagens do data warehouse são:

• Inconsistências analisadas e tratadas antes da emissão dos relatórios para


análise dos dados.
• Relatórios de tendências e inconformidades contribuem para a tomada de
decisão.

Desvantagens do data warehouse

Algumas das principais desvantagens do data warehouse são:

• Só tratam dados estruturados.


• Podem ter custos elevados e podem ficar ultrapassados com alguma rapidez.

ATENCAO

Normalmente, as várias vertentes de business intelligence utilizam informação


recolhida em um data warehouse. Apesar disso, nem todos os data warehouses são usados
no contexto do business intelligence porque nem todos as aplicações de business intelligence
exigem um data warehouse.

FONTE: <https://www.significados.com.br/data-warehouse/>. Acesso em: 29 jun. 2018.

94
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

2.6 DATA MART


Pode ser entendido como um subconjunto de dados de um Data Warehouse.
São dados de um assunto ou setor específico, como finanças ou estoque, ou vendas
anuais, semestrais, semanais, por exemplo. O funcionamento é simples: os dados
obtidos do DW são desnormalizados e indexados para garantir performance
adequada em pesquisas intensas (CAIÇARA JÚNIOR, 2009). Em sua aplicação
prática: os data marts extraem pedaços de informações do data warehouse e
ajustam as informações para setores organizacionais específicos. O data mart é
construído depois do data warehouse. No entanto, não se deve afirmar que o
Data warehouse é constituído por um conjunto de Data marts. Isso se justifica
pelo fato de que o data warehouse atende à organização como um todo e o Data
mart um setor específico.

2.7 OLAP
O On-line Analytical Processing (OLAP) significa Processo Analítico em
Tempo Real, é uma ferramenta de extração de dados do data warehouse, facilitando
a alteração e análise de grandes quantidades de dados em várias perspectivas
diferentes. A aplicação dessa ferramenta pode ser usada pelos gestores de
qualquer área e nível, disponibilizando informações e ajudando na decisão final.
O uso da OLAP pode ser aplicado em funções muito distintas, algumas das mais
utilizadas variam entre as funções financeiras, como nas análises, fluxos de caixa,
contas, orçamentos etc., perpassando pelo marketing, como análise de preço,
volume de mercado e concluindo nas vendas, como previsões, lucro, clientes
(CAIÇARA JÚNIOR, 2009).

Para que você entenda a integração dos conceitos:

• Data Warehousing: integra um volume grande de dados de fontes distintas e


os coloca em um repositório. Em seguida, aplica-se um Data Mining sobre o
repositório destes dados no intuito de procurar padrões ou discrepâncias.
As análises feitas por essa tecnologia irão gerar relatórios minuciosos que
facilitarão o entendimento do cenário dos negócios.

3 EMPRESAS DIGITAIS
É notável que os dispositivos móveis se fazem mais presente em nosso
dia a dia, responsáveis por determinar novos padrões comportamentais. Com
base nesse princípio, as organizações mais inovadoras, há tempos, mobilizaram-
se para se adequarem à realidade, desenvolvendo ou adquirindo soluções que
causam ruptura no ambiente dos negócios, além de um conjunto de vantagens e
facilidades para os usuários finais. O resultado disso é que os dispositivos móveis,
com as redes sociais, têm um grande impacto nas relações comerciais.

95
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

O fato de uma organização se tornar digital significa que suas operações


serão mais simples, ágeis e com alto nível de conexão. Isso tudo, quando analisado
em conjunto, acarreta em um aumento da produtividade, redução dos custos e,
principalmente, evolução e melhorias na experiência do consumidor ao estreitar
a relação com a organização. Uma grande vantagem de uma empresa digital é a
percepção rápida dos resultados, embora o impacto seja diferente em cada ramo
de negócio, em função de características particulares de cada segmento, bem
como do nível de tecnologia adotada.

ATENCAO

Como entender de fato o que é a migração para o conceito de organização


digital? Imagine uma organização de venda por varejo, que vende produtos em pequenas
quantidades diretamente ao consumidor final e que adotou uma solução de automação de
processos e a disponibilizou por meio de tablets para todas as suas lojas. Com a aquisição
desta tecnologia seria possível padronizar os processos e centralizá-los na matriz, evitando
retrabalho e desperdício de tempo. De que forma isso aconteceria? Na contribuição dos
dispositivos móveis e suas aplicações no intuito de simplificar a comunicação entre gerentes
e vendedores, e entre a matriz e as demais filiais.

FONTE:<https://www.checklistfacil.com/blog/conheca-5-beneficios-napadronizacao-de-
processos-da-sua-empresa/>. Acesso em: 29 jun. 2018.

3.1 FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


PARA EMPRESAS DIGITAIS
Os dispositivos móveis como tablets e smartphones estão estabelecendo
novos comportamentos na sociedade. Empresas inovadoras já trabalham para
se adequar a essa realidade e adotar soluções que trazem para o dia a dia dos
colaboradores ferramentas usadas por eles na esfera pessoal.

Essas tecnologias têm causado uma ruptura também nos modelos de


negócios. Será possível avaliar em tempo real todos os aspectos da operação, desde
a cadeia de suprimentos até a gestão de riscos de marketing e de desenvolvimento
de produtos, e identificar, com antecedência, riscos e oportunidades de mercado.
Essa velocidade é fundamental para o cenário extremamente competitivo em que
estão inseridas.

Além disso, se tornar digital contribuirá para que as companhias operem


de forma mais simples, mais ágil e mais conectada, levando ao aumento de
produtividade, redução de custos e melhorias na experiência do consumidor, ao
possibilitar uma relação mais próxima entre empresa e cliente.

96
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

A área de Tecnologia da Informação (TI), há tempos, já passou da


categoria de suporte para um papel de maior destaque na estratégia de uma
empresa. A TI, hoje, não só sustenta as estratégias do negócio como também
permite criar novas estratégias de atuação empresarial. Há uma tendência
cada vez mais forte de aplicar os processos de TI para viabilizar mecanismos
que melhorem os modelos de negócio das companhias e abram mais canais de
venda para a economia globalizada, por meio do e-commerce.

Assim como a TI como um todo, o e-commerce já passou da fase de


mero suporte na operação empresarial e hoje tem um papel transformador nos
negócios. Esse papel fica ainda mais forte em um momento de reestruturação
econômica – o setor de tecnologia faz toda a diferença na hora de economizar e
racionalizar custos em uma companhia. No caso do e-commerce, especificamente,
possível economizar no “front” de vendas, pois a interface eletrônica permite
vender sem ter de arcar com custos do ponto de venda físico, por exemplo.

Além disso, os sistemas de e-commerce, gerenciados pela TI, permitem


conhecer melhor o consumidor, aproveitar as oportunidades sazonais e
empregar campanhas de marketing mais certeiras do que as tradicionais,
voltadas a pontos de venda físicos.

FONTE: <http://mercadoemfoco.unisul.br/o-papel-da-gestao-de-ti-no-e-commerce>.
Acesso em: 29 jun. 2018.

Os impactos da evolução das aplicações da TI sobre as características de


mercado são identificados, principalmente, pela disponibilização de informações
sem tempo real, que fundamentaram o surgimento do e-marketplace, o qual pode
ser entendido como portais e mercados digitais que aproximam compradores e
vendedores em ambiente neutro. A mudança de um mercado tradicional para
o mercado digital ocorre pela intensa utilização da TI, conforme apontado por
Albertin (2006), que também admite cinco alicerces para justificar a existência ou
a migração para o e-marketplace:

• Existência de estrutura eminentemente colaborativa para uso dos parceiros.


• Assentamento sobre princípios éticos de respeito mútuo.
• Planejamento com permanente monitoramento.
• Desenvolvimento do mercado eletrônico visando o longo prazo.
• Total integração de dados via TI, para evitar a desintegração do sistema.

97
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

FIGURA 5 – ESTRUTURA DE UM E-MARKETPLACE

E-marketplace

• Utilização intensa de TI
• Onipresença e interação
• Estrutura colaborativa
• Princípios éticos
• Integração total de dados
Múltiplos Múltiplos
Fornecedores Compradores

FONTE: Adaptado de Laudon e Laudon (2007)

Tenha em mente que o e-marketplace revoga as restrições de tempo e


espaço, pois não há mais necessidade do encontro físico entre compradores e
vendedores. O espaço é neutro, sendo mediado pela tecnologia da informação,
que dispõe de aplicações específicas para todo tipo de negócio (TEIXEIRA, 2015).

E
IMPORTANT

O e-marketplace nada mais é do que uma loja virtual em que se vendem bens e
serviços. O modelo de negócios é conhecido por conectar diretamente cliente e fornecedor
sem participação de intermediários. Consequentemente, ambos têm possibilidade de
conseguir valores mais acessíveis e também uma maior margem de lucro. A monetização
acontece a partir de um percentual na transação realizada. Em geral, reúne diferentes tipos
de produtos e serviços a fim de atingir o maior número de clientes possíveis. Há também
marketplaces especializados em um segmento, como de roupa ou viagens, como o
marketplace Amazon, Ebay, o Extra.com.br, Livraria Saraiva On-line e o Mercado Livre.

FONTE:<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conhecaasvantagensdoema
rketplaceparaospequenosnegocios,3f6402b5b0d36410VgnVCM1000003b74010aRCRD>.
Acesso em: 2 jul. 2018.

98
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

3.1.1 E-Business
Segundo Laudon e Laudon (2007) são características de organizações que
se posicionam comercialmente na World Wide Web (WEB):

• presença on-line: site de informações genéricas;


• negócios on-line: o website para substituir telefone e fax;
• negócios on-line integrados: a integração de sistemas permite a troca eletrônica
de dados;
• negócios on-line avançados: evolução dos sistemas de marketing e reposição
de produtos;
• e-business total: liga os três pontos-chave, consumidor-empresa-fornecedor,
em todas as atividades, sendo um exemplo de organização 100% virtual.

Albertin (2006) elenca características importantes do e-commerce:

• Ubiquidade: disponível em todos os lugares 24 horas por dia.


• Alcance global: alcance mundial on-line.
• Interatividade: comunicação entre compradores e vendedores, como se
estivessem em ambiente físico, só que com alcance global.
• Densidade da informação: redução dos custos de captação, armazenamento,
processamento e transmissão das informações, com aumento de pontualidade,
exatidão e universo de acesso.
• Personalização/customização: marketing personalizado através de campanhas
destinadas a um público específico, ou criação de produtos ou serviços baseados
nas preferências dos usuários.

FIGURA 6 – ESQUEMA DE NEGÓCIOS ELETRÔNICOS

Gestão de Negócios com TI

CE Comunidades CE
Virtuais

BI Empresa BI
Fornecedores Clientes

SCM Parceiros CRM

Resposta Eficiente ao Consumidor

Supply Chain Management Customer Relationship Management

FONTE: Adaptado de Albertin (2006)

99
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

Vem de Laudon e Laudon (2007) o recente conceito de mercadorias


digitais. Essas mercadorias são fornecidas por meio de uma rede digital, trazendo
a internet como foco de inovação. Para Laudon e Laudon (2007), entre os benefícios
trazidos pelo comércio eletrônico, é possível citar:

• Redução do volume de papel usado.


• Redução do tempo nas operações.
• Diminuição do custo com contratação de pessoas.
• Generalização do uso da internet.
• Excluiu restrições que envolviam tempo e espaço.
• Nivelou pequenas e grandes organizações por mediação da internet.
• Favoreceu a terceirização.
• Instaurou novas modalidades de negócio como provedores de acesso e portais
de leilões.

No ambiente rápido proporcionado pela internet, é imprescindível que


as organizações votadas ao comércio eletrônico tenham em mente que este é um
ambiente pautado pela prática self-service, uma vez que fatalmente as pessoas irão
rejeitar sites com pouca ergonomia e desatualizados. É de relevante importância
compreender que uma premissa do e-commerce é a venda com conteúdo, já que
o comércio tradicional vende com pessoas (McGovern (2009).

Portanto, “o website de e-commerce deve disponibilizar informações


básicas como: preço, desconto, tempo de entrega, prazo de devolução e assim
por diante” (MCGOVERN, 2009, p. 50). McGovern (2009) também atesta que o
e-commerce se torna mais eficaz quando:

• O produto pertence a uma marca conhecida.


• O produto não precisa de muito suporte no ato da venda (roupa, por exemplo).
• O cliente não precisa pegar o produto.
• O produto pode ser entregue eletronicamente (software, música).
• O produto pode ser bem descrito por conteúdo em texto e por imagens simples.
• O produto tem baixo custo de entrega.

Conforme proposto por Klee (2014), as categorias de comércio eletrônico


podem ser classificadas da seguinte forma:

• B2B – Business-to-Business: todas as transações de compra e venda efetuadas


entre empresas. Ex.: fabricante de sabão em pó e supermercados.
• B2C – Business-to-Consumer: todas as transações de compra e venda entre
empresas e consumidores finais. Ex.: compra de um livro em uma livraria.
• C2C – Consumer-to-Consumer: todas as transações de compra e venda
realizadas entre pessoas físicas. Os sites são mediadores. Ex.: Anuncie Aqui.

100
TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS
NEGÓCIOS EM EMPRESAS PÚBLICAS

• B2E – Business-to-Employee: todas as transações de compra e venda realizados


entre colaboradores de uma mesma organização. Ex.: de mediação: intranet ou
portais corporativos.
• C2B – Consumer-to-Business: todas as transações de compra e venda em que
o consumidor manifesta necessidade de demanda específica e as empresas
competem entre si para atendê-la. Ex.: licitações.
• B2M – Business-to-managment ou e-government: todas as transações entre
empresas e governo. Ex.: licitações.
• C2M – Consumer-to-Managment: engloba as transações eletrônicas entre
pessoas físicas e jurídicas com departamentos do governo.

3.1.2 E-procurement (compra e venda de produtos pela


internet)
E-procurement é um termo utilizado para conceituar a compra e venda de
produtos pela internet. É geralmente associado ao termo que remete ao processo
de compras entre empresas (B2B). Também se refere a ambientes virtuais que
realizam a cotação e o fechamento de algumas operações de negócios.

Quando implantado, o conceito permite que os usuários que estão


registrados na ferramenta encontrem mais facilmente compradores e fornecedores
de diversos produtos e serviços.

Para Aranha (2010, p. 43), “após entender o funcionamento do


e-commerce que se compreende a pertinência de atividades de e-procurement
via internet", exatamente porque ela permite que as empresas construam redes
de relacionamento mais amplas e menos custosas, já que este tipo de negócio
eletrônico, visando selecionar fornecedores, objetiva, para além, negociar
pagamento e condições de entrega. Essas redes de relacionamento já têm
avançado além do e-procurement e chegando ao conceito de bolsa privada, que
configura-se na verdade em uma rede setorial privada, ou seja, a rede (extranet)
é propriedade de um grande comprador e permite a interação com parceiros
certificados de negócios colaborem e compartilhem não só o gerenciamento da
cadeia de suprimentos, como também influenciem nos projetos de design de
produtos, na engenharia de produção, nas políticas de marketing e nas plantas
de logística e administração de estoques.

Para Gomes e Ribeiro (2004), o e-procurement é descrito como um


marketplace restrito a algumas empresas, somente. Marketplace é um conceito
que ajuda a vender pela internet. É diferente de e-commerce. O e-commerce é
uma loja virtual onde a empresa vende seus produtos. Já no marketplace, existe
uma plataforma mediada por uma empresa em que várias organizações podem
vender seus produtos. Nesse sentido, Gomes e Ribeiro (2004) descrevem as
seguintes vantagens do e-procurement:

101
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

• Redução de arquivos impressos e de erros de inputs pela automação do


processo.
• Aumento do alcance de negociação e da agilidade processual.
• Economia de tempo.
• Melhoria no relacionamento comercial, sendo estabelecido um novo canal
entre compradores e fornecedores.

Nesse sentido, McGovern (2009) traz as principais motivações pelas quais


as empresas migram para o e-procurement, que são:

• os baixos custos operacionais típicos dos mercados eletrônicos potencializam


os ganhos auferidos nas operações;
• o compartilhamento da base de informações entre fornecedores qualifica o
processo;
• o e-procurement é um aplicativo de resposta adequada ao acirramento da
competitividade no mundo dos negócios;
• a melhoria dos níveis contratuais de pagamento pactuados entre compradores
e fornecedores.

Enquanto Teixeira (2015) alerta para fatores que inibem a adoção desse
aplicativo, dos quais o poder em excesso por parte de compradores e/ou de
vendedores, a incompatibilidade das plataformas de internet, os aspectos de
cultura organizacional e o conflito entre concepção de compras físicas versus
compras virtuais parecem ser os mais evidentes. Albertin (2010 apud ARANHA,
2010, p. 45) “acrescenta que o SCM é o aplicativo que permite o uso efetivo do
e-procurement, permitindo a integração desde a identificação, solicitação e
cotação de compras até a sua efetiva contratação”.

E
IMPORTANT

E-Marketplace: negociações em tempo real agrupando em um mesmo


ambiente virtual clientes e fornecedores.
E-Procurement: websites que permitem a cotação on-line por vários fornecedores.

102
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• Em relação à ligação da TI com a Administração, é sempre válido lembrar que


a adesão a uma nova tecnologia, ou a substituição de tecnologia, necessita do
engajamento de todas as equipes, visando, assim, à redução da resistência em
relação aos novos processos de trabalho impostos por fluxos diferentes no trato
da informação.

• O comportamento humano é complexo e por este motivo se torna mais


complicado de controlar, mudar ou gerenciar.

• A segurança da informação depende diretamente do tipo de acesso que se faz


para acessá-la, e por este motivo envolve quase que exclusivamente os usuários.

• A Monarquia do negócio é uma abordagem mais centralizada, em que os


executivos seniores tomam as decisões de TI.

• Na Monarquia de TI, as decisões são tomadas pelos executivos de TI, que são
executivos que decidem (gerentes e diretores).

• No Federalismo, todos os executivos (de todos os setores organizacionais)


prestam auxílio ao setor de TI.

• Na Dualidade, as decisões são compartilhadas entre TI e as áreas de negócios.

• No Feudalismo, as decisões dependem da necessidade de cada setor.

• Na Anarquia, cada unidade ou setor define suas prioridades.

• O Sistema Integrado de Gestão Empresarial (SIGE) é adquirido na forma de


um pacote de software comercial com a finalidade de dar suporte à maioria das
operações gerenciais e operacionais de uma empresa.

• A internet permitiu o aparecimento de um novo meio de comercialização,


chamado e-commerce. Existem vários formatos e opiniões para a concretização
ou a execução dele, que é um tipo de transação comercial feita por meio de
dispositivos e plataformas eletrônicas, proporcionando inúmeras vantagens
tanto para as empresas quanto para os usuários dessa tecnologia.

103
AUTOATIVIDADE

1 A internet permitiu o aparecimento de um novo meio de comercialização,


chamado e-commerce. Existem vários formatos e opiniões para a concretização
ou a execução dele, que é um tipo de transação comercial feita por meio de
dispositivos e plataformas eletrônicas, proporcionando inúmeras vantagens
tanto para as empresas quanto para os usuários dessa tecnologia. Atualmente,
muitas empresas participam de categorias de aplicações de e-commerce. A
respeito disso, analise as sentenças a seguir:

I- Business to Consumer (B2C): comercialização de produtos e serviços entre


organizações internacionais.
II- Business to Business (B2B): comercialização de produtos e serviços entre
organizações, com definição de segmentos do mercado.
III- Business to Consumer (B2C): comercialização direcionada ou cruzada, serve
para a formação de grupos com interesses comuns; é formada por grandes
organizações, fornece serviços rápidos e personalizados para o consumidor
final.
IV- Business to Business (B2B): comercialização direcionada ao consumidor
final, acontece entre organizações.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
c) ( ) Somente a sentença IV está correta.
d) ( ) Somente a sentença II está correta.

2 O negócio de plataformas de e-commerce B2B vem se desenvolvendo


rapidamente no Brasil, na medida que as empresas apreendem os benefícios
desse tipo de ferramenta para seus negócios. Com a utilização da ferramenta
Business to Business (B2B), o comércio eletrônico da organização torna-se mais
eficiente e atrativo e, assim, maximiza a comercialização dos seus serviços.
Nessa modalidade de comércio eletrônico é normal a empresa atuar com
diversas políticas de negócios, de acordo com o perfil de cada cliente. Sobre
os benefícios da utilização do B2B, analise as sentenças a seguir:

I- Maior eficiência e rapidez no processo de compra.


II- Acesso rápido e uma grande variedade de produtos e serviços.
III- Acesso pessoal às informações de banco dos clientes.
IV- Facilidade de negociação com fornecedores.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
c) ( ) Somente a sentença IV está correta.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

104
3 (ENADE, 2005) O planejamento estratégico de sistemas de informação
pode ser entendido como o processo de identificação de um portfólio
computadorizado de aplicações que dá suporte ao plano de negócios das
organizações e auxilia na concretização dos objetivos organizacionais. Os
principais objetivos do processo de planejamento estratégico de sistemas de
informação não incluem:

a) ( ) O alinhamento das estratégias da área de SI com as estratégias do


negócio.
b) ( ) A melhoria do desempenho da área de SI, seja pela alocação mais eficaz
de recursos, seja pelo aumento de produtividade dos profissionais.
c) ( ) A antecipação de tendências, envolvendo inovação tecnológica contínua.
d) ( ) A identificação, a avaliação e a validação dos controles relacionados aos
sistemas de informação existentes, do ponto de vista de sua eficiência e
eficácia.

105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 3

GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA


POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
Vários são os modelos existentes, atualmente, para facilitar a gestão
de pessoas em uma organização. Esses modelos existem para moldar o
comportamento e as práticas das pessoas aos interesses e objetivos da organização
(CHIAVENATO, 2014). Os modelos de gestão de pessoas evoluíram e as
organizações acompanharam a evolução. Pode-se dizer que para cada década
(praticamente) existiu um modelo de prática para a gestão de pessoas, adequado
ao momento histórico da época (SANTOS; FRANÇA, 2007). Há muita pesquisa
acadêmica em desenvolvimento, bem como esforço na melhoria dos modelos de
gestão de pessoas existentes.

No entanto, a realidade, na prática, ainda é bem diferente da teoria. A


falta de alinhamento dos modelos com as práticas organizacionais influencia
negativamente a gestão das organizações, que depende das pessoas para mantê-
la competitiva e em atividade. Aplicar e melhorar continuamente os modelos
e práticas em gestão de pessoas é um grande desafio para as organizações,
pois os modelos são influenciados por diversos fatores internos e externos à
organização. Podemos citar, para exemplificar, o mercado, a concorrência, a
sociedade, a legislação, o ambiente, a cultura social, os fornecedores e os clientes
(CHIAVENATO, 2014).

A bagagem cultural de cada pessoa também é um fator importante que


afeta diretamente as práticas de gestão. Todavia, existe um fator mediador e
facilitador, a tecnologia da informação (TI), que se coloca como parceira estratégica
em busca de um bom ambiente de trabalho que encoraje a produtividade e a
inovação pessoal e organizacional (BARBIERI, 2014).

107
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

E
IMPORTANT

Tendo como base softwares inovadores e inteligentes, a TI é um fator que pode


potencializar e facilitar a adoção e implantação de novos e eficientes modelos de gestão de
pessoas em qualquer tipo de organização.

2 O PAPEL DO NOVO RH
Segundo Chiavenato (2014), a área de gestão de pessoas pode mudar
seu foco e contribuir efetivamente para os resultados institucionais ao exercer as
seguintes capacidades:

• Clareza estratégica: ser parceiro estratégico, contribuindo para a compreensão


e disseminação da estratégia organizacional.
• Agente da mudança: fazer com que as mudanças ocorram, contribuindo
efetivamente para o processo de mudança.
• Desenvolver capital intelectual: ser defensor dos empregados, colaborando
para o aumento das suas competências e do seu comprometimento.
• Exemplo de excelência operacional: ser consultor especializado na sua área de
competência e atuar de forma coerente com os processos que implanta.

E
IMPORTANT

Na medida que a sociedade cresce e se desenvolve, tanto em sentido econômico


como profissional, o papel do gestor de pessoas passa por mudanças. A nova geração
desta área profissional está desenvolvendo uma nova concepção, que tem por objetivo
a excelência organizacional por meio da reestruturação de procedimentos, reciclagem
de ideias, aperfeiçoamento, ampliação e valorização de sua atuação. A antiga visão de
funcionário como custo ou mão de obra barata precisa ser substituída pelo pensamento
de que a empresa depende dos empregados e os empregados dependem da empresa,
formando uma relação de reciprocidade, de parceria e confiança mútua. Pessoas devem ser
tratadas como pessoas. Devem agregar valor, devem ser consideradas como o maior capital
da organização, o capital humano.

FONTE:<http://www.rhportal.com.br/artigosrh/qualopapeldonovoprofissionalderecursoshu
manos/>. Acesso em: 2 jul. 2018.

108
TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

O RH deixou de ser um setor operacional que cuidava, em princípio, de


folhas de pagamento, férias, contratações e afastamentos, para se tornar um setor
de considerável importância e influência nas estratégias organizacionais. Isso se
justifica pelo fato de que as maiores falhas e implementação das estratégias são
atreladas a fatores humanos: barreiras de visão, motivacionais e culturais. Como
a função de RH é responsável pelo alinhamento das expectativas das pessoas aos
objetivos organizacionais, cabe ao novo RH conhecer o processo de elaboração
da estratégia empresarial, e se tornar parceiro dos gerentes de linha na sua
disseminação entre os funcionários da organização (CHIAVENATO, 2014).

As pessoas, geralmente, são resistentes às principais mudanças


organizacionais: troca de gestor, troca de tecnologia, troca de setor, entre outros
acontecimentos. Quando se fala que uma organização deve se adaptar rapidamente
às mudanças impostas pelo meio, devemos ter em mente que o que ocorre na
realidade é a adaptação das pessoas. Em síntese, o papel do RH, nesse sentido,
visa conseguir integrar e adaptar rapidamente pessoas, processos e tecnologia.
Nesse contexto, de acordo com Chiavenato (2014), o RH desempenha um papel
de agente de mudança e deverá se pautar em quatro alicerces principais:

• Conhecer teorias sobre processos de mudança a fim de elaborar um projeto de


mudança a cada nova estratégia que precisa ser implantada e disseminada no
âmbito organizacional.
• Alinhar pessoas certas no momento certo a fim de garantir a execução da
mudança.
• Ajustar processos de RH para se alinharem à nova estratégia, a fim de aumentar
a sinergia da organização em torno da nova estratégia a ser seguida.
• Trabalhar a mudança também na área de gestão de pessoas, para que sirva como
exemplo para os demais funcionários, e a mudança se consolide rapidamente.

NOTA

Mudar sempre é complicado, pois pode gerar resistência.

Gerir a mudança significa compreender o ambiente, planejar e


acompanhar a comunicação. O RH se envolve diretamente nesse processo,
apoiando a implantação do que deve mudar, alinhando pessoas e ajustando
processos. Facilitar a mudança significa se antecipar, analisando informações
que facilitam a projeção de cenários futuros. Como facilitadores, as soluções de
TI e inteligência competitiva são grandes aliados para tornar o processo menos
traumático. Essas ferramentas permitem a análise de mercado, análise de
indicadores internos, bem como a identificação de oportunidades de negócio.
Por sua vez, quando se chega na fase de planejar a mudança, podem ser usadas

109
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

soluções de planejamento de conteúdo e colaboração, as quais envolvem e


comprometem as pessoas (CHIAVENATO, 2014).

Para facilitar os processos de mudança, é imprescindível que se usem


canais de comunicação adequados. Novamente, destacam-se soluções de gestão
de conteúdo, principalmente intranets e portais, que auxiliam tanto na fase de
comunicação das razões da mudança e seu planejamento, como nas fases seguintes
de execução e apresentação dos resultados. Como tecnologia de destaque,
podemos pensar no BSC que se apresenta como importante instrumento de
comunicação das novas estratégias que direcionam a mudança (BARBIERI, 2014).

E
IMPORTANT

A mudança precisa do envolvimento das pessoas. Envolver significa comunicar


e partilhar. São úteis, aqui, as ferramentas de colaboração, como correio eletrônico, fóruns
de discussão, videoconferência e comunidades de prática para divulgar as informações.
Processos precisam ser redefinidos para que as mudanças sejam efetivadas e validadas. As
soluções de BPM auxiliam a redesenhar significativamente as mudanças nos processos de
trabalho. O ideal que ela seja usada com ferramentas de workflow, os quais têm o objetivo de
estabelecer o fluxo de trabalho. Um fluxo de trabalho para expor a necessidade de se redefinir
determinados processos (MATTOS, 2006).
É importante utilizar as bases de conhecimento e sistemas de informação para auxílio no
processo de identificação de necessidades de desenvolvimento de competências, de acordo
com o requerido pela mudança. Clientes e fornecedores também podem fazer parte dos
processos de mudança organizacional. Novamente as soluções de CRM servem de apoio
no processo de comunicação que envolvem fatores externos da organização (FERNANDES,
2013). Ainda, de acordo com Fernandes (2013), a tecnologia facilita, mas tem um custo.
Adquirir e usar as soluções nem sempre é fácil, pois requer tempo e investimento financeiro,
mas é fator primordial para implantar a mudança e validar as ações organizacionais e do RH.

3 RH COMO DESENVOLVEDOR DO CAPITAL INTELECTUAL


Um modelo de desenvolvimento pessoal focado em resultados individuais
e coletivos seria a prática da gestão por competências, visando cuidar dos aspectos
do capital intelectual que são a competência e o comprometimento de cada
colaborador. A gestão por competência define os conhecimentos essenciais para
a organização, além de mapear as competências individuais para traçar planos de
desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional (FERNANDES, 2013).

Uma organização só atinge a excelência naquilo que se propõe a fazer


quando seus colaboradores estão motivados e devidamente capacitados para
desenvolver suas atividades. O desenvolvimento das competências individuais
é papel fundamental do RH, que deverá planejar o desenvolvimento individual,
mantendo o entusiasmo e o estímulo para o trabalho (CHIAVENATO, 2014).

110
TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

O diferencial entre as empresas não são mais as máquinas utilizadas


no processo produtivo, mas sim o somatório do conhecimento coletivo gerado
e adquirido, as habilidades criativas e inventivas, os valores, as atitudes e a
motivação das pessoas que as integram e o grau de satisfação dos clientes.
São os chamados ativos intangíveis, os conhecimentos tácitos ou explícitos
que geram valor econômico para a empresa e cuja origem está diretamente
relacionada aos agentes criativos da empresa.

O principal foco gerador de riqueza não é mais o trabalho manual, e


sim o intelectual. Empresas pobres de bens, mas ricas de cérebros passam a ser
as mais valorizadas, como as consultorias, as agências de publicidade e criação,
as empresas de auditoria, as empresas criadoras de softwares e de novas
soluções informatizadas, bem como as empresas “ponto com”. Na sociedade
pós-industrial, o último estágio é a sociedade do conhecimento, na qual a
criação, distribuição e manipulação da informação constituem a principal fonte
de geração de riquezas. Se a nova riqueza é o conhecimento, capital e trabalho
passam a ser menos antagônicos.

Capital significa cada vez mais capital intelectual, capital de


relacionamento, capital de marca e identidade. E trabalho é cada vez mais a
capacidade de gerar e gerir ideias, de conectar-se, comunicar-se e relacionar-se
com pessoas, sejam elas clientes, parceiros, outros profissionais ou o círculo
familiar e de amigos, uma vez que a qualidade de vida influencia o resultado
final do trabalho. Por mais de um século, o homem mais rico do mundo foi
associado ao petróleo. Hoje, está associado ao conhecimento.

O grande desafio do novo RH é desenvolver os colaboradores para que


tenham velocidade e acurácia de resposta aos estímulos e desafios impostos,
busquem a diferenciação e sejam capazes de criar, implementar e disseminar
o conhecimento de valor. E neste sentido, é fundamental aperfeiçoar
permanentemente as características operacionais capazes de prover a arquitetura
do modelo de crescimento orgânico desejado pela empresa e demandado por
sua estratégia. Ao longo do tempo, a empresa começará a colher os benefícios
da autorreferência e da experimentação (erros e acertos), a capacidade sistêmica
de aprender com suas experiências e introduzir o aprendizado nos processos
decisórios e operacionais da empresa. Isso é um fator de crescente importância
para o desenvolvimento dos mecanismos de decisão.

FONTE: <https://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/capital-
intelectual/43567/>. Acesso em: 2 jul. 2018.

111
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

3.1 EXEMPLO DE EXCELÊNCIA OPERACIONAL


O RH, além de ser um importante alicerce das estratégias organizacionais,
de ser um facilitador na implementação e adaptação das mudanças e de ser
o setor responsável pelo amadurecimento e pela evolução do conhecimento
organizacional, precisa ser eficiente em seus processos, demonstrando ser um
exemplo para os demais setores (CHIAVENATO, 2014). Isso é de grande valia
para que o setor tenha reconhecimento e credibilidade quando for necessário
disseminar estratégias e implantar mudanças que, por vezes, precisam ser
rápidas e eficazes.

4 CONTRIBUIÇÃO DA TI PARA OS NOVOS MODELOS DE


GESTÃO DE PESSOAS

Muito tem se falado sobre o papel estratégico da área de gestão de


pessoas e da importância da tecnologia na transformação de conceitos em ações
eficazes. Sabemos que uma das mais desafiadoras missões dos profissionais
de recursos humanos é praticar uma gestão moderna e atualizada, focada na
integração de pessoas com a estratégia do negócio, partilhando conhecimento
e obtendo resultados. Para que isso aconteça, é necessário buscar uma parceria
com a área de Tecnologia da Informação (TI) e alinhar-se com as metas e objetivos
da empresa. Vale citar que não estamos falando unicamente de tecnologia, mas
sim de conciliar tecnologia e estratégia, de modo a ligar pessoas com pessoas e
também pessoas com o negócio.

A mudança tecnológica é um fator-chave para a transformação, uma vez


que fornece a estrutura aos modelos de gestão de pessoas. O mercado passou
a nos oferecer ferramentas que, até recentemente, pouco atuavam no mercado
de RH. Tais tecnologias têm se apresentado como importantes parceiras ao
suportar as mais variadas e complexas demandas do RH. As ferramentas web,
portais, ferramentas de Business Intelligence (BI) e Business Process Management
(BPM) integrados a módulos de folha de pagamento, recrutamento e seleção,
cargos e salários, benefícios, entre outros módulos de Enterprise Resource
Planning (ERPs) de RH figuram como as mais flexíveis e produtivas opções.
Elas possibilitam acesso direto de um colaborador a outro colaborador à gestão
de recursos humanos, às informações a respeito do negócio e, principalmente, a
trabalhar essas informações e processos com alta produtividade e assertividade,
gerando produtividade e conhecimento.

112
TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Se ainda não temos uma noção clara de como a internet, softwares web,
portal, BI e BPM integrados a um ERP de RH podem ajudar nessa missão,
temos que nos preocupar! Afinal, essas ferramentas e conceitos postos em
prática têm gerado resultados significativos nas organizações, sendo hoje
uma realidade.

FONTE:<http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/entenda-a-aplicacao-da-
tecnologia-na-gestao-de-pessoas/52623/>. Acesso em: 2 jul. 2018.

As organizações mais inovadoras têm processos integrados e


independentes, e isso impacta diretamente nos processos de gestão de pessoas
que podem ser mais ou menos afetados ao levar em consideração o nível de
integração adotado pela organização e os fatores internos e externos. Fischer
(2002) cita como fatores externos o próprio ambiente de negócios, as relações
sociais, os fornecedores, a concorrência, o governo e as leis vigentes. Enquanto
que para Chiavenato (2014), os fatores internos são a estrutura organizacional,
tecnologias adotadas e a própria organização dos trabalhos e dos processos.
Tenha em mente que a escolha por um ou outro modelo de gestão de pessoas é
influenciado diretamente por um desses fatores (CHIAVENATO, 2014).

4.1 TI PARA AS DIMENSÕES DA GESTÃO DE PESSOAS E O


NOVO PAPEL DO RH
São várias as tecnologias que impactam os novos modelos de gestão
de pessoas. Os autores Alho e Carvalho (2007) identificaram em pesquisas as
principais soluções de TI, que viabilizam de forma mais coerente a evolução
dos modelos de gestão de pessoas. Eles relacionaram os aplicativos de TI com
as principais dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas e com os
atuais papéis desempenhados pelo setor de Recursos Humanos. Nesse sentido
são apresentadas, no quadro a seguir, as relações entre as soluções de TI e as
dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas/papéis do novo RH.

113
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

QUADRO 4 – CONTRIBUIÇÃO DA TI PARA OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS

Dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas


Papéis dos novos modelos de gestão de pessoas

Desenvolvedor do capital intelectual


Gestão da cultura organizacional
Gestão do clima organizacional
Gestão estratégica da mudança

Especialista administrativo
Gestão do conhecimento e
Gestão por competência
Soluções de TI

Agente da mudança
Parceiro estratégico
aprendizagem

1 – ATM X X
2 – Autoatendimento X X X X X X X
3 – BPM X X X X
4 – BSC X X X X
5 – Business
X X X X X
Intelligence
6 – Colaboração X X X X X X X X
7 – CRM X X X X X
8 – ERP X X X
9 – Gestão de
X X X X X X X X
conteúdo X
10 – Recrutamento
X X X
on-line
11 – SIRG/HRM X X X
12 – Sistemas de
X X X X
informação
13 – Sistemas
de Inteligência X X
Empresarial
14 – Sistemas
X
Especialistas
15 – Sistemas de
X
suporte à inovação
16 – Workflow X X X X
FONTE: Adaptado de Alho e Carvalho (2007)

114
TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A seguir, vamos entender as tecnologias apontadas no quadro e outras


que não constam nele, no entanto, são complementares e muito importantes
atualmente. São listadas as tecnologias propostas pelos autores Alho e Carvalho
(2007), também são explicadas tecnologias não citadas pelos autores e que são de
grande importância para a Gestão da Tecnologia da Informação.

1. AMT (Aprendizagem Mediada por Tecnologia): representada pela sigla


e-Learning. Na verdade, é todo o aprendizado mediado por tecnologias de
informação e comunicação (TICs). Essas tecnologias são mediadoras do
aprendizado. Tem como base a internet que integra bases de conhecimento e
intranets, além de e-mails, chats e comunidades de prática (MATTOS, 2006).
2. LMS (Learning Management System ou Sistema de Gestão de Aprendizagem
– No Brasil, mais conhecido por AVA): são sistemas que dão suporte para o
processo de aprendizagem. São softwares que têm como base metodologias
pedagógicas e geralmente fazem a gestão de cursos e promovem o ensino e a
aprendizagem de forma virtual. Exemplo: ensino a distância (MATTOS, 2006).
3. Autoatendimento: o conceito de autoatendimento em RH envolve a utilização
de novas aplicações de comércios eletrônicos que possibilitam o acesso do
funcionário a informações e funções personalizadas relevantes à administração
de seu relacionamento com a organização (MATTOS, 2006).
4. BPM (Business Process Management): é um conjunto de tecnologias voltadas
para a melhoria em processos de negócio. Contemplam ferramentas para
modelar, publicar, controlar e analisar processos operacionais envolvendo
pessoas, aplicações, documentos e outras fontes de informação (MATTOS,
2006).
5. BSC (Balanced Scorecard): é uma metodologia que auxilia na definição da
estratégia empresarial, gerência do negócio, gerência de serviços e gestão da
qualidade. Todos os passos são executados tendo como base indicadores de
desempenho que são definidos pela alta gerência (FERNANDES, 2013).
6. BI (Business Intelligence): são aplicações de inteligência empresarial ou
inteligência de negócios. Auxiliam gestores na tomada de decisões importantes,
através de análises de cenários executadas por esses softwares (TURBAN,
2013).
7. DW (Data Warehouse): um banco de dados orientado por assunto ou segmento
de negócio. O objetivo é dar suporte aos processos de tomada de decisão
(TURBAN, 2013).
8. Data Mart: é uma fatia do Data warehouse que apresenta uma visão
multidimensional (TURBAN, 2013).
9. Data Mining: consiste em uma tecnologia para encontrar padrões, desvios,
correlações dos dados de uma base de dados. Auxilia no processo decisório
(TURBAN, 2013).
10. Colaboração (Groupware): são aplicativos que dão suporte ao trabalho
em grupo, ou seja, softwares que permitem compartilhar conhecimento
(ALBERTIN, 2006).
11. Correio eletrônico: sistema que envia e recebe informações. Apoia o trabalho
colaborativo entre pessoas. Exemplo: e-mail (ALBERTIN, 2006).

115
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

12. Lista de distribuição e grupo de discussão: as listas são endereços eletrônicos


que podem formar grupos. Exemplo: grupos de e-mail, WhatsApp. O objetivo
é facilitar a disseminação de informações, enviando de uma só vez para um
grupo específico (MATTOS, 2006).
13. Comunidade de prática: pessoas de diferentes pontos geográficos podem
compartilhar conhecimento e trocar ideias mediadas por tecnologias
desenvolvidas para este fim. Exemplo: fóruns de discussão, chats,
newsgroups, conferências on-line etc. (MATTOS, 2006).
14. Sala de Chat (bate-papo): são aplicativos que permitem a comunicação
instantânea entre indivíduos ou grupos de indivíduos (ALBERTIN, 2006).
15. Videoconferência: permite que se apresente um assunto para pessoas em
lugares diferentes. A mediação é feita por computador pessoa a pessoa, ou
entre pessoa e grupo. Skype é um exemplo desta tecnologia (ALBERTIN,
2006).
16. Fórum de discussão: são criados especificamente para páginas de internet,
motivando debates e discussões acerca de um assunto específico (ALBERTIN,
2006).
17. CRM (Customer Relationship Management): são softwares desenvolvidos para
mediar e melhorar o relacionamento com o cliente (MATTOS, 2006).
18. ERP (Enterprise Resource Planning): são softwares para integrar e centralizar a
gestão empresarial (MATTOS, 2006).
19. Gestão de conteúdo (Content Management): são aplicativos desenvolvidos
com o objetivo de captar, organizar e disseminar informações que tem origem
em várias fontes e de interesses de grupos distintos (MATTOS, 2006).
20. Intranet: é uma rede privada de comunicação de computadores, ligada à
internet, a sistemas de comunicação internos da organização.
21. Portal: um portal corporativo é um sistema de informação que permite acesso
às informações organizacionais através de interface única.
22. GED (Gestão Eletrônica de Documentos): são tecnologias que permitem
converter informação em papel para a forma digital. Exemplo: scanner
associado a um sistema de informação para armazenamento.
23. Sistema de Mapas de Conhecimento: são ferramentas que oferecem apoio ao
trabalho cooperativo e ao compartilhamento de conhecimento tácito.
24. Recrutamento on-line (e-Recruitment): envolve a divulgação de vagas de
trabalho na internet e intranet, além do armazenamento e gestão de currículos.
Também conhecido como e-Recruitment.
25. SIRH/HRM: é um sistema de informações dos recursos humanos. Abrangem
todas as responsabilidades e funcionalidades do RH (CHIAVENATO, 2014).
26. Sistemas de Informação: é todo o tipo de sistema capaz de coletar, armazenar,
manipular e gerar resultado através de informações.
27. Sistemas de Inteligência Empresarial: são sistemas cuja inteligência é voltada
exclusivamente à tomada de decisões. São diferentes dos sistemas de BI,
pois dependem fortemente da captura e análise de informações externas às
organizações, geralmente varrem a internet a procura de informações sobre a
concorrência ou cenários de negócios (ALBERTIN, 2006).
28. Sistemas Especialistas: são sistemas desenvolvidos com base em um
conhecimento específico. Exemplo: software para diagnóstico médico
(ALBERTIN, 2006).
116
TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

29. Sistemas de Suporte à Inovação: são softwares que viabilizam a geração de


conhecimentos novos. Contribuem para a inovação em processos e produtos
(ALBERTIN, 2006).
30. Workflow: são softwares para automatizar processos. Exemplo: gerenciar
atividades, tempos e suas responsabilidades. Controla o fluxo de trabalho
das pessoas envolvidas em um projeto (TURBAN; KING, 2003).

Agora que já conhecemos as principais ferramentas de TI, vamos entender


de que maneira essas tecnologias são usadas de forma integrada, e como
contribuem para a utilização e aplicação de modelos de gestão de pessoas a fim
de facilitar as atividades do setor de recursos humanos em empresas públicas.

5 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ENVOLVIDAS NA


GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
As ferramentas de TI auxiliam os gestores de forma muito eficiente e rápida
na identificação das competências e habilidades, bem como o relacionamento
das competências com a pessoa, na etapa de recrutamento, na necessidade de
aperfeiçoamento através de treinamentos e, também, na busca e retenção de
profissionais altamente capacitados (CHIAVENATO, 2014). A divulgação de
competências essenciais à organização, quando divulgadas em intranets, nos
portais corporativos, favorece a organização no sentido de criar meios simples de
aprendizagem, de planejar e desenvolver cronogramas de treinamento para todos
os seus setores, gerando um ambiente de aprendizado e crescimento intelectual
contínuo (BARBIERI, 2014).

Não basta identificar as competências e habilidades. Torna-se necessário


armazená-las em bases de dados inteligentes. Esse armazenamento favorece a
busca rápida de informação, dando suporte ao processo de seleção interna,
seleção de talentos prontos e contratação de novas pessoas. Além disso, facilita o
desenvolvimento de planos de ação para reter talentos na organização.

O mercado de TI dispõe de sistemas específicos para a gestão por


competências que envolvem todo o processo de planejamento, definição, escopo
e gestão de competências individuais e organizacionais. Essas ferramentas
facilitam a identificação de carências (gaps) de conhecimento. Os sistemas de
gestão por competência podem ser adquiridos como módulos de um sistema
de gestão empresarial (ERP) ou desenvolvidos de acordo com a necessidade da
organização (CAIÇARA JÚNIOR, 2009).

O fato é que as pessoas atualmente usam a internet em busca de


oportunidades de trabalho, e o departamento de recursos humanos, atento a esta
situação, usa a mesma rede como forma rápida de divulgação de oportunidades.
Isso deu origem ao termo e-Recruitment que, como vimos, envolve o uso de
recursos tecnológicos (aplicativos específicos para internet) para divulgar vagas,

117
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

receber currículo, analisar informações e também como forma eficiente de retorno


ao candidato em relação ao desempenho no processo de recrutamento. Essas
tecnologias ampliam o cenário e o número de candidatos, agilizando a contratação
e o treinamento, e reduzindo custos na etapa de seleção (CHIAVENATO, 2014).

Com tantas facilidades nos novos modelos de contratação, os novos


colaboradores passam a gerenciar seu aprendizado e desenvolvimento de forma
mais ativa e responsável. As organizações e seus departamentos de gestão de
pessoas agem como parceiras e facilitadoras no sentido de dar o suporte necessário
ao processo de crescimento pessoal.

Não podemos esquecer que clientes e fornecedores também podem


ser envolvidos no processo de gestão por competência, fazendo com que seus
processos melhorem continuamente. Ferramentas de CRM utilizadas de forma
integrada com soluções de BI (data warehouse, data mining e data mart) são exemplos
de tecnologias utilizadas para alcançar os objetivos da gestão desses dois aliados
importantes para a organização.

Além disso, essas tecnologias são um forte aliado no processo de tomada


de decisão, pois facilitam a identificação de setores organizacionais carentes
de conhecimento, de quais competências são mais urgentes, como lidar com
situações de desligamentos, afastamentos e aposentadorias. Sem dúvida, a
tecnologia da informação, quando utilizada de forma correta e integrada, coloca
o setor de recursos humanos em um lugar estratégico para a organização, pois é
capaz de desenvolver estratégias de forma rápida, alinhando a gestão de pessoas
aos objetivos do negócio.

5.1 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ENVOLVIDAS NA


GESTÃO DO CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM
São inúmeros os aplicativos disponíveis para a gestão do conhecimento.
Podemos considerar que esta é uma das áreas que mais evoluiu nos últimos
anos. De todas as dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas, a
gestão do conhecimento e aprendizagem é certamente a mais privilegiada em
termos de aplicação de soluções de TI. Existem muitas alternativas disponíveis
(ALBERTIN, 2006).

A evolução da internet favoreceu o desenvolvimento de aplicativos


específicos, como o Knowledge-based Search Systems, Information Farming, Desktop-
video Conferencing, Eletronic Bulletin Boards, Groupware, Document Management e
Systems. Todas estas tecnologias, entre tantas outras, são recursos eficientes na
gestão de conhecimento e no desenvolvimento da aprendizagem tanto pessoal
como organizacional (FERNANDES; ABREU, 2014).

De acordo com Fernandes e Abreu (2014), há de se destacar as facilidades


geradas por aquelas tecnologias no sentido de ser um efetivo suporte e canal

118
TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

mediador no suporte aos processos de aquisição, criação, retenção, disseminação,


compartilhamento e aplicação do conhecimento dentro das organizações e
em suas relações com o ambiente externo. Além das tecnologias citadas, os
autores colocam em destaque os portais corporativos na atividade de capturar e
compartilhar conhecimento.

Mediar por tais tecnologias facilita para o setor de RH cumprir sua função
como desenvolvedor de capital intelectual. Além de estimular o aprendizado e
a disseminação dos conhecimentos adquiridos, o RH precisa manter as pessoas
comprometidas com o processo, um dos maiores desafios do setor. Nesse sentido,
é necessária a prática de comunicação efetiva, e a tecnologia da informação
favorece o comprometimento, pois visa ao envolvimento das pessoas ao
estabelecer relações de confiança para ajudar no processo (CHIAVENATO, 2014).

É preciso entender, também, que a utilização de ferramentas de gestão


de conteúdos para disseminar as práticas do setor de RH estabelece um processo
de comunicação rápida e eficiente, e oferece, principalmente, transparência nas
ações colocadas em prática.

Podemos destacar, ainda, que as ferramentas que permitem trabalho


colaborativo, como as soluções de autoatendimento (quiosques eletrônicos),
podem e devem ser amplamente utilizadas no sentido de melhorar a comunicação,
gerar confiança, conteúdo e conhecimento (BARBIERI, 2014).

6 TI PARA GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL


Manter um bom clima organizacional no ambiente de trabalho é de
extrema importância quando pensamos nas pessoas que estão envolvidas,
como: desenvolvimento pessoal, desenvolvimento organizacional, empenho em
validar estratégias organizacionais e gestão de pessoas. É decisivo também para a
implantação de mudanças. Pessoas desanimadas tendem a se tornar resistentes a
qualquer alteração no processo de trabalho (CHIAVENATO, 2014).

As ferramentas de TI são consideradas um apoio indispensável. Pesquisas


de Clima Organizacional são mais facilmente aplicadas com o uso de questionários
eletrônicos (souveys), aplicados através da internet/intranet. Utilizar um sistema
para diagnosticar o clima do ambiente de trabalho permite envolver um número
maior de pessoas, pois facilita a coleta de informações de pessoas localizadas
geograficamente em pontos distintos, além de reduzir os custos na elaboração e
na aplicação da pesquisa. Quiosques de coleta de informações permitem coletar
a opinião de colaboradores que, por ventura, não tenham acesso computacional
(BARBIERI, 2014).

Após a aplicação da pesquisa, ferramentas de data warehouse e datamining


são úteis na etapa de organização e análise dos dados, pois são capazes de
manipular um volume muito grande de dados, apontando padrões e desvios.

119
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

A comunicação também é decisiva para manter continuamente um bom clima


organizacional. Portais e intranets auxiliam na disseminação das informações,
principalmente nos resultados das pesquisas efetuadas (FERNANDES, 2013).

É importante ressaltar que a própria tecnologia pode ser objeto de estudo


na investigação do clima, uma vez que interfere diretamente no relacionamento
interpessoal praticado na organização. Portanto, a tecnologia afeta o
relacionamento das pessoas, e destas com a organização.

7 TI PARA A GESTÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL


As soluções de tecnologia da informação também são importantes na
disseminação e perpetuação da cultura organizacional, pois captam, analisam,
divulgam as informações, os processos de mudança, as alterações de estratégias, as
normas e práticas. Uma mudança de cultura, por exemplo, poderia ser a migração
para a cultura digital ou a fusão de duas empresas, uma vez que a cultura da
empresa maior deverá ser praticada pela empresa menor (CHIAVENATO, 2014).

Para se colocar em prática a gestão da cultura interna temos como apoios


fundamentais os aplicativos de gestão de conteúdos, como portais e intranet, pois
fornecem todo o suporte para orientar o comportamento das pessoas em relação
às normas, valores e práticas organizacionais, e também no compartilhamento do
conhecimento.

Cabe salientar que a gestão da cultura organizacional está intimamente


ligada à gestão do clima organizacional. Note que uma organização que
usa tecnologia da informação para permitir trabalho colaborativo, para
desenvolver projetos armazenados em grandes bases de conhecimento vai
favorecer a implantação e adoção de uma cultura de colaboração e aprendizado
(CHIAVENATO, 2014). A cultura do trabalho em equipe também é facilitada
quando se usam soluções de workflow, data warehouse e intranet para captar,
analisar e divulgar indicadores de desempenho individual e em grupo (BARBIERI,
2014). Em síntese, independentemente do uso de aplicativos específicos ou não, a
cultura é a marca da empresa e precisa ser cuidadosa.

120
TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

LEITURA COMPLEMENTAR

A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ASSOCIADA


À GESTÃO EMPRESARIAL

Fernanda Castro

Vivemos em um mundo globalizado. Tudo o que a sociedade requer e


necessita é inventado, criado, desenvolvido, produzido e comercializado pelas
empresas. As inovações tecnológicas, principalmente nas telecomunicações
e na informática, promoveram o processo de globalização. A partir da rede
de telecomunicação foi possível a difusão de informações entre as empresas e
instituições financeiras, ligando os mercados do mundo.

No início, a computação era um mecanismo que tornava possível


automatizar determinadas tarefas em empresas multinacionais e nos meios
governamentais. Com o avanço tecnológico, as grandes máquinas começaram a
perder espaço para equipamentos cada vez menores e mais poderosos. A evolução
das telecomunicações permitiu que, aos poucos, os computadores passassem a se
comunicar, mesmo estando em lugares muito distantes geograficamente. Como
consequência, tais máquinas deixaram de simplesmente automatizar tarefas e
passaram a lidar com Informação.

A Tecnologia de Informação (TI) veio a este mercado tão competitivo para


somar. E hoje é um dos componentes mais importantes do ambiente empresarial,
sendo essencial para os três níveis da empresa (estratégico, tático e operacional).
Albertin (2006) ressalta que o uso da TI deve estar relacionado com as necessidades
da empresa, de forma que contribua para seu desempenho e lucratividade.

O incremento no fluxo comercial mundial tem como principal fator a


modernização da Logística. Os transportes, especialmente o marítimo, pelo qual
ocorre grande parte das transações comerciais de importação e exportação possui
uma elevada capacidade de carga, que permite também a mundialização das
mercadorias.

Diante dessas mudanças, as empresas podem reagir de forma construtiva


norteando suas ações pelo princípio de flexibilidade na análise de situações. Cabe
ao gestor estar atento e bem informado a respeito de suas obrigações no papel de
sua gestão, buscando sempre uma forma de alcançar a excelência em suas ações
e operações.

Os administradores devem analisar o sistema organizacional que


correspondem os recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos que
são responsáveis pela manutenção do funcionamento do sistema, no sentido de

121
UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE INFORMAÇÕES

cumprir a missão, a visão e os valores da empresa. São eles que estabelecem os


objetivos da organização e as preparam para as mudanças procurando adaptá-las
a um ambiente cada vez mais dinâmico e imprevisível.

Com o passar dos anos, muitas teorias administrativas e modelos de


gestão foram idealizadas, transformando o dia a dia das empresas e das pessoas.
Esse conjunto de atividades são orientadas para resultados, ligados por sistemas
de informações e influenciados por um ambiente externo, com o qual o sistema
organizacional interage permanentemente.

É de suma importância que as organizações estejam atentas às forças do


microambiente, compreendendo os padrões que afetam o poder de compra das
pessoas e suas necessidades. Esse amplo sistema abrange aspectos demográficos,
culturais, sociais, econômicos, tecnológicos, físicos e ecológicos.

O Administrador deve ter conhecimento e noções de Finanças, Marketing,


Operação e Produção, Tecnologia da Informação, Gestão de Pessoas, Logística,
Economia e Contabilidade.

A Tecnologia da Informação, por sua vez, gera novos mercados de


atuação para as empresas, os Sistemas de Informações Gerenciais transformam
dados em informações que auxiliam no processo decisório da organização. Um
Sistema Integrado que forneça informações aos Administradores é importante
especialmente para o planejamento e o controle, pois estão ligados ao sistema
físico-operacional e surgem da necessidade de desenvolver as operações
fundamentais da empresa, por exemplo, os sistemas de controle de banco de
dados, controle de estoques, de planejamento e produção.

O desempenho organizacional deve ser avaliado pela eficácia na realização


dos objetivos e pela eficiência na utilização dos recursos. Nenhum sistema de
controle consegue abordar, de forma integrada, todas as atividades e operações de
uma organização. Dessa forma, os administradores usam diferentes instrumentos
e métodos de controle para lidar com as diversas atividades e elementos da
organização. Esses instrumentos e ferramentas gerenciais utilizados no controle
do desempenho organizacional são conhecidos como controle financeiro, sistemas
de informação gerencial, a auditoria, o balanced scorecard e o benchmarking.

Não se trata de um monte de bytes aglomerados, mas sim de um conjunto


de dados classificados e organizados de forma que uma pessoa ou uma empresa
possa tirar proveito. A informação é inclusive um fator que pode determinar a
sobrevivência ou a descontinuidade das atividades de um negócio. E isso não
é difícil de ser entendido. Basta imaginar o que aconteceria se uma instituição
financeira perdesse todas as informações de seus clientes. Apesar de possível,
muito dificilmente uma empresa de grande porte consegue perder suas

122
TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM EMPRESAS PÚBLICAS MEDIADA POR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

informações, principalmente quando se fala de bancos, cadeias de lojas, entre


outros. No entanto, o que ocorre com mais frequência é o uso inadequado das
informações adquiridas ou, ainda, a subutilização destas. É nesse ponto que a
Tecnologia da Informação pode ajudar.

O Sistema de Informação Gerencial é um método que torna disponível


para a Administração as informações precisas necessárias para facilitar o processo
de tomada de decisão e para dar condições para que as funções de planejamento,
organização, controle e direção sejam executadas de maneira eficaz.

Nesse contexto, a gestão da informação centrada em aspectos


organizacionais e não meramente tecnicistas se destaca fortemente. McGee e
Pruzak (apud Rech, 2001, p. 20) reconhecem que “o gerenciamento da informação
um fator de competitividade”. Porter (1986, p. 83) considera “crucial a utilização
efetiva da TI para a sobrevivência e a estratégia competitiva das organizações”.

Os Sistemas de Informações como geradores de informação de caráter


decisório podem trazer outros benefícios para a empresa, especialmente na
área Financeira, pois reduzem os custos das operações e propiciam relatórios
mais precisos e rápidos. A administração dos recursos – materiais, humanos e
financeiros – pode ser realizada com mais rapidez e precisão com a utilização
da TI (DIAS, 1998). Outras áreas também são contempladas pelos benefícios
do Sistema, como a Logística Empresarial, Contabilidade Gerencial e Recursos
Humanos.

Entre os benefícios do sistema estão a melhoria da produtividade nos


processos de trabalho, melhoria nos serviços realizados e oferecidos, melhoria na
estrutura organizacional da empresa, melhoria no fluxo de informação, melhoria
na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos nos
projetos e processos de trabalho, otimização na prestação dos serviços aos clientes,
melhor interação entre os gestores e contribui também para o aumento do nível
de motivação das pessoas envolvidas nos processos de trabalho.

FONTE: Portal administradores

123
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• São vários os modelos existentes, atualmente, para facilitar a gestão de pessoas


em uma organização.

• A TI é um fator facilitador para os processos que envolvem a gestão das pessoas,


suas habilidades, competências e conhecimentos.

• Atualmente, o RH deixou de ser um setor operacional, que cuidava, em


princípio, de folhas de pagamento, férias, contratações e afastamentos para
se tornar um setor de considerável importância e influência nas estratégias
organizacionais.

• As pessoas geralmente são resistentes às principais mudanças organizacionais,


como troca de gestor, troca de tecnologia, troca de setor, entre outros
acontecimentos.

• Quando se fala que uma organização deve se adaptar rapidamente às mudanças


impostas pelo meio, devemos ter em mente que o que ocorre, na realidade, é a
adaptação das pessoas.

• Uma organização só atinge a excelência naquilo que se propõe a fazer


quando seus colaboradores estão motivados e devidamente capacitados para
desenvolverem suas atividades.

• As organizações mais inovadoras têm processos integrados e independentes,


e isso impacta diretamente nos processos de gestão de pessoas que podem
ser mais ou menos afetados ao levar em consideração o nível de integração
adotado pela organização, bem como fatores internos e externos.

• A TI é um fator impulsionador de mudanças e condicionante do modelo de


gestão adotado pela organização.

124
AUTOATIVIDADE

1 O Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP), em termos gerais,


é uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos
departamentos de uma empresa. Assim, a organização precisa ter
conhecimento de que para a implantação do ERP, é necessário seguir várias
etapas, pois tal sistema trabalha em conjunto, agrupando informações
dos múltiplos departamentos e as oferece de forma estabilizada para que
decisões possam ser tomadas. Sobre essas etapas, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Planejamento do projeto, definição do software, empresa de consultoria.


( ) Equipe de implantação, processos inclusos no ERP, planejamento do
cronograma de implantação.
( ) Estruturação dos setores, implantação da área de recursos humanos.
( ) Compra de equipamentos de informática, utilização de software,
armazenamento de dados.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) F – V – F – V.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) F – F – V – F.

2 Quando falamos de atendimento ao cliente, precisamos identificar suas


dúvidas, satisfações e sugestões. A organização pode ter este suporte com
a utilização do sistema CRM (Costumer Relationship Management), ou seja,
um sistema de gerenciamento do relacionamento com o cliente. Sobre as
vantagens da utilização do CRM, analise as seguintes sentenças:

I- Definir o serviço para o cliente, identificar informações financeiras do


cliente.
II- Gerenciamento e armazenamento de informações dos clientes, referente
aos serviços prestados.
III- Informar para os concorrentes os dados pessoais do cliente e potenciais
clientes, modificar os serviços ofertados ao cliente.
IV- Antecipar as necessidades e as dúvidas dos atuais e futuros clientes, ter
um bom relacionamento.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
c) ( ) Somente a sentença I está correta.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

125
3 Mineração de dados é uma das tecnologias utilizadas para explorar grandes
quantidades de dados à procura de padrões consistentes, como regras
de associação ou sequências temporais, para constatar relacionamentos
sistemáticos entre variáveis, buscando, assim, novos subconjuntos de dados.
Com relação ao Data Mining, classifique V para as sentenças verdadeiras e
F para as falsas:

( ) É o processo de encontrar novas ligações, padrões e tendências


entre as informações de uma empresa, através da análise de grandes
quantidades de dados guardados em bancos de dados, usando técnicas
de reconhecimento de modelos, estatísticas e matemáticas.
( ) Na área de soluções de suporte à decisão, o processo de descobrir
correlações, padrões e tendências relevantes, analisando uma grande
quantidade de dados armazenados em repositórios.
( ) Provê percepções dos dados corporativos que também podem ser obtidas
com o OLAP e OLTP, porém não segue orientação por descoberta de
tendências, fazendo uso da busca de informações relevantes e convergentes
a partir de um pequeno volume de dados.
( ) É o processo de explorar grandes quantidades de dados, consentindo
ao usuário avaliar dados brutos e padrões, e fazendo valer das mais
modernas técnicas de computação, como associação, descrição de classes,
classificação e agrupamento.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F – F.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – F – V.
d) ( ) V – F – V – V.

4 Planejamento é a metodologia administrativa que permite diagnosticar e


analisar situações atuais, de estabelecer resultados – objetivos e metas –
a serem alcançados pelas organizações, e de delinear ações – estratégicas
– para alcançar estes resultados, bem como estabelecer leis e normas –
políticas – que servem de sustentação a esse procedimento administrativo
em uma organização. Sobre planejamento, assinale a alternativa CORRETA:

( ) Operacional é realizado pelos executivos, geralmente tem um médio


alcance de tempo e salienta indicadores de problemas, como também
provê acesso de dados históricos e os mais recentes.
( ) Estratégico é realizado nas funções mais elevadas da empresa, tem um
maior alcance de tempo e as decisões envolvidas englobam a organização
como um todo.
( ) Operacional é menos genérico e mais delineado, tem um prazo longo de
tempo e aborda cada unidade de operação da empresa ou cada conjunto
de recursos separadamente como fatores críticos de sucesso através de
indicadores como hipertextos e hipermídia.
( ) Tático, normalmente demanda curto alcance de tempo, ou seja, produz
informação correta e extensiva utilização de dados externos. Produz
informações em vários níveis de detalhamento drill down.
126
UNIDADE 3

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:

• entender a importância da tecnologia da informação e comunicação para


a gestão pública;

• compreender os desafios dos gestores públicos e respectivos governos em


relação à tecnologia da informação e comunicação;

• conhecer as tendências em tecnologia da informação e comunicação;

• conhecer os riscos que envolvem as decisões de tecnologia da informação


na gestão pública.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA


DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

TÓPICO 2 – DESAFIO DAS TICs PARA A GESTÃO PÚBLICA

TÓPICO 3 – AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


PARA A GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA
SOCIEDADE

127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1

ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

1 INTRODUÇÃO
Os governos, em todas as esferas (federais, estaduais ou municipais)
precisam constantemente escolher os melhores caminhos para poder executar
melhorias na vida das pessoas. Estas escolhas ocorrem em paralelo aos desafios
impostos pelo crescimento da demanda por serviços de qualidade e também pela
escassez de recursos financeiros ou pela má aplicação deles. Para ser mais eficiente
nos gastos públicos, a Tecnologia da Informação é uma forte aliada da gestão
pública, pois estabelece padrões na construção de arquiteturas que facilitam o
acesso à informação por todos os cidadãos (SOUZA, 2017).

A Tecnologia da Informação é uma área que utiliza a computação como


um meio para produção, armazenamento e transmissão de informações de
forma organizada. As ferramentas tecnológicas podem abranger e serem usadas
em vários contextos, pois a sua definição é complexa e ampla, auxiliando o seu
utilizador a alcançar um determinado objetivo de maneira mais eficiente e eficaz.

O uso de Tecnologia da informação na administração pública não é uma


prática recente. Na década de 1960 já eram usadas ferramentas de informática
para o armazenamento de dados, a automação de processos, a estruturação de
sistemas de pagamentos e de gestão de recursos humanos, entre outros. Porém,
houve uma grande evolução com o adjunto do trabalho em rede após o surgimento
da internet. Após o surgimento do trabalho em rede, foi abandonada a utilização
local de muitas tecnologias, passando-se a redesenhar o fluxo dos processos,
o compartilhamento de recursos (tecnologias e informações) e o atendimento
focado às necessidades do cidadão (SOUZA, 2017).

Essa mudança de perspectiva quanto à utilização de Tecnologias da


Informação e Comunicação acompanha as reivindicações por mudanças na
gestão pública, as quais tiveram lugar especialmente nas últimas três décadas.
De maneira geral, as TICs têm sido empregadas para responder a demandas
por serviços públicos mais eficientes e eficazes, por transparência e prestação
de contas à sociedade, bem como por novos espaços de participação no fazer
público.

129
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

A Tecnologia da Informação pode ser dividida de acordo com as


seguintes áreas (ALBERTIN, 2015):

• Hardware (infraestrutura e equipamentos) e seus componentes.


• Software (programas e aplicações) e seus meios.
• Sistemas de telecomunicações.
• Gestão de informações e de dados.

Independentemente se a organização é pública ou privada, o certo é que


não existe uma forma comprovada para se obter o melhor aproveitamento das
informações. Existem muitas ferramentas computacionais, além de métodos
diversos que muitas vezes dificultam uma escolha adequada. Uma escolha
malfeita pode resultar em gastos desnecessários e perda de eficiência.

No setor público, em que a maioria das aquisições é feita por meio de


licitação, qualquer decisão relacionada à TI precisa levar em conta as necessidades
de cada setor, de cada objetivo, de cada atividade e até dos usuários. No caso
de todas as esferas dos governos, o processo de informatização fica evidente
em todas as ofertas de produtos e serviços que o governo disponibiliza para a
sociedade. O uso de serviços estabelecido nas relações entre governos e cidadãos
é conhecido como Governo Eletrônico, conforme já estudamos na Unidade I.
O termo “Governo Eletrônico” pode ser entendido como o uso estratégico das
TICs como um elemento que viabiliza um modelo de gestão pública mais eficaz
e transparente (ALBERTIN, 2015)

Através da tecnologia da informação, os canais de comunicação


eletrônicos procuram melhorar o acesso a informações e serviços aos cidadãos,
otimizando a troca de informações entre os diferentes níveis de governo além
de ampliar a transparência e automatizar processos.

2 O PLANEJAMENTO E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


NA GESTÃO PÚBLICA
O grande desafio da gestão pública remete à criação de um modelo em
que os cidadãos tenham permissão para criar, utilizar e acessar informação
e conhecimento de uma forma rápida e eficiente. Para isso ocorrer de forma
organizada é preciso planejar e montar uma estrutura robusta de tecnologia da
informação, que permita aos governos maior eficiência dos processos, ampliação
da transparência e maior efetividade das políticas públicas.

O planejamento é importante, pois indica que os governos ou seus


governantes se preparam para as ações. Planejar antecipadamente reduz as
incertezas inerentes ao futuro, permitindo decisões antecipadas sobre problemas

130
TÓPICO 1 | ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

ou situações que podem acontecer. São muitas as técnicas de planejamento.


Elas permitem analisar o cenário atual, definir objetivos e metas, elaborar
estratégias de ação e delinear iniciativas para alcançar os objetivos. Resumindo:
é o planejamento que define ações, projetos, procedimentos, metas e objetivos,
objetivando mudar um cenário atual ou resolver uma situação futura. Neste
sentido, a tecnologia da informação é um recurso imprescindível na elaboração
de um planejamento eficiente (ALBERTIN, 2010).

Em relação ao Brasil e seu atual cenário referente ao nível de maturidade


na utilização de tecnologia da informação, é importante destacar os conceitos de
governança e accountability. A partir da Constituição Federal de 1988, a melhoria
da governança pública impulsionou o aumento da pressão da sociedade por
maior transparência e qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Em
meados dos anos 2000, o governo brasileiro adotou várias medidas legais e
institucionais para a promoção da transparência e disseminar melhores práticas
de gestão pública aceitos internacionalmente. Mediante a estas questões, as
TICs ganharam espaço, pois possibilitaram maior eficácia, rastreamento de
informações, transparência e governança, além de permitir novas formas de
participação social.

Com o avanço da tecnologia, passou a ser necessário fazer o planejamento


da própria tecnologia da informação, dentro do setor público. O planejamento
de TI em organizações públicas é um processo de gestão que direciona as ações
de automação dentro de cada setor. Dentro desse planejamento incluem-se a
identificação e organização de equipes, aplicações e ferramentas baseadas em
Tecnologia da Informação (recursos de TI) necessários para apoiar a instituição
na execução de seu plano de negócios e no cumprimento de seus objetivos
institucionais. Cabe a este planejamento, identificar as oportunidades de soluções
tecnológicas para aprimorar os interesses da organização, definir planos de
ação de curto, médio e longo prazo e identificar as arquiteturas de dados e de
infraestrutura que melhor atendam as suas necessidades, determinando com
qualidade o que e quanto se precisa adquirir e fazer, e para quê (SOUZA, 2017).

O Planejamento de TI nada mais é do que um documento institucional


escrito e publicado para conhecimento de todos abrangendo ambientes
interno e externo, cujo universo de interessados remete à área de TI. Deve ser
elaborado com a participação das diversas unidades da área de TI e áreas afins.
O documento deve reavaliado constantemente.

Os modelos de gestão do setor público mudam com frequência e isso


coloca a utilização de recursos de tecnologia da informação em crescimento
exponencial, sendo que a estratégia definida deve ser documentada,
considerando os ambientes interno e externo, as áreas meio e fins. Estas ações têm
como objetivo que a TI aliada aos governos contribuam para o aprimoramento
dos serviços públicos, atingindo níveis elevados de desenvolvimento humano,
de modo a estabelecer uma democracia sólida e igualitária (SOUZA, 2017).

131
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

O PDTI apresenta um roteiro com ferramentas que possibilitam um


planejamento de longo prazo e bem definido. Nos tópicos seguintes serão
discutidas e apresentadas diversas ferramentas gerenciais que podem apoiar o
mapeamento e construção de um planejamento de TI, assim como possibilidades
de controle e captura de resultados. Somente com um bom planejamento e
controle os investimentos e qualificação em ações para tecnologia da informação
serão implementados eficientemente (ALBERTIN, 2015).

3 PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM


EMPRESAS PÚBLICAS
O PDTI é um documento dinâmico que pode ser aplicado em qualquer
tipo de empresa (pública ou privada) e de qualquer porte (pequeno, médio ou
grande). Este plano pode conter normas e metodologias da própria organização,
além de políticas governamentais ou metodologia de domínio público. Para
todo PDTI é necessário determinar: abrangência, período de validade, equipe
participante, tarefas a serem executadas, além das metodologias e normas que
deverão ser rigorosamente seguidas. Essas etapas são definidas na fase de
planejamento do plano.

A primeira etapa de elaboração do PDTI consiste na fase de DIAGNÓSTICO,


composta pelo cumprimento dos requisitos descritos por Barros (2014, p. 56):
a) avaliar o planejamento de TI anterior (se houver);
b) aprovar o relatório de avaliação de resultados do planejamento de
TI anterior (se houver);
c) analisar o referencial estratégico da TI, incluindo a missão, visão,
valores e objetivos estratégicos da TI;
d) analisar o contexto geral em que se estrutura a unidade de TI
na organização, evidenciando a hierarquia e as relações de
subordinação e comunicação existentes na unidade;
e) analisar os ambientes internos e externos da TI organizacional,
utilizando o método SWOT e enfocando o uso e a gestão de TI
pela organização como um todo;
f) identificar as necessidades de informação, de serviços e
infraestrutura de TI;
g) identificar as necessidades de pessoal nos processos de TI;
h) identificar as necessidades de manutenção e contratação de
soluções em TI para atender às necessidades de informações,
serviços, infraestrutura e pessoal de TI;
i) realizar a consolidação das necessidades levantadas e reavaliar
todos os itens inventariados;
j) relacionar as necessidades de TI consolidadas no inventário de
necessidades às estratégias da organização.

Ainda de acordo com (BARROS, 2014, p. 63), “feito o diagnóstico da situação


organizacional, segue-se a elaboração através da etapa de PLANEJAMENTO E
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS E PROCESSOS TECNOLÓGICOS, o qual
contempla as seguintes atividades”:

132
TÓPICO 1 | ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

a) analisar os critérios de priorização existentes na lista de princípios e


diretrizes à luz do conhecimento das necessidades levantadas;
b) priorizar as necessidades inventariadas;
c) definir metas e ações que contribuam para o alcance das necessidades
inventariadas;
d) estimar, de maneira preliminar, os prazos e os recursos de TI
necessários ao desenvolvimento das ações planejadas;
e) planejar ações para manter um quantitativo de pessoal suficiente
para o alcance das metas, bem como desenvolver as competências
profissionais do quadro de pessoal de TI;
f) realizar a previsão dos custos necessários para a realização das
ações planejadas;
g) elaborar a proposta orçamentária da TI para o período de vigência
do PDTI;
h) aprovar as informações constantes nos planos de metas e ações,
de gestão de pessoas, de investimentos e custeio e proposta
orçamentária de TI;
i) atualizar os critérios de aceitação de riscos em função do
conhecimento das metas e ações planejadas;
j) identificar os riscos associados às ações planejadas, realizar a análise
desses riscos e planejar respostas;
k) identificar fatores ou condições que podem definir o sucesso ou o
fracasso da execução do PDTI.

O autor (ALBERTIN, 2015, p. 48) complementa os requisitos anteriores


propondo os passos necessários para se garantir a implementabilidade do
planejamento e administração dos recursos e processos tecnológicos:

a) O compromisso e apoio da alta administração.


b) Instituição de uma equipe de monitoramento das metas e ações
associadas ao PDTI.
c) Garantia de recursos humanos, financeiros e de infraestrutura
física para a execução das ações e projetos do PDTI.
d) Desenvolvimento de competências necessárias para realização
das ações.
e) Revisões periódicas do PDTI para contemplar mudanças na
estrutura organizacional e as alterações nas diretrizes estratégicas.
f) Engajamento da equipe que realizará a execução das ações
previstas no planejamento; entre outros fatores e compromissos
que serão levantados buscando o atingimento das metas.

4 AS DECISÕES ENVOLVENDO TECNOLOGIA E OS RISCOS


ASSOCIADOS EM EMPRESAS PÚBLICAS
Atualmente, existe um maior reconhecimento do setor público em
relação aos investimentos destinados à tecnologia da informação. No entanto, é
importante destacar que, sozinha, ela não gera ganhos significativos. Para induzir
aos resultados positivos, é necessário que haja a integração dos sistemas junto
às estratégias do negócio, fazendo com que os investimentos estejam vinculados
aos objetivos organizacionais. O problema encontra-se justamente aqui: como

133
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

avaliar adequadamente os impactos que os investimentos de TI têm no ambiente


de negócios. O grande desafio dos CIOs é garantir o retorno daquilo que foi
investido. Para isso, as decisões tomadas pelos executivos precisam maximizar a
relação custo-benefício e minimizar os riscos dos investimentos (SOUZA, 2017).

Para acertar nas decisões de investimentos, os gestores precisam apoiar-se


em alguns questionamentos, conforme proposto por Silva (2016, p. 18):

a) Quais são os reais ganhos obtidos?


b) É possível reduzir custos?
c) Quais são os riscos envolvidos?
d) Como avaliar os benefícios propiciados pela tecnologia?

Respondendo às questões, fica mais fácil escolher a alternativa de


investimento mais adequada para as necessidades organizacionais. A respeito
das decisões que envolvem a aquisição de novas tecnologias da informação,
devemos pensar que não é indicado decidir sobre conceitos ultrapassados,
principalmente em ambientes de mudanças frequentes. Nesse caso, o gestor
público comumente se deparará com soluções tradicionais e outras tecnologias
mais avançadas em conhecimentos e técnicas aplicadas. Geralmente, as soluções
tradicionais já estão amparadas por padrões e entidades normalizadoras. O que
não ocorre com tecnologias recém-apresentadas ao mercado, pois o uso ainda
não foi devidamente validado (TURBAN, 2010).

A percepção dos executivos sobre o valor criado pelos investimentos


em TI é limitada em virtude da falta de habilidades específicas para
avaliar as questões relacionadas à tecnologia e à estratégia empresarial
envolvidas no processo decisório (SIMON, 1978). A escolha da melhor
alternativa de investimento está relacionada à intuição e à razão dos
executivos envolvidos no processo de decisão (MARINHO, 2014, p. 4).

Investir somente no que já está consagrado no mercado pode vincular


a empresa a práticas desatualizadas e vigentes antes do cenário globalizado
que presenciamos no momento. Aplicar todos os recursos financeiros em
tecnologias recentes pode colocar a organização em risco pelo fato de não
ter sido validada pelo mercado ou por ser rapidamente substituída por outra
tecnologia mais avançada. Não há uma receita definitiva que se aplique em
todas as organizações a fim de facilitar esta decisão, pois é algo que depende
muito mais da negação ou susceptibilidade ao risco, características particulares
de cada gestor (OLIVEIRA, 2007).

134
TÓPICO 1 | ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

4.1 GASTOS COM TI: DESPESA OU INVESTIMENTO?


O mercado dinâmico e altamente competitivo atual faz com que as
empresas se esforcem na busca pela excelência, fator fundamental para uma
organização que objetiva a caracterização de seus serviços e produtos. “Para isso,
a velocidade e a visão geral do negócio, que agiliza e facilita a tomada de decisão,
são fundamentais, o que tornou a Tecnologia da Informação (TI) um importante
diferencial competitivo” (ALBERTIN, 2015, p. 38).

De acordo com Albertin (2015, p. 39):

O investimento em Tecnologia da Informação traz inúmeros benefícios


para as áreas operacionais e estratégicas da empresa, fornecendo dados,
informações e insights para o processo de crescimento do negócio.
Diante disso, empresas investem na Tecnologia da Informação para
conquistar o sucesso em um mercado tão agressivo.

Esse é o principal questionamento que envolve as decisões de investimento


em TI. Você sabe qual é a diferença?

a) Despesas: associadas a gastos recorrentes e os benefícios advindos são


imediatos e de vida curta. Exemplo: tinta de impressora.
b) Investimentos: gastos menos frequentes, cujos benefícios estão usualmente
associados à estratégia da empresa e acontecem em médio e longo prazo.
Exemplo: estrutura física, novos hardwares, softwares, contratação de
especialistas etc. (ALBERTIN, 2015, p. 42).

É praticamente impossível fugir das despesas recorrentes, pois


são necessárias para manter o processo operacional. As decisões para
investimento são mais complexas, pois o montante financeiro é maior, bem
como a expectativa de retorno sobre ele. Geralmente, os problemas que
envolvem as decisões relacionadas às despesas podem ser rapidamente
corrigidos. O mesmo não ocorre com os investimentos. Uma decisão errada
em investimento pode comprometer a saúde financeira e até a existência da
organização (ALBERTIN, 2010).

As empresas que decidem sobre a TI como se ela fosse somente despesa


estão mais concentradas no custo do que na necessidade, e na expectativa em
relação aos benefícios. As decisões são focadas no curto prazo, isso faz com
que não haja importância aos projetos cujos resultados não sejam imediatos.
O problema por trás disso é que essas organizações não conseguem perceber o
potencial estratégico que possuem (ALBERTIN, 2010).

Em contrapartida, os gestores que decidem que a TI é como um


investimento utilizam-se da tecnologia para implementar processos, integrando
as atividades da TI aos objetivos estratégicos e metas organizacionais. Nesse tipo

135
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

de organização, o CIO da TI está alinhado ao negócio, e isso facilita a escolha


das ferramentas e tecnologias que serão utilizadas por toda a organização
(NOVAIS, 2016).

Geralmente, os investimentos em TI têm o objetivo principal de ser o


alicerce para as ações estratégicas da organização, tornando-a mais flexível para
criar e produzir novos produtos e serviços, integrando mais rapidamente a
organização com seus clientes e fornecedores. São três os motivos mais frequentes
para os investimentos em tecnologia da informação:

a) Para se conseguir fazer mais daquilo que já se faz, porém, mais


rápido e a menor custo.
b) Para se conseguir fazer o mesmo que já se faz, mas com menor custo
e melhor qualidade.
c) Para conseguir fazer algo diferente do que se faz atualmente
(ALBERTIN, 2010, p. 47).

Os dois primeiros motivos podem ser validados pelos indicadores


financeiros tradicionais, ou seja, se as novas aquisições ou o desenvolvimento de
novas tecnologias são adicionados dos custos como manutenção, e a atualização
for menor do que as receitas ou economias geradas pelo investimento, então
existe justificativa para o investimento. Em relação ao segundo motivo, que é
a qualidade, não existe uma forma de medição, uma vez que a subjetividade
está diretamente relacionada aos processos de qualidade. O terceiro motivo, o
qual está ligado aos objetivos intangíveis, também não há garantia de retorno
ao investimento, pois não existem formas efetivas de se validar o que ninguém
praticou ainda. O gestor deverá sempre avaliar a capacidade da tecnologia
em permitir agilidade, flexibilidade e inovação em processos e operações. Se a
tecnologia garantir isso, o CIO não deve hesitar em fazer o investimento.

De acordo com Marinho (2014, p. 34),

entender os fatores influenciadores, bem como ter domínio sobre


o processo de tomada de decisão são dois requisitos que quando
combinados levam os executivos a realizarem adequados investimentos
em TI. Esta combinação é eficiente para determinar se a organização
vai investir ou não em TI. Para o autor, o processo decisório que
envolve os gestores visa à melhoria do desempenho organizacional.

E para ele a decisão de investimentos em TI requer conhecimento sobre


o que influencia o investimento e também a folga financeira para possibilitar o
investimento em si, sendo que a escolha da melhor tecnologia para investimento
está diretamente relacionada à percepção dos gestores envolvidos nesse processo.

Para Marinho (2014, p. 36), as decisões podem ser baseadas na intuição ou


na razão.

136
TÓPICO 1 | ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

A decisão intuitiva é rápida e automática. A decisão baseada na razão


é mais lenta, pois leva em consideração a análise dos impactos da
decisão a ser tomada. Kahneman (2003) defende que o investimento
em TI pode ser mais emocional e intuitivo, envolvendo uma relação
menor com os fatores influenciadores.

Quando a decisão é mais racional, os fatores influenciadores podem


estar intimamente ligados com o processo decisório.

5 OS BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS PELA TI


Os benefícios proporcionados pelo uso de tecnologia da informação
facilmente percebidos são os objetivos diretos. São facilmente medidos e estão
relacionados à redução de custos em processos, mão de obra ou aumento
considerável da produtividade (ALBERTIN, 2015).

E
IMPORTANT

Os benefícios que a TI oferece às organizações têm sido comprovados em


algumas áreas de aplicação dessa tecnologia, enquanto em outras permanece o debate em
relação às dúvidas se tais benefícios, de fato, têm sido alcançados ou se apresentam relação
positiva se comparados aos investimentos necessários.
O estudo de benefícios oferecidos pelo uso de TI pode começar com base em alguns estudos
e teorias desenvolvidas para outras áreas, por exemplo, a de Slack, Chambers e Johnston
(2000), que definiram que a base para o sucesso da empresa é o custo, a qualidade, o tempo,
a flexibilidade e a inovação.
Os benefícios oferecidos e as reconfigurações de negócio induzidas por TI certamente devem
se refletir em benefícios efetivos para o negócio, que incluem a redução de custo obtida,
por exemplo, pela integração interna de processos e áreas; o aumento da produtividade
conseguido pela automação localizada de processos; a melhoria da qualidade resultada da
utilização de tecnologia nos próprios produtos e serviços ou mesmo nos processos para
garantir a efetividade; o aumento da flexibilidade obtido pela base tecnológica que permite
o crescimento do volume de negócios sem um crescimento proporcional de custos
operacionais ou mesmo de forma rápida; e a inovação conseguida com novas práticas e
processos possíveis por meio da utilização intensa de TI.
Segundo Murphy (2002), os benefícios de TI podem ser divididos em tangíveis e intangíveis.
Os tangíveis podem ser definidos como aqueles que afetam diretamente os resultados
da empresa, tais como redução de custo e geração de lucros. Os intangíveis são os que
causam melhorias de desempenho do negócio, mas não afetam diretamente no resultado
da empresa, tais como informações gerenciais, segurança etc.
Os benefícios do uso de TI podem ser definidos como custo, produtividade, flexibilidade,
qualidade e inovação, e esses benefícios podem ser entendidos como a oferta que a tecnologia
traz para as organizações. Porém, tão importante quanto a oferta é o seu aproveitamento no
desempenho empresarial.

FONTE: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122008000200004.
Acesso em: 5 jun. 2019.

137
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

5.1 OS BENEFÍCIOS INTANGÍVEIS E OS BENEFÍCIOS


FUTUROS DA TI
Os benefícios intangíveis são entendidos como algo que não pode ser
relacionado diretamente aos ganhos com produtos e serviços. Esse tipo de
benefício contribui para o reposicionamento da empresa no mercado de atuação,
deixando-a em posição de competitividade. Os benefícios intangíveis remetem
à capacidade da organização em reconhecer rapidamente as necessidades do
cliente (através da intimidade virtual, discutida anteriormente); na melhor
qualidade de seus produtos e serviços, e na sua capacidade de inovação. Os
benefícios intangíveis da TI sempre serão percebidos no futuro, logo podem ser
considerados benefícios futuros. Para esses benefícios não há como definir um
valor financeiro específico para medir os ganhos (ALBERTIN, 2010).

E
IMPORTANT

A aprovação de investimentos em projetos de TI baseados em necessidades


levantadas e solicitações internas não funcionam mais ou pelo menos não deveriam
funcionar. Os projetos de TI devem entregar um valor real e um benefício tangível, mesmo
que por métricas e avaliações intangíveis.
Grande parte das métricas de TI que são intangíveis causam impacto positivo no processo,
porém, não podem ser convertidas de forma simples e direta para valores financeiros. Nesse
caso, a solução mais comum é converter os pontos subjetivos em unidade de tempo e
em valor financeiro, o que, na maioria das vezes, resulta em quantidades subestimadas ou
incompatíveis com o ganho perceptível.
Para auxiliar os gestores, surgiu o ROI, termo muito utilizado no mundo dos negócios, um
o acrônimo em inglês para Return on Investment, que em tradução livre significa Retorno
sobre Investimento. O conceito de ROI foi criado pela Gartner na década de 1970, com ele
é possível saber a quantidade de dinheiro ganho ou perdido em determinado investimento,
utilizando a relação entre o total de retorno pelo total investido.
ROI tem se tornado cada vez mais relevante para os executivos de TI, pois com ele é
possível avaliar a performance e a viabilidade de um projeto, em termos financeiros, e definir
quais projetos irão gerar mais benefícios para o negócio principal da empresa. Entretanto,
especialmente na área de sistemas, obter o ROI não é uma tarefa simples, pois, além da
análise das métricas tradicionais (licença de usuário, quantidade de armazenamento, IOPS
etc.), as outras métricas não tangíveis também devem ser consideradas, por exemplo:
conforto, praticidade e vantagem competitiva.
O sucesso no ROI de TI depende da análise em conjunto com os benefícios qualitativos. Na
teoria, o ROI deve superar 100% para que compense a execução do projeto, porém, mesmo
nos projetos em que o ROI esteja abaixo de 100% os indicadores não palpáveis devem ser
fatores decisivos na avaliação.

FONTE:https://aprovador.com/blog/post/roi-e-metricas-intangiveis-em-projetos-de-ti.
Acesso em: 5 jun. 2019.

138
TÓPICO 1 | ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Os investimentos em TI produzem melhorias no desempenho


organizacional. Essa melhoria se caracteriza através dos benefícios que são
gerados para todos os setores organizacionais e são proporcionais aos gastos
efetuados no setor de TI. Esses são os benefícios intangíveis, que geram valor
ao negócio, uma vez que a efetividade depende da percepção dos executivos de
cada setor.

Os maiores benefícios intangíveis se destacam como a capacidade de


tomada de decisão, bem como o aumento da capacidade de conhecimento
organizacional. De forma geral, os benefícios intangíveis consistem em melhorar
a qualidade de produtos, a imagem organizacional, a redução de tempo e o
aumento da flexibilidade operacional, o controle gerencial, entre outros
(ALBERTIN, 2010).

5.2 INDICADORES E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO QUE


PROCURAM CAPTURAR OS INTANGÍVEIS
Não é fácil medir os benefícios intangíveis. Eles dependem muito da
percepção do avaliador e da expectativa criada em torno dos investimentos
feitos. Um agravante para isso é o fato de as tecnologias serem rapidamente
substituídas ou se tornarem obsoletas. O conhecimento do gestor sobre
tecnologia é fundamental para acertar a decisão de investimento. Isso facilita no
momento de avaliar se os benefícios estratégicos intangíveis têm demonstrado
resultados na cadeia de valor organizacional (ALBERTIN, 2015).

6 EXEMPLOS DE TICs QUE AUXILIAM A GESTÃO PÚBLICA


A tecnologia da informação para a gestão pública tem modificado a
forma como o governo interage com a população. Além disso, ferramentas
avançadas de gerenciamento permitem agilizar os processos do setor, aprimorar
o uso dos recursos financeiros e facilitar a vida de gestores e servidores públicos
(NOVAIS, 2016).

Comunicação entre poder público e sociedade civil

Os cidadãos buscam cada vez com mais frequência novos e mais eficientes
canais para que possam ser ouvidos pelas autoridades em suas reclamações,
críticas, sugestões, opiniões etc. Pensando na quantidade de pessoas que demanda
estas informações e ações, a burocracia é um limitador, podendo travar o fluxo das
informações. Atualmente, todas as solicitações de informações, acompanhamento
de demandas e registro de denúncias por meio de chamados on-line são apenas
algumas das tarefas que podem ser realizadas por meio de ferramentas digitais
entre os governos e a sociedade civil (NOVAIS, 2016).

139
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Gestão de convênios

Convênios fazem um ponto entre o setor público e entidades privadas.


Existem muitos Sistemas de Informações capazes de gerenciar registros de
convênios e empresas públicas. Esses softwares são uma ótima alternativa para
aprimorar a qualidade e a extensão do atendimento dos serviços oferecidos pelo
governo (NETO, 2015).

Assinatura digital

Com o intuito de modernizar a máquina pública, agilizar os sistemas e


manter a integridade dos registros e o acesso a eles, os governos das diversas
esferas migraram muitos processos e documentos para o formato digital. Diante
dessa tendência, surgiram algumas tecnologias para garantir a autenticidade e
a validade jurídica dos arquivos, algo que é feito no âmbito físico por meio de
assinaturas, selos e carimbos, por exemplo.

A assinatura digital, ou “Papel Zero” permite que os dirigentes assinem


e forneçam um certificado digital a processos e documentos para a liberação de
recursos e de execução de atividades, por exemplo. É mais rápido e eficiente e
contribui com a sustentabilidade do planeta (NETO, 2015).

Big Data e análise de dados

Existe hoje um grande volume de dados que constitui uma fonte valiosa
de informações para a tomada de decisões. Analisar esse grande volume de
dados é importante para direcionar de forma eficiente a aplicação dos recursos
financeiros. Aplicativos de Big Data analisam e cruzam informações tornando
mais assertivas as decisões dos gestores. O governo utiliza a tecnologias de análise
para cruzar informações dos bancos de dados públicos a respeito de pensionistas e
aposentados e, então, projetar aprimoramentos no sistema de saúde, por exemplo
(OLIVEIRA, 2007).

Cloud Computing

O volume de informações aumenta diariamente, e o armazenamento acaba


se tornando uma preocupação, principalmente quando se pensa em segurança
da informação. Por isso surgiram os serviços de computação em nuvem, que
se referem ao armazenamento de dados e processamento de informações em
servidores contratados, fora das dependências de uma empresa, instituição
ou órgão. Entre os benefícios que os órgãos públicos podem perceber com a
adoção dessa tecnologia, estão: economia de escala, redução da carga de gestão e
acessibilidade (SOUZA, 2017).

140
TÓPICO 1 | ASPECTOS IMPORTANTES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Gestão da merenda escolar

Existem diversos sistemas de informações para auxiliar gestores públicos


quando assunto é merenda escolar. Estes, apresentam soluções práticas para:
preparação e apoio nas licitações; conferência de notas fiscais; cadastro de
fornecedores; gerenciamento de estoque; definição de cardápio das merendas
(BATISTA, 2006).

Governo mobile

Governo móvel (m-gov) ou governo eletrônico (e-gov) compreende um


conjunto de serviços públicos oferecidos aos cidadãos por meio de celulares e
tables, por exemplo. Alguns serviços disponibilizados: consulta a processos,
IPTU, previsão do tempo, notícias, contas de água, autenticidade de certidões,
entre outros (SOUZA, 2017).

Gestão hospitalar

A área da saúde também pode ser muito beneficiada pela tecnologia da


informação para a gestão pública. Sistemas de gestão hospitalar, por exemplo,
auxiliam em tarefas de controle de internações, agendamento de consultas e
exames, gerenciamento de laboratórios, controle de estoque de medicamentos e
prestação de contas ao Sistema Único de Saúde (SUS) (NOVAIS, 2016).

Inquérito policial

Os sistemas de informações quando trabalham de forma integrada


permitem que uma investigação de infrações penais quem envolve muitos
processos possam tramitar entre diversos órgãos, como Polícia Civil, Secretaria
de Administração Penitenciária e Tribunal de Justiça, fortalecendo a segurança
dos dados (BATISTA, 2006).

141
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu que:

• A Tecnologia da Informação é uma área que utiliza a computação como um


meio para produção, armazenamento e transmissão de informações de forma
organizada.

• A Tecnologia da Informação pode ser dividida de acordo com as seguintes


áreas:
o Hardware (infraestrutura e equipamentos) e seus componentes.
o Software (programas e aplicações) e seus meios.
o Sistemas de telecomunicações.
o Gestão de informações e de dados.

• No setor público, em que maioria das aquisições é feita por meio de licitação,
qualquer decisão relacionada à TI precisa levar em conta as necessidades de
cada setor, de cada objetivo, de cada atividade e até dos usuários.

• O grande desafio da gestão pública remete à criação de um modelo em que


os cidadãos tenham permissão para criar, utilizar e acessar informação e
conhecimento de uma forma rápida e eficiente.

• A Tecnologia de Banco de Dados são os sistemas que acumulam dados sobre


entidades e a população, gerenciam as informações ou controlam e monitoram
o desempenho dos recursos (financeiros, humanos e materiais).

• A Tecnologia de Suporte à Decisão auxilia o processo de formulação de


decisões, sejam elas simples ou complexas.

• As Tecnologias de Comunicação e Trabalho em Grupo são responsáveis pela


troca de informações, ou seja, transferência e compartilhamento de arquivos,
recebimento de mensagens, serviços de mensagens, videoconferências etc.

• A Tecnologia de Rastreamento e Identificação Pessoal é uma tecnologia, por


meio de smartcards e outros mecanismos de identificação, rastreia indivíduos,
veículos e cargas, assim como movimentações financeiras, por exemplo: o
Imposto de Renda.

• A Automação de Escritório e Tecnologias Multimídia contribuem para o


aperfeiçoamento de processos no âmbito da administração pública mediante
a disponibilização de recursos capazes de permitir a revisão e melhoria de
determinadas etapas do processo de execução.

142
• Os projetos ou políticas públicas podem utilizar mais de uma tecnologia
quando estão em fase de planejamento e execução.

• O Planejamento de TI nada mais é do que um documento institucional


escrito e publicado para conhecimento de todos abrangendo ambientes
interno e externo, cujo universo de interessados remete à área de TI. Deve
ser elaborado com a participação das diversas unidades da área de TI e áreas
afins. O documento deve ser reavaliado constantemente.

143
AUTOATIVIDADE

1 Tecnologia da Informação (TI) é o conjunto de recursos tecnológicos que


fazem parte do processo de tratamento da informação. Esses recursos podem
envolver sistemas, software, hardware, bancos de dados, internet das coisas,
inteligência de mercado e até mesmo usuários e profissionais de TI. Muitos
fatores contribuem para a complexidade do uso das tecnologias: cenários de
negócios complexos, globalização, mudanças internas constantes, ambientes
competitivos.

FONTE: <https://www.euax.com.br/2018/08/gestao-da-tecnologia-da-informacao/>. Acesso


em: 22 ago. 2019.

No que diz respeito a esta complexidade do uso das tecnologias,


classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A complexidade ocorre devido à falta de feedback e avaliação do


desempenho tecnológico da organização em áreas de negócios com maior
receita e diferencial competitivo.
( ) A falta de planejamento e gestão da TI ocorrem, na maioria das vezes, por
fatores legais, econômicos e cultura organizacional.
( ) Maioria das organizações negligenciam investimentos de última geração
em TI para auxiliar os usuários a utilizarem os sistemas.
( ) Embora as organizações estejam investindo mais em TI, boa parte delas
ainda usufruem de forma tímida das vantagens competitivas ou das
melhorias em processos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) F – F – V – V.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – V – F – F.

2 A tecnologia, quando usada isoladamente, não promove grandes mudanças.


É preciso a implantação de uma prática de governança de Tecnologia da
Informação (TI) consciente e capaz de torná-la um alicerce estratégico
no alcance aos objetivos e poder transformar o ambiente organizacional
enxugar processos e aumentar a produtividade por meio da automatização.
Sobre o alinhamento estratégico com a TI, analise as sentenças a seguir:

I- O alinhamento estratégico da TI tem a função principal de conduzir e


orientar os executivos a tomarem as decisões pautadas pela inovação,
facilitando o acompanhamento das mudanças em processos sofridos pela
organização.

144
II- O alinhamento estratégico da TI tem a função principal de minimizar os
resultados que as ferramentas tecnológicas podem oferecer na execução
das tarefas.
III- Não alinhar estrategicamente a TI significa minimizar o seu papel dentro
da organização, tornando-a apenas uma ferramenta de suporte na
execução das atividades.
IV- O alinhamento estratégico deve priorizar a Gestão de TI a qual determina
como as decisões são tomadas no que diz respeito à priorização das
iniciativas de TI e como os fundos são atribuídos a essas iniciativas.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.

3 Podemos entender a tecnologia da informação (TI) como um conjunto de


ações e artefatos que, fazendo uso de recursos computacionais, permitem a
aquisição, a retenção, o acesso e o gerenciamento da informação. A rapidez
das mudanças que envolvem o ambiente dos negócios faz com que as
empresas necessitem, constantemente, rever e aprimorar suas técnicas de
gestão, integrando todas as áreas às estratégias organizacionais. Sobre o
Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI), analise as sentenças a
seguir:

I- Para garantir a implementabilidade do PDTI, é importante ocorrer revisões


periódicas para contemplar mudanças na estrutura organizacional e as
alterações nas diretrizes estratégicas com compromisso e apoio da alta
administração.
II- Os principais requisitos na etapa de elaboração do PDTI da fase de
“Diagnóstico” estão em avaliar o planejamento de TI anterior (se houver),
aprovar o relatório de avaliação de resultados do planejamento de TI
anterior (se houver), entre outros itens, analisar o referencial estratégico
da TI, incluindo a missão, visão, valores e os objetivos estratégicos da TI.
III- O Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) visa criar um canal
de comunicação para que o cliente/usuário tenha um ponto único de
contato com o provedor de serviços de TI, separando, assim, quem faz
parte do suporte aos usuários e quem vai realizar atividades de resolução
de problemas e desenvolvimento.
IV- O Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) é um documento que
serve para analisar o cenário da organização para direcionar ao atendimento
dos seus objetivos. O plano envolve o diagnóstico, o planejamento e a
administração de recursos e os processos tecnológicos da organização.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.

145
c) ( ) Somente a sentença IV está correta.
d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.

4 A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como o conjunto de


todas as atividades e soluções providas por recursos computacionais que
visam permitir a obtenção, o armazenamento, o acesso, o gerenciamento e
o uso das informações. Na verdade, as aplicações para TI são tantas – estão
ligadas às mais diversas áreas – que há várias definições para a expressão e
nenhuma delas consegue determiná-la por completo.

FONTE: <https://www.infowester.com/ti.php>. Acesso em: 22 ago. 2019.

Sobre o Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI), classifique


V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Para garantir a implementabilidade do PDTI, é importante ocorrer revisões


periódicas para contemplar mudanças na estrutura organizacional e as
alterações nas diretrizes estratégicas com compromisso e apoio da alta
administração.
( ) Os principais requisitos na etapa de elaboração do PDTI da fase de
“Diagnóstico” estão em avaliar o planejamento de TI anterior (se houver),
aprovar o relatório de avaliação de resultados do planejamento de TI
anterior (se houver), entre outros itens analisar o referencial estratégico da
TI, incluindo a missão, a visão, os valores e os objetivos estratégicos da TI.
( ) O Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) visa criar um canal
de comunicação para que o cliente/usuário tenha um ponto único de
contato com o provedor de serviços de TI, separando, assim, quem faz
parte do suporte aos usuários e quem vai realizar atividades de resolução
de problemas e desenvolvimento.
( ) O Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) é um documento que
serve para analisar o cenário da organização para direcionar ao atendimento
dos seus objetivos. O plano envolve o diagnóstico, o planejamento e a
administração de recursos e os processos tecnológicos da organização.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) V – F – F – V.
d) ( ) F – F – V – V.

146
UNIDADE 3
TÓPICO 2

DESAFIO DAS TICS PARA A GESTÃO PÚBLICA

1 INTRODUÇÃO
Um grande desafio dos gestores públicos atuais é equilibrar a grande
demanda por serviços de qualidade com as restrições financeiras. As tecnologias
da informação e comunicação podem ser uma grande aliada da administração
pública no intuito de atender ao cidadão com a qualidade exigida. Porém,
deve-se dispor de um esforço tecnológico, organizacional e de treinamento dos
servidores, independente da esfera de governo. Neste tópico, vamos abordar
os principais desafios tecnológicos com que se defrontam os administradores
públicos na construção de uma sociedade mais inteligente, mais inclusiva
e mais sustentável tendo como pauta, o uso de tecnologia da informação e
comunicação (NOVAIS, 2016).

2 O DESAFIO DAS TICS PARA OS GOVERNOS


A evolução tecnológica acarretou na transformação da prestação de
serviços de todos os tipos: no serviço bancário, na saúde, no transporte, no
perfil de compra etc. O que estes serviços compartilham? O uso intensivo de
tecnologia da informação e comunicação para oferecer os melhores serviços
para o cidadão (NETO, 2015).

E, este cidadão, quando necessita utilizar os serviços públicos fornecidos


pelos governos não encontra a mesma qualidade que é percebida quando se
utiliza dos serviços oferecidos por entidades privadas, enfrentando demora
para obter informação em filas intermináveis. Logo, o grande desafio da
gestão pública, é investir maciçamente em TICs para melhorar estes serviços e
aumentar a produtividade da gestão, além de ampliar os canais de comunicação
entre governo e cidadão.

De acordo com o IBGE, as cidades brasileiras concentram 85% de toda a


população do país, e também a maior parte dos serviços públicos prestados aos
cidadãos, em áreas como saúde, educação, transporte, moradia etc. Outra grande
demanda das cidades é a segurança pública. Como atender a uma demanda
crescente nos serviços públicos num momento de orçamentos comprometidos?

147
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Em períodos de crise, é importante que os gestores públicos percebam que


a transformação digital das cidades, Estados e do próprio país é uma estratégica
em potencial para enfrentar o desafio de expandir serviços e melhorar a vida
da sociedade sendo uma questão de sobrevivência governamental. Porém, não
podemos esquecer que a escassez de recursos nos orçamentos públicos é uma
barreira para que novas soluções tecnológicas sejam ofertadas aos cidadãos
(NETO, 2015).

Para as empresas que desenvolvem tecnologia da informação, o sistema


público passa a ser um nicho de mercado muito promissor, pois várias são as
formas possíveis de parcerias entre a administração pública e o setor privado.
A criatividade tem sido o caminho encontrado por muitas administrações para
buscar soluções inovadoras (como, por exemplo, a realização de maratonas
de programação de jovens universitários, em parceria com universidades;
abertura das bases de dados do município, com os devidos cuidados em relação
à privacidade e sigilo, para que empresas interessadas desenvolvam aplicativos
diretamente para o mercado; parcerias com outros municípios e com os governos
estaduais etc.).

Desta forma, os ganhos são da sociedade, sempre que os gestores públicos


passam a investir em soluções que se comuniquem com seus aplicativos e
serviços facilitando a vida do cidadão e também para o mercado de tecnologia.
Esse é um desafio que ganha importância exponencial nas políticas de Cidades
Inteligentes (Smart City) dos Municípios, e de Governo Eletrônico (e-Gov) dos
Estados e Governo Federal. Significa aplicar intensivamente as tecnologias
para transformar as condições de vida na cidade. Ainda não há um conceito
pronto para “cidade inteligente”. Todavia, podemos entender que uma cidade
inteligente é mais sustentável e mais fácil de ser habitada.

Para tornar isso possível, os projetos que envolvem as cidades inteligentes


são interdisciplinares, pois englobam as engenharias, a computação, psicologia,
urbanismo, arte, arquitetura e demais áreas. Porém, a tecnologia é a grande
viabilizadora da integração entre as áreas da administração pública: saúde,
urbanização, educação, mobilidade, segurança, meio ambiente, geração de
empregos e assim por diante (FERNANDES, 2008).

3 O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO


PÚBLICA
O uso de tecnologia da informação na gestão pública tem como foco
a transparência, bem como a oferta de serviços de qualidade ao cidadão, pois
agiliza processos e otimiza a utilização e aplicação de todos os tipos de recursos,
principalmente os financeiros. Essas questões, quando agem em conjunto,
impactam diretamente na vida do cidadão, na redução das necessidades de
deslocamentos físicos, na redução dos tempos necessários nas relações dos
cidadãos com o governo, em maior possibilidade de transparência. Quando se
148
TÓPICO 2 | DESAFIO DAS TICS PARA A GESTÃO PÚBLICA

pensa em cidades inteligentes, a tecnologia da informação permite a prática de


um governo que interage com toda a pluralidade de atores públicos e privados
que a compõem, ampliando a prática democrática (NETO, 2015).

Isso viabiliza a participação de todas as partes interessadas nas decisões


públicas: cidadãos, gestores públicos, organizações não governamentais, políticos.
Essa prática integrada na gestão pública impõe um modelo de governança pública
que inclui os cidadãos, seja na defesa de seus interesses, seja no exercício de seus
direitos e obrigações. Porém, essa inovação exige infraestrutura tecnológica que
ainda não está presente na maior parte dos municípios brasileiros e Estados.

Há de sempre se pensar em infraestrutura adequada com alta


disponibilidade e sustentabilidade financeira, tendo como objetivo o equilíbrio
financeiro para não direcionar recursos de outras áreas empregando-os
somente em inovações tecnológicas. Segundo (NETO, 2015, p. 36), do ponto de
vista de TIC, é importante que o gesto público tenha em mente que precisará
investir em:

• Infraestrutura digital, integrando os órgãos públicos e


disponibilizando amplo acesso dos cidadãos à internet e serviços
de governo eletrônico para a população.
• Melhoria nos fluxos de processos de governo por meio de uma
atualização tecnológica de sistemas com bases integradas e
georreferenciadas.
• Melhoria nos sistemas de Governo Eletrônico (e-gov) especialmente
na ampliação dos serviços ofertados eletronicamente e na
simplificação do relacionamento do cidadão com o governo.
• Processos de trabalho revistos e automatizados; individualização
do cidadão, identificando suas carências e necessidades especiais; a
criação de novos canais de comunicação com a sociedade.
• Desenvolvimento da atividade econômica, de forma a atrair
empresas para a região disponibilizando internet de alta velocidade
em pontos de interesse para o crescimento da cidade.

A exponencial evolução das tecnologias disponíveis atualmente impõe


regras ou normas para eliminar ou mitigar os obstáculos que inibem a expansão
das redes de fibra ótica, indispensáveis para as redes de banda larga, 3G, 4G e
já sendo liberada fora do país a banda 5G. Tudo isso sem poluir as paisagens
urbanas (KLEE, 2014).

Os gestores públicos precisam ser capazes de elaborar projetos que


acompanhem as demandas das cidades e dos estados incluindo a definição de
incentivos adequados para estimular o investimento privado e público, para a
implantação e disponibilização do acesso à internet de alta velocidade em todo
o território, assim como criar planos de contingência para dar continuidade às
atividades econômicas e administrativas que dependem da infraestrutura de
TIC para serem executadas. Neste caso, o ideal é que seja possível construir um
projeto de rede corporativa com capacidade de suportar as necessidades atuais
e futuras de tráfego de informações entre os diversos órgãos da administração
pública e entre esta e a sociedade (NETO, 2015).
149
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Em qualquer esfera de governo é essencial dispor de uma infraestrutura


de processamento de dados capaz de suportar todas as ações de governo de forma
virtual. Cabe aqui, destacar os recursos de datacenter, compostos pela arquitetura
de hardware e software que deve atender às necessidades operacionais de
processamento dos sistemas governamentais em sua totalidade. Neste ponto é
muito importante considerar uma robusta arquitetura de sistemas de informações
que permita o manuseio de bases de dados únicas e georreferenciadas tanto de
informações dos cidadãos quanto do patrimônio público (de lotes, edificações,
empresas, equipamentos etc.) (MATTOS, 2006).

O georreferenciamento é importante pois permite ligar as informações


das cidades e cidadãos ao seu território, fornecendo uma visão integrada dos
problemas urbanos fortalecendo assim as decisões administrativas da gestão
pública. Isso acontece porque o referenciamento territorial e geoprocessamento
tratam do processamento de dados e informações posicionados geograficamente
(associados a pontos do território da cidade), desde sua aquisição até a geração
e saída na forma de mapas, relatórios e análises, enriquecidos pela componente
espacial (FERNANDES, 2008).

Isso ocorre por meio dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG), que
permitem realizar análises complexas, fornecendo uma base sólida para a gestão
do território. O geoprocessamento deve ser considerado pela gestão pública como
parte da sua infraestrutura de TIC e deve ser construído e operado de forma
coordenada, integrada e aberto para o uso das diversas partes interessadas de
toda a sociedade.

Os serviços da gestão pública que são disponibilizados de forma


eletrônica através de aplicativos, sites e portais são meios altamente eficazes
para servir a sociedade de forma geral ou uma grande fatia dela. Este formato
ganha forma pois elimina os trâmites em papel tornando as atividades
burocráticas mais produtivas, e evidencia a transparência em procedimentos
administrativos através da padronização dos documentos disponibilizados
aos cidadãos. Logo, podemos entender que o objetivo precípuo é a eliminação
de pontos de retrabalho, da perda de qualidade nas saídas dos processos, de
atividades desnecessárias ou pouco relevantes para o alcance dos objetivos
estratégicos e finalidade dos órgãos, grandes atrasos, acúmulos de serviços,
altos custos, e todos os aspectos que dificultam a vida dos cidadãos e tornam
inerte o serviço público (NETO, 2015).

O fato é que a transformação digital das cidades de forma geral acelera o


crescimento econômicos destas, pois está diretamente associada a organizações
geradoras de emprego e cidadãos associados a diversas redes que podem fazer
os negócios interagir e prosperar. Por este motivo, o cidadão deve ser o foco
principal de todas as linhas de ação da administração pública.

150
TÓPICO 2 | DESAFIO DAS TICS PARA A GESTÃO PÚBLICA

Pensando assim, devemos enquadrá-lo como participante protagonista


desta construção de conhecimento e evolução conjunta. A oferta de novos
bens e serviços por meio de novas tecnologias contribui para o crescimento,
competitividade, geração de emprego ou trabalho e outros fatores capazes de
melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Todavia, o grande diferencial de uma
cidade democrática na sociedade da informação e do conhecimento vai além de
usufruir de bons serviços e de contar com uma administração ágil. Atualmente, é
mais fácil para o cidadão participar das construções e decisões públicas, e também
do monitoramento das ações (NOVAIS, 2016).

Para evitar que projetos de tecnologia de informação e comunicação


se percam pelo caminho por falta de prioridade dos gestores, o ideal é que se
adotem práticas de governança de TIC. A ausência desse modelo pode tornar os
gestores e seus governos reféns de fornecedores de tecnologia. Uma boa prática
de governança de TIC pode romper essas barreiras e ajudar a alavancar o sucesso
dos projetos, sem que a gestão esteja ligada a um quadro de “aprisionamento
tecnológico”. Essa libertação só acontece pelo lado da gestão pública quando
forem desenvolvidos mecanismos de governança de TIC capazes de definir
e implementar políticas e planos de ação setoriais, de identificar necessidades
e oportunidades de uso produtivo das TIC em apoio às ações de governo e de
contratar e gerenciar o fornecimento das soluções tecnológicas correspondentes
(ALBERTIN, 2015).

Concluímos então que as infraestruturas de comunicação e de


processamento, os padrões de arquitetura de sistemas, de interoperabilidade,
de segurança da informação são viabilizadores das estratégias da gestão, mas
não podem prescindir de boas práticas de governança. Assim, as soluções de
TIC que implementam conceitos de governo único, smart city etc., precisam
ser pensadas e desenvolvidas como parte das estratégias de governo. Entre a
multiplicidade de tecnologias ofertadas, devem ser consideradas e analisadas
sob a ótica de sua adequação às diretrizes políticas, econômicas e técnicas,
tecnologias como cloud computing, big data, internet das coisas etc. As soluções
adotadas devem incorporar novas mídias, como as redes sociais, além de muita
mobilidade (KLEE, 2014).

4 ÉTICA E SIGILO DE INFORMAÇÕES NA GESTÃO PÚBLICA


É crescente o consenso sobre a importância da informação, principalmente
no que tange a transparência e acessibilidade às informações públicas que tem o
poder de promover modificações nos sistemas políticos e econômicos (ARRUDA
et. al., 2009).

151
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

E
IMPORTANT

Com o advento da Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011, a Lei de Acesso


à Informação (LAI), ampliaram-se as possibilidades de participação e controle da sociedade
brasileira nos atos e ações governamentais. De acordo com a LAI, os órgãos públicos têm
o dever de divulgar informações de interesse coletivo que estejam sob sua guarda. Assim,
o Estado deixa de ser o detentor das informações por ele produzidas ou custodiadas. Nesse
contexto de ampliação dos mecanismos de obtenção de informações e documentos, é
imprescindível a adaptação das instituições públicas a essa legislação, de modo a atender de
maneira transparente e eficaz as atuais demandas sociais por informação.
Existe uma série de boas razões para a aceitação crescente do direito à informação. Sem
dúvida, é surpreendente que levasse tanto tempo para que um fundamento tão importante
da democracia adquirisse reconhecimento generalizado como um direito humano. A ideia
de que os órgãos atuam como guardiães do bem público, está agora, bem arraigada na
mente das pessoas. Como tal, essas informações precisam estar acessíveis aos cidadãos e
cidadãs na ausência de um interesse público prevalente no sigilo. Neste sentido, a Lei de
Acesso à Informação refletiu a premissa fundamental de que o governo tem o dever de servir
ao povo.
A publicação da Lei de Acesso a Informações significou um importante passo para a
consolidação democrática do Brasil e também para o sucesso das ações de prevenção da
corrupção no país. Por tornar possível uma maior participação popular e o controle social
das ações governamentais, o acesso da sociedade às informações públicas permite que
ocorra uma melhoria na gestão pública. A Lei de Acesso à Informação representa ainda
uma mudança de paradigma em matéria de transparência pública, pois estabelece que o
acesso à informação é regra e o sigilo é apenas exceção. Assim, qualquer cidadão poderá
solicitar acesso às informações públicas, ou seja, àquelas informações não sigilosas, sempre
observando o regulamentado pela Lei quanto às regras, prazos, instrumentos de controle e
recursos previstos.
O direito à informação pública é uma garantia fundamental para a promoção da
transparência e da accountability dos gestores públicos, duas diretrizes essenciais para
o processo democrático. Da mesma forma, tais diretrizes são instrumentos poderosos e
eficazes no combate à corrupção e, consequentemente, para a manutenção da democracia.
Assim, os principais objetivos da lei são reforçar e efetivar ainda mais certos princípios
fundamentais do sistema democrático constitucional, concretizar o dever de prestação de
contas do governo e de transparência e garantir, ainda mais, a participação pública consciente
no processo decisório nacional.
Ainda para a organização, a transparência é o princípio que consente a todos os administrados
conhecer não somente os fatos e os números decorrentes da administração da coisa
pública, mas também todos os mecanismos e os processos que conduzem a atividade
administrativa. A transparência é o dever dos servidores públicos de agir de forma visível,
previsível e inteligível.
Deste modo, a visibilidade das informações é atributo essencial a um sistema transparente,
mas não é insuficiente. A transparência necessita também de que a informação disponibilizada
conduza a deduções corretas. Ou seja, um órgão público verdadeiramente transparente deve
tomar cuidado não só com medidas de disponibilização de informações, mas ainda com a
forma de disponibilizá-las para que elas favoreçam deduções mais precisas.
O acesso à informação pública, então, é um direito que traz aos cidadãos o conhecimento,
qualificando a população a participar mais ativamente das políticas públicas sociais, o que,
consequentemente, promoveria uma maior proteção aos direitos humanos. Assim, o direito
à informação é entendido não somente como um direito em si, mas também como uma
ferramenta para a promoção de direitos sociais.

152
TÓPICO 2 | DESAFIO DAS TICS PARA A GESTÃO PÚBLICA

Além dos aspectos de governança e de direitos humanos, o acesso à informação pública


está entre os mecanismos mais eficientes para o combate à corrupção, pois admite ao
cidadão conhecer o desempenho da máquina estatal, trazendo a possibilidade de que
anormalidades sejam apontadas, julgadas e corrigidas, havendo um maior controle social
sobre a Administração Pública.
De forma genérica, a corrupção surge quando existe uma combinação entre a ocasião
favorável e o ambiente permissivo, como, por exemplo, instituições necessitadas de
mecanismos de controle ou órgãos onde as ações e decisões são tomadas de forma
obscura, sem nenhuma divulgação ou até mesmo justificativa. Por esse motivo, qualquer
empenho na direção de transformar as instituições governamentais transparentes é um
desenvolvimento na prevenção da corrupção.
No Brasil, podemos detectar boa parte das condições que fazem do país um ambiente
propício à corrupção: tradição democrática em formação, poucos mecanismos de controle
da atividade governamental, poucas políticas de accountability e poucas iniciativas de
promoção do acesso à informação pública. Aliada a essa instabilidade, não há como
deixar de citar também a existência de uma percepção hegemônica de que a corrupção
é um fenômeno generalizado e dominante, o que torna o tema “transparência” ainda mais
importante. Além disso, na atual conjuntura, não apenas no âmbito nacional, mas em
todo o mundo, bastante marcado por condicionamentos políticos de resgate da ética e de
exigências de boa governança, o combate à corrupção tem se mostrado como prioridade
absoluta na agenda pública de grande parte dos países – o que, cada vez mais, torna o tema
“acesso à informação pública” central no desenvolvimento da boa governança.
Portanto, o amparo do acesso a informações públicas através de uma legislação específica
tem um relevante papel democrático, pois traz à tona maiores possibilidades de tornar o
governo mais eficiente, de promover uma maior amplitude de direitos humanos e de batalhar
contra a corrupção e tantas outras irregularidades infelizmente ainda muito presentes no
cotidiano do país, tais como abuso de poder, peculato, desvio de verbas públicas, concussão
e prevaricação.
O acesso à informação, então, é fundamental para a transparência, boa governança e a
accountability entre o Estado e cidadão. O governo transparente é aquele que facilita a
abertura da Administração Pública por meio de técnicas e procedimentos claros e de fácil
acesso, trazendo a informação pública para os cidadãos, estimulando a consciência ética no
serviço público e assegurando a accountability.
Destarte, a gestão transparente alude não somente o pronto atendimento às solicitações
dos cidadãos. O que se pretende é uma Administração Pública que fomente a participação
da sociedade, por meio de uma atuação proativa, espontânea, pautada na ética, em que “o
próprio serviço público é visto como uma extensão da cidadania; ele é motivado por um
desejo de servir os outros e de lograr objetivos públicos”

FONTE:<https://jus.com.br/artigos/37265/a-importancia-da-lei-de-acesso-a-informacao-
para-a-transpare ncia-e-accountability-democratica>. Acesso em: 1° jun. 2019.

5 O SIGILO E SEUS REFLEXOS NA CULTURA


ORGANIZACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Priorizar o sigilo é uma cultura efetiva em organizações. Compartilhar
informações representa de certa forma, uma renúncia ao poder, e o sigilo,
uma estratégia de se manter influente. Infelizmente, praticados por regimes e
administrações anteriores, esses valores ainda subsistem na atual administração
pública brasileira.

153
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

E
IMPORTANT

Martins (1997) afirma que a atual administração pública no Brasil conserva traços
de patrimonialismo, definido “de forma simples e sintética como a confusão entre o que é
público e o que é privado” ou ainda “a cultura de apropriação daquilo que é público pelo
privado”. É possível afirmar que uma cultura do segredismo atinge os próprios servidores
das instituições públicas, os quais frequentemente encontram barreiras para ter acesso a
informações organizacionais ou funcionais.
O próprio setor governamental reconhece esse fato, acrescentando que o acesso da
população às informações públicas até 2011 era muito restrito e contava com canais
ineficientes e insuficientes para busca. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU) (2014),
“os agentes públicos, muitas vezes, entendiam que a informação era de sua propriedade, ou
de seu órgão ou setor”. Esse comportamento, que foi intensificado pela ditadura militar (1964
a 1985), mas ainda é recorrente nas organizações públicas brasileiras, pode ser designado de
‘não informação’ ou de ‘não acesso à informação pública’.
Atualmente, a relevância do tema tem ganhado destaque devido às mudanças políticas e
sociais no cenário mundial advindas do acesso às informações públicas e sua disseminação
facilitada pelas TICs, e também devido à entrada em vigor da LAI no Brasil. Emerge, assim, a
possibilidade de se contrapor à cultura do sigilo a cultura do acesso. Atualmente, é frequente
na literatura relativa à LAI a discussão do comportamento do servidor público frente a essas
demandas. Segundo Alves (2012), “os servidores ainda não veem o acesso à informação
como parte de sua atividade. O pensamento de que ‘terão que parar de fazer seu trabalho
para dar informação’ ainda é muito comum”.
É importante ressaltar que, segundo essa perspectiva, o agente público está em geral
sobrecarregado individualmente de uma carga que é, principalmente e coletivamente, das
instituições públicas brasileiras e está presente nas estruturas e processos de trabalho. Ao
ingressar no serviço público, o novo servidor já se depara com essa estrutura e não é simples
efetuar mudanças substanciais nesse aspecto, uma vez que ela vem sendo reproduzida
pelos gestores e pelo corpo de profissionais destas instituições ao longo dos anos. Conforme
afirmam Lima, Cordeiro e Gomes (2014, p. 62): “[...] eram necessárias ações que viabilizassem
a consolidação do acesso a informações em poder do Estado de forma efetiva, um diploma
legal que regulasse esse acesso, para que o agente público não se utilizasse do poder
discricionário para se eximir de prestar a informação desejada pelo cidadão [...]”.
Esses autores destacam ainda que não se pode esperar mudanças no estatuto de uma cultura
autoritária apenas com a promulgação de uma lei (LIMA; CORDEIRO; GOMES, 2014, 2014, p.
64). É necessário que haja de investimentos da União para a efetivação dessa transformação.
Considerando as dificuldades para implementação de leis de acesso à informação, Michener
(2011) cita que frequentemente os entraves administrativos estão relacionados com a falta de
recursos. A Lei nº 12.527/11 representa uma grande mudança de paradigma na administração
pública e a ausência de recursos para sua efetivação fragiliza o processo, podendo gerar
desmotivação e descrédito na comunidade externa e entre os servidores públicos.
Estes, porque não conseguem instituir o atendimento nos moldes determinados pela
legislação e aquela por sentir-se impotente frente às demandas que não podem ser atendidas
nos moldes da lei.
Outro aspecto a se considerar é que, embora esta legislação já se encontre vigente, em
geral “as transformações culturais são lentas, pois cada tipo de ação possui um significado
diferente para um determinado grupo de pessoas” (ALVES, 2012, p. 126). A autora ressalta
também que, nos órgãos públicos, a lentidão da transformação é mais perceptível devido
à atitude receosa dos envolvidos, uma vez que eles tentam compreender em detalhes as
mudanças que ocorrerão em sua atividade de trabalho (ALVES, 2012).
Essa cautela já havia sido identificada em pesquisa da Controladoria Geral da União (2011b),
que avaliou a percepção dos servidores públicos sobre o tema. Foram retratados os seguintes

154
TÓPICO 2 | DESAFIO DAS TICS PARA A GESTÃO PÚBLICA

temores destes em relação à divulgação das informações públicas: medo de que a informação
seja mal utilizada ou deturpada, utilização indevida ou privilegiada dos dados pela imprensa
e interesses de grupos políticos ou econômicos. Ainda de acordo com essa pesquisa, apenas
5,1% dos entrevistados afirmou que sua área de trabalho sempre promove cursos ligados ao
tratamento da informação pública. Esse resultado demonstra que esta é uma área em que é
necessária forte atuação do governo, por ser ainda carente de iniciativas.
Logo, constata-se que, com a promulgação da LAI, o agente público encontra-se diante
de um momento de grande mudança em relação a sua percepção e suas ações frente à
informação e ao conhecimento gerado em seu ambiente de trabalho. Ele deve estar atento
à sua responsabilidade de informar ao público, mas também zeloso em seu dever de
guardar as informações consideradas sigilosas, conforme determina a LAI, podendo ainda
ser penalizado pelo descumprimento da lei. Dada a urgente necessidade de capacitação
do servidor público em relação à LAI e às novas demandas informacionais da sociedade,
constata-se que a generalização de visões negativas acerca do agente público prejudica a
discussão desse importante desafio dos órgãos governamentais.
Diante desse cenário de embates próprios de um momento de transformação social, os
dilemas destacados pelos movimentos sociais e pela sociedade não devem restringir a
discussão, mas ampliá-la. Para Marques e Kerr Pinheiro (2014, p. 250): “tornar a legislação
como uma construção social que decorre da interação dialética entre sujeitos com interesses
contraditórios implica percebê-la como um instrumento mediador em permanente
transformação”. Assim, a análise dos conflitos que envolvem a lei de acesso à informação
pública exige uma abordagem mais abrangente, uma vez que esses embates ocorrem, em
grande parte, devido a elementos e práticas informacionais vigentes num tipo de Estado que,
até então, era exclusivo proprietário e organizador das informações públicas.
Essa realidade decorre, em grande parte, de uma cultura governamental que historicamente
atribuiu o controle da informação pública aos órgãos governamentais, em detrimento
da sociedade civil, contribuindo para a manutenção do poder informacional em esferas
inacessíveis para a maioria dos cidadãos. Outro aspecto fundamental para a efetivação
das diretrizes da LAI é a capacitação dos servidores para as novas competências ligadas
ao (re)conhecimento dos direitos exalados pela lei e da importante conquista brasileira
nesse aspecto, após anos de repressão e ditadura. Considerando a temática do acesso
e transparência na informação pública, eixos norteadores da Lei n° 12.527/11, é essencial
considerar a capacitação como um importante elemento de apoio à ruptura com padrões de
sigilo na área pública anteriores a essa lei, e de apoio e incentivo a abertura e conscientização
de que a informação pertence à população.

[...] na cultura de segredo, a demanda do cidadão é um


problema: sobrecarrega os servidores e compromete outras
atividades. [...] na cultura de acesso, a demanda do cidadão é
vista como legítima. [...]. Os servidores são permanentemente
capacitados para atuarem na implementação da política de
acesso à informação (CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO,
2011a, p. 12-13).

Destaca-se, desta maneira, a necessidade de analisar a cultura do sigilo na administração


pública, indo além da imagem do sujeito (indivíduo) servidor que é acusado de ser a principal
barreira, ou que isoladamente impede ou retarda o acesso à informação. É preciso discutir,
antes, se o antagonismo da relação entre informante e destinatário da informação pública
se ampara, significativamente, em uma cultura institucionalizada onde a informação é vista
como propriedade de quem a guarda.
Gillab e Hughes (2005) apud Bertazzi (2011, p. 30) também enfatizam a complexidade desse
momento de transição na vida profissional do agente público, a partir de análise da Lei
de Acesso à Informação no México, o que se aplica igualmente à realidade brasileira: “O
servidor não nega o acesso à informação sozinho, por vontade própria, mas dentro de uma
conjuntura organizacional e institucional que determina a cultura do sigilo enquanto base de

155
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

sua organização”. O atendimento à Lei de Acesso à informação traz aos atores envolvidos
(governo, agentes públicos e sociedade civil), guardadas as particularidades e características
de cada um desses segmentos, novas possibilidades de relacionamento e envolvimento em
questões relacionadas à democracia e participação social.
Diante dessas novas perspectivas, emerge a importância dos agentes públicos brasileiros
no compartilhamento de objetivos comuns à sociedade, como parte integrante desta,
conforme aponta Indolfo (2013, p. 99):

A ampliação das relações do Estado com a sociedade civil


na gestão pública, ou seja, a participação dos cidadãos na
formulação, implementação e gerenciamento das políticas
públicas faz com que a ampliação e a melhoria do capital
informacional, resultantes do estabelecimento de uma política
para a gestão da informação governamental, sejam desejadas
não só porque objetiva mostrar a transparência das ações
empreendidas pelo Estado como, consequentemente, se
apresenta como um redutor do “déficit democrático”.
Assim, considera-se que a mudança cultural nas organizações
públicas exige ir além da mera modificação de práticas e ações
dos sujeitos. A busca das raízes dessa cultura de sigilo presente
em instituições públicas brasileiras nos remete também aos
códigos de ética de algumas categorias profissionais.

FONTE:<https://jus.com.br/artigos/37265/a-importancia-da-lei-de-acesso-a-informacao-
para-a-transparencia-e-accountability-democratica>. Acesso em: 1° jun. 2019.

5.1 A GESTÃO DA INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES


PÚBLICAS E SUA RELAÇÃO COM A LAI
Atualmente, o volume de informações é muito expressivo. As informações
são geradas no ambiente interno da gestão pública como também no ambiente
externo e, portanto, o controle das informações nestes dois ambientes impacta
diretamente o desempenho da gestão pública (NETO, 2015).

E
IMPORTANT

A informação, considerada elemento fundamental na lógica das instituições


privadas, onde tem fortes impactos nas estratégias empresariais e seus negócios, encontra na
iniciativa pública um importante fator adicional, que é o da prestação de contas de suas ações
ao público. A relevância do acesso às informações geradas nos arquivos públicos é destacada
por Jardim (2008, p. 81), quando afirma que “como ente informativo, o Estado moderno
configura-se como uma das maiores e mais importantes fontes de informação, além de
requisitar uma grande quantidade destas para a sua atuação”. A partir da promulgação da Lei
de Acesso à Informação, torna-se ainda mais significativo considerar a gestão de políticas e
instrumentos para o gerenciamento da informação pública.

156
TÓPICO 2 | DESAFIO DAS TICS PARA A GESTÃO PÚBLICA

Conforme afirma o autor, o desenvolvimento da gestão da informação na área pública é


imprescindível para o efetivo controle social, importante pilar da democracia. Em diagnóstico
feito pela Controladoria Geral da União para avaliar a percepção dos servidores públicos
federais em relação à cultura de acesso à informação pública, também foi apontada a falta de
organização e sistematização das informações como um dos desafios para aplicação da LAI.
É importante destacar ainda que, quanto mais dinâmicos e padronizados os processos
administrativos na administração pública, menores são os riscos de fraude e alteração indevida
de informações e, consequentemente, maiores os ganhos em relação ao controle social
e à democracia. Para Jardim (2015), lacunas relacionadas à administração de documento,
dificultam o acesso à informação pública. Ora, uma vez que a informação pública tem como
destinatário final o cidadão, todo seu ciclo, desde a geração até seu armazenamento, deve
estar voltado para este fim (entrega da informação à sociedade).
Esse modelo informacional beneficia, ao mesmo tempo, o agente público, pois evita o
retrabalho do lançamento isolado dos dados nos sites governamentais para cumprir a
transparência ativa, assim como a comunidade externa, que tem acesso mais rápido às
informações de seu interesse.
À sedimentação histórica da cultura do sigilo, somam-se alguns importantes aspectos que
impedem ou retardam a efetividade da LAI no serviço público, a exemplo das normativas que
privilegiam o sigilo; insuficiência de recursos destinados à aplicação da lei; desconhecimento
da legislação por parte dos servidores e os receios de penalização advindos desse fato;
legislação e determinações que reforçam essa cultura organizacional; deficiências no
processo de capacitação na temática da liberdade de informação; e gestão da informação
inadequada aos padrões de abertura preconizada pela LAI.
Os reflexos desses fatores são percebidos na gestão do conhecimento dessas organizações, na
qual o pleno compartilhamento de saberes mostra-se ainda incipiente. É fato que a citada falta
de recursos tem grande impacto na implementação da LAI, assim como uma infraestrutura
inadequada compromete o andamento dos trâmites internos ligados ao atendimento da
lei. Entretanto, considerando que a grande maioria das instituições públicas brasileiras tem
problemas similares, é relevante destacar o exemplo positivo de grupos interdisciplinares
de trabalho envolvidos com a implantação das diretrizes da LAI na UNIRIO (CARVALHO;
CIANCONI, 2015). Essa experiência demonstra que o conhecimento do ser humano é
elemento central do processo e deve ser valorizado e compartilhado de maneira dinâmica,
estimulando assim o processo de inovação e envolvimento das pessoas na organização.
Considerando que as instituições públicas habitualmente enfrentam a dificuldade de lidar com
a organização e a transferência do conhecimento, é igualmente importante o mapeamento
desses problemas e a busca de ações capacitantes para minimizar essas lacunas. A atual
cultura organizacional presente nos órgãos públicos brasileiros contribui para a restrição do
compartilhamento de informação e de conhecimento.

FONTE:<https://jus.com.br/artigos/37265/a-importancia-da-lei-de-acesso-a-informacao-
para-a-transparencia-e-accountability-democratica>. Acesso em: 1 jun. 2019.

157
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• Um grande desafio dos gestores públicos atuais é equilibrar a grande demanda


por serviços de qualidade com as restrições financeiras.

• As tecnologias da informação e comunicação podem ser uma grande aliada


da administração pública no intuito de atender ao cidadão com a qualidade
exigida.

• Em períodos de crise, é importante que os gestores públicos percebam que a


transformação digital das cidades, Estados e do próprio país é uma estratégica
em potencial para enfrentar o desafio de expandir serviços e melhorar a vida
da sociedade sendo uma questão de sobrevivência governamental.

• Ainda não há um conceito pronto para “cidade inteligente”. Todavia, podemos


entender que uma cidade inteligente é mais sustentável e mais fácil de ser
habitada.

• O uso de tecnologia da informação na gestão pública tem como foco a


transparência, bem como a oferta de serviços de qualidade ao cidadão, pois
agiliza processos e otimiza a utilização e aplicação de todos os tipos de recursos,
principalmente os financeiros.

• Os gestores públicos precisam ser capazes de elaborar projetos que


acompanhem as demandas das cidades e dos estados incluindo a definição de
incentivos adequados para estimular o investimento privado e público, para a
implantação e disponibilização do acesso à internet de alta velocidade em todo
o território, assim como criar planos de contingência para dar continuidade às
atividades econômicas e administrativas que dependem da infraestrutura de
TIC para serem executadas.

• Os serviços de administração pública disponibilizados eletronicamente


constituem um meio eficaz e econômico para melhor servir toda a sociedade.

• A transformação digital da Administração Pública também cria condições


favoráveis para a promoção do desenvolvimento econômico da cidade, levando
em conta a mobilidade das empresas e dos cidadãos, que são formadores de
uma ou muitas redes em que podem fazer negócios e interagir.

• A Lei de acesso a informações públicas é importante para todos os cidadãos,


e que devemos ser responsáveis pelas informações.

158
AUTOATIVIDADE

1 Novas tecnologias são responsáveis por verdadeiras transformações na


sociedade onde a cada ano que passa as pessoas estão envolvidas devido às
várias invenções e inovações que surgem no mercado. Podemos dizer que
as novas tecnologias resolvem problemas, em princípio, sem solução, criam
novas formas de pensar e de fazer, aumentam a produtividade no trabalho,
contribuem enormemente para a evolução do conhecimento na sociedade
e agregam valor a muitas coisas que realmente importam para nós. Com
relação às cidades inteligentes, analise as sentenças a seguir:

I- São cidades que utilizam a tecnologia para promover o bem-estar dos


moradores, o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, melhorar a
sustentabilidade.
II- São cidades mais sustentáveis que se apropriam dos recursos naturais
para melhorar a infraestrutura urbana através das práticas do TI Verde,
como serviços de inclusão digital da população.
III- São cidades que executam a governança digital para melhorar a inclusão
social.
IV- São cidades automatizadas e mais sustentáveis fazendo uso da tecnologia
para melhorar a infraestrutura urbana e tornar os centros urbanos mais
eficientes e melhores de se viver.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.

2 O enfoque atual é na cidade criativa e sustentável, que faz uso da tecnologia


em seu processo de planejamento com a participação dos cidadãos.
Apesar de ser um conceito relativamente recente, o conceito de Smart
City já se consolidou como assunto fundamental na discussão global
sobre o desenvolvimento sustentável e movimenta um mercado global
de soluções tecnológicas, que é estimado a chegar em US$ 408 bilhões até
2020. Atualmente, cidades de países emergentes estão investindo bilhões
de dólares em produtos e serviços inteligentes para sustentar o crescimento
econômico e as demandas materiais da nova classe média. Ao mesmo
tempo, países desenvolvidos precisam aprimorar a infraestrutura urbana
existente para permanecer competitivos. Na busca por soluções para esse
desafio, mais da metade das cidades europeias acima de 100.000 habitantes
já possuem ou estão implementando iniciativas para se tornarem de fato
Smart Cities.
FONTE: <http://redebrasileira.org/site/o-que-e-uma-cidade-inteligente/>. Acesso em: 22
ago. 2019.

159
Sobre as cidades inteligentes, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) São cidades automatizadas que utilizam recursos avançados da
inteligência artificial para garantir a segurança nos centros urbanos
controlando a inclusão social e digital.
b) ( ) São cidades mais sustentáveis que se apropriam dos recursos naturais
para melhorar a infraestrutura urbana através das práticas do TI Verde,
como serviços de saúde para a população.
c) ( ) São cidades que executam a governança digital para melhorar a inclusão
social.
d) ( ) São cidades automatizadas e mais sustentáveis fazendo uso da
tecnologia para melhorar a infraestrutura urbana e tornar os centros
urbanos, mais eficientes e melhores de se viver.

3 Novas tecnologias são responsáveis por verdadeiras transformações na


sociedade, e a cada ano que passa as pessoas estão envolvidas devido às
várias invenções e inovações que surgem no mercado. Podemos dizer que
as novas tecnologias resolvem problemas, a princípio, sem solução, criam
novas formas de pensar e de fazer, aumentam a produtividade no trabalho,
contribuem enormemente para a evolução do conhecimento na sociedade e
agregam valor a muitas coisas que realmente importam para nós. Disserte
sobre o uso da Tecnologia da Informação para cidades inteligentes.

4 É importante ressaltar que o conceito de Tecnologia da Informação (TI)


se firmou a partir da década de 1980, em substituição às expressões
“informática” e “processamento de dados”. Atualmente, o termo TI serve
para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para
a geração e uso da informação. É importante entender separadamente os
conceitos de Sistemas de Informação (SI) e de Tecnologia da Informação
(TI), uma vez que nos referimos a áreas de conhecimento que apresentam
forte dependência. Com relação aos Sistemas de Informação, analise as
sentenças a seguir:

I- Um sistema de informação fornece informações integradas para todos os


usuários, utilizando recursos da tecnologia da informação.
II- Os sistemas de informação não auxiliam os administradores na tomada de
decisão.
III- Os sistemas de informação viabilizam a definição de metodologias de
negócios das organizações através dos instrumentos técnicos.
IV- Os sistemas de informação atuam nas diversas frentes de negócio das
organizações através do tratamento, disponibilização e armazenamento
das informações.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença I está correta.

160
UNIDADE 3
TÓPICO 3

AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA


A GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA SOCIEDADE

1 INTRODUÇÃO
Inovação tecnológica é um termo aplicável às inovações de processos e
de produtos. De modo geral, é toda novidade implantada pelo setor produtivo
por meio de pesquisa ou investimentos, e que aumenta a eficiência do processo
produtivo ou que implica um novo ou aprimorado produto (ALBERTIN, 2010).
Ao longo da história, as inovações tornaram realidade projetos extremamente
importantes tanto de um ponto de vista intelectual como de um empresarial/
econômico.

Novidades tecnológicas costumam ser bastante atrativas ao público, afinal,


as pessoas esperam por uma novidade e, hoje em dia, a maioria das pessoas está
envolta em tecnologia. A cada ano, várias invenções, inovações e novas tendências
surgem no mercado com o propósito de potencializar o desenvolvimento
da tecnologia. Essas novidades digitais, aparentemente irresistíveis, sempre
prometem grandes avanços incrementais ou disruptivos que facilitam de alguma
forma a vida das pessoas (SOUZA, 2017).

De fato, muitos dos avanços tecnológicos são mais do que meras


novidades, o que as caracterizam enquanto utilidades relevantes à sociedade.
Cada vez mais inseridas em todos os setores do mercado, as novas tecnologias
resolvem problemas, em princípio, sem solução, criam novas formas de pensar
e de fazer, aumentam a produtividade no trabalho, contribuem enormemente
para a evolução do conhecimento na sociedade e agregam valor a muitas coisas
que realmente importam para nós. No mundo da tecnologia, grande parte da
população se mobiliza ou no mínimo se interessa por novas aventuras digitais.

Novas tecnologias são responsáveis por verdadeiras transformações na


sociedade e, a seguir, você poderá acompanhar nove inovações tecnológicas que
facilitam a vida de bilhões de pessoas e trazem benefícios tangíveis para esses
setores do mercado.

161
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

2 O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA CIDADES


INTELIGENTES
Na definição da União Europeia, as cidades inteligentes, ou smart cities,
são sistemas de pessoas que interagem e usam energia, materiais, serviços e
vários tipos de recursos para estimular o crescimento econômico e promover uma
melhor qualidade de vida para os envolvidos. Uma cidade inteligente é criativa
e pratica a sustentabilidade usando a tecnologia a seu favor através da mediação
de seus cidadãos (SOUZA, 2017).

São muitas as dimensões para que uma cidade se encaixe na categoria de


smart cities: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia,
meio ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano e economia
são os principais requisitos de identificação e avaliação. No entanto, no lugar
de tentar encaixar cidades nesse conceito, seria mais produtivo pensar quais
atividades poderiam elevar qualquer cidade às práticas inovadoras incorporadas
no cotidiano das cidades inteligentes.

FIGURA 1 – CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/files/styles/th_640x425/public/
cidadeinteligentecopawifisite_0.png?itok=OljBrOCo>. Acesso em: 11 jul. 2017.

Cidade inteligente é um conceito inovador e recente. É um aspecto


importante quando relacionado às práticas para tornar o planeta mais sustentável,
e vem movimentando o mercado de tecnologia, que investe bilhões de dólares
em produtos e serviços para atender às demandas de crescimento econômico no
mundo inteiro. Atualmente, na Europa, todas as cidades com mais de 100 mil
habitantes possuem ou estão incorporando iniciativas para se enquadrarem no
importante conceito de smart cities.

162
TÓPICO 3 | AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA SOCIEDADE

O conceito de cidade inteligente pode ser percebido tanto no setor público


quanto no privado, pois numa cidade em que hospitais, delegacias, escolas,
centros comerciais, sistemas de abastecimento, saneamento básico e transporte
estão diretamente conectados há maior segurança na troca de informações e
maior qualidade de vida da população. Os riscos de acidentes de trânsito, como
atropelamentos, por exemplo, são consideravelmente reduzidos porque os sinais
e faixas de sinalização de pedestres reconhecem o movimento e se adaptam aos
intervalos. A qualidade de vida é diretamente afetada (e de forma positiva),
pois os serviços de saúde são capazes de mapear as incidências de doenças em
cada região, aplicando tratamento específico de acordo com a sazonalidade
(SOUZA, 2017). Nas cidades inteligentes existe o uso racional dos recursos
naturais e adequado investimento em pessoas, infraestrutura e tecnologia, que
são planejados de acordo com uma governança que envolve digitalmente quase
a totalidade dos cidadãos. Não há cidade inteligente sem inclusão social e digital.

Nesse sentido, o Big Data e a Internet das Coisas (IoT) são fatores
determinantes no processo de transformar uma cidade comum em smart city.
São muitas as informações importantes e que precisam de armazenamento
adequado: dados de saúde, consumo de energia, transporte público, educação,
previdência, controle de natalidade e mortalidade, epidemias, entre outros. Por
isso, o gerenciamento das informações é assunto estratégico. Nessas cidades, a
Big Data se conecta a IoT, que identifica a ferramenta mais adequada para o uso
dos dados de maneira eficiente (SOUZA, 2017).

Muitos são os debates atuais sobre o papel das cidades na economia


mundial, principalmente no que se refere ao aglomerado de pessoas. Muitos
autores defendem a ideia de que é importante relacionar as tendências
socioeconômicas com as características das cidades. Este grupo de autores
defende que é nas cidades que se observam os efeitos da globalização: volume
financeiro acumulado, desindustrialização, expansão do setor de serviços,
mercado de trabalho mais segmentado, conflitos de classes sociais, religiosos e de
raças (SOUZA, 2017). As cidades estão cada vez mais interconectadas, e o sucesso
do conceito de cidades inteligentes se apoia sobre dois eixos principais:

• Gerenciamento dos recursos sob uma perspectiva sustentável, através de um


estilo de gestão mais expansivo e inovador, que permita integrar o conjunto de
recursos de forma mais eficiente.

• Criação de ambientes econômicos sociais mais atrativos, refazendo a


organização da rotina e dos processos urbanos, criando modelos de ações de
maior inteligência nas cidades.

Muitos são os conceitos que se somam aos cenários de pesquisa para


a criação de novas tecnologias que se mesclam no sentido de favorecer o
gerenciamento de cidades inteligentes. Torna-se imperativo, portanto, distinguir
os termos cidade inteligente de cidade digital. A cidade digital é capaz e tem
ampla capacidade de implantação de tecnologias de comunicação, com isso,

163
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

ela é rápida no sentido de disponibilizar acesso às ferramentas, conteúdos e


sistemas de gestão, atendendo às necessidades dos governantes, dos servidos e
dos cidadãos. Embora a visão de cidades inteligentes é algo mais abrangente:
a conceituação é oriunda da combinação entre a sociedade do conhecimento
(unindo informação, criatividade, capital humano e social, e a cidade digital que
usa de forma abundante os sistemas de informação e todos os demais recursos
tecnológicos (SOUZA, 2017). Para Souza (2017, p. 45):

A abordagem de cidades inteligentes inclui tecnologias que


promovem maior eficiência energética e otimização na produção
de bens e serviços; sistemas inteligentes para o monitoramento e
gerenciamento das infraestruturas urbanas e antecipação a acidentes
naturais; soluções de colaboração e redes sociais; sistemas integrados
para a gestão de ativos; sistemas especializados de atenção à saúde e
educação que permitem a interação com os atores por intermédio da
internet; sistemas, métodos e práticas para o gerenciamento integrado
de serviços de qualquer natureza; sistemas para o tratamento de
grandes volumes de dados estruturados e não estruturados; sistemas
de georreferenciamento; aplicações inteligentes embarcadas em
toda sorte de bens; tecnologias de identificação por radiofrequência
e etiquetas digitais colocadas em produtos e cargas, otimizando os
processos logísticos e as transações comerciais; sensores e sistemas
de inteligência artificial que percebem e respondem rapidamente a
eventos ocorridos no mundo físico, desencadeando processos digitais
que passam a ter consequências cada vez mais imediatas e significativas
no mundo, conectando pessoas, empresas e poder público a qualquer
tempo e em qualquer lugar.

Através das novas tecnologias são criados novos canais de comunicação


entre a população e os governantes, contribuindo para que se decida sempre
pelas escolhas que trazem ganho a todos, fazendo com que melhores decisões
sejam tomadas.

As aplicações das tecnologias das TICs nas cidades inteligentes são


vastas e se adaptam facilmente às características de cada cidade. Criar cidades
inteligentes não é um conceito tecnológico ou uma revolução. Na verdade, é uma
evolução natural do desenvolvimento registrado como fenômeno global, que visa
o equilíbrio entre o mundo natural e o tecnológico, respeitando as particularidades
de cada ambiente (SOUZA, 2017).

2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E MEIO AMBIENTE


NAS CIDADES INTELIGENTES
Depois de um período longo consumindo em demasia os recursos naturais
e praticando um descarte inadequado de todos os tipos de lixo produzidos, surgiu
o conceito de Sustentabilidade em Tecnologia da Informação, impulsionado
pela contaminação do meio ambiente através de resíduos dos equipamentos
eletrônicos.

164
TÓPICO 3 | AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA SOCIEDADE

A Tecnologia da Informação Verde (TI verde) é um termo mais recente


que o conceito de sustentabilidade, abordado pela primeira vez em 2005. A
Sustentabilidade surgiu em 1972 e foi abordado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) em 1985. A prática do conceito de TI verde é importante, pois com
a rápida evolução tecnológica os equipamentos se tornam obsoletos com pouco
tempo de uso. E aí surge a preocupação: o que fazer com estes equipamentos
e qual a melhor forma de descarte? Muitos equipamentos são jogados no lixo
comum, agredindo o meio ambiente e prejudicando a saúde de todos os seres
vivos (NETO, 2015).

Boa parte dos equipamentos são incinerados, contaminando o ar com


substâncias tóxicas. Por causa de práticas inadequadas é que surgiu e ganhou
força o conceito da TI verde, que consiste em um conjunto de políticas e práticas
capazes de garantir que a atividade de uma organização tenha o menor impacto
possível no meio ambiente, viabilizando menores gastos de energia, economia
dos recursos e matéria-prima especializada através da utilização de normas e
padrões verdes.

Mesmo que a TI Verde não seja praticada por todos, a importância do


conceito cresce na sociedade, pois a sustentabilidade é uma preocupação
constante. Todas as empresas pensam em um modo de se tornarem sustentáveis,
uma vez que a preocupação ambiental é assunto recorrente.

Um computador ligado uma hora por dia consome 5 kwh/mês, e que ao


final de um ano, emite 18 kg de CO² no ambiente, isso significa que ao se reduzir
uma hora do tempo de operação de um computador doméstico implica redução
da emissão de CO² equivalente à emissão de um carro a gasolina percorrendo 120
km/h (SOUZA, 2017).

2.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA MOBILIDADE DAS


CIDADES INTELIGENTES
É sempre alto o escalonamento de pessoas em relação ao acesso e uso
de smartphones e redes wi-fi. Em relação a isso, já era prevista a ascensão de
aplicativos como Waze, 99Taxis e Uber. Além de trazerem muitos benefícios
para os usuários, esses aplicativos também alteram a forma como os cidadãos
percebem o serviço de transporte público nas cidades mais populosas, o que
provoca grandes mudanças na mobilidade urbana, de forma geral. O desenfreado
crescimento populacional gera uma grande preocupação com a mobilidade
urbana, que é uma situação complexa e de difícil gerenciamento (NETO, 2015).

A mobilidade é uma grande preocupação em cidades de médio e grande


porte, em que o deslocamento rápido é um dos principais focos daquelas que
pretendem se enquadrar e praticar o conceito de smart cities. A tendência para

165
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

as cidades inteligentes é o compartilhamento do uso dos veículos, bem como


o desenvolvimento de carros que se dobram para ocupar menos espaço e a
substituição dos atuais semáforos por tecnologia mais inteligente, em que o
tempo aberto e fechado muda de acordo com as condições do trânsito. O carro
dobrável já é realidade. Em 2014 foram criados 20 protótipos do Hiriko, que foi
desenvolvido pelo MIT em pesquisa iniciada em 2001. Esse carro é elétrico e
ocupa 60% do espaço de um carro convencional (NETO, 2015).

3 TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


Novas modalidades ou conceitos de transporte serão praticados em
breve: o compartilhamento de carros (particulares ou de transporte público) dará
origem ao conceito de transporte por demanda, pois um maior número de carros
estará disponível sempre que houver um maior número de pessoas precisando do
serviço, como na saída de um show, ou de um jogo, ou de situações emergenciais,
como as catástrofes naturais.

FIGURA 2 – TRÂNSITO NAS CIDADES INTELIGENTES

Acesso em Órgãos Governamentais,


Áreas Públicas Escolas, Postos de Saúde
Controle da Frota Pública
Transporte, SAMU, Polícia
Civil e Militar, Bombeiros.

Infra Estrutura
WI-FI

Vídeo Vigilância Inclusão Digital


ITS - Sistema Inteligente de Trânsito

FONTE: <http://patrocinados.estadao.com.br/arteris/mais-seguras-e-sustentaveis-saiba-como-
serao-as-rodovias-de-2030/>. Acesso em: 22 ago. 2019.

166
TÓPICO 3 | AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA SOCIEDADE

4 INTERNET DAS COISAS (IoT)


A fundamentação do conceito de Internet das Coisas (IoT) diz respeito à
conexão de diversos objetos com a internet através de sistemas automatizados
que coletam informações em tempo real, analisam e criam ações de acordo
com a necessidade do usuário. A IoT abre as portas para a inovação através
de inúmeras possibilidades de negócios, além de melhorar vários aspectos da
vida cotidiana (OLIVEIRA, 2017). Todos os tipos de organização, de todos os
setores e de diversos tamanhos podem se beneficiar da aplicação deste conceito.
Com as soluções adequadas, a IoT pode ser aplicada em todas as áreas de
uma organização, da prospecção de clientes e planejamento do marketing ao
treinamento de colaboradores.

A IoT também é um conceito de utilidade pública, pois serviços importantes


de atendimento aos cidadãos (polícia, ambulância) podem ser melhorados no que
se refere à agilidade, com o auxílio de dispositivos conectados na rede. O conceito
também tem aplicação pessoal, auxiliando na automação de tarefas diárias,
controle financeiro, contratação de serviços específicos, entre outras opções. Um
exemplo disso são as pulseiras criadas para realizar pagamentos, as quais estão
sendo testadas em alguns estabelecimentos comerciais. Outro exemplo de IoT
vem do mundo do entretenimento: a Disney criou a Magic Band, que permite
acesso personalizado aos brinquedos do parque.

De acordo com Oliveira (2017, p. 45, grifo nosso), podemos perceber como
exemplos reais e atuais da aplicação da IoT:

• Amazon Echo: sistema de casa inteligente que trabalha por meio de


uma assistente virtual. Alexa é o nome da Assistente que realiza
várias tarefas, tais como: fala a previsão do tempo, chama táxi, toca
música.
• Fitbit: pulseira inteligente usada para monitorar passos, queima
de calorias, qualidade do sono, entre outros. A Fitbit ainda se
conecta com smartphones e computadores para transmitir os dados
coletados.
• Cidades inteligentes: os projetos envolvem melhorias no transporte,
gestão do lixo, uso eficiente da energia e logística de tráfego, além
de muitas outras áreas. Barcelona é um exemplo de cidade imersa
no conceito de IoT.
• Apple CarPlay: são veículos conectados a um sistema da Apple
através do iPhone. Foi desenvolvido para ser usado sem causar
a distração do motorista. Através dele é possível fazer e receber
ligações, enviar mensagens, tocar música ou executar qualquer ação
que se faria com o aparelho em mãos.

Para o futuro, vários setores da sociedade podem ser completamente


remodelados com a IoT. A segurança é uma das maiores preocupações da
sociedade atualmente. Com auxílio da IoT, as ferramentas de vigilância podem
ser incrementadas e a identificação e localização de suspeitos mais ágil e precisa
(OLIVEIRA, 2017).

167
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

A área da saúde também será bastante beneficiada, sendo consideravelmente


aprimorada com o uso de objetos conectados à rede. O sistema de atendimento
poderia verificar o histórico do paciente através de um dispositivo já conectado,
facilitando e agilizando os casos emergenciais.

No setor dos negócios, as áreas de vendas, marketing, suporte, recursos


humanos, administração e financeiro serão setores mais facilmente integrados.
Novos canais de interação com o cliente surgirão, permitindo a criação de novos
produtos e serviços cada vez mais personalizados.

O ambiente acadêmico é um dos setores que mais necessita de tecnologia,


a fim de democratizar o uso das ferramentas. A IoT vai favorecer os modelos de
ensino, principalmente o formato a distância, fortalecendo a inclusão digital, uma
vez que pessoas que nunca usaram um tablet, por exemplo, terão conexão com a
rede através de objetos comuns e de uso diário (OLIVEIRA, 2017).

UNI

Isso tudo pode parecer um pouco longe da nossa realidade, pode assustar e não
ser tão fácil de assimilar. Para ilustrar melhor esse conceito e abrir um pouco a nossa mente,
vamos usar um exemplo do nosso dia a dia, do qual é possível perceber que, na verdade, essa
tal de IoT pode ser uma boa mudança. Vamos dizer, por exemplo, que você tem uma reunião
de manhã cedo; seu despertador, conectado com o seu calendário, acorda-o na hora certa.
As luzes do quarto se acendem, a cortina abre automaticamente. Antes disso, a cafeteira já
começou a preparar o café, e a torradeira começa a esquentar o pão.

Quando você entra no carro, a sua música favorita começa a tocar. Seu carro também pode
ter acesso ao calendário e contatos, e automaticamente saberá a melhor rota a ser tomada
para atingir seu destino. Se houver muito trânsito, seu carro enviará uma mensagem aos
envolvidos, notificando-os de um possível atraso. Tudo isso otimiza a nossa vida, quando
os objetos antecipam as nossas necessidades. Podem existir aqueles que possuem ressalvas
quanto a esse estilo de vida, mas vamos pensar por um outro lado. E se, ao invés de perder
tempo diariamente com esses detalhes, nosso foco for direcionado para uma coisa mais
produtiva e que realmente pode fazer a diferença?

Durante o último século, mais intensamente na última década, vimos surgir um campo de
dados global. Os objetos, pessoas e até a natureza emitiam grande quantidade de dados,
apenas não conseguíamos ver, ouvir, nem fazer sentido deles. É isso que a IoT veio mudar
na nossa realidade, por que agora tudo tem inteligência e está interconectado, de modo que
nós passamos a ter acesso aos dados, ou melhor, à informação. No fundo, tínhamos um mar
de dados, que agora somos capazes de colocar inteligência e transformá-los em informação,
conhecimento e, no final, em sabedoria. E uma vez que conseguimos perceber os padrões
de todos esses dados, a sociedade vai se tornar mais eficiente, aumentando a produtividade,
melhorando a qualidade de vida das pessoas e do nosso planeta em si. Com isso, gerar novos
insights, novas atividades e, claro, fomentar ainda mais a inovação. A ponte entre a coleta
de dados e o compartilhamento adequado desses dados, com segurança e proteção para
todas as partes permanece um desafio-chave na evolução desse setor. Apesar disso, é um
segmento animador e que devemos acompanhar de perto.

FONTE: <http://www.proof.com.br/blog/internet-das-coisas/>. Acesso em: 11 jul. 2018.

168
TÓPICO 3 | AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA SOCIEDADE

LEITURA COMPLEMENTAR

O FUTURO ESTÁ NOS DADOS PARA QUEM QUISER


GOVERNAR BEM!

Como as empresas privadas, o setor público agora cruza informações e


estatísticas para se antecipar a demandas da população. Nasce, assim, um novo
jeito de governar bem.

REVISTA EXAME – Por Patrick Cruz

Em Memphis, nos Estados Unidos, a polícia pode chegar a uma esquina


perigosa antes de ter sido chamada pela vítima de um assalto ou por uma
testemunha para atender uma ocorrência de furto. Em São Carlos, no interior
paulista, o celular avisa o usuário de transporte coletivo sobre quantos minutos
seu ônibus levará até chegar ao ponto.

Na Noruega, o cruzamento de informações dos bancos de dados públicos


sobre aposentados e pensionistas ajuda a planejar melhorias no sistema de saúde.
São, todos eles, exemplos de uma nova realidade na gestão pública moldada pelo
avanço da tecnologia. De um lado, especialmente nos centros urbanos, é possível
capturar um volume crescente de informações sobre tudo o que está acontecendo
nas ruas por meio de câmeras e de sensores eletrônicos.

De outro lado, há uma intimidade cada vez maior na relação cotidiana


do Estado com os cidadãos – e ela resulta na acumulação de toda a sorte de
informações sobre cada um de nós. A carteira de vacinação da infância, os dados
fornecidos para a emissão de passaporte e a declaração de imposto de renda
são fontes de conhecimento do perfil, do histórico e dos hábitos do cidadão. Até
há pouco tempo, os órgãos públicos, enredados na burocracia, pouco proveito
tiravam desse acervo. Mas o cenário começou a mudar.

À moda das empresas privadas, que se esmeram para desenvolver


produtos de acordo com o gosto da freguesia, governos têm feito o mesmo,
tomando como ponto de partida o conhecimento arquivado sobre os indivíduos
e o que se passa com eles. Os “produtos” dos governos são os serviços públicos,
os “clientes” são os cidadãos – e o “lucro” pode ser o bom resultado nas urnas.
Do ponto de vista das empresas privadas, é uma lógica simples. Mas, no poder
público, equivale a uma revolução de conceitos.

Afinal, os governantes costumam ta­tear­no escuro para adivinhar o que a


população quer. Isso ficou evidente nas semanas que se seguiram aos protestos
populares de junho de 2013 no Brasil, quando se viram reações como a do titular
da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho: ele confessou
que estava com dificuldade para entender o que queriam os manifestantes. Não
por acaso, estudiosos da gestão pública tratam o fenômeno do uso de bases de
dados como a gênese do governo do futuro.

169
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Tecnologia e informação são os dois componentes-chave desse novo


jeito de governar. Não se trata de apenas entupir repartições públicas com
computadores para que eles sirvam para armazenar pilhas de estatísticas. Isso
já se faz há décadas – e ter computadores à mão não necessariamente torna uma
repartição pública mais eficiente.

O passo evolutivo está no uso prático e inteligente dessas informações. Uma


cidade que ilustra a nova realidade é Memphis, localizada no estado americano
do Tennessee. A polícia local recebe uma média de 2 milhões de chamadas por
ano. Cada telefonema para denunciar um crime contém inúmeras informações
– qual crime foi cometido, em que região da cidade ocorreu, descrição física dos
suspeitos, horário da chamada.

O que acontece com esses dados? Em lugares em que a administração


pública ainda não deu o passo evolutivo, eles viram apenas estatística. Em Memphis,
passaram a balizar a ação do órgão público. Com base em dados que antes apenas
armazenava, a polícia mudou a distribuição de viaturas e policiais na cidade.

Esse cruzamento de um grande número de informações por meio de


softwares de análise é genericamente chamado de big data. Foi assim que fez cair
30% o número de crimes na cidade nos últimos seis anos. A polícia também pode
ter acesso à lista de alunos que não foram à escola do bairro.

Quando muitos jovens cabulam aula no mesmo dia, o risco de haver


pequenos furtos nas proximidades normalmente cresce. É um sinal de que é bom
a polícia passar por ali – e muitas vezes isso faz com que um policial chegue a
tempo de evitar que um delito ocorra.

Perguntar é preciso

“A base desse novo modo de pensar a gestão pública é muito simples:


perguntar às pessoas o que elas querem”, disse a EXAME Guy Peters, professor
da Universidade de Pittsburgh e uma das maiores autoridades mundiais em
administração pública.

Afinal, qualquer pessoa – até os governantes – pode supor que a população


quer educação, saúde, transporte e segurança melhores. Mas que tipo de saúde se
quer? E em que momento um tema como saneamento básico assume o topo das
prioridades dos cidadãos?

Os governantes costumam achar que vitórias nas urnas dão a eles


também a prerrogativa de antever o que o público deseja. Não poderiam estar
mais equivocados. “Como é impossível atender a todas as demandas, é preciso
investigar os dados para definir prioridades”, diz Peters. Foi esse espírito que, em
2011, ajudou o município de São Carlos, no interior de São Paulo, a derrubar o
número de reclamações sobre o transporte coletivo da cidade.

A queixa contra os atrasos, uma das mais comuns relacionadas ao serviço


na cidade há dois anos, caiu 70% desde então. Em 2011, os ônibus de São Carlos

170
TÓPICO 3 | AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA SOCIEDADE

já contavam com um sistema de monitoramento, utilizado para o controle da


frota. Esse sistema passou a “conversar” com um aplicativo de telefone celular
desenvolvido pela empresa de tecnologia da informação Criar.

O aplicativo informa a localização, o destino e o tempo em que o ônibus


estará no ponto do usuário. Na prática, o passageiro sabe que o ônibus está
chegando antes de avistá-lo.

Ouvir as reclamações é algo antigo, mas cruzar bancos de dados para


fazer disso um norte para a administração pública é um avanço recente. Nada
que o setor privado já não tenha entendido há mais tempo. No início dos anos 90,
Christopher Hood, professor da Universidade de Oxford, cunhou o termo New
Public Management, ou Nova Gestão Pública.

Hood enxergou um incipiente movimento em governos mundo afora que,


influenciados pelos processos adotados no setor privado, puseram na ordem do
dia a busca por maior eficiência e qualidade nos serviços públicos. Mas só agora,
duas décadas depois, com o desenvolvimento das comunicações e o surgimento
de tecnologias mais apropriadas, é que os governos têm conseguido multiplicar
tais ações.

Nos Estados Unidos, estima-se que o uso do Big Data no setor público
possa reduzir os gastos do governo em 380 bilhões de dólares por ano, segundo
pesquisa realizada pela TechAmerica Foundation, instituição de estudo ligada a
grandes empresas de tecnologia da informação.

Ouvir e interpretar

Não basta ouvir – e, ao ouvir, é preciso fazer com que manifestações


aparentemente desconexas dos cidadãos se transformem em diagnósticos
de demanda palpáveis. Em 2004, telefonemas para a NYC 311, a central de
atendimento ao cidadão de Nova York, davam conta do incômodo causado por
barulho nas ruas e carros estacionados em fila dupla.

Os telefonemas não eram denúncias contra grandes atividades


criminosas, mas foi a isso que levaram: com base nessas informações, a polícia
descobriu redes de casas noturnas clandestinas. “O call center monitora os
desejos da população, mas é preciso interpretar os dados para poder antecipar-
se às demandas”, diz Bernard le Masson, diretor de serviços públicos da
consultoria Accenture em Paris.

A empresa elaborou um amplo estudo reunindo informações sobre


algumas das principais iniciativas do gênero no mundo. No caso da prefeitura de
Nova York, a criação do serviço permitiu juntar em uma só central os serviços de
300 diferentes agências governamentais. Na solução de Nova York — onde antes
da central a demora apenas para a solicitação da troca de uma lâmpada de rua
podia levar mais de 20 minutos e hoje se resolve em um único e breve telefonema
—, a interação humana é essencial.

171
UNIDADE 3 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Em outros casos, a interação é desnecessária. A prefeitura de Boston, no


estado de Massachu­setts, também nos Estados Unidos, adotou uma tecnologia
que detecta buracos de rua por meio de um aplicativo instalado em telefones
celulares. Quando um motorista, já com o aplicativo em seu celular, dirige pela
cidade, o aparelho percebe pontos de trepidação acima do normal no asfalto.

Esse alerta é passado a uma central da prefeitura, que destaca uma equipe
para recuperar a pista. Boston fecha 19 000 buracos de rua por ano. É uma lógica
parecida com a que funciona no bairro Guajuviras, em Canoas, na Grande Porto
Alegre, chamado “Bagdá brasileira”.

O número de homicídios no bairro caiu pela metade nos últimos três


anos. Em 2010, Guajuviras ganhou sensores que detectam o som do disparo de
uma arma num raio de até 3 quilômetros. A informação captada pelos sensores
chega a uma central da polícia, que imediatamente envia uma viatura para
verificar a ocorrência.

Usar de maneira mais inteligente as informações que têm sobre nós


é também uma forma de os governos melhorarem o gasto público. A Oxford
Economics, consultoria econômica ligada à Universidade de Oxford, na
Inglaterra, analisou dez países para saber o impacto que o aumento da eficiência
dos governos teria sobre as contas públicas.

Se os governos desses dez países elevassem sua eficiência em apenas 1% ao


ano de 2012 a 2025, eles economizariam um total de 2 trilhões de dólares. No Brasil,
a economia seria de 122 bilhões de dólares, segundo a Oxford Economics. “Os
governos têm hoje muita informação sobre as pessoas. Eles precisam identificar
quais dessas informações são relevantes — o que é também uma maneira de ser
eficiente”, diz Rolf Alter, diretor de governança pública da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade que congrega 34
paí­ses, em sua maioria, desenvolvidos.

Afinal, eficiência na coleta de dados é mais do que amealhar o máximo


de informações possível: é saber quais delas são de fato importantes para elevar
o nível da gestão. “Não adianta melhorar os processos para guardar informações
inúteis”, diz o senador Salvador Vega-Casillas, ex-ministro da Administração
Pública do México de 2007 a 2011. O México foi premiado em 2011 pelo Banco
Mundial por práticas de modernização da gestão pública, como o uso da
tecnologia para acelerar a abertura de empresas.

O avanço da tecnologia amplificou o uso que os governos fazem das


informações para definir políticas públicas. A Noruega reformou toda a relação
que tem com seus aposentados e pensionistas. Hoje, 22% da população norueguesa
recebe aposentadoria ou algum tipo de pensão.

Nos últimos anos, o país criou uma plataforma na internet para concentrar
toda a relação do poder público com esse estrato da população. Primeiro veio a
melhora no atendimento: requisições de aposentadoria, que podiam levar mais
de três meses, agora podem ser feitas em minutos.
172
TÓPICO 3 | AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO PÚBLICA E O COTIDIANO DA SOCIEDADE

O benefício adicional – e aqui está a impressão digital do “governo do


futuro” – é que o governo passou a contar com dados mais precisos e atua­
lizados de seus pensionistas para preparar o sistema de saúde para as próximas
décadas. Esse acréscimo não é desprezível, especialmente quando se considera
que, em 2050, cerca de 40% dos noruegueses estarão aposentados, segundo as
projeções atuais.

“Saber usar as informações dos cidadãos para antecipar demandas deles


é o Santo Graal da gestão pública no mundo atual­mente”, diz Geovani Fagunde,
sócio da consultoria PwC.

Quanto mais a tecnologia – e a qualidade das informações – evoluir, mais


assertivo será o diagnóstico das demandas dos cidadãos. Só na área da saúde,
essa evolução poderia significar uma economia de 450 bilhões de dólares anuais
em despesas governamentais em todo o mundo, nos cálculos da consultoria
McKinsey. Já há iniciativas nessa linha.

A Escócia, por exemplo, criou um programa que cruza dados da


população, como idade, hábitos alimentares e histórico de doenças familiares,
para implementar programas de saúde preventiva – o objetivo é diminuir os
gastos com procedimentos mais caros, como cirurgias e tratamentos complexos.
“À medida que os dados clínicos ficam mais precisos, é possível prever melhor a
chegada de doenças e, assim, desenvolver ações de prevenção”, diz Rick Ratliff,
diretor global da área de serviços de saúde da Accenture.

Levantar, armazenar e cruzar informações para fazer disso um


instrumento de gestão pública pode soar como uma conversa sobre o sexo dos
anjos para muitos governantes. Essa leitura depreciativa ganha força quando
a eles é apresentada a conta pelo trabalho. Não é uma iniciativa barata – nem
aparece tanto quanto colocar asfalto numa rua, por exemplo (o que parece tornar
mais difícil a transformação dela em votos).

A mudança no sistema de gestão das aposentadorias da Noruega saiu


por mais de 500 milhões de dólares. Em Nova York, cada telefonema para o NYC
311 custa ao poder público cerca de 2,50 dólares – o custo do serviço chega a
50 milhões de dólares anuais. O que não entra na matemática desses mesmos
governantes é que a omissão também impõe uma conta elevada.

De acordo com uma pesquisa do Programa de Administração Pública


da Organização das Nações Unidas, só 36% dos habitantes de um grupo de dez
países, entre os quais o Brasil, estão satisfeitos com os serviços públicos que
lhes são oferecidos. Há uma maioria de insatisfeitos. É bom que os políticos
comecem logo a utilizar as ferramentas da tecnologia para melhorar os serviços
públicos.

FONTE: <https://exame.abril.com.br/revista-exame/o-futuro-esta-nos-dados/>. Acesso em: 22


ago. 2019.

173
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• A cidade inteligente é um conceito inovador e recente. É um aspecto importante


quando relacionado às práticas para tornar o planeta mais sustentável, e vem
movimentando o mercado de tecnologia, que investe bilhões de dólares em
produtos e serviços para atender às demandas de crescimento econômico no
mundo inteiro.

• O conceito de cidade inteligente pode ser percebido tanto no setor público


quanto no privado, pois numa cidade onde hospitais, delegacias, escolas,
centros comerciais, sistemas de abastecimento, saneamento básico e de
transporte estão diretamente conectados há uma maior segurança na troca de
informações e maior qualidade de vida da população.

• Nas cidades inteligentes existe o uso racional dos recursos naturais e adequado
investimento em pessoas, infraestrutura e tecnologia, que são planejados de
acordo com uma governança que envolve digitalmente quase a totalidade dos
cidadãos. Não há cidade inteligente sem inclusão social e digital.

• A mobilidade é uma grande preocupação em cidades de médio e grande porte,


onde o deslocamento rápido é um dos principais focos daquelas que pretendem
se enquadrar e praticar o conceito de smart cities. A tendência para as cidades
inteligentes é o compartilhamento de uso dos veículos.

• A qualidade de vida pode ser considerada o objetivo final e principal das


cidades inteligentes. Tudo o que é pesquisado e colocado em prática tem a
finalidade de melhorar e facilitar a vida dos habitantes. São três os alicerces da
qualidade de vida de uma cidade inteligente: segurança, saúde e moradia.

• Portais interativos serão cada vez mais comuns. Através deles será possível
decidir sobre qualquer assunto de interesse coletivo. Uma cidade inteligente
inclui seus cidadãos nas decisões relacionadas a sua gestão e aplicações dos
recursos oriundos dos tributos pagos pela população.

• Nos processos interativos da linguagem natural se destacam dois conceitos


importantes: o processamento de linguagem natural (PLN) e a geração de
linguagem natural (GLN). Estes conceitos são aplicados de forma conjunta,
mas apresentam finalidades distintas. O PLN é parte da equação que consiste
em questionar, enquanto a GLN é usada para apresentar os resultados e
informações em linguagem natural para o usuário.

174
• Os Sistemas MultiAgente (SMA) contemplam uma subárea da Inteligência
Artificial Distribuída e formam um conjunto de agentes inteligentes que
interagem em um mesmo ambiente.

• Os SMA são capazes de agir de forma autônoma tomando decisões levando à


satisfação dos seus objetivos.

• Os SMA são capazes de interagir com outros agentes utilizando protocolos de


interação social inspirados nos humanos e incluindo pelo menos algumas das
seguintes funcionalidades: coordenação, cooperação, competição e negociação.

• De forma geral, o uso de sistemas multiagentes na solução de problemas


oriundos da Inteligência Artificial traz uma série de benefícios, mais
precisamente quando o recurso utilizado, problema ou conhecimento aplicado
são notadamente distribuídos.

• A fundamentação do conceito de Internet das Coisas (IoT) diz respeito à


conexão de diversos objetos com a internet através de sistemas automatizados
que coletam informações em tempo real, analisam e criam ações de acordo com
a necessidade do usuário.

• Alguns exemplos reais e atuais da aplicação da IoT: Amazon Echo, Fitbit,


Cidades inteligentes, Apple CarPlay.

• A IoT abre as portas para a inovação por causa das inúmeras possibilidades de
negócio. Empresas de qualquer tipo e porte podem ser amplamente beneficiadas
pelo uso das ferramentas certas que podem ser aplicadas em qualquer área, da
contratação ao treinamento de colaboradores.

• É um conceito que favorece a vida em sociedade, considerado de utilidade


pública, uma vez que serviços importantes para a população, como polícia,
bombeiros e ambulâncias podem ser aprimorados na agilidade com ajuda de
dispositivos conectados à rede.

175
AUTOATIVIDADE

1 Computação cognitiva é o processo por meio do qual sistemas adquirem


conhecimento. A computação cognitiva torna-se a mais nova etapa na
evolução tecnológica. Afinal, lá nos primórdios, os processadores eram
capazes de efetuar cálculos; depois, evoluíram para a utilização de
sistemas programáveis (como conhecemos hoje), e o próximo passo será o
processamento de informações baseadas em aprendizado de experiências
anteriores. Um funcionamento semelhante ao do nosso cérebro, uma
vez que vamos recebendo informações e processando-as para adquirir
aprendizados.

FONTE: <https://blog.runrun.it/computacao-cognitiva/>. Acesso em: 11 mar. 2019.

Analise as sentenças propostas.


I- Por meio da computação cognitiva, sistemas podem se conectar a diversos
conhecimentos para aprenderem sobre variados temas de forma similar à
mente humana.
II- As competências tecnológicas desta plataforma tecnológica são inspiradas
nas capacidades únicas do cérebro humano de analisar e resolver
problemas.
III- Os conceitos de computação cognitiva não podem ser aplicados ao
e-commerce.
IV- Com base no uso de sensores, modelos, metodologias, algoritmos e dados,
são desenvolvidos sistemas capazes de identificar padrões e reconhecer
objetos.

Assinale a resposta CORRETA:


a) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e IV.
b) ( ) Estão corretas as sentenças I, III e IV.
c) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e III.
d) ( ) Estão corretas as sentenças II e IV.

2 Até o início dos anos 1990, o conceito de cidades inteligentes era mais uma
discussão acadêmica do que uma prática do dia a dia. Nos últimos tempos,
essa realidade mudou com o avanço da tecnologia e a necessidade de
repensar o uso dos espaços urbanos respeitando a sustentabilidade.

FONTE: <https://exame.abril.com.br/tecnologia/conheca-3-cidadesinteligentes-pelo-mundo/>.
Acesso em: 11 mar. 2019.

Sobre cidades inteligentes, analise as sentenças propostas:


I- Cidades inteligentes otimizam a aplicação dos recursos.
II- Cidades inteligentes focam-se na sustentabilidade.
III- Dependem exclusivamente dos tributos pagos pela população para se
manterem sustentáveis.

176
IV- O conceito de cidade inteligente é mais facilmente aplicado em cidades
pequenas e com pouca dependência tecnológica.

Assinale a resposta correta:


a) ( ) Estão corretas as sentenças I e IV.
b) ( ) Estão corretas as sentenças I e II.
c) ( ) Estão corretas as sentenças I e III.
d) ( ) Estão corretas as sentenças I,II e IV.

3 Quando conversamos com alguém fornecemos através da linguagem


informações que podem ser compreendidas pelo nosso interlocutor a
partir de um contexto. A forma como as pessoas se comunicam no dia a
dia é uma linguagem natural. Partindo para o universo da computação, um
dos maiores desafios da ciência é habilitar as máquinas para que elas sejam
capazes de interpretar e reagir às informações fornecidas por uma pessoa,
de forma natural, como em uma conversa. Esse conhecimento é uma das
áreas de inteligência artificial, conhecida como processamento de linguagem
natural ou NLP (Natural Language Processing).

FONTE: <http://ubots.com.br/blog/chatbots/2017/08/04/como-funciona-oprocessamento-de-
linguagem-natural-nos-chatbots.html>. Acesso em: 11 mar. 2019.

Em relação ao conceito de processamento de linguagem natural, analise


as sentenças propostas:
I- Um programa é um algoritmo escrito na linguagem natural.
II- Visa aproximar o computador da realidade do homem através do
desenvolvimento de ferramentas que possibilitam uma comunicação mais
natural entre homem e máquina.
III- Usa ferramentas para a extração de informações de grandes bases textuais
e de tradução automática de textos.
IV- A linguagem não é um dos aspectos fundamentais do comportamento
humano, pois permite a interação entre os indivíduos e a perpetuação dos
conhecimentos.

Assinale a resposta correta:


a) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e III.
b) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e IV.
c) ( ) Estão corretas as sentenças II, III e IV.
d) ( ) Estão corretas as sentenças I, III e IV.

4 A inteligência artificial é um ramo de pesquisa da ciência da computação


que busca, através de símbolos computacionais, construir mecanismos e/ou
dispositivos que simulam a capacidade do ser humano de pensar, resolver
problemas, ou seja, de ser inteligente. As definições de IA são diversas, mas
elas variam em duas principais características: raciocínio e comportamento.
Com base nessas características, analise as sentenças a seguir:

177
I- Sistemas que pensam como humanos, e que pretendem simular o
pensamento humano (modelos cognitivos) sem se preocupar em resolver
problemas com precisão, mas procuram simular a forma como os seres
humanos resolvem os problemas.
II- Sistemas que pensam racionalmente têm como objetivo desenvolver
programas que usem raciocínio lógico para resolver os problemas.
III- Sistemas que atuam racionalmente, estudam a construção de agentes
que realizam tarefas de forma não racional, mas emocional, simulando
humanos.
IV- Sistemas que atuam como humanos, neste caso tem como objetivo fazer com
que o computador se comporte como um ser humano independentemente
do tipo de raciocínio que usa.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.

178
REFERÊNCIAS
ABREU, Aline França; REZENDE, Denis Alcides. Tecnologia da Informação
Aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

ALBERTIN, A. L. Planejamento de sistemas de informação. 3. ed. São Paulo:


Atlas, 2015.

ALBERTIN, A. L. Tecnologia da informação e desempenho empresarial. 3. ed.


São Paulo: Atlas, 2010.

ALHO, M. R.; CARVALHO, P. A. M. de. Tecnologia da informação e os novos


modelos de gestão de pessoas. Brasília: FIA, 2007.

ALTERTIN, Alberto L. Administração de informática: funções e fatores críticos


de sucesso. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

ARANHA, H. S. Fatores inibidores a adoção de tecnologia da informação


em micro e pequenas empresas fornecedoras no Estado do Pará. Dissertação
(Mestrado em Administração) – Centro de Ciências Sociais Aplicadas.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Rio Grande do Norte, 2010.

ARRUDA, M. C. C.; WHITAKER, M. C.; RAMOS, J. M. R. Fundamentos de Ética


Empresarial e Econômica. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

BARBIERI, V. F. Gestão de pessoas nas organizações. São Paulo: Atlas, 2014.

BARROS, F. G. Elaboração do plano de desenvolvimento de tecnologia da


informação. Brasília [s.n.], 2014.

BATISTA, E. O. de. Sistema de informação: o uso consciente da tecnologia para o


gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2006.

BERGERON, F. Ideal patterns of strategic alignment and business performance.


Information & Management. [s.l.: s.n.], 2004.

BRASIL. Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Aprova o Código de Ética


Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm. Acesso em: 18 ago.
2015.

BRASIL. Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o Regime Jurídico


dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8112cons.
htm. Acesso em: 09 jun. 2019.

179
BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Diário Oficial da União,
Brasília, 18 nov. 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm. Acesso em: 3 jun. 2019.

CAIÇARA JÚNIOR, C. Sistemas Integrados de Gestão (SIGE, ERP). 3. ed. São


Paulo: Ibpex, 2009.

CARTER, M. et al. The Emerging CIO Role of Business Technology Strategist. In:
MIS Quarterly. v.10, p.19-29, [s.l.: s.n.], 2011.

CHASE, R. B.; JACOBS, F. T.; AQUILANO, N. Administração da produção para


a vantagem competitiva. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos na


organização. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

CHIAVENATO, I. O novo papel do RH na gestão de pessoas. 4. ed. São Paulo:


Saraiva, 2014.

COBIT4.1. Disponível em: <http://www.isaca.org/Knowledge- Center/cobit/


Pages/Downloads.aspx>. Acesso em: 8 mar. 2018.

COHEN, W. M., LEVINTHAL, D. A. Absorptive capacity: a new perspective on


learning and innovation. Administrative Science Quartely. [s.l.: s.n.], 1990.

COLANGELO F. L. Implantação de sistemas ERP (Enterprise Resource


Planning): um enfoque de longo prazo. São Paulo: Atlas, 2001. 191 p.

COMPUTERWORLD. Brasil aparece na lista dos 30 melhores países em offshore


de TI. 21 dez. 2018. Acesso em: 28 maio 2018.
Constituição (1988). Constituição da República do Brasil. Brasília, DF: Senado,
1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm . Acesso em: 11 jun. 2019.

CORREIA NETO, J. F.; LEITE, J. C. Decisões de investimentos em TI. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2014.

COSTA, Wladimir da. Metodologias de planejamento de tecnologia da


informação: estudo e aplicação em um ambiente. Dissertação (Mestrado
em Ciência da Computação) – Faculdade de Ciências Exatas e da Natureza,
Universidade Metodista de Piracicaba. São Paulo, 2005. Disponível em: https://
www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/GOXLSQEJRWFO.pdf. Acesso em: 28
jun. 2018.

DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as


organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
desempenho estratégico e operacional. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.

180
FERNANDES, A. A. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão dos
processos e serviços. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2008.

FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Governança de TI: da estratégia à gestão de


processos e serviços. 4. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2014.

FERNANDES, B. R. Gestão estratégica de pessoas: foco em competências. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2013.

FERRO, D. A.; NETO, M. F.; WAQUED, C. A. A importância do sistema integrado


de gestão empresarial para instituições privadas ou públicas. Goiás: Pontifícia
Universidade Católica, 2010. https://bit.ly/2KEGep0. Acesso em: 3 jul. 2010.

FILHO, M. C. S. Os sistemas de informação na administração pública e a


transparência a serviço do povo, 2014.

FOINA, P. R. Tecnologia de informação: planejamento e gestão. 2. ed. São Paulo:


Atlas, 2006.

FREITAS, H. et al. Dificuldades para o uso da tecnologia da informação. Revista


RAE-Eletrônica. v. 4, n. 2, São Paulo, 2009. Disponível em: http://www.rae.
com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=2108&Secao=ARTIG
OS&Volume=4&Numero=2&Ano=2005. Acesso em: 5 out. 2017.

GOMES, C. F. S.; RIBEIRO, P. C. C. Gestão da cadeia de suprimentos: integrada


à tecnologia da informação. São Paulo: Thomson, 2004.

HENDERSON, J. C.; VENKATRAMAN, N. Strategic alignment: leveranging


information technology for transforming organizations. IBM System Journal. v.
32, n. 1, p. 4-16, New York, 1996.

HUANG, C. D.; HU, Q. Achieving IT-Business Strategic Alignment via


Enterprise-Wide Implementation of Balanced Scorecards. Information Systems
Management. v. 24, p.173-184, [s.l.], 2007.

KLEE, A. E. L. Comércio eletrônico. São Paulo: Atlas, 2014.

LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Gerenciamento de sistemas de informação. 3.


ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais. 7. ed. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

LEDERER, A.; SETHI, V. The implementation of strategic information systems


planning methodologies. Society for Information Management and the
Management Information Systems Research Center Minneapolis. Minnesota/
USA, 1992.

181
LUFTMAN, J. Assessing business-it alignment maturity. Communications of
AIS. v. 4, [s.l.: s.n.], 2004.

LUFTMAN, J.; BRIER, T. Achieving and sustaining business-it alignment.


California Management Review. [s.l.: s.n.], 1999.

MARINHO, A. R. M. Fatores Influenciadores dos Investimentos em TI e


Benefícios Intangíveis Gerados para a Organização: um Framework de
Pesquisa. Enanpad, Rio de janeiro, 2014.

MATTOS, C. A. Gestão integrada de processos e tecnologia da informação. São


Paulo: Atlas, 2006.

McGOVERN, T. Why do successful companies fail? A case study of the decline


of Dunlop. [S.l.] Business History, 2009.

NETO, M. V. Computação em nuvem e governança da Internet: aspectos a


considerar no serviço público brasileiro. In: Anais do 13º Congresso Internacional
de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação – CONTECSI. São Paulo,
2015.

NOLAN, R.; McFARLAN, F. W. Information technology and the board of


directors. Harvard Business Review. v. 83, n. 10, p. 96-106, Boston, 2005.

NOVAIS, O.; FERREIRA, M.; LEITE, F. Técnicas de Nanocaracterização. 3. ed.


Santa Catarina: Editora Camus, 2016.

O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da


internet. 2. ed. Tradução de Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2004.

OLIVEIRA, F. B. de (Org.). Tecnologia da informação e da Comunicação: a busca


de uma visão ampla e estruturada. São Paulo: Pearson Prentice Hall: Fundação
Getúlio Vargas, 2007.

OLIVEIRA, S. de. Internet das Coisas. São Paulo: Novatec, 2017.

PEREIRA, F. R. Fundamentos em gerenciamento de serviços em TI baseado no


ITIL, abr. 2006. Treinamento para certificação ITIL Foundation, 2012.

PORTER, M. E.; MILLAR, V. E. How information gives you competitive advantage.


Harvard Business Review. [s.l.: s.n.], 1986.

POTTER, R. E.; RAINER, R. K. Jr.; TURBAN, E. Administração de tecnologia da


informação: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

REZENDE, D. A. Planejamento de sistemas de informação e informática. São


Paulo: Atlas, 2002.

182
ROSINI, A. M; PALMISANO, Â. Administração de sistema de informação e a
gestão do conhecimento. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

SAINT-GERMAIN, R. Information Security Management Best Practice Based


on ISO/IEC 17799. The Information Management Journal. 2005. Disponível
em: http://www.sis.pitt.edu/dtipper/2825/ISO_Article.pdf. Acesso em: 7 out.
2018.

SANTOS, Gilson Staianov; CONTADOR, José Celso. Planejamento de sistemas


de informação: avaliação do estudo de Sullivan. Gest. Prod. v. 9, n. 3, p.261-275,
São Carlos, 2002.

SANTOS, S A. dos; FRANÇA, S. H. A. Evolução dos Modelos de Administração:


o passado, presente e futuro da empresa no período 1903 - 2006. Material
fornecido em aula, 2007.

SCHREIBER, G. et al. Knowledge engineering and management: the


CommonKADS methodology. Cambridge/Massachussets: MIT Press, 2002.

SILVA, C. D. et al. PDTI. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia


de Goiás. 2016. Disponível em: https://www.ifg.edu.br/documentos/plano-
dedesenvolvimento-institucional. Acesso em: 10 mar. 2016

SOARES E. P. C; DANTAS, M.; DUARTE Teixeira A. Planejamento de Sistemas


de Informação baseado na metodologia BSP: um estudo do caso DETRAN/AL.
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, Recife, PE, Brasil, 2008.

SOUZA, A. L. M. Um estudo sobre o conceito de cidades inteligentes na região


metropolitana do Rio de Janeiro. Projeto de Graduação (Curso de Engenharia
Civil) – Escola Politécnica – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, 2017.

STAIR, R. M. Princípios de sistemas de informação. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

TEIXEIRA, T. Comércio eletrônico: conforme livro civil de internet e


regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015.

TURBAN, E. Tecnologia da Informação para a gestão: em busca do melhor


desempenho estratégico e operacional. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.

TURBAN, E. Tecnologia da informação para a gestão: em busca do melhor


desempenho estratégico e operacional. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.

TURBAN, K.; KING, D. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo:


Pearson, 2003.

183
WEILL, P.; ARAL, S. Generating premium returns on your IT investments. MIT
Sloan Management Review. v. 47, n. 2, p. 39-48, [s.l.: s.n.], 2007.

WERKEMA, M. C. C. Criando a cultura Seis Sigma. Nova Lima: Werkema, 2004.

WESTERMAN, G.; Weill, P. Getting higher business value from IT: the nonIT
executive view. MIT Sloan Center Information System Research, v. 4, n°. 3A, 2006.

WILKINSON, M. Designing an ‘adaptive’ enterprise architecture. BT Technology


Journal. 4. ed. [s.l.: s.n.], 2006.

ZIMATH, P. M. B. Fatores críticos de sucesso na implantação de sistemas de


gestão empresarial: estudo de caso na Datasul. Tese (Doutorado em Engenharia
de Produção) – Universidade de Santa Catarina. Florianópolis, 2007. Disponível
em: http://tede.ufsc.br/teses/PEPS5076.pdf. Acesso em: 10 out. 2018.

184

Você também pode gostar