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Aula 05 - MIP Agodão

O documento aborda o manejo integrado de pragas (MIP) na cultura do algodão, detalhando as principais pragas iniciais e tardias, seus danos e métodos de controle. Destaca a importância da amostragem, controle biológico e químico, além de práticas culturais para minimizar os danos causados por pragas como pulgões, percevejos e lagartas. Também menciona a regulamentação do vazio sanitário e a necessidade de monitoramento contínuo para um manejo eficaz.

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O documento aborda o manejo integrado de pragas (MIP) na cultura do algodão, detalhando as principais pragas iniciais e tardias, seus danos e métodos de controle. Destaca a importância da amostragem, controle biológico e químico, além de práticas culturais para minimizar os danos causados por pragas como pulgões, percevejos e lagartas. Também menciona a regulamentação do vazio sanitário e a necessidade de monitoramento contínuo para um manejo eficaz.

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Manejo Integrado de Pragas

MIP na cultura do algodão

Profa. Gabriela Christal Catalani


Ciclo do algodoeiro em seus diferentes estádios
Sequência de floração do algodoeiro
Estruturas reprodutivas do algodoeiro
Agricultura Tecnificada
Amostragem na cultura do algodão
MIP na cultura do algodão
Pragas Iniciais

• Pulgões

• Tripes

• Broca-das-raízes

• Percevejo-castanho

• Mosca-branca

• Lagarta-rosca
• Pulgões

• Até 60-80 dias de idade da planta

• Cerca de 1,3 mm de comprimento

• Ciclo: aprox. 10 dias; uma fêmea pode originar até


100 formas jovens
• Danos diretos e indiretos

• Sucção de seiva, encarquilhamento das folhas,


crescimento comprometido

• Excretam um líquido açucarado (honeydew) → fumagina


(recobre a folha, dificulta a respiração e a fotossíntese
contribuindo também para o enfraquecimento da planta)

• Capulhos → o açúcar e a fumagina depreciam a fibra,


afetando sua utilização industrial

44% de prejuízos, sem considerar viroses


• Viroses

• Vermelhão: folhas avermelhadas com nervuras verdes

• Azulão (mosaico das nervuras; Ribeirão Bonito): as nervuras das folhas apresentam um
amarelecimento ou palidez, formando um mosaico; folhas com bordos recurvados

Vermelhão Azulão
• Ocorrência esporádica • Encurtamento de entrenós
• Poucos danos • Porte reduzido
• Nível de controle: 70% • Bordos recurvados
• Nível de controle: 5-10%
• Reduz produção
Inimigos Naturais
• Tripes

• Frankliniella schultzei
• Tanto a fase jovem quanto a fase adulta do tripes atacam as folhas, alimentando-se da
seiva das plantas, provocando o dobramento dos bordos para cima e coloração
esbranquiçada/prateada, promovem a alteração da consistência das folhas, que ficam
coriáceas e quebradiças

• ↑ temperaturas e estiagem

• Período crítico: da emergência das plantas até os


30-40 dias após a emergência
(faces adaxiais das folhas de toda a plântula)

• Controle químico: tratamento de sementes


• infestações após período residual → inseticidas sistêmicos
• Controle biológico: inimigos naturais

Orius insidiosus
Koppert EUA

Percevejos predadores:
Geocoris punctipes e Orius
insidiosus. Foto: Ivan Cruz
• Broca-da-raiz
• Eutinobothrus brasiliensis
A fêmea promove a abertura da casca das plantas novas (mandíbulas), fazendo postura na altura do colo

As larvas abrem galerias na região


dos vasos lenhosos da planta, para
se alimentarem → essas galerias
aumentam de diâmetro à medida em
que as larvas crescem e impedem a
circulação da seiva bruta →
seccionamento dos vasos →
paralisação do crescimento da
planta
• planta começa a definhar, iniciando-se os sintomas por um avermelhamento do limbo foliar,
murcha, seca e queda das folhas
• na região do colo da planta, um engrossamento (ataque da praga e a presença das larvas nas
galerias)
• Alta umidade do solo, cultivos sucessivos de algodão e áreas onde não se efetua a
destruição de restos culturais, SPD (palhada serve como proteção contra os efeitos da radiação
solar e dos inimigos naturais)

• Controle

• TS; eliminação de plantas hospedeiras (plantas da família Malvaceae, como o quiabo e o


hibisco) e a destruição dos restos culturais e de plantas voluntárias); rotação de culturas
• Percevejo-castanho

Atarsocoris brachiariae
• Hábito subterrâneo e sugam a seiva das raízes do algodoeiro

• A sucção contínua da seiva por ninfas e adultos leva as plantas ao definhamento, seca e
morte

• Polífagos

• Duração total do período ninfal de aproximadamente 150 dias (2 gerações no ano, podendo
ser encontrado no solo o ano todo)

• Solos arenosos

• Excedente hídrico → adultos afloram nas camadas mais superficiais do solo e ao final da
tarde saem em revoadas para se acasalarem (coincide com o período de cultivo do
algodoeiro)
Manejo

• Revolvimento do solo (exposição de ninfas e adultos ao sol e


a os inimigos naturais)

• Nutrição das plantas (desenvolvimento da planta e


potencializam sua capacidade de suportar o ataque da praga)

• Rotação de culturas (girassol, mamona); adubação verde

• TS não funciona

• NEP’s (Steinernema e Heterorhabidits): ótima opção em


áreas de SPD
• Mosca-branca

Período crítico: da
emergência das
plantas até capulhos
• Clima quente e seco (T fator limitante)
• Temperaturas elevadas aceleram o ciclo de vida e aumentam o número de gerações
por ano da praga, podendo alcançar até 15
No 2° ínstar, ao se fixarem
inserem os dois pares de
estiletes e succionam a
seiva elaborada da planta

Não se alimentam
• Durante o processo de alimentação → injeta toxinas com a saliva que podem produzir
distintas alterações na planta → planta debilitada, paralisação do crescimento e diminuição
da capacidade de produção de estruturas reprodutivas

• face inferior das folhas → pontuações brancas e amareladas

• face superior → manchas cloróticas com aspecto brilhante, decorrentes da deposição de


substâncias açucaradas (honeydew) → crescimento fumagina

• Capulho → ↓ qualidade da fibra

• vírus do mosaico comum → plantas com o vírus apresentam engrossamento das


nervuras das folhas, internódios curtos, mosaico foliar e redução da área foliar
• Amostragem: presença de adultos e ninfas

• Ninfas: delimita-se uma área de 4 cm² (área graduada de lupa de bolso) e registra-se como
folha atacada aquela que apresentar uma ou mais ninfas

• Controle

• Reguladores de crescimento (controle formas jovens)

• Cultural: destruição de restos culturais, plantas daninhas hospedeiras

• Inimigos naturais (produtos seletivos)


• Lagarta-rosca

• Agrotis ipsilon
Uma fêmea pode colocar, em média,
1000 ovos

A lagarta-rosca vive enterrada no solo, à pequena


Controle
profundidade, junto às plântulas. Corta as plântulas rente
• Tratamento de sementes
ao solo, à noite
• Eliminação de restos de plantas
hospedeiras (oviposição)
Pragas Tardias

• Ácaros

• Bicudo-do-algodoeiro

• Lagartas

• Percevejos
• Ácaros Tetranychus urticae

Catalani, G. C.

Catalani, G. C. Catalani, G. C.
• Ácaros Polyphagotarsonemus latus
• Bicudo-do-algodoeiro

• Anthonomus grandis
Encontram-se larvas
dentro de flores desprovidas de
abertas ou pernas
protegidos pelas
brácteas

presentes no interior de botões, flores e maçãs atacadas, onde


passam toda a fase larval e pupal
As flores atacadas não se abrem
normalmente e apresentam as pétalas
perfuradas
Os botões atacados caem em seguida
Os orifícios de oviposição são protuberantes em
relação à superfície do botão, contendo
substância gelatinosa excretada pela fêmea
As armadilhas para bicudo devem ser
utilizadas na entressafra e no período que
antecede a fase de produção de botões florais
pelas plantas de algodão (a partir dessa fase as
substâncias voláteis produzidas pelas estruturas florais
inibem a captura das armadilhas)

Inspeções no campo são feitas escolhendo-se um


botão floral de tamanho médio, aleatoriamente, na
metade superior da planta (presença de orifícios de *Feromônio sexual em armadilha de
oviposição ou alimentação ou ainda dos adultos) captura para monitoramento
*Iniciar aplicações após aparecimento dos botões florais
• Controle do Bicudo

• Pulverização das bordaduras (30 m) (por onde inicia infestação)

• A partir da fase de florescimento → NC

• Aplicação no final da safra (junto com desfolhante)

• Destruição de restos culturais

• Eliminar plantas voluntárias que surgem na entressafra, como aquelas que


germinam a partir de sementes caídas à beira de rodovias

• Catação de botões florais e maçãs caídas (pequenas propriedades)


SP: O vazio sanitário da cultura do algodão é regulamentado pela Resolução
50/2010, onde determina o período de 10/07 a 10/10 (90 dias). Porém alguns
municípios tiveram esse período alterado pela Resolução 34/2019, que determina o
vazio sanitário do algodão de 01/09 a 30/11 (90 dias).

MT: Na região 1 o vazio sanitário vigora de 1/10 a 30/11 e compreende o Núcleo Sul
(Rondonópolis e região), Núcleo Centro (Campo Verde e região) e o Núcleo Centro
Leste (Primavera do Leste e região). Já a região 2 conta com o período proibitivo da
existência de plantas de algodão entre 15/10 e 14/12 no Núcleo Norte (Sorriso-Lucas
do Rio Verde e região) e Núcleo Noroeste (Sapezal e região).
• Lagartas

• Curuquerê – Alabama argillacea


Os ovos são muito pequenos, de
coloração azul-esverdeada e colocados
isoladamente sobre as folhas da planta

Locomovem-se como "mede-palmos"

A fase larval dura de 14 a 21 dias


• Principal praga desfolhadora da
cultura, o curuquerê causa redução
da capacidade fotossintética das
plantas de algodão

• Provocam desfolhamento
descendente na planta, a partir das
folhas do ponteiro

• Dependendo da época de ataque,


podem causar maturação precoce
das maçãs e paralisação da
frutificação → ↓ da produção

• Infestações de final de ciclo


contaminam as fibras com fezes ou
mesmo com a hemolinfa de lagartas
esmagadas pela colheitadeira
Condições favoráveis → períodos
chuvosos e temperaturas elevadas

• Controle
• Trichogramma sp. para o parasitismo de ovos
• inseticidas fisiológicos (reguladores de crescimento, inibidores da síntese de quitina) e biológicos (à base
de Bacillus thuringiensis), os quais são mais eficientes sobre a forma jovem
• Lagarta-da-maçã – Chloridea virescens

As fêmeas colocam em média 600


ovos

Os ovos, de coloração amarelada, são


colocados em folhas do ápice da
planta ou nos ponteiros

As pupas são formadas no solo, de


onde emergem os adultos
• Uma lagarta pode destruir 06 botões florais e uma maçã provocando orifícios nos botões que abrem
as brácteas e caem

• Nos últimos ínstares as lagartas atacam maçãs, devorando o conteúdo das mesmas

• Os orifícios expostos favorecem a penetração de microrganismos, causando o apodrecimento das


maçãs

• 3 dias na fase de ovo

• 26 dias (6 instares larvais)

• Umidade e temperaturas elevadas


favorecem o aparecimento de grandes
populações do inseto
Nas amostragens de ovos da lagarta,
quando > de 60% dos ovos estão
parasitados por Trichogramma sp., o
controle químico é dispensado

• ovos → folhas do ponteiro da planta


• presença da lagarta → estruturas
florais (botões ou maçãs) da parte
mediana da planta

• Controle
• Cultivares resistentes
• Produtos seletivos (inimigos naturais)
• Destruição de restos culturais
• Lagarta rosada – Pectinophora gossypiella

Período crítico das infestações → desde o aparecimento dos botões florais até a fase de
completa formação e abertura dos capulhos
• Flores formando uma "roseta"; murcha e
queda de botões florais, maçãs destruídas
total ou parcialmente, fibras e sementes
danificadas

• Os capulhos amadurecem precocemente,


com a fibra apresentando aspecto de
ferrugem
Maçãs bem desenvolvidas da parte
inferior do dossel das plantas

Armadilhas → dispostas uma a cada 5


ha e cada feromônio tem a vida útil de
seis semanas

• Controle

• Destruição de restos culturais e de hospedeiras é uma importante medida cultural


• Uniformização da época de semeadura e rotação de culturas são imprescindíveis para manter a
espécie em densidade populacional reduzida
• Cultivares resistentes
• Lagartas Spodopteras

• Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho-do-milho)

• Polífaga

• Ciclo de ovo a adulto: de 33 a 48 dias (depende do hospedeiro)

São colocados massa de 100 a 300 ovos


em camadas sobrepostas
Spodoptera frugiperda
• Spodoptera eridania

• Algodão e soja

• Ciclo de ovo a adulto: de 30 a 40 dias (depende do hospedeiro)


• Spodoptera cosmioides

• Algodão: 150 a 500 ovos/fêmea (à noite sobre a página inferior das folhas ou sobre as
brácteas do algodão, em três a cinco camadas sobrepostas)

• Ciclo de ovo a adulto: de 39 a 50 dias


• Períodos de alta temperatura aliada à baixa
umidade relativa
• Ponte verde

• Controle
• Parasitoide de ovos: Trichogramma sp.
• Inimigos naturais, fungos entomopatogênicos, Bt, cultivares resistentes
• Destruição de restos culturais
• Lagarta Helicoverpa armigera
Nível de ação para lagartas na cultura do algodão (IRAC)
Controle químico – lagartas
Algodão Bt no Brasil (1 proteína) Algodão Bt no Brasil (2 proteínas)
• Percevejos

• Percevejo rajado – Horcias nobilellus

As fêmeas efetuam a postura nos ramos mais tenros da planta


• A cada 30 dias os insetos dão uma nova geração
• Sucção de seiva
• Ramos → queda dos botões florais, flores e maçãs novas
• Maçãs atacadas → não se abrem normalmente, ficam deformadas e finalmente constata-se uma
queda na produção
• Percevejo manchador – Dysdercus sp.
• queda das maçãs novas provocados pelas picadas
• mal desenvolvimento das maçãs, principalmente quando o ataque ocorre cedo
• abertura defeituosa dos capulhos quando as maçãs são atacadas durante seu desenvolvimento
• manchas causadas nas fibras pelas dejeções dos insetos e podridão das fibras dos capulhos, pela
introdução de bactérias e fungos
(Botões florais)
• Percevejos da soja

Edessa meditabunda

Nezara viridula

Euschistus heros

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