A nutrição vegetal, ou nutrição das plantas, diz respeito ao estudo dos nutrientes inorgânicos
necessários para o crescimento de uma planta. Chamamos de elementos essenciais aqueles elementos
químicos que são fundamentais para a planta se desenvolver. Esses elementos são classificados em
macronutrientes e micronutrientes, sendo os macronutrientes aqueles de que a planta necessita em
grande quantidade e os micronutrientes aqueles de que a planta necessita em uma quantidade inferior.
Macronutrientes: carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, enxofre, potássio, cálcio e
magnésio.Micronutriente: cloro, ferro, manganês, boro, zinco, cobre, níquel e molibdênio.
Plantas que apresentam deficiência nutricional apresentam alterações no seu desenvolvimento. A
maioria dos sintomas pode ser percebida ao se analisar o caule e a folha.
As plantas precisam de um conjunto de minerais e outros elementos essenciais para poderem crescer e
se desenvolver de forma saudável. Se estes estiverem em excesso ou em falta, alguns desses nutrientes
transmitem essa informação sob a forma de sintomas tais como manchas nas suas folhas, planta com
pouco vigor ou murchas, presença de pragas e/ou doenças, entre outros sintomas.
O uso indiscriminado de fertilizantes no sector agrícola pode ocasionar uma desregulação de nutrientes
ou pelo contrário impulsionar o aparecimento de problemas relacionados com a deficiência de
micronutrientes nos sistemas de produção agrícolas.
É fundamental que a fertilização tenha uma grande importância para os agricultores, garantindo que as
plantas recebem os nutrientes que necessitam. Em culturas anuais como o milho e a soja, a deficiência
nutricional pode diminuir drasticamente o rendimento final dos grãos e consequentemente o lucro dele
obtido. Por outro lado, as plantas com deficiência de nutrientes podem apresentar menor tolerância a
pragas e doenças, aumentando a susceptibilidade a estas.
A clorose pode ser uniforme (deficiência em azoto e/ou enxofre) ou internerval ou em
manchas(deficiências em magnésio e/ou manganês).A necrose pode ser observada nas extremidades
(deficiência em potássio) ou internerval (deficiências em magnésio e/ou manganês).
A clorose pode ser uniforme (deficiência em ferro e/ou enxofre) ou internerval ou em manchas
(deficiências em zinco e/ou manganês).A necrose nas folhas pode indicar deficiência de cálcio, boro e
cobre.As deformações nas folhas pode indicar deficiência de molibdénio, zinco e/ou boro.
O milho (Zea mays) é uma planta da família das gramíneas, originária da região da América Central. É um
cereal cultivado em grande parte do mundo e possui altas qualidades nutritivas, sendo utilizado
principalmente como alimento humano e ração animal (cerca de 70% do seu uso é para esse fim).
Com alteração do regime de luz ou nutricional, as espécies costumam mostrar alterações morfo-
fisiológicas para maximizar o ganho de massa seca nas novas condições. Entre estas alterações morfo-
fisiológicas estão variações na distribuição de biomassa entre raiz e parte aérea, na taxa de assimilação
líquida de carbono, na razão de área foliar (Osunkoya et al. 1994) e no aproveitamento e eficiência de
utilização de nutrientes (Elliot & White 1994). Sob regime de luz não limitante as espécies tendem a
favorecer o crescimento de raiz, a apresentar maiores taxas de crescimento e de assimilação líquida de
carbono (Osunkoya et al. 1994), a aproveitar melhor um aumento nutricional (Peace & Grubb 1982),
enquanto que a eficiência na utilização de nutrientes varia com a espécie e o nutriente avaliado (Elliot &
White 1994). Sob regimes nutricionais não limitantes as espécies, normalmente, apresentam maior
crescimento, menor razão raiz/parte aérea (Gunatilleke et al. 1997) e menor eficiência na utilização de
nutrientes (Shaver & Melillo 1984).
O objetivo deste trabalho foi verificar, em plantas jovens de E. edulis, a resposta em crescimento e
eficiência na utilização de nitrogênio e fósforo quando se varia a disponibilidade de luz e desses dois
nutrientes. O estudo foi feito variando a quantidade de nitrogênio e fósforo, uma vez que estes são os
nutrientes que mais limitam a produção vegetal tanto na agricultura como em sistemas florestais
(Schachtman et al. 1998). As duas condições de luz empregadas, 2% e 50% da irradiância solar plena,
foram escolhidas por serem as irradiâncias encontradas sob dossel da floresta, ambiente de ocorrência
natural da espécie (Reis et al. 1996)
Osunkoya, O. O.; Ash, J. E.; Hopkins, M. S. & Grahan, A. 1994. Influence of seed size and seedlings
ecological attributes on shade-tolerance of rain-forest tree species in northern Queensland. Journal of
Ecology 82:149-163.
Schachtman, D. P.; Reid, R. J. & Ayling S. M. 1998. Phosphorus uptake by plants: from soil to cell. Plant
Physiology 116:447-453.
Reis, A. Kageyama, P. Y.; Reis, M. S. dos & Fantini, A. 1996. Demografia de Euterpe edulis Martius
(Arecaceae) em uma floresta ombrófila densa montana, em Blumenau (SC). Sellowia 45/48:5-37.
Shaver, G. R. & Melillo, J. M. 1984. Nutrient budgets of marsh plants: Efficiency concepts and relation to
availability. Ecology 65:1491-1510.
Peace, W. S. H. & Grubb, P. J. 1982. Interaction of light and mineral nutrient supply in the growth of
Impatiens parviflora. New Phytology 90:127-150.
Elliott, K. & White, A. S. 1994. Effects of light, nitrogen, and phosphorus on red seedling growth and
nutrient use efficiency. Forest Science 40:47-58.