Uc Introdução ao direito
1. O que é o Direito?
O Direito é mais do que um conjunto de leis. Ele é uma construção social,
cultural e espiritual. Deve ser visto não apenas como um sistema normativo, mas
como uma realidade interdisciplinar que interage com várias áreas do
conhecimento, como a filosofia, a sociologia e a ciência política.
Finalidade do Direito: Regular as relações humanas para promover a Justiça, a
Fraternidade e os Direitos Humanos. O Direito deve sempre buscar a justiça no
caso concreto.
2. Crítica ao Dogmatismo e ao Senso Comum
Dogmatismo: O autor critica abordagens positivistas e normativistas que tratam
o Direito como um sistema fechado, sem espaço para questionamentos. O
estudante deve entender que o Direito não é algo fixo ou imutável.
Senso Comum: Muitas vezes, o senso comum distorce a visão do que é o
Direito. Não basta conhecer as normas, é necessário desenvolver uma visão
crítica, questionando preconceitos e lugares-comuns.
3. Fenomenologia e Perspectivas do Direito
Imagens do Direito: O Direito pode ser visto sob diversas óticas, desde a
normativa até a cultural e espiritual. Para um exame, é importante reconhecer
que o Direito se manifesta de formas variadas, e que o jurista precisa estar atento
a essas diferentes manifestações.
O Direito como Realidade Complexa: O autor defende que o Direito não é um
campo isolado, e que seu estudo exige o diálogo com outras áreas, como a ética
e a política.
4. Epistemologia Jurídica
Direito como Ciência e Cultura: O Direito não deve ser estudado apenas como
uma técnica. Ele é uma ciência que busca compreender e regular a sociedade.
Para o exame, é essencial entender os paradigmas jurídicos e a
interdisciplinaridade no estudo do Direito.
Novos Paradigmas: Há uma mudança em curso no Direito contemporâneo,
especialmente com a crescente importância dos Direitos Humanos e o
surgimento do Direito Fraterno Humanista.
5. Teoria da Norma Jurídica
A Norma Jurídica: Entender o que é uma norma jurídica e como ela se aplica é
fundamental. A norma jurídica é a base do sistema jurídico, e suas funções
variam desde a regulação de comportamentos até a garantia de direitos.
Classificação das Normas: Para o exame, é importante saber classificar as
normas (ex.: normas dispositivas, cogentes, permissivas, proibitivas) e entender
como elas atuam no ordenamento jurídico.
6. Hermenêutica Jurídica
Interpretação e Aplicação do Direito: O processo de interpretar as normas
jurídicas é central no exame. A hermenêutica jurídica oferece métodos e técnicas
para aplicar o Direito de forma justa, levando em consideração o contexto
histórico, social e cultural.
Hierarquias Normativas: Saber como as normas se relacionam
hierarquicamente (ex.: Constituição, leis ordinárias, regulamentos) é essencial
para a aplicação correta do Direito.
7. Axiologia do Direito
Valores e Princípios Jurídicos: O Direito é construído sobre valores
fundamentais, como a justiça, a igualdade e a liberdade. No exame, é importante
identificar como esses valores orientam a criação e interpretação das normas.
Princípios Fundamentais: O exame pode exigir que o estudante conheça e
explique princípios como a dignidade da pessoa humana, igualdade perante a
lei e a legalidade.
8. Semiótica Jurídica
Signos Jurídicos: O Direito utiliza uma linguagem própria. O estudante precisa
estar familiarizado com termos jurídicos e seus significados, pois isso pode ser
cobrado no exame.
9. Fontes do Direito
Fontes Formais e Materiais: É essencial para o exame saber as fontes do
Direito, como a Constituição, leis, costumes, jurisprudência e doutrina. Saber a
hierarquia dessas fontes e sua aplicação prática é um ponto crucial.
Metodologia Jurídica: Como interpretar e aplicar essas fontes, considerando
princípios e valores fundamentais.
10. Direitos Humanos e o Novo Paradigma Jurídico
Direitos Humanos: No mundo contemporâneo, os Direitos Humanos estão no
centro do Direito. O estudante deve estar preparado para reconhecer a
importância dos Direitos Humanos como um novo paradigma do Direito
moderno.
Direito Fraterno Humanista: Este conceito é uma inovação proposta pelo
autor, que defende um Direito mais humano e fraterno, onde a justiça seja
realizada com base na solidariedade e no respeito pelos outros.
11. Relação entre Direito, Estado e Sociedade
Pluralidade de Ordens Jurídicas: O estudante deve entender que existem
diferentes sistemas jurídicos no mundo e que o Direito é aplicado de forma
diversa em diferentes contextos sociais, políticos e culturais.
Direito e Política: O exame pode cobrar do estudante a compreensão de como o
Direito e a Política se inter-relacionam e influenciam mutuamente.
1- O que é o direito?
R- O direito é um conjunto de normas, regras e princípios criados e aplicados por uma
sociedade para organizar as relações entre os indivíduos e regular o comportamento
humano. Essas normas são estabelecidas por meio de leis, decretos, regulamentos e
decisões judiciais, e são impostas por instituições estatais, como tribunais e autoridades
governamentais, com o objetivo de garantir a ordem social, a justiça e a resolução de
conflitos.
O direito pode ser dividido em várias áreas, como:
1. Direito civil: Trata das relações entre pessoas, como contratos, obrigações,
família e herança.
2. Direito penal: Envolve a definição de crimes e suas punições.
3. Direito constitucional: Foca na organização e funcionamento do Estado e nos
direitos fundamentais dos cidadãos.
4. Direito administrativo: Regula as relações entre os cidadãos e a administração
pública.
5. Direito do trabalho: Regula as relações entre empregadores e empregados.
6. Direito internacional: Rege as relações entre países e organizações
internacionais.
O direito é dinâmico, e sua interpretação e aplicação podem variar conforme o tempo e
o contexto cultural e social de cada sociedade.
2– O que se entende por Direito Natural e
Direito Positivo?
O Direito Natural e o Direito Positivo são duas grandes correntes de pensamento
jurídico que abordam a origem e a natureza do Direito. Vou explicar de maneira didática
e clara para facilitar a compreensão:
1. Direito Natural
O Direito Natural é baseado na ideia de que existem leis universais e imutáveis, que
não dependem de qualquer autoridade ou decisão humana. Estas leis são consideradas
inerentes à natureza humana e podem ser entendidas pela razão. São princípios que
existem independentemente da vontade das pessoas ou dos governos.
Características:
o Universalidade: O Direito Natural vale para todas as pessoas, em
qualquer lugar ou época, independentemente de cultura ou legislação
local.
o Imutabilidade: Como é derivado da própria natureza humana, ele não
muda com o tempo ou com as circunstâncias.
o Origem Divina ou Racional: Algumas teorias afirmam que ele vem de
uma autoridade superior (Deus, em muitas tradições religiosas),
enquanto outras afirmam que ele pode ser descoberto pela razão humana.
Exemplos:
o O direito à vida, à liberdade e à dignidade são frequentemente citados
como direitos naturais.
o A noção de justiça, independente de leis escritas, também é uma
manifestação do Direito Natural.
Filosofia: Pensadores como Aristóteles e Tomás de Aquino foram grandes
defensores da ideia de um direito natural que rege as ações humanas. Eles
acreditavam que as leis feitas pelos homens deveriam se basear nesses princípios
superiores.
2. Direito Positivo
O Direito Positivo é o conjunto de normas jurídicas que são criadas pelos seres
humanos, normalmente por meio de instituições como o Estado. Essas leis são escritas,
promulgadas e aplicadas por autoridades competentes (parlamento, tribunais, etc.), e
valem para uma determinada sociedade em um determinado tempo e lugar.
Características:
o Variação: O Direito Positivo muda de acordo com a sociedade, cultura, e
o tempo. As leis podem ser modificadas ou revogadas pelos legisladores.
o Dependência de uma Autoridade: É estabelecido por uma autoridade
formal, como um governo, um tribunal ou uma assembleia legislativa.
o Obrigatoriedade: O Direito Positivo é aquele que tem força coercitiva e
precisa ser obedecido, porque se origina de um poder reconhecido (o
Estado).
Exemplos:
o As leis penais, como o Código Penal de um país, são exemplos de
Direito Positivo.
o Regras sobre o casamento, propriedade ou contratos também fazem parte
do Direito Positivo.
Filosofia: Pensadores como Hans Kelsen (teoria pura do Direito) e John Austin
foram defensores do Direito Positivo. Eles argumentavam que o Direito é uma
construção humana, que depende de uma autoridade específica, e que as leis só
têm validade se forem promulgadas por essa autoridade.
3. Comparando Direito Natural e Direito Positivo
Fonte de validade:
o O Direito Natural encontra sua validade na própria natureza humana ou
em princípios universais, enquanto o Direito Positivo depende de uma
autoridade externa, como o Estado, para existir.
Mudança:
o O Direito Natural não muda com o tempo; é permanente. Já o Direito
Positivo pode mudar a qualquer momento, dependendo das necessidades
ou decisões da sociedade.
Objetivo:
o O Direito Natural busca uma justiça intrínseca, baseada em princípios
morais e éticos. O Direito Positivo, por outro lado, está mais preocupado
com a ordem social e a aplicação prática de normas que são aceitas ou
impostas por uma sociedade.
4. Exemplo Prático para Facilitar a Compreensão
Direito Natural: Imagine que, em qualquer parte do mundo, você acredita que
todas as pessoas têm o direito de viver e ser tratadas com dignidade,
independentemente de leis locais. Isso é uma visão do Direito Natural.
Direito Positivo: Agora, pense que cada país tem suas próprias leis para punir
homicídios ou regular o casamento, como o Código Penal ou o Código Civil.
Essas leis são exemplos de Direito Positivo, pois foram criadas por uma
autoridade legislativa e variam de país para país.
Conclusão:
Em resumo, o Direito Natural é um conjunto de princípios universais, baseados na
razão ou na moral, que independem de uma autoridade humana, enquanto o Direito
Positivo é o conjunto de normas concretas criadas e aplicadas por uma autoridade,
como o Estado. Embora diferentes, muitos juristas acreditam que o Direito Positivo
deve se aproximar o máximo possível dos princípios de justiça do Direito Natural.
Resumo Aprofundado com Exemplos: Parte II - Fenomenologia: Imagens e
Perspetivas do Direito
Capítulo I: O Direito: Imagem profana e omnipresença quotidiana
1. Visão Simplista do Direito:
o Exemplo: Muitas pessoas associam o Direito apenas a normas punitivas,
como "não roubarás" no Código Penal. No entanto, esquecem que o
Direito regula também atos cotidianos, como contratos de compra e
venda ou matrimónios.
2. Omnipresença do Direito:
o Exemplo: Um simples bilhete de autocarro implica um contrato entre o
passageiro e a empresa de transportes. Sem esta norma, seria impossível
garantir direitos básicos como o transporte seguro.
3. Distinção entre Lei e Justiça:
o Exemplo: Em certos países, leis segregacionistas foram legais no
passado (como no apartheid na África do Sul), mas claramente injustas à
luz dos direitos humanos universais.
Capítulo II: O Direito: Imagens e Visões Intelectualizadas
1. Correntes Teóricas sobre o Direito:
o Jusnaturalismo:
Exemplo: A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
baseia-se em princípios jusnaturalistas, como o direito à liberdade
e à igualdade, considerando-os inerentes a todos os seres
humanos.
o Positivismo Jurídico:
Exemplo: Uma abordagem positivista seria a aplicação estrita da
lei, como um juiz que decide um caso apenas com base na
legislação vigente, sem considerar princípios éticos ou valores
morais.
2. Interdisciplinaridade do Direito:
o Exemplo: O estudo da Lei da Paridade, que promove a igualdade de
género na política, reflete a interação entre Direito (normas legais) e
sociologia (análise das disparidades de género).
3. Direito como Ciência Cultural e Social:
o Exemplo: O costume de tirar os sapatos ao entrar numa casa no Japão,
embora não seja codificado como lei, reflete normas culturais que
influenciam a forma como o Direito regula espaços privados e públicos.
Capítulo III: O Direito: Perspetivas Intra-Jurídicas
1. Análise Interna das Normas Jurídicas:
o Exemplo: No caso de conflito entre normas (ex.: lei nacional vs. lei
internacional), o princípio da hierarquia normativa resolve a questão,
dando precedência à lei de maior hierarquia, como a Constituição.
2. Finalidade Prática do Direito:
o Exemplo: As regras de trânsito (como os semáforos) ilustram a aplicação
prática do Direito para prevenir acidentes e garantir a ordem na
sociedade.
3. Ética e Justiça no Direito:
o Exemplo: Nos julgamentos de Nuremberga, após a Segunda Guerra
Mundial, os juízes decidiram com base em princípios éticos e de justiça,
mesmo sem leis codificadas específicas que abordassem crimes contra a
humanidade.